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Beija-Flor mobiliza corrente solidária e distribui três mil cestas de Natal em Nilópolis

Treze localidades de Nilópolis, município da Baixada Fluminense, foram visitadas na última quarta-feira, por uma corrente solidária formada pela Beija-Flor em prol das famílias da região e de suas festas de fim de ano. Mantendo uma tradição anual, que não foi abandonada nem durante o auge da pandemia da Covid-19, a escola de samba distribuiu 3 mil cestas de Natal para a comunidade — garantindo, assim, a comida na mesa para a celebração da data no próximo fim de semana.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Beija-Flor

As cestas foram montadas no início da semana, entre segunda e terça, e continham cerca de 20 itens cada: entre eles, bacalhau, arroz, feijão, óleo, sal, açúcar, farinha de trigo, creme de leite, leite condensado e até vinho, para proporcionar o brinde da ceia. Os pontos nilopolitanos contemplados na entrega foram os de Nova Cidade, Novo Horizonte, Morro da Mina, Cabuís, Às de Ouro, Chatuba, Suvaco de Cobra, Curral, Vinte, Cabral, Manoel Reis e Olinda, bem como o centro da cidade.

O processo mobilizou a diretoria da Beija-Flor, incluindo o presidente executivo Almir Reis e o diretor de Carnaval Dudu Azevedo, bem como representantes de segmentos, como mestre Rodney, da bateria “Soberana”. Gabriel David, diretor de Marketing do Rio Carnaval, também esteve presente.

“A distribuição das cestas é uma das grandes tradições do Natal em Nilópolis e uma ação social necessária para garantir que milhares de famílias tenham a ceia que merecem no próximo sábado”, afirmou Gabriel, complementando: “Estou muito feliz em fazer parte desse trabalho novamente”.

Depois da distribuição, que aconteceu pela manhã, a agremiação também realizou um jantar natalino coletivo em sua quadra, na rua Pracinha Wallace Leme, no Centro de Nilópolis. A iniciativa foi voltada para 150 pessoas em situação de rua, que comeram pratos com arroz, feijão, feijão fradinho, frango, farofa e maionese. De sobremesa, foram servidos pudim, manjar, rabanada, bolo e frutas. Houve ainda entrega kits de higiene com sabonetes, pasta e escova de dente, absorvente e lâminas de barbear. Participaram dos trabalhos os diretores de Harmonia, a Velha Guarda, as baianas e a equipe de administração da sede.

Em 2023, a Beija-Flor vai cruzar a Marquês de Sapucaí na Segunda-Feira de Carnaval, dia 20 de fevereiro, com o enredo “Brava Gente! O Grito dos Excluídos No Bicentenário da Independência”. Desenvolvido pelos carnavalescos Alexandre Louzada e André Rodrigues, o tema faz referência às parcelas da população brasileira que ficaram de fora da emancipação do Brasil em relação a Portugal, em 1822.

Programa Empoderadas e Beija-Flor fazem parceria para prevenção e enfrentamento da violência contra a mulher

Não basta ter samba no pé, para fazer bonito na avenida é preciso cuidar da comunidade que faz parte do dia a dia das escolas de samba. É com essa proposta que o Programa Empoderadas, da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, e a Beija-Flor acabam de fechar uma parceria. A quadra da agremiação em Nilópolis irá ganhar uma unidade em janeiro de 2023.

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A proposta é levar um núcleo do Empoderadas, que já funciona em 46 polos em todo o Estado, e atender as mulheres da comunidade com atividades de técnicas de prevenção e enfrentamento a violência contra mulher, rodas de conversa com assistentes sociais, e também atendimento psicólogo e jurídico. Além de acolher e dar suporte para mulheres vítimas de violência, o foco é na prevenção e, por isso, todas as mulheres podem, e devem, participar.

O presidente da Beija-Flor, Almir Reis, destacou a importância do Programa Empoderadas para o acolhimento das mulheres e para a reeducação sobre o que é a violência doméstica e assédio:

“Todos os dias eu recebo mulheres e familiares na quadra com pedido de ajuda sobre situações relacionadas à violência doméstica ou assédio de adolescentes. É algo que não pode mais acontecer, precisamos olhar profundamente a nossa comunidade e espero que a Beija-flor seja um canal de aprendizado junto ao Empoderadas ajudando essas mulheres a sair dessas relações e denunciar seus abusadores”, disse Almir.

