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Viradouro define data para entrega da sinopse; escola faz pesquisa de campo em Minas Gerais

A Viradouro vai apresentar no dia 30 de junho a sinopse do enredo “Rosa Maria Egipcíaca”, que levará à Marquês de Sapucaí no próximo carnaval. A entrega da sinopse está agendada para 19h. A quadra da Viradouro fica na Avenida do Contorno, 16, no Barreto, em Niterói.

A pesquisa da marcante história – pouco conhecida – de Rosa, apontada como a primeira afro-brasileira a escrever um livro aqui no país, está em fase de conclusão. A rica personagem, que foi escrava, prostituta, beata e feiticeira, viveu parte de sua vida no Rio de Janeiro e nas cidades históricas de Minas Gerais. Por isso, o carnavalesco Tarcísio Zanon, o diretor de carnaval Alex Fab, além de Roberto Monteiro, figurinista, foram a Ouro Preto, para uma pesquisa de campo, refazendo alguns dos trajetos feitos por ela.

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Fotos: Divulgação

“Rosa percorria a região como escrava de ganho e como prostituta. Quando virou beata, passou a frequentar as igrejas daquela região. Foi uma visita bastante proveitosa pra gente, não só pra pesquisa de texto, mas pra reunirmos referências em relação à parte plástica”, revela Zanon.

Sobre a disputa de samba, o diretor Alex Fab ressalta que a ala de compositores da Viradouro não é restrita aos atuais integrantes do segmento.

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“A escola está aberta a qualquer um que queria participar do concurso de samba-enredo, sem a necessidade de já fazer parte da ala. Creio que um enredo desses, tão fascinante, vai despertar o interesse de muitos poetas”, aposta o diretor.

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De volta ao Grupo Especial, Independente Tricolor acerta com carnavalesco Anselmo Brito

A Independente Tricolor anunciou seu carnavalesco para o retorno ao Grupo Especial em 2023 será Anselmo Brito. Ele esteve na Pérola Negra nos últimos cinco carnavais. O carnavalesco passou por Imperador do Ipiranga de 2008 até 2010, onde conseguiu o acesso para o Grupo Especial em 2009, mas acabou caindo em 2010. Também passou pela Mocidade Amazonense, de Santos, em 2011, 2012 e 2015, bateu na trave do título sendo o terceiro lugar, duas vezes, e quarto em uma.

Já em 2012 esteve a frente do projeto da Camisa Verde e Branco, última vez da escola no Grupo Especial, mas a escola acabou rebaixada. Seguiu até 2016 e sempre ficando entre terceiro ou quarto colocado, mirando a volta a elite.

Em 2017 assumiu comando da Pérola Negra, foram dois anos no Grupo de Acesso, mas em 2019 conquistou o título da divisão e esteve na elite no ano seguinte. Porém acabou sendo rebaixada e no ano 2022 ficou na terceira posição, atrás justamente da vice Independente e da campeã Estrela do Terceiro Milênio, ambas gabaritaram nos quesitos.

Para 2023 terá a missão de desenvolver o carnaval da Independente Tricolor que tinha no comando do carnaval, Amauri Santos. Outro nome novo no projeto é Cassiano Andrade, que assume a regência da bateria Ritmo Forte. Para o próximo Carnaval, também estão confirmados o trio da Direção de Harmonia, Arnaldo, Agnaldo e Douglas; Arthur Rozas, coreógrafo da comissão de frente; e o casal oficial de mestre-sala e porta-bandeira, Jeff Antony e Thais Paraguassu.

Com o enredo “Brava Gente É Hora de Acordar”, a Independente propôs um chamamento para a mudança de costumes brasileiros, do “jeitinho”, enraizado na cultura do país, a fim de transformar a realidade socioeconômica, e se consagrou vice-campeã do grupo de Acesso em 2022, com 270 pontos. A agremiação abre os desfiles do Grupo Especial na sexta-feira de Carnaval, em 2023. Será a segunda vez que a escola oriunda da torcida organizada do São Paulo no Grupo Especial, a outra foi em 2018, com o tema: ‘Em cartaz: Luz, câmera e… terror. Uma produção Independente!’, mas acabou em 13ª lugar.

