Início Site Página 507

Parceria de Pedrinho da Flor é apontada favorita para vencer no Salgueiro, segundo leitores do CARNAVALESCO

O Salgueiro faz na quarta-feira, véspera de feriado, a final de samba-enredo para o Carnaval 2024. Três parcerias estão na grande decisão. A parceria de Pedrinho da Flor, Marcelo Motta, Arlindinho Cruz, Renato Galante, Dudu Nobre, Leonardo Gallo, Ramon Via13, Ralfe Ribeiro foi apontada favorita com 44,3% dos votos dos leitores do site CARNAVALESCO.

0668c021 31b3 489c a5a2 c116cd467482
Foto: Anderson Borde/Divulgação Salgueiro

A parceria de Xande de Pilares, Claudio Russo, Betinho de Pilares, Jassa, Jefferson Oliveira, Miguel Dibo, Marcelo Werneck e W Correa recebeu 42,8%. A parceria de Ian Ruas, José Carlos, Caio Miranda, Sonia Ruas Raxlen, David Carvalho e Gabriel Rangel levou 12,9%.

Em 2024, o Salgueiro será a terceira escola a desfilar no Sambódromo da Marquês de Sapucaí na primeira noite do Grupo Especial. A Academia do Samba levará para Avenida o enredo “Hutukara”, que pretende fazer um alerta em defesa da Amazônia e em particular dos Yanomami, que sofrem efeitos da ação de garimpeiros na sua região. O desfile terá a assinatura do carnavalesco Edson Pereira.

Serviço final do Salgueiro:
Data: Quarta-feira, 11 de outubro
Horário: Início às 20h30
Ingressos: Pista a partir de R$70; Mesa por R$80,00; jirau a partir de 80,00; Camarotes esgotados!
Classificação etária: 18 anos
Informações: telefone (21) 3172-0518 ou (21) 97453-1669

Sem alas comerciais, Tuiuti divulga primeiras fantasias para Carnaval 2024 em formato inédito

Glória ao Almirante Negro! No enredo em que João Cândido é tratado como verdadeiro herói nacional, o Paraíso do Tuiuti divulga as primeiras imagens das fantasias do próximo desfile em um formato inédito: HQs. Na revista em quadrinhos da azul e amarelo de São Cristóvão aparecem personagens do barracão, o presidente da escola, Renato Thor, o carnavalesco Jack Vasconcelos, e as fantasias “Marechal Mascarado”, “Almirante” e “Dragão do Mar”.

“Esse conceito de história em quadrinhos nós estamos desenvolvendo desde a nossa logo do enredo. O nosso tema é uma grande aventura de um herói genuinamente brasileiro. O João Cândido fez um ato heróico. E nós, artistas do Carnaval, também somos esses heróis. Afinal, fazer Carnaval também é uma aventura. Por isso, estamos brincando com isso”, conta Jack.

As imagens foram criadas pelo designer e ilustrador Antonio Vieira, que também assina a arte do enredo do Tuiuti.

“A ideia partiu do Jack e o tempo era curto. O processo todo durou uns cinco dias, e deu muito trabalho. Baseado nas fotografias dos funcionários do barracão, e das fantasias, o roteiro foi criado. E aí, parti para os desenhos direto no iPad”, destaca Antonio.

fantasia 1

fantasia 2

fantasia 3

fantasia 4

Últimas vagas para desfilar

No Carnaval 2024, o Tuiuti não terá fantasias comerciais. Quem quiser desfilar na escola precisa correr porque as inscrições já estão acabando. Os interessados devem fazer o cadastramento às segundas, a partir das 19h, na quadra da agremiação (Campo de São Cristóvão, 33, no bairro de São Cristóvão). Levar: documentos básicos, como RG, CPF, e uma foto 3×4.

Logo após o cadastro, a partir das 21h, a agremiação realiza os ensaios de canto com o samba do Carnaval 2024. Os tradicionais ensaios de rua da azul e amarela iniciam no dia 30 de outubro.

No próximo ano, o Tuiuti vai desfilar com enredo “Glória ao Almirante Negro!”, uma homenagem ao João Cândido, marinheiro brasileiro que atuou na liderança da Revolta da Chibata. A escola será a quinta a desfilar na segunda-feira de Carnaval.

Entrevistão com mestra Rafa: ‘Arrombei a porta que estava trancada e ela não tranca mais porque eu quebrei o trinco’

Quando a Imperatriz da Paulicéia entrou na Avenida em 2023 para abrir os desfiles do Grupo de Acesso 2, em São Paulo, diferentes marcas para a agremiação foram alcançadas até aquele momento. Era o retorno da escola ao Sambódromo do Anhembi depois de 18 anos, a estreia como uma entidade filiada à Liga-SP após 43 anos de sua fundação e sendo campeã consecutivamente dos três grupos inferiores, em uma arrancada avassaladora da comunidade administrada pela presidente Mara.

mestra 3
Foto: Felipe Araujo/Liga-SP

A coroação de um trabalho exemplar ganha ainda mais brilho levando em consideração que todas essas conquistas ocorreram no ritmo da bateria liderada por Rafaela Rocha Azevedo, de 34 anos, conhecida como Mestra Rafa. A autoridade maior da “Swing da Paulicéia” se tornou a primeira mulher a comandar ritmistas em um desfile oficial no Sambódromo do Anhembi, e mesmo tão jovem carrega consigo a experiência de cinco carnavais, sendo quatro consecutivos, mas todos pela mesma entidade. São 15 anos dedicados ao carnaval contados em entrevista concedida à reportagem do site CARNAVALESCO por uma profissional que já é exemplo para tantas pessoas mesmo com um futuro longo e promissor pela frente.

Como foi o início da sua trajetória no mundo do samba?

