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‘Muito tempo que o Salgueiro não fazia um desfile desse’, afirma presidente André Vaz

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

O Salgueiro entrou na avenida mordido com o quarto lugar no carnaval de 2024 e fez um desfile que o coloca na briga pelo título.  Com o enredo “Salgueiro de Corpo Fechado”, a Academia do Samba teve seu samba cantado por toda arquibancada e deixou o presidente André Vaz esperançoso para comemorar o aniversário da agremiação na quarta-feira com o título.

“Muito tempo que o Salgueiro não fazia um desfile desse. Mostramos a confiança que tivemos nos ensaios técnicos e fizemos um desfile impactante. Tenho certeza que estamos brigando pelo campeonato. A escola evoluiu bem, os carros tranquilos na avenida, a comunidade cantando o samba. Quarta-feira é nosso aniversário, Salgueiro faz 72 anos, e estamos confiantes que vai vir um presente para marcar a história do Salgueiro”, afirmou.

Considerado um dos melhores casais de mestre-sala e porta-bandeira do carnaval, Sidclei Santos e Marcella Alves vestiram a fantasia “De corpo Fechado”. Em um corpo-armadura simbolizam a proteção da alma salgueirense. A dupla representou o poder de imantar e resguardar o Salgueiro. Em entrevista ao CARNAVALESCO, Marcella falou peso de sempre manter os 40 pontos e defender o pavilhão do Salgueiro com maestria.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“Estou feliz e realizada por mais um ano que conseguimos colocar em prática tudo aquilo que planejamos para fazer no desfile oficial. Nós nos divertimos. Não tem nada mais fiel e verdadeiro do que representar uma nação com felicidade. O favoritismo também traz peso. Nossa responsabilidade e compromisso de manter também é tão pesado de quanto estávamos buscando chegar. É muito complicado chegar e manter o 10”, declarou.

Outra novidade foi que o casal passou duas vezes pela avenida. Além de fazerem sua apresentação para abrir o desfile, Sidclei e Marcella representaram Pombagira e Zé Pelintra no último carro.

“Gostei de vir em cima do carro. Achei bem mais fácil. Foi para lavar a alma, mas sem dúvidas, a minha estrela está em defender o pavilhão”, revelou Marcella.

“Foi apoteótico. Todos viram que treinávamos muito o ano todo, mas quando o nosso carnavalesco, que tem toda uma espiritualidade, e nos deu esse presente de fechar o desfile. Já tinha uma equipe na dispersão nos esperando com a roupa e pegamos um moto para voltar a entrar novamente na Sapucaí”, declarou Sidclei.

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Quem também está muito satisfeito com o que foi apresentado é o diretor de carnaval Wilsinho: “nosso desfile foi tecnicamente perfeito. Todas as paradas e marcações funcionaram. Acho que o Salgueiro está na briga. Um projeto ambicioso, difícil, muito investimento e que foi muito bem realizado”, disse.

‘Honramos o mestre Laíla neste carnaval, afirma Selminha Sorriso

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

O casal Claudinho e Selminha Sorriso, referência no carnaval carioca, representou no desfile de 2025 o conceito “Odu do Destino – A Confirmação do Ori Ancestral”. O figurino trouxe o branco como cor predominante, simbolizando luz e serenidade. Selminha representou o tabuleiro Merindilogun, sistema oracular de adivinhação, enquanto Claudinho incorporou a queda dos búzios (kauris), reafirmando a importância da confirmação do destino pela força espiritual. Em entrevista para o CARNAVALESCO,  Selimnha falou da missão de apresentar um enredo sobre Laíla e de toda herança carnavalesca deixada por ele.

“Em homenagem ao nosso mestre Laíla nós ensaiamos muito. Passei por uma corrente de vento quase a avenida inteira, mas deu tudo certo. Esse casal é herdeiro de mestre Laíla e vamos pra guerra pra vencer. É um desafio e uma missão ao mesmo tempo. Missão porque representamos toda a coletividade de passado, presente e futuro. O pavilhão representa muito e é a resistência cultural de tanta gente. Batalha porque o mestre nos ensinou que treino é jogo e jogo é jogo. Dois treinos que foram jogo e um oficial que foi uma jogaço”, disse.