Thiago Monteiro: ‘Olhamos para dentro, tivemos planejamento e foco para conquista do título’, revela diretor da Grande Rio

A trajetória de Thiago Monteiro como diretor de carnaval se assemelha um pouco com a de sua escola, a Acadêmicos do Grande Rio. Depois de bater na trave algumas vezes, ele e a Tricolor da Baixada Fluminense, enfim, se tornaram campeões de carnaval do Rio de Janeiro. Após o campeonato, com o enredo “Fala Majeté – As Sete Chaves de Exu”, Thiago comenta, com entusiasmo, a importância do planejamento para o desfile que culminou no inédito título para a escola de Duque de Caxias. No barracão da Tricolor da Baixada Fluminense, Thiago Monteiro falou, em entrevista ao CARNAVALESCO, sobre os preparativos para o carnaval de 2022, que contou com um extenso e detalhado trabalho. Além disso, o diretor de carnaval da Grande Rio comentou sobre o elogiado trabalho dos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad, os quais considera “verdadeiros artistas”.

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Foto: Gabriel Gomes/Site CARNAVALESCO

O que o título representa na sua vida pessoal e profissional?

“Representa muita coisa porque, embora a carreira de diretor de carnaval ainda seja um pouco curta, eu tenho perseguido isso há alguns anos. Nos últimos quatro carnavais, foram três vice-campeonatos e agora, esse título. É muito importante, eu fico muito feliz, muito grato a Deus e a toda uma equipe, harmonia, presidência, a direção da escola, diretoria. Agora, pra mim, representa muita coisa porque a gente aprendeu com nossos erros, no último carnaval, e é muito bom você chegar e ter uma Grande Rio como campeã, você ajudar a Grande Rio a ser campeã, isso me deixa muito orgulhoso e muito feliz”.

A Grande Rio sempre foi criticada por falta de planejamento e deu um verdadeiro show em 2022. Como foi esse processo?

“Nós aprendemos com nossos erros porque o carnaval de 2020, com todo respeito e méritos totais para Viradouro, foi um carnaval que nós poderíamos perfeitamente ser campeões também e a gente deixou escorrer por falhas nossas. Teve um momento que a gente precisou olhar para dentro, não só para o Carnaval 2020, mas para os outros carnavais que a gente vinha fazendo não tão bem. Por exemplo, uma das primeiras coisas que foram definidas foi enxugar a escola de camisas. Quem viu a Grande Rio desfilar em 2022, viu uma escola totalmente limpa nas suas laterais. O planejamento também foi nos carros, a gente não tinha uma roda maluca, não tinha um tripé com roda maluca, todos os nossos carros eram motorizados, acabamos com os tripés empurrados. No carnaval 2020, a gente tinha uma máscara na frente do abre-alas, tinha uns tripés empurrados e isso era complicado tanto para levar e na avenida. No planejamento, a gente conversou com o Fafá e ele foi super dez com a gente e no desfile da escola, a gente trocou a posição da bateria, que vinha sempre na ala 19, ala 20, a gente colocou na ala 11 e assim, ele ficava menos tempo no primeiro box, mais tempo no segundo, entrava logo no segundo e a escola conseguia avançar mais, sem paradas. São coisas que a gente foi fazendo. A gente colocou cada motorista, nos movimentos mais banais de barracão, já eram motoristas do dia do desfile porque, em 2020, o motorista engatou a marcha errada porque ele estava sentando naquele carro pela primeira vez. Fomos fazendo várias coisas, a gente não se privou de mostrar os carros na Cidade do Samba, fizemos ensaios, testes de carga, botamos as pessoas em cima do carro do lado de fora, botamos pra andar, ir de um lado para o outro, fizemos teste de tempo de subida e descida cronometrado. O primeiro teste, inclusive, eu me lembro que quando eu vi o tempo, disse: ‘A gente vai desfilar até amanhã, não vai dar tempo’. Depois desse primeiro teste, a gente viu que precisava do dobro de escadas que a Grande Rio estava acostumada. Enfim, foram muitas decisões tomadas, lógico, em consonância com a presidência, com a direção geral de harmonia, com a diretoria e todos os segmentos envolvidos. A gente topou que o Hélio e a Beth (coreógrafos) fizessem mais de uma passada de samba na comissão de frente, mas para isso, a gente teve que recuperar esse tempo em outros lugares e o casal também. A gente foi tomando essas decisões junto com os carnavalescos e toda direção, para que as coisas acontecessem. A Grande Rio precisava ter erro zero em seu desfile. Cada momento, cada ponto do desfile, a gente foi mapeando, foi colocando para que as coisas não dessem problema e acabou dando certo. A gente botou uma equipe só dedicada em escada, outra só em apoio à composição, outra só em apoio a teatro de carro, tinham equipes dedicadas em cada função”.

