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Resgate! Após ter a ‘bandeira enrolada’, Boi da Ilha coleciona dois títulos, chega na Série Prata e sonha com volta para Sapucaí

O ano de 2024 é muito especial para o Boi da Ilha do Governador. A escola, com base de comunidade na Freguesia, bairro da região, foi campeã da Série Bronze, na Intendente Magalhães, e está a um passo de voltar a desfilar no Sambódromo, afinal, a Série Prata, da Superliga, é o úlimo caminho antes da glória de todos os sambistas, que é se apresentar na Sapucaí, fato que não acontece desde o início dos anos 2010. O esforço da agremiação não vem de agora. Foram quatro anos de “bandeira enrolada”, jargão dado no mundo do samba para quem fica sem desfilar, e o impulso para transformação veio com a chegada de Marcelo Santos, mestre de bateria da União da Ilha, alçado ao cargo de presidente do Boi, e do empresário Donato Nunes, vice da Ilha e patrono do Boi.

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Fotos: Equipe do Boi da Ilha para o Carnaval 2025

“Sempre fiz parte do Boi da Ilha na minha juventude. Não aceitava o fato de uma escola que revelou tantas pessoas que hoje estão de destaque no carnaval, como mestre Odilon e Quinho, estar com a bandeira enrolada. Aquilo mexia comigo. Passava na fecha da quadra e via do jeito que estava, fechada, abandonada desde 2009 e falei que tentaria fazer alguma coisa pela escola. Era um local histórico. Me reuni com o presidente da velha-guarda, ele me disse que daria apoio, se eu tivesse vontade de resgatar a escola, olhei o estatuto montei uma equipe para o Carnaval 2022. A escola não desfilava desde o Carnaval 2017. Perto do dia do desfile, o presidente abandonou, me colocaram como cabeça e consegui fazer a escola desfila”, explicou Marcelo Santos.

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O resgate ganhou força e vontade com a entrada do patrono Donato Nunes, empresário e que chegou com disposição de apoiar a cultura da região e avalancar o Boi da Ilha.

“O maior desafio que a gente encontrou foi ‘desenrolar a bandeira’. Tinha que encontrar um local para ensaiar e pessoas interessadas para resgatar a escola e que eles realmente entendessem a cultura do Boi da Ilha. É uma escola de samba muito tradicional e que não merecia ter pasado de desfilar. Começar uma escola de samba do zero é muito difícil. Tinha dívida e precariedade”, disse Donato Nunes.

“Não tinha nada, nem instrumento para bateria. Entregaram para gente o estatuto e a bandeira, usada hoje pelo nosso segundo casal, para refundarmos a escola”, completou o presidente Marcelo Santos.

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O patrono Donato Nunes explica que a intenção em recuperar a escola foi também de elevar a cultura do bairro. Projetos são milhares nas cabeças dos dirigentes do Boi da Ilha. O primeiro é uma oficina de bateria, depois a criação de uma escola de casais de mestre-sala e porta-bandeira, além da formação de passistas. Sempre trabalhando com as crianças das comunidades do bairro.

“Entendemos que a cultura da Ilha do Governador é pouco explorada. Entramos na escola como pessoas que amam o Boi da Ilha. Nossa missão era reerguer, cultivar o amor e coroa com os desfiles. É importante ver a escola desfilando e dando frutos para o bairro. O nosso segredo foi ter gestão eficiente. Como empresário, trouxe o modelo de trabalho nas minhas empresas para a escola de samba. Deu super certo. Em três anos de trabalho, conquistamos dois títulos”, afirmou Donato.

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O presidente Marcelo Santos frisa que a união dele sambista, como o patrono empresário foi fundamental para o resgate do Boi da Ilha.

“A gestão do trabalho conta muito para o sucesso da escola de samba. O Donato trouxe a visão do empreendedorismo. E com a minha visão de carnaval e com muita liberdade na escola. Não foi fácil. No primeiro ano, o objetivo era que a escola ficasse na Série Bronze e conseguimos. Ganhamos em 2024 e agora vamos desfilar na Série Prata. Estamos próximos da Marquês de Sapucaí”.

A escola se reforçou para lutar pelo sonho de voltar a desfilar na Sapucaí. Nino do Milênio é o intérprete, o casal de mestre-sala e porta-bandeira é formado por Mosquito e Roberta, e o carnavalesco é Fran-Sérgio, multicampeão na Beija-Flor de Nilópolis.

Homenagem no enredo

O Boi da Ilha prepara uma grande homenagem para o desfile de 2025 na Série Prata, na Intendente Magalhães. O intérprete Quinho, cria da escola e que faleceu no início do ano, é o enredo para o carnaval do ano que vem. Nascido no Dendê, o jovem feirante niciou sua trajetória no mundo do samba no Boi da Ilha e por conta de seu grande talento, foi chamado por Aroldo Melodia para fazer parte do carro de som da União da Ilha. A partir dali a vida mudou completamente. Intitulado de “Arrepia Boi da Ilha” o enredo será desenvolvido pelo carnavalesco Fran-Sérgio. Ao site CARNAVALESCO, o patrono Donato Nunes falou da ideia para o carnaval do ano que vem.

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“O Marcelo me chamou e faltou: ‘Donato, o Quinho foi um ícone dentro da Ilha do Governador no carnaval e acho que a gente deveria homenageá-lo’. Vi que ele tinha razão. O Quinho foi nossa cria, é muito gratificante para gente fazer esse enredo”, citou o patrono.

“Conversamos com a família do Quinho. Todos vão estar presentes. O filho dele está apoiando 100% nossa ideia. Toda Ilha vai conhecer a história de um insulano”, completou o presidente.