“Eu comecei na X-9 Paulistana já em bateria de escola de samba, já na escolinha de bateria tradicional. Fiz a escolinha uma vez, não passei. Sofri um acidente na mão, cortei a mão, rompi o ligamento. Fiquei seis meses de gesso. Fiz novamente para conseguir estar desfilando. Então minha primeira experiência foi na X-9. Fiquei 12, 13 anos direto na escola. Fundei o Departamento Jovem, fundei o departamento cultural. Nunca foi só bateria, mas comecei pela bateria. E aí na própria X-9 o cantor, que era da Imperatriz da Paulicéia na época, me convidou. Falou: ‘Pô, acho que tem aí uma semente de algo que vai rolar legal, uma administração’. Eu cuidava dos shows da X-9, ele viu essa administração rolar muito bem e me convidou. Era uma outra administração da Paulicéia também. Aí eu vim, era na UESP, o penúltimo grupo da UESP. Rolou, tiramos a nota, entregamos a parte da bateria, a escola não foi muito bem. Mas eu entreguei o cargo naquele ano até pelo projeto da escola, que não me atendia tão… Não era igual aos meus ideais. Eu gosto de escola de samba. Escola de samba, que forma pessoas, dá continuidade em trabalho, acompanha a vida das pessoas. Lá eu só tinha que chegar e desfilar, e isso para mim não faz sentido, não orna com o meu trabalho. Então eu fechei uma passagem rápida de um ano e aí depois vim a receber esse convite novamente com a nova administração da escola em 2019, e até hoje estamos aí na Paulicéia”.

Como foi esse processo que te levou a assumir o cargo de mestre de bateria da Imperatriz?

“Eu não era nem diretora de bateria, só era ritmista. Só que na época era o mestre Adamastor, e eu ajudava ele na escolinha, ajudava ele nas apresentações da escola. Eu gerenciava os ritmistas. Vai ter uma apresentação, eu ligava para todo mundo, falava roupa, horário. De acordo com esse trabalho, viram essa sementinha rolar e me convidaram. Então eu fui mestre de bateria antes de ser diretora de bateria. Fui diretora na X-9, mas só em 2017. Mestre eu fui em 2015”.

Mestra Rafa Pauliceia e Interprete Fabiano

Ser mestre era algo que você pretendia na ocasião?

“Quando eu entrei na bateria da X-9 era muito, muito devota à bateria. Eu tinha esse sonho mais escondido para mim. Porque como não tinha nenhuma outra mulher, não adiantava falar isso para fora porque as pessoas iam, no mínimo, rir. Era um sonho meu, guardado para mim, que eu achava que um dia eu ia conseguir, mas não tão rápido. Eu acho que foi mais rápido do que eu imaginava”.

Como a escola na época recebeu o anúncio do seu nome para o cargo de mestre de bateria? E os ritmistas? Como foi para eles?

“Como era outra administração, o projeto era muito para a pista, não era projeto de formação. Não teve uma aceitação como eu esperava que tivesse. São coisas que a gente, como mulher, tem que saber que vai rolar, e eu levei uma bateria pronta, não usei todos os ritmistas só de lá. Tinha alguns ritmistas da casa, não tirei, mas o respeito com os meus não era o mesmo que eles estavam tendo. E justamente por isso, como não tinha o apoio da presidência da escola, de me apoiar e falar ‘não, vamos aceitar’, achei que era melhor não continuar com a escola, aí voltei para a X-9. Já estava na X-9, continuei. Virei diretora de bateria até chegar o segundo convite, mas eu fui diretora da X-9 durante alguns anos”.

mestra 1

E como foi essa volta para a Imperatriz anos depois? O que teve de diferente?

“A Mara, que é a presidente da escola, não me conhecia. Ela ouviu falar, e no meu primeiro ensaio eu cheguei com 90 ritmistas. Daí ela ficou tipo: ‘De onde saiu essa menina?’. Ela é uma pessoa que me recebeu muito bem, e hoje eu tenho ela como uma segunda mãe. De verdade, é um carinho de família. É uma pessoa que, independentemente de eu não continuar na escola, é uma pessoa que eu levo para a vida, uma pessoa extremamente justa. Então, foi uma ótima aceitação da diretora da escola. Se provar como mulher a gente tem que se provar diariamente, não adianta, mas é uma pauta que eu até nem fico batendo tanto para não confundir a luta como mimimi, sabe? Eu sei que eu tenho essa luta, eu sei que tem várias outras indo atrás, mas o caminho é puxar e não ficar só falando sobre isso, sabe? Eu sei que tem que falar, toda vez eu falo, mas não só a lamentação. Acho que tem que falar bastante do que foi conquistado, de quantas vão vir atrás. As portas vão se manter abertas. Como? Não interessa. A gente vai resolver e vai manter aberto”.

A representatividade feminina dentre os ritmistas da ‘Swing da Paulicéia’ se faz presente como atualmente?

“A Imperatriz da Paulicéia hoje tem o mesmo número de ritmistas mulheres que uma bateria do Grupo Especial. A única diferença é que as baterias do Especial têm cerca de 70 pessoas a mais. Então a gente tem uma representatividade feminina bem grande, graças a Deus. É um lugar que, obviamente, elas se sentem acolhidas e serão sempre, é óbvio. Mas a gente tem um número muito mais próximo da igualdade do que de uma bateria do Grupo Especial. São estudos que a gente mesmo fez”.

Dentre os diferentes instrumentos que compõem a bateria, qual naipe você considera o seu favorito?

“O meu instrumento é o surdo de terceira. É o instrumento que eu sou criada, o meu instrumento de origem. É onde eu fui diretora também, há alguns anos, em várias escolas. É o meu naipe, é o meu instrumento. O preferido eu não sei, mas que é meu instrumento ele é. Então, é difícil quando você gerencia todos, é difícil. Cada um tem o seu espacinho, mas o surdo de terceira tem um lugar especial”.

mestra 2

Quais são as pessoas do carnaval que você tem como inspiração para a sua carreira de mestre de bateria?

