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Espiritualidade e orgulho marcam gravação do samba da Vila Isabel sobre Heitor dos Prazeres

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Com diversos componentes da Vila Isabel, no Estúdio Century, na Barra Olímpica, o clima da gravação da faixa oficial do samba-enredo para o Carnaval 2026 foi de muita alegria. Alguns dos envolvidos conversaram com o CARNAVALESCO sobre a participação nesse momento em que o samba foi eternizado. A escola do bairro de Noel levará para a avenida o enredo “Macumbembê Samborembá – Sonhei que um sambista sonhou a África”, dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora e do enredista Vinícius Natal, em homenagem a Heitor dos Prazeres.

Os ritmistas Thalita Santos e Antônio Antunes, de 39 e 27 anos, respectivamente, são diretores de tamborim da bateria da escola e se disseram muito felizes em participar da gravação comandada por mestre Macaco Branco. Thalita destacou que já chegou preparada para eternizar a faixa, que considera desde já um dos maiores sambas da história da agremiação, ressaltando também o caráter espiritual da obra em sua visão. Já Antônio falou sobre a emoção de gravar mais um ano com a Azul e Branco e lembrou que, desde a época da disputa, já sentia que esse seria o samba ideal para representar a Vila na Sapucaí.

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Fotos: Matheus Morais/CARNAVALESCO

“É muito incrível, porque é exatamente isso que eu pensei: que nós vamos gravar e eternizar o áudio de um samba que vai entrar para a história dos maiores sambas de todos os tempos. Então, pensamos no arranjo já com a ideia de que é algo que vai ficar. E, acima de tudo, é uma honra para a gente, como sambista, ter a oportunidade de tocar e construir o arranjo de um samba tão lindo. Tem um pouquinho da gente nele. Também lembro de uma entrevista do André falando que parece que o Heitor fez o samba junto, e acho que a gente sente essa energia. Fazer parte disso, depois de tantos momentos que a Vila viveu nos últimos anos, é indescritível. Estamos vivendo um processo, talvez depois do carnaval eu consiga expressar melhor. É algo espiritual, que acalenta o coração, deixa o coração quentinho e dá vontade de cantar, cantar, cantar e cantar até perder a voz”, disse Thalita.

“Meu terceiro ano gravando com a Vila. Acho que a escola estava precisando desse samba para se reerguer, porque a Vila tem muita cultura e tradição negra, e isso precisava voltar a estar presente. Estou muito feliz. Vai vir um desenho cheio de informação, cheio de ritmo africano, e vai ser emocionante desfilar esse samba na avenida em 2026. Esse samba é muito emocionante. Desde o primeiro momento em que ouvi aquele coro na gravação da disputa, senti que era esse o samba que a Vila precisava. Agora é trabalhar o samba e correr para o abraço”, contou Antônio.

Integrante do carro de som da escola e participante mais uma vez do coro da gravação, a cantora Clara Vidal ressaltou o quanto é especial para ela estar junto da agremiação e participar do processo de eternização da faixa. Na visão da jovem de 21 anos, o momento representa mais um passo importante na busca pelo título. A artista destacou que acompanhar o desenvolvimento do samba que a Vila levará para a Sapucaí em 2026 tornou a gravação ainda mais marcante.

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“Principalmente para quem cresceu em Vila Isabel e tem a família ali dentro, é grandioso poder estar nesse momento tão esperado, com um samba maravilhoso e um clima perfeito dentro da escola. É uma honra contribuir com a minha música, com o meu violão e com o meu cavaquinho. Participei da gravação da disputa, então conheci esse samba lá atrás, e já víamos o potencial que ele tinha. Quando foi para a quadra, vimos aquele crescimento, tomando proporções gigantes, até chegar ao evento em que a Pedra do Sal inteira cantou. Foi maravilhoso ver essa evolução. Agora, dentro da escola, o samba tem um potencial ainda maior”, declarou Clara.

Kayo Calado, músico integrante do carro de som da Vila e responsável pelo violão, também esteve presente na gravação. Ele declarou estar muito feliz em participar mais uma vez e destacou como o samba da Vila soa para ele como algo acolhedor e familiar.