Casal refaz parceira no Boi da Ilha

Porta-bandeira do Boi da Ilha para 2025, Roberta diz que o chamado da escola foi um resgate. Ela citou que começou na escola como criança.

“É uma responsabilidade muito grande. Estou voltando. Passei aqui quando era criança. Passei 20 anos pelo mundo do samba e agora estou participando do resgate da escola. O Boi tem muita comunidade e tradição na Ilha e no carnaval. Vivi 15 anos aqui, quando era mais nova, e vi como as pessoas são apaixonados pela escola”.

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Ao site CARNAVALESCO, ela comentou a parceria com o mestre-sala Mosquito. “A gente é tudo e mais um pouco. A gente se entende no olhar, na piscada. Foi uma conexão de primeira”, contou Roberta, que não desfilou no Rio em 2024.

“Tem época que a gente se vê mais do que em casa com a família. Temos mais de 10 anos juntos. A gente ‘namorava’ faz muito tempo. Um dia falei que ainda ia dançar com ela e no ano seguinte a gente estava junto. Todo mundo sabe da nossa história no carnaval. Seria uma vitória ter a nota máxima no próximo carnaval e ter o título e o retorno para Sapucaí”, completou o mestre-sala, que estava no Arrastão de Cascadura.

Cantor fala do samba de 2025

O Boi da Ilha terá concurso para escolha do samba-enredo que homenageará Quinho no Carnaval 2025. Ao site CARNAVALESCO, o intérprete Nino do Milênio falou sobre a relação que teve com o cantor.

“O Quinho é minha referência. Tive oportunidade de ter troca com ele. Meu deu muito conselhos e guardo com muito carinho. É uma honra cantar o samba que será em homenagem para ele. Ouvi histórias que não conhecia sobre ele no bairro. O presidente do Boi é um sambista, sempre foi meu amigo e parceiro. Conheço há muito tempo. Receber o convite foi muito bom e espero que minha colaboração venha com a vitória”.

Perguntado sobre o que precisa ter a obra campeã para 2025, Nino citou: “O samba tem que ter muita irreverência e alegria. O diferencial, porque o Quinho era diferente. O samba tem que ser bem chiclete, porque ele sempre foi assim. Nunca vamos esquecer os cacos dele na condução do samba. A obra de 2025 tem que empolgar nosso componente”.

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O intérprete também ressaltou a oportunidade de trabalhar em uma escola que o presidente é sambista, já que Marcelo Santos é também mestre de bateria da União da Ilha.

“É diferente lidar com um presidente sambista. Ele consegue entender o nosso lado. É muito melhor, diferente”.

Nino do Milênio também respondeu se conhecia o samba de 2001 do Boi da Ilha, uma das obras mais lindas do carnaval carioca.

“Conheço o samba e vou aprender todos. O presidente já me mandou alguns. Estou muito feliz com o projeto e ouvindo todas histórias do Boi. Conheci o presidente da velha-guarda e ele me contou várias histórias do Quinho”.

Artigo: ‘Mocidade 2025 traz mago de volta para tentar virar a chave dos últimos desfiles’

A Mocidade Independente de Padre Miguel, sem dúvida, é uma das maiores escolas de samba do carnaval. A torcida é gigantesca. Apaixonada! Porém, não é segredo que os três últimos desfiles (2022, 2023 e 2024) foram aquém do esperado. É duro o torcedor ler isso, mas não seria injustiça se a Verde e Branco tivesse caído em 2022 ou 2023. O desfile de 2024 não foi tão crônico, mas ainda fora do patamar que a escola pode dar ao seu componente. Não acredito no “caça às bruxas” em Padre Miguel. Tenho convicção que a gestão focada em resolver todas etapas para o sucesso de um desfile no pré-carnaval é o remédio para devolver ao Independente o sabor de disputar no topo do Grupo Especial.

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Foto: Maria Clara Marcelo/CARNAVALESCO

Dois quesitos são de confiança da escola. A bateria, comandada por mestre Dudu, é segura e trabalha com eficiência. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diogo e Bruna, também entrega resultado bom para Mocidade. Porém, faltou neste ano a escola “entregar” pontuação em outros quesitos, por exemplo, Alegorias, Comissão de Frente e Fantasias (apenas um 10 em cada em 24) e Enredo (nenhuma nota 10 em 24).

Assim, a virada de chave está na contratação dos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage. A chegada dos artistas mexeu com o inconsciente independente. Remeteu aos momentos de glória, os desfiles inesquecíveis, o protagonismo no carnaval. A dupla conhece demais o visual que o torcedor gosta e quer ver novamente no conjunto de alegorias e fantasias.

A divulgação do enredo “Voltando para o Futuro – Não há limites pra sonhar” para 2025 não foi um boom de sucesso. Houve apreensão e críticas nas redes sociais. Ainda não faço esse coro. Acho muito cedo. É preciso esperar o andamento do trabalho e a passagem na Sapucaí. Imagino uma ida ao passado, relembrando momentos para construção do futuro. Se isso acontecer realmente não haverá limites para o Independente sonhar.

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Agora, se isso será verdade, existe um ponto que acho fundamental para construção do desfile. A dupla terá totais condições de desenvolver todo o projeto? Haverá recursos no período ideal para que o trabalho tenha fluência, não gere desespero e nem o falatório prejudicial no pré-carnaval? A gestão, se for eficiente, não tenho dúvida, devolverá o protagonismo para Mocidade. O trabalho tem que ser incansável. O patrono Rogério Andrade parece estar mais presente. Isso acontecendo na prática o caminho da Mocidade promete ter um final feliz em março de 2025.