“Eu tenho muitas inspirações, graças a Deus, e elas caminham junto comigo. Tive a honra de ter quase todos eles desfilando comigo esse ano. Tenho um apoio muito forte dos mestres de São Paulo, como o Zóinho, Vitor da Candelária, Dennis, Klemen, Marcel, Vitor Velloso, inúmeros nomes aí que estão junto comigo. E na música, né? Eu coloquei o timbal na bateria por conta do Cara de Cobra, que é o percussionista da Ivete Sangalo. Tive o prazer de conhecer ele e falei para ele: ‘Óh, tem timbal na bateria por causa de você’. As inspirações na música são essas, todos esses nomes aí. Até vou ser injusta se eu falar todos. Mas tenho os mestres aí comigo, como o mestre Serginho também do Tucuruvi. É um cara que caminha lado a lado comigo. Então, são essas pessoas que eu tenho de inspiração. O ruim é que eu não tenho muitas inspirações mulheres. Na época que eu virei mestre, não tinha outra. Mas como diretora, eu tenho a Jussara Félix do Vila Maria e a Tamara Santana, que era da Mancha Verde, que eram as duas mulheres que tinham quando entrei. Eu tinha elas como pisão de comando, mesmo que não o comando da bateria, o comando da ala. Essas são as minhas referências”.

Pode falar um pouco mais a respeito da sua relação com esses outros mestres de bateria? Você também está presente na bateria deles de alguma forma?

“Sou meio maluca. Eu saio em oito escolas, então em todas as noites do carnaval de São Paulo eu estou desfilando, mais de uma vez normalmente. Eu acho que para você ser mestre de bateria você não pode nunca deixar de ser ritmista, porque você vai conseguir entender a cabeça do seu ritmista, as necessidades dele, o que ele precisa, o que ele passa. Então eu sou ritmista em várias escolas, e aquilo que a gente faz a gente pega o que é melhor e não faz o que a gente acha errado nos outros lugares. Então as influências dos meus mestres em outros lugares são essas. Eles me apoiam como amigos e me dão exemplo à frente da bateria de algumas coisas como a gente resolver conflitos. Não adianta, como qualquer trabalho ter de lidar com pessoas, gestão de pessoas, é difícil. Então todo esse respeito aí, essa troca, eles me ajudam muito nisso”.

Seu nome está marcado na história do carnaval de São Paulo como a primeira mulher a comandar uma bateria de escola de samba no Sambódromo do Anhembi. Qual foi seu sentimento naquele momento?

“Toda vez que alguém me pergunta isso eu fico com a mesma cara de ‘ué, não sei o quê, responder’, porque foi um misto de sensação. Eu não sentia nem o chão. Foi tudo muito rápido. Como a escola foi a primeira, foi tudo muito cedo. Então foi, assim, uma sensação tanto de alívio, como se você estivesse soltando correntes. O quanto também de peso que você estava carregando de toda uma história que vem atrás. Mas a sensação que me explica tudo é de arrombamento de portas. Eu arrombei a porta que estava trancada e ela não tranca mais porque eu quebrei o trinco”.

Mestra Rafa 2

Uma vez que você quebrou esse trinco, tem algum sonho que você ainda almeja alcançar na sua carreira daqui para frente?

“É até egoísmo da minha parte ter mais algum sonho depois do que eu já fiz, mas a minha vontade hoje, o meu objetivo, é ser mestre no Grupo Especial. Não sei se será com a Paulicéia, se a gente vai chegando lá, vai fazendo a mesma coisa que a gente fez na UESP, ou se vai surgir outras coisas na nossa vida profissional do carnaval. Eu hoje não me imagino em outro lugar, eu sou muito Imperatriz da Paulicéia, mas eu tenho esse sonho de chegar a ser mestre no Especial do carnaval de São Paulo”.

A sua relação atual com a Imperatriz da Paulicéia pode ser definida como? O que a escola representa para você?

“A Imperatriz da Paulicéia foi tipo um amor, que eu não esperava. Sabe quando você está lá assim, ‘não gosto de ninguém, vou viver a solteira para sempre’, e aí a Paulicéia passou e eu fiquei envenenada, sabe? Falei: ‘Nossa!’. É muito legal porque ela é uma escola de samba de verdade. Escola de projeto social, escola de formação de pessoas e de um sonho que era pequenininho. A gente não tinha quadra, era lugar emprestado, na UESP, com quatro, cinco horas de atraso. Hoje a gente está no Anhembi, com a Globo filmando a gente o ano passado, fazendo matéria na quadra, na nossa quadra, quadra própria, construída por nós. Então assim, é um amor mesmo, de verdade. É um amor que, independentemente do que venha a acontecer, vai continuar existindo esse amor para sempre”.

Apesar da ausência de mulheres em lideranças específicas das escolas de samba, existem duas que se destacam como presidentes de agremiações do Grupo Especial, que são a Angelina Basílio do Rosas de Ouro e a Solange Cruz do Mocidade Alegre. Você tem alguma história com elas para contar?

“A Angelina eu tive uma troca muito rápida. Uma vez no ensaio técnico do Rosas, eu estava assistindo no camarote, e ela passou e falou: ‘Muita fé, menina. Você precisa ter muita fé’, e passou. Eu levo isso para a minha vida porque é uma pessoa que inspira super. Eu tive uma outra troca, mas essa foi muito importante, com a Solange. No ano passado, foi convidada para vir aqui a Mocidade Alegre, ela me mandou uma mensagem dizendo que ela não poderia vir por ter o chá de bebê do neto dela. Não dá nem para não entender, mas sempre que vou lá ela me recebe super bem. A gente teve algumas conversas. Eu fui convidá-la pessoalmente no ano passado dizendo: ‘Eu quero que a Mocidade vá por causa de você. Pelo amor de Deus, você é minha inspiração’. Eu já falei isso para ela, ela sabe disso, agradeceu. É uma mulher supersimpática, nasceu para ser do povo. Não adianta, tenho muita referência em relação a ela, muito carinho por ela. É uma mulher que fez história e vai continuar fazendo história, com certeza”.

E para todas as mulheres que almejam, assim como você, alcançar uma posição de liderança em uma escola de samba. Qual conselho, qual recado você gostaria de deixar para elas?

