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Série Barracões SP: Cirandando com Lia de Itamaracá, Nenê de Vila Matilde sonha com volta ao Grupo Especial

Se a Águia da Zona Leste cantou ‘Faraó Bahia’ em 2023 e caprichou na estética, agora, adentra ainda mais no mapa nordestino e irá cirandar com a artista Lia de Itamaracá. A segunda maior campeã do carnaval paulistano está em um grande momento. É sempre válido ressaltar que há pouco tempo a agremiação vivia fases conturbadas. O contingente de componentes diminuiu nos ensaios e era até cogitado que a Nenê de Vila Matilde seria apenas um patrimônio do samba de São Paulo, sem sequer disputar fortemente o carnaval como nos seus anos de glórias.

Foto: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

Porém, com a chegada do carnavalesco Fábio Gouveia, a escola conquistou o campeonato do Acesso II em 2022 e quase engatou a subida para o Grupo Especial em 2023, ocupando o terceiro lugar do Acesso I. isso reanimou os ares dos integrantes que, agora, estão totalmente engajados com os projetos carnavalescos. O site CARNAVALESCO visitou o barracão da Nenê e conversou com o carnavalesco Fábio Gouveia, conhecendo o projeto da escola visando o Carnaval 2024.

Surgimento do enredo

O carnavalesco diz que as raízes da negritude da Nenê casaram perfeitamente com a sua ideia do enredo, além do fato de que o tema estava preparado há algum tempo. “Lia de Itamaracá sempre foi um enredo que eu quis fazer e só queria uma oportunidade para encaixar. Ela é um patrimônio do nosso país, a maior cirandeira em vida. Isso foi ganhando ainda mais força quando eu cheguei na Nenê, que tem essa identidade preta, raiz cultural. A gente fez os projetos do ‘Narciso Negro’, ‘Faraó Bahia’ e precisava de um enredo para fechar essa trilogia. Na verdade, a Lia seria enredo da escola quando a Nenê subiu para o Acesso I. Já era algo conversado, mas optamos por fazer algo diferente para ganhar peso e homenagear a Lia como ela merece. Queríamos no Grupo Especial, mas guardamos. Depois ficamos um ano inteiro estudando as possibilidades, fazendo os contatos com a assessoria dela e equipe de trabalho para chegar a um consenso. Depois do desfile das campeãs nós fizemos o primeiro contato com a presença dela para apresentar o enredo de fato. Ela prontamente nos atendeu e foi muito mágico”, contou.

Quase desistência

O Império da Tijuca, agremiação do Rio de Janeiro, também irá homenagear Lia de Itamaracá. Fábio disse que pelo fato de a divulgação da Nenê ter sido depois, algumas pessoas fizeram parecer com que fosse um plágio, o que fez a escola desistir de homenagear a artista. Porém, com provas de fotos de reuniões essa turbulência foi sanada. “Pós o lançamento, depois de oficializar, chegamos a desistir, porque uma outra agremiação lançou o enredo antes da gente e também vão homenagear a Lia, que é o Império da Tijuca. Ficamos meio na naquela: Se a gente lançar vai parecer um plágio. E realmente deixaram isso muito claro, que era um plágio da Nenê, quando na verdade não era. Nós estávamos conversando há mais de um ano para fazer esse enredo. Então até explicar e mostrar fotos de reuniões, foi difícil tirar essa imagem de que a Nenê plagiou a outra agremiação”, declarou.

A pesquisa de enredo

Na explicação de como levar o enredo para a pista, o artista contou que quis eliminar a narrativa da história da Lia de Itamaracá, como nascimento e vida dela. Optou por transformar a cirandeira em uma personagem lúdica. “Depois veio a discussão de como seria essa sinopse, de como abordar esse carnaval e eu trouxe o Felipe Diniz para auxiliar, contamos com o Sérgio Santos, que é da escola, muito antenado com o projeto, Márcio Telles, meu parceiro de muitos anos nessa construção de enredos, de proposta de enredos pretos nesses últimos anos. Dentro disso, pensamos em abordar a Lia de Itamaracá em um conto de fadas. Uma menina preta que foi agraciada com um dom e mais tarde viria se tornar rainha, mas para ela conseguir isso, teria que passar por inúmeras dificuldades e situações. Nós transformamos a vida da Lia, uma menina preta, em um conto de fadas. É isso o que está sendo. Muito mágica toda a realização do carnaval”, disse.

‘Atravessei o mar de fogo’

Perguntado sobre o que mais fascinou Fábio dentro da pesquisa do enredo, ele comentou que foi a maneira de a cirandeira se reinventar, assim como a Nenê de Vila Matilde. De acordo com o carnavalesco, Lia de Itamaracá sofreu um incêndio em sua casa. Algo similar aconteceu com o artista, quando perdeu todo o projeto para o fogo, onde aconteceu um incêndio no barracão da Independente Tricolor, no ano de 2019. “A Lia é uma fortaleza por tudo o que ela viveu na vida dela. Isso é uma coincidência não só para a minha vida, mas também para a Nenê. É uma escola que sempre está se reinventando para se resgatar. Eu também sou uma pessoa que busco me reinventar para ser diferente de alguma maneira. Na pesquisa para o enredo, o ponto chave foi a descoberta que ela teve a casa incendiada. Foi um dos pontos mais fortes para mim. É algo que não está superado. No dia de apresentação dos figurinos, ela abriu essa fantasia que fala do mar de fogo e disse: ‘eu estou vendo o que eu vivi’. Ela contou como se deu o fogo na vida dela e poucas coisas se restaram, apenas a bíblia, algo que tem muita fé e devoção. Ela me viu emocionado e perguntou o porquê. Eu contei toda a minha história do carnaval na outra agremiação, e que sobrou apenas um croqui no barracão todo queimado e que eu guardo até hoje. E aí entendemos o quanto o fogo e a situação nos aproximou. Tem sido assim. O carnaval da Nenê não é fácil, mas tem sido de luta e superação todos os dias”, contou.

Engajamento com o enredo

Lia está sendo bastante participativa para o próximo desfile, seja dentro ou fora da escola. Internamente, a homenageada aprova, faz pedidos e sempre está em contato com a agremiação. Externamente, participou de festas e chegou até a dar uma coletiva de imprensa para a mídia especializada de carnaval, pouco tempo depois do anúncio. Segundo Fábio, a comunidade da Nenê de Vila Matilde está se sentindo totalmente representada. “A Nenê sempre fala de pessoas pelo que elas são e pelo que contribuíram para o carnaval e para o país. A Lia foi um encontro. Desde as primeiras reuniões até a chegada dela na quadra, a escola teve um contato muito próximo dela por ser uma pessoa muito próxima de todo mundo. Ela fala muito de unir mãos com mãos para que se alcance o objetivo. Ela une todo mundo. Por onde ela passa, vai unindo as pessoas, juntando todo mundo em torno de um sentimento. A ligação da Lia com a escola é muito forte. Ela vive o tempo todo o que a escola está fazendo. Quando não gosta, ela fala e faz pedidos. Está sendo muito bom para o componente da Nenê ter uma pessoa sendo homenageada pela escola, mas que também é parte dela. Para ela também é uma festa muito bonita. A Lia completa 80 anos em 2024, celebra o ano dela desfilando por duas agremiações e também sendo tema do carnaval de Pernambuco”, afirmou.