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Foto: Wagner Rodrigues/Divulgação Mocidade

Temos mais de um mês para o início da disputa de samba. A obra de 2024 caiu nas graças do torcedor. Os julgadores não tiveram a mesma opinião. A escola recebeu duas notas 10, uma 9.8 e outra 9.9. É aguardar para ver como será a safra de 2025. O entrosamento do intérprete Zé Paulo com a bateria está garantido. O cantor teve um “casamento perfeito” com toda comunidade.

Achei a avaliação da Harmonia pesada, com uma nota 10, duas 9.9 e uma 9.8. O componente cantou e o carro de som, na minha avaliação, teve um bom trabalho no desfile. Dois julgadores questionaram o andamento, um citou alas que não cantaram, o que definitivamente não concordo, principalmente, porque é impossível identificar isso lá do alto da cabine e na distância para pista dos desfiles. Por isso, não considero que o quesito Harmonia seja de preocupação para Mocidade. A Evolução, talvez, mas também será para todas, afinal, teremos mais uma cabine de jurados e haverá quatro paradas no desfile.

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Foto: Maria Clara Marcelo/CARNAVALESCO

Para o carnaval do ano que vem, a Mocidade volta a ter um diretor de carnaval e não mais uma comissão. Para mim, uma medida certa da direção. Nada contra os profissionais que estiveram até o desfile de 2024, mas a chegada de Mauro Amorim, um torcedor declarado, competente, campeão na Viradouro e na Imperatriz, traz um acompanhamento próximo de todas etapas do pré-carnaval.

O coreógrafo Marcelo Missailidis também chegou para comandar a comissão de frente. Ele vem de desfiles na Imperatriz. Parece motivado. O trabalho em 2024 na escola leopoldinense recebeu duas notas 10 e duas 9.9. Porém, a expecativa do público e analistas era de uma apresentação mais arrebatadora e não foi correspondida. Aguardar como será o trabalho em parceria com Renato e Márcio Lage.

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Foto: Wagner Rodrigues/Divulgação Mocidade

Abrir os desfiles na terça-feira de carnaval, data inédita no Grupo Especial, pode ser uma boa para Mocidade. Ela já terá visto oito escolas passarem pela Sapucaí nos dois primeiros dias. Mas nada adiantará se o trabalho de casa, ou seja, durante o pré-carnaval não for realizado com eficácia. Ano passado, eu escrevi que não era mais possível aceitar pedido de desculpas da direção, mas foi dado o voto de confiança do componente. Houve melhora. Ainda pouca para o tamanho da Mocidade. Após a quarta-feira de cinzas o clima de frustação do torcedor foi visto nas redes sociais.

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Fotos: Divulgação/Mocidade

Se a direção da Mocidade for tão assertiva como aconteceu com a liberdade dada ao departamento de marketing, sem dúvida, o melhor trabalho nos últimos anos no Grupo Especial, o Independente voltará a sorrir, não apenas nos ensaios de rua, nas listas de reproduções dos sambas, mas principalmente no desfile, consequentemente, no resultado na quarta-feira de cinzas. Dessa forma, a volta ao passado proprocionará a reconexão da Estrela Guia com os primeiros lugares na classificação do carnaval do Rio de Janeiro.

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Parceria de Anitta lidera preferência dos leitores sobre disputa de samba da Unidos da Tijuca para o Carnaval 2025

A Unidos da Tijuca abre no dia 1º de agosto a fase de eliminatórias de sambas-enredo para o Carnaval 2025. A escola do Morro do Borel levará para Avenida, no ano que vem, o enredo “Logun-Edé – Santo menino que velho respeita”, desenvolvido pelo carnavalesco Edson Pereira. O CARNAVALESCO perguntou aos leitores qual o samba que mais gostaram? A parceria de Anitta, Estevão Ciavatta, Feyjão, Miguel PG, Fred Camacho e Diego Nicolau recebeu 28,1% dos votos (OUÇA AQUI O SAMBA). A parceria de Júlio Alves, Totonho, Fadico, Dudu, Chico Alves e Claudio Russo com 25% (OUÇA AQUI O SAMBA). A parceria de Gabriel Machado, Julio Pagé, Valtinho Botafogo, Jorge Mathias e Robson Bastos recebeu 14,6% (OUÇA AQUI O SAMBA).

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Foto: Rafael Arantes/Divulgação Tijuca

Veja votação das demais parcerias:

Wantuir, Robson Ramos, Gegê Fernandes, Vinicius Xavier, Guilherm Ckokito e Rafael Lopes: 8,3% (OUÇA AQUI O SAMBA)

Leandro Gaúcho, Chacal Do Sax, Luciano Fogaça, Simões Feiju, Miguel Dibo e Léo Freire: 6,2% (OUÇA AQUI O SAMBA)

André Braga, Eduardo Medrado, Kleber Rodrigues e Sandro Nery (OUÇA AQUI O SAMBA) // parceria de Sereno, Dinny Marcelo do Ouro, André Aleixo, Ricardo Castanheira, Mano Kleber, Rogério Só Filé (OUÇA AQUI O SAMBA) // parceria de Ricardo Bernardes, Edinho, Luiz Thiago, Rogerinho, Daniel Barbosa e Mauricio Amorim (OUÇA AQUI O SAMBA): 4,2% (cada)

Lico Monteiro, Leandro Thomaz, Telmo Augusto, G. da Esriva, Jefferson Oliveira, Marcelo Lepiane e Washington Lopes Freitas (OUÇA AQUI O SAMBA): 3%

Beto do Pandeiro, Henrique Badá, Alace Machado, Gilmar L. Silva, Wagner Zanco e Aldir Senna (OUÇA AQUI O SAMBA) // parceria de Leo de Souza e Duda Ascensão (OUÇA AQUI O SAMBA): 1,1%

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Em entrevista especial, Igor Sorriso fala da estreia no Salgueiro: ‘Realização de um sonho, meta de vida’

Cria do Aprendizes do Salgueiro, o intérprete Igor Sorriso recebeu o site CARNAVALESCO para uma entrevista especial. Bicampeão na Mocidade Alegre, em São Paulo, o artista volta ao carnaval do Rio de Janeiro e seguirá em jornada dupla. Ele cita na conversa como foi o convite da Academia do Samba, a relação com Emerson Dias e a missão de estar na escola do inesquecível Quinho.

