Parceria de Wanderley Monteiro é apontada pelos leitores do CARNAVALESCO favorita para vencer na Portela
A Portela realiza nesta sexta-feira a sua final de samba-enredo para o Carnaval 2024. Três parcerias estão na grande decisão. A parceria de Rafael Gigante, Vinicius Ferreira, Wanderley Monteiro, Jefferson Oliveira, Hélio Porto, Bira e André do Posto 7 foi apontada por 48,7% dos votos favorita para vencer, segundo os leitores do site CARNAVALESCO. A parceria de Samir Trindade, Valtinho Botafogo, Junior Falcão, Brian Ramos, Fabrício Sena, Deiny Leite e Paulo Lopita 77 recebeu 47,4% e a parceria de Jorge do Batuke, Claudinho Oliveira, Zé Márcio Carvalho, Leko 7, Romeu D Malandro, Silas Augusto e Araguaci ficou com 3,9%.

No ano que vem, a azul e branca de Oswaldo Cruz e Madureira será a segunda escola a desfilar no Sambódromo da Marquês de Sapucaí na segunda-feira de Carnaval, dia 12 de fevereiro, pelo Grupo Especial. A agremiação irá em busca do seu vigésimo terceiro título de campeã da folia carioca com o enredo “Um Defeito de Cor”, desenvolvido pelos carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga. Baseado no romance “Um Defeito de Cor”, da escritora Ana Maria Gonçalves, a proposta é trazer uma outra perspectiva da história, refazendo os caminhos imaginados da história da mãe preta, Luisa Mahim.
Lorena Raissa: ‘Não existe coreografia para quem ama, gosta e só se solta’
Prestes a completar um ano como rainha de bateria da Beija-Flor, a jovem Lorena Raissa comentou como é a relação com os ritmistas e o mestre Rodney. Para ela, mesmo sendo a segunda colocada no domingo de carnaval, a expectativa é de um grande desfile.

“A relação sempre foi incrível e tenho certeza que sempre será. Os que dão respeito são muito bem respeitados, e eu sou assim desde ‘pequenininha’. Sou nascida e criada aqui dentro e, para mim, eles sempre foram uma família. Foi uma estreia incrível, e no próximo dia três eu faço um ano como rainha de bateria. Não existe palavra ideal para definir o meu grande amor e o que significou para mim. Apesar de sermos uma das primeiras escolas a desfilar, a expectativa é grande. O carnaval não significa que a campeã só sai na segunda-feira”, disse Lorena.
Sobre coreografias e o modo de dançar, a rainha de bateria disse: “Não existe coreografia para quem ama, gosta e só se solta. O carnaval é livre, então sempre soltamos o que queremos. Mas quando estamos em grupo sempre soltamos uma coreografia em todos os ensaios junto com a ala de passistas”, contou.
Fotos: Final de samba-enredo da Beija-Flor para o Carnaval 2024
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Aqui é Beija-Flor, doa a quem doer! Parceria de Kirraizinho vence disputa de samba para o Carnaval 2024
Por Diogo Sampaio, Raphael Lacerda e fotos de Nelson Malfacini
Delira… Tem Pajuçara no mar da Mirandela! Após quase três meses de disputa, a Beija-Flor de Nilópolis já possui hino oficial para o Carnaval de 2024. Trata-se da obra composta por Kirraizinho, Lucas Gringo, Wilsinho Paz, Venir Vieira, Marquinhos Beija-Flor e Dr. Rogério, com as participações especiais de Chacal do Sax, Ramon Quintanilha e Naldinho. A parceria superou outras duas na grande final realizada pela escola e se sagrou vencedora da competição. Com isso, o samba de autoria do grupo irá embalar o enredo “Um delírio de Carnaval na Maceió de Rás Gonguila”, criado e desenvolvido pelo carnavalesco João Vitor Araújo. A Deusa da Passarela será a segunda agremiação a passar pelo Sambódromo da Marquês de Sapucaí no domingo, dia 11 de fevereiro, pelo Grupo Especial. Esta será a primeira vez em sua história que a azul e branca desfilará nesta posição. Antes da disputa começar, a escola fez um grande show com seus segmentos e os sambas inesquecíveis da discografia nilopolitana. O ponto alto aconteceu quando o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Claudinho e Selminha, surgiu içado por um beija-flor. Arrancou aplausos do público e emocionou o presidente de hora, Anísio Abraão David.
“Eu não tenho como descrever a minha felicidade. Sou Beija-Flor, nascido e criado aqui. Quando a gente fez esse samba, o refrão, quando pensamos na escola e em tudo, fizemos tudo minuciosamente. É um orgulho imenso estar participando de mais uma final na Beija-Flor e de estar consagrando o samba da escola. Agora não é o samba 23, é o samba da Beija-Flor que vai entrar na Avenida e brigar pelo nosso título. Aqui nós somos comunidade e vamos brigar com muita garra pelo nosso título. Eu só tenho que agradecer a essa escola, que me abraçou desde que eu nasci e me abraça até hoje, e também a vocês que cobriram com imensa categoria o nosso concurso”, afirmou Kirraizinho.
“É o meu primeiro samba na Sapucaí. Para mim é uma grande honra, e ganhar pela primeira vez sendo a minha escola é ainda melhor. A ficha não caiu até agora. Foi muito trabalho e, de verdade, estou muito emocionado. A melhor parte do samba para mim é “Ao nobre engraxate um novo horizonte Real cavaleiro dos montes”, que representa o triunfo do Gonguila diante das dificuldades da vida e até mesmo de seu passado. Ele triunfa sendo um artista delirante no carnaval de Maceió. E eu me sinto como ele: um delirante que tentou por cinco anos de disputa e hoje é vencedor”, disse Lucas Gringo.
