Fotos: mini desfile da Portela para o Carnaval 2024
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Fotos: mini desfile da Mocidade para o Carnaval 2024
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Conheça a corte LGBTQIAPN+ para o Carnaval 2024 do Rio de Janeiro
Em concurso organizado pela Riotur, na noite do último sábado, na Cidade do Samba, foi escolhida a corte LGBTQIAPN+ para o Carnaval do Rio de Janeiro em 2024. O muso selecionado foi Alexander Mota, a musa foi Camila da Silva Carvalho e o cidadão não binário foi Marcelo Mattos.

As apresentações começaram por volta das 18h e contaram com 12 candidatos a muso, oito candidatas a musa e sete candidatos a cidadão não binário. Primeiramente, os candidatos se apresentaram em grupos, sambando e performando coreografias idealizadas por Larissa Reis. Depois, os concorrentes fizeram apresentações individuais, respondendo a perguntas ligadas ao Carnaval e mostrando o samba no pé.
O público presente na Cidade do Samba interagiu com as performances. Existiam até algumas torcidas organizadas, compostas por parentes e amigos de concorrentes. Por se tratar de um concurso, muitos candidatos demonstraram nervosismo, mas alguns se destacaram.
Como o muso eleito, Alexander Mota, de estilista de 22 anos, que sambou com muita desenvoltura e elegância. Ele agradeceu a oportunidade de participar e o reconhecimento da comunidade LGBTQIAPN+.
“A comunidade vem sofrendo diversos abusos e preconceitos. Hoje temos o privilégio de dizer que o samba é para todos. Esse é o nosso lugar, esse é o nosso direito”, afirmou Alexander.
A musa eleita, Camila da Silva Carvalho, também se destacou por sua força e classe na arte de sambar. Além disso, seu discurso chamou a atenção.
“O carnaval é uma festa inclusiva. Agradeço a Prefeitura por fazer a primeira edição do concurso LGBTQIAPN+. Ele nos traz alegria e felicidade, e necessita de corpos reais. É a nossa representatividade. Um afago de amor e carinho”, disse Camila.
Já Marcelo Mattos, influenciador digital de 21 anos, vencedor na eleição do cidadão não binário, demonstrou muito samba no pé em uma performance expressiva. Ao ser questionado sobre qual comportamento ele deveria ter com os demais membros da corte e a população em geral, ele declarou: “Sou uma pessoa de respeito comigo mesmo e com toda a sociedade. Antes de dar respeito a alguém, temos que nos dar ao respeito. Temos que ter amor próprio e amar ao próximo, ser educado com as pessoas”.
O corpo de jurados contou com Ronnie Costa, presidente da Riotur; Carlos Tufversson, coordenador executivo da Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio; Joyce Trindade, secretária municipal de Políticas e Promoção da Mulher; Gilberto Scofield e Yuri Fernandes, jornalistas; Barbara Sheldon, superintendente da diversidade sexual de Nilópolis; Walace da Paz, representante do concurso em edições anteriores; Cláudia Silva, coordenadora da comunicação social da Riotur; Maria Paula Nunes, cenógrafa da Riotur; e Tatiane Araújo, coordenadora de marketing da Riotur. Eles avaliaram, com notas de 5 a 10, a facilidade de expressão; a simpatia; o espírito carnavalesco; e o domínio da arte de sambar.
Dia Nacional do Samba no calendário da cidade
Cada um dos eleitos ganhará um prêmio no valor de R$ 12 mil e irão representar a comunidade LGBTQIAPN+ em eventos promovidos pela Riotur até o dia 19 de fevereiro de 2024. Em entrevista concedida ao site CARNAVALESCO, o presidente da Riotur, Ronnie Costa ressaltou a importância da diversidade no carnaval.
“A gente está muito feliz de poder contribuir. Já existia uma corte que era eleita não se sabe por quem e invadia a Sapucaí. Transformamos em algo oficial. Essa atitude partiu da Riotur. Com isso, estamos atingindo toda a comunidade LGBTQIAPN+. O carnaval é a festa mais diversa do mundo. Tenho muito orgulho de estar colaborando com esse segmento tão importante para o Rio de Janeiro”.
