Quase um mês após o ensaio técnico em março, a Portela voltou à Marquês de Sapucaí, desta vez para treino no setor 11 do Sambódromo. O trabalho foi específico para a bateria e carro de som, mas outros segmentos da escola também participaram da apresentação. A Tabajara do Samba fez mais um bom ensaio, com direito a nova bossa que estava escondida pelo mestre Nilo Sérgio. O comandante da bateria da Portela falou sobre o treino na Avenida.
“Esse ensaio aqui no setor 11 é bom pra gente alinhavar, tirar algumas dúvidas, ver se está tudo legal, retomada, aqui é bom para isso. A gente está ensaiando no mesmo local que vamos desfilar. Ensaiar é sempre bom, a gente ensaia segunda, quarta, domingo, pra chegar no dia do desfile e fazer um grande trabalho. Depois de dois anos, fizemos nosso primeiro ensaio na Sapucaí, que foi muito bom há algumas semanas, mas hoje o que viemos trabalhar aqui foi, principalmente, a bossa da cabeça. Já fizemos na escola, mas é bom fazer aqui, no campo aberto, para ver se funciona. Questão de alinhamento, lapidar, não tem mais, só essa bossa da cabeça mesmo, as outras duas já estão encaminhadas”, disse Nilo Sérgio, que comentou sobre a utilização do metrônomo pelos jurados.
“Tivemos uma reunião na com a Liesa sobre isso, disseram que sempre usaram o metrônomo. Mas a gente tem que se adaptar ao novo, eu sempre tento manter a mesma pegada para não ter nenhum tipo de problema com relação a isso. O que eles falaram foi que vão aceitar dois BPM para cima ou para baixo, essa é a variação deles. Se é pra inovar, legal. Mas é o que eu falo, a máquina julgando o ser humano. Nós somos sentimento, e pegar isso para deixar de lado é complicado. Agora, a Portela vem querendo o título. Muitas pessoas falaram do samba, o samba já funcionou. O barracão da Portela tá muito bonito. A escola tá calada. Eu sou portelense, mas sou muito crítico, a escola tá muito bem, com um conjunto tá muito bom”, completou o mestre da Tabajara do Samba.
Nilo Sérgio levará à Sapucaí 280 ritmistas, com três bossas planejadas. Em uma delas, a bateria realiza coreografia com passos para o lado, marcado por tamborins. A do refrão também é bem utilizada, com uso de vários naipes. O agogô também é bastante utilizado nas bossas. A Portela também levou para o ensaio desta segunda-feira comissão de frente, alas coreografadas, ala infantil, passistas, além do carro de som comandado por Gilsinho. O intérprete também falou sobre a importância do ensaio no setor 11 e falou sobre o retorno à Sapucaí após a pandemia do Coronavírus.
“O ensaio técnico foi muito bacana. A gente saber que a gente sobreviveu essa loucura toda, saber que estão todos bem. Para as pessoas que vivem o carnaval foi muito impressionante. A gente espera que nunca mais se passe um ano sem Carnaval, que é a nossa vida, o que a gente gosta de fazer, e o que fazemos melhor. Esse ensaio no setor 11 é muito importante para carro de som e bateria ajustarem algumas coisas que em outros lugares a gente não consegue. A gente aqui trabalha na dimensão certa, no lugar certo, com a energia da Sapucaí. Algumas alas vem e aproveitam para ensaiar também. O barracão da Portela está muito bonito, dentro da expectativa que a gente tem sobre os nossos carnavalescos”.