“É muito emocionante. Foi uma disputa muito acirrada. O nosso samba vem contagiando a comunidade toda desde o início. É muito bom ser campeão com um samba neste estilo. Eu ganhei no “Chuveiro da Alegria”, em 2009, mas essa vitória tem um sabor especial. É um presente para o meu ‘molequinho’ que vai nascer na véspera do carnaval. A parte que mais gosto no samba é: ‘Tem Pajuçara no mar da Mirandela Aqui é Beija-flor doa a quem doer Do gênio sonhador a gana de vencer Tá no meu peito, tá no meu grito Escola de respeito que coroa Benedito’”, contou Venir Vieira, um dos compositores.
Presidente enaltece parceria com Maceió
O presidente da Beija-Flor, Almir Reis, conversou com a reportagem do site CARNAVALESCO e fez um balanço do concurso de sambas-enredo promovido pela agremiação para o Carnaval de 2024. Para o dirigente, o saldo da competição foi extremamente positivo. Além de elogiar a safra, ele fez questão de assegurar ter sido a disputa mais acirrada que vivenciou dentro da escola ao longo de quase três décadas.
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“Eu vim para Beija-Flor em 1995 e nunca vi, nem na época do meu saudoso mestre Laíla, uma disputa tão acirrada quanto esta. Tanto que hoje tive que botar 15 pessoas para votar ao invés de 14. Sempre foi número par, mas pedi que botassem um número ímpar justamente porque não sabia o que poderia acontecer. Só esse detalhe já dá uma dimensão de como o negócio é sério. Realmente, não tinha visto uma disputa tão acerrada. E isso se deve muito ao altíssimo nível dos sambas. Tivemos uma safra de acordo com o tamanho e a história da nossa escola, com a Soberana. O povo de Nilópolis, essa comunidade que dá a vida pela Beija-Flor, merecia muito um samba à altura deles. Estou muito feliz com o que a gente conseguiu este ano”, declarou Almir Reis.
O mandatário da azul e branca de Nilópolis ainda comentou sobre a parceria com a Prefeitura de Maceió. Recentemente, diversos nomes importantes ligados à Beija-Flor estiveram na capital alagoana, onde realizaram oficinas e workshops para as escolas de samba locais. Na visão de Almir Reis, esse tipo de ação reforça o bom relacionamento entre as partes e aumenta a integração.
“O apoio que Maceió está nos dando é uma coisa surpreendente. O perfeito, os secretários, o povo da cidade recebeu a Beija-Flor de uma forma muito agradável. Em todas as visitas, nós somos tratados como se estivéssemos em casa. Está sendo muito maneira essa relação, tanto que eles têm ajudado a escola em todos aspectos. Inclusive, algumas coisas que encontramos lá, parceria que firmamos, já estiveram presentes nessa final na nossa apresentação. Mas é só uma pontinha do que está por vir. Porém, posso garantir desde já que estão nos fortalecendo de todas as formas que podem”, comentou o presidente.
Ao ser questionado sobre o aporte do patrocínio de R$ 8 milhões divulgado em maio, o dirigente assegurou que o acordo firmado na ocasião está sendo seguido à risca pela administração municipal da capital alagoana. “O pessoal de Maceió é bom pagador. Até o momento, estão cumprindo rigorosamente, na íntegra, tudo o que foi combinado. Está tudo certinho. Eles são homens de palavra, que é uma coisa também faz parte da nossa natureza aqui. Melhor impossível essa parceria”, pontuou.
Diretor cita equilíbrio entre os sambas
Após o anúncio do samba campeão, o diretor de carnaval da Beija-Flor de Nilópolis, Dudu Azevedo, conversou com a reportagem do site CARNAVALESCO e explicou como funcionou o processo de decisão sobre qual obra seria a vencedora. Ele destacou o equilíbrio entre os sambas finalistas e ressaltou que o ponto crucial no momento da definição foi a vontade da comunidade.
“Tivemos uma disputa nos moldes clássicos. Foram quase três meses de concurso. Ao longo desse período, teve sambas que cresceram, enquanto outros caíram. A gente pode observar, no todo dessa competição, quais os sambas que se encaixavam mais e menos na identidade musical da escola, por exemplo. Isso é importantíssimo, afinal há oito anos a Beija-Flor permanece com uma identidade. Porém, ao mesmo tempo, a gente não pode deixar de ouvir Neguinho da Beija-Flor, Selminha, Claudinho, o carnavalesco, o mestre Rodney, o mestre Plínio. A gente ouve a comunidade inteira, mas esses são ícones. O samba vai ser julgado ali na frente, mas hoje tem um julgamento tão importante quanto, que é daqui de dentro, das pessoas que vão levar esse Carnaval. Foi uma disputa acirrada, de opiniões divididas, em que a gente foi colhendo opiniões, conversando, sempre com muita dúvida sobre qual seria o escolhido. Chegou nessa final e dos 15 votos a maioria optou pelo samba da parceria do Kirraizinho. Todos os segmentos votaram nele, então acredito que tenha sido a melhor decisão. É diferente acabar uma disputa nos braços do seu povo. Quanto a técnica, a gente tinha na mão dois sambas maravilhosos. A parceria do Léo do Piso tinha uma obra que é prateleira de cima, que tecnicamente é quase garantia de nota 10, mas que não estava nos braços do povo que carrega essa escola. A gente entrega muito para comunidade e creio que a maior parte dela saiu dessa final muito feliz com o resultado. O Neguinho, com 47 anos de escola, chorou ao lado do seu Anísio durante a votação. Isso mostra a entrega que ocorreu nessa escolha. É muito forte esse chão. Há de se respeitar a Beija-Flor, doa a quem doer. É apenas uma vontade nossa de mostrar para todo mundo que a gente tem o nosso valor e a nossa força”, justificou o diretor.
Com o hino oficial para o Carnaval de 2024 já estabelecido, Dudu Azevedo confirmou o começo dos ensaios de rua da escola para o dia 11 de novembro. A expectativa é da presença da Unidos de Vila Isabel como escola convidada, no entanto faltam ainda alguns detalhes a serem acertados.