“Muita força, muita luta, muita insistência. A palavra certa é insistência. Contar com as pessoas que tem em volta, mesmo que não sejam do mesmo cargo. Sou uma pessoa que me inspiro muito com a Solange do Mocidade Alegre. Ela é na administração de pessoas, lugares diferentes, obviamente, já tem muito mais pessoas para administrar, mas é dali que eu tiro algumas coisas. A presença dela, a imponência da presença dela. Existem várias mulheres que servem de exemplo em seus lugares. A gente consegue ser mestre de bateria se inspirando numa chefe de departamento pessoal de uma empresa. Acho que é tudo a gestão de pessoas sempre. E dizer que estou aqui, minha ‘inbox’ está aberta para essas mulheres que sonham, que querem dividir, que querem compartilhar, perguntar. É isso, minha ‘inbox’ está aberta. É o mínimo que posso fazer depois de abrir essas portas. É o mínimo que tenho que fazer. Até morrer eu tenho que estar fazendo isso”.

Fenasamba: encontro ressalta importância dos governos apoiarem todas escolas de samba

A Fenasamba (Federação Nacional das Escolas de Samba) realizou no último fim de semana o evento do Conasamba dentro da Cidade do Samba. Liderado pelo presidente da entidade, Ricardo Campos (Kaxitu), no encontro houve diversas discussões sobre carnaval, mas a principal pauta foi a política. Todas as mesas ressaltaram a importância de ter governos que apoiem as escolas de samba, tanto moralmente a nível nacional e municipal, quanto financeiramente, pois comprovadamente, alegam que a festa rende muito dinheiro e emprego, e isso não são só nos dias de carnaval, visto que a Cidade do Samba não para os ateliês, compra de materiais, ensaios, feijoadas não param.

Mercado e oportunidades

Alex Bouças, o primeiro a discursar, fala algo interessante. O político, que tem o cargo de superintendente regional do trabalho do estado do Rio de Janeiro, diz que não só a Sapucaí leva tanto dinheiro e emprego para a cidade, mas também os blocos de rua mostram resultados agradáveis. Ou seja, para a folia carioca, a festa em si, é totalmente rentável. Encerrando o seu discurso, Alex crava que todas as escolas de samba e a Fenasamba podem contar com a superintendência para tudo relacionado ao assunto.

Nota-se isso quando a diretora da Mangueira, Célia Domingues, apresentou o programa ‘Carnaval em 365 graus’, onde explica todas as fases de uma escola de samba. Desde simples eventos até o grande dia do desfile. E tem como defesa mostrar que uma agremiação não para. Tudo gera trabalho. É escolha de enredo, entrega de sinopse para compositores, disputa de sambas, festa de protótipos, ensaios e o desfile oficial, além de eventos extras, como feijoadas. São inúmeros os fatos que acontecem dentro de uma escola de samba e que também foi citado pela diretora artística, mas o fato principal é que o objetivo de tudo isso tudo é mostrar que mexe com todo o poder turístico e empreendedor do mercado.

Célia também cita outras coisas que geram trabalhos, mas que não costumam citar, como a desmontagem das alegorias e recolhimento das fantasias. Isso requer um empenho dobrado da comunidade e talvez contratação de profissionais, porque há casos em que não se sabe o que fazer com as peças. Algumas são descartadas, outras reaproveitadas e as demais vendidas para desfiles de outros locais.

mesa fenasamba 2

Quando todos esses processos acabam, Célia diz que há o mutirão de limpeza dos barracões e ateliês. Realmente quando termina um carnaval, a pausa para iniciar o próximo é extremamente curta. Então, para o início dos próximos trabalhos, o local em que se constrói os desfiles, precisa estar completamente remanejado.

Dérick Santana, produtor cultural e que está dentro do Ministério da Cultura do governo federal, palestrou explicando os projetos para incentivar a cultura, sendo aprovado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, onde vê a necessidade de ampliação. Para isso, se tem projetos como a ‘Diretoria de Política para trabalhadores da Cultura’ e o ‘Vale Cultura’.

A primeira consiste em implementar e avaliar jovens da arte e da cultura entre 18 e 29 anos, tendo a idade entre 19 e 28 anos, além de fazer com que o profissional tenha suporte técnico para tal. Também se tem o objetivo de construir propostas de regulamentação das profissões que envolvem cultura em conjunto com o Ministério do Trabalho e Emprego e, por último, gerir o Projeto Cultura do Trabalhador.

mesa fenasamba

O Vale Cultura tem vários tópicos a serem feitos, como a retomada e ampliação da política de isenção fiscal, reuniões e participações para tentar parcerias com o objetivo de arrecadar, campanha de divulgação, entre outros.

Levando para o carnaval, Dérick cita que quase todos os materiais usados na avenida são exportados da China, mas os brasileiros têm totais condições de produzirem igual. É mais uma fonte de trabalho. Basta incentivo de cultura e suporte técnico, pois os profissionais que lá estão, precisam de remuneração adequada.

Luis Hernando, representante do carnaval da Colômbia, compôs a mesa e explicou um pouco sobre o que é o carnaval do país. O profissional optou por fazer uma palestra falando mais da festança do país. No vídeo explicativo, mostrou-se fotos que dava para notar semelhanças com o Brasil, principalmente nas fantasias e maquiagens.

Escola de samba, desfile como patrimônio e novas leis

A segunda mesa começou com o ex-presidente da Portela, Luis Carlos Magalhães, discursando. O experiente gestor falou brevemente da precariedade que existe em gerir uma escola de samba e precisa muito a ser feito no trato dos sambistas e componentes que visitam as escolas de samba.

Marcel Machado, técnico de patrimônio imaterial da superintendência do Rio de Janeiro, explicou sobre o que é o IPHAN. O órgão, que cuida dos patrimônios imateriais, reconheceu o samba carioca desta forma em 2007. Para o IPHAN, tudo o que é saberes, conhecimento, ofícios, celebrações, forma de expressões dentro de certas manifestações culturais, é feito uma análise interna para ser concedido o feito de patrimônio imaterial. Segundo Marcel, a identificação de bens culturais, reconhecimento deles e a promoção e sustentabilidade são as três vertentes para o reconhecimento do IPHAN.

Gestão pública

O presidente da União das Escolas de Samba de São Paulo (UESP), Alexandre Magno, falou da importância que o novo governo está sendo importante para novas discussões sobre cultura e que podem impactar positivamente o segmento de carnaval.