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“Estou muito feliz, principalmente gravando um samba tão lindo. Espero que dessa gravação saia um resultado excelente, porque o pessoal aqui é realmente muito profissional, uma galera muito boa. Temos o Tinga, que hoje, na minha opinião, é uma das grandes vozes do carnaval. Espero que na avenida o resultado seja tão bom quanto está sendo aqui. É um samba que parece um samba de família, um samba que te acolhe, aquele que a gente ouve e não quer parar mais de escutar. É um samba Vila Isabel, samba de bairro, samba nosso, com a cara da nossa Vila, tão acolhedora, que abraça geral”, afirmou Kayo.

Joelma Veiga, de 41 anos, cria da escola e integrante da comissão de harmonia, também participou da gravação e destacou como o samba de 2026 uniu a comunidade. Ela falou sobre a emoção de estar presente nesse processo e o sentimento coletivo que o samba despertou.

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“É um momento que eu sempre presenciei, mas que este ano está sendo diferente, porque a galera está abraçando esse samba. Acompanhar o passo a passo, o nascimento e a evolução dele, e agora saber como ele vai para a avenida, é muito importante para mim, principalmente como harmonia. O verso ‘Ora ieiê, mamãe Oxum’ toma meu coração. Estamos vivendo um momento em que todos estão unidos, e acho que estávamos precisando disso. A Vila Isabel precisava de algo que nos unisse de verdade, que unisse todos os segmentos. Está perfeito. Espero que venha o campeonato. Acho que estamos sedentos por isso, há alguns anos esperando esse momento”, concluiu Joelma.

Veja o clipe do samba da Viradouro para o Carnaval 2026

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Evelyn Bastos: ‘Se a festa é do povo, a rainha também tem que ser do povo’

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Aos 32 anos, Evelyn Bastos é um dos maiores símbolos do varnaval carioca. Rainha de bateria da Estação Primeira de Mangueira desde os 19 anos, ela se tornou referência de representatividade e resistência feminina dentro da festa. Ícone Verde e Rosa, Evelyn fala com orgulho sobre sua trajetória, mas também levanta debates importantes: o espaço da mulher de comunidade e o impacto da presença de celebridades no posto mais desejado do samba.

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Foto: Luan Costa/CARNAVALESCO

Legado e continuidade

Em entrevista ao CARNAVALESCO, a sambista falou sobre sua trajetória, a responsabilidade de ocupar um lugar de destaque e a importância de manter a coroa dentro da comunidade.

“Comecei muito nova, com 19 anos, e tudo aconteceu muito rápido. Mesmo assim, tive o reconhecimento da minha escola, que é o mais importante. Aproveitei essa fase dos vinte e poucos, mas sempre enxerguei a mulher de 30, 40 anos como alguém em posição de muito poder. Fui criada por mulheres fortes da minha família e sempre tive essa referência”, contou.

Além do carnaval, Evelyn também atua na presidência da Mangueira do Amanhã, na diretoria cultural da Liesa e é Reitora da Universidade Livre do Carnaval de Maricá. Mesmo com funções administrativas, ela ressalta que sua essência vem da arte. “Tudo o que conquistei até hoje vem desse lugar. É uma arte que muitas vezes a sociedade considera controversa, mas é a forma que temos de mostrar a potência do corpo e transformar isso em expressão. A rainha de bateria é minha parte mais divertida, é onde me conecto com minha essência”, destacou.

Embora não pense em deixar o cargo a curto prazo, Evelyn já olha para o futuro. “Tenho 32 anos, ainda tenho joelho pra gastar junto da bateria que amo (risos). Mas também tenho meu projeto, o ‘Semente de Rainhas’, que atende meninas de 4 a 21 anos. No dia em que eu passar a coroa, quero que seja para uma mulher do Morro da Mangueira, que tenha vivido os projetos sociais, que seja nascida e criada no verde e rosa. Esse é o meu sonho”, pontuou.

Polêmica: celebridades x comunidade

Nas últimas semanas, Evelyn foi assunto ao criticar a substituição de mulheres de comunidade por celebridades em postos de rainha de bateria. O posicionamento repercutiu intensamente.