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Foto: Allan Duffes/Site CARNAVALESCO

Ainda no planejamento. O que foi fundamental para o título no trabalho, seja no barracão ou na quadra?

“Todo mundo entendeu seu papel e cumpriu fielmente aquilo que era proposto. Eu acho que a organização, foco, é uma escola que entrou, desde a comissão de frente ao último componente, todo mundo focado em não errar, em fazer o seu melhor. É cumprir o planejamento, ter tempo, se preparar mesmo pro desfile. Eu sou muito a favor de um bom planejamento no pré-carnaval, acho que quase nada acontece só na pista, lógico que se a escola errar… Mas, o pré-carnaval é fundamental. Cada ação que a escola foi tomando, com a assessoria da escola, com a presidência, com os carnavalescos, com a gente, com os segmentos, era focada. No ensaio técnico a gente colocou um monte de bandeiras, aquelas eram bandeiras do abre-alas, eles estavam ensaiando para o abre-alas. A gente quis fazer, realmente, em cada movimento nosso, preparações para o desfile, nada ali foi gratuito, nenhuma fantasia que saia, foi gratuita. Não é que a gente tenha regravado o samba, a gente fez uma outra gravação do samba, a da Liesa ficou muito boa, já com bossas do desfile para poder a comunidade e os nossos ensaios de casal e comissão estarem mais afetos ao nosso samba. Assim, tudo que foi feito no pré-carnaval, culminou no desfile. Imprevistos acontecem, lógico, estamos passíveis de imprevistos e graças a Deus, não aconteceu esse ano. Mas, eu acredito que planejamento é fundamental”.

Houve muita pressão sobre o andamento da bateria e a levada do samba. Agora, qual é a análise que você faz?

“A gente sempre esteve seguro, isso é normal, o Fafá é um mestre, embora novo, totalmente experiente, junto com o Evandro Malandro (intérprete), são monstros, não estão aqui a toa. Eu sempre tive tranquilidade com a questão do andamento e a bateria da Grande Rio, realmente, não corre, ela é uma bateria que vai em uma cadência gostosa e esse samba pedia isso. Muitas críticas foram feitas por pessoas que sequer foram à quadra, viam vídeos e eu respeito. Mas, elas viam vídeo e estavam criticando. Quando viram no ensaio técnico, já viram uma outra escola e no desfile, totalmente diferente. Crítica é normal, quem bota a cara, tá aí para apanhar e está sujeito a apanhar ou ser laureado. Agora, quanto à bateria, eu sempre tive total tranquilidade de que seria sucesso, é o terceiro ano do Fafá, da bateria explodindo e vai ser assim por muitos anos, se Deus quiser”.

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A escola deixou de ser a global, mesmo ainda sendo muitos famosos, mas agora é vista como de comunidade e principalmente de grandes artistas. Como issoa conteceu?

“Os globais continuam na escola, a escola recebe muito bem e que bom que eles vem porque é uma escola que acolhe, as pessoas se sentem bem aqui dentro. Agora, nós temos o povo de Caxias, tem o povo que não é de Caxias e tá aqui dentro. Essa mudança devo ao samba, a enredos, que deles vem um bom samba, advém a comunidade comprar o barulho, trabalho voltado, pelos carros alegóricos da Grande Rio. Em 2020 já tinha e agora muito mais, pessoas coreografadas e pessoas de comunidade no carro e isso traz mais o povo, mais a vibração. Tem musas, tem os semi-destaques, que são fundamentais e embelezam qualquer desfile, mas você tem também a vibração da comunidade, do povo no carro. Eu acho que isso tudo, a gente voltou a trazer em 2020 a ala dos casais mirins, esse ano trouxemos novamente a ala dos pandeiristas, uma tradição do carnaval. Você vê setores no desfile da escola e em campos da escola, que você está trazendo pro carnaval e isso as pessoas de fora veem, você não precisa sair dizendo, você vai trabalhando e as pessoas vão vendo seu trabalho naturalmente. A gente vai mostrando o trabalho com o dia a dia”.

Com o tabu do inédito título quebrado, agora qual é o próximo passo da Grande Rio?

