‘É o maior carnaval da Vila Isabel em termos de inovação’, diz presidente Luiz Guimarães
Com um desfile que promete unir tecnologia, criatividade e tradição, a Vila Isabel chega à Sapucaí em 2025 com a ambição de reconquistar o título do carnaval carioca. Em entrevista ao CARNAVALESCO, o presidente Luiz Guimarães revela detalhes sobre o enredo “assombrosamente divertido”, os investimentos em efeitos visuais, a força da comunidade e a estratégia para superar rivais. Confira os bastidores de um carnaval que aposta em inovação, maquiagem impactante e surpresas na avenida para emocionar jurados e torcedores.
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Passado o pré-Carnaval, chegou o momento. Qual é o tamanho da sua expectativa para esse desfile da Vila?
“A expectativa é a maior possível. O Carnaval está no ápice. Respeitamos todas as escolas. O que resgatamos na Vila foi o orgulho de pertencimento. Não entramos mais como ‘mais uma escola’, e sim para disputar. Estamos em quarto no ranking da Liga, o que mostra nossa evolução. Estou acreditando muito neste ano, ainda mais analisando os nove quesitos friamente. Nosso carnaval será muito diferente dos demais. O conjunto pode impactar no resultado: as surpresas que vamos trazer, a criatividade e o impacto visual. Sem dúvida, é o maior carnaval da Vila em termos de inovação. Paulo Barros acertou muito, e estamos confiantes”.
Dizem que, para a Vila ganhar este ano, Paulo Barros precisa repetir o “segredo”. É por aí?
“Ele teve grandes carnavais entre 2010 e 2014, cada um com um estilo único, mas dentro da identidade dele. Nosso conjunto alegórico tem carros com significados especiais e surpresas, como o de São Jorge. São seis ou sete carros que vão impactar, cada um com estética e conceito diferentes, mas alinhados ao enredo. A comissão de frente, por exemplo, trará algo inédito na Sapucaí”.
O que você quer dizer com “algo inédito”?
“Usaremos luz, efeitos especiais e investimentos pesados em tecnologia. Será um pontapé inicial que pode “anestesiar” o público. O conjunto alegórico está muito bem resolvido”.
O casal de mestre-sala e porta-bandeira virá no padrão tradicional?
“O primeiro casal mantém o padrão clássico. O segundo virá com uma fantasia mais elaborada. Ficou bem legal”.
Você mencionou efeitos e maquiagem. É um carnaval com investimento nisso?
“Mais de 95% da escola estará maquiada. Gastamos mais de meio milhão só em maquiagem, com 100 profissionais trabalhando. Até a bateria terá próteses dentárias para o efeito de vampiro. É um trabalho minucioso, mas a comunidade abraçou o enredo, que tem um ar tenebroso, mas divertido”.
O novo modelo de julgamento (sem comparação entre escolas) preocupa?
“A Vila votou contra, pois acreditamos que o carnaval é comparativo. Mas o plenário decidiu, e vamos respeitar. Só saberemos os efeitos após o resultado”.
E o samba-enredo? É uma preocupação?
“O samba deste ano é funcional e autoexplicativo, como o Evoé (2023). Ele permite que o público entenda o enredo enquanto canta. Tivemos o Gbalá e perdemos pontos. O quesito é imprevisível, mas estamos confiantes”.
O desfile tem elementos similares ao Carnaval de 2011 da Tijuca (do “Medo”)?
“Tem similaridades no conceito, mas com tecnologia atual. Em 2011, não tínhamos os recursos de iluminação e efeitos de hoje. Este ano será muito mais impactante”.
A segurança na região da Vila preocupa? Como a escola ajuda a comunidade?
“Os ensaios são o maior evento cultural do bairro. A escola é um refúgio de alegria em meio às dificuldades. Estamos construindo uma quadra esportiva e planejamos uma Vila Olímpica para ampliar projetos sociais. Queremos dar oportunidades às novas gerações”.
Há cobrança para dar um título ao seu pai (Capitão Guimarães)?
