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Águia de Ouro faz da liberdade de Amsterdã o enredo para o Carnaval 2026

Conhecida por ser uma das cidades mais cosmopolitas do planeta, a capital dos Países Baixos (também conhecido como Holanda) será o enredo do Águia de Ouro em 2026. Intitulado “Mokum Amesterdã: o voo da Águia à cidade libertária” e assinado pelo carnavalesco Alexandre Louzada, a agremiação da Pompeia realizou um evento intimista para anunciar a temática.

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Fotos: Will Ferreira/CARNAVALESCO

Histórias que o enredo traz

Perguntado sobre como surgiu a ideia de falar de Amsterdam, Alexandre Louzada foi franco: “Não partiu de mim a ideia, mas quando você descobre grandes possibilidades, que você pode contribuir socioculturalmente para o carnaval, levantar bandeiras de não preconceito, de igualdade, de respeito, isso me interessa. A missão de qualquer carnavalesco é trazer algo que acrescente para a vida das pessoas”, destacou.

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Em outra entrevista, o responsável por sugerir tal temática se revelou. Trata-se de ninguém mais, ninguém menos que Sidnei Carrioulo, presidente da instituição: “Se o enredo não me agradasse, eu teria que bater a cabeça na parede, porque fui eu quem forcei esse enredo. A gente não pode inverter a ordem das coisas. Quando a gente falou a respeito de ter um patrocinador, nós escolhemos algo que era interessante. Temos várias parcerias conversadas, várias possibilidades. A gente veio nesse trabalho, mas não de trás para frente”, comentou, com o bom humor que lhe é peculiar.

Não é apenas em relação a Amsterdã que a reportagem quis ouvir integrantes do Águia de Ouro sobre histórias. Jacqueline Meira, diretora de carnaval da agremiação, relembrou que a Pompeia já teve alguns “enredos CEP” (como são popularmente conhecidos os desfiles em homenagem a cidades, estados e países) marcantes – como “A Milenar cultura de um povo, quem tem olho grande já entra na China” (2003), “Ribeirão Preto – Região à Frente do Seu Tempo: Da Abolição ao Agronegócio, Terra de Liberdade e Riqueza!” (2010) e “Brasil e Japão: 120 anos de união” (2015): “Essa nossa facilidade para falar de lugares favoreceu bastante, sim. Mas não foram apenas esses fatores que contribuíram. A leveza do enredo e a alegria que o enredo vai trazer também foram fundamentais. Todo mundo gostou muito, a escola vibrou. Tenho certeza que vai ser lindo, vai ser incrível. Vai ser Águia de Ouro”, prometeu.

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Caldeirão cultural

Um dos entrevistados pela reportagem foi o carnavalesco da agremiação, que mostrou estar com a pesquisa sobre a capital neerlandesa na ponta da língua. Para começar, ao ser perguntado sobre o desafio de carnavalizar um tema pouco comum quando se pensa em um desfile de escola de samba, Louzada fez analogias: “Nós temos grandes similaridades e grandes diferenças. Mas o carnaval tem esse poder de se ajustar, de explicar, de colocar de uma forma como se tudo fosse um encantamento. A melhor definição dessa proximidade é que todos nós, tanto o Águia de Ouro como Amsterdã, fazem parte de um reino: aqui o nosso rei é o Rei Momo; e lá, é o Rei Guilherme Alexandre. A maior festa que o Águia de Ouro pode participar é o carnaval, que é uma festa do Rei Momo; e, lá na Holanda, em Amsterdã, a maior festa do calendário deles é o Dia do Rei, em que todos se vestem de laranja e fazem um carnaval da maneira deles – mas tem o mesmo significado, o mesmo sentido de você mostrar que todos daquele reino mostram alegria”, apontou.

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Muito mais conhecimento, entretanto, foi debulhado pelo carnavalesco – que citou, inclusive, dois dos pintores mais famosos do planeta, que nasceram nos Países Baixos: “Por se tratar de uma cidade que é entrecortada de canais, que tem muitas pontes, o carnaval é capaz de criar essa ponte entre entre São Paulo e Amsterdã. E, atravessando essa ponte, pela ótica dos grandes mestres Van Gogh e Rembrandt, a gente encontra todas as pinceladas de emoção”, poetizou.