Ronnie também destacou o sucesso do evento na Cidade do Samba: “Pode ter certeza que é um evento que vai entrar para o calendário da cidade. No Dia Nacional do Samba, estamos falando de música, de cultura, de diversidade. Temos os mini desfiles, temos roda de samba, temos pagode. A festa está completa. Fica meu agradecimento à parceria com a Liesa. Deu super certo. Todo dia 1 e 2 de dezembro esse evento vai estar acontecendo aqui na Cidade do Samba’’.
Dia Nacional do Samba: Público aprova primeira noite de eventos na Cidade do Samba
Pelo terceiro ano consecutivo sendo realizado no carnaval do Rio de Janeiro, os mini desfiles das escolas de samba do Grupo Especial conquistaram mais uma vez a aprovação do público presente na Cidade do Samba, na primeira noite, na última sexta-feira. A estrutura para a movimentação até o palco dos esquentas e o som foram problemas apresentados pelos entrevistados pelo site CARNAVALESCO.
* LEIA AQUI: Salgueiro e Imperatriz são protagonistas no primeiro dia de mini desfile

No primeiro dia de evento, além dos tradicionais mini desfiles das seis escolas que desfilaram no domingo de carnaval , a Cidade do Samba também recebeu um show inédito do cantor Diogo Nogueira e apresentação do Cordão da Bola Preta. O público também teve à disposição uma variedade de comidas e bebidas estarão à venda, em barraquinhas espalhadas pelo local.
* VEJA AQUI: Alberto João analisa primeiro dia de mini desfiles do Grupo Especial para o Carnaval 2024
O evento, em comemoração ao Dia Nacional do Samba, serve como um grande evento de encontro dos sambistas com suas escolas antes dos ensaios técnicos na Marquês de Sapucaí, pista oficial de desfiles. O carioca Mário Jorge, torcedor da Portela, ressaltou, além da organização, a oportunidade de ouvir ao vivo os sambas das escolas do Grupo Especial.

“Estou adorando, movimenta a Cidade do Samba, é uma oportunidade de unir o povo do samba novamente. É muito importante para ver o clima das escolas e ouvir os sambas ao vivo, muita gente não tem oportunidade de ir às quadras ouvir os sambas ao vivo. A Cidade do Samba está bem receptiva visualmente, tudo bem organizado, não tenho nada a reclamar”, destacou Mário.
O sistema de som montado na Cidade do Samba, no entanto, foi apontado negativamente pelo sambista.“Eu só acho que poderiam espalhar mais caixas de som pela Cidade do Samba, ficaria um pouco melhor”, comentou Mário.
A organização, a estrutura e a pontualidade do evento também foram destaques para o carioca Gibson Romão. O torcedor da Portela, no entanto, criticou o espaço “apertado” para o público, além de ter que ir até o palco para acompanhar os sambas antigos.

“Estou gostando muito, está bem pontual, as coisas estão fluindo bem, a estrutura está muito boa. Trouxe uma galera de São Paulo para ver, está valendo muito a pena. É um esquenta muito bacana para o carnaval. Eu melhoraria a estrutura para a galera assistir. Está muito apertada, ainda temos que ir lá para o palco ver o show, com o esquenta e voltar para cá”, salientou Gibson.
* Vídeos: ala a ala como foram os mini desfiles do primeiro dia do Grupo Especial
A carioca Gabriella Moreira, de 32 anos, aprova a ideia da realização anual de mini desfiles na Cidade do Samba. Para a professora de matemática, que desfila de baiana em 17 escolas, salienta a leveza e alegria para os componentes desfilaram mais soltos, sem a responsabilidade de avaliação.

“O evento foi muito interessante, por movimentar o dia nacional do samba e mostrar a cidade do samba, que é onde é feito o carnaval. Foi muito legal, o desfile um pouco mais rápido, o componente tá mais leve. Eu sou baiana de escola de samba, vendo esse desfile mais leve, é bem interessante”, comentou.
A troca do palco para a pista também foi alvo de críticas de Gabriella Moreira. “Eu acho que essa dinâmica do palco para vir para pista é meio confusa. Acho que podem organizar melhor isso, essa questão de ir e voltar do palco”, criticou.
