Abram alas para o Carnaval! Em 2023, a TV Globo transmitirá para todo o Brasil, inclusive o Rio de Janeiro, os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo nas noites de sexta-feira e sábado de Carnaval, dias 17 e 18 de fevereiro. Domingo e segunda-feira, dias 19 e 20, como já é tradição, entram na passarela do samba as escolas do Grupo Especial do Rio de Janeiro, também para todo o território nacional.
O acordo entre a Globo e a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, a Liga-SP, é válido por um ano. “Estamos felizes pela continuidade desta parceria por mais um ano. Através da TV Globo, rompemos as barreiras geográficas e levamos o melhor do Carnaval de São Paulo para outros lugares. Vamos juntos construir mais um espetáculo inesquecível para 2023”, ressalta Sidnei Carriuolo, presidente da Liga das Escolas de Samba de São Paulo.
“Levar o Carnaval de S. Paulo para todo o país é motivo de muita alegria para a TV Globo. O público do Brasil inteiro vai poder ver os dois maiores desfiles do país, o de S. Paulo e o do Rio. São quatro noites mágicas da maior festa popular do país”. A ampliação da transmissão do desfile de São Paulo para todo o país é mais uma demonstração da força e da relevância do Carnaval como maior festa popular do país, geradora de emprego e renda para tantas famílias”, destaca Amauri Soares, diretor da TV Globo.
A Unidos da Tijuca levará para a avenida no próximo carnaval as histórias e belezas que cercam a Baía de Todos os Santos, através do enredo “É onda que vai… É onda que vem… Serei a Baía de Todos os Santos a se mirar no samba da minha terra”, de autoria do carnavalesco Jack Vasconcelos a escola busca mais uma vez encantar o público, esse será o segundo ano deo carnavalesco à frente da escola do Borel, após um primeiro ano cercado de desconfianças, onde a Tijuca foi extremamente atacada no pré-carnaval, a expectativa agora é de que seja um período menos conturbado.
Foto: Luan Costa/Site CARNAVALESCO
A Tijuca terminou o carnaval 2022 na nona colocação, posição considerada injusta por muitos que acompanharam os desfiles, afinal, após uma série de suposições e prognósticos negativos, a escola do Borel surpreendeu o mundo do samba com um desfile encantador, sem erros e muito elogiado, perguntado sobre como se sentiu com os comentários no pré-carnaval, Jack Vasconcelos disse estar vingado, ele acrescenta que foi um período difícil, mas que todos dentro da escola acreditavam em um grande desfile.
“Não sei como me sinto, talvez vingado? Não sei. É que assim, o pré-carnaval foi complicado pra gente. A galera pegou pesado. Mas também é aquilo, a gente tem que se preparar pra isso também, a gente está no jogo, e sabia o que tava fazendo. Era só ter calma e continuar tocando porque a gente tinha o controle total do nosso projeto. E aí foi aquela explosão que a gente tava contando que fosse. Ficamos muito feliz com a repercussão”, conta Jack.
Para o próximo ano, a expectativa é que tudo flua melhor, a era das desconfianças passou e a escola levará para Sapucaí um enredo que apesar de ser patrocinado, é extremamente rico culturalmente, para Jack, essa junção é um alívio, segundo ele, o patrocínio ajuda bastante no desenvolvimento do desfile e que no caso da Tijuca, o enredo fala mais alto.
“Patrocínio ajuda muito, mas também tem patrocínios e patrocínios, né? Tem patrocínio que ferra tudo e que você tem que rebolar pra fingir que não tá falando daquilo mas falar, sabe? Que não é o nosso caso aqui. As pessoas, os empresários e todo mundo que está trabalhando em torno do projeto é todo mundo muito parceiro e assim, o tema é muito rico, é gostoso de fazer, é gostoso de conhecer. É uma coisa que não agride. Falar de cultura é tudo que a gente quer. É cultura pura, é arte”, pontua Jack.
Jack diz que se apaixonou pelo enredo assim que chegou a proposta de levá-lo para a avenida, ele, que não conhecia a Bahia, ficou encantado pela receptividade do povo Baiano, pela beleza da Baía de Todos os Santos e por tudo que envolve aquela região, ele espera conseguir retribuir todo o carinho e amor que a Unidos da Tijuca recebeu durante a visita e pede também que os compositores deixem o coração falar mais alto, ele deseja um samba que fale de amor.
