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Em último ensaio antes de teste na Sapucaí, Tuiuti tem o canto da escola destacado e apresenta quesitos seguros

Escola que quer brigar pelas primeiras posições tem que ensaiar. E isso ninguém vai poder reclamar do Tuiuti. Escola que tradicionalmente é uma das que começa mais cedo os treinos na rua, também é uma das que faz os ensaios mais longos e detalhistas

A escola que quer brigar pelas primeiras posições tem que ensaiar. E isso ninguém vai poder reclamar do Tuiuti. Escola que tradicionalmente é uma das que começa mais cedo os treinos na rua, também é uma das que faz os ensaios mais longos e detalhistas. Na noite da última segunda-feira foram cerca de duas horas de treino com a participação de todos os quesitos: comissão de frente, primeiro casal, bateria, carro de som e a comunidade. “Desce o morro do Tuiuti..” e desce para cantar muito o samba. Neste último treino antes do ensaio técnico na Sapucaí que vai acontecer no próximo domingo, os componentes mostraram uma franca e expressiva evolução no canto, mantendo-se forte durante a verdadeira maratona de duas horas no trajeto entre o Colégio Pedro II e a quadra da Azul e Amarela da Zona Norte em São Cristóvão. Além da boa harmonia, os demais quesitos mostraram solidez e segurança, deixando um gostinho de quero mais que deverá ser saciado agora no teste oficial da agremiação na Passarela do Samba. Diretor de harmonia, ao lado de Luiz Amâncio, Jeferson Carlos, elogiou o ensaio da comunidade do Tuiuti e revelou que a escola tem trabalhado bastante visando uma grande apresentação no ensaio técnico de domingo.

“A gente vem trabalhando além do nosso ensaio de segunda-feira. Cada ala vem trabalhando no seu particular, para quando a gente chegar no ensaio aqui de segunda a gente possa juntar o coletivo e ver como fica. Na verdade, a gente se preparou para o ensaio técnico. Hoje foram quase duas horas de treino, a gente usou este treino também para se preparar para o ensaio técnico na Sapucaí. Hoje o ensaio na Sapucaí deixou de ser um ensaio técnico, virou um grande show técnico, então a gente tem que descer para a Sapucaí preparado, preparado para adversidades de som, de chuva, o que vier, o Tuiuti está preparado para o ensaio”, assegura o profissional.

Já o diretor de carnaval André Gonçalves acredita em um Tuiuti que vem crescendo a cada etapa deste pré-carnaval.

“Iremos para o nosso próprio ensaio técnico agora na Marquês de Sapucaí. Hoje tentamos realizar aqui tudo que irá acontecer, tudo que iremos fazer lá, a parte de evolução, o canto da escola, que hoje, inclusive, aconteceu muito bem. Venho falando, torno a dizer, estamos lapidando trabalho, mas estamos preparados para entrar no domingo na Marquês de Sapucaí e apresentar o nosso trabalho, um trabalho pronto e acho que todo mundo está com o samba na veia passa soltar a voz no domingo”, entende André.

No carnaval de 2024, o Paraíso do Tuiuti levará para a Marquês de Sapucaí o enredo “Glória ao Almirante Negro!”, desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos, e vai homenagear João Cândido. A Azul e Amarela será a penúltima escola a desfilar na segunda escola a desfilar na segunda-feira de carnaval.

Comissão de Frente

Coreografados por Claudia Motta e Edifranc Alves, os bailarinos estavam vestidos de branco e apresentaram uma coreografia bastante intensa, sempre pontuando bastante a obra no gestual e nos movimentos. Logo no início da apresentação, através do verso na cabeça do samba “Nas águas da Guanabara” os componentes através da coreografia produziam um movimento que imitava o balanço do mar. Em “as costas marcadas por tantas marés” , os bailarinos mais uma vez situavam a obra ao tocar o próprio dorso enquanto continuavam trazendo os movimentos de navio e o balanço do mar.

Em “Lerê Lerê…” a coreografia tem uma guinada de força com os bailarinos dançando mas com as mãos para trás como se estivessem presos a grilhões. Antes do refrão principal, as mãos para cima para saudar o Almirante Negro e pedir liberdade, encerrando com muita força de movimentos no “Liberdade no coração…”. Destaque para os movimentos em que os bailarinos se juntavam como se formassem um organismo só. Muito boa a sincronia.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Vestidos mais a vontade devido ao forte calor, mas sem perder a elegância e trajando as cores do pavilhão, Raphael Rodrigues e Dandara Ventapane mostraram a postura e o entrosamento de sempre. Neste treino a dupla voltou a mostrar o tom da apresentação que pretende levar para a Sapucaí mesclando passos um pouco mais coreografados, bem dentro do enredo, e o bailado característico e clássico de um casal de mestre-sala e porta-bandeira.