“O carnaval está cada vez mais midiático. E, com isso, cresce a probabilidade de celebridades ocuparem esses lugares de destaque. Só que precisamos lembrar: a coroa pertence a uma mulher do samba, uma mulher legítima da comunidade. O carnaval só é o maior espetáculo da Terra porque é feito pelo povo. Se a festa é do povo, a rainha também tem que ser do povo”, afirmou.

Para a sambista, não se trata de excluir, mas de ter clareza sobre os papéis. “O carnaval é para todos, todas são bem-vindas. Mas precisamos entender que a imagem de uma celebridade se beneficia muito mais da escola de samba do que o contrário. Enquanto tivermos consciência disso, as rainhas oriundas das comunidades vão continuar existindo. A coroa não pode virar um produto. Ela é símbolo de resistência, protagonismo negro e feminino”, destacou.

Evelyn ressalta ainda o significado do posto. “A rainha de bateria é uma tecnologia negra. É sobre resistência, sobre coletividade. Quando a gente perde essa consciência, corre o risco de apagar a raiz do carnaval. Não é só dança, é política, é luta. Por isso eu preservo tanto esse papel. Enquanto tiver povo no carnaval, vai ter rainha de bateria de comunidade”, concluiu.

Fantasia para 2026

Assim como em outros anos, a fantasia de Evelyn já desperta curiosidade. E a rainha garante que a expectativa é grande: “Já está pronta, desenhada e no barracão. Pedi apenas pro Sidnei esperar a final de samba porque fico muito ansiosa nesse período. Essa semana estarei fora do Brasil, em compromisso com a Liesa, mas assim que voltar vou ao ateliê vou ver tudo. Estou curiosa, porque é um tema que gosto muito. Ainda não sei como ele desenhou, mas sei que vem coisa grande aí”, revelou.

Coreógrafa Juliana Frathane estreia na Unidos da Ponte e promete comissão de frente com ‘força e garra’

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A coreógrafa da comissão de frente da Unidos da Ponte, Juliana Frathane, conversou com o CARNAVALESCO sobre sua chegada à escola, após passar pela Inocentes de Belford Roxo e contou os planos para o próximo desfile.

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Foto: Carolina Freitas/CARNAVALESCO

“Fui convidada pelo presidente Gustavo Barros, que já conhecia meu trabalho. Fiquei muito feliz e honrada”, disse.

Ela também comentou sobre a saída da Inocentes de Belford Roxo, escola onde iniciou a carreira: “Eu comecei lá como bailarina, me tornei coreógrafa e fiquei cinco anos. Realmente foi difícil, mexeu com o meu coração, mas pedi uma resposta para Deus, e ele me deu o caminho, uma direção para seguir, e me encontrei na Ponte”.

Expectativas para a comissão de frente

Sobre o que o público pode esperar da apresentação em 2026, Juliana foi direta: “Ainda não posso dar detalhes, mas viremos com força e garra, sempre”.

Parceria com o carnavalesco

A coreógrafa destacou a relação como carnavalesco Nicolas Gonçalves, responsável pelo enredo do carnaval da Ponte: “Nosso primeiro contato já foi incrível. Estou sempre conversando com ele, porque acho mega importante essa parceria com o carnavalesco. É um trabalho em conjunto, já que ninguém pensa sozinho. E o Nicolas é maravilhoso, pois, além de talentoso, é uma pessoa incrível”.

Grupo em formação

Juliana revelou que a montagem da comissão de frente ainda está em andamento: “Ainda estou estudando isso com o Nicolas, não tem nada certo ainda. Por enquanto, não batemos o martelo. Mas já estamos tendo essa conversa, fazendo esse estudo e o planejamento, etapa que é importante também”.

Com uma comissão que promete energia e união, Juliana Frathane inicia uma nova fase na Unidos da Ponte, pronta para dar vida a um enredo que promete agitar a Marquês de Sapucaí em 2026 ao som do tamborzão.

Império Serrano dá pontapé inicial aos ensaios de comunidade nesta terça

O Império Serrano inicia nesta terça-feira a temporada de ensaios rumo ao Carnaval 2026. Preparando-se para desfilar pela Série Ouro com o enredo “Ponciá Evaristo Flor do Mulungu”, a escola realizará seu primeiro ensaio de canto em frente à quadra, na Av. Ministro Edgard Romero – 114, em Madureira, a partir das 20h.

