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Bairro da Mangueira pode ter área de lazer e cultura inspirada no Parque Madureira

Tia Surica, Selminha Sorriso, Rachel Valença, Tiãozinho Mocidade, Mestre Odilon, Mestre Dionísio, Rubem Confete, Zélia Confete e Nilcemar Nogueira. Integrantes do Conselho do Samba, do Museu do Samba, são esses os baluartes que assinam a carta endereçada ao prefeito Eduardo Paes pedindo a criação de uma área de lazer e cultura inspirada no Parque Madureira, em um terreno abandonado ao lado do museu, aos pés do Morro de Mangueira.

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Foto: Divulgação

A carta foi entregue ao presidente da Riotur, Ronnie Aguiar Costa, escalado por Paes para interagir com os sambistas sobre a proposta. “O próximo passo é vocês sugerirem os equipamentos necessários às atividades culturais e de lazer demandadas pela comunidade e o Museu do Samba, para que a Prefeitura faça um estudo de viabilidade”, afirmou o presidente da Riotur, que chamou para a conversa o subprefeito da Zona Norte Diego Vaz.

“Nossa ideia é que o espaço seja uma área de convivência para a criança brincar e o idoso jogar suas cartas, ao mesmo tempo em que abrigue atividades educativas e culturais ligadas ao samba, como rodas e a gastronomia tradicional das velhas baianas; nesta região não temos nada semelhante, a exemplo das bem-sucedidas iniciativas Parque Madureira e Feira das Yabás, por exemplo”, detalhou Nilcemar Nogueira, fundadora do Museu do Samba.

O terreno em questão fica na rua Visconde de Niterói, ao lado do Museu do Samba, aos pés do Morro da Mangueira. Havia ali um prédio do IBGE que foi implodido para construção de unidades do Minha Casa, Minha Vida, objetivo que não se concretizou. Hoje a área está abandonada e sem tratamento paisagístico, deixando o museu vulnerável a invasões, além de ter se tornado criadouro de insetos.

Luiz Carlos, do Raça Negra, canta o samba do Tuiuti para o Carnaval 2023

Um dos mais elogiados sambas desta temporada carnavalesca ganhou uma versão exclusiva na voz do cantor Luiz Carlos, do Raça Negra. O vocalista do renomado grupo enviou um vídeo entoando a obra de Cláudio Russo, Moacyr Luz, Gustavo Clarão, Júlio Alves, Alessandro Falcão, Pier Ubertini e W. Correia sobre a inédita narrativa da chegada dos búfalos ao Brasil.

No desfile deste ano, a azul e amarelo será a primeira a desfilar na segunda-feira de Carnaval com o enredo “Mogangueiro da cara preta”, dos carnavalescos Rosa Magalhães e João Vitor Araújo.

Neste domingo, o Tuiuti realiza ensaio técnico na Marquês de Sapucaí, a partir das 22h.

Liesa informa que lavagem do Sambódromo está mantida para o Carnaval 2023

A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa) informou que a lavagem da Sapucaí está confirmada para ser realizada esse ano. Como já tinha sido noticiado anteriormente a única mudança é que o encontro mudou do domingo para o sábado. Acontecerá no dia 11 de fevereiro, antes dos ensaios técnicos da Vila Isabel e Viradouro, que também vão fazer o teste de som e luz da Avenida.

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Foto: Allan Duffes/Site CARNAVALESCO

A Liga teve que se posicionar sobre a lavagem, porque o colunista Ancelmo Gois, de O Globo, noticiou que houve uma votação e que teria sido cancelada o encontro de fé na Sapucaí. O site CARNAVALESCO apurou que não houve votação, na verdade, o discutido foi a diminuição do tempo de duração, passando de duas horas para uma hora de duração.

Confira a nota divulgada pela Liesa: “A tradicional lavagem da Sapucaí será realizada no dia 11 de fevereiro, sábado, às 18h30, antes dos ensaios técnicos com testes de luz e som de Vila Isabel (20h30) e Viradouro (22h). O calendário oficial do Rio Carnaval para a temporada, que inclui o evento, foi divulgado em 1º de novembro pela Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa) e não houve alteração desde então. O presidente da entidade, Jorge Perlingeiro, reforça que o compromisso está mantido”.

