A Caprichosos de Pilares foi a décima escola a desfilar nesta sexta pela Série Prata. A agremiação teve uma comissão de frente criativa, o casal Paulo Barbosa e Manu Brasil bem entrosados e um canto forte. A azul e branca apresentou o enredo “Gosto que me enrosco, caprichosamente vamos reviver”, uma reedição do enredo da Portela de 1995 em homenagem ao centenário da madrinha.

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Comissão de frente

Coreografados por Arthur Rozas, 11 bailarinos representaram personagens tradicionais do carnaval como pierrot, colombina e bate-bola em azul e branco. Intitulada “É no Bonde da Saudade que eu brinco o Carnaval”, os componentes se exibiam como grupo sincronizado, pares de dançarinos e individualmente em frente a um bonde como elemento cenográfico. Próximo do fim da apresentação, os integrantes da comissão desfraldavam a bandeira da Caprichosos e detrás dela saía uma dançarina com a cabeça de águia e se enrolava no pavilhão. Durante o primeiro módulo, o balé teve dificuldade em desprender a bandeira, mas isso não diminuiu o efeito da surpresa. Nos outros módulos, a coreografia fluiu melhor.

Mestre-sala e porta-bandeira

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira Paulo Barbosa e Manu Brasil desfilou de “Veio bailando pelo mar”. Suas fantasias eram uma beleza com penas dos azuis do pavilhão da escola. No tempo de apresentação, eles apresentaram um bailado leve e com muita precisão. A troca de olhares era evidente e eles mostraram muita conexão com a dança. Eles não fugiram do clássico e demonstraram muito respeito com a bandeira da escola.

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Harmonia

Por ser um samba clássico, os componentes mostraram que sabiam de cor. Porém a última ala, “Gosto que me enrosco de ver o samba dominando o mundo”, foi a que mais se destacou na Harmonia da Caprichosos. Daniel Silva conduziu o carro de som muito bem, incentivando sua comunidade a cantar com entrosamento com a bateria de mestre Américo Teófilo.

Enredo

Nessa reedição do enredo da Portela de 1995, o carnavalesco Leo Jesus pretendia reverenciar a águia de Oswaldo Cruz e Madureira e passear pela história do carnaval carioca até o primeiro título da Portela em 1935, além disso mesclaria com o desfile da Caprichosos “E por falar em saudade” de 1985. As alas transmitiram essa reprodução de carnavais antigos, como os entrutos, os corsos, os ranchos, e deixou evidente a homenagem à escola centenária deste ano.

Evolução

A agremiação passou pela Avenida Ernani Cardoso em 38 minutos. O destaque vai para as alas de baiana e a 12 (“Recordar os corsos é viver”). Ambas mostraram muita empolgação com essa reedição e pararam de festejar durante o desfile. A escola apresentou uma velocidade alta até passar pelo segundo módulo de jurados, e depois desacelerou. Isso pode ter afetado a leitura de algumas alas ou visualização de alguma alegoria. A escola restaurou a cadência e passou dentro, dois minutos a menos que o tempo máximo.

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Samba-Enredo

Como o samba é uma reedição, o clássico de Colombo, Gelson e Noca da Portela, os componentes, o carro de som e o público presente mostravam certa familiaridade com a obra. Era nítida a vontade dos desfilantes de cantar o samba inteiro, mas principalmente os refrões “Abram-alas, deixa a Portela passar” e “Gosto que me enrosco de você, amor”.

Fantasias

O carnavalesco optou pela fácil leitura e pela simplicidade. A beleza das alas “Batalha das Flores”, “Congresso das Sumidades Carnavalescas” e “Ranchos” se destacaram em meio às outras pelo acabamento e pela refinamento estético. As passistas vieram como malandros e cabrochas bem confortáveis. Já as baianas desfilaram como “Tias Baianas”, reverenciando Tia Ciata, em que a fileira central usava um vestido inteiramente branco e, nas fileiras laterais, elas usavam vestido branco com detalhes em dourado.

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Alegorias

A Caprichosos desfilou com um carro alegórico e um tripé. A abre-alas, nomeado “Saudade, meu carnaval é você”, buscava reviver os carnavais que a agremiação lado-a-lado com a Portela. O carro tinha na frente uma águia e, ao redor, rostos de foliões. Além disso, esta primeira composição soltava um sinalizador azul ao longo do desfile. O tripé “A musicalidade das Tias Baianas” encerrou o 2º setor da escola representando como as tias baianas foram responsáveis por germinar o samba no Rio de Janeiro. Era de difícil leitura pois havia duas cabeças com chapéus de bobo e uma destaque representando uma tia baiana em um palco azulado.

Outros destaques

A bateria do Mestre Américo Teófilo desfilou como os Pierrots da Caverna. O mestre apresentou duas bossas aos jurados, uma em cada refrão executadas com muita competência e equilíbrio dos instrumentos. A princesa Lays Vitória de arlequina sambando bastante na frente da bateria.