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Trovejou! Parceria de Derê vence a disputa de samba-enredo da Grande Rio para o Carnaval 2024

Por Diogo Sampaio, Rhyan de Meira, Raphael Lacerda e fotos de Allan Duffes

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Fotos de Allan Duffes/CARNAVALESCO

Sou Caxias, bicho fera! A Acadêmicos do Grande Rio já tem samba-enredo definido para o Carnaval de 2024. Em uma noite de grandes apresentações, a obra composta por Derê, Marcelinho Júnior, Robson Moratelli, Rafael Ribeiro, Tony Vietinã e Eduardo Queiroz conseguiu se sobressair ante as composições das outras três parcerias finalistas e sagrou-se vencedora da disputa promovida pela tricolor de Duque de Caxias. Com isso, ela irá embalar o desfile da agremiação que levará para o Sambódromo da Marquês de Sapucaí no ano que vem o enredo “Nosso Destino É Ser Onça”, criado e desenvolvido pela dupla de carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. O tema tem como proposta fazer uma reflexão sobre a simbologia da onça no cenário artístico-cultural brasileiro, tocando em temas como antropofagia e encantaria. A escola será a quarta a cruzar a Avenida no domingo de Carnaval, dia 11 de fevereiro, pelo Grupo Especial, e irá em busca do segundo título de campeã da folia carioca.

“Muita emoção com essa vitória. Fizemos um grande samba e, graças a Deus, conseguimos mais uma vez sermos campeões. Muito obrigado a todo mundo, especialmente ao seu Jayder Soares, Leandrinho, Helinho de Oliveira, Perácio e Feiticeira. Só tenho o que agradecer. Essa é minha décima vitória aqui, sou o maior vencedor da escola. Posso dizer que tenho sorte aqui”, disse o compositor Derê.

“Essa vitória representa muito, porque foi muito trabalho e muita dedicação. Graças a Deus conseguimos chegar a essa vitória. É gratificante demais ter um hino nosso, mais uma vez, sendo levado pela nossa escola. Eu gosto de todas as partes no samba, mas o refrão emociona demais ‘É preta, parda, é pintada feita a mão’”, afirmou o compositor Marcelinho Júnior.

* LEIA AQUI: Paolla Oliveira revela paixão pela Grande Rio: ‘Me sinto abençoada e muito feliz’

“Vencer representa a realização de um sonho. Um sonho de muita luta e muito trabalho depois de dois anos de derrota. Tivemos persistência, determinação e agora ver o meu samba campeão não tem preço. É a realização de um trabalho árduo. Para mim, todo samba tem que ter uma parte emotiva, aquela parte que ‘toca’ no coração. Esse samba tem duas partes: A volta do refrão do meio e o ‘Kiô… Kiô Kiô Kiô que era”, contou Robson Moratelli.

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“Ter meu samba na Marquês de Sapucaí em 2024 representa força e vigor. Esse foi o trabalho que começou a ser feito há muito tempo. Hoje tivemos a conquista. A minha parte favorita é ‘Enquanto a Onça não comer a lua’, porque na mitologia tupi-guarani, se a onça comesse a lua o mundo iria acabar”, comentou Eduardo Queiroz.

‘Escola com uma roupagem muito nova’, prometem carnavalescos

A dupla de carnavalescos formada por Gabriel Haddad e Leonardo Bora fez sua estreia na Acadêmicos do Grande Rio no Carnaval de 2020. Logo no primeiro ano, os artistas conquistaram um vice-campeonato com o enredo “Tata Londirá – O Canto do Caboclo no Quilombo de Caxias”, sobre o pai de santo baiano Joãozinho da Gomeia. O trabalho seguinte foi ainda mais além e alcançou o tão sonhado título para a escola de Duque de Caxias com “Fala Majeté! Sete Chaves de Exu”, que desmostificava a figura do orixá. Agora, após um sexto lugar em 2023 homenageando o cantor e compositor Zeca Pagodinho, os dois querem novamente levantar o caneco com “Nosso Destino É Ser Onça” sobre a simbologia do animal no cenário artístico-cultural brasileiro.

“A Rosa Magalhães uma vez deu uma entrevista falando que todo Carnaval é novo. O ferro é novo, o isopor é novo, o tecido é novo. Claro que é uma brincadeira, mas diz muito sobre esse espírito do que é uma criação carnavalesca. Esse próximo trabalho nosso na Grande Rio é um desafio imenso. É um enredo que a gente vem pesquisando há muito tempo, que foi sendo maturado e desenvolvido ao longo dos anos. Com certeza, os torcedores da tricolor de Caxias, os amantes, os espectadores do Carnaval em geral, podem esperar uma escola com uma roupagem muito nova, ainda mais experimentação, mais inovação, algo muito diferente do que está todo mundo acostumado”, antecipou Leonardo Bora em entrevista concedida para a reportagem do site CARNAVALESCO.

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Conforme destacado por Leonardo Bora, o tema que a tricolor caxiense levará para o Sambódromo da Marquês de Sapucaí no ano que vem é fruto de uma pesquisa iniciada ainda em 2016. A ideia surgiu a partir da leitura do livro “Meu Destino É Ser Onça”, do escritor Alberto Mussa, que narra como a onça possui papel central na cosmovisão dos Tupinambá. Desde então, o enredo foi sendo trabalhado pela dupla de carnavalescos até que, após uma conversa com o autor da obra, decidiram tirar o projeto do papel e contar essa história na Avenida. Ao comentar sobre isso, Gabriel Haddad ressaltou que mesmo a proposta sendo complexa, ela não deixa de ser popular também.

“A gente não classifica os enredos em gavetas, são histórias amplas e a cada divulgação que a gente faz, a cada história que a gente conta, são trabalhados de maneiras diferentes. Por isso, não posso tentar enquadrar a comunidade da Grande Rio de maneira aleatória. Não posso olhar para um enredo e dizer ‘ah, isso aqui eles não vão entender’. Se fosse só escolher o que é fácil todo ano seria as quatro estações, os dias do ano, algo bobo. Não posso entender a comunidade da Grande Rio, enquanto uma comunidade que não vai entender o enredo. É uma comunidade inteligente, que frequenta os ensaios, que entende o samba, entende a sinopse. Então, preciso confiar neles. Tenho certeza que vão entender o nosso enredo para 2024, assim como entendeu o Exú, o Tata Londirá, o Zeca, que não foram propostas fáceis. Este ano, a única diferença de construção de enredo é que inspirado em um livro do Alberto Mussa. De fato, é um enredo complexo, que envolve muita pesquisa, mas eu duvido você achar alguém na Cidade do Samba que vai escrever o livro Abre-alas sem ter um estudo extremamente aprofundado do tema. O quesito enredo tem sido muito bem avaliado, então esse embasamento é fundamental”, defendeu Haddad.

Trunfo está na relação da escola com a comunidade

Após perseguir o título de campeã do Carnaval carioca por longos anos e bater na trave por diversas vezes, a Grande Rio alcançou a tão sonhada vitória no ano de 2022. Porém, quem pensa que a escola está satisfeita depois disso está enganado. Em conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO, o presidente da agremiação, Milton Perácio, garantiu que a tricolor caxiense está com ainda mais afinco na busca pelo segundo campeonato.

“O torcedor, o sambista em geral, pode esperar um grande desfile novamente, com a mesma qualidade de sempre. Para 2024, temos um excelente enredo que está nos proporcionando fazer um trabalho de altíssimo nível e com certeza renderá uma bela apresentação na Marquês de Sapucaí. A Grande Rio está empolgada e vamos buscar essa segunda estrela para o nosso pavilhão. O sexto lugar do ano passado só nos deu mais ânimo, mais gás. É a garra da onça”, assegurou Perácio.

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Presidente de honra da escola ao lado de Jayder Soares, Hélio Ribeiro de Oliveira, o Helinho, também conversou com a reportagem do site CARNAVALESCO e comentou sobre essa nova busca, agora pelo segundo título. Para o dirigente, um dos principais trunfos é a relação da Grande Rio com a sua comunidade, algo que só cresceu ao longo dos últimos anos.

“Caxias e Grande Rio, para mim, é tudo. Acredito que nunca estivemos afastados da nossa comunidade. Porém, por muito anos, chamaram a gente de a ‘escola dos artistas’. Os famosos sempre estiveram presentes aqui, mas se formos contar ao todo eram cem artistas, enquanto a comunidade eram 3900 componentes. No entanto, de fato, essa relação comunidade cresceu nos últimos anos e cada vez mais está abraçando a escola. É algo importantíssimo, afinal sem eles nós não somos ninguém”, pontuou Helinho.

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O presidente de honra ainda elogiou o atual modelo de disputa de samba. Ele fez questão de enaltecer a safra que a Grande Rio teve para o desfile do ano que vem, assim como a do Carnaval carioca em geral.