Para criar um clima de descontração no ambiente, o diretor da Liesa, Elmo José dos Santos entrou no auditório cantando Martinho da Vila e depois parabenizou a todos por estarem levando a cultura do samba adiante. Ressaltou que todos os sambistas devem fazer com que seja obrigação que as autoridades ajudem o samba. Após, para finalizar sua rápida participação, Elmo quis prestar uma homenagem ao maior intérprete de todos, Jamelão, cantando um pagode de sua composição. E ainda sobrou um tempo para cantar o histórico samba-enredo ‘Aquarela Brasileira’, do Império Serrano em homenagem ao compositor Silas de Oliveira.

mesa fenasamba 3

Pedro Silva, presidente da Superliga Carnavalesca do Brasil, declarou que a entidade tem responsabilidade principalmente com a Intendente Magalhães. Segundo o próprio, os desfiles devem continuar com aquela ‘leveza raiz’, mas o institucional deve ser preservado, até para o bem das escolas que por lá passam. Pedro até cita que não se pode ficar passando cachorros no meio das apresentações, apesar da irreverência que o local transmite.

Silva afirmou que tentou passar as escolas da Intendente para a Sapucaí, mas não teve o apoio necessário das demais entidades. Isso seria importante para melhores experiências e logística mais viável para as agremiações.

No segundo dia tivemos apenas duas mesas. A comunicação e a saúde dentro do carnaval foram as pautas do domingo. Vale destacar que, neste mesmo dia, o presidente da Fenasamba, Kaxitu, anunciou um pré-acordo para fazer um intercâmbio com o carnaval colombiano.

Saúde

O representante do Governo Federal disse que as escolas de samba junto às autoridades têm um potencial muito grande de promover a saúde. Campanhas de prevenções em quadras cheias, desfiles e ensaios. Um fator importante foi a questão do Coronavírus. Muitas agremiações serviram de apoio à doença, seja arrecadando alimentos às pessoas que perderam seus empregos ou muitas vezes servindo de posto médico.

De acordo com o especialista, é importante sempre ter seguranças de saúde nos eventos de escolas de samba, como no mínimo ambulâncias. Isso pode evitar coisas piores em um evento. Para entidades que não conseguem esse tipo de auxílio, a Fenasamba se dispôs a conversar.

Em um lado emotivo nas palestras, o profissional Paul Davies explicou sobre os Embaixadores da Alegria, que é um grupo de carnaval destinado às pessoas com deficiência. Foi fundado em 2012 e por lá já passou cerca de 22 mil foliões ao longo de sua história, sendo que nos desfiles de 2022, contou com 2.200 componentes. Um recorde para o grupo.

Porto da Pedra apresenta nova musa para o Carnaval 2024

A Unidos do Porto da Pedra, realizou na tarde do último sábado, a edição mensal da sua feijoada. O evento contou com a participação da escola de samba Unidos de Vila Isabel, que sacudiu a quadra da vermelha e branca de São Gonçalo, com seus grandes sucessos. A programação foi repleta de atrações para todos os gostos. Os DJ’s Barra e DG agitaram a galera com variados ritmos, em seguida, o grupo Vem Pro Meu Ritmo tocou os sucessos do momento e, fechando a noite, o Grupo Balacobaco embalou a todos com o melhor do Pagode.

musa porto
Foto: Ana Victória/Divulgação

Luísa Langer é mais uma beldade no Tigre

A modelo e acadêmica de medicina, Luísa Langer é mais nova beldade que se integra ao time de musas da Porto da Pedra, para o próximo carnaval. Há 8 anos desfilando na Sapucaí, Luísa recebeu de Francine Montibelo, filha do presidente de honra da agremiação, Fabio Montibelo, a faixa de musa da agremiação.

“Já venho paquerando a Porto desde o ano passado. Eu amei o desfile! Torci e até postei nas minhas redes sociais. Estou amando poder representar São Gonçalo, através da Porto da Pedra, estou honrada e me sinto valorizada.Quero agradecer a família Montibelo e a comunidade de São Gonçalo, e também a rainha de bateria da escola, Tati Minerato, que me tratou com uma recepção calorosa e amiga. Agradeço a todos pelo carinho e confiança, o meu compromisso é com vocês. Rumo ao Carnaval 2024″.

No Carnaval 2024, a Unidos do Porto da Pedra abrirá os desfiles do Grupo Especial, na Marquês de Sapucaí, no domingo, 11 de fevereiro, com o enredo O Lunário Perpétuo: A Profética do Saber Popular, desenvolvido pelo carnavalesco Mauro Quintaes e pelo enredista Diego Araújo.

União do Parque Acari define samba-enredo para o Carnaval 2024

A União do Parque Acari revelou o samba-enredo vencedor que apresentará em sua estreia na Marquês de Sapucaí no Carnaval de 2024. Em anúncio pelas redes sociais, a escola de samba do Complexo de Acari apresentou a obra dos compositores Jorginho Moreira, Alexandre Reis, Márcio de Deus, Professor Laranjo, Gigi da Estiva, Binho Araújo, Jr. Professor, Madalena, Odmar do Banjo, Raphael Krek e Telmo Augusto, campeão do concurso.

No próximo ano, a União do Parque Acari será a primeira escola a desfilar na Série Ouro. O enredo escolhido para a estreia será uma homenagem aos 50 anos do lendário Bloco Ilê Aiyê, considerado o primeiro bloco afro do Brasil, enredo desenvolvido pelo carnavalesco André Tabuquine.

Entusiasmado com o resultado, Raphael Krek, um dos compositores, declarou: “Todos estávamos muito ansiosos. A escola recebeu belíssimos sambas, pois escolheu um enredo maravilhoso e que com certeza irá brilhar grandemente na abertura dos desfiles da Marquês de Sapucaí. Ficamos muito honrados e felizes em sermos contemplados com a vitória”.