Forte chuva afeta ensaio técnico da Colorado do Brás no Sambódromo do Anhembi

A Colorado do Brás abriu a segunda semana de ensaios técnicos no Sambódromo do Anhembi, em preparação para os desfiles do Carnaval 2023. Única agremiação a realizar um treino geral na última sexta-feira, a Vermelho e Branco do Canindé teve sua apresentação muito comprometida pela forte chuva que começou a cair assim que a comunidade pisou na Avenida. Apenas a comissão de frente conseguiu dar uma amostra de seu valor logo no começo, o que somado ao pequeno número de componentes que compareceram, fez com que a escola encerrasse sua passagem com apenas 45 minutos. A Colorado lutará para retornar ao Grupo Especial com o enredo “A Ópera de Um Pierrot”, e será a sexta escola do Grupo de Acesso a se apresentar no domingo, dia 19 de fevereiro.

Comissão de Frente

Único quesito da Colorado que conseguiu aproveitar de fato o ensaio em algum momento, a Comissão de Frente apresentou uma dança leve, rica em expressões faciais com o protagonismo de um casal levemente caracterizado como Pierrot e Colombina. A coreografia se encaixa no andamento de uma passagem do samba da escola, tendo como ponto de partida um bater de palmas de todos os atores ao mesmo tempo durante o refrão principal.

De acordo com a coreógrafa Paula Gasparini, a mensagem que o grupo cênico pretende transmitir é a de que, mesmo na tristeza e independente do motivo, as pessoas podem optar em passar por esse momento e alcançar a alegria. A julgar pelo fato de ser o único elemento do desfile que conseguiu passar de forma convencional pela Avenida, a expectativa é de uma bela apresentação no desfile oficial.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

A chuva foi impiedosa com o primeiro casal da Colorado, Brunno Mathias e Jéssica Veríssimo. Os dançarinos até tentaram realizar sua parte no treinamento e mostraram boa sincronia no primeiro setor, mas antes que pudessem chegar ao segundo o mestre-sala abdicou de seus calçados, e passou a dançar de forma protocolar com a porta-bandeira, que apostou em sapatilhas simples para o ensaio. A intensidade da precipitação aumentou de tal maneira ao longo da passagem da Vermelho e Branco que o casal abriu mão até mesmo do pavilhão, que foi protegido por um dos diretores até a saída da Avenida. Brunno e Jéssica aproveitaram a situação para dançar juntos de forma descontraída ao som da bateria Ritmo Responsa, tanto que assim que cruzaram a linha de chegada, ambos retornaram pelo corredor e se juntaram aos ritmistas, lembrando o ritual padrão do antigo guardião do manto da agremiação, Ruhanan Pontes.

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Fotos: Fábio Martins/Site CARNAVALESCO

Harmonia

Um quesito muito prejudicado pelas condições de apresentação, a harmonia da Colorado do Brás se mostrou valente na medida do possível. Uma das poucas alas a comparecer em bom número, a Ala Makena se destacou cantando o samba inteiro de maneira animada. É possível esperar mais da comunidade do Canindé nos próximos ensaios, que certamente comparecerá em maior número.

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Evolução

Não há muito o que descrever sobre a evolução da Colorado no ensaio. Muitas das alas mal formavam uma linha de componentes, e não havia marcação de espaços das alegorias, o que tornou a apresentação inviável para praticar o andamento de desfile. Quando todos os componentes da escola passaram pelo meio da pista, a bateria saiu do recuo, mas se dirigiu de volta ao Setor B antes de seguir em frente, demonstrando que o quesito era a última das preocupações da Vermelho e Branco naquele momento. O treino de evolução ficará para o próximo ensaio técnico.

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Samba-Enredo

Uma obra bem defendida pelo intérprete Léo do Cavaco, mas que não pode brilhar muito neste primeiro ensaio. Com a bateria arriscando poucas bossas, não houve muitas oportunidades para testar o potencial do samba em um desfile completo. Com uma letra leve e de fácil captação, é uma promessa a ser esperada nos próximos treinamentos e no desfile oficial.

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Outros destaques

A chuva só não brilhou mais do que a rainha de bateria, Camila Prins, que não temeu a impiedosa água dos céus e formou boa parceria com os membros da “Ritmo Responsa”. Em geral, um ensaio que deu a sensação de que a própria escola não poderia contar muito com ele.

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Ser a única escola a treinar, numa sexta-feira à noite e com a forte chuva que caiu, foram elementos que contribuíram para a Colorado aparentemente abdicar de maiores pretensões nesse primeiro momento. Um ensaio que não pode servir de parâmetro para o que os sambistas podem esperar da agremiação, que certamente aproveitará melhor a oportunidade no dia 22, domingo, quando fará seu segundo ensaio técnico no Sambódromo do Anhembi.