“Avalio como positivo esse formato da competição. Já é o quarto ano e o Thiago foi muito feliz em trazer essa opção para nós. Estamos muito satisfeitos. Quadra explodindo. Em relação a safra, vai os parabéns para todos os compositores. Gosto muito de ouvir não só os meus sambas, mas os das minhas coirmãs também. Então tenho escutado e quero parabenizar a todas as escolas, porque têm grandes sambas aí para 2024. Aqui na Grande Rio, demos um passo importantíssimo hoje que foi a escolha do melhor samba. Se Deus quiser, ele vai nos ajudar a atingir o nosso maior objetivo, que é ganhar mais uma vez este tão sonhado caneco”, declarou Helinho.

Formato ideal para compositores e para escola

Seguindo o mesmo modelo de disputa de samba pelo quarto ano seguido, o diretor de carnaval da Grande Rio, Thiago Monteiro, avaliou a competição como ideal para a agremiação e os compositores. Com o samba-enredo definido, ele agora pensa na preparação. O primeiro ensaio de quadra com a comunidade deve ocorrer em 17 de outubro, uma terça-feira. Já o de rua deve ocorrer na última semana de novembro.

“Estou muito satisfeito. Acredito que a Grande Rio encontrou um modelo que é ideal para a gente. É uma disputa curta, que não tem cantor do especial, uma disputa muito barata para as parcerias – com o Evandro gravando todos os sambas . É um tiro curto, entre a eliminatória e a final foram três semanas. O que interessa hoje não é a disputa de parceria, e sim o samba. É uma grande licitação que nós fazemos para escolher o melhor samba”, afirmou.

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Thiago Monteiro contou que a agremiação de Caxias vai desfilar com 3200 componentes no próximo carnaval. Com uma alta procura entre o povo de Caxias, o diretor de carnaval revelou que há até fila de espera para tentar representar a Grande Rio na Passarela do Samba. Segundo ele, toda a escola será da comunidade.

“A Grande Rio não tem mais vagas e as inscrições estão encerradas. Agora ainda temos uma média de 200 pessoas na fila de espera, até porque ainda não começaram os ensaios pesados. Isso é fruto de uma confiança no trabalho que a escola tem feito e a comunidade quer cada vez mais estar junta. Infelizmente não podemos colocar 5 mil pessoas na Avenida como era no passado, mas é importante sabermos que tem muita gente que deseja estar conosco. A Grande Rio é 100% da comunidade. Até a ala comercial que nós temos – que é do Paulo 10, que é de Caxias – são pessoas que estudam, trabalham e não conseguem vir para o ensaio. E geralmente é um público fiel que está lá há anos. São pessoas que não conseguem vir em todos os ensaios, mas são de Caxias e estão aqui quando podem”, revelou.

Já sobre o enredo, o diretor de carnaval acredita que é um tema fácil de ser contado na Marquês de Sapucaí. “Onça, indígenas, contemporaneidade, isso está muito atual e tem bastante referências e elementos para que você possa fazer um grande espetáculo. É um enredo que é muito fácil de você transmitir isso em alegorias e fantasias. Fora que os dois carnavalescos são craques, então é bem tranquilo”.

Paolla e a parceria com a Grande Rio: ‘Me sinto abençoada e muito feliz’

A atriz Paolla Oliveira fará, em 2024, o seu quarto carnaval consecutivo à frente dos ritmistas da bateria do Acadêmicos do Grande Rio. A beldade, que já havia ocupado o posto nos anos de 2009 e 2010, é considerada por muitos a maior rainha da história da tricolor caxiense. Em conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO, ela comentou sobre essa relação já de longa data entre ela e a agremiação, além de enaltecer o carinho que recebe por parte da comunidade.

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“Me sinto abençoada e muito feliz. Gosto de povo, de gente. Não sou daqui de Caxias, mas sinto como se fosse, meu coração é daqui. Sou uma paulista que mora há tantos anos no Rio de Janeiro que já posso ser considerada um pouco carioca e um pouco caxiense. Então, só posso dizer que sou muito agraciada por estar na Grande Rio. Todos aqui sabem do meu amor pela escola e por eles também”, afirmou Paolla.

A beldade também fez questão de rasgar elogios ao falar sobre a relação com mestre Fafá. Além disso, Paolla comentou sobre os preparativos para o desfile de 2024 e destacou que, apesar de ainda não ter a fantasia, tem a intenção de vir com uma indumentária que dialogue diretamente com o enredo.

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“Conheço o Fafá desde novo. Eu via o pai, a mãe dele na bateria. Tive a oportunidade de acompanhar todo o processo de crescimento do Fafá dentro da escola até ele chegar ao comando dos ritmistas. Então, para mim, que fui abraçada pela escola, é uma delícia estar dividindo com ele neste momento, ver essa evolução, é algo muito gostoso. E quando aos preparativos para o ano que vem, a gente começou cedo. Com a obra escolhida, agora é ir para os ensaios e se dedicar o máximo possível. É um enredo muito forte e muito denso, de povos indígenas e uma lenda sobre a criação do mundo, então quero trazer na minha fantasia uma coisa muito amarrada, cada vez homenageando mais dentro deste tema da escola”, relatou a atriz.

União é o segredo da bateria

O mestre de bateria da Grande Rio, Fafá, fez um balanço positivo do último carnaval, reconheceu os erros da Tricolor da Baixada e saiu em defesa da equipe, que ganhou o primeiro título da escola e um vice-campeonato.

“Positivo. Eu acho que a Grande Rio vem evoluindo com o tempo desde que ela decidiu fazer essas mudanças com ela mesma. A gente acerta, a gente erra e a gente vai aprendendo. No passado tivemos nossos problemas, concordamos com a posição que a gente voltou em 2023, mas não ficamos satisfeitos. Essa equipe já conseguiu um vice-campeonato, o primeiro título pra escola. A gente espera que esse ano, com muita humildade e com muito trabalho, consiga um título para a escola”.

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Como participa das gravações dos sambas que disputam, Fafá relata aproveitar esse momento para começar a pensar em paradinhas para o desfile. No entanto, o mestre entende que precisa sentar com calma e trabalhar pela pontuação máxima.

“Eu sempre gravo os sambas da Grande Rio, alguma ideia ou outra a gente acaba usando. Agora vamos sentar com calma e trabalhar para mais uma vez buscar a pontuação máxima para ajudar a escola. Vamos seguir com tranquilidade e muito pé no chão. A gente sabe que a cada ano fica mais difícil e mais complicado”.

Ao ser questionado se a equipe tem um naipe especial, o mestre da tricolor caxiense falou que a união da equipe é o naipe central para o desfile de 2024. “Eu acho que não tem naipe, é a união. A união da nossa bateria, entre todos os naipes, a nossa humildade e a nossa equalização. Eu acho que esse é o ponto máximo da nossa bateria, somos uma equipe e isso vem dando certo”.

Malandro em casa na Grande Rio

O intérprete Evandro Malandro comentou sobre ser considerado um dos maiores cantores da Grande Rio, e de maneira modesta, valorizou outros cantores que passaram pela escola e ressalta a responsabilidade que esse reconhecimento carrega.”Isso me deixa feliz, mas com uma responsabilidade muito grande. Eu – particularmente – não me considero um dos maiores cantores da Grande Rio. Eu respeito muito cada trajetória, eu acho que cada cantor, em seu ano ou no seu samba, não teria outro que cantaria melhor. Eu respeito muito isso, assim como também acho que ninguém cantaria melhor o “pedra preta” ou o “boa noite moça” do que o Evandro Malandro. Isso me deixa muito feliz, mas com uma responsabilidade imensa. Eu acho que representar uma escola como a Grande Rio, com uma comunidade bonita como essa, não tem preço. Eu to muito feliz, com mais um samba e mais uma eliminatória que foi escolhida com muita torcida”.

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Após gravar todos os sambas, Evandro negou que seria fácil fazer a avaliação na hora de escolher o vencedor. O intérprete reconhece seu papel como um agente norteador para comunidade na hora de cantar e afirma fazer isso com cautela. “Eu dou um caminho pra comunidade escolher melhor, pra comunidade se sentir mais confortável com aquele samba que foi cantado, pela parceria, mas ela está torcendo em casa pelo samba já gravado pelo Evandro Malandro. Então, eu fico feliz com isso de dar um caminho pra nossa comunidade. Fico feliz, mas com muita responsabilidade e muita cautela”.

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O intérprete também comentou sobre o jeito especial que a agremiação tem de fazer seu samba. Evandro ressalta o cuidado dos compositores entenderem a nova geração de sambas da Grande Rio, valorizando um casamento entre a melodia e a bateria e, ao mesmo tempo, levando em consideração o jeito de cantar do intérprete. “Eu acho que os compositores entenderam essa “nova fase, nova era, nova geração”. Essa ideia de um samba com aclamação bacana, com a poesia, com melodia que é bom pra bateria. A cadência, o jeito do cantor, e estão escrevendo do jeito do Evandro Malandro cantar, então eu to feliz de verdade com esse pensamento dos compositores da Grande Rio”.