“Se Deus quiser, lutar pelo bicampeonato porque a gente gostou desse negócio aí, sentimos esse gostinho. Lógico, respeitando todo mundo, mantendo essa excelência porque eu acho que continuou a excelência de 2020, os errinhos de 2020 foram corrigidos, acho que a escola está no mesmo perfil, mesma prateleira de 2020 e é manter e só vai manter isso com trabalho, não adianta sentar em berço esplêndido, botar o salto 40, que isso não vai acontecer. A escola precisa botar o pé no chão, comemoramos, mas a gente tem que trabalhar dobrado porque será um carnaval de tiro curto e a gente vai precisar realmente trabalhar para manter essa posição que tantos querem”.

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Está se falando muito sobre o novo conceito de carnaval da dupla Bora e Haddad. Qual é esse novo conceito?

“Eles são fantásticos, eles são artistas na concepção da palavra, todo carnavalesco é um artista. Mas, eles têm sacadas que saem da caixa, você vai falar do lixão, talvez eu, se fosse um carnavalesco, eu botaria o lixão mesmo de Gramacho, eles fizeram o lixão do carnaval. Eles pegam enredos de Exu e Estamira e colocam “Fala Majeté”, sai um pouquinho do lugar comum. É um estilo adequado ao enredo que eles estão tratando, se for fazer um enredo totalmente diferente, com outro viés, eles também vão mergulhar em outro viés. Eles já falaram de Arthur Bispo do Rosário, de amuletos, de Manoel de Barros, já fizeram enredos com outras vertentes, em outros lugares e igualmente laureados. Eles são, pra mim, carnavalescos completos. Fizeram dois enredos com vertente na africanidade, nos orixás, mas eles não são carnavalescos só disso, pelo contrário. Quem conhece um pouco da história deles, sabe do que esses meninos são capazes e vão ser ainda mais capazes”.

Dizem que é muito difícil trabalhar na escola, porque muita gente opina, como Jayder, Leandrinho e Helinho. Você se encaixou perfeitamente. E aí é fácil ou difícil?

“Quisera qualquer escola ter quatro presidentes para ajudar a gente a tocar isso. Eu sou um privilegiado por ter quatro presidentes, ter tantas pessoas boas do nosso lado porque, primeiro de tudo, eles respeitam seu trabalho, respeitam o trabalho do profissional. Não é a toa que já trouxeram os melhores profissionais para trabalhar aqui e todos foram sempre respeitados e comigo não é diferente, sou respeitado e acho que todos os segmentos são respeitos e são pessoas que te dão respaldo. A pior coisa que um profissional pode ter é um lugar onde não tem respaldo. Ele quer ter ideia, quer colocar em prática, mas não tem respaldo, tem um barreira aqui, outra ali. Lógico que ideias são para ser dadas, várias cabeças pensam melhor do que uma, isso não é um clichê, mas uma verdade. Eu me sinto um privilegiado de ter quatro presidentes que nos levam adiante e nos levaram a esse título, nos deram condições, meios para isso. Fazer o que a gente fez no ensaio técnico, se não tivesse condições, não é qualquer escola que consegue colocar aquilo que a gente botou, led no ensaio, preparar tantos ensaios, levar o carro da comissão de frente duas vezes para o Sambódromo para ensaiar, isso custa dinheiro, não é botar o carro na rua e levar. Fazer um ensaio daquela magnitude em Caxias, custa muito dinheiro também, você tem que ter meios para fazer. Fazer um carnaval desse tamanho não é tão simples, você ter meios para botar no barracão é tranquilo, mas tirar do barracão com segurança, botar na avenida e trazer com segurança, como nós trouxemos, você precisa ter meios. Os presidentes nos dão totais meios para isso e eu me sinto um privilegiado de estar aqui. Eu não vejo, sinceramente, essa dificuldade. Dificuldade qualquer escola tem a sua idiossincrasia, sua particularidade, já trabalhei em outras escolas que tinha suas particularidades. É importante você chegar em um lugar, entender aquilo ali e se inserir, você não é maior, melhor do que ninguém, você está inserido dentro de um contexto”.

O que você sentiu quando começou o desfile e depois quando terminou?

