Em comemoração ao Dia Nacional do Samba, a TV Brasil vai transmitir ao vivo no sábado (2) os principais momentos do Trem do Samba, tradicional evento da agenda cultural carioca. A partir das 18h, flashes ao vivo acompanham a saída do trem da Central do Brasil até Oswaldo Cruz, na zona norte da cidade, onde grandes nomes se revezam nos palcos e nas rodas de samba. À noite, a partir das 21h, a emissora pública transmitirá os shows de Martinho da Vila, Fabiana Cozza e Velha Guarda da Portela.
Para acompanhar a festa, a TV Brasil montou um estúdio no local, onde serão entrevistados artistas e também o público, sob o comando da apresentadora Bia Aparecida. A transmissão estará disponível ao vivo pela televisão, no Youtube e no aplicativo TV Brasil Play.
O Trem do Samba, idealizado pelo músico Marquinhos de Oswaldo Cruz completa 28 anos em 2023. A festa é inspirada na viagem de trem que Paulo da Portela e outros sambistas faziam no início do século 20 para fugir da repressão da polícia ao gênero musical. O público pode embarcar trocando o bilhete pela doação de 1kg de alimento. Em 2022, mais de 4 toneladas de alimentos foram arrecadadas para o programa Mesa Brasil, do Sesc.
Serviço
Trem do Samba 2023 na TV Brasil
Sábado, 2 de dezembro, com flashes ao vivo na programação a partir das 18h. Transmissão dos shows a partir das 21h.
Ao vivo e on demand
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A história está sendo feita no mundo do samba paulistano. Homenagear baluartes importantes é uma obrigação do sambista, mas eternizá-los, é digno de grande reconhecimento. Foi isso que a Liga-SP realizou na noite desta última segunda-feira. Na internet, uma votação havia sido aberta para dar nome à Fábrica do Samba e as alamedas que compõem o espaço. Madrinha Eunice, Eduardo Basílio, Talismã, Juarez da Cruz, Seo Nenê e Pé Rachado são os nomes que foram para enquete popular. Sendo assim, famílias dos saudosos sambistas que tanto contribuíram para o carnaval e suas agremiações, compareceram na sede administrativa da Liga e receberam grandes homenagens.
Foto: Maiara Bevilaqua/Divulgação Liga-SP
O senhor Fernando Penteado, que faz parte do departamento de velha-guarda, discursou sobre todos os homenageados e contou histórias vividas com os mesmos. Ele foi o responsável por ‘apresentar’ a cerimônia.
O presidente Sidnei Carrioulo foi um dos idealizadores dessas honrarias. De acordo com o mandatário da entidade maior, é importante resgatar a memória. “É um resgate que a gente vem realizando com a velha-guarda da casa. Esse é só o começo, vamos tentar nos aprofundar mais nisso. Vamos valorizar todos aqueles que fizeram pelo samba e esse é o objetivo de resgatar a memória do carnaval. É uma coisa que eu venho tentando desde 2008 com a criação da academia dos baluartes. É fundamental, necessário. É a primeira vez que a Liga faz alguma coisa que todo mundo gosta. A gente está crescendo em termos de espetáculo, mas não podemos abandonar a parte cultural e raiz. Afinal de contas só chegamos aqui porque mantemos essas tradições. Estou feliz pela felicidade dos outros”, disse.
Deolinda Madre (nome do Complexo)
Pode-se afirmar que foi a principal homenageada no dia de hoje. A Fábrica do Samba foi uma luta de muitos anos. Quando foi entregue, só uma parte estava pronta e, a obra completa, só foi concluída recentemente. É um espaço em que se faz tudo hoje. Diversos eventos, sede administrativa da Liga e, claro, 14 modernos barracões para produzir carnaval com a maior excelência. Tudo isso contribui para o espetáculo.
Portanto, colocar o nome de Madrinha Eunice na Fábrica, é um marco. Um sinal de que toda luta dela pelo samba paulistano foi reconhecida. Foi a primeira mulher a fundar e presidir uma escola de samba. Se o empoderamento feminino vem crescendo, com Eunice já existia nos anos 30, quando o samba era marginalizado.
Rose, neta da saudosa sambista, falou com o CARNAVALESCO da emoção em receber tal homenagem em nome de sua avó. “Para mim é uma grande emoção e um grande orgulho saber que ela representa todo esse Complexo das escolas de samba. O samba de São Paulo hoje está sendo muito bem representado. Por ser Complexo do samba, onde estão todas essas entidades maravilhosas, não tem preço. Estou muito grata e feliz”, declarou
Eduardo Basílio (sede administrativa da Liga-SP)
Histórico presidente da Rosas de Ouro, ‘Seo Basílio’ também presidiu a Liga e fez muito pelo samba paulistano. A homenagem foi entregue para Angelina Basílio, sua filha e atual mandatária principal da ‘Roseira’.
De acordo com Angelina, dá mais resistência ao povo do samba. “Sem palavras. Eu fiquei muito feliz, porque a Liga e o presidente Sidnei estão nessa intenção de homenagear os ‘antepassados’. Isso é muito porque é ancestralidade. Agora as alamedas têm nomes, o Complexo Fábrica do Samba tem nome e a Liga também. Isso dá mais resistência a tudo. Agora o senhor Eduardo Basílio dá nome à sede administrativa”, comentou.