Entrosamento perfeito do casal

Sobre o balanço do carnaval de 2023, o casal de mestre-sala e porta-bandeira afirmou que apesar de não ser o melhor carnaval, foi um desfile marcante no qual a dupla conseguiu cumprir o que foi proposto para o desfile. “Foi um desfile marcante para a gente, porque conseguimos cumprir aquilo que propomos fazer: um desfile leve, alegre e uma coreografia alegre também e que encantasse as pessoas para que elas se divertissem com a gente. Acredito que esse nosso objetivo foi atingido. Agora é começar a trabalhar para o carnaval de 2024”, disse Taciana.

“Não foi o desfile dos nossos sonhos, mas a Grande Rio apresentou um desfile diferente do que a escola vem fazendo. Conseguimos fechar o nosso enredo, que era homenagear o Zeca, um morador de Duque de Caxias”, completou Daniel.

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A porta-bandeira da escola de Duque de Caxias também destacou as virtudes na dança de Daniel Werneck. “O Daniel é um cara sensacional e parceiro. Um cara elegante e um mestre-sala exemplar. Eu tenho o maior orgulho de dizer que ele é o meu parceiro de dança e vida. Nós temos uma amizade fora do carnaval e essa química, parceria e amizade ajudam bastante. A gente acaba se conhecendo, então qualquer erro ou desvio a gente consegue contornar com mais facilidade porque nos entendemos no olhar”.

Já o mestre-sala destacou a cumplicidade da dupla. “Nossa virtude é a parceria e a cumplicidade. A gente sabe dividir as nossas ideias, não existe uma vaidade entre a gente e acho que a divisão traz o conhecimento técnico. Ela traz as ideias dela, eu as minhas e a gente sempre entra em um consenso. Parceria é isso, saber ouvir o outro para que as coisas fluam da melhor maneira possível”.

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O casal ainda falou sobre a importância dos coreógrafos, ensaiadores e diretores artísticos para o êxito do quesito na hora de desfilar na Passarela do Samba. “É muito importante a gente ter essa visão de fora, porque enquanto nós estamos dançando tem alguém que está dando alguns toques. É muito bacana e importante esse olhar e trabalho do ensaiador e preparador”, enfatizou a porta-bandeira.

“Fundamental. A gente tem o Hélio e a Beth que são a cereja do bolo para nós. Eles têm um olhar de fora e muita das vezes, quando a gente cria uma coreografia ou traz uma ideia, a gente precisa desse olhar de fora. O diretor artístico entra na parte de corrigir e levar mais precisão para os movimentos”, completou o mestre-sala.

Análise das apresentações das parcerias na final

Parceria de Thiago Meiners: A primeira obra a se apresentar na final da Grande Rio foi a assinada por Thiago Meiners, Marco Moreno, Denilson Sodré, Bertolo, Domingos PS e Dilson Marimba. O intérprete Igor Vianna, voz oficial da Unidos de Bangu, é quem teve a missão de defender o samba. Seguro, ele deu um verdadeiro show na condução e não deixou a obra cair de rendimento momento algum da apresentação. O refrão principal, com os versos “Ôôôô ôôôô/ Panteão tupinambá, Grande Rio, eu sou/ Kiô kiô canidé-iouue/ Ouça o grito de Caxias ao rugido do tambor”, foi o ponto alto, sendo o trecho do samba mais entoado. Além dele, a segunda estrofe, em especial a parte: “Se o onceiro é poesia/ Caetana ganhou asas e voou”, também chamou a atenção, não só pelo canto, mas principalmente pela beleza da melodia. Falando da torcida, ela veio ornamentada com bandeirões e balões nas cores da Grande Rio, além de bandeiras personalizadas com o número da parceria. O grupo compareceu em peso e mostrou sua força. Com o samba na ponta da língua, eles vibraram e pularam do início ao fim da apresentação. Houve o uso ainda de efeitos, como chuva de papel picado.

Parceria de Elias Bililico: A obra de autoria de Elias Bililico, Dunga, Doc Santana, Dinny da Vila, Sergio Daniel e Henrique Tannuri foi a segunda a se apresentar na final da disputa realizada pela tricolor caxiense. Conduzido por um time de cantores liderados por Ricardinho Guimarães, o samba mostrou que evoluiu ao longo da competição e fez uma boa apresentação nesta final. O refrão principal, com os versos “Jaguaretê caçador sou Grande Rio/ Minhas pegadas deixam marcas nesse chão/ Virei ‘onça encantada’ na aldeia/ Sangue de tupinambá na veia”, foi o trecho de maior canto. Além dele, o refrão do meio, “Auê…auê cuaraci cocar de fogo/ Queima o sol no infinito nas cantigas do pajé/ Auê…auê brilha a lua de jaci/ Cai a noite nas batalhas de maíra e sumé/ Segue a fera em seu instinto”, também foi bastante entoado. Quanto à torcida, o grupo veio com bandeiras e bandeirões diversos, todos nas cores da Grande Rio. Animados, eles realizaram diversas coreografias. No meio da galera, havia a performance de pessoas vestidas de onças e de indígenas. Assim como na parceria anterior, houve o uso do efeito da chuva de papel picado.

Parceria de Igor Leal: O samba composto por Igor Leal, Arlindinho Cruz, Diogo Nogueira, Inácio Rios, Igor Federal e Gustavo Clarão foi o terceiro a se apresentar no palco da tricolor de Duque de Caxias na noite de decisão. O intérprete Nêgo, voz oficial da União da Ilha do Governador, foi o responsável por comandar o microfone principal da parceria. A obra teve um excelente começo de apresentação, mas perdeu o fôlego e caiu de rendimento especialmente nas duas últimas passadas. Como ponto positivo, o ótimo funcionamento do refrão principal, com os versos “Bate o cajado no chão… deixa rugir o tambor/ Caxias encarna… um povo devorador/ Pro nosso mundo não se acabar/ A encruzilhada protege o luar”, que foi entoado a plenos pulmões por torcedores e parte do público. Também vale ser mencionado o trecho de subida para ele, “Eu vi a terra tremer… Jaguará, Maracajá/ Eu vi a terra tremer… Juremê… okê… ofá”, que foi outro momento de forte canto. Em relação a torcida, ela foi uma atração à parte. Com bandeiras e bandeirões nas cores verde, vermelha e branca, além de galhos e folhas de plantas, o grupo fez uma bela performance no chão da quadra, com direito a diferentes coreografias. Mantendo a tendência das demais parcerias, houve uso de efeitos especiais como disparos de fumaça, além de chuva de papel picado e serpentina.

Parceria de Derê: Encerrando as apresentações, o samba de autoria de Derê, Marcelinho Júnior, Robson Moratelli, Rafael Ribeiro, Tony Vietinã e Eduardo Queiroz foi o quarto da noite de decisão na Grande Rio. Coube ao intérprete Tem Tem Jr., voz oficial do Império Serrano, a missão de conduzir a obra na quadra, tarefa esta que ele desempenhou com maestria. O cantor mostrou grande domínio de palco e fez questão de trazer o público presente para cantar junto. Essa iniciativa teve resultado e trechos como a subida para o refrão principal, “Kiô… kiô, kiô, kiô kiera/É cabocla, é mão -torta/Pé- de- boi que o chão recorta, travestida de pantera/Kiô… kiô, kiô, kiô kiera/A folia em reverência/Onde a arte é resistência/Sou Caxias, bicho fera!”, foram entoados com bastante força por diversas pessoas fora da torcida. O refrão principal em si, com os versos “Werá… werá auê… naurú werá… auê/ A aldeia Grande Rio ganha a rua/ No meu destino a eternidade/ Traz no manto a liberdade/ Enquanto a onça não comer a lua”, foi outro grande destaque e chegou a ser berrado. Além do ótimo desempenho do samba, a parceria contou com uma torcida que fez bonito. O grupo, que veio ornamentado com bandeiras e bandeirões nas cores da escola, pulou e dançou o tempo inteiro. Para completar o espetáculo, houve ainda uso do recurso da chuva de papel picado e de serpentina.

Fotos: final de samba da Grande Rio para o Carnaval 2024

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Final da Grande Rio 2024: parceria de Thiago Meiners é apontada favorita para vencer pelos leitores

A Grande Rio realiza neste sábado a grande final de samba-enredo para o Carnaval 2024. Quatro parcerias estão na disputa. A parceria de Thiago Meiners, Marco Moreno, Denilson Sodré, Bertolo, Domingos PS e Dilson Marimba foi apontada favorita para vencer a disputa com 38,6% dos votos. A parceria de Igor Leal, Arlindinho Cruz, Diogo Nogueira, Inácio Rios, Igor Federal e Gustavo Clarão recebeu 32,3%. A parceria de Derê, Marcelinho Júnior, Robson Moratelli, Rafael Ribeiro, Tony Vietinã e Eduardo Queiroz levou 28,1% e a parceria de Elias Bililico, Dunga, Doc Santana, Dinny da Vila, Sergio Daniel e Henrique Tannuri terminou com 1%.