“A gente depende muito das outras escolas, do planejamento delas. Já temos um bate-papo com a Vila Isabel, que vai fazer reedição no ano que vem e já apresentou o samba, dela abrir essa temporada com a gente. Vamos fazer ainda o convite para uma segunda escola. A gente tem vontade de trazer agremiações que não vieram no ano passado. Além disso, nós recebemos um convite da Viradouro para ir lá, assim como o Paraíso Tuiuti também nos chamou para participar de um ensaio deles. Acho que tudo isso só comprova que o Encontro de Quilombo deu certo e nos cabe prosseguir com isso”, declarou.
Neguinho confia na briga pelo título
O nome mais antigo entre os segmentos da Deusa da Passarela, Neguinho da Beija-flor afirmou que esta foi uma das disputas de samba mais acirradas que ele já presenciou. Para ele, a agremiação vai brigar pelo campeonato mesmo sendo a segunda escola a desfilar no domingo de carnaval.
“Sem sombra de dúvidas foi uma das disputas mais acirradas. Eu vou fazer 46 anos de Beija-flor e confesso que nunca vi uma disputa tão acirrada. Entre esse samba que ganhou e o samba 01 foi uma disputa acirradíssima. E para a segunda escola de domingo, com esse samba aí a Beija-flor vai disputar o título. Agora o que podem esperar é um carnaval maravilhoso. Vai fazer um carnaval para disputar o caneco. É um novo desafio que vai ser conquistado. A escolha deste samba foi muito importante para a posição que a Beija-flor vai desfilar. Foi a melhor escolha”, confiante, afirmou o intérprete.
Bateria: ‘perspectiva de um grande carnaval’
Para mestre Rodney essa foi a disputa mais acirrada dos últimos anos. Com uma boa safra para este carnaval e com casa cheia, ele destacou a expectativa de um grande desfile da escola de Nilópolis.
“É, em muitos anos. A safra foi maravilhosa, três sambas maravilhosos. Pode ter certeza que estamos bem representados na Avenida e faremos um grande desfile com essa grande obra. A expectativa é a melhor possível. A escola bem vestida, com um samba bom. A escola com a final muito cheia, fazia muito tempo que não ficava assim. Isso traz a perspectiva de um grande carnaval”, animado, comentou o mestre de bateria da Deusa da Passarela.
Questionado qual naipe seria a peça fundamental para 2024, o mestre da “Soberana” enfatizou o conjunto da obra. Já sobre o andamento, ele contou que os detalhes serão definidos com o início dos ensaios.
“Todos, porque é uma orquestra. É uma equipe e cada um tem a sua devida importância. Nós somos uma bateria muito coesa, trabalhamos em prol do canto e da dança da escola. Este é o diferencial da nossa bateria. O andamento é uma coisa muito importante e a gente tem que ir definindo no ensaio. Não tem um andamento pré-estipulado ainda, mas nos ensaios vamos determinar”, explicou mestre Rodney.
Barracão dentro do cronograma
Com as fantasias já apresentadas e o barracão a todo vapor, para o carnavalesco João Vitor Araújo a escolha do samba-enredo é mais uma etapa que dá início para o carnaval do ano que vem.
“Agora que temos o nosso hino, é uma nova etapa do nosso projeto. Agora é, de fato, o começo para o carnaval de 2024. Depois do hino parece que tudo muda, porque a nossa rota é, de fato, traçada. Os preparativos (trabalhos no barracão) estão indo bem e dentro do cronograma”, comentou o carnavalesco da Beija-Flor.
Casal é patrimônio da Beija-Flor
Há 27 anos, o casal de mestre-sala e porta-bandeira Claudinho e Selminha Sorriso são os responsáveis por conduzir o primeiro pavilhão da Beija-Flor de Nilópolis. Neste período, a dupla tornou-se um verdadeiro patrimônio vivo da escola e do Carnaval carioca, servindo como referência para vários nomes do quesito, oriundos de diferentes gerações. No entanto, se engana quem pensa que essa experiência e reconhecimento fez com que os dois se acomodassem. Eles garantiram manterem uma rotina intensa de ensaios e anteciparam que antes mesmo da escolha do samba já haviam iniciados os preparativos visando o desfile do ano que vem.
“Estamos com uma pegada ainda mais intensa que a dos outros anos. Após essa escolha do samba, vamos começar a ensaiar três vezes por semana e, ao longo do tempo, iremos ampliar esse número ainda mais. É extremamente importante preparar o corpo para poder chegar bem condicionado no nosso desfile”, pontuou Claudinho.
“A gente, assim como a Beija-Flor como um todo, está fazendo uma preparação muito antes do normal. Só faltava escolher o hino para decidirmos a coreografia e pontuar as nuances, por exemplo. Agora é aumentar ainda mais os treinos. Temos um excelente samba, fruto de uma disputa maravilhosa, que em tantos anos de escola nunca tinha presenciado igual. Foi uma competição acirradíssima, mas com elegância e com todos respeitando. Escolher só um foi uma missão difícil. Acredito que muitos de nós que estamos na Beija-flor há alguns anos não tínhamos vivenciado uma experiência como essa, com sambas de alto nível e com todos contando tudo do enredo muito bem. Isso é o melhor”, frisou Selminha.
Coreógrafos querem ir além de 2023
Prestes a fazer o segundo desfile desde a chegada na Beija-Flor de Nilópolis, a dupla de coreógrafos formada por Jorge Teixeira e Saulo Finelon já está mais do que entrosada com a escola. Mesmo com o nervosismo da estreia, os dois responsáveis pela comissão de frente conseguiram apresentar um trabalho elogiado pela direção da agremiação e que obteve os 40 pontos dos jurados. Agora, a missão, segundo eles, é manter esse patamar e ir ainda mais além.