A “dancinha” no “Lerê, Lerê mais um preto lutando pelo irmão…” é extraordinária, transmitindo alguns passos afros com potência e ritmo. E é ainda mais extraordinário quando no trecho seguinte “Meu nego…”, a dupla volta instantaneamente para uma postura mais doce e delicada, mais clássica. Apresentação muito correta do casal e sem erros, sem problemas nos movimentos e nos requisitor observados para julgar um primeiro casal.

Harmonia

O grande destaque da noite foi muito bem trabalhado durante o ensaio, a direção do Tuiuti montou estratégias para que os componentes pudessem ser ainda mais testados neste treino realizado em São Cristóvão. Além da duração do ensaio que os colocou em uma prova física, em diversos momentos a bateria parou deixando carro de som e foliões para cantar, às vezes até só com os componentes que deram uma resposta muito positiva com um canto forte, expressivo, espontâneo e contínuo.

O carro de som comandado por Pixulé também foi digno de aplausos sustentando o samba durante o período todo do ensaio também com muita força, garra, com o intérprete transitando entre as alas, mas mantendo a voz firme e o canto correto do samba, e se mostrando como de costume bastante a vontade em sua nova casa, entrosado com carro de som, bateria e diretoria. O diretor Jeferson Carlos explicou que a diretoria buscou também trabalhar a parte física e a resistência dos componentes neste ensaio.

“A gente trabalhou também a parte física do componente, a gente se preparou de verdade e graças a Deus hoje os componentes deram a resposta, a escola cantando o tempo todo, diversas vezes a gente parou o carro de som propositalmente e o resultado foi positivo”, avalia o diretor.

Evolução

A escola variou uma evolução bem cadenciada e com fluência com alguns períodos em que ficava mais tempo parada, isso por uma estratégia desenvolvida para o treino para que a diretoria pudesse observar e testar além do canto e da bateria, alguns aspectos mais relacionados aos quesitos de comissão de frente e mestre-sala e porta-bandeira, como explica o diretor de carnaval André Gonçalves.

“Tivemos algumas estratégias que estávamos montando, não só a parte de parar para o canto, mas porque tinha algumas colocações pela parte do casal, comissão de frente que a gente vai fazer algumas coisas, então tínhamos realmente que dar algumas paradas para lapidar e acertar. Graças a Deus conseguimos acertar e vão bora”, avaliou o diretor de carnaval.

No mais, não se observou buracos, correria ou alas embolando umas com as outras. Poucas alas coreografadas e dessas, eram coreografias que no geral não atrapalhavam nem a fluidez do desfile e nem a espontaneidade dos componentes.

Samba-enredo

O samba foi tocado e cantado quase o dobro de vezes que normalmente é em um ensaio de rua. Porém, não ficou chato ou maçante. Não caiu de andamento e nem perdeu o brilho no canto do componente, não se tornando algo mecânico. Foi bastante ajudado por mais um grande desempenho da SuperSom de mestre Marcão que trouxe bossas muito interessantes para o ensaio que fizeram a obra crescer.

Muito do aspecto das batidas eram voltados para os ritmos afros, que tem uma relação bastante importante com o enredo e com a mensagem que o tema quer passar na Sapucaí. Dos trechos mais cantados pela escola há de se destacar nos últimos versos da segundo do samba “Salve o almirante negro”, alé dos dois refrãos e do falso refrão ” Ôôô… a Casa grande não sustenta temporais”.

Outros destaques

O entorno das ruas do Campo de São Cristóvão estavam lotadas, o público compareceu em peso e ficou até o final para acompanhar o ensaio do Paraíso do Tuiuti. A cantora MC Cacau esteve presente ao ensaio acompanhando a apresentação na frente da escola próxima ao presidente Renato Thor.

A rainha Mayara Lima com um “body” nas cores do Tuiuti, mais uma vez, foi uma atração a parte pelo samba no pé, por suas coreografias bastante entrosadas com as bossas de mestre Marcão. A musa da escola Mari Mola, ex-rainha do carnaval, também chamou a atenção pela beleza e pela simpatia. No esquenta, o cantor Pixulé relembrou o icônico “Meu Deus, meu Deus…”, do vice-campeonato de 2018.

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