“Parecia um sonho. Ele estava entre nós até pouco tempo, era nosso mentor, nosso mestre, nos dava puxões de orelhas e muitos ensinamentos. Esse canto que essa escola tem, essa força no chão, essa vontade de vencer respeitam os outros , isso é escola de mestre Laíla. O homem que brigou por enredos de temática afrobrasileira, brigou para trazer os enredos de matrizes africanas para o Sambódramo porque é o nosso lugar de falar, nosso quilombo, é onde o povo preto conseguiu respeito e dignidade, onde abrimos portas e vamos abrir muito mais. Honramos o mestre Laíla neste carnaval de 2025”, finalizou Selminha.

‘Rolo compressor voltou’, afirma presidente da Beija-Flor

Por Juliana Henrik, Rhyan de Meira e Raphael Lacerda

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

A Beija-Flor apresentou o enredo “Laíla de Todos os Santos, Laíla de Todos os Sambas”, e mostrou que não está para brincadeira. A escola de Nilópolis fez um desfile impecável, emocionante e à altura de Laíla, colocando-se como fortíssima candidata ao título. A apresentação seguiu os moldes da era em que Laíla ajudou a construir a identidade da Beija-Flor: a simbiose perfeita entre emoção e técnica. Como afirmou o presidente Almir Reis em entrevista ao CARNAVALESCO, o famoso “rolo compressor nilopolitano” passou pela avenida.

“Nosso desfile foi para nota máxima. A comunidade cantou muito, o público ajudou muito, a evolução e harmonia foram boas. Viemos com pé na porta. O rolo compressor voltou”, afirmou o presidente.

Marco Antônio Marino, diretor de carnaval, estava emocionado e agradeceu por todo ensinamento e carinho de Laíla. O dirigente afirmou que foi um desfile à altura de Laíla e da Beija-Flor. “É difícil termos uma noção ali dentro do campo de jogo, mas a gente sente pela reação do componente. Em termos plástico o João Vitor acertou em cheio. Uma homenagem muito digna, bonita à altura do mestre (Laíla). A Beija-Flor fez um grande desfile. Um desfile que dignifica a história do mestre, a história da escola e nos colocamos na briga pelo título, apesar de achar que título é consequência. ‘Ratos e urubus’ foi o maior desfile da história do carnaval e não foi campeão. Ninguém pode cantar vitória antes do tempo. Aprendi que todas as escolas tem as mesmas chances desde quando entra na pista”, começou.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“Eu não tenho a fé fervorosa que o Laília tinha, mas toda segunda-feira desde que eu entrei na Beija-Flor, vou na igreja do Santo Cristo, na missa das almas acender uma vela para ele, agradeço pela oportunidade de estar na Beija-Flor e todo carinho que ele tinha comigo. Tenho certeza que esse carinho foi fundamental para o presidente me convidar”, finalizou Marino.

Responsável pela plástica impecável e emocionante apresentado pela escola, o carnavalesco João Vitor acredita que dificilmente terá outro desafio tão grande quanto foi fazer esse desfile.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“Talvez tenha sido o maior desafio da minha carreira. Não sei se voltou ter outro desafio tão grande. É muito responsabilidade falar do Laíla porque todas as escolas se inspiram nele. Ser escolhido para falar de Laíla na Beija-Flor é uma glória divina. Tem muito tempo que eu não via a Sapucaí interagindo como uma escola como interagiu com a Beija-Flor”, afirmou.

A emoção tomou conta de todos os membros da Beija-Flor e não poderia ser diferente com Laísa, filha de Laíla e diretora de tamborim da nilopolitana. “Sensação de dever cumprido. A Beija-Flor que teve a garra que mestre Laíla nos ensinou e tenho certeza que conseguimos passar isso para o público, que a Beija-Flor está de volta, que o rolo compressor da Baixada Fluminense sabe fazer carnaval. Nós cantamos e encantamos a Sapucaí”, declarou.

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‘Se não voltarmos nas campeãs, não entendo mais nada de carnaval, afirma mestre Casagrande

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

A Unidos da Tijuca entrou na avenida com o enredo “Logun-Edé – Santo Menino Que Velho Respreita”, a Unidos da Tijuca encerrou seu desfile em 77 minutos. A estreia de Edson Pereira trouxe uma escola com boas soluções estéticas, principalmente nas fantasias, que tinham uma leitura satisfatória e com bons acabamentos. O samba, muito elogiado no pré-carnaval, passou muito melhor que nos ensaios técnicos, com grande domínio de Ito Melodia e um canto excelente da comunidade do Borel.