“Quando mudamos de escola é um gás a mais, porque tem que suprir as expectativas. Ficamos muito felizes com o resultado e a Beija-flor também ficou. Esse segundo ano não tem jeito, a gente tem compromisso com a excelência, então nunca vamos relaxar. A gente sempre quer mais. É uma agremiação maravilhosa, com uma família que abraçou a gente e uma estrutura fora do normal. Estamos com todos os pré-requisitos preenchidos e agora só cabe a nós mesmos fazer o que deve ser feito”, garantiu Saulo Finelon.
“Como o Saulo falou, foi o primeiro ano. No segundo já ficamos um pouco menos tensos. A escola tem uma estrutura incrível e nós temos todas as condições de fazer um bom carnaval. É o que estamos buscando. A comunidade nos abraçou e isso também nos deixou mais tranquilos – ficamos oito anos em uma escola. Esse carinho da comunidade faz a gente se sentir em casa. Nesse segundo ano a coisa está melhor ainda”, completou Jorge Teixeira.
Análise das parcerias na final
Parceria de Junior PQD: A primeira obra a se apresentar na grande final nilopolitana foi a de autoria de Junior PQD, Rodrigo Tinta, Márcio França, Nando Souza, Robinho Donozo e JC Saraiva, com as participações especiais de Thiago Sodório, André Araújo e Cleissinho Teixeira. O cantor Ronaldo Júnior, integrante do carro de som da Beija-Flor, mais uma vez foi o responsável por defender o samba na quadra e se saiu bem na missão. Seguro, ele mostrou domínio de palco e buscou trazer o público para cantar junto da parceria. No entanto, apesar dessa boa performance do intérprete, a obra não foi além de um desempenho mediano. Como ponto positivo, o refrão principal, com os versos “Nilópolis em festa, hoje é Carnaval/ Bate no peito é Beija Flor na Avenida/ Você vai viajar, então vai delirar/ Na Maceió de Rás Gonguila”, seguiu a tendência das apresentações anteriores na competição e foi o trecho mais entoado. Além dele, o refrão do meio, com os versos “Liberdade ao descer beira mar/ Cavaleiro, folia no ar/ Zé pereira e as cinzas vem na quarta feira/ Devaneio real ilusão, sangue monarca nas veias/ Herdeiro folião na grande Maceió festeira”, também chamou atenção, não só pelo canto, como pela melodia que permitia aos torcedores brincarem. Aliás, a torcida, mesmo pequena, fez bonito e deu o seu recado. Com bandeiras, bandeirões, estandartes e bexigas como adereços, eles demonstraram bastante animação. Todavia, o canto foi irregular, sendo mais forte somente nos refrões. Vale mencionar que a parceria ainda trouxe faixas com dizeres como “Eu acredito!” e “1% de chance, 99% de fé”. Também houve a performance no palco de pessoas caracterizadas como figuras históricas da azul e branca, entre as quais Laíla e Pinah.
Parceria de Kirraizinho: O samba composto por Kirraizinho, Lucas Gringo, Wilsinho Paz, Venir Vieira, Marquinhos Beija-Flor e Dr. Rogério, com as participações especiais de Chacal do Sax, Ramon Quintanilha e Naldinho, foi o segundo a se apresentar na grande decisão da disputa promovida pela Beija-Flor de Nilópolis. O intérprete Emerson Dias, voz oficial do Acadêmicos do Salgueiro, teve a responsabilidade de conduzir a obra na quadra e fez com a mesma excelência das fases anteriores. A obra continuou a vertente de crescimento e fez novamente a sua melhor apresentação na disputa, tendo um rendimento espetacular. O refrão principal, com os versos “Aqui é Beija-flor doa a quem doer/ Do gênio sonhador a gana de vencer/ Tá no meu peito, tá no meu grito/ Escola de respeito que coroa Benedito”, mais uma vez foi ponto alto. O refrão do meio, “Tem mironga, festa da ralé/ Malandragem, frevo arrasta-pé/ A magia que avoa, o rosário no andor/ A cantiga que ecoa no axé do meu tambor”, também se destacou, sendo entoado com bastante força. Falando da torcida, o grupo compareceu em peso e provou estar com samba na ponta da língua. O canto e a vibração deles foi acompanhado por uma boa parcela do público, incluindo integrantes de segmentos como a harmonia e a ala das baianas. Quanto às ornamentações, os torcedores vieram com estandartes, bexigas coloridas, bandeirões da escola e bandeiras com o número da parceria. Assim como em outras etapas, uma banda com instrumentos de sopro e um bumba meu boi decorado com luzes de led foram atrações no meio da galera. Além disso, recursos como disparos de fumaça e chuva de balões também foram utilizados no decorrer da apresentação como forma de engrandecer o espetáculo.
Parceria de Léo do Piso: O terceiro e último samba a se apresentar na grande final da competição realizada pela Deusa da Passarela foi o assinado por Léo do Piso, Diego Oliveira, Diogo Rosa, Julio Assis, Manolo e Wilson Tatá. Contando com nomes estrelados como Pitty de Menezes e Tem Tem Jr. no time de cantores, a parceria teve o intérprete Tinga, voz oficial da Unidos de Vila Isabel, conduzindo o microfone principal. Após uma apresentação abaixo do padrão na semifinal, a obra mostrou sua força e teve um belíssimo desempenho na decisão. O refrão principal, com os versos “Meu Beija-Flor é casa de ogunhê oô/ É onirê ôô, ogunhê ô/ Vem coroar entre jangadas e canoas/ O rei de Maceió nas Alagoas”, foi berrado a plenos pulmões por torcedores e boa parte do público presente na quadra, assim como a subida para ele, especialmente o trecho “Quem nasceu para vencer não escolhe a missão/ Tem na veia a coragem e axé no coração”. Vale destacar que, entre os segmentos, houve uma boa receptividade do samba, sendo possível observar membros da harmonia cantando. Em relação à torcida em si, ela demonstrou empolgação e manteve o pique alto o tempo inteiro. O grupo veio paramentado com bandeiras e bandeirões nas cores da agremiação, além de balões dourados com o número um. Foram usados como adereços novamente barquinhos de led que mudavam de cor, assim como um sol, também em led, com o número da parceria no centro. Entre as outras pirotecnias que marcaram presença, mais uma vez, estão os disparos de fumaça e as máquinas de soltar bolinhas de sabão.
