Nesta terça-feira será definida a ordem para os desfiles do Grupo Especial no Carnaval 2024, porém como é estabelecido em regulamento a escola que sobe da Serie Ouro já tem seu lugar marcado como a primeira escola a desfilar no domingo, é o caso do Porto da Pedra, de volta ao Grupo Especial. Esta é a maior crítica e questão das escolas que sobem para o Grupo Especial, não poder participar do sorteio e desfilar como a primeira escola abrindo o espetáculo.

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Fotos: Nelson Malfacini/CARNAVALESCO

Enfrentar um Sambódromo ainda ‘frio’ é uma dos maiores desafios. São poucas as escolas que desfilam como primeira no domingo e permanecem no Grupo Especial no ano seguinte, mas a vermelho e branco de São Gonçalo promete fazer diferente e deixar a Avenida pegando fogo já na abertura dos trabalhos.

“Infelizmente, pegar o Sambódromo frio faz parte dos desfiles das escolas de samba que sobem para o Grupo Especial, mas também acho que depende dessas escolas mudarem esse cenário. Ano passado, por exemplo, o Império Serrano fez um trabalho de pré-carnaval lindo e isso ajudou. Esse ano a Porto da Pedra está empenhada em fazer um pré-carnaval muito agitado, com inúmeros eventos, ensaios de quadra e de rua. Isso agita o público e aguça a curiosidade dos mesmos para chegarem cedo no Sambódromo e prestigiarem da primeira à última escola”, disse Junior Scapin, coreógrafo da comissão de frente do Tigre.

Para o carnavalesco Mauro Quintaes, a primeira impressão que deve ficar e para isso fazer um desfile de impacto é importante para isso. “Acho que não é um problema, evidentemente, você é a primeira e essa impressão que fica. É a primeira escola que vai passar. O público talvez não tenha nem tenha conseguido acessar os espaços do Sambódromo, sempre é uma desvantagem muito grande, inclusive, isso é um grande erro de você colocar uma escola que acendeu para o Grupo Especial e não colocar no sorteio. O ideal seria que todas participassem do sorteio. A gente tem que enfrentar isso da melhor maneira possível, trazendo cada vez mais gente de fora, mais pessoas nas arquibancadas e convocar as torcidas para ter pelo menos essa troca do calor humano. E o trabalho quando é bem feito, quando é bem apresentado, a gente consegue superar essa expectativa do público. E o público quer ver um espetáculo bonito, certamente, nós vamos conseguir”.

Já para o coração e a voz da escola, ser a primeira é um desafio, mas não é algo que assusta. Para mestre Pablo, a empolgação da torcida de São Gonçalo é um combustível para abrir com chave de ouro.

“A gente tem trabalhado e ensaiado bastante. A nossa marca é sempre transmitir alegria. Ser a primeira escola no Grupo Especial é uma responsabilidade grande, é um desafio grande, mas eu acredito que a gente tire de letra, porque além de tocar, se diverte, transmitimos alegria e a galera que está ali quer ver um show. A comunidade de São Gonçalo abraça a escola é um povo sofrido, mas muito alegre. É um pessoal que gosta de carnaval e a galera vai dar conta do recado. Com todo respeito às coirmãs que vão vir depois, mas a gente vai levantar as arquibancadas, quero levantar o jurados, e, se Deus assim permitir, garantir a nota máxima”.

Wantuir, que está voltando para Porto da Pedra, acredita no pé quente da escola para conseguir um bom resultado. “Nós estamos em uma nova era do Sambódromo, pós-pandemia e a Porto da Pedra é uma escola pé quente. Quando abrimos o carnaval ficamos em nono lugar era uma época diferente, mas o importante é fazer um bom desfile. É um desafio maravilhoso”.

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Mesmo com essa missão incomoda de ser a primeira o Tigre de São Gonçalo confia muito na sua comunidade, como já foi falado por mestre Pablo. A comunidade abraça a escola. É nesse trunfo que os integrantes prometem trazer a cidade em peso na abertura do Grupo Especial.

“Eu acredito que o grande trunfo da Porto da Pedra é a sua comunidade. São Gonçalo tem uma única representante no Rio de Janeiro, na maior festa popular do mundo. A comunidade entende da necessidade, entende que eles têm que estar presentes, que divulga o município, muda o olhar que as pessoas têm sobre a cidade. A escola está preparada. A gente tem que fazer grandes atrações, efeitos e momentos inesquecíveis nessa abertura. É pensar em fazer o melhor, em entregar tudo para a avenida, tentar fazer cada vez mais essa troca com a comunidade e o público e que São Gonçalo seja muito bem vista. Torcer para que o julgamento seja imparcial, colocando todo mundo no mesmo nível. Porque sem dúvida nenhuma uma a Porto da Pedra é uma escola de pegada do Grupo Especial”, acrescentou Mauro Quintaes.

Apesar de toda crença negativa de escolas abrirem o desfile do Grupo Especial, a Porto da Pedra está preparada para o desafio. Saber a ordem pode ajudar em começar a organizar mais cedo alguns detalhes importantes para surpreender na Sapucaí. Junior Scapin revelou como está sendo este pré-carnaval e já se diz experiente em abrir os desfiles.

“Já tem uns anos que venho abrindo os desfiles aos domingos de carnaval. A cada escola, temos um novo projeto e novas expectativas!. Para o carnaval de 2024 comecei a trabalhar bem antes do habitual. O Fábio Montibelo (presidente de honra) me deu carta branca para construir uma comissão que de fato gere impacto nos jurados. É maravilhoso quando você tem um presidente que entende a importância do quesito e se propõe a te dar todo suporte e infraestrutura para que tudo saia do papel e chegue ao desfile de 2024. Estou bem satisfeito com as parcerias profissionais que venho fazendo nesse pré-carnaval, com as conversas que venho tendo com o Mauro Quintaes”.

A Vermelha e Branca de São Gonçalo apresentará o enredo “Lunário Perpétuo: a profética do saber popular”.