Estética diferente

Fábio Gouveia encontrou muitas dificuldades desde que chegou na escola. Isso limitou a tamanha beleza que queria impor na plástica dos carros alegóricos e fantasias. Porém, de acordo com o carnavalesco, isso vai mudar para o próximo desfile, pois garantiu que haverá mais luxo e encanto no conjunto visual da águia. “Para 2024 nós vamos mudar totalmente a estética. No meu primeiro ano aqui foi um carnaval com muita dificuldade, estava no Acesso II, era um processo pós-pandemia e não tinha recursos para nada. Trouxemos uma estética boa para a escola, que há mais de 10 anos a escola não trazia nota de fantasias e alegorias. Para o segundo ano, no ‘Faraó Bahia’, eu pedi muito para que a gente tivesse um olhar diferenciado para o luxo, acabamento, novas formas e foi atendido. Para o carnaval da Lia nós vamos mostrar uma estética totalmente diferente. A gente quer uma estética lúdica para que as pessoas olhem a Nenê com essa beleza, afinal estamos fazendo um conto. Tudo mudou. É um carnaval um pouco mais luxuoso, que está priorizando os detalhes. A pessoa que estiver assistindo e o componente que vestir a fantasia, vai observar essas nuances. A Nenê sempre teve problema com essas coisas de finalização, mas agora conseguiu resolver, tanto aqui no barracão, quanto no ateliê de fantasia. A escola cresceu muito nesse segmento. Se a Nenê se sente orgulhosa e bem vestida, vai pra cima”, declarou.

Um desfile mágico

Segundo o artista, a magia será a grande ‘carta na manga’ da Nenê de Vila Matilde para 2024. “O trunfo vai ser a magia. O enredo fala de encantamento e profecia. Iemanjá admira aquela menina de 12 anos caminhando sob a beira-mar cantarolando e chora sobre a cabeça daquela menina, e Iemanjá chora, se emociona e derrama as suas lágrimas, sendo na verdade o talento que mais tarde vai transformar essa menina em rainha. Tudo vai ter magia. Nas alegorias, fantasias e na forma como o nosso componente vai se comportar”.

Conheça o desfile

Setor 1: “O setor que abre o desfile fala sobre a profecia das águas. Essa coisa de Iemanjá de admirar a criança e sobre ela jorrar o talento. Nós abrimos o desfile falando dessa profecia”

Setor 2: O segundo setor vai falar da vida da Lia ganhando o mundo. Como a Lia atravessou as dificuldades e mesmo assim não perdeu a sua fé e esperança até alcançar os seus objetivos, que era unir os povos cirandando através das suas cantorias, musicalidade e do seu som. Ela foi viajando pelos fogueiros populares, culturas e tradições de um povo até chegar fora do Brasil e viajar pelo mundo levando essa sua ciranda encerrando com a grande festa de coroação

Setor 3: “O nosso último setor fala deste encontro com a Lia. Quando ela se vê homenageada por uma das maiores escolas de samba de São Paulo e do Brasil. Ela se vê homenageada por toda sua honra e glória por uma escola coberta de glórias, como diz o seu hino. Ela encerra o desfile com essa coroação. São os 75 anos da Nenê de Vila Matilde e 80 anos de Lia de Itamaracá”

Desfilando na terceira posição do domingo de carnaval, pelo Acesso I, a Nenê de Vila Matilde irá apresentar o enredo: “Cirandando a Vida de Lá e pra Cá! Sou Lia, Sou Nenê, Sou de Itamaracá”.

Ficha técnica
Três alegorias
1200 componentes
Diretor de barracão – Cristiano da Nenê
Diretora de ateliê – Bruna Moreira

Série Barracões: Grande Rio aposta na força do enredo para contar a criação do mundo segundo o mito tupinambá

Para o desfile de 2024, a Acadêmicos do Grande Rio seguirá apostando no talento da dupla de carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. Os dois, que estrearam na escola em 2020, já com um excelente trabalho e o vice-campeonato, se sagraram vencedores do carnaval em 2022, produzindo um desfile que muitos consideram antológico. No ano seguinte, muito se esperava da dupla, mas o resultado acabou ficando bastante aquém em termos de colocação. O sexto lugar deixou um gosto amargo na boca da comunidade caxiense. Apesar disso, a direção e os componentes da agremiação seguem acreditando plenamente na qualidade dos artistas. Tanto é que ambos trazem mais um enredo bastante original e brasileiro, evidenciando a liberdade que possuem na Grande Rio. A escola irá apresentar na avenida o enredo “Nosso Destino é Ser Onça”, inspirado na obra literária de Alberto Mussa, abordando a criação do mundo pelo mito tupinambá.

Dando sequência a série de barracões do Grupo Especial, o site CARNAVALESCO entrevistou Gabriel e Leonardo, que primeiramente falaram sobre como teve origem a ideia de propor o enredo para a escola:

“Nosso enredo é baseado no livro do Alberto Mussa “Meu Destino é Ser Onça”. Na verdade, a narração do mito é bem curta, ela tem mais ou menos 40 páginas. E nas outras páginas, Mussa acaba descrevendo como que ele chegou à pesquisa, como que ele conseguiu desenvolver a narrativa em cima do que foi contado. Porque é um mito contado, narrado, quase não há relatos históricos. Os relatos são escritos por europeus que colonizaram a América. São relatos vindos de ouvir as histórias, a contação. Então, ali já é uma descrição, da descrição, da tradução. Vai se tornando algo muito doido e o Alberto Mussa deixa isso bem claro, com interpretações feitas por ele. E isso a gente vem apresentando no início do nosso desfile, ele acaba baseando a narrativa completa do enredo. Léo me apresentou o livro entre 2016 e 2017, e a gente falou que era um enredo lindo, era algo que a gente poderia começar a pensar, a desenvolver, a entender como que isso seria feito. E, enfim, foi o momento, foi o nosso destino se tornar onça em 2024. São os acasos e os encontros que a gente vai vivenciando. 2024 é o ano do retorno do primeiro manto tupinambá ao Brasil, em maio. Acaba que essa coincidência foi algo bonito. A gente usa o símbolo do manto tupinambá em algumas alas, em algumas alegorias, fazendo essa referência”, explicou Gabriel.

Bora afirmou que o presente enredo o fascinou muito durante sua pesquisa, já que na sua visão ele se apresenta como contemporâneo e circular. Essas características, inclusive, também foram primordiais para o enredo sobre Exu, que conquistou o título de 2022, segundo o artista:

“Várias coisas interessantes aparecem ao longo das pesquisas. É interessante porque, às vezes, a gente parte com uma ideia preconcebida, achando que vai ser uma coisa mais linear, e aí leva uma volta ali no meio. Algo que chama muito a nossa atenção é a recorrência dessa simbologia na contemporaneidade. Esse pra mim é o ponto mais fascinante do enredo, porque a gente tá trabalhando com um mito que narra tempos imemoriais, que fala de criação, tendo esse imaginário que nos leva a pensar o que é o tornar-se onça. O que é, afinal, essa onça. Cósmica ao longo da sua tradução em obra literária, mas que se projeta para o futuro e que a gente começa a perceber hoje, no dia a dia das cidades, quando as maiores cidades do país se veem ocupadas por painéis, grafites, lambes, que utilizam a imagem da onça enquanto símbolo de luta, a gente percebe que esse imaginário está aqui hoje disputando as ruas e falando do que somos. Então, é um enredo que fascina muito porque está pensando o que é ser brasileiro, o que é, enfim, essa ideia tão debatida de brasilidade, de maneira muito profunda, inclusive em termos cronológicos, que nos leva a um Brasil muito profundo, muito distante dos dias de hoje, que ao mesmo tempo é muito próximo e que é também uma projeção para o amanhã. Então, é um enredo que também é todo circular e isso fascinou muito na pesquisa, porque a gente já experimentou algo nesse sentido quando desenvolveu Exu, porque a Exu é a circularidade. Por excelência, é também a ideia de boca coletiva, é uma divindade, ou um complexo de divindades, que também é associado à criação e destruição, bem e mal, ele dança e questiona essas oposições que o olhar europeu, colonizador, invasor, tende a repartir, a olhar de forma um tanto maniqueísta e questionar. Tudo isso é a espiral, é a boca coletiva, e as pesquisas sobre a onça levaram a gente para um caminho um pouco parecido em alguns pontos, a gente começou a observar pontos de contato. É uma outra visão de mundo. É um outro processo de criação, o mito tupinambá restaurado pelo Mussa. Mas há pontos de contato, pelo menos pra gente enquanto artista. Durante a construção, a gente conseguiu observar esses pontos de contato, e isso nos anima muito”, afirmou Leonardo.