Princípio de incêndio no barracão da escola de samba Mocidade Unida da Mooca
A escola de samba Mocidade Unida da Mooca que desfila no Grupo de Acesso 1, de São Paulo, sofreu com um princípio de incêndio, em seu barracão, localizada na Fábrica do Samba 2. A agremiação divulgou nota sobre o caso.

“Na tarde de hoje ocorreu um princípio de incêndio em nosso barracão, mas graças à resposta imediata de nossa dedicada equipe, conseguiram controlá-lo prontamente. Queremos assegurar a todos que estão bem e os danos aos materiais, que pudemos verificar até o momento, são mínimos, graças à rápida intervenção. Mais um momento desafiador em que buscaremos forças na nossa fé e na união e resiliência da nossa comunidade para vencer mais esse momento de dificuldade, fortalecendo nossos laços e propósitos. Agradecemos profundamente pelo apoio e compreensão de todos.
Com gratidão e solidariedade, Diretoria da MUM”.
No vídeo abaixo, o jornalista Miguel Fortunato, da Rádio Arquibancada, mostrou o cenário do local e ainda aparece uma parte de um objeto da Nenê de Vila Matilde.
Fábrica do samba 2 (onde ficam os barracões do acesso), teve um princípio de incêndio no Barracão da MUM, que foi prontamente controlado pelos que alí estavam.
Segundo o diretor Vitor Gabriel, está todo mundo bem e o fogo não teve grandes proporções.
Está tudo sob controle. pic.twitter.com/hvpqI4BPxU
— Miguel Fortunato (@miguelfortunato) October 5, 2023
Parceria de Léo do Piso é apontada pelos leitores do CARNAVALESCO como favorita na Beija-Flor
A Beija-Flor faz nesta quinta-feira sua final de samba-enredo para o Carnaval 2024. Três parcerias estão na grande decisão. A parceria de Léo do Piso, Diego Oliveira, Diogo Rosa, Julio Assis, Manolo e Wilson Tatá foi apontada favorita para vencer, segundo os leitores do site CARNAVALESCO, com 45,6% dos votos. A parceria de Kirraizinho, Lucas Gringo, Wilsinho Paz, Venir Vieira, Marquinhos Beija-Flor e DR. Rogério recebeu 41,7%. A parceria de Junior PQD, Rodrigo Tinta, Márcio França, Nando Souza, Robinho Donozo e JC Saraiva terminou com 12,7%.

Em 2024, a Beija-Flor terá como enredo “Um delírio de Carnaval na Maceió de Rás Gonguila”, assinado pelo carnavalesco João Vitor Araújo. Na ocasião, a Deusa da Passarela será a segunda agremiação a passar pelo Sambódromo da Marquês de Sapucaí no domingo, dia 11 de fevereiro, pelo Grupo Especial. Esta será a primeira vez que a azul e branca desfilará nesta posição.
Em busca da receita para ganhar o carnaval, Inocentes apresenta samba-enredo de 2024
A Inocentes de Belford Roxo realizou em sua quadra no bairro São Vicente, na noite dessa quarta-feira, o primeiro ensaio de canto visando o Carnaval de 2024. O evento serviu de apresentação para a comunidade e para os componentes do samba composto por Cláudio Russo, Thiago Brito, Zé Luiz, Chico Alves, André Félix e Altamiro que irá embalar o desfile da agremiação no ano que vem. Na ocasião, a vermelha, azul e branca levará para o Sambódromo da Marquês de Sapucaí o enredo “Debret pintou, camelô gritou: ‘compre 2 leve 3’! Tudo para agradar o freguês”, desenvolvido pelos carnavalescos Cristiano Bara e Marco Antônio Falleiros. A Caçulinha da Baixada será a quarta escola a cruzar a Avenida na sexta-feira de folia, dia 09 de fevereiro, em busca do tão sonhado título da Série Ouro e do segundo acesso ao Grupo Especial em sua história.
“Nos últimos anos, duas vezes fomos quarto lugar e mais recentemente terminamos em terceiro. Se formos seguir essa linha, em 2024 a tendência é sermos segundo ou primeiro lugar. Toda escola diz que vai ganhar, que quer ser campeã, mas nós estamos trabalhando arduamente para isso. Acreditamos em nós mesmos e vamos vender muito bem a nossa mercadoria lá na Avenida ano que vem. Esperem um desfile muito descontraído, muito comunicativo da Inocentes. Vamos fazer um Carnaval nos colocando no lugar de um camelô, de um vendedor, de um ambulante que está ali passando alegria e vendendo o seu produto da melhor forma possível”, afirmou o presidente em exercício da Inocentes, Ícaro Ribeiro, em entrevista concedida a reportagem do site CARNAVALESCO.
Inicialmente, a Caçulinha da Baixada apresentaria no ano que vem uma homenagem à cidade de Armação dos Búzios, na Região dos Lagos. No entanto, alegando questões estruturais, a agremiação decidiu alterar o enredo e anunciou, no começo de setembro, um novo tema sobre os ambulantes e o comércio popular. Na conversa com a reportagem, o presidente em exercício da escola comentou acerca dessa mudança de proposta para 2024.

“Às vezes, tem males que vem para o bem. Houve alguns problemas que impossibilitaram a gente de falar sobre Búzios. No entanto, surgiu esse enredo sobre os camelôs que, para a nossa surpresa, os carnavalescos conseguiram desenvolver de uma forma tão bonita que fez valer a pena essa troca. Então, esse é um exemplo de um mal que veio para o bem. Posso garantir que agora está saindo tudo muito perfeito. Nossa dupla de carnavalescos está de parabéns”, opinou Ícaro Ribeiro.