“É um carnaval que logo quando eles me falaram que poderia ser, eu já falei logo de cara, eu quero. Entendeu? Porque é comum chegar outras propostas.. Aí eu falei, não quero mais nenhuma outra. Se for Bahia eu quero, tem meu voto, e aí se concretizou maravilhoso. Aí na minha viagem eu entendi porque as pessoas faziam aquela cara de espanto quando eu falava que eu nunca tinha ido. Aí agora eu faço, tem que ir, é um lugar mágico e é nosso, a nossa história começou ali, sabe? E foi o que eu pedi pros compositores, deixar o coração falar, esquecer um pouco a técnica. O que funciona, o que não funciona, não me interessa, isso não me interessa, o que me interessa é o coração falando do coração, sabe e foi isso que aconteceu lá comigo. As pessoas abriram a porta das casas dela pra me receber. E eu fui em dias de semana, então as pessoas pararam o trabalho delas pra conversar comigo. Então assim, foi um carinho muito grande e espero retribuir um pedaço disso, porque foi muito carinho que eu recebi lá, foi muito amor. A Tijuca foi muito bem recebida. Estou muito animado pra botar logo isso na pista”, concluiu o carnavalesco.
A Independente Tricolor anunciou seu samba-enredo para o Carnaval de 2023 na noite de sábado na Vila Guilherme, Zona Norte de São Paulo. Com uma apresentação teatral de espartanos encurralando pessoas da comunidade, e depois um vídeo com imagens do incêndio no barracão da Independente, também o filme Tróia com o Brad Pitt interpretando Aquiles. A agremiação trará o enredo: “Samba no pé, Lança na mão, isso é uma invasão!”.
Fotos de Fábio Martins/Site CARNAVALESCO
Fundador e diretor da escola, Danilo Zamboni falou sobre a escolha do enredo e como funcionará: “Esse enredo diz um pouco da história da escola de samba Independente, que é uma história de luta constante, de guerreiros, então isso é muito importante. Tudo que nós passamos, que o mundo do samba já sabe, em um curto prazo de tempo, já passou, virou a página, precisávamos de um enredo forte, que mexesse com o coração, mente, e a sensibilidade do nosso componente. A Independente sempre sai na frente para fazer um grande carnaval. E apresentar, agora não só para o Brasil, mas para o mundo”.
O enredo era uma vontade do presidente Batata, e foi explicado por Amauri Santos, carnavalesco da escola: “Quando retornei para a escola, já sabia que o presidente Batata tinha uma grande vontade de fazer esse enredo. Já tinha ouvido falar no carnaval passado sobre isso. E neste meu retorno, tinha iniciado um trabalho com outro profissional (Anselmo Britto), mas acabei refazendo algumas coisas, e é um desejo do presidente. E acho que a nação tricolor se identifica muito com isso de ser guerreiro. É um enredo que a escola passou por vários problemas, adversidades. E neste momento quer entrar na avenida, invadir, assim como espartanos invadiram Tróia, com muito cuidado, muita estratégia, a gente quer se firmar no Grupo Especial”.
Um dos diretores da comissão de carnaval, Favela revelou quando foi definido o enredo: “É um carnaval que o presidente gosta, enredo que ele sempre quis, e agora no especial. Foi um enredo definido logo após a subida para o especial. Decidimos que ia ser Tróia”.
Troca no carnavalesco: Amauri volta
Para o carnaval de 2023, a Independente fez uma troca surpresa no comando do carnaval, Amauri Santos voltou à equipe depois do acesso nesta temporada. “Na verdade, após o carnaval passado, não entramos muito em um acordo, eu e a escola. E o nosso presidente contratou um outro profissional, mas acabou não dando liga. Uma diretora me ligou e falou sobre a possibilidade de retornar. Eu vim, bati um papo, e a escola se tornando minha casa de novo, e prontamente aceitei. Espero que não seja somente esse ano, também quero me firmar no Grupo Especial de São Paulo. E nada melhor do que a Independente que fiz parte de uma equipe que levou para o Grupo Especial”.