“No início, eu estava muito concentrado porque, de novo, 2020 veio à tona em vários momentos. A gente não poderia repetir em nada aquilo, os erros que a escola comentou. Quando a bateria sai do último módulo, aí cai a ficha de que tudo havia dado certo, eu comecei a gritar, falar palavras impublicáveis, abraçar, porque ali, eu tinha realmente a certeza que um caminhão tinha saído das nossas costas, não só das minhas, mas das de muita gente, que lutou, se esforçou em 2020 e, por fatalidade, não conseguiu. Então, quando saiu a bateria do último módulo, eu respirei e realmente ali, eu comecei, não a comemorar o título porque tinha que esperar a apuração, mas a comemorar o trabalho que havia sido feito, a chegar na dispersão bem, dentro do tempo. Inclusive, eu faço um planejamento de tempo, a minutagem, que, desde sempre, eu faço e esse foi o primeiro ano que a minutagem bateu certinho, eu sempre coloco uma margem de erro e esse ano, ela bateu certinha e quando eu vi isso também, no celular, foi uma noite mágica, fantástica e só comemorar, abraçar e chorar porque eu chorei pra caramba”.

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Doeu perder décimos em Samba-Enredo?

“Respeito o jurado, já vi as justificativas, não concordo, mas respeito. Doer, não doeu, doído seria perder o campeonato por causa do samba, mas a gente tem que respeitar, é uma outra visão, um outro prisma que o julgador viu e eu respeito. Eles estão lá, são extremamente capacitados, poderia ter tido nota em outros lugares também que eu respeitaria, da mesma forma. Tenho que respeitar e eles são muito capacitados para estar ali e estão de parabéns também pelo julgamento, não é a toa que a escola aclamada por todos, ganhou. Há muitos anos, você tem a campeã não sendo contestada e isso mostra a lisura do julgamento e a seriedade, isso também nos dá muita segurança para continuar trabalhando”.

A escola ganhou sete prêmios Estrela do Carnaval (Desfile do Ano, Comissão de Frente, Enredo, Carnavalescos, Originalidade, Samba-Enredo e Conjunto de Alegorias). Recorde total. O que representa isso para você?

“Isso representa muito, é a sensação de dever cumprido, um prêmio de pessoas sérias, batalhadoras, que se dedicaram muito, cada segmento, cada componente, cada um porque foi um carnaval longo, dois anos e dois meses de preparação. Muita gente se preparou, sonhou, lutou, vai da passista, vai da baiana, do ritmista, do componente de ala, da equipe de criação, de barracão, de quadra, que distribuiu muita fantasia e não é fácil distribuir fantasia em cima da hora porque a gente quis guardar para as pessoas ensaiarem mais. Está todo mundo de parabéns e esses prêmios são só reflexo do sentimento de dever cumprido e nos deixa muito envaidecidos e felizes”.

São Clemente anuncia novo casal de mestre-sala e porta-bandeira

A São Clemente anunciou a dupla Alex Marcelino e Raphaela Caboclo como seu novo casal de mestre-sala e porta-bandeira para o desfile de 2023. Veja abaixo o texto da escola.

“Novo casal! Alex Marcelino e Raphaela Caboclo formam o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da São Clemente para o Carnaval 2023. Bem-vindos ao nosso pavilhão”.

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Foto: Divulgação

São Clemente anuncia cantora para ser dupla com Leozinho Nunes

A São Clemente anunciou a intérprete Cecília D’Preto para ser a cantora da escola no Carnaval 2023 na dupla com Leozinho Nunes. O cantor Maninho não segue na agremiação.

“Nova voz! Cecília D’Preto é a nova intérprete oficial da São Clemente. Após uma longa jornada no carro de som clementiano, ela cantará ao lado de Leozinho Nunes no segundo microfone da escola da Zona Sul”.

Cecília D’Preto já fazia parte do carro de som da São Clemente. Ela é mãe da cantora Wic Tavares, da Unidos da Tijuca.

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Foto: Divulgação

Estácio anuncia carnavalesco para o desfile de 2023

A Estácio de Sá anunciou que Mauro Leite será o carnavalesco para o desfile de 2023. Neste ano, ele fez parceria com Wagner Gonçalves na escola. Confira a publicação.

“Mauro Leite seguirá como nosso carnavalesco para o próximo carnaval. Desta vez assinando de forma solo o desfile no carnaval 2023. Quem mais já está ansioso para saber qual enredo o nosso carnavalesco está preparando? Desejamos muito sucesso”.

A escola também anunciou mais novidades. Veja abaixo.

‘Enredo da Mangueira para 2023 é autoral da dupla de carnavalescos’, revela presidente

Durante o discurso de posse a presidente mangueirense, Guanayra Firmino, revelou que o enredo da Mangueira para o carnaval de 2023 já foi escolhido e será revelado no próximo dia 6 de junho. Ela explicou que o tema é autoral, desenvolvido pela dupla de carnavalescos Annik Salmon e Guilherme Estevão.