O Empoderadas atua com técnicas esportivas de Prevenção e Enfrentamento a Violência contra mulheres por meio dos sinais que antecedem a violência. O Programa, vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, é coordenado pela campeã Mundial de Jiu-Jitsu, Érica Paes. E, trabalha com ensinamentos que vão do uso da inteligência emocional a sistemas de autodefesa, abordando técnicas especiais para a proteção e prevenção da agressão, visando resgatar a dignidade, direitos humanos e autoestima da mulher.

Além disso, realiza a promoção e conscientização dos direitos das mulheres, divulgando leis voltadas à proteção; atendimento psicológico (com extensão para os filhos das alunas); cursos de capacitação e qualificação profissional e reiteração aos estudos.

Presente em cerca de 40 municípios do Estado do Rio, com mais de 130 profissionais atuantes, o Empoderadas já atendeu aproximadamente 120 mil mulheres desde a sua criação.

O projeto presta ainda capacitação por meio de workshops com aulas coletivas e técnicas de defesa pessoal, disciplina e fortalecimento de vínculos.  Espera-se como esse trabalho ajudar as mulheres participantes na busca pela autonomia, conhecimento dos seus direitos, acesso aos equipamentos públicos da rede de atendimento às mulheres, quebra do ciclo de violência, restabelecimento de autoestima e empoderamento.

Como se inscrever no Empoderadas

O Polo será coordenado pela professora Monique Bispo, lutadora de Jiu-jitsu, também Coordenadora do Programa e responsável por outros polos de grande destaque como Nova Iguaçu, Belford Roxo e São João de Meriti.

“As mulheres, após a introdução das aulas, começam a mudar seu posicionamento sobre certas atitudes que antes eram vistas como normais, seja no ambiente doméstico ou ambiente de trabalho. Vejo essa influência se refletir na criação de seus filhos meninos que antes não dividiam as tarefas de casa a mãe ou a irmã. Para mim elas renascem como mulher, e principalmente como ser humano quando começam a entender os seus direitos. E principalmente, que não estão sozinhas”, conclui Monique.

Nilópolis já possui outras duas unidades, com o maior número de alunas fixas matriculadas em todo o estado.

O Instagram do Empoderadas @empoderadas.rj tem o link na descrição com as informações de cadastro, é necessário escolher o local mais próximo a sua casa e, quem quiser fazer parte do polo da Beija-flor basta escolher “Beija Flor de Nilópolis”.

Link: https://linktr.ee/empoderadasrj

Regina Casé e Matheus Nachtergaele serão Maria Bonita e Lampião no desfile da Imperatriz de 2023

O carnavalesco Leandro Vieira convidou a dupla Regina Casé e Matheus Nachtergaele para personificarem Lampião e Maria Bonita no desfile da Imperatriz Leopoldinense em 2023. Os atores estiveram no barracão da escola, na Cidade do Samba, nesta semana, para conhecerem os figurinos desenvolvidos por Vieira. O enredo “O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida“ se debruça nas visões delirantes dos cordéis nordestinos que contam histórias fantásticas sobre a chegada de Virgulino Ferreira da Silva, o famoso Lampião, ao céu e ao inferno.

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Fotos: Divulgação/Imperatriz

Matheus Nachtergaele terá seu primeiro papel de protagonista na Marquês de Sapucaí no próximo Carnaval. O ator não escondeu a alegria do convite para representar o personagem central do enredo no abre-alas da escola de Ramos:

“Me sinto extremamente alegre por ser o Lampião desse desfile. Estou muito feliz em estar na Sapucaí com a Imperatriz Leopoldinense neste ano de retomada do nosso amor próprio”, declara.

O ator também falou da sua relação com o Nordeste. Ao longo da carreira, Nachtergaele deu vida a personagens nordestinos que marcaram a dramaturgia nacional, como João Grilo, no clássico “O Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna, transformado em minissérie e filme.

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“Sou estranhamente um filho de belga, nascido em São Paulo, mas que fui recrutado desde sempre para personagens nordestinos. De certa maneira, o João Grilo me deixou no coração dos nordestinos como um símbolo deles. Então, o chamado do Leandro tem a ver com isso e o meu sim também tem a ver com isso”, afirma.