“Meu foco é a escola, não vaidades pessoais. Se ganharmos, será por todos. O sentimento aqui é de que cada um dê seu melhor pela Vila”.
Qual é a análise sobre os rumos do Carnaval com a Liga?
“Acredito na direção da Liga, mas houve mudanças polêmicas, como o desmembramento dos dias. Os camarotes, por exemplo, sofreram com a terça-feira. Precisamos ajustar isso”.
O Carnaval 2025 é o mais caro da história da Vila?
“Sim. Tecnologia, iluminação e inovações elevam os custos. Estamos entre as três escolas com maior investimento no Grupo Especial. Algumas recebem verba de municípios vizinhos, o que cria desigualdade. Mas a Vila se destaca pela criatividade e gestão.”.
Paulo Barros está satisfeito com o trabalho?
“Ele está mais feliz e participativo do que em anos recentes. Isso nos dá ainda mais confiança”.
Macaco Branco é o maior mestre de bateria da história da Vila?
“Ele é excepcional. Quando o trouxemos, a bateria estava há quase 10 anos sem nota máxima. Macaco é músico, entende de tudo, e hoje é o coração da escola, junto com Tinga”.
Tinga é cobiçado por outras agremiações. Como mantê-lo?
“Ele ficará na Vila enquanto quiser. Torço para que daqui a 40 anos ele complete 50 anos de carreira aqui, como Neguinho da Beija-Flor”.
Qual quesito será o diferencial em 2024?
“A comissão de frente, pela inovação. Mas precisamos estar bem em todos os nove quesitos para vencer”.
A adesão da comunidade ao samba surpreendeu?
“Era esperada. Resgatamos o orgulho de ser Vila Isabel. O samba foi abraçado porque a comunidade acredita no projeto”.
Para encerrar: o título é possível em 2025?
“Claro. Todo ano batemos na trave, mas saímos do Sambódromo com a certeza de que fizemos o melhor. Nossa hora vai chegar”.
Dom Bosco de Itaquera realiza desfile leve com destaque para o conjunto musical
Dom Bosco de Itaquera realiza desfile leve com destaque para o conjunto musical
Detalhes de alegoria e o colorido das fantasias também ficaram em evidência.
Fechando o dia domingo do Grupo de Acesso 1, a Dom Bosco de Itaquera levou para o Anhembi o circo. O público pôde ver um colorido muito forte pela pista e um desfile bastante leve e alegre. O destaque ficou para a bateria “Gloriosa”, comandada pelo mestre Bola, além do carro de som, liderado pelo intérprete Rodrigo Xará. A riqueza de detalhes nas alegorias idealizadas pelo carnavalesco Fábio Gouveia também vale uma citação especial.
Comissão de frente
A comissão, que é comandada por André Almeida, representou a “Trupe Cigana”. Nela, havia palhaços e bobos da corte, além de ciganas e as personagens denominadas como “Mulher Barbada” e o “Apresentador”. O tempo todos os bailarinos desfilavam em sincronia e em duplas saudando o público. Uma comissão de frente realmente que foi para a pista com o objetivo de cumprir o regulamento. Vale destacar também o tripé, que havia uma figura de um olho no centro, que é a logo do enredo.
Mestre –sala e porta-bandeira
O casal Leonardo Henrique e Mariana Vieira, vestidos de “Circo Místico”, tiveram um desempenho satisfatório no desfile. Bem como a maioria dos casais neste ciclo, a dupla optou por realizar os movimentos obrigatórios com o objetivo de arrancar as notas 10 dos jurados.
Enredo
A proposta da escola foi apresentar a origem do circo. A partir disso a Dom Bosco colocou espetáculos nas alegorias, a escultura dos animais e as lonas tão característica dentro do abre-alas. A agremiação também optou por colocar na pista o ilusionismo, o tradicional palhaço, ciganas e cartomantes. Apesar de três setores, um tema rico e recheado detalhes, combinado com um colorido muito forte.