Surgimento de Amsterdam também presente

Como já ficou claro, existem diversas informações e histórias relevantes que serão utilizadas pelo Águia de Ouro no enredo sobre Amsterdã. Mas não faltará, também, a linha cronológica que contará o surgimento da cidade: “Para quem não sabe a história, a lenda da criação da cidade de Amsterdã tem a ver com o nosso símbolo: a cidade nasceu, segundo contam, num momento de uma grande tempestade que se formou sobre o rio Amstel e um casal de pescadores que estava num barco frágil, começou a rezar para que pudesse chegar a um lugar seguro. Nesse momento, num clarão do céu, surge uma águia que conduz esse barco até as margens do rio Amstel num determinado ponto. E, ali, eles desembarcaram, se estabeleceram e construíram o primeiro dique. Dique, em holandês, se escreve ‘dam’ – por isso, Amsterdã é ‘o dique do rio Amstel’. Foi ali que nasceu a cidade, por obra de um milagre e em forma de uma águia, que apontou o lugar onde deveria se estabelecer aquela cidade”, explicou.

Analogias para definir fio condutor

Indagado sobre como tantas referências seriam organizadas em um fio condutor, Louzada citou algo muito forte na mente de um nascido em outra cidade ao se estabelecer na Cidade Que Não Para: “É um enredo que é atemporal. assim como as próprias obras, de Van Gogh e de Rembrandt – que são considerados grandes mestres da pintura até hoje. Na sinopse, eu falo que ‘o ontem virou para sempre’. Aí é que está esse fio condutor: essa rua de água, que são os canais. Eu poderia até comparar com o Tietê, só que o Tietê não é mais navegável – pelo menos aqui nesse ponto que a gente está. A gente vai fazendo reflexões e revelações a respeito do que a gente vive hoje e das nossas condições. Em um mundo que está tão caótico, temos uma cidade que promove a liberdade, o respeito entre as pessoas, uma cidade feliz. O mundo está perdendo a humanidade e precisa de felicidade – e Amsterdã é uma cidade que se considera uma cidade feliz”, comemorou.

Substantivo que define o enredo

Um dos principais motivos pelos quais a agremiação abraçou a temática tem a ver com um sentimento em especial. O próprio Louzada citou tal palavra na explanação para a reportagem: “Não é somente uma viagem turística pelos pontos mais bonitos de Amsterdã: existe muita mensagem implícita nesse enredo – ou até mesmo explícita, porque é uma cidade que vive a liberdade. Ela nos inspira porque ela vive a liberdade. E a águia é um dos símbolos de liberdade”, contou.

Citando um dos grandes nomes ligados à cidade em questão, ele tornou a repetir o sentimento que é tão lembrado ao citar a capital dos Países Baixos: “’Mokum’, no dialeto holandês antigo, quer dizer ‘lugar’ ou ‘porto seguro’. A gente parte dessa premissa, dessa viagem que a gente faz e chega a esse porto seguro, conta essas histórias, revela os seus grandes personagens – como Anne Frank e o diário dela. Tudo aquilo acontece em uma cidade que vive a liberdade – e não libertinagem. É uma cidade feliz, é considerada pelas pesquisas da ONU como uma das populações mais felizes do mundo”, comentou o carnavalesco, aproveitando para explicar a expressão que inicia o nome do enredo.

Quem também citou tal sentimento foi Sidnei Carrioulo: “O objetivo do nosso enredo é falar sobre liberdade. Essa é a palavra certa. A gente ficou pesquisando muita coisa para falar da liberdade, e a gente descobriu uma coisa muito interessante: é a liberdade que faz com que a pessoa seja feliz. Liberdade e felicidade estão de mãos dadas. Amsterdã é conhecida como a cidade da liberdade e é considerada a quinta cidade mais feliz do mundo. Esse é o nosso foco: a liberdade traz felicidade. E é aí que vamos construir o nosso enredo. A gente vai mostrar o Amsterdã, lógico, porque a gente precisa colocar uma plástica na avenida e a gente foi pesquisando e viu que tem vários pontos que são muito interessantes. Por sinal, já começamos muita coisa”, adiantou.