Octavio da Silva (Talismã)
O sambista em questão, foi um dos percussores para o crescimento do Camisa Verde e Branco. Era carnavalesco e fez grandes sambas na história da agremiação, participando da transição de cordão carnavalesco para escola de samba. O filho do baluarte, Octavio da Silva Júnior, disse que o nome dele combina bastante com o que lhe foi imposto. “É uma grande honra receber essa homenagem, sobretudo porque o Talismã estava invocado com as mudanças dos cordões para o que é atualmente. Ele era acima de tudo um carnavalesco e, dentro do contexto da Fábrica do Samba, seu nome está bem representado”, contou.
Alberto Alves da Silva (Seo Nenê)
Essa lenda do carnaval paulistano, ganhou um nome na alameda que fica logo na entrada da Fábrica do Samba, onde se localiza o primeiro barracão, que hoje é ocupado pelo Camisa Verde e Branco. Nenê é o único baluarte a ter o seu próprio nome de sambista colocado em uma agremiação. Ele fez a entidade da Zona Leste crescer a ponto de se tornar uma das referências do carnaval paulistano. Hoje, mesmo desfilando no Acesso I, a Nenê de Vila Matilde é, ao lado da Mocidade, a segunda maior campeã, muito por conta do trabalho de Alberto Alves.
Adalberto Alves da Silva, filho mais novo de Nenê, que também trabalhou anos no mundo do samba, agradeceu a homenagem ao seu pai. “O sentimento é de muita gratidão. Eu estava conversando com um dos filhos de sua Juarez, e dois filhos dele foram meus alunos. E o senhor Juarez trabalhou comigo e com meu pai no Anhembi no acervo cultural. Isso quer dizer que se está sendo criada essa iniciativa, porque foi uma eleição na internet. Isso foi para jovens. Então os jovens sabem de tudo o que foi feito lá atrás. Assim como o presidente estava falando, tem mais gente. O samba tem muitas pessoas que contribuíram, mas isso é importante e é lindo. Isso quer dizer que o carnaval de São Paulo não acaba”, declarou.
Juarez da Cruz
Um dos maiores, Juarez tem a fama de ter ajudado imensamente no crescimento da Liga-SP, sendo um dos presidentes da história da entidade. Além disso, o eterno sambista fundou a Mocidade Alegre, que hoje é uma das maiores potências do carnaval brasileiro.
Toda a família de Juarez da Cruz esteve, que honra o legado e faz parte da Mocidade Alegre, esteve presente na confraternização. A presidente da Morada, Solange Cruz, fez um discurso. Nele, contou histórias e agradeceu bastante o seu tio. A placa da alameda ficará bem ao lado do barracão da escola
Tina Cruz, filha mais velha de Juarez, falou da sensação e importância da lembrança do seu pai eternizada. “Foi muito importante. Estou aqui com meus irmãos e nós estamos eternamente lisonjeados com isso e vai ser um nome eternamente lembrado. Era um dos patamares do meu pai. Ele queria que os sambistas fossem lembrados e respeitados. Isso é importante porque ele foi lembrado. Só tenho a agradecer a Liga”, enalteceu.
Pé Rachado
Sebastião Eduardo Amaral, o Pé Rachado, foi um grande sambista do Vai-Vai, presidindo a escola nos anos 60. Após, fundou a Barroca Zona Sul, no qual apelidou de ‘faculdade do samba’, para ensinar sambistas a aprender a cultura. Na homenagem, esteve a família para receber a placa da alameda, que fez um pequeno discurso, mas quem falou mesmo foi o Zé Carlinhos, integrante do Vai-Vai e um dos maiores vencedores de concurso de samba-enredo da escola. Na fala em público, o compositor disse que o sambista imortal foi quem o incentivou para se tornar escritor de sambas.
As escolas de samba da Série Ouro vivem um drama em meio aos preparativos para os desfiles de 2024 no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Faltando menos de 80 dias para o começo do espetáculo, as agremiações seguem sem ter uma previsão de quando irão receber a subvenção paga pela Prefeitura do Rio de Janeiro. A verba, que nos últimos carnavais girou em torno de R$ 880 mil para cada uma das integrantes do grupo, é considerada crucial não só para confecção dos carros alegóricos e fantasias, mas também para o funcionamento das instituições durante o ano e manutenção do trabalho como um todo. É o que destacou o presidente da União da Ilha do Governador, Ney Filardi, em conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO.
Foto: Diogo Sampaio/CARNAVALESCO
“É decepcionante que, até agora, as escolas do grupo de acesso só receberam R$ 13 mil. Isso da data do desfile de 2023 até hoje. Todas as agremiações possuem muitos gastos o ano inteiro. Só nesses ensaios de rua, eu tenho que dar água paras baianas, para passista, para as crianças, eu tenho que dar o lanche… E, até agora, nada da subvenção. É absurdo o que as autoridades estão fazendo conosco. Eu sou independente, não tenho rabo preso com ninguém. Por isso, faço um apelo aqui: Prefeito, sabe que eu te amo, então ajude as escolas e libere esse dinheiro logo”, disparou Ney Filardi.
Apesar do cenário adverso, a União da Ilha está prosseguindo com o cronograma de trabalhos visando o Carnaval de 2024 e realizou, na última quarta-feira, o primeiro ensaio de rua da temporada. Até o momento, além da tricolor insulana, outras escolas da Série Ouro que começaram os seus treinos a céu aberto foram a Unidos de Padre Miguel, o Império Serrano, o Império da Tijuca, a Acadêmicos do Vigário Geral e o Arranco do Engenho de Dentro. No bate-papo com a reportagem do site CARNAVALESCO, Ney Filardi enfatizou a importância desses ensaios na preparação para o desfile oficial, mas ressaltou que os custos deles são mais um agravante em um momento de escassez de verbas.