O Carnaval de 2024 é o sexto, de forma consecutiva, em que a Inocentes de Belford Roxo opta por encomendar o samba-enredo. Apesar do modelo ser considerado muitas vezes uma garantia de notas máximas, apenas em um único ano, até agora, a escola não perdeu décimos no quesito. Em 2022, a obra de autoria de Claudio Russo, Tem Tem Jr, Júnior Fionda, Lequinho, Fadico, Marcelinho Santos, Tem Tem Sampaio e Altamiro obteve três notas 10 e um 9,9, sendo este último descartado. Mesmo assim, o presidente em exercício Ícaro Ribeiro avaliou o formato como bem-sucedido.
“Encomendar samba tem dado certo para a escola. Todas as vezes que a Inocentes optou por esse modelo, o resultado foram obras muito boas que até conquistaram prêmios. Então, a encomenda de samba está valendo a pena. Além disso, financeiramente é melhor para todo mundo, inclusive para os próprios compositores. A pessoa quando vai colocar um samba para concorrer em uma disputa gasta muito, se endivida e na maioria das vezes acaba não ganhando. Todo mundo que faz samba acha que o seu vai ganhar, que é o melhor, e se frustra quando não consegue. A encomenda está sendo o caminho certo. É um modelo que não só veio para ficar, como já ficou”, ponderou o dirigente.
‘Certeza que muitos vão se surpreender’, afirma Cristiano Bara
O carnavalesco Cristiano Bara também conversou com a reportagem e falou sobre as expectativas para o desfile de 2024, que marcará o seu retorno para Inocentes após mais de uma década. Na passagem anterior, o artista assinou em 2010 o enredo “Água para prover a vida”, que alcançou um vice-campeonato no então Grupo A, atual Série Ouro. Ele também desenvolveu no ano seguinte “De Guarulhos para o palco da folia, sonhos, irreverência e alegria. Mamonas para sempre!”, sobre a banda paulista que fez história nos anos de 1990. No entanto, diferentemente do primeiro trabalho, esse tributo aos Mamonas Assassinas não obteve êxito e a escola terminou a apuração em um modesto oitavo lugar.

“É uma felicidade imensa estar de volta a Inocentes. Fui muito bem recebido nesse retorno para escola e isso só me deu mais combustível para produzir um grande Carnaval. E falar de Debret com a missão francesa, mostrando que ele documentou os primeiros ambulantes no Rio de Janeiro no período colonial, é um baita enredo. Queremos dar uma força e trazer visibilidade para essas pessoas que, muitas vezes, são marginalizadas, como é o caso do camelôs. A gente tem aquela imagem da polícia correndo atrás deles, os proibindo de vender, do produto falsificado, mas o ambulante não é só isso. Vamos dar um glamour para essa história toda, mostrando que quem os documentou primeiro era alguém que realmente entendia o Brasil, afinal Debret pintou a primeira bandeira nacional. Então, a gente conta essa história a partir de Debret e desenrola até os dias de hoje. É muito interessante, bem legal”, pontuou Cristiano Bara em entrevista concedida a reportagem do site CARNAVALESCO.
Além dos aspectos históricos e de exaltar a importância dos camelôs, o enredo da tricolor de Belford Roxo também terá como proposta mostrar a expansão dos ambulantes em todo país. Desta forma, mercados populares, feiras e ruas serão retratados no desfile, assim como pontos importantes para este tipo de negócio na cidade do Rio, como são os casos do Mercadão de Madureira, da Rua Uruguaiana e da Central do Brasil.
“É um trabalho com um colorido maravilhoso, por exemplo. Vamos falar do Brasil Império até os dias de hoje, botando tudo na perspectiva do dia a dia, mas com uma nova roupagem. A ideia é retratar a evolução do comércio popular e como ele movimenta a economia do país. Isso tudo com uma estética de luxo visual. É tirar o que a gente não tem no bolso da cabeça, da criatividade. O Marco Falleiros e eu vamos desenvolver o enredo de uma forma fabulosa, tenho certeza que muitos vão se surpreender. Quem pensa que vai para a Avenida ver barraquinha de camelô, até vai ver, mas também poderá conferir muita coisa interessante. A história do comércio ambulante e dos mercados populares, como o Ver-o-Peso em Belém do Pará e o Mercadão de Madureira, estará presente no nosso desfile, assim como as brincadeiras que o camelô faz no cotidiano. Abordaremos ainda causos como o do camelô que vendia água e que ficou famoso; do Silvio Santos, que de vendedor ambulante virou dono de emissora de TV; além do seu Anísio, presidente de honra da Beija-Flor, que foi camelô e receberá uma homenagem. São passagens curiosas que levaremos para o Sambódromo e que vão enriquecer o nosso espetáculo, que se Deus quiser será coroado com o primeiro lugar”, explicou o artista.
Ainda no bate-papo com a reportagem do site CARNAVALESCO, Cristiano Bara deu detalhes sobre a parceria com Marcos Antônio Falleiros na confecção do Carnaval do ano que vem da Caçulinha da Baixada. De acordo com o artista, cada um deles exerce uma função dentro da estrutura, todavia existe uma troca frequente entre os dois, até para não haver prejuízos para agremiação, evitando assim a falta de unidade.
“Já trabalhei com ele há um tempo, quando eu tinha ateliê, algumas coisas assim. Temos uma relação muito boa. Somos amigos, então é muito mais fácil. Basicamente, eu cuido de uma parte, enquanto ele se dedica a outra, depois a gente se integra e faz a coisa acontecer. Atualmente, estou responsável pelos protótipos e ele está direto no barracão. Porém, eu vou ao barracão visitar, ele também acompanha os protótipos, rola essa troca constante entre a gente, justamente para que possamos entregar na Marquês de Sapucaí um grande espetáculo, um grande desfile”, frisou.