Confira o samba-enredo

O brilho do luar africano
Ilumina a brancura da paz
Na sagrada Bahia
Nação herdeira dos ancestrais
Negritude, jóia do saber
Na visão do bem querer, a liberdade
Por igualdade contra o ato vil
Nasce o primeiro bloco afro do Brasil
O mais belo dos belos, tem o seu valor
No carnaval de Salvador

Ajeita o “black”, o rastafari, as tranças vão “bailar”
E veste a bata colorida pra lutar
Senzala de barro preto, carregada de axé
Firma o ponto pros voduns… a fé

Desce a ladeira do curuzu
Abençoada por mãe Hilda Jitolú
Entoa o canto sideral
São cinquenta anos de legado cultural
Ê Deusa do ébano, é noite de beleza negra
No Rio de Janeiro ressoa o tambor
Pro orgulho de Vovô
Que bloco é esse? Lindo de se ver
Não me pegue não, deixe eu curtir o Ilê

Canta Parque Acari, meu maior tesouro
Cintilar teu pavilhão, é ouro
Vem no toque do ijexá, hoje vai ter xirê
Para homenagear o bloco Ilê Aiyê

Integrantes defendem a valorização e a capacitação profissional do segmento em ‘Encontro Nacional de Harmonia’

A Associação Recreativa de Diretores de Harmonia das Escolas de Sambas do Estado do Rio de Janeiro (ASSORDHESERJ), em parceria com a Federação Nacional de Escolas de Samba (FENASAMBA,) promoveu na última sexta-feira, na quadra da Estácio de Sá, o “Segundo Encontro Nacional dos Diretores e Diretoras de Harmonia”. A iniciativa teve por objetivo promover debates com temas relacionados aos desfiles das escolas de samba, intensificar a atuação efetiva do segmento harmonia no processo de organização do carnaval e apresentar as associações deste grupo criadas no Brasil, além do encaminhamento de relatórios e o lançamento de projetos e atividades no Rio de Janeiro e outros estados para capacitação e formação de novos diretores.

Na primeira mesa de debates do evento, o objetivo foi apresentar os convidados do seminário e também debater a qualificação profissional do segmento harmonia. O presidente da ASSORDHESERJ, Alexandre Dutra, abriu os trabalhos lembrando a importância de assembléias como essa para discutir o carnaval brasileiro.

“Essa ideia foi iniciada lá atrás em 2021, porque se entendeu a necessidade de a gente discutir harmonia aqui no Rio de Janeiro, discutir harmonia em São Paulo, discutir harmonia em Vitória. Discutir harmonia também em nível nacional. Para que nós pudéssemos trocar experiências, falar sobre o que acontece em uma cidade, o que acontece na outra, para a gente poder criar diagnósticos e até criar sugestões, fazer encaminhamentos às ligas, aos órgãos gestores do carnaval, para a gente poder dar uma caminhada melhor com as questões de organização de desfile, até o julgamento, e algumas coisas que a gente vê que ainda deixam a desejar. Essa proposta eu comecei em Vitória e foi um momento muito bacana porque esse encontro trouxe para nós a certeza de que a gente precisava ter essa discussão a nível nacional”, acredita o presidente.

Em seguida, Célia Domingues, presidente da Amebrás (Associação de Mulheres Empreendedoras do Brasil que atua no mercado da economia criativa do carnaval), pontuou como entende estar a luta por profissionalização do carnaval atualmente.

“A gente pode ver o quanto esse encontro vem crescendo, vem melhorando nas suas atividades, enriquecendo as suas pautas e buscando soluções para diversas demandas que a gente tem no carnaval. Eu sou pela qualificação, pelos negócios, pelo empreendedorismo e pela inclusão do carnaval. Estas são as causas que eu defendo há quase 30 anos, do reconhecimento do profissional do carnaval, das oportunidades de trabalho, e da inclusão, isso com igualdade. A gente já avançou muito nesse processo. Eu acredito muito no potencial do carnaval como mercado de trabalho, como oportunidades, geração de negócios, renda e receita. Infelizmente, nós ainda temos um carnaval muito mal explorado, muito mal aproveitado. É aproveitar realmente as oportunidades que as escolas têm, que elas podem dar para os profissionais, que eles sejam reconhecidos, que eles tenham oportunidade de trabalho e de desenvolver projetos maravilhosos e não só mostrar na Sapucaí, mas que eles tenham um ano inteiro para isso. Hoje a gente tem uma cadeia muito produtiva, com várias técnicas, vários profissionais, e a gente só precisa organizar isso para que a gente tenha na nossa cidade essa produtividade gerando bons profissionais”, finalizou Célia, que também é diretora da FENASAMBA.

Júnio Gonçalves, representando a FENASAMBA, e diretor no carnaval gaúcho, em sua fala, direcionou um pouco mais as questões para o universo dos “harmonias”, apontando a dificuldade que o segmento ainda tem em relação à profissionalização, principalmente em comparação com outras funções do carnaval das escolas de samba.

“Eu queria bater nessa questão, não só do reconhecimento ‘do harmonia’, mas na profissionalização do ‘harmonia’, porque eu acredito que é o último segmento que ainda falta essa injeção. A gente tem os artesãos, a gente tem as costureiras, a gente tem a bateria, casais de mestre-sala e porta-bandeira, carnavalescos, toda a máquina, falando sobre quesitos de carnaval. Sempre foram muito valorizados e merecem essa valorização. E os harmonias, a gente sabe, se dá tudo certo na Avenida, foi todo um projeto de construção do carnaval que deu certo, se deu errado, a culpa é da harmonia. É uma frase que a gente fala no Brasil inteiro. Mas às vezes o que falta é essa profissionalização, esse cuidado com a harmonia, esse cuidado que ASSORDHESERJ tem, por exemplo, de fazer cursos, workshops, de debater a questão do ‘harmonia’ o ano inteiro”, apontou Júnior.

Do carnaval paulistano, Alexandre Magno, o Nenê, presidente da UESP (União das Escolas de Samba Paulistana), compartilhou com os participantes a experiência no carnaval de São Paulo de ter uma relação mais próxima com o mundo acadêmico, em especial a Universidade Zumbi dos Palmares.