“A Ilha está tocando o projeto com base em carta de crédito, doação e muito amor por essa escola das pessoas simpatizantes, que estão aí sempre chegando junto. Se não fosse isso, nós, hoje, não estaríamos reproduzindo as fantasias e confeccionando os carros. Mas, além do barracão, temos outros gastos. Os ensaios de rua são de suma importância na preparação para o desfile. Quem quer disputar título tem que ensaiar muito, de uma maneira e em uma quantidade exaustivas. Porém, as despesas com eles vão desde o carro de som até a baqueta que quebra. Por isso precisamos do apoio das autoridades. O dinheiro já não está previsto? Por que não libera logo? Não adianta nada receber a subvenção faltando 30 dias para o Carnaval”, desabafou o dirigente.
Todavia, mesmo diante dessas dificuldades acarretadas pela falta de recursos, o presidente insulano mantém a confiança de que a agremiação fará uma grande apresentação no ano que vem. “O torcedor da União da Ilha pode esperar um desfile totalmente diferente do que foi o anterior. Com todo respeito as outras 15 agremiações que fazem parte do grupo, quem quiser ganhar o Carnaval de 2024 vai ter que fazer melhor que a gente”, afirmou Ney Filardi.
Em 2024, a União da Ilha do Governador levará para o Sambódromo da Marquês de Sapucaí o enredo “Doum e Amora: crianças para transformar o mundo!”, assinado pelo carnavalesco Cahê Rodrigues. O tema é inspirado livremente no livro “Amoras”, do rapper e escritor Emicida, e em contos infantis do universo da literatura brasileira negra. A proposta é debater questões antirracistas e a intolerância religiosa, através do olhar infantil. A tricolor insulana será a quarta escola a cruzar a Avenida no sábado de Carnaval, dia 10 de fevereiro, segunda noite da Série Ouro, quando irá em busca do campeonato e do sonhado retorno para elite da folia carioca.
Após um sexto lugar em 2023, a Grande Rio vem mordida para o próximo carnaval a fim de corrigir o que não deu certo no carnaval passado e voltar a disputar as primeiras posições, tentando conquistar seu segundo título do Grupo Especial. E uma etapa importante deste processo foi iniciada na Cidade das Artes, local da gravação oficial para o álbum de sambas-enredo da Liesa. Com a obra escolhida desde a final em 30 de setembro, a Vermelha, Verde e Branca de Caxias não perdeu tempo e fez uma preparação meticulosa para trazer para o estúdio montado no complexo cultural da prefeitura do Rio um trabalho que visou valorizar o samba vencedor, a partir de algumas pequenas alterações na letra e melodia, além de introduzir alguns sons que fazem alusão ao enredo. Na direção musical da Grande Rio, mestre Fafá e Evandro Malandro comandaram os trabalhos, mostrando muito entrosamento e seriedade durante todo o processo. A dupla contou um pouco do que preparou para o disco.
“Eu e o Fafá montamos um arranjo para cada samba, e acho que o público vai gostar muito da nossa faixa porque não inventamos nada fora do que pede o enredo, não tem nenhum exibicionismo. Trabalhamos exclusivamente dentro do arranjo e dentro das propostas que o samba pede”, definiu o intérprete, que está na Grande Rio desde o carnaval 2019.
“Nosso enredo passa por diversos lugares, a nossa onça passa por diversos lugares, por isso a gente quer fazer uma gravação bastante dinâmica, em que a pessoa possa conseguir ouvir em casa, sentir algo gostoso, tivemos muito cuidado e tato, não só eu, mas o Evandro e os músicos dele, na parte da harmonia, na parte do coro, no contracanto. Tivemos muito cuidado com tudo. A produção do disco deixou a gente muito à vontade para criar, então, desde a introdução até as paradinhas que a gente está fazendo, e a gente pensou na pessoa que quer aprender o nosso samba, quer conhecer o enredo. É um samba bem para cima, bem alegre. Sabemos que tem algumas palavras que dão uma travadinha ou outra, mas a gente está trabalhando muito bem isso aí para trazer uma faixa bem dinâmica”, acredita Fafá, que também comanda a bateria desde 2019.
Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO
“Trovejou! Escureceu!/O velho onça! Senhor da criação/É homem fera! É brilho celeste/ Devora e se veste de constelação” são versos da cabeça do samba recobertos de poesia, misticismo e encantaria. Com um processo de disputa de samba diferente, a Grande Rio mais uma vez apostou para o carnaval 2024 em um concurso com regras originais, como o fato do intérprete Evandro Malandro ter gravado todos os 11 sambas inscritos para o certame na sua própria voz. O diretor de carnaval Thiago Monteiro analisou como esta iniciativa ajudou na preparação para a gravação do disco e facilitou nos ajustes necessários realizados na obra.