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Segundo o diretor de carnaval Jeferson Carlos, este é um momento importante para consolidar a força do samba e preparar o chão imperiano para mais uma grande apresentação na Marquês de Sapucaí.

“Os componentes abraçaram o samba com muito amor e entenderam a grandeza desse enredo que homenageia Conceição Evaristo. Agora é hora de afinar o canto, buscar a unidade e, na sequência, iniciar os ensaios de evolução. O Império vem forte e unido para lutar pelo retorno ao Grupo Especial”, destacou o diretor.

No Carnaval 2026, o Império Serrano será a quarta escola a desfilar no dia 14 de fevereiro, sábado, na Marquês de Sapucaí, em busca do título da Série Ouro e o retorno ao Grupo Especial.

Xande de Pilares se apresenta no Polo Educacional Sesc na quarta

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O Centro Cultural do Polo Educacional Sesc recebe no próximo dia 29 de outubro, às 15h, o cantor e compositor Xande de Pilares para mais uma edição do projeto Conversa & Canção, que traz ao público encontros com grandes nomes da música brasileira. O evento tem entrada gratuita e será mediado pelo produtor musical e apresentador Maurício Pacheco.

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Foto: Divulgação

Xande de Pilares conquistou o público como vocalista do grupo Revelação, um dos maiores fenômenos do samba das últimas décadas. Em carreira solo, consolidou-se como uma das vozes marcantes da música brasileira, colecionando sucessos como “Tá Escrito”, “Deixa Acontecer” e “Gratidão”.

No Conversa & Canção, o artista compartilha histórias, inspirações e curiosidades de sua trajetória, intercaladas com momentos musicais que revelam sua conexão com as raízes do samba e com a canção popular brasileira. O encontro propõe uma imersão no universo criativo do cantor, aproximando o público de sua obra e de sua trajetória artística.

Além do artista para encerrar o mês, haverá a apresentação única do espetáculo teatral Amor de baile, com WDO Produções no dia 30 de outubro às 20h.

Confira a programação completa:
• 29/10, 15h – Xande de Pilares – Conversa & Canção, apresentado por Maurício Pacheco – Música
• 30/10, 20h – Amor de baile, com WDO Produções – Teatro

Serviço
Local: Polo Educacional Sesc – Av. Ayrton Senna, 5.677, Barra Olímpica, Rio de Janeiro
Entrada gratuita | Ingressos distribuídos 1h antes do início de cada atividade
Estacionamento gratuito sujeito à lotação
Informações: [email protected] | (21) 3214-7404
Programação completa: poloeducacionalsesc.com.br

Com a homenagem a Rita Lee, Wallace Capoeira já projeta um grande carnaval para a Mocidade no próximo ano

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Wallace Capoeira assumiu a direção de carnaval da Mocidade Independente de Padre Miguel ao lado de Marcelo Plácido para o próximo carnaval, quando a Estrela Guia da Zona Oeste levará à Passarela do Samba a vida e a obra da cantora Rita Lee, com o enredo “Rita Lee – A Padroeira da Liberdade”, do carnavalesco Renato Lage. Ao CARNAVALESCO, o diretor de carnaval comentou sobre o trabalho em dupla com Marcelo, a preparação para a final de samba, os ensaios de rua e como tem sido a convivência com Igor Vianna, Renato Lage e os demais segmentos da escola.

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Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

Agradecido e maravilhado com o trabalho na Estrela Guia, Capoeira explicou a divisão de funções entre ele e Marcelo Plácido na direção de carnaval da Mocidade: enquanto Marcelo se concentra mais nas questões do barracão, Wallace foca na relação com a quadra, a harmonia e a evolução. Ele também destacou o papel fundamental de Sandro Menezes, diretor-geral de harmonia, como parte essencial da equação para o carnaval da escola.