Alegorias
O abre-alas, denominado como “O Grande Circo”, de fato era uma réplica perfeita do local da felicidade. São usadas carroças e esculturas de animais que fazem partes dos espetáculos ao redor do mundo, como o elefante, que ficava no topo da alegoria. A lona, característica principal da cultura, esteve presente nas cores vermelha e branca também em cima do carro.
A segunda alegoria, representava “O Circo Místico”, onde haviam cisnes carregando o carro que tinha como elemento principal as cartas de tarô e a cartomante ao centro. Balões e um grupo cênico completavam a alegoria.
O último carro simbolizava “Bravo Bravíssimo”, onde ao centro tinha um nariz e boca do palhaço. O complemento do carro era feito de balões, além de destaques. Vale ressaltar a presença da figura central da agremiação presente na alegoria: o padre Rosalvino.
Fantasias. A escola foi vestida padrão circo mesmo. Uma característica bem colorida com maquiagens criativas, lembrando espetáculos circenses. O acabamento foi satisfatório, sem erros e a Dom prezou pelos componentes. Indumentárias leves que permitiam o componente evoluir com tranquilidade.
Samba-enredo
O carro de som, conduzido pelo intérprete Rodrigo Xará mostrou um nível de entrosamento altíssimo. O cantor vive ótima fase e empolgou o público, além do fato de o samba cair como uma luva na voz dele. As vozes femininas da ala musical foram o grande destaque da ala, que se tornaram bem perceptíveis ao longo da avenida.
Evolução
Por ser um samba alegre e descontraído, inevitavelmente a comunidade da Dom Bosco é instruída a evoluir dessa maneira. Uma escola compacta sem deixar rastros de espaçamentos também. Não há coreografia dentro do samba, somente aplausos em determinadas partes da obra.
Outros destaques
A bateria “Gloriosa”, comandada por mestre Bola, deu um desempenho satisfatório para o samba, além de realizar bossas criativas em momentos estratégicos do desfile para atingir os compassos necessários
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Presidente André Vaz revela investimento recorde em estrutura e fala de renovações no Salgueiro
Com ensaios técnicos avaliados como “excelentes” e um samba-enredo que já ultrapassa 1,7 milhão de visualizações, o Salgueiro chega ao Carnaval 2025 confiante na busca pelo décimo título do Grupo Especial. Em entrevista ao CARNAVALESCO, o presidente da escola destacou o clima de entusiasmo na comunidade, investimento recorde em estrutura e a aposta em uma narrativa clara para conquistar os jurados. A agremiação promete surpresas na comissão de frente e já renova contratos estratégicos para manter a equipe após o desfile.
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Qual o balanço do pré-Carnaval do Salgueiro?
“O balanço é que a escola fez excelentes ensaios técnicos. O clima estava ótimo na quadra, no barracão, na Avenida Maxwell, na Conde Bonfim e na Sapucaí, principalmente no segundo dia, que foi ainda melhor. A escola está pulsando: os segmentos vibram, a comunidade também, a diretoria e os funcionários estão engajados. Os carros estão lindos, as fantasias maravilhosas. Tudo que projetamos foi executado, e estamos prontos”.
Qual será o grande trunfo do desfile?
“O samba-enredo, que é fortíssimo. A leitura do enredo será clara para todos, com carros alegóricos e fantasias que traduzem a narrativa. Isso é crucial para o sucesso com os jurados. Além disso, o ‘boom’ virá do canto da comunidade e da vontade coletiva de trazer a décima estrela”.
Em termos de investimento, é o maior desfile da sua gestão?
“Com certeza. Desde que cheguei, em dezembro de 2018, é o maior investimento em estrutura, organização e planejamento. O carnaval hoje é caro, a disputa é acirrada, e estamos fortalecidos para brigar pelo título”.
O samba é o mais ouvido do ano. Isso impulsiona o desfile?
“Sim. Desde a disputa, sabíamos que era um samba poderoso, alinhado à sinopse e aos desenhos do carnavalesco Jorge Silveira. Ele ganhou força ensaio após ensaio, caiu na boca do povo e já bateu 1,7 milhão de visualizações. Na Sapucaí, a arquibancada cantou de ponta a ponta. Esse samba já marcou a escola e marcará o campeonato”.