Gabriel afirmou que o fator diferencial do enredo é a sua narrativa, como já nos acostumamos a ver no trabalho da dupla. Além disso, de acordo com o carnavalesco, o tema permite muita imaginação para criar elementos, visto que não há tantas referências concretas:

“Na verdade, a gente está tentando vários trunfos. Estamos tentando fazer com que seja um grande desfile. E isso começa pela narrativa. Uma narrativa mítica, como o Léo falou, uma narrativa que tem esse poder imagético tão forte. É uma das apostas nossas também, a gente trazer a criação do mundo pela visão do tupinambá, como já passou a criação do mundo pela tradição nagô, a criação do mundo pela visão dos carajás, a criação do mundo pelo gênesis bíblico. Então, a gente já viu em diversas cosmovisões como que se imagina a criação do mundo, e a criação do mundo é uma coisa muito doida, porque como é que a gente vai ter algo para pesquisar. A gente tem que inventar, em base dos relatos. O que a gente leu no mito de Alberto Mussa, tivemos que tirar dali e imaginar como seria. Isso é muito legal, isso é algo incrível e vai se desdobrando, então por isso que eu falei de início a narrativa, porque ela possibilita isso para a gente. Imaginar, criar coisas, isso é o mais divertido na criação, na execução e em tudo”, disse Haddad.

“São enredos que fazem a gente, de fato, viajar no delírio, na invenção, nas potências, que é algo para a gente que ama carnaval, que ama narrativa em geral, contar histórias é fascinante. A gente se deleita vendo algumas criações de outros artistas que admiramos, que viajam e que apresentam para milhões de pessoas histórias que ainda não foram contadas, que a gente não aprendeu no colégio. A gente costuma brincar quando alguém questiona sobre ser um enredo profundo, quando dizem que tem dificuldade de entender, que alguns nomes são difíceis de cantar. A gente estuda no colégio ‘A Ilíada’ e ‘A Odisseia’, com nomes dificílimos, episódios mirabolantes, e naturaliza isso. Da mesma forma, as histórias bíblicas, porque isso está impregnado no nosso imaginário ocidental. Está na hora de também estar impregnado no nosso imaginário, a visão de mundo tupinambá, o mito de criação que nos leva a pensar o velho onça, que nos leva a pensar essa dança de opostos entre Maíra e Sumé, e como isso permanece hoje, porque isso diz mais talvez do que somos, do que outros mitos. Então, da mesma forma que o carnaval tanto já contribuiu para a popularização, para o conhecimento de cosmogonias africanas, com a história de deuses míticos que descem a terra, dançam, comem, festejam, vamos também olhar mais para os nossos imaginários indígenas, para as histórias e visões dos povos originários brasileiros, pensando esses muitos Brasis que coexistem com tantas línguas, com tantas mensagens tão poderosas que estão ocupando as ruas e tenho certeza que vão passar na Sapucaí no dia 11 de fevereiro”, completou Bora.

Leonardo e Gabriel já vêm trabalhando como dupla há cerca de uma década. Eles nunca assinaram um carnaval de forma individual. É possível dizer que os dois se conhecem muito bem e se complementam. Eles falaram sobre quais características enxergam no outro como as suas principais:

“Nunca perguntaram isso para a gente. Eu acho que o Léo tem um olhar muito específico, que é o que eu já não tenho, e acaba complementando, que é um olhar para um pequeno detalhe. O Léo sabe reconhecer um defeito a um quilômetro de distância da fantasia que está ali aparecendo. Isso no dia a dia de trabalho. E na criação, a cabeça do Léo é algo muito doido, porque ela não para. É algo impressionante. Quando eu falo que uma fantasia ficou muito maneira, o Léo diz que não e já fica de lado, e vamos criar outra. Eu pergunto por que ele está insatisfeito. Às vezes ele diz que é por causa do saiote. Aí eu falo que não vamos trocar a fantasia inteira por causa do saiote. Ele diz que sim, porque é a criação. Isso também dá movimento para a gente. Então, acho que esse olhar de cuidado do Léo com o projeto, é o carinho que ele tem por aquela criação, que é nada sair do lugar, nada estar longe dos nossos olhos. Acho que isso é algo incrível, que eu já tenho muita dificuldade de olhar o defeito, eu olho sempre a coisa boa. O Léo já olha o defeito, então a gente vai lidando com isso”, falou Gabriel.

“Em outras palavras, o Gabriel tá dizendo que eu sou chato, reconheço, e é interessante que ele já apresentou uma das grandes qualidades, que é esse olhar otimista, positivo, mas para além disso, o que eu admiro muito no processo criativo, no dia a dia do Gabriel, é a coragem. Fazer arte é ser muito corajoso, é apostar em determinadas ideias. A luta por elas e com elas. E o Gabriel, mesmo que internamente na discussão talvez tenha algumas inseguranças, ele demonstra sempre muita segurança. Ele é muito seguro do que vai ser construído, do que vai sair do papel, do que vai para a avenida. E isso é muito motivador, é muito estimulante no dia a dia de trabalho, porque é essa força que fala que vamos fazer. Tem uma dimensão do fazer e da coragem, da alegria. É o poder da alegria. Alegria é uma coisa muito poderosa, que às vezes a gente menospreza, infelizmente, porque a gente foi ensinado que devemos ser muito sérios, sisudos, e que alegria é uma coisa menor. Aí vem o Guimarães Rosa e ensina para a gente que alegria é o maior valor que podemos ter. A gente não faz nada sem alegria, sem graça. E o Gabriel ele cultiva essa graça, essa alegria, então ele sempre emprega poesia nas coisas com o olhar dele. Ele sempre vai chegar e fazer uma piada que vai iluminar o barracão inteiro. Isso é muito importante no meio do caos criativo que é qualquer processo”, disse Leonardo.

Pode-se dizer que o carnaval vive um momento artístico diferente, principalmente por conta dos enredos que são levados atualmente para a avenida. Temas brasileiros voltaram a ser abordados, além de propostas mais complexas, com profundo nível de pesquisa e sustentação. Bora e Haddad acreditam que a chave para o carnaval ser esse grande espetáculo reside na diversidade de enredos e propostas artísticas:

“É uma questão complexa. Acredito que a gente está vivenciando um momento artístico muito rico, com diversas linguagens sendo desenvolvidas, tensionadas, com artistas muito consistentes, com trabalhos artísticos que já se mostraram muito consistentes, acreditando nas próprias linguagens. E isso é fundamental para um espetáculo que é diverso. Talvez a maior contradição dessas tantas análises que se montou ao longo do processo do carnaval é aquela que tende a reduzir tudo a apenas uma categoria do que é bom, do que é belo, do que é legal. Porque é um espetáculo, e a competição acaba acirrando isso, obviamente todo mundo quer ganhar, então há uma tendência natural de você querer seguir a tendência que ganhou naquele ano. Mas é um espetáculo que só se sustenta e se mostra rico devido à diversidade. A gente cresceu admirando e ansiando por ver os desfiles que a gente sabia que a Rosa Magalhães iria apresentar uma narrativa visual e textual escrita totalmente diferente do Renato Lage, que é totalmente diferente do Joãozinho 30, que é totalmente diferente da Maria Augusta, que é totalmente diferente do Oswaldo Jardim. E cada um é genial ao seu modo, usando os materiais da sua forma, acabando as suas fantasias e seus carros nessa obsessão pelo acabamento da sua forma. Me parece que, em algum momento, uma parcela do público perdeu esse senso de entender a importância dessa diversidade, a importância do encantamento. Acho que a gente está vivendo um momento em que os carnavalescos estão mais seguros nesse sentido. Desenvolvendo enredos por caminhos diferentes, isso é muito legal. Agora, eu não sei como entender isso em termos históricos, a gente também tem sempre uma tendência a achar que antes da gente era melhor, ou era mais fácil”, refletiu Bora.