* OUÇA AQUI OS SAMBAS FINALISTAS

No ano que vem, a Grande Rio será a quarta escola a cruzar o Sambódromo da Marquês de Sapucaí no domingo de Carnaval, dia 11 de fevereiro, pelo Grupo Especial. A agremiação irá em busca do segundo título de campeã da folia carioca com o enredo “Nosso destino é ser onça”, assinado pela dupla de carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. A proposta é fazer uma reflexão sobre a simbologia da onça no cenário artístico-cultural brasileiro, tocando em temas como antropofagia e encantaria.

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Foto: Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO

Final da Viradouro 2024: leitores apontam favoritismo da parceria de Claudio Mattos

A Viradouro realiza neste sábado a grande final de samba-enredo para o Carnaval 2024. Três parcerias estão na disputa. A parceria de Claudio Mattos, Claudio Russo, Julio Alves, Thiago Meiners, Manolo, Anderson Lemos, Vinicius Xavier, Celino Dias, Bertolo e Marco Moreno foi apontada por 54,3% dos leitores como favorita para vencer. A parceria de Lucas Macedo, Diego Nicolau, Richard Valença, João Perigo, Cadu Cardoso, Marquinhos Paloma, Orlando, Ambrósio, Lico Monteiro e Silas Augusto recebeu 41,9% dos votos. A parceria de Dudu Nobre, Samir Trindade, Victor Rangel, Deiny Leite, Valtinho Botafogo, Fabrício Sena, Felipe Sena e Jeferson Oliveira ficou com 3,8%.

Em 2024, a Unidos do Viradouro será a sexta e última escola a passar pelo Sambódromo da Marquês de Sapucaí na segunda-feira de Carnaval, dia 12 de fevereiro, encerrando os desfiles do Grupo Especial. A agremiação irá em busca do terceiro título de campeã da folia carioca com o enredo “Arroboboi, Dangbé”, sobre a energia do culto ao vodum serpente, que será desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon, em seu segundo carnaval solo na escola.

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Foto: Wagner Rodrigues/Divulgação Viradouro

Vila Isabel apresenta ‘nova roupagem’ de Gbalá e presidente garante: ‘a gente defende muito bem todos quesitos’

A Unidos de Vila Isabel apresentou em sua quadra, na madrugada deste sábado, a nova versão do clássico “Gbalá – Viagem ao templo da criação” feita especialmente para o Carnaval de 2024. A obra de autoria do cantor e compositor Martinho da Vila, maior baluarte da história da agremiação, originalmente embalou o desfile de 1993. Na ocasião, a escola teve a apresentação prejudicada por uma chuva intensa que caiu sobre a Marquês de Sapucaí durante sua passagem e terminou na oitava colocação. Mesmo assim, o samba e o enredo se tornaram memoráveis, não só para a azul e branca do bairro de Noel, mas para a folia carioca como um todo. Três décadas depois, ambos ganharão uma nova chance no Sambódromo.

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Fotos: Nelson Malfacini/CARNAVALESCO

Desta vez, caberá ao multicampeão Paulo Barros a responsabilidade de refazer o tema criado e desenvolvido em 1993 pelo carnavalesco Oswaldo Jardim. Nesta reedição, o enredo seguirá a mesma premissa do original, tendo como ponto de partida um mundo corrompido, após o homem se perder da missão inicial, designada por Oxalá, de ajudar a cuidar e manter a Terra em plena harmonia. Tomado pela ganância, a humanidade envenenou o planeta fazendo com que o seu criador também adoecesse. A única alternativa para salvação seria levar crianças, de todo o mundo, ao Templo da Criação para que, conhecendo o planeta tal qual foi concebido, curassem Oxalá dos males e salvassem a humanidade. Em 2024, a azul e branca do bairro de Noel será a terceira escola a cruzar o Sambódromo da Marquês de Sapucaí na segunda-feira de Carnaval, dia 12 de fevereiro, em busca do quarto campeonato no Grupo Especial.

Presidente Luiz Guimarães: ‘Estamos convictos da escolha’

A decisão da Vila Isabel por apostar em uma reedição para o Carnaval de 2024 dividiu opiniões no primeiro momento. O motivo, em grande parte, é o histórico pouco positivo das releituras na elite da folia carioca. Até hoje, a melhor colocação de uma escola reeditando um enredo ocorreu em 2004, primeiro ano em que a prática foi autorizada pela Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa). Na ocasião, a Unidos do Viradouro levou para Marquês de Sapucaí o samba-enredo originalmente defendido pela Unidos de São Carlos em 1975 para falar sobre o Círio de Nazaré. A vermelha e branca de Niterói alcançou um quarto lugar, sendo essa a única vez até aqui que uma agremiação refazendo um desfile retornou no Sábado das Campeãs. No entanto, para o presidente da azul e branca do bairro de Noel, Luiz Guimarães, a escola tem tudo para quebrar esse paradigma e conquistar o tão sonhado campeonato.

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“Quando vamos em busca de uma reedição, a gente não pode esperar menos que o título. Obviamente, é tudo muito bem planejado. A gente pensou minuciosamente cada detalhe, tanto que antes de batermos o martelo de que iríamos fazer uma reedição colocamos tudo na balança, vimos os prós e os contras, para entendermos que era a melhor opção e assim foi. Posso garantir que estamos muito convictos da nossa escolha e por isso nossas expectativas são as melhores possíveis. Estamos buscando o nosso título, que não vem há 10 anos. Temos um grande samba, que sem sombra de dúvida estará entre os três melhores do ano. Além disso, a gente defende muito bem todos quesitos, temos uma grande estrutura de Carnaval, que com certeza nos colocará fortes na briga pelo campeonato”, afirmou Luiz Guimarães, em entrevista concedida a reportagem do site CARNAVALESCO.

Tinga sobre Gbalá: ‘É um sonho realizado’

Em mais um carnaval pela Vila Isabel, o intérprete Tinga fará em 2024 o seu décimo sexto desfile como voz oficial da Azul e Branca do bairro de Noel, contando as duas passagens. Durante a apresentação do samba, o cantor comentou a emoção de poder cantar um samba com tanto significado para a agremiação.

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“É muito bonito, é muito lindo, sempre trazendo essas emoções. Tive a emoção de gravar um samba em homenagem ao grande Martinho da Vila, e agora mais um presente que a gente está ganhando, reeditar esse samba de 1993, para gente vai ser lindo, poder estar na Avenida cantando Gbalá. É um sonho realizado. Se Deus quiser vai dar tudo certo, minha escola vai chegar bonita, minha escola está feliz com o enredo, e com certeza vai ser um sucesso”.

Tinga também falou sobre a parceria com Gera, apoio no carro de som da Vila, que em 1993, teve a missão de cantar Gbalá na Marques de Sapucaí.

“O Gera é uma pessoa maravilhosa, sempre bom estar ao lado dele. Relembrar esse samba com ele que cantou vai ser lindo, com as crianças, vão ser muitas crianças desfilando na escola, vão abrilhantar nosso desfile. A gente procura sempre tomar bastante água, e o principal é sempre descansar. A gente tem que dormir bastante. O tempo que a gente tem, a gente tem que descansar. Faz também uma fonoaudióloga, uma aula de canto e assim a gente vai tocando a vida”.

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Responsável por defender a obra na Marquês de Sapucaí em 1993, o intérprete Gera estará presente nesta reedição. Se originalmente ele comandou o microfone principal, o cantor, dessa vez, será um dos apoios de Tinga no carro de som da Vila Isabel. Para a reportagem do site CARNAVALESCO, o sambista veterano comemorou a decisão da escola em trazer novamente para a Avenida “Gbalá – Viagem ao Templo da Criação” e elogiou a nova versão do samba.

“Acho o maior barato a escola, depois de 30 anos, reeditar um samba que, na Avenida, aconteceu. Teve muita chuva, mas a escola não caiu. Foi um brilho, evoluiu bastante. Agora, tanto anos depois, a gente voltar com a garotada aí, com o Tinga e a rapaziada, para mim, é uma grande honra. Tenho certeza que vai ser outro sucesso esse samba junto com a Vila Isabel. Até porque o Tinga é cabeça muito forte, é muito bom. Nem tem muito o que aconselhar, tanto que a gente conversa só lance de divisão, mas para sempre deixar o Tinga solto na frente cantando. Tenho certeza que vai dar tudo certo, o samba está dominado”, pontuou o intérprete.

Data para ensaiar na rua

O diretor de carnaval da Vila Isabel, Moisés Carvalho, também conversou com a reportagem do site CARNAVALESCO e falou sobre o calendário de ensaios da agremiação. Após o lançamento da nova versão do samba de “Gbalá – Viagem ao templo da criação”, o primeiro treino visando o desfile de 2024 será realizado na quadra, na quarta-feira que vem, dia 04 de outubro. Já os de rua terão início no próximo dia 18 e irão ocorrer todas as semanas.