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Cronograma

Para falar sobre os próximos passos da agremiação, Jacqueline começou destacando que o Águia de Ouro já se encontra em processo de confecção de fantasias: “Agora, a gente já está com os pilotos a todo vapor. A gente está programando uma feijoada para agosto para celebrar esse enredo maravilhoso com a nossa comunidade – após esse evento mais fechado que fizemos hoje. Já o nosso samba-enredo será apresentado no dia 27 de setembro”, vislumbrou.

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A diretora também destacou que o processo para definição da canção que embalará o Águia em 2026 é o já conhecido pelo universo do carnaval paulistano: “Quanto ao samba, vai ser como todos os anos: vai ser aberto, todo mundo vai conseguir escrever suas obras. Depois, a diretoria vai fazer as seleções e a gente vai trabalhando junto com todo mundo. Vai ser bem tranquilo, como todos os anos é”, finalizou.

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Editorial: Maria Augusta: a mulher que reinventou o carnaval e encantou corações com a arte de sonhar

O carnaval perdeu uma de suas maiores almas. Maria Augusta Rodrigues partiu, mas deixou um legado tão grandioso que continuará ecoando em cada enredo que ousa emocionar e em cada desfile que transforma a Avenida em poesia.

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Foto: Reprodução TV Globo

Falar de Maria Augusta é falar de paixão, inteligência, de beleza estética e de coragem criativa. Foi ela quem ajudou a mudar o jeito de fazer carnaval. Maria Augusta entendia que uma escola de samba podia ser palco de história, cultura e sentimento. E ela fez isso como ninguém.

No Salgueiro, foi mais que uma carnavalesca. Foi revolucionária. Pensou desfiles como quem pensa capítulos de um livro, com começo, meio, fim e alma. Deu voz às raízes negras, às lutas ancestrais, à espiritualidade, à cultura popular. Desfiles que marcaram época e seguem vivos na memória carnavalesca.

SAIBA MAIS

* Escolas de samba prestam homenagens para a carnavalesca Maria Augusta
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* União da Ilha presta homenagem para carnavalesca Maria Augusta

Mas tem um lugar onde Maria Augusta virou lenda viva: a União da Ilha do Governador. Foi com ela que a Ilha encontrou sua essência: leve, bem-humorada, emocionante, encantadora. Quem já viu Domingo (1977) ou se arrepiou com O Amanhã (1978) sabe do que estamos falando. Ela deu à Ilha um jeito próprio de desfilar, sonhador, quase infantil no olhar, mas gigante no impacto. E mais que isso: ela ajudou a fazer da escola uma das mais queridas de todos.

Seus enredos tinham poesia e propósito. Misturava história e afeto, Brasil e mundo, rua e palco, com uma sensibilidade rara. Era artista, pesquisadora, pensadora. Uma mulher à frente de seu tempo e que, mesmo assim, sempre fez questão de exaltar o tempo dos outros: o tempo da cultura negra, das tradições populares, do samba.

Neste momento de despedida, fica um vazio enorme. Mas também um orgulho imenso. De termos vivido no tempo dela. De termos visto, ano após ano, sua genialidade tomar forma na avenida. De sabermos que ela moldou toda uma geração de artistas, carnavalescos, apaixonados pelo samba.

Maria Augusta agora é estrela. Daquelas que brilham forte no céu do carnaval. O carnaval que ela ajudou a construir é muito mais do que desfile. É emoção, resistência, memória e sonho. Tudo isso… ela ensinou como ninguém.

Vila Isabel recebe visita de turma de universitários de Harvard para intercâmbio cultural

A Unidos de Vila Isabel recebeu nesta sexta-feira uma turma de estudantes da Universidade de Harvard, uma das mais prestigiadas do mundo, no barracão da agremiação. O grupo realizou uma visitação para conhecer os processos de criação dos desfiles e aprender sobre a importância das escolas de samba e do Carnaval.

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Foto: Cristian de Jesus/Divulgação Vila Isabel

Os estudantes estão no Brasil através de um programa do Centro de Estudos da América Latina da universidade. Durante quatro semanas, o grupo participou de encontros temáticos no Rio de Janeiro. Todos os lugares escolhidos estão relacionados com Heitor dos Prazeres.