Eu acho que acaba correspondendo com a chegada de novos artistas nas escolas, assim como nós, em 2020, estreamos no grupo especial, mas já trabalhávamos com o Louzada desde 2013, trabalhei com o Max desde 2008. Então, a gente vai rodando, vai conhecendo, vai entendendo um pouco o olhar de cada um. Eu acho que a disputa sempre foi tão interessante naquela época que o Léo falou, década de 90. Rosa e Renato, aquela briga ali artística, briga entre as escolas, e isso acontece dentro da avenida de uma maneira tão legal, tão bacana ver a disputa das escolas de samba. Muita gente fala que tem que acabar a disputa, mas se acabar a disputa, acabam as escolas de samba. Porque a gente é apaixonado por escolas de samba. Então, a gente vai na quadra da outra, visita, brinca, canta todos os sambas, revê desfiles. A gente tem as escolas de samba tão dentro da gente, no nosso dia a dia, mas no final é uma disputa. Todas se preparam para chegar lá e uma ganhar, e a última cair de grupo, e no ano seguinte voltar. Eu acho que é isso que torna algo tão mágico e especial. O Carnaval do Brasil é isso. Acho que é esse enfrentamento simbólico dentro de uma pista, que você vai cantar diversas faces do Brasil e de mundo”, relatou Haddad.

No ano de 2024, a iluminação cênica nova, que estreou no carnaval passado, mais uma vez será disponibilizada para os artistas trabalharem. Leonardo não abriu o jogo sobre de que forma irá utilizar o recurso, mas afirmou que é parte importante do projeto, ainda mais quando lembra que a escola apresentou problemas de luz em seus carros no desfile anterior:

“Essa ‘nova’ iluminação, que já vem sendo alterada nos últimos anos na avenida, abre um leque de possibilidades maiores com relação aos anos anteriores. Acredito que todas as escolas, em alguma medida, já começaram a pensar recursos desde o carnaval do ano passado. Houve também alguns experimentos décadas atrás, porque mesmo quando eram os antigos refletores, a gente também preparava o desfile a partir daquela luz, então o projeto de iluminação é algo que sempre foi feito. Ou como uma escola sabe que vai desfilar com a luz do sol de manhã, também tem o desfile pensado para isso. A gente pensa em iluminação o tempo todo, é parte constituinte dos desfiles, e para o próximo desfile é uma preocupação ainda maior. Como o mundo sabe, no último ano a gente teve alguns problemas luminotécnicos na avenida, que é uma coisa que a gente não espera, mas aí é o olhar técnico do julgamento. Então, isso só motiva mais a gente para pensar. Ter bastante cuidado na iluminação dos elementos alegóricos do desfile”, explicou Leonardo.

A dupla de coreógrafos Hélio e Beth Bejani é uma das mais aclamadas por seus trabalhos em comissões de frente no carnaval carioca. Novamente, ambos serão os responsáveis pelo quesito da Grande Rio. O carnavalesco Bora afirmou que a relação com eles é ótima e que o respeito é a marca do trabalho em conjunto:

“Trabalho que o Hélio e a Beth Bejani, os coreógrafos da comissão, desenvolvem desde a estreia deles, enquanto coreógrafos do Grupo Especial, tem essa característica que é uma integração com os carnavalescos. É uma característica para nós, que somos tão amantes da linguagem das escolas de samba, da memória do carnaval, muito bom, muito positiva, porque gera uma integração maior. A linguagem artística circula com mais facilidade, a gente consegue pensar a chamada cabeça da escola de maneira mais integrada, então é uma troca permanente. A gente entende muito os limites dessa troca, temos muito respeito e muita confiança no trabalho da Beth e do Hélio, que são artistas muito dedicados. Competentes, que já provaram toda a excelência do trabalho que eles desenvolvem e toda a memória que eles trazem das suas outras experiências. É uma troca muito rica, muito horizontal no pensamento do enredo, na seleção de materiais que são utilizados para a confecção das fantasias. Há uma participação muito integrada, de modo que o respeito estabelece esses limites. Não há intromissão. Quem somos nós para pensar nos aspectos ligados à dança, à própria linguagem corporal que a comissão de frente também explora”, relatou Bora.

“E entender que a nossa parceria desde 2020 é uma parceria que a gente consegue desenvolver, tanto figurinos, e a parte de treinamento no chão ou de elemento cenográfico. A gente desenha junto com eles. E eles falam se algo atrapalha a dança. Mas a ideia é acompanhar mesmo toda a abertura do desfile, que tenha uma linguagem única, que a gente veja aquela abertura que se desenhe completa. Então, esse trabalho é o que a gente vem desenvolvendo nesses anos e isso tem dado certo até hoje. A gente olha a comissão de frente, a primeira ala, o abre-alas, e é uma linguagem unifelina, uma composição harmônica”, completou Haddad.

Muitas pessoas quando descobrem o enredo e, principalmente, quando escutam o samba da Grande Rio para 2024, ficam com uma dúvida na cabeça. Afinal, o que significa ‘enquanto a onça não comer a lua’? Leonardo explicou a questão para nossa reportagem:

“A onça comer a lua, segundo o mito tupinambá, é o fim do mundo. É a destruição desse mundo que a gente conhece, porque é nesse momento em que, no plano celeste, antigos heróis indígenas que ocupavam a Terra sem mal, essa espécie de paraíso que a gente não mais pode acessar, se transformaram em astros celestes, em constelações e continuam as suas disputas no céu. Então, a onça Sumé, que se transforma na estrela Jaguar, persegue a Lua, Jaci, descendente de Maíra, que é o espírito cósmico de um guerreiro indígena que derrotou uma aldeia de jaguares quando a Terra era sem mal. Então, quando a onça celeste comer a lua, isso seria o fim do mundo, que é o fim do brilho noturno, a destruição disso que a gente entende por humanidade. Por isso que é preciso adiar esse fim do mundo, e para isso, a grande busca existencial, segundo essa cosmovisão tupinambá, era a transformação em onça. Quando você se transforma em onça é porque você vai acessar a Terra sem mal, você vai reencontrar seus antepassados e vai viver a eternidade. Como canta o samba, enquanto a onça não comer a lua, a gente vai viver, a gente vai lutar. A gente vai batalhar para adiar esse fim do mundo. Resistir, reexistir, reinventar o mundo sucessivamente, impedindo que essa criação se destrua. Então, por isso que a gente fala que o enredo celebra a liberdade, a eternidade, gritando essa importância do retorno do manto tupinambá ao Brasil, que é a evolução de uma peça roubada, saqueada, que nos leva a esse histórico tão importante para a gente conhecer o que é o Brasil, o que somos nós. E propõe adiar o fim do mundo, para celebrar, ritualizar, cantar as nossas histórias. Vamos virar onça, porque, dessa forma, a gente vira o ser mais poderoso que existe”, explicou Leonardo.