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Fotos: Guilherme Campagnuci/CARNAVALESCO

O que representa na sua carreira e vida profissional cantar no Salgueiro?

Igor Sorriso: “Realização de um sonho, meta de vida. E hoje eu posso estar desfrutando disso. Estou muito feliz, muito grato Sei da responsabilidade, do desafio, mas hoje eu me considero um cantor preparado”.

Que filme passa quando você pensa naquele jovem que veio cantar no Aprendizes e depois ganhou o mundo do carnaval?

“Sempre fui um sonhador. Nunca limitei a minha mente. Sempre pensei no máximo possível que eu pudesse alcançar. Tudo começa na mente. A gente vai lutando através desse pensamento e as coisas vão se realizando. Hoje ser o cantor oficial da Academia do Samba é mais uma realização de um sonho”.

Qual o samba predileto aqui no Salgueiro e por qual motivo?

“Caramba! São tantos e tantos. Se eu fosse escolher apenas um seria a ‘Ópera dos Malandros (2016)’. É um samba que eu participei ativamente nas eliminatórias. Pude cantar e tenho muita identificação com esse samba. Gosto demais. O Salgueiro é uma escola que tem uma discografia incrível. Muitos sambas que gosto e nunca cantei”.

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A harmonia do Salgueiro vem dando nota 40 nos últimos carnavais. O que você pode falar do trabalho e o que mexeu no carro de som?

“É uma equipe extremamente competente. A direção musical do Alemão não deixa mentir. As notas respondem por si só. Ele é um cara que entende muito do ramo. Chego para aprender muito com ele. Tem minha vivência de carnaval, mas a gente está sempre aprendendo. Escola de samba, o nome já diz. A gente tem que estar sempre aprendendo e evoluindo. A harmonia do Salgueiro dispensa comentários. Uma galera de muita qualidade. Estou aqui para aprender, compartilhar e para somar para a gente continue dando notas 40”.

Como será essa fase de conciliar os ensaios do Salgueiro e da Mocidade Alegre?

“Muita ponte aérea. Muita alegria e descontração. As duas diretorias possuem um bom relacionamento. Isso facilitou para que eu possa estar aqui e continuar na Mocidade Alegre. Agora é cuidar da mente e do corpo. Quando estiver em atuação pelo Salgueiro ou pela Morada tenho que estar no melhor da minha forma. Tive uma conversa boa com a presidente Solange quando recebi o convite do Salgueiro. Ela é minha amiga pessoal. Sempre soube dos meus sonhos. Quando veio a oportunidade ela sabia que eu tinha que realizar. Foi uma grande parceira e tem me ajudado bastante”.

Qual é a diferença para o cantor de estar no Rio e em São Paulo? Tem jeito de trabalho diferente?

“Cada agrimação tem a sua peculiaridade e características. A gente precisa se adaptar. Entender como é a nossa escola de samba e a comunidade para a gente poder executar e se identificar o quanto antes. Aprendi muito isso na Mocidade Alegre. O Salgueiro já conheço de longa data. Mas estou há seis anos fora do carnaval do Rio. Percebi que tem coisas aqui que se modificaram, se aperfeiçoaram. Foram para um outro caminho. Tenho que me adaptar a isso. A cada ensaio e evento para poder estar cada vez mais integrado e mais identificado”.

Como é trabalhar com dois jovens como mestres Guilherme e Gustavo e ter como companheira a lendária ‘Bateria Furiosa’?

“Guilherme e Gustavo são dois amigos de longa data. Também do Aprendiz do Salgueiro. São dois profissionais de altíssima qualidade. As notas estão aí e o reconhecimento também. Já temos amizade, eles têm uma grande qualidade musical. Fica mais fácil trabalhar. Vou aproveitar isso, essa bateria, esse ritmo maravilhoso, para eu poder evoluir como cantor também e conseguir fazer um trabalho junto com eles da melhor forma possível”.

Sente alguma pressão por estar na escola do Quinho?

“Eu sinto muita alegria, muita empolgação, muita vontade de fazer dar certo. O Quinho é um ícone da história do carnaval. Aprendi muito com ele. Tenho a minha forma de cantar, a minha forma de conduzir. Cada um tem o seu estilo. Mas eu aprendi e aprendo muito com o Quinho. Uma das coisas que eu aprendi com ele: Cantar sem medo e com alegre. Vou executar muito isso no Salgueiro”.

Você entrou no lugar do Emerson Dias, mas sem problema nenhum. São amigos?

“Sim, o Emerson é um grande amigo. Quando o Salgueiro me fez contato, eu liguei primeiro para a minha mãe e em seguida liguei para o Emerson. É um cara que eu tenho o maior carinho. Minha mãe é apaixonada pelo Emerson. A gente sempre conversou sobre essas coisas. É o mercado do carnaval. O Emerson não continuou no Salgueiro. A escola precisava contratar outro cantor. Se não fosse eu, seria outro. Como o convite veio para mim, muito grato, muito feliz. A nossa amizade continua. É um cara extraordinário, um grande cantor. Tenho o maior carinho, o maior respeito. Fez a história dele aqui na Academia. E agora eu tenho que fazer o meu trabalho também para construir a minha”.