“Como o Evandro gravou todas as obras, então ele conhece este samba desde o início, quase até desde a sua geração, confecção. É lógico que ele fica mais firme para poder colocar sua voz, para poder achar os caminhos que o samba precisa percorrer. Quando o intérprete da escola tem apenas, não sei, por exemplo, uma semana, ou alguns dias para pegar a obra, que não é mais dos compositores, e sim da escola, após o resultado, e começa a trabalhar e buscar por onde ele vai percorrer, fica um pouco mais complicado. Então, dentro desse nosso formato de disputa, o Evandro está muito familiarizado com esse samba. Foi até muito fácil fazer as mudanças pontuais que foram feitas, tanto de letra, quanto de melodia. Ele participou de todas elas, porque ele já conhece bem o samba, a obra está bem sedimentada, não só no Evandro, mas no nosso carro de som como um todo. É bastante positivo, é mais um benefício deste sistema que a Grande Rio adota”, definiu Thiago.
No segundo ano consecutivo participando ativamente do processo de gravação dos sambas concorrentes, Evandro Malandro elogiou o formato que a Grande Rio projeta em seu processo de disputa e apontou de que forma esta proposta facilita o seu trabalho e ajuda a escola a realizar um trabalho de excelência na preparação para gravar a faixa da Liesa.
“Eu estou muito feliz com esse processo que a Grande Rio fez que foi colocar todas as gravações já na voz do cantor oficial, isso aproxima da comunidade e fica melhor de quando se aproxima das finais, de a gente mais ou menos identificar ou traçar uma linha de trabalho para a gravação do CD oficial. Assim foi feito com os sambas finalistas, eu e o Fafá a gente sentou, como diretores musicais da escola, e alinhamos como fazer a questão de arranjo. Acho que o público vai gostar muito deste processo, desta faixa da Grande Rio porque a gente preparou com muito carinho, a gente não fez nada fora do arranjo, nada mirabolante”, classificou o cantor.
Toques indígenas na bateria
Preparada mais uma vez a trazer um tema inédito ou falar de algo conhecido de uma forma original, a Grande Rio levará para o Sambódromo da Marquês de Sapucaí no ano que vem o enredo “Nosso Destino É Ser Onça”, criado e desenvolvido pela dupla de carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. O tema tem como proposta fazer uma reflexão sobre a simbologia da onça no cenário artístico-cultural brasileiro, tocando em temas como antropofagia e encantaria. Sempre atento ao que pede o enredo, mestre Fafá em conversa com a reportagem do CARNAVALESCO comentou o que pensou para o trabalho de bateria na faixa e destrinchou o processo para o desenvolvimento do samba até o desfile.
“Nossa final foi dia 30 de setembro, então tivemos bastante tempo para trabalhar, conhecer o samba, mudar o que tivesse que mudar, acertar melodia, acertar tudo e pelo fato de a gente já ter gravado o samba, o Evandro ter colocado a voz e eu ter feito a gravação dos que foram para a disputa, facilita muito a gente porque já conhecemos a obra, sabemos como ela é, inclusive algumas coisas feitas para esta gravação, utilizei também para a faixa oficial, alguns toques de coisas indígenas, por exemplo. Já começamos a ensaiar, temos ensaiado bateria e carro de som para deixar tudo alinhado. Agora começa aquele meu trabalho gradativo de sempre”, explica o profissional.
A obra composta por Derê, Marcelinho Júnior, Robson Moratelli, Rafael Ribeiro, Tony Vietinã e Eduardo Queiroz conseguiu se sobressair ante as composições das outras três parcerias finalistas e sagrou-se vencedora da disputa promovida pela tricolor de Duque de Caxias. Fafá comentou os próximos passos com os ritmistas visando o próximo desfile.
“Deixo a comunidade aprender bastante o samba, vejo os pontos necessários porque eu sempre gosto de fazer uma paradinha que permita com que a comunidade cante uma parte alta do samba, a gente está estudando tudo isso, para em seguida começar a soltar as paradinhas com calma. Testar bastante. Temos tempo. Vamos fazer tudo com paciência, calma, sabemos que será um dos carnavais mais competitivos dos últimos anos. Boa parte das escolas de samba estão com grandes sambas e grandes enredos. Estamos preparando tudo para mais uma vez fazer um grande espetáculo “, aponta Fafá.
Experiência de Evandro e conhecimento da escola é trunfo
Indo para o quinto desfile como voz oficial da Grande Rio, Evandro Malandro foi encontrando o seu espaço entre os intérpretes mais respeitados do carnaval carioca. Com tranquilidade para trabalhar, com um título do Grupo Especial nas costas, Evandro esclareceu como trabalha sua voz e os cuidados específicos para cada processo que vai desenvolver na temporada até o grande dia do desfile na Marquês de Sapucaí.
“Eu tenho, desde quando entrei na escola, o acompanhamento vocal do Pedro Lima, professor de canto, que é anual e não só neste processo. As pessoas de repente pensam que o cantor começa a fazer preparação em dezembro, janeiro, porque o carnaval é em fevereiro, não, é anual o processo. O Pedro Lima bota a gente para ralar mesmo, trabalhamos bastante, não só a preparação vocal, mas a conscientização de que uma coisa é você cantar no palco para sua comunidade no ensaio, uma outra coisa é fazer show na rua, e uma outra coisa é fazer uma gravação para o CD que vai ficar para o resto da vida, para todo mundo ouvir. Tem que ouvir o samba, a obra tem que ser cantada, tem que passar a mensagem da melhor forma e com uma boa melodia, colocando o vibrato onde tem que colocar, acertando o final das frases, ter o cuidado em não deixar a faixa muito poluída. E aqui eu estou falando do Evandro Malandro, porque tem muitos cantores que gostam, isso é característica de cada cantor. A característica do Evandro Malandro é traçada no mesmo molde que eu fiz com o Fafá, é com o meu professor Pedro Lima, e aí a gente define como vai lidar com o vibrato, com as notas para cada final de frase, onde vem mais junto com o coro, e por aí. Tudo foi muito bem traçado e conversado, espero que todos gostem”.