Pelo segundo ano consecutivo nos mini-desfiles, o músico Domenico Mônaco, de 33 anos, ritmista da Porto da Pedra, elogiou as melhorias na parte de organização em relação ao evento do ano passado.

“O evento está melhor na parte de logística, mais estruturado que o do ano passado. A organização está melhor, tanto em horário, o suporte para os ritmistas, eu vim tocando hoje pelo Porto da Pedra. Esse ano está nota 10”, elogiou.
O ritmista aponta melhorias na parte da divulgação e promoção do evento do Dia Nacional do Samba.“A divulgação poderia melhorar. A divulgação é a alma do negócio, isso aqui é carnaval, festa para o povo. Uma divulgação melhor, chamar mais as comunidades, chamar mais esse povo que é das quadras, da escola para dentro do evento”.
Torcedora da Beija-Flor, a carioca Kátia Amaral, da Rocinha, foi pela primeira vez à Cidade do Samba no último sábado. Com muitos elogios ao evento, Kátia critica o atendimento ao público, sobretudo na venda de ingressos.

“O evento foi muito bom, não esperava, é a primeira vez que estive aqui. As escolas foram nota 10. O atendimento ao público poderia melhorar. Minhas amigas chegaram para comprar ingresso só pra hoje e só queriam vender os dois dias”, disse.
Público avalia primeira noite dos mini desfiles na Cidade do Samba e aponta suas favoritas
Na noite da última sexta-feira começou a primeira parte dos novos, mas já tradicionais mini desfiles na Cidade do Samba. Tendo como show de abertura o cantor Diogo Nogueira, a noite contou com a apresentação das seis escolas do Grupo Especial que desfilarão no domingo na Marquês de Sapucaí, sendo elas: Porto da Pedra, Beija-Flor de Nilópolis, Salgueiro, Grande Rio, Unidos da Tijuca e Imperatriz Leopoldinense. As escolas desfilaram na exata ordem na qual irão se apresentar no carnaval. O espetáculo contou com a presença de diversos torcedores apaixonados indo prestigiar suas escolas do coração, como foi o caso da Thaisa Santos, cabeleireira de 58 anos e uma tijucana apaixonada.
* LEIA AQUI: Salgueiro e Imperatriz são protagonistas no primeiro dia de mini desfile

“Eu honestamente gostaria de parabenizar a criação do projeto mini desfiles. Desde que começu, eu sempre venho, não perco um ano se quer. O sambista não só gosta como precisa de eventos assim, e o fato de ser no dia do samba só deixa tudo mais especial. As escolas estão de parabéns, todas realizaram um belíssimo trabalho em pista. Mas apesar de ser tijucana, meu troféu favoristismo da noite vai para o Salgueiro, que com esse sambão, agitou a galera”, confessou.
* VEJA AQUI: Alberto João analisa primeiro dia de mini desfiles do Grupo Especial para o Carnaval 2024
Se de um lado tivemos torcedores apaixonados, de outro também tivemos foliões de outros estados que vieram para prestigiar essa festa tão bonita. Marcus Antonio é paulista e torcedor do Vai-Vai, mas em entrevista ao CARNAVALESCO, admitiu ter ficado encantado com as agremiações cariocas.

“É a minha primeira vez nos mini desfiles do Rio e eu confesso que adorei. Em São Paulo nós também temos isso mas é de uma forma bem diferente. Achei as escolas bem equilibradas, mas se tivesse que apontar uma favorita, eu iria na Imperatriz”, disse o funcionário público de 23 anos.
Mostrando que o evento tinha espaço para todas as paixões, a torcedora Jéssica de Carvalho afirmou ser salgueirense de coração, mas também confessou ser componente da Imperatiz, escola que também tem um lugar especial na sua vida. A professora de 27 anos além de elogiar o evento, apontou sua favorita da noite.