“A gente começa o primeiro ensaio de quadra já na próxima quarta-feira, com todos os segmentos, comunidade, bateria, canto e tudo mais. Aí, serão duas quartas-feiras na quadra e na terceira quarta-feira de outubro a gente já vai para a Boulevard 28 de Setembro, que é o grande ensaio. É algo que a comunidade, o bairro espera todo ano. É o ensaio que a gente entende como mais produtivo. Vamos com ele semanalmente até dezembro. Depois, a gente dá uma pausa para o Natal e o Ano Novo, voltando com os ensaios de rua semanais em janeiro”, relatou o diretor de carnaval.

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Moisés Carvalho adiantou que a escola deve ir para a Avenida no ano que vem com 29 alas, sendo todas de comunidade, e com aproximadamente 2.500 componentes. Além disso, haverá forte presença infantil na apresentação, sendo estimado algo em torno de 120 crianças no começo e no fim do desfile.

“As crianças serão presença marcante no nosso desfile, tanto no início, quanto no final. Vamos fazer um lindo fechamento com a ala das crianças. Em relação a toda a burocracia necessária para conseguir a liberação, é um trabalho que a gente já conhece bem, até porque a gente tem a Herdeiros da Vila. Além disso, há dois anos, a gente teve uma ala de crianças na escola mãe. Então, posso garantir que todo cuidado está sendo tomado. Essa participação das crianças no desfile de 2024 é uma parceria junto com a Herdeiros, tanto que a gente está utilizando o departamento da própria Herdeiros para administrar essa situação, uma vez que eles já possuem toda essa expertise”, explicou Moisés.

Andamento não é problema para bateria

Sempre muito elogiado não só no samba como no mundo musical em geral, mestre Macaco Branco terá em 2024 a missão de ajudar Tinga e o restante da escola a reeditar um samba de 1993, transportando a obra para os arranjos e andamentos utilizados no carnaval atual, sem perder a qualidade que o samba carrega e que o fizeram ser reconduzido a Avenida.

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“O andamento dele no desfile do ano já foi de 142 BPM (batidas por minuto). Um andamento bem atual, bem próximo do que a gente desfilou esse ano no Evoé. Para gente não vai ser problema. É só a gente desfilar tocando o mesmo andamento que foi da época. Foi um andamento muito bom. Até porque o samba facilita para gente poder desfilar com essa andamento tranquilo. É um samba pequeno. Se a gente tocar muito rápido, ele vai passar rápido. É um samba que dá para gente curtir, lindo antológico. Quando a gente fala de sambas da Vila Isabel, é uma das referências. Para gente é uma honra poder desfilar. E esse desfile eu já assisti mais de vinte vezes. Eu sou louco por esse desfile, já assitia sempre ele. Agora reeditando, assisto ainda mais para ver qual é a energia, a vibração do que foi na época para a gente tentar trazer e fazer nesse ano de 2024”, revela o comandante da Swingueira de Noel.

Macaco conta que o trabalho com os ritmistas já começou desde junho e que algumas coisas já estão bem adiantadas.

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“Estamos já trabalhando os arranjos, começamos nossos ensaios em junho e estamos trabalhando tudo em cima do samba, e em cima do que a melodia pede. Já está tudo arrumadinho, semana que vem começa o nosso ensaio com canto. A gente já tem duas bossas encaixadas no samba, para ensaiar com o canto do Tinga. E sobre 2023, a bateria conseguiu fazer o samba ficar mais leve. Era um samba que eu particularmente gostava muito, um samba tranquilo, bom para se desfilar, um samba leve e alegre. Hoje em dia a galera quer muito samba arrastado, pesado, para pegar aquele tom mais político, dedo na ferida, então a Vila Isabel veio em uma pegada de samba da década de 90, um samba alegre que contava o enredo bem. O samba Evoé ajudou a fazer um grande desfile e a Vila conseguiu o terceiro lugar”.

Desafios para o enredista

Grande contratação da Vila, campeão com a Grande Rio em 2022, o agora “enredista” da Vila Isabel, Vinícius Natal, teve dois grandes desafios: trabalhar com o renomado carnavalesco Paulo Barros e ajudar na construção de um enredo que já passou pela Sapucaí.

“Essa narrativa do Oswaldo, feira em 1993, acaba sendo bastante atual, porque se a gente pegar 30 anos atrás os problemas que o Oswaldo aponta na humanidade e a gente vê hoje, os problemas são a mesma coisa, daí piorando. A gente decidiu por esse reedição por alguns motivos, o primeiro pela questão da atualidade do enredo, segundo por a Vila Isabel estar se voltando para dentro da sua própria memória, e da própria história. Quando a gente está catando Gbalá, a gente está cantando a própria história da Vila Isabel. É a gente olhando para dentro. E acho que o Paulo junto com a equipe está fazendo um trabalho muito bacana, dando a cara dele para a narrativa, mas trazendo uma energia contemporânea bastante interessante”.

Sobre as diferenças, Natal frisa que o samba-enredo terá papel fundamental no desfile da escola.

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“A narrativa é a mesma, ele só vai ter uma nova cara. Até porque a condução do enredo é o samba-enredo. A gente entende o enredo a partir do visual de samba. Já que o samba do Martinho é bastante descritivo, ele conta o enredo, a gente resolveu ir pela narrativa deste mesmo samba. A leitura vai ser muita fácil. O Martinho tem acompanhado o processo de longe, ele gravou vídeos promocionais do enredo mas ele tem uma agenda bastante lotada. Mas, certamente, a gente vai bater um papo com ele para estar junto neste processo. Com o Paulo, o trabalho está sendo maravilhoso porque a gente tem uma sintonia muito bacana. Temos uma sinergia muito bacana entre toda a equipe e a sinopse é surpresa. A gente pretende fazer com que as pessoas compreendam a narrativa através do samba-enredo. O Oswaldo (Jardim) foi um artista incrível, mas o Paulo também vai deixar uma marca dele para essa narrativa”.

Casal pôde se apronfundar mais no trabalho

Depois de um 2023 com diversos desafios e inovações, o casal de mestre-sala e porta-bandeira da Vila Isabel, Marcinho Siqueira e Cris Caldas, revelaram que já iniciaram o trabalho e que por já saberem qual seria a obra que vai dar a trilha sonora na Avenida, puderam aproveitar e aprofundar ainda mais o que pretendem levar para a Sapucaí.

“Antes de a gente começar a preparação, a gente já tinha parado para assistir um pouco o desfile, saber quem era o casal, saber quem era a fantasia, o tema da roupa daquele ano. A gente sabe que muita coisa mudou de lá pra cá. Saber o samba, o enredo antes, dá mais tempo para a gente estudar. Possibilita ir um pouco mais a fundo no enredo e no samba, tentar projetar algo mais elaborado. Apesar do samba ser curtinho, a gente terá essa proposta de fazer algo bem trabalhado mesmo”, explica Marcinho Siqueira.

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Depois de surpreender o carnaval com troca de roupas e de bandeira, a dupla sabe que cada vez mais será cobrada pelas inovações. Cris lida muito bem com isso, mas admite que o ano de 2023 deixou um gostinho de quero mais nos fãs.

“Foi um ano bem atípico para a gente.Gostamos do que apresentarmos. Foi bem cansativo, mas a gente curtiu. Agora a gente está sendo cobrado pelas pessoas que querem que a gente não seja mais um casal normal, e quer que a gente apresente algo diferente. E é bem provável que a gente venha a apresentar algo diferente. Nada como foi, com tanto risco, troca de roupa, troca de bandeira, mas algo bem diferente, mas bem bonito também porque as pessoas querem assistir algo diferente, algo inovador”, admite Cris Caldas.

Marcinho também vai por esse lado e analisa que até por eles contarem com um carnavalesco tão inventivo como o Paulo Barros, a tendência de que saia coisas diferentes é muito grande.

“Acho que nada mudou, o casal continua o mesmo, o carnavalesco continua o mesmo. A gente veio muito bem ano passado. A galera vai esperar algo diferente como a gente também. Pode ser que mude até lá, mas a princípio a gente vai trazer algo diferente mais uma vez”, entende Marcinho Siqueira.

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Sobre os ensaios realizados a dupla também revelou que tem contado com o apoio da coreógrafa Ana Formighieri, que ajudou a planejar no carnaval passado a ousada coreografia do casal

“A gente tem uma pessoa maravilhosa que é a Ana Formighieri que acabou de ganhar neném. Ela está em casa, mas está o tempo todo trocando ideia com a gente. Temos ensaiado e ela fica ali com o filho conversando com a gente por vídeo o tempo inteiro. Hoje ela já mandou um monte de mensagem positiva pra gente. Acho fundamental, para nós Cris e Marcinho é super importante” , revela a porta-bandeira da Vila Isabel.

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Marcinho também elogiou Ana e explicou a importância dos casais de mestre-sala e porta-bandeira possuírem o apoio de um profissional qualificado.

“A gente precisa de um terceiro olhar, um olhar de fora. A gente já trabalhou muito sozinho, e muitas vezes a gente olhava no espelho e achava que está bom. Mas o olhar de fora é muito mais perfeccionista. Ainda mais com uma pessoa que entende, que tem um olhar técnico também, que sente. A Ana é primordial para o nosso trabalho, maravilhosa como pessoa, se pudéssemos, não largaríamos ela nunca mais”.