Thiago Brito relata experiência de compor samba da Inocentes
O intérprete Thiago Brito fará em 2024 o seu quarto desfile defendendo o microfone principal da Inocentes de Belford Roxo. A primeira passagem ocorreu nos carnavais de 2012, quando a escola conquistou o título do Grupo A (atual Série Ouro), e de 2013, ano em que a agremiação e o próprio cantor debutaram no Grupo Especial. Já o retorno aconteceu no ano passado, quando a Caçulinha da Baixada alcançou um terceiro lugar, melhor resultado em uma década. Com um retrospecto tão marcante na vermelha, azul e branca, Thiago recebeu o convite para se aventurar em uma nova função e topou o desafio de ser um dos compositores do samba-enredo oficial para o ano que vem.
“Quando retornei à escola no ano passado, eu não entrei na encomenda, mas mesmo assim acabei participando do processo. Afinal, o cantor sempre tem que dar aquele jeitinho, adequar a obra a sua interpretação, deixar ela da melhor forma para ele cantar. Então, este ano, o Cláudio Russo falou comigo bem antes, quando o enredo ainda seria sobre a cidade de Búzios, e me chamou para fazer parte da composição desse samba para 2024, até por conta da identificação que tenho com a Inocentes. E o Cláudio Russo é um fenômeno, não tem o que falar, é alguém sem explicações. A gente começou conversando por WhatsApp e depois marcamos um encontro presencial com todo mundo. Em seguida, eu fiz uma guia no estúdio que tenho, a gente foi lapidando algumas coisas e finalizamos na gravação realizada na semana passada para a divulgação. Graças a Deus, a repercussão da obra está sendo muito bacana e o saldo super positivo. Acredito que a gente vai em busca dessa nota 40”, declarou o intérprete, confiante.
Na entrevista concedida para reportagem do site CARNAVALESCO, o cantor também avaliou os impactos dessa decisão da escola em encomendar os sambas ao invés de realizar uma disputa tradicional. Para Thiago Brito, esse atual modelo adotado pela Inocentes é positivo, uma vez que permite um trabalho mais cauteloso e apurado sobre a obra, antes mesmo da gravação oficial.
“A gente tem mais tempo para trabalhar em cima do samba. Na encomenda, a obra é apresentada para o presidente, para a diretoria, para todos os segmentos, algumas alterações são feitas, detalhes são ajustados, tudo antes mesmo de acontecer a divulgação, a apresentação para o público. Já no modelo tradicional de disputa isso não é possível. Já aconteceu aqui mesmo na Inocentes, quando eu estava na minha primeira passagem, da gente escolher o samba e dois dias depois estar no estúdio fazendo a guia. Então, você não tem aquele tempo de concretizar algumas coisas, de lapidar com calma, porque é tudo muito em cima. A encomenda já te dá mais essa tranquilidade, de pegar o samba, escutar, testar, ver o melhor tom… Particularmente, acho esse modelo muito bom. É claro que para nós intérpretes a disputa é um momento muito importante do ano. Mas, pensando na escola, como cantor dela, é muito mais vantajoso ter uma encomenda”, analisou Thiago Brito.
‘Não vamos passar simples’, garante mestre Washington Paz
Após dois carnavais, o mestre Washington Paz está de volta ao comando da bateria da Inocentes de Belford Roxo. Ele dividirá com mestre Juninho a chefia dos ritmistas da “Cadência da Baixada” em 2024 e falou com a reportagem do site CARNAVALESCO sobre os preparativos para o próximo desfile, além de responder como é para ele trabalhar com o modelo de encomenda de samba.
“Trabalhar com samba encomendado é algo que não me afeta muito. A escola está acostumada com esse modelo, uma vez que já adota ele há alguns anos. Infelizmente, a troca de enredo acabou por atrasar um pouquinho a entrega, mas nada que atrapalhasse os preparativos da bateria. Já estamos pensando e estudando algumas possibilidades de bossa, de paradinha, então posso garantir que não vamos passar simples não, vamos arriscar tudo. Vai ter muita coisa legal, mas a maioria é surpresa”, contou Washington Paz, mantendo o clima de mistério.
Casal de mestre-sala e porta-bandeira celebra sucesso da parceria
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Inocentes, Matheus Machado e Jaçanã Ribeiro, fez sua estreia juntos no Carnaval de 2023. Logo no primeiro ano, a dupla mostrou ter dado certo e alcançou três notas máximas, além de um 9,9 que acabou sendo descartado. Para a reportagem do site CARNAVALESCO, os dois fizeram um balanço desse começo de parceria e destacaram o que mais admiram um no outro.
“Amo trabalhar com o Matheus, é alguém que tenho como filho pra mim. É um menino bacana, uma pessoa que me completa e que me trouxe uma coisa que acho muito importante para toda porta-bandeira que é a jovialidade. A idade não importa, você tem que ser jovial, porque a dança é uma coisa que tem que ter leveza. O Matheus trouxe essa leveza pra mim. Estou muito feliz de estar dançando atualmente com ele. Sou extremamente grata por essa parceria que só me dá coisas boas”, pontuou Jaçanã.
“Graças a Deus, a gente se dá muito bem. Temos uma parceria muito forte desde o primeiro momento. Quando recebi a proposta de vir para Inocentes e soube que ia dançar com a Jaçanã, eu fiquei bastante feliz, até porque era o que queria também, afinal nós temos uma ligação que começou aínda na minha infância. Então, só tenho elogios sobre a Jaçanã. Cada ensaio nosso é um momento de alegria. A gente tem prazer em se encontrar. Hoje mesmo, a gente pegou o trem juntos e veio rindo da Central do Brasil até Belford Roxo, só falando besteira e fazendo piada”, contou Matheus.
A dupla também falou sobre a rotina de ensaios para o Carnaval do ano que vem. De acordo com a dupla, os treinos irão começar agora, já com o samba-enredo oficial, e devem seguir a mesma intensidade do ano anterior.