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Foto: Lucas Santos/Site CARNAVALESCO

“O enredo é autoral, conversei com os carnavalescos, me apresentaram algumas propostas e nós todos juntos, diretor de carnaval, vice-presidente, carnavalescos, e aí chegamos à conclusão de que um deles era o que nós queríamos, um enredo autoral da dupla”, explicou a dirigente.

Ainda sobre os carnavalescos que vão desenvolver o carnaval da Mangueira, ambos vindos da Série Ouro, Annik da Porto da Pedra, e Guilherme do Império da Tijuca, a presidente revelou que a escolha veio a partir de um olhar da própria dirigente para os trabalhos desenvolvidos pela dupla em 2022 em suas respectivas escolas. Guanayra Firmino falou sobre o desafio de escolher substitutos para o artista Leandro Vieira que vai desenvolver o próximo carnaval pela Imperatriz Leopoldinense.

“Eu participei de todos esses momentos na gestão do Chiquinho. E participei dessa ousadia também (trazer o Leandro do Grupo de Acesso para o carnaval 2016), e são as duas coisas, um pouco de ousadia e um pouco de tentar puxar o que deu certo, que nós já fizemos. Mas, principalmente, por eu acreditar em dar oportunidades para jovens talentosos. Eu me apaixonei pelo trabalho da Annik e do Gui. Assisti tudo da Série Ouro, e antes do Leandro pedir para sair, eu já tinha me encantado pelo trabalho dos dois. Depois de o Leandro sair, foi só apurar aquilo, convidar e lançar”, explicou a dirigente.

Morre Milton Gonçalves, enredo da Santa Cruz em 2022

Faleceu na tarde desta segunda-feira o ator Milton Gonçalves, de 88 anos, consequências de um problema de saúde. Em 2020, ele teve um AVC. O artista foi enredo da Santa Cruz no Carnaval de 2022.

A escola da Zona Oeste realizou uma justa homenagem ao ator, cantor e diretor Milton Gonçalves. A Verde e Branco apresentou na avenida o enredo “Axé, Milton Gonçalves! No catupé da Santa Cruz”. Injustamente, a escola foi rebaixada após o desfile deste ano.

Ouça abaixo o samba-enredo no desfile

Papo especial: Rosa Magalhães relembra antigos carnavais e relação com Pamplona, Arlindo e Joãosinho

Em entrevista ao site CARNAVALESCO, a carnavalesca Rosa Magalhães relembrou histórias sobre carnavais da época de ouro de Pamplona, Arlindo e do próprio Joãosinho Trinta. Em 1971, o Salgueiro teve a honra de reunir na produção de um carnaval, Fernando Pamplona, Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta e Maria Augusta. Rosa, também ajudou na produção, trabalhando no barracão junto com Lícia Lacerda. A carnavalesca cita as diferenças entre Arlindo, Pamplona e Joãosinho.

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Foto: Divulgação

“Pamplona era mais conceitual e também era de resolver logo, não tem, não tem, tem, troca aqui e põe para lá. Essa velocidade de raciocínio, de tomar decisão. O João era diferente, uma hora ele achava que tinha muito vermelho, outra hora ele achava que estava muito branco. Ainda bem que eram só duas cores, se fossem três, seria um inferno na minha vida (risos). O Arlindo tinha menos envolvimento porque na época estava com uma novela que estava pegando lá na Globo. Ele estava mais envolvido nessa novela que eu não lembro qual era e ele ia muito pouco lá. Mas, encontrava com o Pamplona pois eles trabalhavam na mesma televisão. A gente não sabia tudo, mas você volta um pouco no tempo”.

Em relação aquele carnaval de 1971 no Salgueiro, Rosa lembra que o carnaval ainda era um universo muito machista, tanto que, na época, a então assistente, não frequentava a quadra da agremiação ainda no alto do morro.

“Era tudo muito diferente, naquela época o resultado era no quartel, e só iam duas pessoas de cada escola. Foi o Pamplona e o presidente. E eu disse , vou para porta do quartel? Não! Eu vou ficar na minha casa e fiquei sabendo do resultado pelo rádio, pois naquela época não tinha televisão, era no rádio que dava. E mulher não ia na quadra não. Não tinha esse negócio não. Eu nem sabia onde era a quadra para te dizer a verdade pois eu não ia. Hoje pode. Não é que as mulheres não fossem, tinha baiana e tudo, mas a gente, as moças que faziam os desenhos, não iam, não éramos nem convidadas”.