“Ao longo do programa, visitamos a Pequena África, o centro histórico e a favela Pereira da Silva — sempre conectando essas experiências ao enredo da Vila Isabel, que tem sido nosso fio condutor. Nada melhor do que encerrar esse ciclo com a visita ao barracão”, afirmou Mariana Piller, coordenadora de atividades do programa.

Em 2026, a azul e branca do bairro de Noel apresentará “Macumbembê, Samborembá: Sonhei que um Sambista Sonhou a África”. O enredo parte de um olhar onírico para homenagear o multiartista Heitor dos Prazeres, a quem é atribuída a criação dos termos “Pequena África” e “África em miniatura” para se referir à região da antiga Praça Onze.

“Conhecer a história de Heitor dos Prazeres foi importante para entender não só quem foi o sambista, mas também a história e a cultura do país. Esse enredo me ajudou a enxergar o Brasil com outros olhos, compreender um país potente e cheio de criatividade”, afirmou Luiz, um dos universitários de Harvard.

União de Maricá realiza recadastramento para alas de comunidade neste sábado

Neste sábado, a União de Maricá realiza o recadastramento dos componentes para o Carnaval 2026. A ação acontece das 10h às 16h, na quadra da agremiação, e será voltada exclusivamente para quem desfilou no último carnaval e devolveu a fantasia. O processo será individual e gratuito, mediante apresentação do documento de identidade (RG).

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

O presidente Matheus Santos destacou que o recadastramento é mais uma etapa de um trabalho sério e comprometido. Segundo ele, a agremiação segue em ritmo acelerado de organização visando um novo grande desfile na Sapucaí.

“Estamos seguindo nosso planejamento com dedicação e responsabilidade para realizar mais um grande Carnaval. Maricá tem mostrado sua força a cada ano e em 2026 será mais uma oportunidade de reafirmar a potência da nossa comunidade. Esse recadastramento é um passo fundamental para garantir que todos que fazem parte dessa trajetória estejam presentes mais uma vez na Avenida”, afirmou Matheus.

Em 2026, a União de Maricá levará para a Marquês de Sapucaí o enredo “Berenguendéns e Balangandãs”, desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira. A escola será a sexta a desfilar no sábado de carnaval, dia 14 de fevereiro, pela Série Ouro.

Unidos do Jacarezinho terá João Vitor Silveira como enredista

A Unidos do Jacarezinho fez uma nova contratação para o Carnaval 2026. A agremiação rosa e branco do Jacaré que retorna à Sapucaí no próximo carnaval terá João Vitor Silveira como enredista . João atuará em parceria com o carnavalesco Bruno Oliveira no desenvolvimento e criação do enredo que homenageará o cantor e compositor, cria da comunidade do Jacarezinho, Xande de Pilares.

Foto: Ygor Gusmão/Divulgação Jacarezinho

João Vítor Silveira é ritmista, pesquisador e historiador formado pela Universidade Federal Fluminense. Pesquisa o universo das escolas de samba e sua ligação com o desenvolvimento da sociedade, com ênfase no território carioca. É co-autor de livros como “Sal60 – Uma revolução em vermelho, branco e negro”, “Matriarcas do Samba Paulistano” e “Histórias da Portela: 100 anos de Glória”. No carnaval, trabalhou em escolas como Beija-Flor de Nilópolis, Unidos de Vila Isabel, Acadêmicos do Sossego, Acadêmicos de Niterói e União de Maricá, e hoje também é pesquisador e enredista da Portela.

“Xande é um gigante da nossa cultura, do nosso samba, e poder estar envolvido nessa homenagem mais que merecida, é bom demais. E é até engraçado, pois em 2024 fui o enredista da homenagem ao Guará, primo dele, então estou começando a ficar próximo da família”, brinca o enredista. Em dupla jornada no carnaval 2026 o novo profissional garante que o desafio é gigante, porém prazeroso “Sobre conciliar, felizmente é algo que eu estou acostumado. Tanto nos anos que trabalhei na Acadêmicos de Niterói, quanto na União de Maricá, eu estava conciliando com trabalhos no Grupo Especial. O costume não faz com que seja fácil, mas tenho os referenciais para me concentrar, trabalhar com muito respeito em ambas escolas.” avisa o novo contratado.