Proposta da comissão de frente

Após impactar positivamente o público, e conseguir passar ilesos sem perder décimos válidos, a dupla de coreógrafos Alex Neoral e Márcio Jahu seguem para 2024. Sobre o enredo, Márcio contou um pouco dos desafios de produzir uma comissão baseada em algo que já existiu.

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“Agente já assistiu ao desfile de 1993 e é material de estudo nosso. Isso também para conhecer como foi essa proposta. Acho que é um enredo muito lindo, que traz a temática da criança como o centro da condução desse enredo, e a gente está trabalhando para poder trazer de alguma maneira essa energia infantil, lúdica, um pouco da nossa visão também, para poder frisar bem o que o enredo propõe para o público, alguma ideia de pureza, estamos estudando isso para poder trazer na comissão. Eu acho que é diferente, a gente tem uma base de algo que já aconteceu, mas também tem uma visão que é muito nossa, muito do Paulo. O Paulo está trazendo uma visão muito particular. A gente, então, tem essa referência, mas ao mesmo tempo tem a possibilidade de trazer uma coisa muito nossa a partir de novas ideias”, explica o coreógrafo.

‘Maricá é meu país!’ Parceria de Rafael Gigante vence disputa de samba para o Carnaval 2024

Em clima de alegria a União de Maricá definiu na noite de sexta-feira o samba que vai representar a escola no Carnaval 2024, a obra campeã é da parceria de Rafael Gigante, Vinicius Ferreira, Junior Fionda, Camarão Neto, Victor do Chapéu, Jefferson Oliveira, Marquinho Abaeté e André do Posto 7. Através do enredo “O esperançar do Poeta” a escola vai homenagear compositores que retratam a vida do povo negro através do samba e da esperança, em especial o compositor Guaracy Sant’Anna, mais conhecido como Guará, cabe ao carnavalesco André Rodrigues o desenvolvimento do enredo. A agremiação irá desfilar pela primeira vez na Marquês de Sapucaí, pela Série Ouro do carnaval carioca, ela será a sexta escola a passar pela avenida no primeiro dia de desfiles.

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“Essa vitória representa muita coisa, esse enredo se propõe a falar de uma das maiores referências que todo compositor pode ter, que é o Guará, automaticamente quando se homenageia o compositor do quilate do Guará, nós estamos falando de todos os outros compositores que vem com a herança musical do dele. A gente escrever para uma escola de samba que vai ter a representatividade que vai ter a União de Maricá, que carrega a história de uma cidade, que carrega a história uma gente que é unida, que dão as mãos, que lutam pela evolução e comunhão. Isso é importante pra gente. A nossa missão era chegar aqui e tentar fazer o resumo da vida de um cidadão que vem de baixo, que luta, que só pra manter o social e que vence. Eu acho que a gente conseguiu entregar para escola o que a escola precisava. A gente está muito feliz. Eu amo a parte do refrão ‘Maricá é meu país, meu país é Maricá’”, disse o compositor Rafael Gigante.

“Essa vitória representa a união da nossa parceira. O resgate da história maravilhosa do Guará, e levar isso para a avenida com um samba maravilhoso, todos os compositores ao final da composição ficaram felizes, estavam todo entusiasmados com a obra que fizemos, hoje foi a coroação desse trabalho. Eu gosto da parte final do samba, acho muito forte”, completou o compositor André do Posto 7.

“Maravilhoso! A gente como compositor de escola de samba, participa de várias escolas. Começar com o pé direito aqui, em Maricá, faz colocar em prática o projeto de continuar disputando samba aqui. Agora, vamos comemorar muito. O refrão do meio é a parte que mais gosto. Essa foi a primeira parte do samba que a gente fez”, contou o compositor Victor do Chapéu.

Carnavalesco cada vez mais inserido na escola

Estreando na agremiação, o carnavalesco André Rodrigues falou o que representa para ele conduzir a Maricá em seu primeiro desfile na Sapucaí, segundo ele é algo que o deixa muito feliz e que a medida que os dias passam ele se sente mais inserido dentro da escola, André contou que busca entregar o melhor para escola, é algo que todos merecem.

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“É uma mistura de emoções, a gente tá muito acostumado com vários processos, mas eu procuro viver as coisas de maneira mais intensa, eu tô muito feliz, eu absorvi as ideias da escola, ideia de ser uma escola nova, que pouquíssimas pessoas já pisaram, a ideia de ser uma escola que tem um viés de discurso que ela procura fazer, procura impregnar muito forte. Tá acontecendo ainda, eu tô curtindo esses momentos, tô feliz pra caramba, é uma escola de pessoas muito acolhedoras e eu acho que conforme o tempo for passando eu vou me sentindo mais em casa e eu acho que cada vez mais essa pergunta eu vou ter menos resposta pra ela, porque aí eu já vou estar completamente em casa, então eu não vou saber o que responder pra isso, mas por enquanto eu tô tentando curtir o processo, entender o que é a União de Maricá, procurar construir essa escola também junto com eles e com calma e com segurança, procurar fazer o melhor Carnaval possível pra eles. É isso que eles merecem, eu acho que é isso que eles querem também”, disse o carnavalesco.

Perguntado sobre a estrutura de trabalho oferecida pela escola, André Rodrigues diz que a escola tem conseguido se construir fora do que estamos acostumados a ver no grupo de acesso, ele já passou por outras escolas do grupo e enfrentou dificuldades que não enxerga na Maricá, para ele, ter essa segurança é fundamental para a construção do carnaval da escola. Para ele, essa segurança garante uma equipe cada vez mais forte.

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“O que facilita na verdade é um dos principais aspectos que seja uma escola que consiga se construir fora do sucateamento que é a série A. O infeliz sucateamento que vivem as escolas desse grupo. Eu fiz aí dois anos como carnavalesco, a Sossego e a Niterói, a gente não tinha muita saída, verba em cima da hora, um barracão complicado, enfim, tem muita coisa que envolve isso e eu acho que a união de Maricá como que ela se propõe e com o apoio que a Prefeitura dá acho que ela tem condições de se transformar numa escola organizada. Ela tá se entendendo ainda com essa organização, parte dessa verba é verba para estruturação da escola que eu acho que é o principal, antes mesmo dela pensar em pisar na Sapucaí ela tem que pensar em dar segurança pros trabalhadores, segurança de trabalho, mas também segurança financeira, de acordos, enfim, coisas que são importantes e primordiais para uma relação entre empresa e trabalhador e eu acho que ela tá conseguindo fazer isso. Com calma, eh e pensando passo a passo. Agora outro ponto interessante é a equipe que construímos. Eu acho que tudo isso contribui. E eu acho que isso também é bom pra gente conseguir contratar bons profissionais. Profissionais que consigam transformar a união de Maricá nesta escola de samba que seja uma escola de chegada. Uma escola de samba que se dá também da maneira organizada como ela está tentando se construir. Que isso se reflita na avenida, isso é o principal porque eu também passei por algumas situações onde a gente não consegue chegar na avenida da forma que planejamos”, pontuou André.

Presidente promete que escola vai pisar forte

Ao projetar o que espera da estreia da escola na Sapucaí em 2024, o presidente Tadeu Marinho disse que a expectativa é a melhor possível, para ele, a equipe que foi montada vai contribuir para que a escola chegue firme na avenida e faça um grande desfile.

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“A gente tem certeza que com esse time que foi montado, um time firme e forte, onde nós contratamos grandes personalidades do carnaval, somando junto com a galera que já estava, acredito que vamos fazer bonito. Não tenho dúvida nenhuma. Temos tudo para fazer um belíssimo carnaval e esse é o nosso objetivo, com toda a comunidade, e todas as áreas reunidas. A diretoria quer escolher hoje um grande hino para que nós possamos fazer um grande carnaval ano que vem”, disse o presidente.

Parceria no canto de Maricá

Para estreia na Sapucaí, a União de Maricá terá uma dupla de intérpretes, Matheus Gaúcho, que foi campeão com a escola na Intendente, e Nino do Milênio, que chegou para 2024, porém, não pode estar na final, devido um problema de saúde.

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“O Nino está com um problema na garganta, uma inflamação que o deixou com muita dificuldade de cantar. Para se resguardar, ele não está presente hoje. Mas, em breve ele volta para cantarmos juntos o nosso samba para 2024. Minha estreia como intérprete oficial na Sapucaí também será com a Maricá. Já fui apoio lá por muitos anos, mas a missão é conseguir contagiar a Avenida, fazendo com que o componente cante, vibre e tenha orgulho de ser União de Maricá. Tenho a certeza de que a dupla fom o Nino dará show na avenida. O Nino é um dos grandes cantores da nova geração e eu fico muito feliz de poder estar cantando ao lado dele. É um cara muito bacana, que está sempre querendo somar com o nosso trabalho. Vontade não vai faltar. Como falei, passei 10 anos como apoio. Agora, tem aquele frio na barriga de ser o cantor oficial. A gente trabalhando e ensaiando, será um grande trabalho e a ansiedade será substituída pelo sucesso”, comentou o cantor Matheus Gaúcho.