No nosso pensamento na UESP com a universidade, é colocar o samba com um certificado, uma qualificação. Estamos discutindo construir, como também foi feito na Estácio de Sá, Rio de Janeiro, o curso de extensão, que pode, inclusive, se tornar um curso de graduação, para ter lá não só a questão de diretor de carnaval, diretor de harmonia, mas outros cursos dentro da Universidade. Obviamente, nós entendemos, que para se tornar um diretor de harmonia, você não vai se tornar dentro de uma universidade. Mas, nós precisamos de algumas coisas que a universidade tem. O samba, o terreiro sagrado vai nos ajudar no nosso dia a dia, a pessoa se transformar em um grande harmonia. Porém, na universidade nós podemos alavancar a nossa qualificação profissional através de algumas questões que tecnicamente hoje nós ainda estamos abaixo. Um grande sambista, por exemplo, precisa saber sobre relações interpessoais, um grande sambista precisa saber sobre os conceitos de administração, aqui no Rio de Janeiro, principalmente, precisa ter e entender os conceitos de turismo”, explicou Nenê.

Por fim, quem também se dirigiu aos presentes foi Sérgio Almeida Firmino, representante da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, cuja titular da pasta é a secretária Danielle Barros. Sérgio apresentou algumas das ações que o governo do estado tem realizado em relação ao tema da qualificação profissional no carnaval.

“Dentro da Secretaria, em quatro anos que a gente está ali, a gente pode levar um pouquinho da ancestralidade. A secretaria tem essa facilidade dentro do governo do estado de conduzir com outras secretarias uma parceria. Quando a gente chama a secretaria de educação e propusemos as escolas de samba, todo o conceito de carnaval dentro do ensino médio. Isso já está sendo feito. Foi algo que nasceu dentro do aprendizado da Secretaria de Cultura, conversando com a Célia (Domingues), conversando com o Alexandre (Dutra), com o Machine, com o mestre Manoel Dionísio. E conversando com essa turma toda a gente chega a conclusão de que o ensino médio é o melhor, porque nele a gente tem mais de 1240 escolas no Rio de Janeiro. Dentro de uma escola de samba existem mais de 50 profissões e o jovem vai escolher. Ele pode ser marceneiro, serralheiro, entre outras mais. Para esta certificação, a gente está chamando uma universidade para fazer junto, estamos chamando a Unirio. Esse conceito de a gente dar a capacitação, isso é ótimo, precisa capacitar e o carnaval pode fazer isso”, sinalizou Sérgio Almeida.

Foram mais de quatro horas de evento, com a participação de diversos integrantes de harmonia do carnaval carioca e de diferentes cidades e regiões do Brasil como Porto Alegre, Vitória, São Paulo, Valença e ABC Paulista. Acompanharam o evento, também, personalidades importantes, como o síndico da Passarela do Samba, Machine, o icônico diretor de harmonia do carnaval paulista, mestre Mercadoria, e o formador de casais de mestre-sala e porta-bandeira, Manoel Dionísio.

Vote: Qual é a parceria favorita para vencer no Salgueiro?

O Salgueiro faz na quarta-feira, véspera de feriado, a final de samba-enredo para o Carnaval 2024. Três parcerias estão na grande decisão. Abaixo, você pode ouvir os sambas e apontar o seu favorito. Vamos divulgar o resultado durante a quarta-feira.

Em 2024, o Salgueiro será a terceira escola a desfilar no Sambódromo da Marquês de Sapucaí na primeira noite do Grupo Especial. A Academia do Samba levará para Avenida o enredo “Hutukara”, que pretende fazer um alerta em defesa da Amazônia e em particular dos Yanomami, que sofrem efeitos da ação de garimpeiros na sua região. O desfile terá a assinatura do carnavalesco Edson Pereira.

Serviço final do Salgueiro:
Data: Quarta-feira, 11 de outubro
Horário: Início às 20h30
Ingressos: Pista a partir de R$70; Mesa por R$80,00; jirau a partir de 80,00; Camarotes esgotados!
Classificação etária: 18 anos
Informações: telefone (21) 3172-0518 ou (21) 97453-1669

Disputa aberta na Vila Vintém! Parcerias de Jefinho Rodrigues e Zé Glória se destacam em noite de semifinal na Mocidade Independente

A Mocidade Independente de Padre Miguel abriu as portas de sua quadra histórica na Vila Vintém, na Zona Oeste do Rio, na noite desse domingo, para realizar a semifinal do concurso de samba-enredo para o Carnaval de 2024. Como parte da série “Eliminatórias”, a reportagem do site CARNAVALESCO esteve presente e acompanhou essa penúltima etapa da competição promovida pela estrela-guia. Ao todo, seis obras se apresentaram. Cada uma delas teve direito a quatro passadas, sendo a primeira sem bateria e a terceira só com o canto da torcida. Ao final, as parcerias de Paulo Cesar Feital e Igor Leal foram cortadas. Já as outras quatro se classificaram para grande final da disputa que acontece no próximo sábado, dia 14 de outubro, no Maracanã do Samba, localizado às margens da Avenida Brasil.

casal eliminatoria mocidade
Foto: Divulgação/Mocidade

No ano que vem, a verde e branca de Padre Miguel levará para o Sambódromo da Marquês de Sapucaí o enredo “Pede caju que dou… Pé de caju que dá!”, desenvolvido pelo carnavalesco Marcus Ferreira. A proposta é abordar histórias, lendas e curiosidades da fruta do cajueiro, explorando sua simbologia tropicalista e genuinamente brasileira. Por força do regulamento, após terminar a apuração de 2023 em décimo primeiro lugar, a escola terá a missão de abrir as apresentações na segunda-feira de Carnaval, dia 12 de fevereiro, segunda noite de desfiles do Grupo Especial do Rio.