A Unidos do Jacarezinho desfilará na sexta-feira de carnaval, dia 13 de fevereiro, sendo a primeira a pisar na Sapucaí. A escola prepara para o último domingo do mês, dia 27 de julho, feijoada de lançamento oficial do enredo, com show do homenageado Xande de Pilares e participação da bateria do Salgueiro. Os ingressos já estão à venda na plataforma de vendas on-line Sympla. Para adquirir basta acessar o link https://www.sympla.com.br/evento/feijoada-do-jacarezinho/3010528?referrer=sympla.queue-it.net e garantir o ingresso antecipado.

Unidos da Tijuca promove ‘Feijoada Nota 10’ neste domingo com entrada franca

Neste domingo, 13 de julho, a quadra da Unidos da Tijuca recebe mais uma edição da Feijoada Nota, sua tradicional feijoada mensal. A combinação de samba, música boa, cerveja gelada e feijoada nota 10, acontecerá a partir das 13 horas, recebendo os shows completos do grupos Arruda, Como Antigamente e Confraria Carioca em clima de arraiá. E mais, DJ Bracinho da Big Mix agita os intervalos e a Bateria Pura Cadência encerra o evento. A entrada é franca retirando a cortesia no Sympla.

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A feijoada Nota 10 é preparada pelo chef Bruno Malta. A quadra da escola oferece área de alimentação com vastas opções gastronômicas entre elas caldos, churrasco e doces, além de área kis para as crianças. A entrada é franca. A mesa para 4 pessoas com ingressos inclusos sai por R$ 80. Quem optar por camarote pagará R$ 150 para 10 pessoas.

A quadra de ensaios da Unidos da Tijuca fica localizada na Avenida Francisco Bicalho nº 47 – Santo Cristo. Há estacionamento amplo no local.

Serviço:
Feijoada Nota 10 da Unidos da Tijuca
Atrações: Grupo Arruda, Como Antigamente, Confraria Carioca e Bateria Pura Cadência
Horário: 13 às 19h
Endereço: Avenida Francisco Bicalho nº 47 – Santo Cristo
Classificação: Livre
Ingressos: Entrada Franca retirando a cortesia no Sympla
Vendas On-line: https://www.sympla.com.br/evento/pagode-do-mestre—feijoada-nota-10/3011247
Televendas: 21 98165-1753

Salgueiro exalta a eternidade da carnavalesca Maria Augusta

Morreu no Rio de Janeiro, aos 83 anos, a carnavalesca Maria Augusta Rodrigues, uma das figuras mais influentes e geniais da história do Carnaval. Internada no Hospital São Lucas, em Copacabana, a artista salgueirense foi protagonista da revolução estética que transformou os desfiles das escolas de samba a partir dos anos 1960. O GRES Acadêmicos do Salgueiro, escola que ela fez história, publicou uma emocionante homenagem destacando sua importância e eternidade no samba. Veja abaixo o texto.

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“É com o coração em luto, mas repleto de gratidão, que nos despedimos hoje de Maria Augusta Rodrigues, uma das maiores carnavalescas da história, salgueirense de alma e a última viva da geração que transformou para sempre o desfile das escolas de samba.

Maria Augusta não foi apenas uma artista genial. Ela foi uma revolução inteira. Esteve ao lado de nomes como Fernando Pamplona, Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta e Rosa Magalhães no momento mais audacioso e criativo da nossa história. Foi ali, no Salgueiro dos anos 60, que ela ajudou a reinventar o Carnaval. Com inteligência, elegância e ousadia, fez do desfile uma verdadeira aula de brasilidade, beleza e potência cultural.

No nosso pavilhão, escreveu páginas inesquecíveis. Foi a mente por trás de carnavais marcantes, como “Festa para um Rei Negro”, enredo campeão em 1971. Mas sua influência não parou por aí. Deixou marcas em outras grandes escolas, comentou desfiles com sensibilidade rara e formou gerações inteiras com sua visão artística aguçada. Onde havia samba, havia Maria Augusta e onde ela estava, havia respeito, verdade e grandeza.