Nachtergaele também comemora a oportunidade de contracenar com Regina Casé, de quem se declara admirador, pela primeira vez, e destaca a grandiosidade da atriz.

“Regina também tem essa questão de proximidade com o Nordeste. Sou fã dela, mas nunca tivemos essa chance de contracenar antes. Achei linda a escolha dela, que é maior que eu, para representar Maria Bonita. Isso conversa um pouco com as questões atuais de machismo e feminismo. Regina é generosa como atriz e como corpo de mulher. É uma brasileira opulenta e exuberante. Eu sou do tipo mirradinho”, contextualiza.

Fã declarada do carnavalesco de Ramos, Regina Casé também não escondeu o entusiasmo de estar na Avenida em 2023 como destaque do carnaval do artista. Quando perguntada sobre o convite, a atriz celebrou o responsável pelo enredo da escola e festejou a comunidade do Complexo do Alemão, território que faz parte dos domínios comunitários do grêmio carnavalesco da zona da Leopoldina.

“Receber um convite do Leandro para vir no abre-alas da Imperatriz não é um convite. Pra mim, que sou fã, é quase uma ordem. Vim imediatamente ser a sua Maria Bonita” brinca a atriz, que aproveita a oportunidade para mandar um recado à comunidade:

“Eu quero todo o Complexo do Alemão comigo, sambando feliz, comemorando o ano novo que só começa com o carnaval”.

Carioca da gema, Regina nunca negou suas raízes nordestinas. A família de Caruaru sempre foi motivo de orgulho. Por esta razão, o enredo encontrou terreno afetuoso no coração da atriz.

“O tema tem tudo a ver comigo. Minha família é toda de Pernambuco, a terra de Lampião. Meu tio avô era palhaço da feira de Caruaru. Esse universo é o meu mundo. É a minha criação”, revela.

Grande Rio programa visitas com segmentos em bares que fazem sucesso no Rio

O Acadêmicos do Grande Rio se apresenta, no domingo, dia 8 de janeiro, às 15h, no Baródromo, um dos bares mais badalados da cidade. Com decoração temática, o local se tornou um verdadeiro ponto de encontro dos amantes da cultura do carnaval e do samba-enredo e faz sucesso por ser um dos únicos locais a tocar o gênero o ano todo.

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Com o objetivo de se aproximar do público que, muitas vezes, não tem acesso às escolas de samba na Marquês de Sapucaí ou nas quadras, o “Grande Rio, tu tá tocando ondé?” vai percorrer, no pré-Carnaval, diversos bares da cidade para unir os diferentes universos da cultura carioca que, eventualmente, deixaram de dialogar.

“Percebemos que existem muitos moradores do Rio de Janeiro que admiram as escolas de samba, mas não estão consumindo o que elas oferecem hoje em dia. Queremos mostrar para o carioca que essas agremiações estão cada vez mais vivas e pulsantes”, declara Mozart Dalua, Diretor Social do Acadêmicos do Grande Rio e idealizador do projeto.

Além da apresentação no Baródromo, estão previstas mais duas incursões até a data do desfile oficial da escola, em locais ainda a serem divulgados.

A Grande Rio é a segunda escola a desfilar no domingo de Carnaval, dia 19 de fevereiro, com o enredo “Ô Zeca, o pagode onde é que é? Andei descalço, carroça e trem, procurando por Xerém, pra te ver, pra te abraçar, pra beber e batucar!”, em homenagem a Zeca Pagodinho, desenvolvido pelos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora.

Serviço:
Grande Rio, tu tá tocando ondé?
Data: 8 de janeiro de 2023
Local: Baródromo – Rua Dona Zulmira, 41 – Maracanã
Horário: 15 horas
Entrada franca

Por dentro dos ritmos: Saiba detalhes sobre a bateria da Unidos da Tijuca

Para o próximo carnaval, a bateria da Unidos da Tijuca pretende levar um total de três paradinhas para a avenida. Duas já estão sendo ensaiadas e assimiladas pelos ritmistas. A preferência é inserir a terceira bossa somente quando as duas primeiras já estiverem enraizadas mentalmente. Embora esteja utilizando timbal dentro de arranjos musicais, a adequação cultural ao enredo da escola não será somente por esse caminho. Casão buscará explorar os próprios tambores já presentes da bateria (os surdos de primeira, segunda e terceira). A musicalidade presente nas convenções ensaiadas dá ênfase aos toques de tambores, se aproveitando inclusive das diferenças entre os timbres para consolidar a sonoridade em meio à levada baiana presente na melodia do samba.