“Nossa rotina varia muito. Ano passado a gente ensaiou bastante, todos os dias praticamente. A gente ia várias madrugadas para a Marquês de Sapucaí, por exemplo. Este ano, por conta de algumas questões, eu não vou poder mais ensaiar esse horário da madrugada, só mais cedo agora, mas mesmo assim a gente vai continuar treinando intensamente. Nosso objetivo é dar o melhor para Inocentes sempre. Se Deus quiser, vamos trazer esse título para escola e conquistar todas as notas máximas”, relatou Matheus.
“Gostamos de estar um com o outro, é sempre muito divertido, é algo muito leve. Então, a gente até reclama quando não ensaia. Assim, eu não sei como são os outros casais, mas nós esperamos ansiosamente para ensaiar. Essa cumplicidade, essa amizade que nós temos ajuda a tornar o trabalho menos pesado”, ressaltou Jaçanã, em seguida.
Também na entrevista com a reportagem, o mestre-sala e a porta-bandeira da Inocentes de Belford Roxo comentaram sobre o figurino para o Carnaval de 2024. Eles responderam ainda se costumam fazer muitas exigências em relação à fantasia e como é o diálogo deles com os carnavalescos.
“A gente não tem o hábito de fazer muita exigência. Graças a Deus, o Cristiano Bara é uma pessoa que está entendendo o nosso visual, como é que a gente gosta de vir vestidos. Ele já escolheu até a pessoa que vai fazer a nossa roupa, conversamos e está tudo certo. De um modo geral, a gente costuma tentar ter essa troca com o carnavalesco, principalmente em termos de melhorias para o casal. Por exemplo, se a fantasia tiver alguma coisa que não seja legal para nossa dança, que possa nos atrapalhar, tentamos dialogar para chegar em um denominador comum. A ideia é sempre encontrar uma solução que seja a melhor para todo mundo”, assegurou a porta-bandeira.
“Como a Jaçanã disse, não temos o costume de palpitar muito, até para deixar que cada um faça o seu trabalho. Ele desenha, a gente dá algumas ideias, no máximo. Até gostamos de umas ousadias na fantasia, mas no geral não pedimos nada e nem interferimos muito. É o carnavalesco fazendo papel dele e a gente fazendo o nosso”, complementou o mestre-sala.
Império da Tijuca ajusta letra do samba-enredo para o Carnaval 2024
Após escolher o samba-enredo que levará para a Marquês de Sapucaí em 2024, a direção do Império da Tijuca realizou algumas modificações na letra do samba-enredo escolhido. Em 2024, a agremiação que será a segunda escola a pisar na Marquês de Sapucaí pela Série Ouro, homenageará a dançarina, compositora e cantora de ciranda brasileira, Lia de Itamaracá.

De acordo com o diretor de carnaval Luã Teles, os ajustes foram com o intuito de aumentar ainda mais a qualidade da obra e para se adequar melhor ao enredo proposto.
“Alteramos alguns detalhes do samba. Nosso objetivo é que o samba se torne ainda mais fácil de ser cantado pelos componentes. As mudanças vão colaborar também para deixar o hino mais integrado ao enredo desenvolvido. Estamos felizes com o resultado da disputa 2024 e temos certeza que a comunidade vai empolgar a Sapucaí com o samba eleito”, declarou o diretor.
Confira como ficou a letra após as modificações:
Compositores: Eduardo Katata/ JC Couto/ Henrique Badá/ Ferreti da Ponte/ Sérgio Gil/ Gilsinho Oliveira/ Gabriel Machado Charuto/ Gabriel Cascardo Gavião
Intérprete: Daniel Silva
SALVE AS IABÁS, ORA IÊ IÊ Ô
SALUBA NANÃ, ODOCIABÁ
SOU A CIRANDA, TENHO A MELODIA
E MORO NA ILHA DE ITAMARACÁ
POVO DO SAMBA, EU ME CHAMO LIA
TRAGO A POESIA DESSE MEU LUGAR…(REFRÃO)
VIM AQUI ME APRESENTAR
SOU FILHA DAS ÁGUAS MULHER GUERREIRA
A INSPIRAÇÃO VEM DO MAR
COM AS ONDAS NA BRANCA AREIA
A BRISA SOPRA MAIS FORTE
NA CANA E NOS COQUEIRAIS
LUA PRATEIA SERENA
NOS RIOS E MANGUEZAIS
PULSA MINH’ALMA DE ARTISTA
NO FOLCLORE DO MEU CHÃO
O TOM E AS CORES DA ILHA
VIVEM NA MINHA CANÇÃO
CIRANDEIRO AH, CIRANDEIRO Ê
RAINHA PRETA, A VOZ QUE TEM PODER
CIRANDEIRO Ê, CIRANDEIRO AH
ENTRA NA RODA VAMOS CIRANDAR…(BIS)
REIS E RAINHAS NA LIDA AO SOL
GANHAM A VIDA COM O PRÓPRIO SUOR
SALVE A PADROEIRA,
AS FESTAS, A PESCA E A PAIXÃO
TEMPERO E SABOR MAINHA DEIXOU
HERANÇA PRO MEU DIA A DIA
A MINHA FOLIA TAMBÉM É LEMBRADA
NO GALO DA MADRUGADA
E NO CARNAVAL SOU ESTRELA
MEU COLORIDO É AXÉ
NO IMPÉRIO DA TIJUCA
MINHA EMOÇÃO FAZ TREMER A AVENIDA
SOU NEGRITUDE, MÚSICA,
E A CIRANDEIRA TÃO QUERIDA
A escola agora se prepara para a gravação oficial do samba e para o início dos ensaios de canto e comunidade. Dia 15 de outubro, a agremiação promove festa para apresentação dos protótipos das fantasias no Tijuca Tênis Clube durante a Feijoada Imperial. Os ingressos antecipados poderão ser obtidos através do televendas 21 98195-6363.