Enredos 2023: as narrativas que vão explorar a riqueza cultural Brasileira

Na semana passada, começamos nosso passeio com um pouco dos enredos que as agremiações do grupo especial carioca vão levar para a Avenida em 2023. Nele, apontei um “inconsciente coletivo” — como diria Maria Augusta — envolto dos céus e paraísos que apareceram na criação de alguns artistas. Porém, este não foi o único assunto que se mostrou reincidente na safra de enredos.

Outras quatro narrativas se mostram alinhadas, em algum sentido, ao se aprofundar no regionalismo brasileiro, explorando os aspectos culturais do norte e nordeste. A Bahia, sobretudo, é um lugar que veremos na Sapucaí de diferentes formas em 2023. Mesmo sendo uma região já foi muitas vezes homenageada, ainda é possível ver novos contornos nos temas desse carnaval que irão versar sobre a terra do axé. São três enredos diretamente ligados ao universo festivo e histórico da região, mais uma que sobe um pouco ao norte e chega ao Pará.

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Fazendo a primeira parada na Estação Primeira, a Mangueira foi uma das que mais cedo anunciou seu enredo. A dupla Annik Salmon e Guilherme Estevão terá a difícil missão de substituir Leandro Vieira, após se destacarem na Série Ouro. Acostumada a exaltar a Bahia e o nordeste, a verde-e-rosa vai mergulhar nos cortejos e manifestações afro-brasileiras que acontecem na capital soteropolitana numa proposta autoral dessa dupla, formada para assinar este desfile.

Se a história do carnaval baiano foi poucas vezes cantada na Avenida, o tema ganha ainda mais relevância pelo recorte racial e de gênero que propõe. É assim que a condução de “As Áfricas que a Bahia canta” se dá pelo protagonismo feminino que acontece nessas folias. Apesar da boa premissa, resta saber se essa condução e atuação feminina estará de fato presente e destacada nos setores que irão passear pelos afoxés, cucumbis e blocos. Ainda assim, é um tema muito rico culturalmente e com muitas visualidades a serem exploradas.

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Foto: Luan Costa/Site CARNAVALESCO

Um dos melhores enredistas do carnaval nos últimos anos, Jack Vasconcelos se volta à cultura baiana, um assunto até então inédito na sua trajetória. O enredo da Unidos da Tijuca será “É Onda Que Vai… É Onda Que Vem… Serei a Baía de Todos Os Santos a Se Mirar No Samba da Minha Terra”, que vai “mergulhar” na riqueza cultural da bacia hidrográfica que dá nome ao estado nordestino.

A proposta parece ter um “quê” de enredo cep, pois os setores se desenvolvem pela história e cultura das cidades em torno da baía. Porém, mesmo parecendo despretensiosa, a narrativa mostra bem a assinatura de Jack e sua inteligência de arrematar seus trabalhos. A baía não se torna apenas cenário, mas é ela mesma a amarração e condutora da premissa, trazendo a noção aquática e marítima, que poderá ser vista em todos os setores do cortejo. Uma ótima saída para fugir do óbvio.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Beija-Flor

Diferente dos passeios culturais que prometem Mangueira e a Unidos da Tijuca, a Beija-Flor se volta para a história de luta do estado baiano. Aproveitando ainda o mote do bicentenário da independência brasileira, a narrativa de André Rodrigues e Alexandre Louzada, com pesquisa de Mauro Cordeiro, vai questionar essa celebração patriótica e se voltar para a guerra da independência, acontecida na Bahia entre 1922 até o fatídico 2 de julho de 1923.

O primeiro feito dessa escolha narrativa é revelar um episódio pouco conhecido do grande público, principalmente os sudestinos e de outras regiões, que não conhecem tão bem a luta de nomes como Joana Angélica e Maria Quitéria. Outro valor de como está sendo conduzido o tema é a forma contestadora e contundente que a proposta se coloca, dando um tom de reivindicação e manifesto. É uma característica que se soma ao estilo imponente da própria Beija-Flor e dá um toque bastante único ao enredo, fazendo-o se destacar como um dos poucos temas que têm vertente mais crítica e política dessa safra.