“Essa proposta dos mini desfiles é sensacional, eles acabam servindo como termômetro querendo ou não. Aqui a gente acaba tendo a chance de sentir um gostinho do que será apresentado na avenida, então eu sempre venho. Apesar de estar aqui hoje curtindo, eu sou componente da Imperatriz, e confesso que estou muito satisfesta não só com o que foi feito hoje aqui, mas com todo esse pré carnaval que a escola está preparando. Vem coisa boa por ai”.
* Vídeos: ala a ala como foram os mini desfiles do primeiro dia do Grupo Especial
Não há nada no mundo bom o bastante que não se possa melhorar, e foi baseado nisso, que o Arthur Páscoa, de 29 anos, fez algumas críticas construtivas em relação ao evento. O assistente de carnavalesco relatou que apesar da proposta dos mini desfiles ser bastante interessante, ainda há pontos a serem ajustados, e com isso, realizou algumas sugestões.

“A ideia dos mini desfiles me agrada muito, mas ainda acho que a Liesa precisa dar um jeito de acertar melhor esse formato. Por exemplo, hoje eu tive a percepção que foi tudo bem rápido, então acabou muito cedo, o que não só resulta em menos tempo de festa, mas também pode vir a prejudicar a volta para casa de pessoas que dependem de transportes públicos. Achei que a concentração deixou a desejar também, confesso que esperava mais”, desabafou.
“Minha sugestão é que talvez o tempo de cada escola pudesse ser maior. Achei também que somente três sambas para cada esquenta foi pouco, ficou muito corrido. De modo geral, gostei muito da apresentação do Salgueiro, me surpreendeu muito positivamente, mas a escola que mais me animou foi a Porto da Pedra”, completou.
Por outro lado, teve quem elogiasse totalmente a logística do evento e elegesse essa edição como a melhor até agora já realizada desde 2022.

“Gostei demais da organização de hoje, a Liesa vem se superando a cada ano. Eu sinto que o folião precisa desse tipo de evento que nos aproxime do samba. O sambista gosta de uma bagunça, a verdade é essa. Com os mini desfiles eu diria que já dá para saber mais ou menos quais escolas irão entregar mais e como cada uma está se preparando para o grande dia”, disse Hudson Brito, músico de 30 anos.
Mangueirense nato, Hudson confessou ter dificuldade em escolher somente uma escola favorita. Segundo ele, foi uma noite de belíssimos sambas e escolas que deram a vida pelas suas comunidades, entretanto, destacou duas agremiações que mais chamaram sua atenção.
“Foi uma noite de belíssimos espetáculos, mas minhas favoritas da noite sem dúvidas foram Salgueiro e Imperatriz”.
Com uma quantidade de público relativamente média na primeira noite, talvez por ter sido realizado na sexta-feira e muitos trabalharem no sábado, a expectativa é que para a segunda noite o público seja maior, além de claro a repetição de mais uma sessão de espetáculos da parte das agremiações.
Salgueiro e Imperatriz são protagonistas no primeiro dia de mini desfile
O primeiro dia de mini desfiles do Grupo Especial, na noite de sexta-feira, foi dominado pela Imperatriz, atual campeã, e pelo Salgueiro. Além das duas escolas, a Grande Rio fez uma exibição forte e sem percalços, como a Beija-Flor, que teve o ponto forte no canto da comunidade. Primeira a pisar na pista, a Porto da Pedra não tomou conhecimento que estava abrindo o evento e passou firme, em uma atuação brilhante do intérprete Wantuir e do belo samba-enredo do Tigre de São Gonçalo. A Unidos da Tijuca mostrou organização, caprichou no tripé de abertura, mas ficou devendo no canto da comunidade. Veja abaixo a análise do CARNAVALESCO escola por escola.