Qual conselho você daria para um jovem que sonha em ser intérprete de escola de samba?

“Continue sonhando. Trabalhe bastante. Cante sempre que puder. Não deixe de sonhar. A realização do nosso sonho começa dentro da nossa mente”.

Dragões da Real inaugura ‘Memorial da Caverna’ e celebra a própria história

A Dragões da Real revelou que o novo espaço do Memorial da Caverna. A inauguração aconteceu na noite da última sexta-feira, em um coquetel promovido pela escola de samba da Vila Anastácio, Zona Oeste de São Paulo. O local seria, basicamente, para celebrar a história da agremiação, que soma 24 anos – completados no dia 17 de março. Escolhido por meio de votação nas redes sociais destinadas à comunidade, o nome decidido foi “Memorial da Caverna”. É importante ressaltar que a quadra da Dragões da Real é conhecida como “Caverna do Dragão”.

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Fotos: Will Ferreira/CARNAVALESCO

Emoção do diretor e fundador

Mesmo sendo a agremiação mais nova no Grupo Especial de São Paulo (e chegando ao pelotão de elite com apenas doze anos de idade, no ano de 2012), a Dragões já pode contar muita história. Elias Vieira, diretor geral da escola de samba, por exemplo, é um dos fundadores da instituição.

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“Eu estou na Dragões desde a fundação, sou um dos fundadores. A gente jogava bola, participávamos de outras escolas com alas e etc. Em um dia, curtindo um samba na quadra que a gente jogava, pensamos no motivo pelo qual a gente não formava a nossa própria escola. Começamos a ver como montar uma escola e montamos. Dá muito orgulho ver o que virou a Dragões, o nome da escola é motivo de orgulho e virou referência no carnaval para muita gente pelo trabalho que fazemos, bem sério e tratando o samba como ele deve ser tratado”, comentou, já refletindo sobre a grandeza do evento.

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Seis anos depois, a Dragões conseguiu a própria quadra – que foi, ano após anos, ganhando corpo. Elias relembrou o trajeto dos primeiros anos da escola: “Nossos primeiros ensaios foram na quadra do Lavapés, na Baixada do Glicério. Depois, ensaiamos no viaduto Santa Ifigênia, no Centro, em frente a nossa antiga sede. Depois, fomos para a Mocidade Unida da Mooca, tivemos um período na quadra da Caprichosos de Piqueri e, em 2006, viemos para esse atual terreno com tendas, montávamos tendas e ensaiávamos embaixo delas. Hoje, você vê o progresso da Dragões, o trabalho que a gente teve para construir essa quadra – que eu posso dizer que é uma das mais bonitas do carnaval de São Paulo atualmente”, orgulhou-se.

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Ele próprio se emociona com toda a trajetória que ajudou a construir – seja como componente, seja como diretor: “A ficha às vezes não cai. Tem alguns eventos e ensaios nossos em que a gente sobe na quadra e tem a visão de todo o local. Nessas horas, a gente para pra pensar no que a gente se tornou e conseguimos fazer. Não dá para acreditar o quanto a gente lutou e trabalhou para ver esse sucesso. É um orgulho! Às vezes, as lágrimas chegam a cair dos olhos quando você vê um evento cheio. Hoje, entregar para a comunidade mais um espaço, o Memorial, contando um pouco da história da escola… é lindo. Tem um item particular meu, que está lá dentro, de casa, sendo que eu trouxe de metrô, mas isso é um grande orgulho. A maioria das quadras que estão lá dentro são minhas, é um grande orgulho ver tudo isso e ver que eu fiz parte disso. Bati um prego, coloquei um tijolo nisso tudo. Sou uma pessoa que sempre fui muito participativo: hoje eu trabalho no barracão e já madeirei carro alegórico, por exemplo. Já fiz fantasias… tudo que podia fazer em relação ao carnaval eu já fiz. É sempre bem legal entregar uma novidade para a comunidade”, contou.

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Inovação também é olhar para o passado

Acostumada a ser pioneira em diversos momentos, chegou a hora da Dragões também se orgulhar de tudo que já foi construído, explica Márcio Santana, diretor de carnaval: “É muito especial inaugurar o Memorial em se tratando de revigorar os ânimos de uma comunidade. É o resgate de uma escola que é tão jovem, mas que, muitas vezes, pela força do cotidiano e por sempre pensar para frente, a gente acaba negligenciando um pouco o que já passou. A gente está prestes a completar 25 anos, a escola precisa ter o olhar e a sensibilidade de ver de onde veio”, comentou.

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Ubaldo Vieira, diretor do Departamento Social, também comemorou a inauguração: “É muito gratificante a gente memorizar tudo que a Dragões veio fazendo nesses últimos anos. Desde os tempos da quadra de terra até hoje, é lindo ver o que a Dragões é”, enfatizou, relembrando os primeiros momentos no espaço.

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Vale destacar, também, que até mesmo ex-diretores da escola foram convidados para o evento – e foram chamados para o espaço em frente ao Memorial, que estava coberto com um pano vermelho. Dentre eles, por exemplo, estava José Jorge Teles Santos, o mestre Tornado, histórico comandante de baterias do carnaval paulistano e comandante da “Ritmo Que Incendeia” entre 2015 e 2022 – desde então, os ritmistas são comandados por mestre Klemen Gioz.