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Foto: Divulgação/Tuiuti

Saindo da Bahia e viajando até o Pará chegamos no enredo que o Paraíso da Tuiuti vai contar, sob a batuta criativa de Rosa Magalhães e João Vitor Araújo. A inusitada dupla vai explorar a cultura marajoara em “Mogangueiro da Cara-Preta”. A concepção tem um quê de fábula, típico da professora, e revela uma história bastante curiosa: o naufrágio de um barco que levava especiarias e foi responsável por povoar a Ilha de Marajó com búfalos. Além da sua relevância histórica, a narrativa ainda acerta ao exaltar a cultura popular e revelar nomes como Mestre Mestre Damasceno, responsável pelo inusitado “búfalo-bumbá”, garantindo mais um passeio cultural e bastante rico na folia que se aproxima.

Passeando pelo regionalismo presente nas narrativas de Mangueira, Tijuca, Tuiuti e Beija-Flor, temos um recorte bastante interessante sobre a safra de 2023. São propostas que, apesar de terem nuances parecidas, exploram diferentes vertentes e com os mais diferentes fio-condutores. Vamos descobrir em breve como elas serão abordadas na Avenida! Em breve, voltaremos por aqui para nossa terceira e última análise dos enredos de 2023. Até!

Reserva de frisas para os desfiles da Série Ouro acontece na quarta-feira

Os pedidos de reserva para os desfiles da Série Ouro acontecem na próxima quarta-feira, dia 18 de janeiro, somente de 9h às 11h, através do site www.reservafrisaligarj.com.br. No dia 27 de janeiro, as pessoas que se habilitaram à reserva poderão ligar para 21. 3190-2100 para saberem se foram contempladas.

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Os contemplados deverão fazer o pagamento dos ingressos nos dias 30 e 31 de janeiro (segunda de terça-feira). Os que não o fizerem, perderão o direito à reserva e os ingressos voltarão ao balcão de vendas. O pagamento deverá ser efetuado exclusivamente na Central Liesa, na Rua da Alfândega, 25, lojas B e C, no Centro, das 10h às 16h.

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Foto: Divulgação/Riotur

Venda de Arquibancadas começa no dia 9 de fevereiro

A venda de arquibancadas para os desfiles da Série Ouro acontecerá a partir do dia 09 de fevereiro, no Estande de Vendas da Liesa, que será montado atrás do Setor 11, no Sambódromo (entrada pela Av. Salvador de Sá). O atendimento será de segunda a sexta-feira, de 10 às 16 horas.

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É ela! Mayara Lima, personalidade de 2022, participa domingo do ensaio técnico na Sapucaí como rainha de bateria do Tuiuti

Nova fase e ainda com mais repercussão. No domingo, Mayara Lima voltou a pisar no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Dessa vez, ela estará como rainha de bateria do Paraíso do Tuiuti. Em menos de 10 meses, ela despontou sambando, como princesa da escola, conquistou prêmios e agora reinará no palco sagrado dos sambistas.

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Foto: Allan Duffes/Site CARNAVALESCO

Ao participar do “Entrevistão”, do site CARNAVALESCO, Mayara Lima, falou sobre ser referência para meninas, elogiou rainhas das comunidades e explicou como a vida mudou com toda repercussão no pré e no desfile de 2022. Veja o papo abaixo.

O que sentiu no momento que viralizou aquele vídeo de você dançando com a bateria no ensaio na Sapucaí?

“Foi um choque, porque eu postei aquele vídeo como eu posto tantos outros até hoje sambando, não tive reação, nunca esperava que isso fosse acontecer comigo. Meu vídeo levado a pessoas que nem são do samba e se interessaram através de mim”.

E a repercussão?

“Só gratidão, só tenho a agradecer. Foi um divisor de águas na minha vida. Hoje posso trabalhar com publicações no Instagram e tudo relacionado ao samba”.

Seu samba no pé vem de berço?

“Vem sim, com certeza, minha avó foi rainha de bateria. Hoje, não se encontra mais na terra, está me vendo lá do céu. Em vida não pôde me ver no posto, mas sempre disse que eu seria rainha. Meu tio é mestre de bateria de uma escola da Cidade de Deus. Minha ligação vem deles. Minha mãe sempre me levou”.

Você vem sendo cobiçada por empresas recebeu quantos convites para ir nos camarotes em 2023?

“Sim sim, aceitei um contive para o carnaval: vou para o ‘Rio Praia’ de novo esse ano. Trabalhar e curtir um pouco (risos)”.

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Foto: Lucas Santos/Site CARNAVALESCO

Quais rainhas são suas referências?