Compositores vindos do Rio de Janeiro
Além do enredo, a Independente anunciou o samba-enredo que foi produzido por André Diniz e seu grupo musical. Uma das diretoras da comissão de carnaval, Luciana revelou: “André Diniz, o Pê, o Maradona, é um samba que foi feito especialmente para a Independente, não tem disputa, samba construído em cima do enredo, com o Pê Santana que faz parte da escola, tem a cara da escola. Teve esse cuidado de colocar pessoas que iam realmente transmitir a mensagem que a escola quer passar na avenida”.
O carnavalesco Amauri Santos também falou sobre o samba: “O compositor é o André Diniz e o grupo dele. Quando retornei para a escola, o Pê Santana, nosso intérprete oficial estava fazendo esses contatos no Rio de Janeiro. E para mim é um grande prazer, pois sou do Rio, e tenho André como um ídolo da composição de sambas. O samba está aguerrido, diz a que veio, está forte, vai pegar bastante”.
Divulgado neste meio de agosto, mas foi definido há um mês no Rio de Janeiro, e tiveram apenas ajustes para a divulgação oficial neste sábado, 13 de agosto.
Novo intérprete também do Rio de Janeiro
Reforço da Independente Tricolor, anunciado nesta semana, Lico Monteiro falou sobre o primeiro contato com a comunidade: “Hoje é o primeiro contato com a escola. A Independente está retornando para o Grupo Especial, e agradecer o presidente Batata, toda ala musical, Pê Santana, diretor Maurício, baianas, velha guarda. É uma oportunidade, um grande desafio. Conduzir o microfone com o Pê, uma pessoa que já trabalhei na X9 Paulistana, e tenho certeza que 2023 será mais um carnaval inesquecível para a Independente Tricolor e estamos juntos para somar”.
Sobre a apresentação do samba-enredo, Lico foi direto: “Um grande samba, parabenizar os compositores do samba. O Carnavalesco Amauri também, mais uma vez estamos trabalhando, vindos do Rio de Janeiro, e agora trabalhando aqui na Independente. Foi uma grande apresentação, a escola interagiu bastante, vai ser um sucesso na avenida”.
Mestre de bateria e sua estreia
Vindo do Uirapuru da Mooca que disputou o Acesso II em 2022, o mestre Cassiano Andrade revelou sobre sua chegada na Independente Tricolor: “A impressão que eu tive foi boa, pessoal recebeu de braços abertos. A bateria entendeu o novo projeto, a nova característica da bateria. Tudo muito bem, estamos dois meses e meio de ensaio, primeira festa com a comunidade. Estou um pouco ansioso para esse momento, estamos confiantes com o nosso trabalho. E vamos traçar um objetivo muito maior”.
Substituindo Klemen Gioz que marcou seu nome na Independente Tricolor, Cassiano falou sobre mudança de casa e seu estilo frente a bateria Ritmo Forte: “Cada casa é uma casa, porém o Cassiano é o mesmo. Gosto de uma bateria sempre pesada, indiferente se vou mudar a característica em um instrumento ou não, gosto da bateria mais pesada, com firmeza, para o pessoal poder dançar. Senão a baiana não gira, a passista não dança”.
Mestre Cassiano comentou sobre o enredo: “É um enredo muito bom, muito forte. Vamos colocar a bateria fazendo jus ao enredo, vamos vir forte”, e finalizou falando sobre não ter diferença de grupo: “Muda nada. Pois quem faz bateria, faz bateria com amor, independente do grupo, você vê Mestre fazendo bateria em grupo pequeno, com amor muito grande, e o carinho que se tem com bateria, é em geral. Em qualquer lugar, onde seja, se for em uma garagem, na UESP, Acesso II, no Acesso I, Especial, bateria se faz com amor. Não muda nada, é a mesma garra”.