Sobre o processo de gravação, Thiago Monteiro elogiou a iniciativa da Liesa de buscar uma gravação que trouxesse a emoção das baterias para o disco que mostra os sambas-enredo para o mundo do samba e simpatizantes.
“Eu gostei bastante da experiência, acho muito válido tentar sempre algo novo, e acho que a Liesa está de parabéns por essa iniciativa de tentar sair do lugar comum, tentar sair da mesmice. E sempre inovando, essa gravação na Cidade das Artes tem uma pegada, que não é ao vivo, mas ela tem mais emoção, uma pegada um pouco mais de ao vivo. Você pega mais um sentimento do que uma tecnicidade. A gente achou muito positiva. Eu fiquei muito feliz com o resultado da gravação, era realmente aquilo que a escola queria apresentar no andamento, na colocação muito bem feita pelo nosso cantor.Tenho certeza que a nossa comunidade vai ficar muito feliz. Trouxemos as características da Grande Rio”, concluiu o diretor.
Quarta escola a desfilar na primeira noite de apresentações do Grupo Especial em 2024, a Grande Rio vai levar para a Marquês de Sapucaí o enredo “Nosso destino é ser onça”.
O Sebrae faz às quartas, das 10h às 16h, na quadra da Mangueira, plantão de atendimento gratuito, para orientação e consultoria de empreendedores nos temas: Criação de Empresas, Finanças no Negócio, Vendas e Atendimento ao Cliente, Formalização do Negócio, Regularização do MEI, Emissão de Nota Fiscal, Emissão de DAS MEI. O Plantão de Atendimentoserá realizado através do desenvolvimento do projeto Comunidade Sebrae, iniciativa de incentivo ao empreendedorismo em áreas populares que está atualmente em 18 favelas, da cidade do Rio de Janeiro,totalizando mais de 100 comunidades e mais de 41 mil atendimentos.
O Secretário de Desenvolvimento Econômico e Solidário da cidade do Rio de Janeiro Diego Zeidan, informou que este é o primeiro de uma série de serviços que estão previstos para a comunidade de Mangueira. “O Plantão Sebrae tem esse objetivo, de começar a organizar e instruir naquilo que for necessário os empreendedores e empreendedoras do Complexo de Mangueira. O Sebrae possui todo o conhecimento e experiência para o aconselhamento na gestão de empreendimentos em todas as áreas.”
O atendimento será realizado nos dias 29 de novembro e nos dias 6 e 13 de dezembro de 2023, o espaço serve ainda, para tirar dúvidas sobre precificação, gestão do tempo, planejamento, entre outros.
O Plantão Sebrae Mangueira é destinado para empreendedores e empreendedoras moradores da comunidade do Complexo de Mangueira e das regiões adjacentes, bem como para artistas e profissionais da Economia Criativa, Setor Cultural e do Carnaval.
“O Morro de Mangueira é conhecido e reconhecido por suas fortes características culturais, manifestadas através do samba da instituição Estação Primeira, sendo um grande celeiro de compositores e artistas, a economia criativa, o setor cultural e do Carnaval é uma possibilidade concreta de desenvolvimento econômico e social, e nosso objetivo é orientar e apoiar essas pessoas em seus empreendimentos.” Pablo Brandão, Subsecretário de Ação Territorial Solidária, Vice-presidente Financeiro da Estação Primeira de Mangueira e Membro do Conselho de Favelas da Cidade do Rio.
O plantão Sebrae Mangueira, neste sentido, é um instrumento de gestação, fortalecimento de projetos e empresas destinadas a produção criativa. Diego Zeidan afirmou ainda que a Mangueira é a sala de recepção da cidade do Rio de Janeiro e que é preciso olhar com carinho e atenção para esse território e sua população. Ele reforçou que será na Mangueira a instalação da primeira agência do Banco Comunitário, que irá fornecer crédito aos empreendedores locais a juros zero.
“Queremos constituir um polo gastronômico e um com o circuito culturaljá existente, potencializar o turismo comunitário e o desenvolvimento econômico. A Mangueira e seu povo, possuem uma enorme contribuição na constituição da identidade do carioca e do brasileiro, nada mais justo do que olharmos com carinho e atenção para essa comunidade”. Finalizou o Secretário Diego Zeidan.
O Plantão Sebrae Mangueira é uma parceria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o Sebrae, a Estação Primeira de Mangueira e da Secretaria Especial de Desenvolvimento Econômico e Solidário da cidade do Rio de Janeiro, através da Subsecretaria de Ação Territorial Solidária e conta com o apoio da Associação de Moradores do Complexo de Mangueira.
PLANTÃO SEBRAE MANGUEIRA
Quarta-feira, das 10h às 16h
Local: Quadra da Mangueira
Rua Visconde de Niterói, 1072
Informações Dúvidas: Camila Borges:21 92001-6288
Consultora Sebrae Mangueira
Atendimentos Gratuitos
Com forte participação da comunidade e uma ótima apresentação do casal de mestre-sala e porta-bandeira, o Paraíso do Tuiuti realizou na noite da última segunda-feira seu quinto ensaio de rua. O treino começou em frente ao Colégio Pedro II e foi até a porta da quadra da escola de samba. No final do ensaio os componentes eram recebidos pelo chão da escola em clima de festa, que só terminou por volta de 23h45.