- VEJA AQUI: Alberto João analisa primeiro dia de mini desfiles do Grupo Especial para o Carnaval 2024
PORTO DA PEDRA
O Tigre de São Gonçalo rugiu forte na Cidade do Samba. A volta da escola foi potente na pista. O samba-enredo, um dos melhores do ano, ainda pouco valorizado pelo público, foi muito bem cantado pelo intérprete Wantuir. O cantor fez o público relembrar tempos passados em que era um dos melhores da Avenida. A comissão de frente, comandada pelo coreógrafo Junior Scapin, caprichou no figurino, e fez uma apresentação que caberia muito bem no desfile oficial. O casal Rodrigo e Denadir mostrou segurança na dança e raça no canto durante a apresentação, sem dúvida, um plus para a performance da dupla. Apesar de não estar grande em contingente, os componentes cantaram forte, com uma evolução feliz e sem ser robotizada. Mestre Pablo com a “Ritmo Feroz” deu ótima sustentação ao samba. O primeiro sinal da Porto da Pedra foi impactante. A agremiação não quer passear pelo Especial e nem fazer bate-volta, se for julgada com seriedade, sem preconceito de estar vindo da Série Ouro e sem o “peso da bandeira”, pode fazer história na Sapucaí em 2024. * FOTOS DA APRESENTAÇÃO // * VÍDEO DA ESCOLA
BEIJA-FLOR
A escola de Nilópolis, como sempre, valorizou ao máximo sua apresentação no mini desfile, com tripé e figurinos caprichados. A Beija-Flor é isso, escola que pisa forte, com componentes afiados no canto e quesitos que carregam o DNA claro do sambista raiz. A opção por um samba-enredo diferente do estilo consolidado e premiado de anos anteriores, ou seja, mais alegre, é uma ousadia. Neste contexto, a cada etapa do processo de trabalho do pré-carnaval é mais um caminho para agremiação provar que valeu a pena ousar. A comunidade, apelidada pelo site CARNAVALESCO, no passado, de rolo compressor da Sapucaí, está na “ponta dos cascos”, como em uma corrida de cavalo. O intérprete Neguinho da Beija-Flor fez uma condução perfeita do samba, deixando claro sua feliciade pela obra nilopolitana para 2024. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Claudinho e Selminha, um dos pilares da Beija-Flor, fez uma apresentação segura e que impressiona pelo vigor, já que venceram tanto e ainda conseguem ter vontade de fazer mais e mais. Em nível muito alto de excelência, a bateria “Soberana” está com um trabalho espetacular e que no mini desfile impulsionou o resultado do samba-enredo. O ápice da apresentação foi no “paradão” da bateria. O povo cantou a plenos pulmõs o samba-enredo de 2024. Por ser a Beija-Flor, uma das mais campeãs do século, a cobrança sempre será gigante, inclusive, pelos torcedores. Da apresentação na Cidade do Samba fica claro que a comunidade abraçou o samba e agora o que vem é o trabalho de aprimoramento dos quesitos até o desfile. * VEJA FOTOS // * VÍDEO DA ESCOLA
SALGUEIRO
Dona do samba do ano neste pré-carnaval, o Salgueiro deu sacode na Cidade do Samba. A escola, mordida após ficar fora das campeãs em 2023, exibiu sua gama de quesitos de excelência, como o casal Sidclei e Marcella, a comissão de frente, do coreógrafo Patrick Carvalho, e a bateria “Furiosa”, dos mestres Guilherme e Gustavo. O trabalho do carro de som, um dos melhores do carnaval, sob comandado do diretor musical, Alemão do Cavaco, é muito forte e competente. O intérprete Emerson Dias, mais uma vez, segue sendo um ponto de segurança e talento na condução da obra. Na apresentação da escola, na Cidade do Samba, o cantor garantiu tudo que a harmonia salgueirense precisava. Importante ressaltar também o trabalho do coreógrafo Carlinhos Salgueiro. A ala do “Maculelê”, mais uma vez, prepara uma performance impactante para o desfile. A comunidade está “rasgando o chão”. Cantam, cantam e cantam. Já fizeram isso em 2023, quando tinha um samba questionado, agora, ficou fácil. Estão “flutuando” de alegria. O trabalho dos segmentos do Salgueiro foi impecável no mini desfile. Dentro do processo, até o desfile oficial, a tendência é crescer ainda mais. É possível sonhar com o décimo título. O “Salgueiro é pra quem tem fé”. * VEJA FOTOS // * VÍDEO DA ESCOLA