Conheça o desfile da Grande Rio

A Acadêmicos do Grande Rio para 2024 vem com cerca de 3.200 componentes. Serão cinco carros alegóricos e três tripés ao longo do desfile. O carro abre-alas será acoplado. A comissão de frente deverá ter um elemento de apoio. Em entrevista ao site CARNAVALESCO, os carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora explicaram os setores de seu desfile.

Setor 1: “A abertura, o primeiro setor, que é o primeiro rugido do mundo, é para mostrar a criação do mundo a partir do mito tupinambá, narrado no ‘Meu Destino é Ser Onça’, do Alberto Mussa. Então, é o processo de construção do universo por meio de um ser, que é o velho, que é o criador, que se confunde com a figura da onça. A criação da onça tem a importância central nesta narrativa e essa é a abertura da escola”.

Setor 2: “O segundo setor mostra, após a criação dos homens, a destruição da primeira humanidade como este ser criador. Ele experimenta o sentimento de vingança e decide destruir a própria criação, oferecendo à humanidade a possibilidade de repovoar a terra a partir da terra sem mal. Esse setor termina com um tripé”.

Setor 3: “O terceiro setor descreve o processo após esse repovoar da terra, que é quando se dão as disputas míticas entre os opostos Maíra e Sumé, como o próprio samba canta, e os seus herdeiros. Essa disputa entre opostos complementares gera os rituais antropofágicos, que é a base para se compreender a sociedade tupinambá e a transformação em onça. Então, Sumé e seus herdeiros detinham esse poder dado pelo velho da transformação em onça e o ritual antropofágico é o ritual da transformação em onça por excelência. Então, são setores míticos, e são setores que falam de um tempo lendário, de um tempo imemorial, de um Brasil que nos leva a mais de 15 mil anos. O setor termina com a segunda alegoria”.

Setor 4: “Uma vez que a gente vivencia a terceira humanidade, que o samba também canta, essa humanidade que Guaraci vem clarear, povoa toda a terra e passa a cultuar a onça enquanto esse ser superior, esse símbolo de perfeição, força, luta, bravura, que é o ser mais perfeito da criação, uma vez que está no topo da cadeia alimentar, por isso até a boca que tudo devora. Então, o enredo narra quando as civilizações indígenas, não apenas do Brasil, mas das Américas, passaram a cultuar esse animal enquanto símbolo de perfeição e de acesso a mundos superiores, a essa terra sem mal da narrativa mítica tupinambá, os rituais xamânicos, a construção de ídolos, templos. É um setor que dialoga muito com esse imaginário do xamanismo. Por a onça ser esse grande símbolo de poder, esse símbolo de imaginação, a onça se torna quase um deus mítico, o deus jaguar para as civilizações maia, inca, asteca, e também esse símbolo tão poderoso para todos os povos indígenas brasileiros”.

Setor 5: “No Brasil, tudo isso se cruza, se mistura, e nas religiões afro-ameríndias, nos cruzos caboclos que a gente vivencia, nas nossas encantarias, nas nossas pajelanças, essas onças se transformam em entidades, misturadas com outros imaginários, e é isso que o quinto setor do desfile canta. Murmúrios das matas, que no Brasil, essa grande mistura de aldeia com quilombo, as onças se tornam seres encantados, que baixam nos terreiros, se confundem com entidades nas pajelanças, nos ritos caruanas, nas encantarias”.

Setor 6: “O sexto setor avança pelas trilhas nos sertões míticos, das narrativas poéticas do nosso território, que vê o florescer de um movimento como o Movimento Armorial, que mistura influências indígenas, africanas, europeias para pensar um Império Brasileiro que foi amamentado por uma onça mítica”.

Setor 7: O sétimo setor é a folia em reverência. Tornar-se onça a partir da brincadeira das folias, dos folguedos, dos carnavais. A incorporação desse imaginário nessa grande celebração antropofágica que é o próprio carnaval. Então, é um momento do enredo que a gente olha inclusive para a memória carnavalesca, homenageando alguns artistas, utilizando materiais que nos levam a pensar essa história da festa que a gente tanto ama”.

Setor 8: E o final, o oitavo setor, reantropofagias, é como esse imaginário se projeta para o futuro. Um futuro que é ancestral, nós temos o Ailton Krenak, que tem a onça como símbolo. Símbolo da luta pela demarcação das terras indígenas, símbolo da luta das populações LGBTQAPN+, símbolo de muitos coletivos que se organizam e que demarcam, simbolicamente, todo o território do Brasil, dizendo que tudo isso aqui é terra indígena e essa memória tupinambá nos leva há mais de 15 mil anos, como o Mussa narra, permanece na contemporaneidade, se lança para o futuro. Caxias é terra indígena e, para adiar o fim do mundo, simbolicamente a Grande Rio bate o cajado no chão e celebra essa grande constelação da onça para que a onça não coma a lua, como o mito tupinambá narra. Se a onça celeste comesse a lua, seria o fim do mundo, desse mundo que já experienciou outros fins, que é o que o mito narra. Então, a onça é um símbolo de criação e destruição. Para evitar a destruição, a gente celebra, a gente ritualiza”.

‘Maricá é meu país!’ Escola pisa com o pé direito na Sapucaí e componentes celebram momento histórico

A União de Maricá fez sua estreia na Sapucaí no último sábado realizando seu primeiro ensaio técnico na Avenida. Fundada em 2015, a escola teve como propósito unir antigas agremiações do município e representar a cidade no carnaval carioca. Em 2018, conquistou seu primeiro acesso quando foi campeã do Grupo C, ao homenagear o centenário do Cordão do Bola Preta.

O entusiasmo, emoção e alegria marcaram o primeiro encontro da escola com a Avenida, e mesmo a chuva não foi capaz de atrapalhar o tão aguardado momento. O samba, com destaque para o trecho “Maricá é meu país, meu país é Maricá”, ressoou forte, tanto entre os componentes quanto no público presente nas grades da avenida.

“É uma honra porque Maricá lutou. É uma escola nova, nós não temos nem 10 anos ainda, mas a gente conseguiu vencer a Intendente. É uma escola que todas as escolas do Rio falavam que a gente não tinha chão de escola, não tinha comunidade, e a gente está aqui provando que temos sim comunidade, que a galera está cantando, dos mais novos ao mais velhos, a galera que está na escola desde o primeiro dia de existência. A gente não tinha quadra, a gente não tinha galpão, tinha nada. Hoje em dia a gente conseguiu. Prefeitura de Maricá deu o suporte necessário para gente poder ter uma subvenção para estar aqui, construindo esse sonho coletivo, um sonho popular que a Maricá está trazendo pra Sapucaí”, contou Isabela Barbosa de Freitas, moradora do Centro de Maricá e componente da ala da juventude.

Isabela Barbosa de Freitas, moradora do Centro de Maricá e componente da ala da juventude

Em 2023, com o enredo “Eu Sigo Nordestino”, a União de Maricá conquistou o vice-campeonato geral da Série Prata, garantindo o inédito acesso a Série Ouro e, consequentemente, o direito de desfilar na Marquês de Sapucaí pela primeira vez em sua história.

Aduni Benton, diretora da Velha-Guarda, expressou sua emoção para o CARNAVALESCO: “É uma emoção indescritível, porque desde que a gente foi fundada em 2015, que a gente sonha com a Marquês de Sapucaí. E a gente está fazendo uma progressão muito bonita. Em 2022, a gente perdeu para gente, infelizmente, a gente teve um problema com o nosso carro. Mas em 2023, a gente veio homenageando o Nordeste e não teve para ninguém, a gente está aqui. Está gigantesco, está lindo. Nós fomos conhecer o barracão da escola, os carros estão lindos, lindos, a gente se emocionou, a gente chorou então a gente está vindo assim, como gente grande se prepara, e o nosso chão está aqui, vocês vão ver, são 1.300 pessoas cantando o samba, é um samba lindo, por que? Maricá é meu país, meu país é Maricá”.