No ensaio desta segunda também ocorreram as gravações para as vinhetas de carnaval da TV Globo, que contaram com a presença de Milton Cunha. No carnaval de 2024, o Paraíso do Tuiuti levará para a Marquês de Sapucaí o enredo “Glória ao Almirante Negro!”, desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos, e vai homenagear João Cândido. A Azul e Amarela será a penúltima escola a desfilar na segunda escola a desfilar na segunda-feira de carnaval. O diretor de carnaval André Gonçalves avalia uma melhora contínua entre os componentes.
“Foi uma noite maravilhosa. Ressalto que estamos em um ensaio de rua, e a tendência é só lapidar e melhorar. O aspecto hoje foi maravilhoso e acredito que a escola evoluiu muito. Para nós, está sendo muito satisfatório. Hoje foi muito bom (o canto). Estamos prontos para no sábado entrar no minidesfile e arrebentar. Temos o Morro do Tuiuti. É uma comunidade que ‘fez’ essa escola acontecer. Isso para a harmonia é incrível, porque interage muito”, comenta o diretor de carnaval.
Comissão de Frente
Comandada pelos coreógrafos Edifranc Alves e Cláudia Mota, a comissão de frente apresentou uma coreografia muito bem sincronizada. O ponto alto da performance foi quando uma das integrantes era erguida ao alto e se jogava, de costas, nos braços dos outros componentes.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
No quarto ensaio de rua que participou, o destaque foi para a evolução do trabalho realizado pela dupla Raphael Rodrigues e Dandara Ventapane. Com uma dança mais tradicional, o casal deu um show de sincronia, conexão e troca de olhares. De fato, um dos destaques do ensaio desta segunda-feira. Vale ressaltar que esse foi o primeiro ensaio de rua que contou com a participação dos guardiões. O mestre-sala destaca que a dupla foca na sintonia, que foi uma das justificativas para a penalização do segmento do último carnaval.
“Estamos trabalhando muito. O entrosamento está vindo com muito trabalho para tirar dos jurados essa impressão de falta de sintonia – estamos focando nessa parte. O enredo também ajuda, porque não pede coreografia e muita firula. Ele (o enredo) puxa a gente para a dança tradicional, mais ‘dançada’ e menos coreografada. Estamos testando algumas coisas. O que posso dizer é que o público terá surpresas com o Paraíso do Tuiuti e principalmente com Raphael Rodrigues e Dandara Ventapane”, afirma Raphael.
A porta-bandeira completa: “Estamos em uma crescente muito forte durante os ensaios de rua. Hoje tivemos um novo elemento, que foi a chegada dos nossos guardiões. A gente vem treinando para cada vez mais estar forte e ‘trocando’ ainda mais com a comunidade. Acredito que nossos objetivos estão sendo alcançados e estamos felizes com a trajetória que estamos conseguindo criar. Sempre há mais um pouco para evoluir, e estamos em busca desse pouquinho para alcançar a nota máxima no carnaval”, ressalta Dandara.
Harmonia
A comunidade começou a abraçar os ensaios de rua cada vez mais, e com o samba não foi diferente. Ser uma das escolas mais conectadas com suas raízes facilita a harmonia da Paraíso do Tuiuti. O canto dos componentes foi forte e teve seu ápice no refrão principal: “Salve o Almirante Negro/Que faz de um samba enredo/Imortal!”. Destaque para as alas 4 e 8, que cantaram bastante. Além do ótimo trabalho do intérprete Pixulé, o entrosamento entre carro de som e bateria desenvolve um papel fundamental no fortalecimento do samba.
“Estamos em uma crescente e finalizando o recadastramento dos componentes. Conforme vai chegando o final do ano eles aparecem mais, então a cada semana semana estamos em uma crescente rumo ao nosso objetivo. O ponto alto foi o canto, porque é um samba que tem um canto muito forte. A galera está chegando e compreendendo o que a gente quer que aconteça”, afirma o diretor de harmonia da agremiação, Jeferson Carlos.
Evolução
Apesar da longa duração, a escola evoluiu bem até a rua que dá acesso à quadra, que serviu como segundo recuo para a “Super Som”. Por conta das calçadas estreitas, o público acaba invadindo a pista de ensaio. No geral, as alas conseguiram evoluir bem e o reflexo disso foi percebido ao final do desfile, com a comunidade alegre, sambando e cantando forte.
“O canto evolui cada vez mais. A comunidade está aguerrida e cantando igual curió (risos). Estou muito feliz. A comunidade está cantando muito, e isso é bom para o nosso mini desfile de sábado, para o ensaio técnico de janeiro e para o nosso desfile. A relação entre carro de som e bateria é maravilhosa. É uma sintonia maravilhosa e não tem nada para mexer – está perfeito”, diz o intérprete Pixulé.
Samba
Abraçado pela comunidade, o samba-enredo teve um bom desempenho entre os componentes e o público. O sucesso também se dá por conta da ótima condução feita por Pixulé e pelos demais membros do carro de som do Tuiuti. Mestre Marcão, que gabaritou o quesito no último carnaval, deu um show juntamente com a “Super Som” e animou os componentes e o público presente.