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Renato Remondini, o Tomate, presidente da agremiação, sempre gosta de exaltar todas as inovações que a Dragões da Real já proporcionou ao carnaval paulistano. E, na visão do principal mandatário da instituição, a criação do novo espaço na quadra está em tal contexto: “Esse nome foi eleito pelos próprios componentes da escola: nós sugerimos vários nomes e esse foi o mais indicado. A Dragões é uma escola pautada na inovação, na busca pelo novo, e essa sempre vai ser a nossa forma de atuar. Primeiro banheiro com acessibilidade foi nosso, em 2016. Em 2021, fizemos o primeiro espaço kids físico. Agora, veio a ideia de fazer o Memorial. Infelizmente, nós não temos muito espaço, há anos nós não tínhamos como imaginar que ela se tornaria uma quadra pequena – embora cheia de amor, de carinho e de afeto. Nada melhor que contar um pouco da história e da trajetória da escola para dar a oportunidade de quem chegar agora nos conhecer – ou quem também tem que ser eternizado e valorizado por contribuição. Criamos um pequeno espaço (que não é gigante, mas é legal) que, se Deus quiser, vai se tornar pequeno para os troféus. A ideia, lá, é não ter apenas os troféus, mas teremos uma parte tecnológica”, surpreendeu.

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Perguntado pela reportagem sobre como seria tal parte tecnológica, ele revelou muito da conexão com a comunidade e com o componente que o local terá: “Teremos, lá, muita interatividade. Se você estiver em uma feijoada, por exemplo, você pode marcar algo do dia – e você, automaticamente, vai estar em uma tela touch que você mesmo vai poder acessar. Lá também colocaremos fotos da ala X de 2010, por exemplo. Queremos que o componente participe disso e fomente o sistema. Lá também teremos uma exposição itinerante de camisas dos anos anteriores. Hoje, inauguraremos com camisas dos enredos dos primeiros anos. Depois, mudaremos e colocaremos novidades lá. Essa é a ideia: cada vez mais trazer conhecimento e respeitar a nossa comunidade”, destacou.

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No discurso de inauguração, Tomate destacou (e parabenizou) o responsável por tal tecnologia no Memorial da Caverna: trata-se de Rogério Felix, diretor de Harmonia da agremiação – chamado de “gênio” pelo presidente.

Comunidade solidária

Diversos segmentos da escola falaram da força dos componentes da instituição. Mais que cantar forte os sambas na avenida, a Dragões da Real também se notabiliza por uma série de projetos sociais, como explicou Ubaldo: “Nós temos o projeto de cadeira de rodas: a comunidade junta tampinhas de plástico e lacres de alumínio, fazemos a troca, compramos cadeiras de rodas e doamos. Hoje, já temos 250 cadeiras de rodas doadas desde o início do projeto. Com tampinhas e lacres, também doamos rações animais. Também doamos cestas básicas: em média, a cada quarenta e cinco dias, doamos trezentas cestas básicas. Também temos a Dragões do Amanhã, em que recebemos as crianças carentes de comunidades próximas da escola para trazer que elas são diferentes, nós temos alegria em recepcioná-las e dar carinho e amor, pra mostrar que amanhã ela pode ser alguém, com muita garra”, explicou.

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Do passado para o ano que vem

Não só de um olhar especial para o passado foi a noite na Vila Anastácio. Alguns importantes nomes da Dragões também falaram sobre o carnaval 2025, no qual a escola apresentará o enredo “A vida é um sonho pintado em aquarela!”, idealizado por Jorge Freitas.

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Tomate foi um deles, já trazendo informações sobre o andamento da agremiação visando 2025: “A Dragões é muito certinha. Eu trabalhei muitos anos na iniciativa privada, e a palavra ‘planejamento’ é fundamental. Hoje, estamos reproduzindo alas, estamos com o nosso abre-alas madeirado e esculturas sendo reproduzidas. Toda a equipe de Parintins também está aqui. Estamos a pleno vapor! Já estamos indo para as ferragens do segundo carro alegórico. Nossa meta é, em dezembro, estarmos com o trabalho todo concluído”, ejactou-se.

Utilizando a mesma palavra destacada pelo presidente, Márcio aproveitou para destacar o quanto a agremiação está adiantada e democratizada na eliminatória de samba-enredo. “A Dragões é muito leal ao nosso planejamento: aqui, a gente não rasga planejamento. Vou te dar um spoiler: acabei de sair do estúdio e as obras que vão competir nas nossas eliminatórias foram todas finalizadas. Abrimos um novo processo, em que os compositores tiveram a oportunidade de se valer daquilo que a escola estava oferecendo – um estúdio, ala musical, coral e todos os profissionais da escola gravando os sambas que competirão. Para a eliminatória, estamos 60% encaminhados. Agora é quadra e disputa”, prometeu.

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O diretor de carnaval, por sinal, revelou as datas relativas à escolha da canção para 2025: “A primeira eliminatória será no dia 10 de agosto. A partir dali, seguimos por três finais de semana: serão apenas três eliminatórias, curta, para otimizar a questão financeira dos compositores. Sabemos que uma disputa de samba é muito cara, acaba onerando muito. Estamos tentando trazer a essência da disputa de samba-enredo. Não queremos a parceria mais rica, a que tenha mais recursos financeiros ou o maior número de integrantes: queremos, simplesmente, o compositor com a sua essência. Caminhamos para ter um resultado muito positivo a partir dessa sistemática que a gente vai começar a colocar em prática na quadra, para a comunidade, a partir do dia dez”, finalizou.