Para o Carnaval de 2024, a União de Maricá reforçou sua equipe com nomes consagrados do carnaval carioca, como o intérprete Nino do Milênio, que se junta ao intérprete Matheus Gaúcho, que acompanha a escola desde sua criação, o diretor de carnaval, Wilsinho Alves, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Fabrício e Giovanna, e o carnavalesco André Rodrigues.

A porta-bandeira, Giovanna, compartilhou o seu sentimento: “Para mim, o meu sentimento é o mesmo que o deles. Parece que eu sou iniciante, igualzinho o pessoal da Maricá, porque eles passam tanta alegria, felicidade, energia, então assim, para mim, eu estou iniciando junto com eles. “ e o mestre-sala, Fabrício, completou dizendo: “A escola está tão imbuída nesse quesito de estreia na Sapucaí, que parece que a gente está estreando junto também. Então a gente embarcou nesse personagem com eles, eles estão super motivados, cantam muito samba, e a gente está acreditando que é a nossa estreia também. Então para fazer o melhor para a Maricá, é responsabilidade, cabeça no lugar, tranquilidade, para fazer um belo desfile”.

O enredo “O Esperançar do Poeta” homenageará Guaracy Sant’Anna, conhecido como Guará, compositor de sambas marcantes, como “Sorriso Aberto” e “33 – Destino de D. Pedro II.

“Agradecer primeiro lugar a Deus, nosso diretor musical JP, Nino, que tem sido um irmão na minha estreia na Sapucaí, tem me ajudado, tem me aconselhado para gente fazer um grande trabalho, nosso carro de som e a nossa comunidade que não está cantando o samba, está gritando o samba, né? Então, se Deus quiser, nossa escola vai estrear com o pé direito, e fazendo um grande trabalho”, comentou o intérprete Matheus Gaúcho.

O desfile da União de Maricá está marcado para a sexta de carnaval, dia 09 de fevereiro, sendo a sexta escola a se apresentar. Com expectativa alta e excelente desempenho no ensaio técnico, a escola promete um desfile memorável.

João Vitor diz que trabalho com Rosa Magalhães no Tuiuti foi um divisor de águas na carreira

O carnavalesco João Vitor Araújo, responsável pelo desfile da Beija-Flor em 2024, participou do quadro “Encontro com o artista”, do site CARNAVALESCO. Ele explicou no papo que sua paixão pelo carnaval começou muito cedo e na infância frequentava a quadra da União da Ilha, ajudando na confecção das fantasias e desfilando. Durante sua história com o carnaval passou por diversas escolas e em cada uma foi deixando seu legado e começando sua trajetória. Um de seus primeiros mestres foi Alexandre Louzada, com quem ele teve uma oportunidade há 22 anos, fazendo adereços na Portela e começando a percorrer seu caminho. O artista sempre foi um menino cheio de sonhos, vontades e ambições. A importância de ter raízes e referências são essenciais em uma carreira, na opinião do João, que relembra o quanto aprendeu com seus mestres e amigos do carnaval.

Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“É preciso ter escola e quando eu digo escola, não é escola de samba, é ter mestres. Eu venho de uma fase que o time de carnavalesco não era trocável… Você tinha aquele grupo de carnavalesco que não trocavam, um ou outro trocava de escola, mas eram os mesmos trabalhando, a bolha não era furada. Eu não romantizo mais dificuldades não, porque eu acho que todo mundo merece trabalhar com o mínimo de dignidade Mas algumas coisas eu sinto saudade daquela época, são momentos que dinheiro nenhum paga. A relação minha com os profissionais, sempre tive uma relação muito boa com as pessoas, inclusive, a maioria das vezes que eu coloquei carnaval na rua foi graças a esses profissionais, porque as vezes as escolas nem pagavam. Isso já aconteceu comigo várias vezes. Quando eu falo de não romantizar o problema, não romantizar as dificuldades, mas tem coisa que eu preciso olhar para trás e lembrar com muito carinho”, disse.

Em 2013, João Vitor contou que recebeu uma oportunidade na Viradouro como diretor artístico, depois de trabalhar muitos anos na Acadêmicos da Rocinha, na administração de Mauricio Mattos. Ele disse que estava procurando novos ares quando conheceu o Gusttavo Clarão, presidente da Viradouro na época. Era um momento muito caótico da escola, com grandes problemas financeiros, contando com a ajuda de componentes para finalizar trabalhos. No ano seguinte, João se tornou carnavalesco principal da Viradouro e foi campeão da Série A, levando a Viradouro de volta ao Grupo Especial mesmo com todas as dificuldades que a escola enfrentava. Em 2015, as relações ficaram estremecidas na Viradouro o que ocasionou sua saída em 2016, quando foi para a Portela trabalhar como assistente e figurinista do carnavalesco Paulo Barros.

“Eu precisava trabalhar e precisava ganhar dinheiro… Esse carnaval foi a minha virada de chave. Quando eu recebo esse troféu de melhor desenhista que engloba melhor desenhista de fantasia e alegorias, aquilo foi como se tudo tivesse se abrindo novamente pra mim”.

Em seguida, João Vitor aceita trabalhar na Acadêmicos da Rocinha e conseguiu fazer um carnaval surpreendente ficando em 6º lugar. Depois desse carnaval veio o primeiro convite da Beija-Flor, mas foi para a Unidos de Padre Miguel com um desfile inesquecível em 2018. Dali em diante o caminho de João continuou sendo percorrido em 2019 pela Paraíso do Tuiuti. Até que vivenciou mais um momento crítico em sua carreira com o rebaixamento injusto da Acadêmicos do Cubango.

“Quando eu começo a falar desse carnaval é uma coisa muito louca, porque são coisas que eu nunca vivi na vida, são coisas que eu nunca vi acontecerem, eu vivi todos esses anos pra vivenciar coisas absurdas que eu acho que nenhum profissional merece passar na vida, nem meu pior inimigo eu desejo aquilo que aconteceu ali”;

E como depois da chuva sempre vem o sol, João Vitor foi convidado para voltar para a Paraíso do Tuiuti com Rosa Magalhães, vivendo mais uma virada de chave de sua carreira e chegando em lugares especiais.

“Mais um divisor de águas na minha carreira. Independentemente de colocação: que prazer aquele carnaval! Que alegria trabalhar com a Rosa, que alegria que a gente tinha dentro do barracão, o empenho da escola… Que carnaval!”.

E esse ano João é carnavalesco principal da Beija-Flor com o enredo “Um delírio de Carnaval na Maceió de Rás Gonguila”, que fala sobre as nobrezas de Maceió, de Nilópolis e da Etiópia. Um encontro mágico de personagens reais, mas que nunca se viram, guiados pela luz dos encantados e da ancestralidade, com as cores, os ritmos e os pisados dos folguedos das Alagoas. Um delírio baseado na realidade, desafiando o espaço e o tempo, algo que só o Carnaval pode nos brindar.

‘O Brasil é muito rico de informações. Nosso país tem muita coisa para ser desbravada. Muitos personagens”, comentou João sobre o enredo de 2024.

A Atmosfera Festiva no Mundo dos Jogos de Azar

O carnaval, com suas cores vivas, música contagiante e energia inesgotável, encontra um paralelo surpreendente no mundo cintilante dos cassinos online. Assim como o carnaval celebra a alegria e a liberdade, os cassinos online oferecem um mundo de entretenimento e emoção, onde a sorte é a rainha da festa.