Uma característica marcante da bateria “Pura Cadência”, além do próprio andamento mais para trás e da bela afinação de surdos, é uma batida de caixas uníssona, consistente e com ampla ressonância acústica. Ressonância acústica é um termo físico que explica a propagação de sons emitidos com a mesma frequência, o que ocasiona um drástico aumento na amplitude. Isso ocorre devido aos caixeiros tijucanos emitirem um som limpo, uniforme e ressonante, enquanto tocam praticamente no mesmo volume, de forma leve e equilibrada. O ressoar das caixas da Tijuca serve como base sonora para os demais naipes do ritmo. A filosofia musical de tirar som da peça, sem dar pancada no instrumento auxilia demais na exibição de um alto padrão musical das caixas, bem como no restante da bateria. Esse é um dos nortes dentro da bateria tijucana, produção de ritmo com leveza, disciplina e educação musical. A preocupação é garantir que a musicalidade de cada naipe agregue valor sonoro ao conjunto da bateria.

Outra identidade musical da bateria da Tijuca diz respeito à ala de tamborins, com ritmistas mesclando os toques de dois por um (2×1) e três por um (3×1). Essa união rítmica de batidas distintas impacta positivamente o já destacado naipe de caixas de guerra, permitindo uma coesão musical. Com simplicidade e funcionalidade, as convenções rítmicas dos tamborins se pautam por aproveitar as nuances melódicas do samba-enredo da escola. Uma ala de tamborim que prefere não inventar muito, visando o impacto musical que pode agregar ao ritmo, sempre casando as batidas com o que a melodia da obra tijucana pede.

Segundo o mestre, essas peculiaridades fazem parte de um projeto voltado exclusivamente para auxiliar a agremiação. Como Casão costuma dizer, a bateria da Tijuca toca para a escola, pensando no canto, na dança e no melhor desfile possível para todos os segmentos. Harmonizar musicalmente todo o ritmo, levando em conta o conjunto da sonoridade produzida é o fio condutor do trabalho de Casagrande na bateria da escola do Borel.

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Foto de Allan Duffes/site CARNAVALESCO

Mestre Casão aproveita para deixar um agradecimento especial ao carro de som da Tijuca, plenamente adaptado ao samba-enredo para o próximo desfile. Trabalhar com Wantuir que tem raiz fincada dentro da escola, além da talentosa e premiada Wic Tavares, tem permitido que a musicalidade tijucana aflore cada vez mais. Wic Tavares venceu o Estrela do Carnaval de revelação, entre outros prêmios, o que ajuda a sacramentar a nítida boa fase musical da Unidos da Tijuca.

Com 43 anos de Águia de Ouro, mestre Juca diz não viver sem a escola

Uma das histórias mais antigas do carnaval de São Paulo é entre o mestre Juca e a Águia de Ouro, um casamento, que logo vira ‘Bodas de Ouro’. São 43 carnavais juntos com a escola da Pompeia e inúmeras funções dentro da comunidade, até chegar no comando da “Batucada da Pompeia” no fim de 1992. Sempre receptivo, Juca é a cara da Pompeia, e contou sua trajetória na escola para o site CARNAVALESCO.

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Foto: Fábio Martins/Site CARNAVALESCO

“Cheguei na escola em 1979, comecei ensaiar para o carnaval de 1980. Sai na bateria até 88, em 89 a gente teve a felicidade de ganhar o samba, e sai na ala de compositores, 90 também na ala de compositores. Em 91 e 92 eu saí como apoio de canto, cantando com o Douglinhas na avenida. Daí em setembro de 92, eu assumi a bateria da Águia e estou até hoje. Esse aqui vai ser o meu 31ª desfile como mestre de bateria”.

Título conquistado, mas foco principal é a comunidade

Campeã do carnaval em 2020, a Águia de Ouro conseguiu o que tanto sonhou, a vitória no Grupo Especial. Antes conquistou três títulos do Grupo de Acesso I, 1998, 2009, 2018, todos com Juca na bateria. O mestre ressaltou sua principal missão frente a “Batucada da Pompeia”.