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Axé na Zona Leste! Primeira da Cidade Líder inova e lança enredo na sede da Liga-SP

A Primeira da Cidade Líder lançou na noite da última sexta-feira o seu enredo rumo ao Carnaval 2025. O evento foi realizado na sede da Liga-SP, localizada na Fábrica do Samba. O local foi uma novidade para a escola, que teve o apoio da comunidade que foi convidada para participar. De acordo com o presidente Mário Alves, foi uma tentativa de acomodar melhor as pessoas, o que foi feito com sucesso. O CARNAVALESCO esteve presente e conversou com personalidades. Todos falaram sobre o enredo da homenagem ao Pai Tinho, onde tema tem como título “Ajó Odún, em seus 40 anos de axé Pai Tinho celebra Oxóssi”.

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Fotos: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

Em discurso, o homenageado Pai Tinho disse: “Eu quero expressar a minha profunda honra e satisfação em receber essa homenagem. Oxóssi é minha vida, eu nasci para esse orixá e tudo que sou é por conta dele. Receber da Primeira da Cidade Líder esse convite, me deixa extremamente honrado. Eu tenho certeza absoluta que as coisas acontecem sempre com Orunmilá dizendo como devem acontecem. Nessa grande confraternização da Primeira da Cidade Líder, me sinto envaidecido e a responsabilidade só aumenta”, afirmou.

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Relação de Pai Tinho e Oxóssi

Um dos carnavalescos da agremiação, Ewerton Visotto explicou a situação do enredo, que se deu por muitas conversas e aulas que o homenageado fez com a agremiação, principalmente se tratando da entidade Oxóssi. “Foi uma situação em que a escola visitou o Pai Tinho e entendeu a questão dos 40 anos dele e o trabalho que vem fazendo na sociedade. Ele contou toda a história e trouxe a situação de Oxóssi e todo o contexto. Nós conversamos muito com ele, tivemos aula para entendimento da questão da entidade, trazer até chegar em terras brasileiras, paulistanas e fechar essa situação que hoje é referência na Zona Norte e na capital paulista, que é o Pai Tinho de Odé. O enredo foi construído nessa linha, trazendo, e a gente está com muita esperança para 2025”, disse o artista.

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Cristiano Oliveira, que forma dupla com Ewerton na assinatura do enredo, entrou nos detalhes técnicos do tema. De acordo com o profissional, o homenageado Pai Tinho irá contar a história de seu orixá Oxóssi, sendo o fio condutor do desfile. “Antes de tudo, esse enredo é uma grande celebração. Dentro das festas do candomblé, o Ajodun é uma festa de celebração feita por orixás. A gente vai celebrar não só o orixá, mas a figura do Pai Tinho, que é o nosso homenageado. Então, ele é o nosso fio condutor. Ele é o nosso narrador que vai contar um pouco de como foi escolhido o filho desse orixá. E aí, a partir desse fio que ele conta, a gente parte por alguns itãs, que explicam um pouco sobre como essa devoção ao Oxóssi da África chegou no Brasil e como que aqui se juntou com outras formas de crença, que é a parte dos povos originários, e a ideia é de um grande renascimento no terreiro do Pai Tinho, nessa figura que é tão emblemática dentro da nossa sociedade pela luta da liberdade religiosa e pela liberdade de uma forma ampla de conceito. É uma grande celebração que a gente vai fazer na avenida”, contou.

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Confiança no título

Lançar o enredo na Fábrica do Samba foi uma novidade para uma agremiação. Segundo o presidente Mário Alves, foi uma ideia que já existia há algum tempo para acomodar melhor as pessoas, além de a comunidade ter abraçado a ideia. “A nossa intenção de fazer aqui na Liga, foi justamente pela estrutura que a gente podia ter, inclusive para vocês da imprensa. A gente teve essa ideia já faz uns quatro ou cinco meses de fazer o lançamento aqui, porque a gente nunca fez nesse porte. Foi maravilhoso, a comunidade abraçou a ideia e veio em peso. Então, isso daí para nós foi muito importante”, disse.

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O gestor enumerou dois pontos importantes para a escolha do enredo de 2025. O primeiro ponto é sobre a questão estética. De acordo com Mário, há a possibilidade de reaproveitar fantasias. Outro fator é a mudança de característica, pois são dois carnavais seguidos homenageando coirmãs cariocas. “A gente faz um enredo de acordo com o que a gente tem de fantasia, infelizmente no nosso Grupo de Acesso 2 é assim. A gente tinha umas fantasias nessa linhagem e pensamos nele porque é uma pessoa de expressão e é um tema que a gente quase não fala. Estamos fazendo homenagens às escolas de samba e resolvemos mudar esse ano. Vamos mudar o foco um pouco. E aí aconteceu de a gente já conhecer ele, igual o Rodrigo e o Rodolfo, que na realidade são os que tomam conta do carnaval. A nossa intenção era realmente falar de Odé, Oxóssi e, então, o Pai Tinho é a pessoa mais indicada para a gente falar sobre isso”, declarou.

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Confiante no título, o mandatário diz que apesar de todas as dificuldades, o acesso é possível e chegou a hora da escola. “A gente sempre trabalha para brigar pelo título e fazemos um trabalho sério que é para subir. Sabemos que aqui é sofrido e é um grupo muito difícil. A gente vai fazer um trabalho novamente para subir, porque a gente tem qualidade, pessoas boas e de qualidade que sabem trabalhar. A gente já chegou perto três vezes e eu acho que chegou o nosso momento. Hoje estamos bem preparados para subir e chegar, porque tem escolas aí grandes no nosso grupo que já estão há muitos na nossa frente. Só que a gente quer subir e ficar e estamos nos preparando para isso”, completou.