Casal busca mais ensaios para manter nota 40
O casal com o mestre-sala Jefferson Antony e a porta-bandeira Thais Paraguassu permanece na escola para 2023, depois de conseguir nota 40 no Grupo de Acesso em 2022, e para manter notas o ritmo de ensaios será dobrado: “Tem o peso do nome, Especial, e a adrenalina, o friozinho é maior. A Thais é veterana no Grupo Especial, eu serei minha estreia. Tem aquela sensação de ‘Meu Deus’, ou vai ou racha. Mas a gente é dedicado, esforçado, e acreditamos em cada um. Eu acredito nela, e ela em mim. Acreditamos no trabalho, então tudo vai fluir maravilhoso e estamos bem ansiosos para começar. E hoje é o play do nosso novo carnaval. Podem esperar entrega, dedicação, sorriso e amor”, disse o mestre-sala.
Thais reforçou que cada ano é diferente, e com mudanças na coreografia, seguindo o ritmo da nova bateria e também do novo enredo: “É tudo no ensaio, realmente, é um samba novo. Tem coreografia nova, e para a coreografia nova tem muito mais ensaio. É o ensaio, é o que a gente faz para trazer a nota que a escola tanto deseja, principalmente, agora que subimos para o Grupo Especial e queremos permanecer. É muito trabalho, físico, psicológico, alimentar e seguir em frente que vai dar tudo certo”.
Presença da Nenê de Vila Matilde
Após o anúncio do enredo e do samba-enredo, o Nenê de Vila Matilde, escola tradicional do carnaval paulista e que acaba de voltar ao Grupo de Acesso I, assumiu o espaço da bateria da Ritmo Forte, o palco e a pista da quadra, cantando assim sambas históricos de sua comunidade em uma interação marcante na Independente Tricolor.
Os Gaviões da Fiel reuniram sua comunidade na quadra da agremiação no Bom Retiro para divulgar o enredo que a escola levará para a Avenida no Carnaval 2023. Em evento realizado na noite de sexta-feira, uma apresentação teatral marcou o anúncio do tema “Em Nome do Pai, dos Filhos, dos Espíritos e dos Santos. Amém!”, desenvolvido pelos carnavalescos André Marins e Júlio Poloni. A agremiação encerrará a sexta-feira (dia 17 de fevereiro) de carnaval do Grupo Especial de São Paulo nos desfiles de 2023. Em 2022, a agremiação cantou “Basta” e ficou na 8ª colocação.
Foto: Lucas Sampaio/Site CARNAVALESCO
Os artistas que assinam o enredo conversaram com o site CARNAVALESCO. André Marins se mostrou otimista com a qualidade do tema. “Eu tenho esse enredo há muito tempo e ele foi se construindo. E quando eu conheci o Júlio, nós começamos a recriar, porque foi um casamento muito bacana. Hoje eu falo que o enredo não é só nosso, mas como dos Gaviōes da Fiel. Ou seja, o autoral não existe porque faz parte de uma comunidade muito grande e, desde o momento em que a gente joga para esse público, é o que conquistamos. Foi abraçado pela diretoria e por todo mundo. Vamos fazer um dos melhores carnavais. Não sei se dos Gaviōes, mas um dos melhores de todas as escolas de 2023”, disse.
Carnavalescos André Marins e Júlio Poloni
Promovido a carnavalesco para fazer dupla com André Marins, Júlio Poloni falou da proposta do carnaval dos Gaviões da Fiel para o próximo desfile. “A mensagem do enredo é mostrar que Deus se revela de muitas formas. Como as pessoas enxergam e entendem ele. Como Deus enxerga as coisas não cabe a nós, cabe a Ele. A gente vai colocar na Avenida essa mensagem de paz, união, amor e como todas as religiões no fundo passam essa mensagem. Então a gente vai mostrar a congregação da mensagem entre as religiões”, explicou.
André Marins comentou como está o ritmo de produção da escola nos bastidores. “Nós já estamos trabalhando há mais de três meses e, graças a Deus, estamos fazendo um grande trabalho. Está bem avançado”, finalizou.
A construção de um mundo melhor
Voz dos Gaviões da Fiel desde antes da agremiação se tornar escola de samba, Ernesto Teixeira fez uma reflexão sobre o desempenho da Fiel Torcida no desfile deste ano. “2022 foi um carnaval de superação. Depois de dois anos paralisado, a gente teve que repaginar a estrutura da escola e do carnaval que já vinha sendo trabalhado há dois anos. Foi muito difícil. Mas com o esforço de todo mundo, diretoria, comunidade, aquela garra e fé do corintiano, conseguimos uma boa classificação diante das perspectivas. Para o ano que vem, é muito maior”, declarou.