“A comunidade da Águia tem uma bateria que toca para eles. A gente não toca para jurado, diretor, para ninguém. Tocamos para a comunidade, e isso tem dado resultado”.

Projeto de formação e estilo da batucada

Mestre Juca reforçou em diversos momentos sobre a escola ser muito receptiva e contou como funciona para integrar os jovens da Zona Oeste de São Paulo, e claro, a todos interessados em participar da agremiação azul e branco.

“É o lance de ser receptivo, os moleques a gente fala que são os pivetes infernais da Pompeia, tem até um samba exaltação sobre isso. A molecada se integra, pois é um trabalho diferente com eles, não vem só para o ensaio, por exemplo hoje a molecada está com a gente desde tarde. Passam o dia na quadra, fazemos um trabalho legal”.

Criação da batucada feminina

Seguindo o ritmo da receptividade, mestre Juca trata um tema em especial no qual participou no fim dos anos 1990 e quase início dos anos 2000, que foi a criação da ‘Batucada Feminina’, a primeira do Brasil, e consequentemente do mundo.

“As mulheres sempre tiveram na bateria da Águia, desde 1999 já saíram mulheres. Tanto que montamos a primeira bateria feminina do mundo, a gente achava que era do Brasil, no fim fomos atrás e oriunda foi a primeira escola de samba do mundo. É um trabalho legal, todo mundo respeita, as meninas são respeitadas, é mais fácil de trabalhar com elas”.

Vivendo e aprendendo com a ‘Águia sempre altaneira’

Quando falamos em Águia de Ouro e Batucada da Pompeia, claramente, mestre Juca é um símbolo da comunidade. Tantos carnavais e anos com a escola, e nem por isso, fica parado em uma só ideologia, ou projeto. Ele contou para o site CARNAVALESCO que tem mudanças para 2023.

“Esse ano aqui para a gente que é da bateria da Águia de Ouro é um trabalho novo, é tudo novidade, pois a gente mudou a levada de caixa. A gente tinha uma levada de caixa desde a fundação da escola e esse ano a gente resolveu mudar, mais por causa do andamento. A gente tinha uma levada de caixa mais ralentada, na verdade, a diretoria que foi formada para o carnaval de 2023 está sendo uma diretoria muito atuante dentro da bateria, e o trabalho está fluindo normalmente. Muita gente que tinha vontade de sair na bateria da Águia de Ouro está chegando esse ano também. O trabalho está fluindo bacana, a ala musical não temos problemas, só fera cantando ali, então a gente está feliz com o que está acontecendo esse ano”.

Trio Interprete

Claro, toda bateria precisa de entrosamento com os intérpretes e na Águia de Ouro tem um trio, uma novidade para 2023 é o Chitão. Mas mestre Juca mostrou tranquilidade em relação ao entrosamento.

“São feras, o Chitão canta muito, o Serginho do Porto já era da casa, Douglinhas preciso nem falar, falar nada, está todo mundo alinhado. Estamos fazendo alguns ensaios específicos, e o trabalho está fluindo”.

‘Águia de Ouro lá vem ela reluzir’, o ritmo do lindo samba de 2005

Para fechar, fica o recado do símbolo da escola, mestre Juca resumiu o seu sentimento: “Minha vida. Aqui eu passei a minha infância, juventude, agora a minha velhice e estou aqui. Só que não vivo sem a Águia de Ouro”.

Para 2023, a Águia de Ouro cantará “Um Pedaço do Céu” e será a sexta escola a desfilar no sábado, dia 18 de fevereiro, no Sambódromo do Anhembi.

Novo presidente da Riotur promete avanço por Cidade do Samba 2 e ‘revolução’ na estrutura dos desfiles na Intendente

Anunciado em novembro como novo presidente da Riotur pelo prefeito Eduardo Paes, Ronnie Aguiar Costa presidiu o corpo de jurados que escolheram Djeferson Mendes como Rei Momo, Mariana Ribeiro, a Mari Mola, como Rainha do Carnaval, e Monalisa Lúcia e Rhuanda Monteiro como primeira e segunda princesas respectivamente. Em conversa exclusiva com a reportagem do site CARNAVALESCO durante o evento, ele falou sobre a escolha da corte, o planejamento para o Carnaval 2023 e o próximo Réveillon, além de atualizar a situação da busca pela construção da Cidade do Samba para escolas da Série Ouro e melhoria em geral para a estrutura dos desfiles e para as agremiações que se apresentam na Estrada Intendente Magalhães. Confira abaixo a entrevista completa.