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Com João, Rosa teve uma relação mais próxima de trabalho e explica como era a rotina.

“O João já era diferente a relação, porque o João era um bailarino, mas pela altura dele, nem sei se a técnica era boa porque nunca vi ele dançar, mas era difícil ele fazer um ‘padede’, porque uma bailarina para subir ficava maior que ele, ficava estranho. Ele fazia papéis de bruxo, de rato, povo. Ele dançava esses papéis que não precisavam ter um físico mais definido e tal. Mas ele tinha muita habilidade manual e começou a ajudar na confecção de roupas, detalhes do cenário, e fazer alguns objetos. E tinham outros no Theatro Municipal que também eram muito bons. Teve uma leva muito grande de profissionais que vieram do teatro para o carnaval, aderecistas, ‘peruqueiras’, maquiagem para comissão de frente. E o João se destacou, não só pela habilidade de fazer, mas pela habilidade de criar”, explica a carnavalesca.

Rosa também lembra de noites de muito trabalho e de como Joãosinho Trinta criava fantasias com materiais alternativos.

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Ilustração para o site CARNAVALESCO: Antonio Vieira

“Quando eu conheci ele, foi na época do Salgueiro, e ele ia lá em casa e a gente fica desenhando e ele me contando as histórias. E eu nunca tinha visto escola de samba e ele me contava aquilo e eu não entendia nada. Eu ficava as vezes a noite inteira conversando e desenhando porque tinha que fazer as coisas todas. Foi o início do isopor, ele comprava prancha de surf e virava escudo africano. Essas coisas de reaproveitar, balde de gelo virava chapéu de africano. Ele andava pela rua da Alfândega igual um cão farejador, procurando alguma coisa que servisse. O barracão era muito ridículo, porque era uma costureira, dois ajudantes do Joãozinho, eu, ele e a Lícia (Lacerda), seis pessoas. E ali a gente fazia os carros, os adereços dos carros. E quando ficava pronto, do lado tinha uma casa de uma salgueirense, que emprestava a casa, e de noite eu guardava os adereços todos prontos lá. Algumas coisas o Pamplona mandava fazer na rua, e assim a gente foi”, lembra Rosa.

Já com Pamplona a relação era de aluna e professor. No Salgueiro, por exemplo, Pamplona era quem se relacionava com presidência, diretoria, e tinha uma relação mais forte com Arlindo.

“Eles eram muito grudados, raramente, no carnaval, o Arlindo se separava dele. Só depois que o Arlindo saiu do Salgueiro, e o Pamplona não saía. O Pamplona ia umas duas ou três vezes por semana para ver se estava precisando de alguma coisa. A gente trabalhava na casa de um salgueirense que era arquiteto e que ele emprestava o quintal da casa dele que eu pintei com todas as cores e ele ficou ‘P da vida. Falei que ia voltar lá para pintar de volta, nunca fui(risos)’.

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Sobre Arlindo, a carnavalesca disse que nunca descobriu foi a cor da escola do coração do artista que trabalhou no Salgueiro, na Mocidade, União da Ilha e Imperatriz.

“O Arlindo era muito opulento. Ele que inventou esse negócio de usar espelho no carnaval. Ele inventou várias coisas de solução plástica. Antes, botavam luzinhas, mas não serviam para nada, agora tem LED, você vê, mas uma luzinha, uma aqui, outra lá, não fazia efeito. As mudanças plásticas, que vieram antes do João (Joãosinho Trinta), de uma visão mais centralizada das coisas, vem do Arlindo. Ele era cenógrafo e figurinista e eu acho que fora de escola de samba, ele só dirigiu uma coisa que foi um espetáculo sobre o descobrimento do Brasil no teatro. Acho que ele ficou tão impressionado com isso que ele fez o descobrimento na Mocidade e ganhou, fez o descobrimento na Imperatriz e ganhou, o descobrimento cada vez ele fez diferente , mas era aquela visão daquela música com aquele espetáculo, com as danças que levaram ele a fazer tantos descobrimentos. O último carnaval do Arlindo ele fez foi na Imperatriz. E aí acabou morrendo no meio do ano. Agora, o coração do Arlindo para que lado batia eu não sei”.