GRANDE RIO
O time de Caxias é campeão. É impossível começar qualquer análise sobre a apresentação da escola sem citar que o grupo é o mesmo que fez em 2022 o melhor desfile do século na Sapucaí. A partir de dois artistas geniais, os carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad, a Grande Rio formou uma equipe muito compentente, capitaneada por Thiago Monteiro, diretor de carnaval. A apresentação na Cidade do Samba manteve o padrão alto de canto, sem virar oba-oba ou ser sacodão, mas com muita competência, sempre da bateria, do espetacular mestre Fafá, ou do intérprete Evandro Malandro, seguradamente um dos melhores cantores do carnaval. O “estilo Grande Rio” na condução e execução do samba-enredo é magistral. Você canta e não fica cansado. Nos três mini desfiles, em anos anteriores, o falado foi sempre que o “samha poderia arrastar e etc”, o que é uma grande baboseira. A turma da Tricolor de Caxias conhece e muito da parte harmônica. Aliás, importante também ressalta a qualidade gigante do carro de som da escola, nas cordas e nos vocais dos cantores auxiliares. Avisamos! Não descartem a Grande Rio do título. É potência! Tem totais condições de buscar o caneco, afinal, tem quesitos garantidos, e, na Cidade do Samba, repetiu exibições excelentes em anos anteriores, trazendo uma maior leveza, alegria, além de sempre respeitar preceitos básicos do samba. Em Caxias, o trabalho dos artistas, nos diferentes segmentos, conduz o espetáculo do samba na Avenida. * FOTOS DO MINI DESFILE // * VÍDEO DA ESCOLA
UNIDOS DA TIJUCA
Quinta escola a se apresentar, a Unidos da Tijuca começou sua exibição com um lindo tripé. Inicialmente, a comissão de frente, comandada pelo coreógrafo Sérgio Lobato, e o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus e Lucinha, deram o tom que tudo sairia no padrão tijucano de qualidade reconhecida. Porém, apesar da organização, a agremiação ficou devendo no canto. Obviamente, ainda é pesado criticar a apresentação, já que a escola nem começou sua temporada de ensaios de rua (abertura será dia 7 de dezembro). O fato é que a Tijuca cantar mais, por exemplo, como fez em 2022. A comunidade do Borel já rivalizou na potência de canto com a Beija-Flor nos de 2010. Esse patamar precisa voltar para que o resgate tijucano aconteça na Avenida. Também é justo citar que o carro de som atrapalhou o mini desfile. Com poucos minutos de apresentação, o som ficou apenas no intérprete Ito Melodia, as vozes dos auxiliares sumiram totalmente. Erro da organização da Liga e que não pode acontecer em um evento de tamanha importância. Mordida, a bateria veio segura e forte. Mestre Casgrande é competente e um dos pilares tijucanos. Ainda nesta garantia de um resultado excelente está a porta-bandeira Lucinha Nobre, uma das melhores de toda história do carnaval. Ela tem muito para acrescentar na dança com companheiro Matheus. O trabalho na Tijuca começará na rua na próxima semana. A escola trouxe para 2024 grandes profissionais, como Marquinho Marino (diretor de carnaval), Ito Melodia (cantor) e Alexandre Louzada (carnavalesco), e ainda tem tempo para ajustar e caprichar no ensaio técnico na Sapucaí e no desfile oficial. * VEJA FOTOS // * VÍDEO DA ESCOLA
IMPERATRIZ
A atual campeã do Grupo Especial pisou de forma avassaladora na Cidade do Samba. O samba, apelidado de “Frankenstein”, caiu no gosto popular e deslanchou na pista. Mérito, principalmente, da dupla Pitty de Menezes (intérprete) e Lolo (mestre de bateria). Os dois estão em um patamar muito elevado de condução e execução do trabalho. O título em 2023 sinalizava que o carnavalesco tinha sido o principal responsável pela façanha, mas agora está cada vez mais claro que o conjunto gresilense é um dos melhores do Grupo Especial. Prova é o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Phelipe e Rafaela, que dançaram demais no mini desfile, unindo sincronia