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Foto: Alexandre Macieira | Riotur

Qual é o tamanho da sua missão no comando da Riotur?

“Para mim não é uma missão. É um orgulho e uma honra muito grande estar à frente da Riotur da prefeitura do Rio. Agradeço imensamente ao prefeito Eduardo Paes pela confiança. Já fiz outras funções para ele a vida inteira, mas ele sabe do meu carinho e do meu amor pelo samba, pelas festas, pelo Réveillon, para mim é uma honra muito grande fazer parte dessa festa”.

O que o presidente da Riotur pode falar do resultado da Corte do Carnaval 2023?

“O concurso da corte para mim sempre foi muito importante, porque acho que a corte representa o que o carioca mais faz no mundo que é viver, ser feliz, e a gente entrega e não é à toa a chave da cidade para a corte, para o Rei Momo cuidar da cidade no período do carnaval. O evento foi maravilhoso, agradecemos muito as pessoas que participaram, que ajudaram a gente a fazer essa linda festa e a gente entregou para o carnaval carioca, a melhor corte possível para esse ano”.

A subvenção do Grupo Especial foi recorde. O que esperar para Série Ouro e Intendente? Na Intendente, o que é possível melhorar na estrutura da pista e entorno?

“A gente tem uma parceria incrível, eu pessoalmente, independente da instituição Riotur, o Ronnie pessoa física sempre teve uma relação maravilhosa com a Liesa, com as escolas de samba, e a gente não está pensando neste carnaval em melhorar só as escolas do Grupo Especial, a gente vai fazer a mesma coisa com o Grupo de Acesso, Série Ouro e também Intendente Magalhães, lá vamos ver a revolução maior. A gente está cheio de surpresas para poder fazer o carnaval da Intendente Magalhães com dignidade, que as escolas ali merecem, com a população que também vai lá prestigiar as escolas que são bairristas, que levam realmente as comunidades para esse desfile. Nós vamos dar dignidade. E semana passada o prefeito anunciou o compromisso dele de fazer a Cidade do Samba 2, é um compromisso antigo. Tiveram alguns problemas no terreno que havia sido escolhido. A gente está com as negociações bem avançadas para o terreno na Zona Portuária, São Cristóvão, que vai beneficiar e ajudar muita as escolas do Grupo de Acesso”

O Sambódromo terá alguma novidade para 2023? A Iluminação cênica e os telões em cima das arquibancadas estão confirmados? 

“Na Sapucaí, o prefeito conseguiu duplicar o tamanho dela, conseguiu fazer a obra que a transformou no projeto original do nosso querido Oscar Niemeyer, e podem ter certeza que terão muitas surpresas, com a luz cênica. A gente fez recentemente uma grande reforma na Sapucaí, atualizando as coisas de segurança pública, os extintores de incêndio, retiramos cabos que passavam pelo meio da Avenida, construímos internamente passagens para esses cabos. A Sapucaí, a gente precisa melhorar muito mais sempre, mas a Sapucaí esse ano vai estar melhor que os outros anos, pode ter certeza”.

Em relação ao Réveillon, o que promete para os cariocas e turistas? Teremos escolas de samba no Réveillon?

“O réveillon é uma das maiores festas abertas do mundo, junto com o carnaval, então o Rio de Janeiro tem as duas maiores festas do mundo a céu aberto. Vamos fazer um réveillon incrível, cheio de novidades, com artistas de renome internacional, com as escolas de samba que vão estar em todos os palcos, e o mais legal é que a gente vai democratizar todas festas da virada. É uma confraternização que a gente vai poder voltar a se abraçar e a gente vai fazer um réveillon espalhado por toda cidade, na Zona Oeste, Zona Norte, Paquetá, Ilha do Governador. A gente democratiza essa festa para todos os cariocas e aqueles que não tem oportunidade de se deslocar para Copacabana”.

O que sonha fazer com as escolas nos próximos anos da sua gestão?