Bateria preparada

Responsável pela bateria, mestre Paulinho Esteves contou o que projeta fazer na estreia da escola na Sapucaí.

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“A parte de estrear que é o gostoso. Não tem a pressão, estresse… é fazer tudo com naturalidade. A galera daqui está bem unida e bem tranquila com a questão da estreia. Tem todo o nervosismo, claro, mas o ambiente que temos hoje favorece a só deixar a energia levar. É pela bateria se nova e ser uma estreia, tem uma preocupação sim. Porém, o trabalho que eu estou colocando com a bateria e com a diretoria, será bem coeso, da forma que o jurado consiga entender tudo o que a bateria está passando, em cima do samba. Os jurados podem esperar uma bateria ousada, bem afinada, com bastante ritmo, com bom swing de caixas e repique, que é o meu xodó dentro da bateria. Eu ainda não preparei o conjunto de bossas, porque gosto de trabalhar na melodia do samba”, afirmou.

Casal experiente

Experientes, o casal de mestre-sala e porta-bandeira da Maricá, Fabrício e Giovanna, vão para o quinto ano juntos e ainda sentem o frio na barriga, como contou a porta-bandeira.

“Dá um frio na barriga, porque nós vamos estrear junto com eles. Mas, eu acredito muito no chão da escola, a Maricá está bem estruturada, está sabendo fazer o projeto que é muito bonito. Eles estão preparados para fazer um grande desfile. O Fabrício, além de ele ser um cavalheiro, ele faz a parte da coreografia do casal. Ele é amigo, uma pessoa excepcional. A nossa amizade só tem a somar no nosso trabalho. Ele tem muita paciência comigo. Juntamos o útil ao agradável. Eu estou muito emocionada com a União de Maricá. Ela pode esperar um carnaval belíssimo, que eu tenho a certeza que nós iremos fazer. Esperar muita alegria de Fabrício e Giovana”, disse Giovanna.

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“Eu acho que tem o peso da estreia da escola. Está se criando uma atmosfera de surpresa, de grandiosidade. Com isso, espero que a gente tenha uma desenvoltura tão boa, quanto nos outros anos. A gente vai trabalhar muito para isso, espera que tudo dê certo, mas para a gente não é um desfile qualquer. É um desfile que, da nossa parte, necessita de atenção, para que, junto com a escola, possa fazer o desfile grandioso que está sendo anunciado. Hoje, de uma maneira geral, se olhar os casais você vai encontrar um padrão de apresentação. E a Giovana é uma porta-bandeira orgânica, que não está presa a um formato. Tento trazer um pouco do padrão que se espera na linha coreográfica, mas encontro nela uma pessoa orgânica. Por isso, eu acho que nosso casamento é bem feito. Eu já tenho alguma coisa na cabeça. A partir da semana que vem já começaria a trabalhar. Eu tenho a facilidade de desenhar o projeto na cabeça. Eu não abro mão de pensar na dança de como fazer acontecer, a partir de semana que vem, com o samba novo, a gente começa a trabalhar a apresentação do Carnaval 2024”, completou o mestre-sala.

Escola vai incluir bairros da cidade no processo até o desfile

O diretor de carnaval Wilsinho Alves faz sua estreia na agremiação de Maricá, para ele comandar a escola em seu primeiro desfile na Sapucaí é uma responsabilidade enorme, mas que a cada dia que passa se sente mais preparado para essa missão, segundo ele, o trabalho maior é moldar a escola a chegar em novo momento de sua história.

“Eu venho me perguntando sobre o tamanho dessa responsabilidade desde que eu fui contratado. E a cada dia que passa e a cada pessoa que eu converso aqui, a cada novo componente que eu conheço, a cada membro da diretoria que eu conheço, essa minha noção da importância desse trabalho só aumenta, porque é um trabalho de moldar uma escola a chegar em um novo momento, mas é uma escola que tem uma visão de mundo muito importante, é uma visão social, é uma visão democrática e eu acho que é uma lupada de novos ares pro carnaval, muito importante para União de Maricá. Eu tô muito satisfeito, mas também eu adoro essa pressão que tá sendo sobre a gente, sobre mim, sobre o André, sobre o cabeça, sobre o Patrick, tenho certeza que a União de Maricá vai fazer um carnaval belíssimo e vai corresponder às expectativas”, pontuou Wilsinho.

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Perguntado sobre a estrutura e organização que a agremiação tem demonstrado ter, Wilsinho informou que na verdade a escola não possui estrutura para desfilar na Sapucaí, mas que com o apoio e a valorização do projeto ela está caminhando rumo a um grande desfile, apesar de valorizar o aporte financeiro depositado pela prefeitura de Maricá, o diretor destaca que as pessoas envolvidas na escola são muito trabalhadoras e buscam o melhor sempre.

“Na verdade, a gente não pode confundir estrutura com outra coisa, na verdade a União de Maricá não possui estrutura, ela não não tinha um barracão, teve que construir um barracão. A União de Maricá não tinha o ateliê, teve que alugar um espaço, construir um espaço, porque o espaço tava completamente deteriorado. A União de Maricá não possui carros alegóricos, a gente está adquirindo alegorias, construindo do zero. A União de Maricá não possui muita coisa para começar seu Carnaval. E agora que a gente tá começando, o projeto já está em andamento, agora a gente tá vendo, sabíamos da dificuldade, mas o planejamento de tudo é muito dificultoso realmente, o que a União de Maricá tem é uma equipe de trabalho muito boa, as pessoas daqui são muito trabalhadoras, elas são voltadas para União de Maricá, teve sim um aporte financeiro, uma parte dele que é importante ter isso, a União de Maricá nem desfilava e aí para que haja igualdade entre as escolas onde a Maricá precisava disso pra poder comprar as suas alegorias, comprar os seus maquinários, para começar a construir seu carnaval. Então estrutura a União de Maricá não tem, a União de Maricá tem na verdade pessoas que dão esse suporte pra gente fazer o trabalho”, disse Wilsinho.

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Para o próximo carnaval Wilsinho diz que a escola vai desfilar com 1800 componentes, sobre os ensaios de rua ele informou que a ideia é levar para vários distritos de Maricá, ele também revelou que as fantasias da escola serão produzidas em vários locais diferentes da cidade, o projeto é incluir todo o município no desenvolvimento da agremiação.

“A União de Maricá deve desfilar com aproximadamente 1800 componentes. Ensaios aqui é fácil, como a prefeitura é um parceiro nosso aqui a gente tem um espaço bom na frente da nossa quadra, a própria área externa aqui da nossa quadra já é um bom espaço pra ensaios, mas a gente vai fazer ensaios em outros distritos de Maricá, em Itaipuaçu por exemplo, na verdade a gente vai inserir todos os distritos de Maricá no projeto, assim como vamos fazer fantasias nos distritos de Maricá. Então, é um projeto, como eu falei, não é só fazer, fazer carnaval, chegar na avenida. É claro que isso é importantíssimo, mas tem o projeto social envolvido e isso é muito importante pra mim e pro André, para as pessoas que estão dentro do projeto. A gente precisa fazer com que a União de Maricá e o projeto dela se consolide no grupo”, finalizou o diretor de carnaval

Análise das parcerias na final

Parceria de Rafael Gigante: o samba composto pelos compositores Rafael Gigante, Vinicius Ferreira, Junior Fionda, Camarão Neto, Victor do Chapéu, Jefferson Oliveira, Marquinho Abaeté e André do Posto 7 foi o primeiro a se apresentar na final, coube a Emerson Dias interpretar a obra, com muito vigor, ele fez com que a obra se mantivesse firme durante os 20 minutos de apresentação. A parceria contou com um bom número de torcedores e todos eles estavam com bandeirinhas da agremiação, dentre os torcedores foi possível observar alguns segmentos da escola, como passistas, a aceitação do samba por parte de diretores de harmonia também se mostrou forte. A parte que mais se destacou da obra foi uma frase do refrão que reverenciava a cidade de Maricá: “Maricá é meu país! Meu país é Maricá!”, no geral o samba se apresentou bem e manteve um bom ritmo.

Parceria de Lipe Moraes (Trio Espírito Santo): o samba composto por Lipe Moraes (Trio Espírito Santo), Vinicius Moro, Magnun Amado, Leo Mariano, Michael Mendonça, Filipe Bittencourt e André Tertuliano foi o segundo a se apresentar na final, os intérpretes responsáveis por conduzir a obra foram Niu Souza e Leozinho Nunes. Com refrões fortes o samba passou de forma satisfatória durante a final, torcida extremamente numerosa contribuiu para que a obra se mantivesse forte durante os 20 minutos de apresentação, vale destacar a presença de inúmeras bandeiras nas cores da escola, além do uso de papéis picados e fumaças. Os refrões foram as partes mais cantadas, com destaque para o principal que diz “A voz do meu samba na União de Maricá”.