Na visão do intérprete e diretor de carnaval, os Gaviões darão continuidade a uma mensagem de paz para 2023. “Nesse carnaval de 2022, a gente deu um grito de “Basta”. Fizemos o alerta para todas as intransigências e, agora, a gente mostra que através da fé e do amor, é possível construir um mundo melhor. É praticamente uma sequência de enredos, apesar de ser carnavalescos diferentes”, concluiu.
Um carnaval de superação
O primeiro mestre-sala dos Gaviões da Fiel, Wagner Lima, celebrou o resultado obtido em parceria com a porta-bandeira Gabriela Mondjian no último Carnaval. “Em 2022 foi um carnaval de superação. No ano anterior, fomos considerados o casal que tirou a nota mais baixa. Mas, devido à pandemia, tivemos um bom pedaço pra ensaiar, rever o que aconteceu. Então, foi um Carnaval de superação em todos os sentidos, mas a gente veio conectado no samba, fomos desacreditados pelo mundo do samba, mas graças a Deus, com trabalho e dedicação, viemos com as quatro notas 10”, disse o dançarino.
Wagner está focado na preparação para o próximo desfile, e projeta obter novamente um grande resultado no quesito. “É um enredo sobre religião, mexe com o sentimento. A gente quer a mesma energia de 2022, mas dando aquela explosão falando de fé, esperança e graças a Deus sem pandemia, com o tempo certo do carnaval. Então a gente quer abraçar o enredo, a conexão com a minha porta-bandeira e fazer um grande trabalho. As quatro notas que tiramos ficaram para trás. Agora é uma nova história sendo escrita e a gente está na expectativa de escrever uma linda história de novo”, concluiu.
Compositores: Paulinho Bandolim, Guilherme Sá, Edgar Filho, Alana Valente, Leandro Henrique, Thiago Mangaba, Fábio dos Santos
Participação especial: Bernardo Pilotto
Intérprete: Pixulé
Meu primeiro traço despontou
Na tela branca de Olodumaré
Em minhas mãos o dom que vem do criador
Fiz a paz de Oxalá resplandecer
Linhas se encontram no painel
Destinos são traçados de um pincel
Matizes derramei em aquarela
E assim a natureza se revela
Verde mata de Oxóssi, Okê Arô!
Rosado do céu de Oyá, rubro céu, Kaô!
Dourado de mamãe Oxum, Ora iê iê ô!
Beijando o azul do amor de Iemanjá
Quem risca a pemba no chão sou eu
Quem firma o Alujá sou eu
Da gameleira talhei a madeira
Pintei xirê de Orixá no Afonjá
Axé do sagrado padê
Do colorido que invade as ruas
Axé é a força da fé
É a farra de cada gravura
Meu olhar na festa pra festa que não tem fim
Vai do dia Dois de Fevereiro à Lavagem do Bonfim
Revela a Bahia que vive em mim
Corre a tinta na cascata essa força ancestral
Faz do samba o retrato da coroa imperial
Gira baiana, minha inspiração
Reluz na imagem, dourada Ialodé
Ao meu Império um quadro de amor
No canto assinado: Obá de Xangô
De todas as cores, das cores do Axé!