“Apesar do pouco tempo como presidente da Riotur, eu milito no carnaval há muito tempo e todos esses anos que o prefeito Eduardo Paes já é prefeito, eu sempre estive o tempo todo ao lado dele cuidando um pouquinho de cada coisa. E o carnaval, além de ser uma das coisas que ele cuida, eu tenho muito carinho por esse evento. O prefeito Eduardo Paes é o maior incentivador desta festa porque isso não é só um carnaval. Isso movimenta toda a cidade, movimenta a economia do Rio de Janeiro inteiro, bares, restaurantes, hotelaria, indústria. O investimento, na verdade, o apoio cultural, não é mais subvenção, o apoio cultural que a prefeitura dá para esse evento através das escolas de samba que fazem o evento, mas é um investimento que a prefeitura recebe mil vezes mais do que investe por conta dos impostos que arrecada, movimenta a economia, gera empregos. A ajuda que a prefeitura faz para esse evento que é o carnaval é insignificante se comparada com o retorno financeiro e visibilidade que é gerada para a cidade do Rio de Janeiro”.

Por dentro dos ritmos: Saiba detalhes sobre a bateria da Grande Rio

Mestre Fafá comandou durante anos a bateria da escola mirim Pimpolhos da Grande Rio. Durante essa trajetória acompanhou o trabalho de muitos mestres na agremiação. Sempre cultivando a vontade de vencer o carnaval, como torcedor fervoroso da escola de Caxias. O sonho de comandar a bateria da Grande Rio veio junto com três anos de notas dez, premiações, além do tão almejado e desejado primeiro campeonato. A conquista tem sabor especial em meio a uma diretoria jovem, que assumiu de forma desacreditada, mas hoje colhe os louros de um processo bem sucedido e vitorioso. A chegada do pai, Du Gás (ex diretor de confiança e braço direito de mestre Odilon), foi seguida da abertura de um clarão na quadra no dia da comemoração do título. O respeito, o carinho e a catarse de um momento inesquecível seguem vivas nas memórias de Fafá. O peso das expectativas é encarado com um misto de pressão e alívio. O título inédito tira certa carga, deixando o ambiente mais leve, ao mesmo tempo em que a briga por um bicampeonato também carrega uma responsabilidade extra no que será apresentado para o próximo carnaval.

Junto do diretor social Mozart da Lua, mestre Fafá foi idealizador do “Festival Guardiões da Favela”, que recebeu todas as baterias do Grupo Especial, além de União da Ilha do Governador, Mancha Verde e Mocidade Alegre. Em sua avaliação existe a plena ciência que houve muitas falhas. O atraso além do previsto também alongou muito a duração do evento. Mas o feedback no geral foi positivo. Um evento de sambista para sambista. Sabendo dos erros ocorridos, o intuito é corrigir para fortalecer progressivamente os vínculos entre ritmistas e agremiações. A segunda edição está garantida e o mestre promete surpresas, a serem anunciadas semanas após os desfiles oficiais.

A identidade musical da bateria da Grande Rio, resgatada por mestre Fafá, foi consolidada durante a passagem de mestre Odilon. Seus pilares fundamentais são cadência, educação musical e boa equalização. Esse conjunto também recebe o impacto de um naipe de caixas consistente (tocando mais leve na primeira do samba e com volume maior durante a segunda), além de surdos de terceira que se aproveitam das nuances melódicas para fazer desenhos. O lema “É proibido correr” já estampou até blusa, deixando clara a preferência pelo andamento cadenciado. A preocupação com educação musical é tanta que o mestre ao fim do ensaio vai se despedindo naipe a naipe até só sobrarem os surdos, que ouvem cobranças para que os marcadores sempre cantem o samba. Fafá é o único mestre de bateria do Grupo Especial que no momento possui um mapa de desfile, indicando o lugar exato onde cada ritmista irá desfilar. A organização musical considerável contribui na equalização de todo o ritmo, influenciando de forma positiva na sonoridade.