A Fusão de Culturas: Carnaval e Jogos de Azar

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O Impacto do Carnaval na Indústria de Jogos

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Melhor cassino online do Brasil – A comparação

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A escolha do melhor cassino online vai além de simplesmente olhar para os jogos disponíveis.

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Neste artigo, vamos mergulhar profundamente no universo dos cassinos online, comparando os principais operadores do mercado brasileiro em categorias cruciais que afetam diretamente sua experiência de jogo.

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Escolha o cassino que tem aquilo o que você busca!

Cada cassino online tem suas forças em diferentes áreas, o que deve ser observado sempre que for fazer uma escolha de onde jogar. Independente do caso, é importante aprender a se proteger online, para poder aproveitar as melhores ofertas de bônus, todas as ofertas de jogos e usar os meios de pagamento de forma segura.

Como podemos observar ao longo do artigo, o Brazino lidera em bônus de boas-vindas, Betmotion domina no bingo, MyStake brilha nos jogos crash, Betano é a escolha para roleta online e F12Bet para pagamentos rápidos. Assim, ao comparar e contrastar esses aspectos, você estará mais preparado para encontrar o cassino que melhor atende às suas preferências de jogo no Brasil.

Aberta venda de ingressos para os três primeiros dias de shows no Terreirão

É pra pagodear na mais alta qualidade: a temporada de Carnaval no Terreirão do Samba será inesquecível!. Com uma noite a mais e o espaço reestruturado, a casa mais democrática e icônica do samba abre as portas no próximo dia dois, a partir das 20h, com ingressos a R$ 20. No palco João da Baiana, nos três primeiros dias, vão se apresentar, entre outros, estrelas como Belo, Diogo Nogueira, Sorriso Maroto, Tiee, Dilsinho, entre outros. Os outros sete dias prometem uma programação variada e com muitas surpresas.

A noite de abertura da temporada contará ainda com Robinho, um dos destaques da nova geração de pagodeiros, que já gravou com estrelas como Ferrugem. Também sobe ao palco João da Baiana o grupo Di Propósito, o DP, como chamam os fãs.

Foto: Ronaldo Nina/Divulgação Riotur

O segundo dia de Terreirão do Samba tem um desfile de estrelas. Diogo Nogueira, Thiago Soares e Sorriso Maroto não darão descanso ao público com apresentações repletas de sucessos.

Já no sábado, dia 04, quem for ao Terreirão Samba vai curtir o suingue de Marvvila, Tiee e Dilsinho. Opções não faltam. A Riotur vai divulgar outras novidades nos próximos dias.

‘“Programamos uma grande festa para celebrar a temporada do Terreirão do Samba. É um espaço maravilhoso, uma referência no mundo do samba, com acesso fácil para quem vem de diferentes pontos da cidade, e até de outros municípios, além de um ingresso acessível. Queremos coroar o Carnaval 2024 como o mais especial dos últimos tempos”, explica Ronnie Costa, presidente da Riotur.

Acompanhe as novidades pelo site carnaval.rio, com programação de tudo que acontece no mundo do samba.

Programação

Dia 02/02
Robinho
Di Propósito
Belo

Dia 03/02
DIogo Nogueira
Thiago Soares
Sorriso Maroto

Dia 04/02
Marvila
Tiee
Dilsinho

Serviço:
Terreirão do Samba
Local: Praça Onze
Preço: R$20

Ministro dos Direitos Humanos e Cidadania vai desfilar na Portela

O Ministro de Estado dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Luiz de Almeida, esteve no barracão da Portela. A diretoria da Majestade do Samba conversou com o ministro sobre o enredo que levará pra Avenida, “Um defeito de cor”. Almeida aceitou o convite feito pela autora do livro que inspirou o enredo, Ana Maria Gonçalves e já confirmou presença no desfile.

Foto: Divulgação/Portela

O presidente Fábio Pavão, que é professor e antropólogo, fala sobre a importância de pesquisadores e acadêmicos estarem mais próximos do carnaval.

“O carnaval para além de uma festa popular é arte, cultura e resistência. Neste sentido recebermos o apoio de uma pessoa que há muitos anos atua em defesa dos direitos humanos e igualdade racial, como o Silvio mostra que a Portela está no caminho certo”.

“Um Defeito de Cor” é de autoria dos carnaval André Rodrigues e Antônio Gonzaga, baseado no livro homônimo de Ana Maria Gonçalves. A Portela será a segunda escola a desfilar na segunda-feira de carnaval.

Em último ensaio antes de teste na Sapucaí, Tuiuti tem o canto da escola destacado e apresenta quesitos seguros

A escola que quer brigar pelas primeiras posições tem que ensaiar. E isso ninguém vai poder reclamar do Tuiuti. Escola que tradicionalmente é uma das que começa mais cedo os treinos na rua, também é uma das que faz os ensaios mais longos e detalhistas. Na noite da última segunda-feira foram cerca de duas horas de treino com a participação de todos os quesitos: comissão de frente, primeiro casal, bateria, carro de som e a comunidade. “Desce o morro do Tuiuti..” e desce para cantar muito o samba. Neste último treino antes do ensaio técnico na Sapucaí que vai acontecer no próximo domingo, os componentes mostraram uma franca e expressiva evolução no canto, mantendo-se forte durante a verdadeira maratona de duas horas no trajeto entre o Colégio Pedro II e a quadra da Azul e Amarela da Zona Norte em São Cristóvão. Além da boa harmonia, os demais quesitos mostraram solidez e segurança, deixando um gostinho de quero mais que deverá ser saciado agora no teste oficial da agremiação na Passarela do Samba. Diretor de harmonia, ao lado de Luiz Amâncio, Jeferson Carlos, elogiou o ensaio da comunidade do Tuiuti e revelou que a escola tem trabalhado bastante visando uma grande apresentação no ensaio técnico de domingo.

“A gente vem trabalhando além do nosso ensaio de segunda-feira. Cada ala vem trabalhando no seu particular, para quando a gente chegar no ensaio aqui de segunda a gente possa juntar o coletivo e ver como fica. Na verdade, a gente se preparou para o ensaio técnico. Hoje foram quase duas horas de treino, a gente usou este treino também para se preparar para o ensaio técnico na Sapucaí. Hoje o ensaio na Sapucaí deixou de ser um ensaio técnico, virou um grande show técnico, então a gente tem que descer para a Sapucaí preparado, preparado para adversidades de som, de chuva, o que vier, o Tuiuti está preparado para o ensaio”, assegura o profissional.

Já o diretor de carnaval André Gonçalves acredita em um Tuiuti que vem crescendo a cada etapa deste pré-carnaval.

“Iremos para o nosso próprio ensaio técnico agora na Marquês de Sapucaí. Hoje tentamos realizar aqui tudo que irá acontecer, tudo que iremos fazer lá, a parte de evolução, o canto da escola, que hoje, inclusive, aconteceu muito bem. Venho falando, torno a dizer, estamos lapidando trabalho, mas estamos preparados para entrar no domingo na Marquês de Sapucaí e apresentar o nosso trabalho, um trabalho pronto e acho que todo mundo está com o samba na veia passa soltar a voz no domingo”, entende André.

No carnaval de 2024, o Paraíso do Tuiuti levará para a Marquês de Sapucaí o enredo “Glória ao Almirante Negro!”, desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos, e vai homenagear João Cândido. A Azul e Amarela será a penúltima escola a desfilar na segunda escola a desfilar na segunda-feira de carnaval.