Neste ano, tivemos a imensa alegria de homenageá-la em vida. Nossa escola mirim, o Aprendizes do Salgueiro, escolheu Maria Augusta como enredo para 2025. E ela viveu essa homenagem como uma criança feliz. Esteve com nossos pequenos, deu aula, riu, chorou, e desfilou com uma emoção que tomou conta de todos. A quadra se encheu de amor. Era como se ela voltasse para casa. E, de fato, voltou.

Hoje, a casa chora. Mas também se orgulha. Porque Maria Augusta é eterna. Seu nome está escrito nas nossas paredes, nas nossas fantasias, no compasso da nossa Bateria Furiosa e no coração de cada salgueirense que aprendeu a amar o Carnaval por meio da arte.

O Salgueiro agradece por tudo. Por cada ensinamento, por cada detalhe, por cada ousadia. Que sua luz siga brilhando em todos os desfiles que ainda virão, guiando novas gerações de artistas, contadores de histórias e sonhadores do samba.

Descanse em paz, Augusta.
Você é Salgueiro para sempre.
Você é Carnaval para sempre”.

Escolas de samba prestam homenagens para a carnavalesca Maria Augusta

Escolas de samba prestam homenagens para a carnavalesca Maria Augusta

Escolas de saamba estão publicando em suas páginas nas redes sociais homenagens para a canravalesca Maria Augusta, que faleceu nesta sexta-feira. Veja abaixo.

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Liesa

“O Carnaval se despediu nesta sexta-feira de Maria Augusta Rodrigues. Mais do que uma carnavalesca de sucesso, com trabalhos brilhantes em escolas como a União da Ilha do Governador, sempre defendeu a bandeira do samba, atuando também como comentarista e jurada do Estandarte de Ouro. Sua paixão era tanta que não perdia um evento da Liesa e das escolas de samba que tanto admirava. Descanse em paz!”

Paraíso do Tuiuti

“Com imensa tristeza nos despedimos de Maria Augusta — mulher pioneira, carnavalesca visionária e referência eterna do nosso carnaval. Maria nos proporcionou sambas memoráveis, fazendo parte da nossa história.

Obrigada por tudo, Augusta. O samba te aplaude! 💛💙👑

#Tuiuti”

Império Serrano

“Com imensa tristeza, o Império Serrano comunica o falecimento de Maria Augusta Rodrigues, aos 83 anos, ocorrido nesta sexta-feira (11). Grande carnavalesca e madrinha da nossa Sinfônica do Samba, ela estava internada no Hospital São Lucas, em Copacabana.

A relação entre Maria Augusta e o Império Serrano remonta à década de 1980, quando ela passou a ocupar o posto de madrinha da nossa comissão de frente e da bateria. Sempre presente nos ensaios, eventos e desfiles, tornou-se uma figura querida e marcante, símbolo de carinho e respeito à frente dos nossos ritmistas.

Como carnavalesca, Maria Augusta se consolidou como uma das maiores da história, rompendo barreiras em uma profissão dominada por homens. Filha da revolução salgueirense, assinou os históricos e campeões desfiles “Festa para um Rei Negro” (1971) e “O Rei de França na Ilha de Assombração” (1974). Deixou sua marca também na União da Ilha do Governador, com os inesquecíveis enredos “Domingo” (1977) e “O Amanhã” (1978). Sua trajetória brilhante incluiu ainda passagens vitoriosas por Paraíso do Tuiuti e Tradição, além da Beija-Flor de Nilópolis.

Na televisão, emprestou seu talento e conhecimento como comentarista de carnaval em emissoras como Globo, Band, Manchete e CNT, ajudando a contar a história da maior festa popular do mundo para milhões de brasileiros. Também atuava como jurada do prêmio Estandarte de Ouro, contribuindo com seu olhar técnico e sensível para valorizar os grandes destaques do carnaval carioca.

O Império Serrano agradece profundamente por toda a contribuição e amor de Maria Augusta pelo samba, pelo carnaval e, em especial, pelo nosso pavilhão e toda família imperiana. Seu legado permanecerá vivo na memória e no coração de cada um de nós.

Nos solidarizamos com os familiares, amigos e admiradores neste momento de dor, e decretamos luto oficial, em nome do presidente Flavio França e de toda a diretoria.

Que Maria Augusta siga sendo luz”.