Uma característica bem específica que mostra sua marca, seguindo uma linha distinta de mestre Odilon são os agogôs, tanto desenhando o samba, como contribuindo na musicalidade das paradinhas. Todos os agogôs são padronizados, comprados no mesmo fornecedor, o que facilita na unidade sonora, dando um notório impacto musical à bateria da Grande Rio. Mestre Fafá revela certo incômodo com o apelido “Invocada”, por não achar que representa de forma orgânica as peculiaridades musicais de sua bateria. Não chega a corrigir quem chama desse jeito, mas confessa não curtir e a tendência é cair em desuso. Há a preferência pelo nome puro e simples, bateria da Grande Rio.

Através da filosofia do “menos é mais” as paradinhas são concebidas. Sempre com respeito à métrica do samba, sem serem longas e se aproveitando da funcionalidade. Para o Carnaval 2023, pretende levar quatro bossas para a Avenida. No momento a bateria já está ensaiando duas, inclusive antes do ensaio começar, Fafá comandou o exercício de repetição com microfone passando as coordenadas e buscando correções. O grau de complexidade superior ao do carnaval passado comprova a evolução do ritmo em Caxias. Para homenagear Zeca Pagodinho (enredo do próximo carnaval) algo está sendo pensado para realçar os “Realejos”, tão presentes principalmente nas introduções de suas canções. Na gravação da escola no álbum oficial, a presença de um belo arranjo com gaita fez essa alusão musical com muito bom gosto. Existe uma busca, portanto, de alternativas musicais que driblem o regulamento, que impede instrumentos de sopro.

Mestre Fafá credita 50% do sucesso da bateria da Grande Rio ao intérprete oficial Evandro Malandro. Evandro comprou e bancou a ideia da filosofia musical baseada em cadência. A relação de sintonia fina entre mestre de bateria e intérprete fica evidente a cada treino, à medida que ambos vão se comunicando e alinhando em prol da melhor musicalidade possível para a escola. Evandro e Fabrício se mostraram verdadeiros trunfos musicais depois de uma atuação durante o ensaio que explicita o entrosamento de ambos na condução do samba enredo. Major é o apelido que Evandro colocou em Fafá e já está enraizado dentro da cultura da agremiação. Diz respeito ao aspecto praticamente onipresente do Major Fafá conferindo, incentivando e dando opiniões nos trabalhos dos mais diversos segmentos. Um autêntico torcedor da Grande Rio que não só comanda a bateria, como ajuda onde pode.

Milton Cunha reúne 1.500 passistas em encontro nacional no Parque Madureira em janeiro

Dia 08 de janeiro os passistas de todo país têm um encontro marcado: a partir das 17h, acontecerá no Parque Madureira Mestre Monarco, o II Encontro Nacional de Passistas e a IV edição do Baile de Passistas. O evento é idealizado e apresentado pelo comentarista de carnaval, pós-doutor em Narrativas de Cultura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Milton Cunha.

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Foto: Divulgação

O Baile dos Passistas surgiu em 2017 sempre trazendo um homenageado anual para que as novas gerações celebrem a ancestralidade. O escolhido para 2023 será o grande baluarte do ziriguidum, Careca. O Baile dos Passistas ajudou a fundar a APASB, Associação dos Passistas de Samba no Pé do Brasil / Ciro do Agogô, que aproveita a data do Baile para realizar Encontros Nacionais de suas sucursais, espalhadas pelos estados brasileiros.

Como não poderia deixar de ser, o evento é aberto ao público e terá transmissão on-line pela Fita Amarela. Dentre as 57 alas de passistas das Escolas de Samba de todos os grupos, que apresentarão toda a criatividade na passarela criada exclusivamente para o evento, podemos destacar a participação da Corte Sênior (rei, rainha, príncipe e princesa com mais de 60 anos), a Ala Plus e a passista com nanismo, que desconstroem os arquétipos de que há um corpo ideal para ser passista, o que colabora com a inclusão nas alas espalhadas pelo Brasil.

O Baile não é competitivo, nem comparativo. Cada edição mais histórico com elevada importância cultural, terá patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Cultura, através do prefeito Eduardo Paes.

SERVIÇO:
ll ENCONTRO NACIONAL DA APASB (Associação dos Passistas de Samba no Pé do Brasil – Ciro do Agogô) E lV BAILE DOS PASSISTAS DO CARNAVAL BRASILEIRO
Data: 07/01/2023
Horário: 17h
Local: Parque Madureira Mestre Monarco
Endereço: Rua Soares Caldeira, 115 – Madureira – Rio de Janeiro – RJ