Parceria de Babby do Cavaco: o samba composto por Babby do Cavaco, Marcelo Adnet, João Vidal, Gabriel Machado e Gustavo Albuquerque foi o terceiro a se apresentar, os intérpretes responsáveis por conduzir a obra foram Bico Doce, Vitor Cunha e Ito Melodia, com muita energia ambos fizeram uma apresentação firme. A torcida, apesar de menos numerosa em comparação com as anteriores, se mostrou animada e cantou com empolgação. A parceria usou fumaça, papéis picados e pirotecnia para chamar o público, alguns segmentos cantaram junto, principalmente, o refrão principal.

Parceria de Mano 10: o samba composto por Mano 10, Kleber Cassino, Dinny da Vila, Serginho 10, Alan Carvalho, Marcelo Wolve, Junior Gliot e Silvio PQD. Intérprete: Juan Briggs foi a última a se apresentar. A torcida extremamente numerosa deu conta do recado e cantou com muita empolgação, até mesmo no momento em que os cantores paravam era possível ouvir o canto forte dos brincares, todos carregavam bandeiras e outros adereços que ajudaram a causar um ambiente muito festivo. A apresentação foi correta durante os 20 minutos de exibição, vale destacar o refrão do meio que faz menção ao samba “Sorriso Aberto”.

Fotos: final de samba da União de Maricá para o Carnaval 2024

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Fotos: Vila Isabel faz grande festa para lançar reedição de ‘Gbalá’ para o Carnaval 2024

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Imperatriz: Novamente, parcerias de Jeferson Lima e Me Leva fazem grandes apresentações

A Imperatriz Leopoldinense abriu as portas de sua quadra em Ramos, na Zona Norte do Rio, na noite de sexta-feira, para realizar mais uma etapa do concurso que elegerá o hino oficial da agremiação para o Carnaval de 2024. Como parte da série “Eliminatórias”, a reportagem do site CARNAVALESCO esteve presente e acompanhou essa nova fase da competição promovida pela Rainha de Ramos. Ao todo, quatro obras se apresentaram. No final, o samba da parceria de Jorge Arthur foi cortado. Os demais seguem na disputa e voltam ao palco da escola na próxima sexta-feira, dia 6 de outubro, quando não haverá cortes, ou seja, os classificados estão já na semifinal, do dia 12 de outubro.

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Foto: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz

No ano que vem, a Imperatriz Leopoldinense apresentará o enredo “Com a sorte virada pra lua segundo o testamento da cigana Esmeralda”, assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira. O tema tem como base um pequeno folheto que foi escrito há mais de 100 anos por Leandro Gomes de Barros, autor paraibano de cordéis que inspiraram o dramaturgo Ariano Suassuna a escrever o “Auto da Compadecida”. A proposta dá continuidade ao interesse da agremiação em se debruçar sobre o Brasil e sobre obras populares que souberam dar contorno à imaginação de caráter fantástico como uma extraordinária vocação do povo brasileiro. A Rainha de Ramos será a sexta escola a desfilar no domingo de Carnaval, dia 11 de fevereiro, encerrando o primeiro dia do Grupo Especial do Rio, em busca do bicampeonato.

Parceria de Jeferson Lima: Primeiro samba da noite foi composto pelos compositores Jeferson Lima, Rômulo Meirelles, Jorge Goulart, Silvio Mesquita, Carlinhos Niterói, Bello e com a participação especial de Gigi da Estiva. A torcida marcou presença com muitas bandeiras e fez a sua parte cantando bastante a obra, principalmente, o refrão principal que era uma explosão. O intérprete da União da Ilha, Nêgo foi ótimo na condução mais uma vez. Ele contou com cantores de apoio de qualidade, como Tiago Santos e Leléu. O refrão principal assim como nas semanas anteriores, está passando como um trator, sendo berrado pela torcida e por outras pessoas que acompanham a disputa. Esse refrão curtinho tem o poder de grudar na cabeça, sendo muito fácil para o canto coletivo. Outra parte forte da apresentação fo em “Ê cigana, a caravana está em festa” toda passada do samba, era evidente a força dessa parte do samba, que é logo após a cabeça do samba. O falso refrão do meio passou muito bem também. A variação melódica na parte “Tá escrito levo fé, no balanço da maré/quem chora vai sorrir, minha Escola vai brilhar/não se pode atrasar o que está por vir” foi outro ponto que chamou atenção no samba. A apresentação foi forte do início ao fim, mostrando ser um forte candidato para ser o hino da escola para o Carnaval 2024. Mesmo sendo o primeiro samba da noite, a quadra ficou bem quente com a apresentação, levantando até a galera do camarote.

Parceria de Zé Katimba: A parceria do samba 4 foi dos compositores Zé Katimba, Dudu Nobre, Zé Inácio, Mirandinha Sambista, Luizinho das Camisas, Tuninho Professor e com participações especiais de luxo de André Diniz e Eduardo Medrado. A torcida com as tradicionais bandeiras foi bastante animada e mostrou um canto forte e contínuo. No palco Tinga e Chitão Martins foram muito bem na condução. O pequeno refrão “O que eu tenho foi a cigana quem deu /o que é meu é dela, o que é dela é meu” foi potente e levantou a galera. A melodia do samba que é diferenciada passou bem obtendo alguns destaques: Variação melódica na primeira parte do samba em “Cisnes eu vi, candura senti no ar” e na segunda parte do samba em outra variação interessante “Astros alinham a escola na rua” até a chamada do refrão. O samba passou muito bem, e as apresentações da parceria vem ganhando corpo, sendo um forte candidato para a final da Imperatriz.

Parceria de Me Leva: Penúltimo samba da noite foi composto pelos compositores Me Leva, Gabriel Coelho, Luiz Brinquinho, Miguel da Imperatriz, Antônio Crescente, Renne Barbosa e com as participações especiais de Daniel Paixão e Lucas Macedo. A torcida marcou grande presença com muitas bandeiras e performances, fazendo uma grande festa na quadra. Marquinho Art´Samba, Igor Vianna e Chicão foram excelentes na condução da obra no palco. A chamada para o refrão de cabeça não deixou ninguém parado e foi um dos grandes destaques. Outro grande destaque foi a melodia em um todo com variações melódicas tanto na primeira parte do samba quanto na segunda, como em “E eu Malandro de fato não ando sozinho/Pra virar o meu caminho fechei os olhos pra ver/Morfeu falou no meu sonho mais bonito/que só vale o escrito quando é hora de vencer”. O refrão principal foi outro ponto forte da parceria, levantando o público que estava assistindo a apresentação. Assim como na parceria de Jeferson Lima, o samba 7 também levantou a galera do camarote. Me Leva e Cia estão fortes na disputa e são um dos favoritos para vencer.

Parceria de Guilherme Macedo: Último samba da noite foi composto pelos compositores Guilherme Macedo, Raul Dicaprio, Manfredini, Alexandre Cabeça, Alfredo Jr, Bernini e com participações especiais de Fábio Jorge e DVD Marcola. A torcida também trouxe bandeiras e fez a sua parte cantando o samba. O “fogo” apareceu no palco em todas as passadas do samba, após a bateria subir. Ito Melodia, Bruno Ribas, Clóvis Pê e Tuninho Junior mandaram muito bem na condução do samba. O refrão de cabeça, sem dúvida alguma, foi o grande destaque da apresentação, levantando a torcida. Um outro destaque foi no meio do samba em “bombeia aí pra não cair da corda bomba” até o verso “Eu refaço o meu destino” toda essa parte possui uma boa levada. Uma outra parte que chamava a torcida foi “Hoje tem arrasta povo, é manhã de Carnaval”. Foi uma apresentação segura e boa da parceria.

Ouça o samba-enredo da União de Maricá para o Carnaval 2024

Compositores: Rafael Gigante, Vinicius Ferreira, Junior Fionda, Camarão Neto, Victor do Chapéu, Jefferson Oliveira, Marquinho Abaeté & André do Posto 7.
Intérpretes: Tinga, Emerson Dias, Charles Silva

Neguinho, vadio, vagabundo
Sou muito mais que isso
Posso ser o que quiser
Talento, pé descalço, corre mundo
Todos que me excomungaram
Tem que aplaudir de pé
No meu barraco, luxo é ter educação
Saúde, boa prosa, um prato de feijão
Progresso é feito pelos meus iguais
Você sabe quem é quem quando vem os temporais

Logo eu, de viola em bandoleira
Entre tantas saideiras
Com meu sorriso aberto
Logo eu, que vim da comunidade
Encontrei nessa cidade um paraíso certo

Caneta e papel, um sonho revel
Não ser mais um problema social, meu irmão
Pra ganhar o pão, compus meu destino
Nos versos do reverso mundo cão
Iluminados pela lua de Ogum
Nós somos muitos, mas não somos “qualquer um”
No esperançar do menestrel
Vai meu desejo febril
Sou eu mais um Guará desse Brasil
O amor venceu pelos Guarás desse Brasil

Escrevendo à luz de Velas, operário da canção
Construindo a poesia que edifica o coração
É o povo no poder com orgulho de falar:
Maricá é meu país! Meu país é Maricá!