“É um triângulo de irmãos, de parceiros, cada um fazendo a sua função. Porém, nós dois, eu e Marcelo, caminhamos sempre juntos, um ajudando o outro no que for possível. É uma parceria que tem tudo para dar certo. Somos irmãos e, acima de tudo, pensamos muito positivamente pela Mocidade Independente de Padre Miguel”, pontuou.

A relação com o carnavalesco Renato Lage também foi abordada. Wallace destacou a experiência única de trabalhar ao lado do “Mago” nesta preparação para 2026, ressaltando o cuidado dele com a direção de carnaval e com o barracão, além de sua importância para a história da escola e do próprio carnaval.

“O Renato nos dá todo o amparo. Ele não deixa faltar uma informação sequer. Qualquer dúvida que a gente queira tirar, ele está pronto para responder”, afirmou Capoeira.

Segundo Wallace, as alas seguirão o padrão do último carnaval, sendo 100% formadas por componentes da comunidade, dentro do projeto já estabelecido para o desfile de 2026. Ele explicou que qualquer eventual mudança parte da direção da escola.

“Qualquer mudança ou alteração é responsabilidade da direção, da presidência ou do jurídico da escola. A nós cabe tocar o projeto, e é isso que estamos fazendo, certos de que todo independente vai estar no próximo carnaval. Mas lembrando sempre: a minha função é uma, a da presidência é outra. São eles que nos dão o respaldo e dizem o que é necessário. No momento, estamos 100% comunidade”, frisou.

Os ensaios de rua, garantiu Capoeira, devem começar em novembro, conforme o cronograma previsto, após os ensaios de quadra na Vintém. Ele destacou a potência de Igor Vianna, que assumiu o microfone principal da escola da Zona Oeste para 2026, e elogiou o carro de som da Mocidade, projetando confiança para o desfile em homenagem a Rita Lee.

“O Igor é prata da casa, filho de Ney Vianna. Além dele, o trabalho com o Dudu também é excelente. Acho que a Mocidade tem um carro de som muito potente, muito forte, muito ciente da responsabilidade de cada um. É um privilégio. Sobre o samba, espero amor, carinho, empoderamento, liberdade, intensidade, vibração, harmonia, alegria e, acima de tudo, o ser da Mocidade Independente de Padre Miguel”, finalizou.

Mangueira 2026: aprenda o samba com o intérprete Dowglas Diniz

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Agnaldo Amaral celebra chegar à quarta das cinco matriarcas do samba paulistano: ‘Satisfação imensa’

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Um dos intérpretes mais conhecidos da história do carnaval paulistano é Agnaldo Amaral. Com carreira mais do que consolidada na maior cidade da América do Sul, o cantor assumirá mais um desafio em 2026: após sair da Nenê de Vila Matilde, ele assinou com a Unidos do Peruche. Com a chegada à verde, amarelo e azul da cor do anil, o profissional tornou-se o primeiro a ocupar o principal microfone de quatro das cinco matriarcas do samba paulistano. O CARNAVALESCO conversou com o intérprete no lançamento do enredo da Unidos do Peruche para 2026 e perguntou para ele a satisfação em, praticamente, completar o ciclo das matriarcas do samba paulistano.

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Foto: Will Ferreira/CARNAVALESCO

História do histórico

Cria do Barroca Zona Sul, Agnaldo Amaral estreou no microfone principal da Faculdade do Samba em 1988. Em 1990, chegou à primeira matriarca da carreira: o Camisa Verde e Branca. Em 1994, após passagem pelo Pérola Negra, chegou à segunda: o Vai-Vai. Após mais de um período no Trevo e na Saracura, em 2014 chegou à terceira matriarca da lista: a Nenê de Vila Matilde. E, a partir de 2026, estará na Unidos do Peruche – quarta matriarca na carreira do cantor, que apenas não esteve à frente da Lavapés, atualmente no Grupo Especial de Bairros da UESP. Além das agremiações citadas, ele também teve passagens por Unidos de Vila Maria e Estação Primeira de Mangueira.