Outros destaques
Destaque para as musas da comunidade e a ala de passistas, que deram um verdadeiro show de samba no pé e simpatia. Vencedor do Prêmio Estrela do Carnaval no quesito, o segmento promete entregar mais um espetáculo na Passarela do Samba.
Uma parceria entre a Unidos de Vila Isabel e a Secretaria Municipal de Educação do Rio promete antecipar as comemorações do Dia Nacional do Samba. A quadra da agremiação três vezes campeã do Carnaval carioca recebe no dia 1º de dezembro, a partir das 9h, a primeira edição da Festa Literária e Cultural da Vila Isabel. Denominada “A criança é a esperança de Oxalá”, em alusão ao enredo “Gbalá – Viagem ao Templo da Criação”, que a azul e branca apresentará no Carnaval 2024, a FLIVILA será gratuita e contará com atividades culturais e até mesmo roda de samba.
Com uma vasta programação, o público poderá participar de oficinas de criação poética e de percussão, além de acompanhar contações de histórias, lançamentos de livros, bate-papos com autores renomados e apresentações artísticas. O evento irá até as 21h, com o objetivo de integrar alunos da Educação de Jovens e Adultos que estudam no período noturno.
Além de contar com distribuições gratuitas de livros para alunos da rede pública municipal, o evento também abordará de maneira didática questões presentes no enredo da agremiação para 2024, uma reedição do desfile de 1993, criado por Oswaldo Jardim, com samba de Martinho da Vila.
“A FliVila é uma forma da gente valorizar a escola de samba como algo que vai além do Carnaval. A agremiação também é uma transformadora de vidas, que ensina valores e cidadania. É o samba como conhecimento em sua forma mais ampla”, pontua Vinícius Natal, pesquisador da Vila Isabel e coordenador da FliVila, que tem como curadoras a diretora cultural do Herdeiros da Vila, Tathiane Queiroz, e a professora da rede pública, Luanda Machado.
A quadra do G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel fica no Boulevard 28 de Setembro, 382, em Vila Isabel.
FLIVILA
Data: 1º de dezembro
Horário: de 9h às 21h
Local: quadra do G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Boulevard 28 de setembro, 382 – Vila Isabel
Entrada gratuita
Composto por Martinho da Vila para o carnaval de 1993, desenvolvido pelo carnavalesco Oswaldo Jardim, pode se dizer que “Gbalá – Viagem ao Templo da Criação” já está na ponta da língua do componente há uns 30 anos. Esta, sem dúvida, foi uma das razões para que a direção da Unidos de Vila Isabel escolhesse a obra para ser a primeira reedição de samba-enredo que a escola do bairro de Noel levará para a Sapucaí. Primeira agremiação a gravar a faixa oficial para o Carnaval 2024, na Cidade das Artes, o clima trouxe um olhar lúdico, infantil, como pede o enredo. Com o cavaquinho fazendo a intenção de uma flauta logo na introdução do samba, e com voz infantil no coro, o restante ficou por conta da potente voz de Tinga e dos ritmistas da “Swingueira de Noel” comandados pelo ótimo mestre Macaco Branco. Com muita alegria e leveza, o samba contagiou todos que presenciaram a gravação na sala de ensaios três do complexo cultural localizado na Barra da Tijuca.
Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO
Sendo mais uma vez a voz oficial da Vila em um disco da Liesa, o intérprete Tinga comandará em 2024 pela décimo sexta vez o carro de som da agremiação, somando as duas passagens pela escola. Para o cantor, a possibilidade de levar o samba de 1993 no próximo carnaval é um grande presente. Tinga também explicou como se deu o processo para colocar a obra em um formato que se adeque ao carnaval atual.
“Para mim é uma honra estar cantando um grande samba do Martinho da Vila. A adaptação é colocar nos moldes de hoje mesmo. Hoje a bateria está um pouco mais para frente, mas o samba mesmo, a melodia, a gente procurou não mexer muito, não mudar muito, porque é um clássico. A gente está muito feliz em poder cantar o samba do jeito que ele é. É mais fácil de trabalhar, a gente já conhece bem, a comunidade está feliz demais, cantando com muita alegria, com muita força. É um enredo maravilhoso, vai ser muito bonito cantar esse samba com muita garra, a garra do componente da Vila Isabel”, promete o cantor.
Tinga contou que a preparação para a gravação não é só exclusiva do cantor oficial. Na Vila Isabel, todo o restante do coro, que acompanha o intérprete, precisa ter um cuidado especial com a voz.
“Não só eu como todo o carro de som faz fonoaudióloga, faz aula de canto. A gente sempre está procurando fazer o melhor para chegar na Avenida e dar conta do recado. Agora após a gravação é só ensaiar mesmo, a comunidade está chegando juntinho já, o mais importante é a comunidade estar firme e forte na Avenida, cantando esse samba no gogó, e mostrando a força da nossa escola e a força da comunidade do Morro dos Macacos”, entende Tinga.
O arranjo preparado para a gravação oficial da Liesa foi desenvolvido pelo diretor musical da Vila, Douglas Rodrigues. O músico esclareceu que procurou trazer um tom lúdico, infantil para a gravação, como pedia o enredo, a obra, mas também valorizando a comunidade que habita o entorno da escola do bairro de Noel. Douglas confessou que a equipe procurou não ouvir tanto o que foi desenvolvido para 1993 para não ficar preso a ideias já produzidas, e se permitiu dar uma nova roupagem sem descaracterizar a obra.