Parceria de Diego Nicolau: O samba de autoria de Diego Nicolau, Paulinho Mocidade, Marcelo Adnet, Richard Valença, Orlando Ambrosio, Gigi da Estiva, Lico Monteiro e Cabeça do Ajax, com as participações especiais de Márcio de Deus e W. Corrêa, abriu as apresentações na semifinal da disputa promovida pela estrela-guia de Padre Miguel. O intérprete Tinga, voz oficial da Unidos de Vila Isabel, foi o responsável por conduzir a obra e contou com alguns reforços luxuosos como Tem-Tem Jr e o próprio Diego Nicolau. Leve e bem-humorado, o samba, que conversa bem com a proposta do enredo, teve um desempenho bastante satisfatório. Mesmo encarando o desafio de pegar a quadra “fria”, a obra conseguiu contagiar uma parcela do público presente, especialmente com o seu refrão principal. Este, aliás, com os versos “Meu caju, meu cajueiro/ Pede um cheiro que eu dou/ O puro suco do fruto do meu amor/ É sensual, esse delírio febril/ A Mocidade é a cara do Brasil”, foi o ponto alto, sendo a parte entoada com mais força pelos torcedores da parceria. Além dele, a segunda estrofe do samba como um todo também chamou a atenção, tanto pelo desenho melódico rico quanto pelos trocadilhos presentes na letra, como no trecho “E nesta terra onde tamanho é documento/Vou erguer um monumento para seu Luiz Inácio”. Falando especificamente da torcida, o grupo veio ornamentado com bandeiras nas cores da escola. Eles brincaram e pularam o tempo inteiro, além de terem mostrado estar com samba na ponta da língua. Houve uso de efeitos, como chuva de papel picado, assim como ocorreu a abertura de um bandeirão da agremiação no meio da galera.

Parceria de Jefinho Rodrigues: A obra assinada por Jefinho Rodrigues, Dudu Nobre, Marquinho Índio, Gustavo Clarão, J. Giovani, Lauro Silva, Prof. Renato Cunha e Luciano Chuca foi a terceira a passar pelo palco da quadra histórica da Vila Vintém para se apresentar na semifinal da competição realizada pela verde e branca de Padre Miguel. Com uma forte identificação com a escola, o intérprete Wander Pires defendeu o samba na quadra e demonstrou se sentir em casa. O refrão principal, com os versos “A batida é a ‘mais quente’, quem vai querer?/ Te faz enlouquecer/ Vem meu amor se lambuzar/ Pede caju que dou… pé de caju que dá!”, foi o grande destaque graças ao ótimo rendimento junto aos torcedores e uma parte do público. O trecho de subida para ele, “Espelho meu ‘a que será que se destina’?/ Ser Mocidade, ser a ‘flor’ da cajuína”, também se sobressaiu, sendo um dos momentos de mais garra no canto. Vale mencionar ainda o refrão do meio, com os versos “O nativo ‘dançou’ bebericou/ Na aldeia cantou seus rituais/ Entornou mocororó, a cabeça deu um nó/ E proseou com ancestrais/ O nativo ‘dançou’ bebericou/ Gringaiada aportou, foi invasão/ Pé de guerra, deu xabu, bigodudo e mon amour/ Caravelas de acayu na contramão….”, como um outro ponto positivo, não só pelo canto em si, mas pela melodia interessante. Com bandeiras personalizadas da parceria como adereços de mão, a torcida numerosa mostrou a sua força e cantou de forma aguerrida ao longo das quatro passadas. Uma curiosidade é que integrantes de segmentos, como as baianas, estavam presentes no meio da galera. Junto ao grupo, também teve a performance de uma pessoa caracterizada de Carmen Miranda e a presença de um grande mascote vestido de caju. Além disso, efeitos, como chuva de papel picado, foram utilizados na apresentação.

Parceria de Zé Glória: O quinto a se apresentar na semifinal da Mocidade foi o de autoria de Zé Glória, Trivella, Chacal do Sax, Renilson, Mumu do Gás, Guilherme Karraz, Simões Feiju e Myngau, com as participações especiais de Domenil e André Baiacu. Voz oficial do Acadêmicos do Salgueiro, o intérprete Emerson Dias deu um verdadeiro show no comando do microfone principal da parceria. O cantor soube dar a leveza e o clima brincalhão que o samba pedia, além de estimular o público e a torcida para cantar junto. Irreverente e com uma estrutura melódica diferenciada, o refrão do meio, com os versos “Caravelas ao mar, cadê? Cadê meu caju? Sumiu!/ Caravelas ao mar, cadê? Cadê meu caju? Partiu!/ Cabral levou acayu a pau/ No Velho Mundo, essa carne virou Carnaval…”, foi o ponto alto da obra. O refrão principal, “Tem cajuína na Vila Vintém!/ Quem provou gostou! Vem provar, meu bem!/ Fruto invertido, nossa identidade/ Respeite, aqui é Mocidade!”, também teve bom rendimento na quadra. Animada, a torcida brincou e festejou o tempo inteiro. Eles vieram com diferentes ornamentações, que incluíam desde bandeiras e bandeirões até pom poms como adereços de mão. Assim como em outras parcerias da noite de semifinal, houve a utilização do recurso pirotécnico, neste caso em específico mais uma vez foi a chuva de papel picado.

Parceria de Franco Cava: Encerrando a maratona de apresentações, o sexto samba na semifinal da verde e branca de Padre Miguel foi o composto por Franco Cava, Rute Labre, Eloi Ferreira, Flavinho Avellar, Victor do Chapéu, Arnaldo Rippel, Tony Negão e Breno Melo. A obra foi defendida pelos intérpretes Thiago Acácio e Wictoria que demonstram grande sinergia no palco. A potência vocal de ambos casou perfeitamente e fez o samba crescer, sendo os dois cantores fundamentais para o bom desempenho. A torcida também teve papel importante nisso. Eles vieram uniformizados com camisas da parceria, além de trazerem como adereços de mão balões infláveis em formato de frutas como morango, melancia e banana. O grupo dançou, vibrou e demonstrou um canto bastante aguerrido, principalmente nos refrões. Falando neles, os dois foram os trechos de maior rendimento do samba. O refrão principal, com os versos “Tem caju no galho, sacode que eu quero ver!/ Quem vai querer, quem vai querer?/ Pé de samba Mocidade, pede samba que eu dou!/ Doce fruto do pecado, puro sumo do amor!”, acabou sendo o de melhor desenvoltura. Vale citar que, diferentemente de outros concorrentes, a parceria não usou de pirotecnias, medida que não afetou ou diminuiu o espetáculo promovido pelos compositores na quadra.