O próprio intérprete destrincha a carreira: “Para mim é uma satisfação imensa chegar na Unidos do Peruche. A gente está aí há quase 40 anos na pista quase de repente, eu comecei como se fosse alguma brincadeira que eu não tinha intenção de nada – aliás, nem cantava samba-enredo, fazia mais programas de teatro de revista, trabalhei com Oswaldo Sargentelli e etc. Aí, tão de repente, para mim, apesar de tudo, foi algo suave vir para o samba. Vieram Barroca Zona Sul, Camisa Verde e Branco, Vai-Vai, Nenê de Vila Matilde, fiz um breve passeio até a Estação Primeira de Mangueira, o que foi uma satisfação imensa. E hoje é aqui, fechando o ciclo maravilhoso com a Unidos do Peruche”, resumiu.

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Ao ser perguntado sobre a satisfação em chegar na última matriarca que disputa grupos da Liga-SP em que ainda não havia cantado, Agnaldo Amaral mostrou humildade: “Para mim, para a minha carreira, para o meu orgulho e para o agradecimento a Deus, posso estar participando dessas escolas maravilhosas, que tem um fundamento enorme no carnaval – que antes da gente chegar já estavam aí. A Peruche não é a cereja do bolo: cereja do bolo é o pavilhão. A gente chega chegando, canta com amor, com emoção, com carinho – assim como foi em todas as escolas. Não poderia deixar de ser diferente aqui na Peruche. Para mim, é essa satisfação imensa”, comemorou.

Olho em 2026

O próprio intérprete destacou que, agora, toda a atenção da agremiação está voltada para a escolha do samba-enredo: “Que papai do céu nos abençoe, que venham bons sambas. Isso é quase 90% de um desfile, para quem não sabe, A gente vai ser muito minucioso na escolha. Quero participar também, como sempre participei em outras escolas. Não quero saber quem é compositor: o interesse é a obra”, comentou.

Agnaldo Amaral também destacou o evento no qual ele foi entrevistado pela reportagem, elogiando a batucada da agremiação: “O lançamento do enredo foi ótimo, foi maravilhoso. Hoje é que eu senti o chão, senti essa pulsação, essa bateria Rolo Compressor maravilhosa, a batida do mestre Azeitona já dá para ver que é fantástica. Só desejo tudo de bom, tudo de melhor para nós, e que a Peruche realmente volte para o lugar que ela merece estar, que é no Grupo Especial”, comentou.

Longo prazo

Em outro momento da entrevista, Agnaldo Amaral deu a entender que pretende ficar bons anos na Filial do Samba: “Vamos galgar esse ano, o ano que vem, o outro ano, o terceiro – e, se Deus quiser, estaremos no Grupo Especial. Tenho certeza disso. Só depende de nós, tudo é um trabalho. Não tem aquela que já ganhou por conta do nome: o único nome que ganha sempre, para mim, é Jesus. Esse é o nome, o resto é sobrenome. Vamos lá, vamos trabalhar e fazer o melhor para nós. Na dúvida, podem encostar, porque vai ser choque neles!”, brincou, parafraseando e falando os gritos de guerra tradicionais do intérprete.

Exemplo para as matriarcas

O intérprete pontuou que as movimentações no vai-e-vem do samba feitos pela Filial do Samba para 2026 podem ser utilizadas como inspiração para as demais tradicionais do carnaval paulistano: “Estão deixando as grandes escolas de lado. Está faltando uma reciclagem, está faltando uma inovação. E a Peruche, com certeza, trazendo Chico Espinosa, Agnaldo Amaral e mais esse elenco todo aí, acredito que vai ser um trabalho maravilhoso e excepcional conduzido pelo presidente Zoio. Já está sendo, já estou me sentindo em casa”, finalizou.

‘Muda essa história, Tijuca!’ Gravação do samba para o Carnaval 2026 emociona ritmistas e integrantes da ala musical

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A gravação da faixa da Unidos da Tijuca para o álbum dos sambas-enredo de 2026 ocorreu em 23 de setembro, no Estúdio Century, na Barra Olímpica. Reunindo ritmistas, componentes do carro de som e do coro, o encontro marcou mais um passo rumo ao carnaval, eternizando o hino que a escola do Borel levará para a avenida com o enredo “Carolina Maria de Jesus”, desenvolvido pelo carnavalesco Edson Pereira, em homenagem à escritora mineira.