com força no momento propício, leveza na hora certa. O capricho da “Rainha de Ramos” nos figurinos foi impressionante, já na comissão de frente, do coreógrafo Marcelo Missailidis, o cuidado da Imperatriz estava claro. Como não poderia ser diferente, o componente está feliz. O resultado é visto no canto, forte e uniforme, além do sentimento único de quem está de fora, querer entrar para curtir essa “fase da nova Imperatriz”. O “prenúncio da sina” começa a surgir. A tarefa não é fácil, afinal, desde 2008 (com a Beija-Flor), que ninguém conquista o bicampeonato consecutivo, mas, quem pode desconfiar dessa escola de samba no momento atual do carnaval? Ela mostrou as primeiras cartas da cigana, o destino está traçado, mas o resultado só vem com muito trabalho e é desvendado na quarta-feira de cinzas. Por enquanto, a Imperatriz tem mais é que comemorar porque ela é a “dona do espetáculo”. * VEJA FOTOS // * VÍDEO DA ESCOLA
Participaram da cobertura pelo site CARNAVALESCO: Isabelly Luz, Gabriel Gomes, Luan Costa, Lucas Santos e Nelson Malfacini
Freddy Ferreira: apresentações das baterias no primeiro dia de mini desfiles do Grupo Especial para o Carnaval 2024
Unidos do Porto da Pedra
Com o clima lá no alto, a bateria da Unidos do Porto da Pedra de mestre Pablo fez uma boa exibição musical e principalmente energética no seu primeiro minidesfile como escola do Grupo Especial do Rio de Janeiro.
Vale ressaltar que a bateria da Porto da Pedra possui uma afinação grave, que provoca um peso característico e tradicional no ritmo do Tigre. Com isso suas convenções buscavam impacto através da pressão de surdos, acentuado pelo frenesi dos surdos de terceira.
Repiques e caixas de guerra complementaram os médios, adicionando balanço à “Ritmo Feroz”. Já na parte da frente do ritmo, uma boa ala de chocalhos foi notada. Cuícas e agogôs preencheram a musicalidade de forma eficaz. Enquanto tamborins ressonantes executaram um desenho rítmico prático e bem musical.
Bossas que se atrelaram à cultura musical nordestina foram percebidas. Tudo com bastante pressão, seja na execução ou nas retomadas, valorizando o bom trabalho de mestre Pablo e seus ritmistas na abertura do evento na Cidade do Samba.
Beija-Flor de Nilópolis
Contando com um clima leve e jogando a energia do público lá para cima, é possível dizer que a bateria “Soberana” de mestres Rodney e Plínio fez uma apresentação muito boa no minidesfile, impulsionando os desfilantes da escola e contagiando os presentes.
Com uma afinação de surdos acima da média, o ritmo nilopolitano contou com um luxuoso complemento dos naipes médios, com um bom trabalho dos naipes de caixa e repique. O toque diferenciado dos surdos merece menção positiva, tanto pela segurança, quanto pela leveza dos movimentos. O balanço de destaque envolvendo as terceiras deu um molho considerável ao ritmo da Beija, inclusive em bossas, com constituições arrojadas, além de altamente musicais.
Um acompanhamento privilegiado foi percebido nas alas da frente da bateria. Uma ala de cuícas correta foi complementada por um naipe de chocalhos ressonante, além de uma ala de tamborins que impressionava pela musicalidade de um desenho objetivo, mas bastante atrelado ao samba-enredo da azul e branca de Nilópolis.
Um leque de bossas que soube explorar as nuances melódicas da obra da escola, contribuindo com uma sonoridade profundamente dançante. Uma apresentação potente, firme e segura da bateria da Beija Flor.
Salgueiro
Com sua tradicional afinação de surdos bem pesada, a bateria “Furiosa” dos mestres Guilherme e Gustavo fez uma apresentação explosiva. Vale a menção que os mestres usaram cocar, além de maquiagem indígena, entrando no clima do enredo Hutukara.
Marcadores demonstraram segurança e os surdos de terceira foram um dos pontos altos da cozinha da bateria. Tudo preenchido musicalmente por médios equilibrados, tais como repiques, caixas e taróis, dando aquele aspecto furioso ao ritmo da branca e encarnada do bairro da Tijuca.