Grande fase na Zona Leste

Um dos gestores da escola, Rodrigo Minuetto, comemora a fase em que a escola vive. O diretor falou sobre a nova quadra e a felicidade do enredo em homenagear o Pai Tinho. Ele aproveitou para agradecer o pré-candidato a vereador e parceiro da escola, Silvão Leite, que também preside a coirmã Estrela do Terceiro Milênio. “É a primeira vez que a nossa escola faz um evento aqui na Liga. A escola está vivendo um momento maravilhoso com o lance da quadra, que está em fase de finalização da construção. A gente acredita que até o final de setembro já esteja fazendo a inauguração e o povo está feliz com essa nova fase. Hoje foi o pontapé inicial do lançamento do nosso enredo, tivemos a honra e o prazer de ter o Pai Tinho como homenageado, a gente vai homenagear os 40 anos de feitura de cabeça dele, o orixá dele que de cabeça é o Odé, o Oxóssi e esse é o nosso enredo. A nossa grande homenagem ao orixá dele e de muitos filhos que vão estar junto com a gente no carnaval. Está tudo espetacular, está todo mundo muito feliz, tivemos a honra também de ter aqui o nosso amigo Silvão Leite, presidente da Estrela do Terceiro Milênio. Ele está dando uma força para a nossa e a gente agradece muito, não só o Silvão, mas toda a família Leite”, celebrou.

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Minueto revelou que pretende lançar o samba-enredo para 2025 junto com a inauguração da nova quadra. O gestor também festejou o adiantamento no projeto de carnaval que a entidade irá colocar na pista. “O próximo passo é compor o samba. Na nossa inauguração da quadra a gente vai fazer o evento e já vamos lançar o nosso samba-enredo. Essa é a ideia. O projeto da escola já iniciou, o barracão já iniciou a alegoria e a fantasia também. Já faz mais ou menos um mês e meio que começou essa reprodução. A escola está muito bem alinhada. A gente está se preparando para se Deus ganhar o carnaval. A gente vai ser campeão, se Deus quiser, com muita humildade, muito trabalho, sem desmerecer ninguém, mas hoje a gente se prepara e vai se preparar para conseguir alcançar esse objetivo”, afirmou.

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Não é novidade que os irmãos Minuettos, renomados compositores, estão nas diretrizes da escola. Mesmo não tendo o cargo de maior importância, são os gêmeos que tocam o carnaval da agremiação da Zona Leste. Segundo Rodrigo, ambos estão criando experiência com o passar do tempo. “Vai ser o nosso oitavo ano de administração e para nós é tudo muito novo. Eu e o Rodolfo, somos compositores de samba-enredo. A gente sempre compôs samba e aí você vira administrador de escola de samba… É um negócio complicado. Ano a ano você vai pegando a experiência. A gente bateu na trave em 2023. Neste ano e em 2022 também. Eu acredito que agora estamos preparados. Creio que próximo do carnaval, com a estrutura que a gente vai ter da quadra, será melhor. Você imagina, uma escola que sai no meio da rua, não tem um banheiro para a pessoa que vem visitar usar. É muito difícil você montar uma escola de samba que vai para a avenida. Hoje, a gente passa a ter uma estrutura, o povo está muito empolgado. Por isso, acredito que a gente está no caminho para conseguir alcançar o campeonato”, finalizou.

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Em parceria com marca de material esportivo, Mocidade vai recriar camisa do Independente Futebol Clube

A Mocidade Independente de Padre Miguel, reafirmando seu pioneirismo, celebrou nesta sexta-feira uma parceria histórica para o carnaval com a marca italiana de material esportivo Kappa. A colaboração resultará no desenvolvimento de uma série de produtos exclusivos em conjunto com a escola. O primeiro lançamento será uma releitura da camisa do Independente Futebol Clube, o time que deu origem à agremiação.

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Foto: Divulgação/Mocidade

“A Mocidade tem em seu DNA o pioneirismo e o futebol. Essa parceria com a Kappa é um marco não só para o carnaval, mas também para o futebol e o mercado da moda. É um grande orgulho termos essa gigante do mercado ao nosso lado, criando produtos que valorizam as raízes da Escola e destacam a importância da nossa cultura”, destacou o diretor de Marketing da escola, Bryan Clem.

Quem também reforçou a importância dessa colaboração foi o diretor da Kappa Brasil, Caio Campos: “A Kappa tem como seu lema global a frase ‘people on the move’ (pessoas em movimento). Nada representa mais essa frase do que o samba! É indescritível o orgulho que temos em poder vestir mais uma das paixões dos brasileiros: juntar a cultura do Brasil com o design italiano. Temos muito orgulho de vestir a Mocidade Independente de Padre Miguel, maior escola de samba do Brasil. Que essa parceria seja duradoura e cheia de ginga”.

O projeto inicial contará com uma tiragem limitada de 500 camisas, que serão vendidas exclusivamente na boutique online da escola. A expectativa é de que a pré-venda aconteça em agosto.

Audição para a comissão de frente da Tom Maior

A Tom Maior divulgou a data da audição para a sua comissão de frente de 2025. Esta é a oportunidade para quem sempre quis fazer parte de uma comissão de frente. A comissão da escola é comandada pela nova coreógrafa Yaskara Manzini.

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Foto: Felipe Araújo/Divulgação Liga-SP

Em 2025, a Tom Maior será a 5º escola a desfilar no domingo pelo grupo de acesso 1 com o enredo “Uma nova Angola se abre para o mundo! Em nome da paz, Martinho da Vila canta a liberdade!”

Informações:
Local: Quadra de Ensaios (Rua Luigi Greco, 196 – Barra Funda)
Data: 04/08/2024
Horário: 10h