Compositores: Diego Nicolau, Richard Valença, Thiago Meiners, Valtinho Botafogo, Fábio Turko, Romeu Almeida e Víctor Rangel
Participação Especial: Tem-Tem Jr
Intérpretes: Pitty de Menezes, Tem-Tem Jr e Leozinho Nunes
Traços no compasso do infinito
Magia das cores ao som de tambores
Matizes se encontram na encruzilhada
A vida se cria, floresce nossa morada
Despontam os galhos no chão do Ayê
Toque de Olodumarê
QUANDO OXOSSI GIRA EM TERRA, É FLECHA DE GUERRA
ALASTRA O FOGO QUE ENTRELAÇA NO TROVÃO
GIRA YAÔ AO CANTAR DA BELA OXUM
NA IMENSIDÃO DO MAR, MEU VERDE BEIJA O AZUL
ELE É OBÁ DA CURIMBA FEITICEIRA
RISCA PONTO NO ALUJÁ, RISCA VIDA NA MADEIRA
Que dá um nó emanando sentimentos
Na palha tem orixá, é talha, assentamento
No couro mãos de sangue de Ogã
Padê pro santo, Atotô Xapanã
Ê erê na beira do Rio vermelho
Curumim deu gargalhada
Tem benjoim, água de cheiro
Na arte emoldurada
Império, resistência a cor da noite
O mestre-sala que nunca teme açoite
E QUANDO TINGEM VERDE E BRANCO NA AVENIDA
É CORTEJO DE VITÓRIA, DESCE O MORRO DA FORMIGA
FILHO DO AXÉ, PROTEGIDO DE OXALÁ
SOU IMPÉRIO DA TIJUCA, VOCÊ TEM QUE RESPEITAR
NESSA AQUARELA DESENHEI MEU PAVILHÃO
NADA APAGA NOSSA HISTÓRIA, É NOITE DE COROAÇÃO
Compositores: Samir Trindade, Ricardo Simpatia, Bachini, Julio Pagé, Wagner Zanco, Osmar Fernandes e Almeida Sambista
Caminhos abertos pro Axé
Orum -Ayê
Na imensidão de Olodumarê
Na tela o branco de Oxalá
Xeu Êpa Babá, Xeu Êpa Babá
Raízes, aquarela, energia
Kosi Ewê Kosi Orixá
É folha, seiva viva de Oxóssi
Traz força, ventania de Iansã
Um fogo justiceiro bem mais forte
Meu pai Ogum, mamãe Oxum
Guiando o amanhã
É água salgada de Odoyá
Águas sagradas de Yemanjá
Obá Obá de Xangô
Risca esse chão
Assenta o orixá no xirê desse terreiro
Pinta meu corpo retinto macumbeiro
Tambor ô ô ô ô Ogã
Tambor ô ô ô ô Ogã
Evoca magia ancestral
Nas ladeiras, ritual
Colorida a Bahia é canjerê
Nuance de festa emoldurada na fé
Gira baiana carregada de dendê
Eu sou de Jorge, cavaleiro de batalha
Do altar, da feijoada
Dos matizes do amor
E me encontro no “Batuk” verde e branco
Minha arte é acalanto
Hoje o samba é multicor
Sobe o Morro da Formiga filho de Odé
Faz do pincel o meu ofá
Nas cores do Axé
O Império da Tijuca vem sonhar
Compositores: André Diniz, Eduardo Katata, JC Couto, Ferreti Vargues, Gilsinho Oliveira, Carlinhos Allan, Ryan Rodrigues da Caneta
Participação especial: Ronaldo da Ponte
Intérpretes: Emerson Dias, Dowglas, Lili e Vini
MEU POVO É LUNDU, É MACUMBA
É FORMIGA, É TIJUCA
DE TIÃOZINHO E SINVAL
É LUZ DE MARINHO DA MUDA, É BASTIÃO DA CULTURA
O ILÊ DO CARNAVAL
ATABAQUE ME LEVA A BAHIA, ONDE A NATUREZA CRIA
FILHA DE OLODUMARÊ
NAS CORES DO PORTENHO BAIANO
O CHÃO VAI TREMER
OXÓSSI É O REI DA MATA, A MATA BALANÇA O VENTO
O VENTO DE IANSÃ NAS ÁGUAS…DE OXUM
TROVÃO DE XANGÔ CLAREIA
O CÉU VAI ILUMINAR
A LUA NA MARÉ CHEIA…DE IEMANJÁ
MAGIA ESTÁ NO 2 DE FEVEREIRO
NAS IGREJAS E TERREIROS
EM CADA FESTA POPULAR
UM PINGO DE COR NA MENTE DE UM PINTOR É DEVANEIO
TANTOS RABISCOS DO OBÁ
CHEIRO DE FEIRA, FEIJOADA NA PANELA
EM CADA TELA O CENÁRIO DA BAHIA
E A BAIANA VAI GIRAR NA PASSARELA
COM OS TAMBORES DESSA NOSSA SINFONIA
MEU IMPÉRIO DA TIJUCA,
É ARTE, RAÇA E FÉ
É ENERGIA, AXÉ
É SANTIDADE, É BATUQUE É CANDOMBLÉ