A comissão de frente promete ser impactante. O que esperar?
“Contratamos Paulo Pinna, que trouxe um trabalho excepcional. O investimento foi altíssimo, e tudo o que ele planejou foi executado. Teremos uma comissão com dança surpreendente, um tripé incrível e elementos que vão ‘rasgar a avenida’. Será a abertura perfeita para o desfile”.
Já há renovações contratuais além do casal de mestre-sala e porta-bandeira?
“Sim. Renovamos com Sidclei e Marcela (casal) por dois anos em 2023, assim como com Guilherme e Gustavo (mestres de bateria). O foco agora é o carnaval: não queremos dispersar atenção. Após o desfile, resolveremos os próximos passos, mas a equipe está consolidada”.
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‘Sou um sobrevivente e quisemos reproduzir na avenida’, declara Explosão sobre a bossa de tiro

A Estação Primeira de Mangueira encerrou o primeiro dia de desfiles de forma impactante. Com a estreia do carnavalesco Sidnei França, a Verde e Rosa trouxe para avenida o enredo “À Flor da Terra, no Rio da Negritude entre Dores e Paixões”, a escola entregou um belo trabalho plástico, uma comissão de frente emocionante e os mangueirenses saíram da Sapucaí com a sensação de dever cumprido e um recado claro para a sociedade.
Em seu segundo ano na Mangueira, a dupla de coreógrafos da comissão de frente, Lucas Maciel e Karina Dias, levaram para avenida uma coreografia na qual figuras do povo Banto se transformavam nos ‘crias’ da comunidade. O público foi ao delírio quando os dançarinos fizeram o ‘passinho’ e as pipas, que eram drones, voaram simbolizando o renascimento do povo Banto, trazido à força ao Brasil e que ‘floresce’ nas vielas.

“É a coroação de um trabalho árduo. Virar madrugadas ensaiando não é fácil. Os bailarinos saíam do trabalho e iam direto pro ensaio até às 3h, 4h da manhã e ainda iam virado para o trabalho. É muito gratificante passar com um trabalho lindo pela Sapucaí. Sensação de dever cumprido, mas o gostinho de voltar nas campeãs e passar de novo por essa avenida é sempre mágico”, afirmou Karina para a repórter Juliana Henrik do CARNAVALESCO.
“Nos ensaios técnicos nós damos um pouco de spoiller, mas não podemos dar muitos. Acho que deu muito certo o que trouxemos para avenida e a galera respondeu de uma forma inimaginável”, complementou Lucas.
Outro ponto que vai ficar marcado no desfile da Verde e Rosa foi o show da bateria. Comandada por Rodrigo Explosão e Taranta Neto, que são crias da comunidade, a ‘Tem que respeitar meu tamborim’, apresentou uma bossa que reproduziu um tiro de fuzil enquanto uma luz vermelha piscava em cima dos ritmistas.
“Nosso desfile foi perfeito. Acho que a escola não cometeu falhas, nossa bateria conseguiu executar tudo o que trabalhamos durante oito meses. Agora é espera a quarta-feira com a esperança e a confirmação de que vamos ganhar os 40 pontos e ajudar a escola a levar o título”, disse Taranta Neto.

“Saiu tudo conforme ensaiamos. Senti a confiança de todos os ritmistas, desfilando tranquilos e felizes. Foi o melhor carnaval nesses três anos de mestre. A bossa do tiro quando escutamos a letra do samba. Sou morador de comunidade e sei o que acontece. Esse tiro de fuzil no confronto entre polícia e bandido faz parte do cotidiano da comunidade. Eu sou um sobrevivente disso e quisemos reproduzir na avenida”, declarou Rodrigo Explosão.

A rainha de bateria Evelyn Bastos também falou sobre o desfile da Verde e Rosa. “Estou em êxtase. Fizemos um trabalho lindo durante o ano inteiro para esse grande dia. Graças a Deus e aos Orixás entregamos mais essa aula de história que a Estação Primeira de Mangueira propõe ao mundo”.