“Gosto muito das rainhas de comunidade. Evelyn Bastos e Bianca Monteiro. Elas que inspiram meninas das próprias comunidades de onde vem e isso é importante pra mim. E tem duas novas que estão vindo e que logo serão referência, a Lorena da Beija-Flor e a Maria Mariá da Imperatriz. São minhas inspirações”.

Sente que seu sucesso foi fundamental para isso?

“Ajudou um pouco e eu sou grata por isso também”.

Como se sente sendo referência para as meninas?

“Feliz e honrada. Além da minha função à frente da bateria eu sei que sou inspiração para essas meninas também, inspiração para essas novas gerações”.

O Tuiuti tem a principal rainha de bateria e agora a Mari Mola é rainha do carnaval. Qual é o segredo para escola ter esse sucesso?

“Tuiuti é uma mãe. Você não quer ir embora porque é acolhido como se fosse da família e esse amor que recebemos e sentimos demonstramos pela arte do samba no pé”.

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O que a gente pode esperar da fantasia da Mayara para o desfile?

“Não vou dar spoiler não pra ser surpresa (risos), mas será bem leve pra eu poder sambar, bem leve e poder me divertir como faço nos ensaios de rua”.

Domingo, você pisa na Sapucaí para o ensaio técnico do Tuiuti como rainha de bateria. O que significa isso?

“Falei isso esses dias no Instagram. Tento não pensar pra evitar ficar aniosa, porque sou rainha de bateria do Grupo Especial. Nunca imaginei que a Mayara, aquela menina que a mãe levava para o ensaio de escola de samba pelo amor ao carnaval e depois virou passista agora é rainha de uma escola de samba maravilhosa que é o Paraíso do Tuiuti. Muito feliz e agora com você me perguntando já fiquei super ansiosa (risos)”.

Euforia toma conta de Nilópolis com apresentação de Neguinho e Ludmilla na quadra da Beija-Flor

A cantora Ludmilla participou, pela primeira vez, na noite de quinta-feira, do ensaio na quadra da Beija-Flor para o Carnaval 2023. Ela foi anunciada como intérprete para atuar ao lado de Neguinho em outubro de 2022 e já teve sua participação gravada no disco oficial de sambas-enredo.

Ainda que os ensaios da Azul e Branca sejam sempre acompanhados de fortes emoções por parte de seus componentes, a última noite em Nilópolis conseguiu ser mais especial. Isso porque, dias antes, através das redes sociais, a escola compartilhou a presença do carro de som completo. A quadra estava cheia. Era evidente que muitas pessoas não habituadas ao espaço também se motivaram a comparecer.

Durante o esquenta, a comunidade se emocionou ao som de sambas antigos. O primeiro coro de vozes se formou para cantar “Áfricas: Do Berço Real À Corte Brasiliana”, do aclamado desfile de 2007, além das obras de 1999 e 2001. Em homenagem ao campeonato mais recente da escola, gritos ecoaram o popular “Monstro É Aquele Que Não Sabe Amar”, de 2018. Também não faltou “Se Essa Rua Fosse Minha”, de 2020, e o repertório se encerrou com a potência do samba-enredo de 2022, que rendeu um vice-campeonato.

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Fotos: Luisa Alves/Site CARNAVALESCO

Um ícone e figura permanente na história da Beija-Flor é interessante observar como a entrada de Neguinho na quadra deixa o público eufórico. É a grande estrela da agremiação, mas não teme dividir as atenções. Diante disso, foi o responsável por apresentar Ludmilla no palco.

Com um largo sorriso no rosto, Neguinho descreveu a cantora como “rainha das rainhas” e utilizou seu bordão inconfundível para dar início, oficialmente, ao ensaio. O “olha a Ludmilla aí, gente!” se transformou na letra do samba-enredo de 2023, “Brava Gente! O Grito Dos Excluídos No Bicentenário Da Independência”, que se estendeu por mais de uma hora.

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Apesar da influência na decisão do samba e na gravação do disco, essa foi a primeira vez Ludmilla esteve num evento natural do cotidiano da escola. Ver uma mulher negra e periférica cantando sobre igualdade e liberdade de expressão pode ser inspirador para centenas de jovens. É isso que o diretor de carnaval, Dudu Azevedo, espera ser conquistado nesse novo passo.