Imperatriz

“O G.R.E.S Imperatriz Leopoldinense, em nome da presidente Catia Drumond, do vice-presidente João Drumond, sua diretoria e segmentos, lamenta profundamente a morte de Maria Augusta, uma das artistas mais importantes da história do Carnaval”.

Portela

“A Portela lamenta profundamente o falecimento da querida carnavalesca Maria Augusta, aos 83 anos.

O presidente Junior Escafura, a Vice-presidente Nilce Fran, o Carnavalesco André Rodrigues e toda família portelense se solidarizam com os familiares e amigos de Maria Augusta”.

Beija-Flor

“A Beija-Flor de Nilópolis manifesta profundo pesar pelo falecimento da carnavalesca Maria Augusta, uma das grandes damas da folia e nome essencial na construção da história do carnaval brasileiro.

Em 1993, tivemos a honra de contar com sua assinatura artística em nosso desfile, num trabalho marcado por elegância, inteligência e um olhar estético apurado, características que fizeram de Augusta uma referência para gerações de profissionais do samba.

Sua trajetória inspiradora segue viva na memória do carnaval e de todos que reconhecem na arte do desfile uma manifestação profunda de cultura e identidade.

Aos familiares, amigos e admiradores, nossa solidariedade e carinho neste momento de despedida.

Descanse em paz, Augusta. A avenida sentirá sua falta”.

Viradouro

“A Unidos do Viradouro lamenta profundamente o falecimento da carnavalesca, professora e jurada do Estandarte de Ouro, Maria Augusta.

A artista marcou o Carnaval, com passagens por diversas agremiações, deixando um legado de talento e criatividade. A contribuição de Maria Augusta para a cultura brasileira é eterna.

Nossos sentimentos aos familiares, amigos e admiradores”.

Unidos de Padre Miguel

“Com profundo pesar, a Unidos de Padre Miguel lamenta a partida de Maria Augusta, ícone do nosso Carnaval. Sua arte, talento e legado seguirão eternamente vivos na história do samba e nos corações que ela encantou.

Nossos sentimentos à família, amigos e admiradores dessa grande carnavalesca”.

Mangueira

“Hoje, a Estação Primeira de Mangueira se despede com profunda tristeza da querida carnavalesca Maria Augusta. Sua paixão, talento e dedicação ao samba deixaram marcas eternas em nossos corações e na história do carnaval. Um dos momentos icônicos de Maria Augusta com a nossa agremiação foi quando levou Mujica para beijar o pavilhão da Mangueira em um evento oficial da Prefeitura do Rio de Janeiro e do Banco de Desenvolvimento Latino-Americano e Caribe – CAF.

Em nome da presidenta Guanayra Firmino, desejamos nossos sentimentos aos familiares e amigos. Que seu legado continue a inspirar gerações futuras. Descanse em paz, Maria Augusta”.

Unidos da Tijuca

“Com profundo pesar, lamentamos a partida de Maria Augusta, carnavalesca que fez parte da histórica “Revolução Salgueirense” capitaneada por Fernando Pamplona, e que também nos brindou com desfiles clássicos e inesquecíveis no comando artístico da União da Ilha.

Mesmo afastada da função de produção artística dos desfiles desde 1993, Maria Augusta era presença constante nos barracões, em debates e momentos importantes do carnaval, além de ter integrado por anos a equipe de transmissão da Tv Globo e o júri do Estandarte de Ouro.

Vá colorir o céu como em dias de Domingo e alinhe as estrelas para iluminar o nosso Amanhã, Dona Maria.

Aqui a gente fica com a lembrança de seus leves e coloridos carnavais, e de sua companhia inseparável em nossas jornadas carnavalescas”.

União da Ilha presta homenagem para carnavalesca Maria Augusta

Salgueiro exalta a eternidade da carnavalesca Maria Augusta

 

Em atualização

 

União da Ilha presta homenagem para carnavalesca Maria Augusta

A União da Ilha, através das redes sociais, prestou homenagem para a carnavalesca Maria Augusta, que faleceu nesta sexta-feia. A artista fez história na agremiação insulana. Veja o texto abaixo.

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“A União da Ilha se solidariza com parentes, amigos e admiradores pela partida de Maria Augusta, carnavalesca, comentarista, jurada do Estandarte de Ouro e ícone do Carnaval Carioca. Não existiria União da Ilha como nós a conhecemos sem Maria Augusta – esse é o exato tamanho de sua importância para nossa história.