Já na parte da frente da bateria do Salgueiro, uma ala de tamborins altamente ressonante foi notada, executando um desenho rítmico relativamente complexo, pautado pela melodia. Tudo acompanhado por um naipe de cuícas coeso que ainda era complementado por uma ala de showcalho vigorosa e dotada de técnica acima da média.
As bossas salgueirenses se aproveitaram do impacto provocado pela pressão das marcações, consolidando seus arranjos através das variações melódicas do samba.
A exibição profundamente animada da bateria “Furiosa” do Salgueiro contagiou o público presente, tanto pela musicalidade de qualidade, como também pela entrega energética e espontânea dos ritmistas salgueirenses.
Grande Rio
A cadenciada bateria da Grande Rio não deixou nem a empolgação habitual dos minidesfiles alterar a velocidade de sua pulsação rítmica na hora da subida.
Uma bateria absurdamente educada foi notada. Ritmistas faziam ritmo com as peças até com certa leveza. Marcadores que tocavam surdo de forma suave, ditaram o andamento para os naipes médios complementarem a sonoridade de forma consistente, como foram com repiques e caixas de guerra, embalados por surdos de terceira que deram bom balanço ao ritmo caxiense.
Na parte da frente do ritmo, uma ala de agogôs extremamente acima da média complementou a sonoridade com eficácia, auxiliado por chocalhos bem ressonantes e um naipe de tamborins com nítida virtude musical.
Um leque de bossas altamente conectado ao samba-enredo da escola de Caxias foi percebido, se aproveitando das nuances da melodia para consolidar seus arranjos. Ajudou a impulsionar a musicalidade de forma notável e contribuiu com a apresentação muito boa da bateria do Acadêmicos do Grande Rio.
Unidos da Tijuca
Uma apresentação bastante segura e equilibrada da “Pura Cadência”. A bateria da Unidos da Tijuca de mestre Casagrande contou com uma afinação de surdos profundamente diferenciada. Marcadores de primeira e segunda foram eficientes e seguros. Os surdos de terceira se destacaram em meio a uma sonoridade bastante equilibrada. O complemento dos médios foi consistente, com repiques coesos e um naipe de caixas de guerra que impressionava, de tão ressonante.
Na cabeça da bateria, um naipe de cuícas correto ajudou a preencher a sonoridade. Uma ala de chocalhos consistente e de qualidade tocou de forma entrelaçada com um naipe de tamborins firme, que executou um desenho rítmico simples, mas bastante eficaz, que se aproveitou exatamente do que a melodia do samba pedia para consolidar a convenção.
As duas bossas apresentadas se mostraram eficientes, além de musicalmente a paradinha do refrão do meio mostrar êxito perante o público presente, devido o bom balanço rítmico dos surdos presente no arranjo, que se aproveita da melodia da obra tijucana no seu conceito. Foi um dos destaques junto do ritmo enxuto da bateria da Tijuca, comandada por mestre Casão.
Imperatriz Leopoldinense
A bateria da Imperatriz de mestre Lolo contou com uma afinação de surdos de amplo destaque. Seus marcadores de primeira e segunda foram firmes e precisos durante todo o cortejo. O balanço acima da média dos surdos de terceira foi percebido. Vale destacar o trabalho estupendo envolvendo o naipe de caixas de guerra, que junto dos bons repiques preencheram com categoria a sonoridade dos médios.
Na parte da frente do ritmo, uma ala de cuícas com boa técnica contribuiu na musicalidade até na bossa do refrão principal, assim como um naipe de chocalhos de nítida virtude musical deu qualidade ao ritmo da Rainha de Ramos. Um naipe de tamborins musicalmente de destaque apresentou um desenho rítmico simples, mas absolutamente eficaz, costurando musicalmente o samba de acordo como solicita a melodia da obra.
Um leque de bossas ritmicamente impressionante foi apresentado. Além da profunda conexão musical com o samba leopoldinense, os arranjos produziram uma musicalidade pra lá de refinada.
Uma apresentação excelente da bateria da Imperatriz Leopoldinense encerando o primeiro dia de minidesfile. Um show de ritmo aliado a uma entrega energética que impressionou o público que não arredava o pé da Cidade do Samba, enquanto a “Swing da Leopoldina” esbanjava musicalidade já quatro da manhã.