“Antigamente o samba era tocado nas rádios, hoje menos. Temos outros veículos na internet e os jovens não pesquisam sobre. Queremos levar nosso samba para as camadas mais difíceis”, afirmou.

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Já o presidente da Beija-Flor, Almir Reis, pensa em expandir o número de sambistas presente em outros segmentos da indústria cultural.

“Quando convidamos ela, a intenção era levar a nossa cultura para o meio deles. Todo mundo vem para o nosso! Cantores, atores… mas quem do samba temos do outro lado? Chegou o momento de nos levarmos para lá”, argumentou.

Os componentes foram tomados pela animação e, até depois que os intérpretes pararam de cantar, continuaram repetindo as coreografias por 40 minutos. A bateria acompanhou todo o percurso. Para a alegria coletiva, Dudu Azevedo confirmou que podem aguardar Ludmilla para mais três ensaios na quadra e um na rua. Além, é claro, do ensaio técnico no Sambódromo.

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Em conversa com o site CARNAVALESCO, Neguinho confessou estar maravilhado por Ludmilla ter aceitado o convite e disse ter certeza que será um espetáculo na Avenida. Ele não é o único com esse sentimento. Luana Paula, torcedora de 31 anos, aprovou a escolha ousada da agremiação: “Eu amei demais”. Junior Cardoso, de 35 anos, disse acreditar no potencial da artista: “Achei muito bom!”.

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Entre tantos preparativos e novidades, o tradicional ensaio da Beija-Flor na orla de Copacabana não vai acontecer em 2023. Segundo Almir Reis, havia a possibilidade da realização no dia 15 de janeiro, mas nada pôde ser concretizado. “Agora as exigências aumentaram. Mais documentação do que estávamos acostumados. Infelizmente só tínhamos essa data disponível e como não foi resolvido a tempo, ficou para o próximo ano”.

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Apesar disso, a escola não tem motivos para lamentações. Caso dependa da energia dos nilopolitanos, pode acreditar que vai longe.

Conheça os jurados do Grupo Especial do Rio para o Carnaval 2023

Já é possível saber, a quase um mês do Rio Carnaval, quem serão os 36 jurados responsáveis por avaliar as escolas de samba do Grupo Especial nos nove quesitos que vão guiar a escolha da grande campeã da folia em 2023. A relação completa foi divulgada nesta quinta-feira, pela Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa), após o fim dos três dias de curso para a formação dos avaliadores na sede da instituição, no Centro da capital fluminense. A iniciativa havia sido iniciada na terça-feira.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação

Ao longo do período, os jurados conheceram o regulamento da temporada e foram instruídos pela Liesa a respeito dos critérios que deverão considerar ao atribuir notas de 9,0 a 10 ao desempenho das agremiações.

Este ano, o júri passou de 45 para 36 membros, com quatro deles para cada quesito (Evolução, Bateria, Harmonia, Comissão de Frente, Fantasia, Enredo, Alegorias e adereços, Mestre-sala e Porta-bandeira). Representantes de cada um desses segmentos, inseridos nos quadros das escolas, foram convidados para as aulas da semana.

Os trabalhos foram conduzidos por Júlio César Guimarães, coordenador de julgadores da Liesa, e por Jorge Perlingeiro, presidente da entidade. As posições dos jurados nos módulos espalhados pela Marquês de Sapucaí serão sorteadas adiante.

Saiba quem serão os jurados:

Evolução
Gerson Martins
Lucila Beaupaire
Mateus Dutra
Verônica Cristina Torres

Bateria
Ary Jayme Cohen
Mila Schiavo
Philipe Galdino
Davis Rafael Barros Castro

Harmonia
Bruno Marques
Rodrigo Lima
Jardel Maia Rodrigues
Mirian Orofino Gomes

Comissão de Frente
Rafaela Riveiro
Ribeiro Raffael Araújo
Raphael David Filho
Paola Novaes

Fantasia
Paulo Paradela
Regina Oliva
Sérgio Henrique
Wagner Louza de Oliveira

Samba-Enredo
Alfredo Del-Penho
Alice Serrano
Alessandro Ventura
Felipe Trotta

Enredo
Arthur Nunes Gomes
Johny Soares
Marcelo Rodrigues Figueira
Carolina Vieira Thomaz

Alegorias e Adereços
Madson Oliveira
Fernando Lima
Soter Bentes
Walber Angelo de Freitas

Mestre-sala e Porta-bandeira
Fernando Bersot
Mônica Barbosa
Paulo Rodrigues
João Wlamir