Comandada pelas estreantes Ariadne Lax e Bruna Lopes, a comissão de frente “Tudo Começa no Orum” trouxe a origem da saga de Logun-Edé no mundo espiritual dos orixás. Após cruzar a linha de chegada, as coreógrafas falaram com o CARNAVALESCO sobre o acolhimento que receberam da comunidade e o trabalho apresentado na avenida.

“Nosso primeiro ano na Unidos da Tijuca e fomos muito bem acolhidas pela comunidade e por toda a direção da escola. Estou muito feliz com o resultado do trabalho apresentado. Foi um período de muito ensaio, muita ralação e conseguimos entregar um lindo desfile”, disse Ariadne Lax.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“Nossa sensação é de dever cumprido. De dever cumprido nas quatro cabines, com o público e ter passado essa história linda de Logun-Edé para avenida. Foram muitos ensaios, a reta final foi muito cansativa, mas a equipe foi sensacional”, completou Bruna Lopes.

O casal Matheus André e Lucinha Nobre representou a conexão entre Orum (mundo espiritual) e Ayê (terra) através de fantasias bipartidas: tons claros acima (Orum) e terrosos abaixo (Ayê), com búzios simbolizando a ligação entre as dimensões. A porta-bandeira falou de todo esforço que fez durante o pré-carnaval, as mudanças no estilo de vida e a certeza de que precisavam fazer um bom desfile para melhorar a impressão ruim que ficou da apresentação do ano passado.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“Foi um desfile muito emocionante. Estou muito feliz com a parceria com o Matheus. Nós ensaiamos muito. Viemos de um resultado que não foi bacana ano passado. Estávamos consciente disso e trabalhamos em cima dos nossos erros. Eu e Matheus demos a mão um para o outro e nos seguramos quando começou a ficar difícil. Nossa intenção era chegarmos plenos no desfile e conseguimos. São 41 anos de carnaval. Comecei em 1984 e cada ano eu quero mais. Fico muito feliz e honrada com os elogios. Acho que todo mundo percebeu o esforço que eu fiz. Perdi 12 quilos, fiz toda uma reeducação alimentar, um tratamento ortomolecular. Hoje me sinto plena e com meu corpo forte”, declarou Lucinha.

O diretor de carnaval Fernando Costa falou sobre a mudança de ânimo que teve na Tijuca desde a escolha do enredo e se mostrou feliz pelo trabalho apresentado pelas coreógrafas da comissão de frente.

“Gostei muito do resultado do trabalho da comissão de frente. A cada apresentação que ela fazia o público aplaudia, gritava. Fiquei muito feliz pela Ariadne Lax e Bruna Lopes. Desde que lançou esse enredo a energia da escola mudou. Nós sentíamos as pessoas felizes na escola, cada ensaio que íamos fazendo as coisas iam crescendo e acho que hoje foi o ápice. O enredo ajudou, o samba ajudou, a comunidade queria esse enredo. Foi uma energia muito boa”, afirmou.

Outro ponto alto da escola foi a apresentação da bateria do Mestre Casagrande. É uma bateria conhecida por sua excelência e constância nas apresentações, levantou a Sapucaí e deixou Casagrande muito feliz. O mestre cravou que a comunidade tijucana vai estar no desfile das campeãs.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“Fizemos o dever de casa. A bateria com a métrica que a gente toca, o andamento confortável para o samba e a recepção do público com a bateria foi muito boa. Estamos buscando resgatar o que a Tijuca era. Tinha muita gente da comunidade desfilando, o último carro só tinha pessoas da comunidade e foi muito legal. Tenho certeza que estaremos nas campeãs. Se não tivermos, aí eu não entendo mais nada de carnaval”.

A ausência sentida na bateria foi da rainha Lexa, que precisou se afastar após problemas durante a gravidez. Em fevereiro, a cantora perdeu sua primeira filha, a pequena Sofia, três dias após seu nascimento. Dessa forma, a Unidos da Tijuca optou por desfilar sem rainha em respeito à cantora. Coube a Juliana Alves apresentar a agremiação. Fazendo seu retorno à avenida em posição de honra, a atriz desfilou pela agremiação depois de muitos anos e emocionou o público com a sua volta.

“Esse desfile me encheu de orgulho desde o barracão. Esse desfile foi a consagração da nossa esperança. Todo mundo sabe o amor que eu tenho pela Tijuca e o orgulho da minha comunidade. Quero que os tijucanos tenham a honra de desfilar nas campeãs”, declarou.