Essa relação essencial começou quando nossa escola ainda era uma jovem agremiação do antigo grupo 2, sonhando em chegar à elite do samba pela primeira vez. “A Festa da Cavalhada” (72) e “Y Juca Pirama” (73) foram seus dois primeiros enredos na tricolor.

Maria Augusta voltou a assinar um desfile insulano, a Ilha já estava em seu segundo ano n 1ª divisão, 1976. O desfile “Poemas de Máscaras e Sonhos” seguiu uma linha mais tradicional, com as cores da escola predominando ao longo da apresentação, inovação essa adotada definitivamente.

O momento mais glorioso da história de amor entre União da Ilha e Maria Augusta, porém, veio mesmo em 1977. Existe um Carnaval antes e depois daquele dia ensolarado em que uma grande escola de samba se apresentou para o mundo. Ela empreendeu uma revolução temática que imprimiu à nossa escola, para sempre, a sua identidade, sua marca registrada. Em vez de um enredo folclórico, ela preferiu a simplicidade e decidiu provar que o dia da semana dedicado ao descanso poderia ser o tema de uma apresentação de escola de samba. “Domingo” foi um desfile objetivo, evidente, próximo ao real, sem qualquer luxo, mas sem deixar de ser “carnavalizado”. O estilo jovial e comunicativo se estampou a partir dali, alçando da Ilha à disputa do título – que não veio, restando o 3° lugar, embora até hoje haja quem diga que o Carnaval seria diferente se a “sutileza do amanhecer” estivesse no topo do pódio. O sucesso seria repetido com “O Amanhã”, quarto lugar em 1978, mantendo o estilo transparente e comunicativo, mas excursionando pelo terreno conceitual do mistério e da humana com o futuro.

Neste dia de despedida, a União da Ilha só pode dizer: obrigado, Maria Augusta! Nosso amanhã sempre estará iluminado por aquele domingo de outrora, colorido pelo Sol. Maria Augusta conquistou com a União da Ilha uma glória maior que o campeonato: a eternidade”.

Morre carnavalesca Maria Augusta, dona de um legado de originalidade e amor ao carnaval

Faleceu nesta sexta-feira, aos 83 anos, a carnavalesca Maria Augusta Rodrigues, uma das maiores referências da história do carnaval carioca. Ela estava internada no Hospital São Lucas, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. As informações sobre o velório e sepultamento ainda não foram divulgadas.

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Foto: Reprodução de internet

Maria Augusta marcou gerações com seu talento e sensibilidade na criação de desfiles memoráveis, sobretudo nas escolas de samba Salgueiro e União da Ilha do Governador. Figura central na transformação estética do carnaval a partir dos anos 1970, ela é considerada uma das mulheres pioneiras a ocupar com protagonismo a função de carnavalesca nas grandes escolas de samba do Rio.

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A trajetória artística ganhou força quando ela ingressou na Escola de Belas Artes, no Rio de Janeiro, onde foi aluna de Fernando Pamplona. Sob sua mentoria, Maria Augusta foi inserida no universo do carnaval carioca, atuando ao lado de nomes como Arlindo Rodrigues, Rosa Magalhães e Joãosinho Trinta.

Ela passou pelo Salgueiro, União da Ilha, Tuiuti, Tradição e Beija-Flor. Foi autora de desfiles históricos, como “Eneida, amor e fantasia” (Salgueiro 1973), “Domingo” e “O Amanhã” (1977 e 1978 na Ilha) e “Uni-duni-tê, a Beija-flor escolheu: é você” (Beija-Flor em 1993).

Além de carnavalesca, Maria Augusta também atuou como comentarista em diversos veículos de mídia e, nos últimos anos, era jurada do prêmio Estandarte de Ouro.

Em 2025, foi homenageada pela escola mirim Aprendizes do Salgueiro com o enredo “Uni-duni-tê, o Aprendizes escolheu você”, celebrando seu legado com o mesmo carinho com que a artista formou gerações de foliões e artistas.

Maria Augusta deixa um legado de criatividade e amor pelo carnaval. Sua trajetória é marcada pela originalidade e pela paixão pela cultura brasileira.