Comissão de Frente

Coreografados por Claudia Motta e Edifranc Alves, os bailarinos estavam vestidos de branco e apresentaram uma coreografia bastante intensa, sempre pontuando bastante a obra no gestual e nos movimentos. Logo no início da apresentação, através do verso na cabeça do samba “Nas águas da Guanabara” os componentes através da coreografia produziam um movimento que imitava o balanço do mar. Em “as costas marcadas por tantas marés” , os bailarinos mais uma vez situavam a obra ao tocar o próprio dorso enquanto continuavam trazendo os movimentos de navio e o balanço do mar.

Em “Lerê Lerê…” a coreografia tem uma guinada de força com os bailarinos dançando mas com as mãos para trás como se estivessem presos a grilhões. Antes do refrão principal, as mãos para cima para saudar o Almirante Negro e pedir liberdade, encerrando com muita força de movimentos no “Liberdade no coração…”. Destaque para os movimentos em que os bailarinos se juntavam como se formassem um organismo só. Muito boa a sincronia.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Vestidos mais a vontade devido ao forte calor, mas sem perder a elegância e trajando as cores do pavilhão, Raphael Rodrigues e Dandara Ventapane mostraram a postura e o entrosamento de sempre. Neste treino a dupla voltou a mostrar o tom da apresentação que pretende levar para a Sapucaí mesclando passos um pouco mais coreografados, bem dentro do enredo, e o bailado característico e clássico de um casal de mestre-sala e porta-bandeira.

A “dancinha” no “Lerê, Lerê mais um preto lutando pelo irmão…” é extraordinária, transmitindo alguns passos afros com potência e ritmo. E é ainda mais extraordinário quando no trecho seguinte “Meu nego…”, a dupla volta instantaneamente para uma postura mais doce e delicada, mais clássica. Apresentação muito correta do casal e sem erros, sem problemas nos movimentos e nos requisitor observados para julgar um primeiro casal.

Harmonia

O grande destaque da noite foi muito bem trabalhado durante o ensaio, a direção do Tuiuti montou estratégias para que os componentes pudessem ser ainda mais testados neste treino realizado em São Cristóvão. Além da duração do ensaio que os colocou em uma prova física, em diversos momentos a bateria parou deixando carro de som e foliões para cantar, às vezes até só com os componentes que deram uma resposta muito positiva com um canto forte, expressivo, espontâneo e contínuo.

O carro de som comandado por Pixulé também foi digno de aplausos sustentando o samba durante o período todo do ensaio também com muita força, garra, com o intérprete transitando entre as alas, mas mantendo a voz firme e o canto correto do samba, e se mostrando como de costume bastante a vontade em sua nova casa, entrosado com carro de som, bateria e diretoria. O diretor Jeferson Carlos explicou que a diretoria buscou também trabalhar a parte física e a resistência dos componentes neste ensaio.

“A gente trabalhou também a parte física do componente, a gente se preparou de verdade e graças a Deus hoje os componentes deram a resposta, a escola cantando o tempo todo, diversas vezes a gente parou o carro de som propositalmente e o resultado foi positivo”, avalia o diretor.

Evolução

A escola variou uma evolução bem cadenciada e com fluência com alguns períodos em que ficava mais tempo parada, isso por uma estratégia desenvolvida para o treino para que a diretoria pudesse observar e testar além do canto e da bateria, alguns aspectos mais relacionados aos quesitos de comissão de frente e mestre-sala e porta-bandeira, como explica o diretor de carnaval André Gonçalves.

“Tivemos algumas estratégias que estávamos montando, não só a parte de parar para o canto, mas porque tinha algumas colocações pela parte do casal, comissão de frente que a gente vai fazer algumas coisas, então tínhamos realmente que dar algumas paradas para lapidar e acertar. Graças a Deus conseguimos acertar e vão bora”, avaliou o diretor de carnaval.

No mais, não se observou buracos, correria ou alas embolando umas com as outras. Poucas alas coreografadas e dessas, eram coreografias que no geral não atrapalhavam nem a fluidez do desfile e nem a espontaneidade dos componentes.

Samba-enredo

O samba foi tocado e cantado quase o dobro de vezes que normalmente é em um ensaio de rua. Porém, não ficou chato ou maçante. Não caiu de andamento e nem perdeu o brilho no canto do componente, não se tornando algo mecânico. Foi bastante ajudado por mais um grande desempenho da SuperSom de mestre Marcão que trouxe bossas muito interessantes para o ensaio que fizeram a obra crescer.

Muito do aspecto das batidas eram voltados para os ritmos afros, que tem uma relação bastante importante com o enredo e com a mensagem que o tema quer passar na Sapucaí. Dos trechos mais cantados pela escola há de se destacar nos últimos versos da segundo do samba “Salve o almirante negro”, alé dos dois refrãos e do falso refrão ” Ôôô… a Casa grande não sustenta temporais”.

Outros destaques

O entorno das ruas do Campo de São Cristóvão estavam lotadas, o público compareceu em peso e ficou até o final para acompanhar o ensaio do Paraíso do Tuiuti. A cantora MC Cacau esteve presente ao ensaio acompanhando a apresentação na frente da escola próxima ao presidente Renato Thor.

A rainha Mayara Lima com um “body” nas cores do Tuiuti, mais uma vez, foi uma atração a parte pelo samba no pé, por suas coreografias bastante entrosadas com as bossas de mestre Marcão. A musa da escola Mari Mola, ex-rainha do carnaval, também chamou a atenção pela beleza e pela simpatia. No esquenta, o cantor Pixulé relembrou o icônico “Meu Deus, meu Deus…”, do vice-campeonato de 2018.

É Hutukara! Samba do Salgueiro é eleito o melhor do Grupo Especial para o Carnaval 2024, segundo os leitores do CARNAVALESCO

Após ter um samba-enredo muito questionado no Carnaval 2023 o Salgueiro deu a volta por cima no ano seguinte. A Academia do Samba, com o enredo “Hutukara”, conquistou os corações dos salgueirenses e de todos os sambistas. A obra de Pedrinho da Flor, Marcelo Motta, Arlindinho Cruz, Renato Galante, Dudu Nobre, Leonardo Gallo, Ramon Via 13 e Ralfe Ribeiro foi eleita, segundo os leitores do site CARNAVALESCO, como a melhor do Grupo Especial do Rio para o Carnaval 2024.

O Salgueiro ficou em primeiro lugar na enquete com 14,6%, seguida da Mocidade com 14,4%, Viradouro teve 12,3% e Imperatriz com 12,1%. A Portela terminou com 8,7% e a Vila Isabel com 7,6%. O Tuiuti teve 6,6%. Grande Rio recebeu 6,4%. A Porto da Pedra fechou em 4,7%, com a Mangueira com 4,3%, Beija-Flor com 4,2% e a Tijuca com 4,1%.

Principais nomes da parceria, Marcelo Motta assina seu nono samba na Academia e Pedrinho da Flor, o terceiro. A música será o tema de “Hutukara”, uma importante mensagem de alerta em defesa da Amazônia e em particular dos Yanomami, que sofrem efeitos da ação de garimpeiros na sua região. O desfile está sendo produzido pelo carnavalesco Edson Pereira. Em 2024, o Salgueiro será a terceira escola a desfilar no Sambódromo da Marquês de Sapucaí na primeira noite do Grupo Especial.

“Este ano, mais do que nunca, é uma responsabilidade muito grande. O Salgueiro fica como uma voz de defesa do povo indígena. Eu tenho muita honra de ter composto, junto com os meus parceiros, a trilha sonora desse protesto. O Salgueiro será campeão do carnaval, com toda certeza. A minha parte favorita é ‘Pelo povo da floresta//Pois a chance que nos resta//É um Brasil cocar’. Um Brasil em defesa do povo indígena. É o que precisamos! Isso não é um samba-enredo, é um hino e protesto que vai ganhar o mundo inteiro”, confiante, afirmou Marcelo Motta, após o samba ser escolhido na final.