“O arranjo foi feito para interagir com a comunidade. Usamos palma da mão, solo, canto, para todos entrarem juntos e ter aquela interação. É muito legal quando você faz um arranjo que todos participam, não é só as cordas, ou não é só o canto, todo mundo participando, da bateria, até o cara que vai lá para conhecer o samba na quadra, a comunidade. O arranjo foi criado a partir desse entendimento, é um toque lúdico por conta das crianças. O cavaquinho dá a intenção de uma flauta. E em relação a gravação original, a gente não ouviu muito para também não ficarmos presos. Mas a gente não pesou a mão. Porque se pesar a mão vai ter aquela comparação. Foi uma parada bem tranquila. A roupagem já está na voz do Tinga. O Tinga já dá uma outra visão do samba. A gente só vai acompanhando”, explicou o diretor musical.
Preparação contemplou ensaios desde decisão por reedição
Presente à gravação na Cidade das Artes, o diretor de carnaval da Vila Isabel, Moisés Carvalho, relatou à reportagem do site CARNAVALESCO de que forma a escola se preparou para este importante passo no processo de desenvolvimento de um carnaval.
“Desde que o presidente decidiu que o samba seria a reedição de Gbalá, todo o time, carro de som, parte musical, tem batido papo, indo para estúdio, para a gente achar o melhor caminho para fazer essa reedição em alto estilo. A gente está botando em prática nesta gravação tudo que vem ensaiando durante todos esses meses. Acho que encontramos o ponto ideal. Também já começamos nossos ensaios na 28 de setembro, ali vamos imprimir o ritmo que vamos levar para o desfile”, informa o diretor.
Moisés Carvalho também explicou mais sobre o cronograma de trabalho da escola no que diz respeito ao trabalho de canto e evolução na preparação para o Carnaval 2024.
“Como já tínhamos o samba escolhido e na ponta da língua da galera, a gente conseguiu antecipar os nossos ensaios, não só de quadra, como também do Boulevard 28 de setembro, a fim de a gente chegar na excelência máxima que é o samba na ponta da língua, o carro de som entrosado com a bateria de mestre Macaco Branco que também participa das reuniões junto com o Tinga, com o Douglas (Rodrigues), com o preparador vocal, com nosso presidente Luizinho (Guimarães). Todos estão afinados para os ensaios e para o nosso CD, que tem a proposta de mostrar o samba, a letra do samba, com alguma coisa de bateria, mas focado na letra. O samba a gente fez da forma como executamos nos ensaios de quadra, de bateria”, concluiu Moisés.
Intérprete oficial de 1993 é figura ilustre do carro de som
Uma presença especial na gravação foi do cantor Gera, que já faz parte há algum tempo do carro de som da Vila como uma das vozes de apoio do intérprete Tinga. Gera foi o responsável ao lado de Martinho da Vila por cantar Gbalá durante o desfile de 1993. O experiente cantor dá nome ao palco localizado na quadra da Vila no Boulevard 28 de Setembro e falou sobre a emoção de participar deste processo além de compartilhar algumas lembranças daquele carnaval de 1993.
“Eu fiquei muito orgulhoso por estar com saúde. Trinta anos atrás eu cantei esse samba, eu e o Martinho da Vila. A gente gravou juntos. Agora estou com a garotada, dando esse apoio ao Tinga, para mim é um prazer muito grande . Eu quero ver na Avenida e eu acho que vai ser muito bacana porque o samba está com uma pegada maior, está mais em cima o tom, e a pegada muito firme. Eu me sinto muito orgulhoso por estar com a rapaziada. Choveu muito naquela noite, mas o carnaval era tão bonito produzido pelo nosso carnavalesco da época Oswaldo Jardim . Imagina o que virá agora com o Paulo Barros, com essa criatividade que ele tem. Naquele ano o samba rolou maravilhosamente bem. Ganhou prêmios e levou a escola bem, mesmo com toda a chuva que teve. Acredito que 2024 vai superar aquele desfile “, acredita Gera.
Comandando a “Swingueira de Noel” desde o carnaval de 2019, mestre Macaco Branco participa de sua quinta gravação à frente dos ritmistas. Experiente no mundo musical, Macaco gravou de forma tranquila e explicou o que pensou para a faixa oficial da Liesa.
“A gente colocou um andamento mais orgânico, como é uma gravação ao vivo não tem como a gente estar medindo muito o andamento. Está ali na casa de 141, 142 BPM, que é para gente já ter a noção do que é um andamento perfeito para o samba da Vila Isabel. Os arranjos estão muito bonitos, bem encaixados na métrica, na melodia do samba. O projeto é lindo demais, usamos os instrumentos tradicionais de escola de samba, tem uma hora que a gente coloca palmas, em um jongo que tem muita relação com a temática do samba. A introdução tem bastante a ver com aquela gravação que a escola fez, mas há algumas diferenças que vocês vão perceber e espero que gostem”, deseja o mestre.
Terceira escola a pisar na Sapucaí na segunda noite dos desfiles de 2024, a Vila vai levar para a Avenida o enredo “Gbalá” que está sendo desenvolvido pelo carnavalesco Paulo Barros.
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Foto: Alexandre Macieira/Riotur
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O intérprete Neguinho da Beija-Flor canta o samba-enredo da escoal de Nilópolis para o Carnaval 2024. A azul e branco levará para Avenida o enredo “Um delírio de carnaval na Maceió de Rás Gonguila”.