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Nildo Barbosa, de 50 anos, tijucano de coração e responsável pelo violão de sete cordas do Pavão, comentou sobre como é, para ele, inacreditável, além de uma honra, participar da gravação do samba da escola. Ele agradeceu o convite feito pelo diretor musical Ivinho e exaltou o amor com que a faixa foi produzida.

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Nildo Barbosa

“A parte do ‘muda essa história, Tijuca’, que eu acho que não preciso nem falar mais nada, e o enredo já diz por si: Carolina Maria de Jesus. Estar na escola que você gosta, defendendo o pavilhão, fazendo o que ama, que é a música, e com amigos… Graças a Deus estamos com uma família maravilhosa, que um gosta do outro, briga um pelo outro. Já gravei no ano passado também, sendo essa a segunda gravação, agora junto com o Ivinho na direção musical. E o melhor de tudo é que a gente está fazendo com amor. Tudo na vida, qualquer profissão, qualquer coisa, a primeira coisa que a gente tem que fazer é colocar amor. Quando a gente faz com amor, tudo sai legal, sai grandioso. Perfeito é uma palavra muito difícil, porque às vezes, para um, está bom; para outro, não. Mas, fazendo tudo com amor, fica grandioso”.

Lissandra Oliveira, conhecida por sua presença em diversos coros de diferentes escolas de samba, integrará neste ano o carro de som da Unidos da Tijuca. Ela se emocionou com o samba que a escola levará para a Sapucaí e contou que participar da gravação foi muito especial por conta da homenagem a Carolina Maria de Jesus.

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Lissandra Oliveira

“Para mim, cada ano é diferente. Eu já gravo há muito tempo, porém, cada ano dá um frio na espinha, é diferente. E este ano, pra mim, é especial, porque eu vou cantar na Unidos da Tijuca e vou falar de uma mulher tão especial, tão forte como Carolina Maria de Jesus. Estar aqui hoje é mais do que especial por essa causa. Sair na Tijuca e falar de uma mulher tão forte, tão poderosa como ela, com um samba que toca no fundo, que fala da vida dela… você vai refletindo o que ela passou, a fome, as dificuldades, para chegar onde chegou e nos representar com uma força imensa. Esse samba, pra mim, como mulher, é muito forte, é um sonho. É muito bonito e diz muita coisa, fala da verdade dela”.

Os ritmistas Yuri Martins, de 32 anos, e Diogo Oliveira (Coringa), de 41, também participaram da gravação. Yuri descreveu a obra como emocionante para ele e para todos os “crias” do Borel, nascidos em comunidades, e afirmou que estar no estúdio foi um momento marcante. Já Diogo destacou a importância de eternizar o samba e a esperança de que a obra ajude a Tijuca a voltar aos lugares mais altos do carnaval carioca, retornando ao sábado das campeãs.

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Yuri Martins

“É emocionante participar aqui, porque eu já estou na escola há mais de 20 anos e vou para o meu sexto ano como diretor de bateria. A gente quer ver a Tijuca forte com esse enredo e com um samba tão bonito, tão marcante. Para nós, que somos tijucanos e ritmistas, é muito emocionante. Esse samba mexe com um sentimento em nós, que somos favelados e criados dentro de comunidade, especialmente pela letra, que fala um pouco disso também. Mexe muito com quem mora no Borel, com quem é cria de verdade”, contou Yuri.

“É uma sensação única estar eternizando o samba da Tijuca para 2026. Daqui a 10, 20, 30 anos, vamos tocar esse samba e lembrar que fizemos parte da gravação, estamos entrando para a história da escola. É um samba muito potente e forte, sobre uma mulher que foi muito importante para a construção do nosso país, que é tão preconceituoso. Uma mulher que lutou bastante para conseguir vencer na vida e ela venceu. Gosto muito do refrão do meio, ‘Os olhos da fome eram os meus’, e do refrão da cabeça também, ‘Muda essa história, Tijuca’. A Tijuca vem, há alguns anos, ficando na parte de baixo da apuração, e está na hora de mudar, de voltar ao topo, de ganhar um carnaval. Chegou a hora de voltar entre as campeãs e ser protagonista do Carnaval”, declarou Diogo.

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Diogo Oliveira (Coringa)