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De volta ao Sambódromo, Tradição cumpre promessa dada para ex-presidente

A década de 1980 foi marcante para a história do carnaval do Rio de Janeiro. Um dos momentos mais especiais de tal decênio veio em 1984 – e isso nada tem a ver com a inauguração do Sambódromo, na então rua Marquês de Sapucaí. Em tal temporada, dissidentes da Águia de Madureira fundaram uma nova escala, batizada de Portela Tradição em homenagem à azul e branco – pouco depois renomeada para Amor e Tradição, para evitar questões judiciais; e, enfim, tendo apenas a última nomenclatura como a oficial. Logo em 1988, ela já estava no Grupo Especial – em uma ascensão meteórica, subindo de divisão em todos os desfiles desde então. Desde 2015, entretanto, a escola não conseguia retornar à Série Ouro – último pelotão com desfiles no principal palco do carnaval da Cidade Maravilhosa. Em 2025, tal tabu foi quebrado. No dia dos minidesfiles das escolas de samba da Série Ouro, realizado na Cidade do Samba, o CARNAVALESCO conversou com personagens importantes da agremiação de Campinho.

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Foto: Magaiver Fernandes/CARNAVALESCO

Reconhecimento e legado

O nome do enredo da escola para o próximo carnaval já diz muito: com “Reza”, a agremiação abrirá o sábado de carnaval – 01 de março. E uma das histórias mais emocionantes que envolvem a Tradição se deu em 2022: fundador da escola e presidente da instituição até 2015, Nésio Nascimento faleceu. Quem assumiu a presidência da escola, já em 2015, foi Raphaela, filha do baluarte – e, por consequência, neta Natalino José do Nascimento, popularmente conhecido como Natal da Portela.

Antes do ocorrido, a atual presidente fez uma promessa ao pai: a Tradição voltaria a desfilar na Marquês de Sapucaí. E, ao ser perguntada sobre a emoção de ver a agremiação retornando ao Sambódromo, ela fez questão de relembrar Nésio: “É muito emocionante ver a Tradição voltando à Sapucaí sob a minha presidência. Eu costumo dizer que eu estou vivendo um sonho! Eu sou presidente há dez anos e há dez anos eu sonho com isso. E, agora, estamos concretizando isso com o minidefsfile, também iremos concretizar com o ensaio técnico; e, a cereja do bolo, vai ser o desfile oficial. Tudo isso é um legado do meu pai. Eu estou seguindo isso, dando continuidade para isso, sempre com a comunidade confiando e acreditando em mim. Para mim, é uma emoção muito grande”, comentou.

Ao ser perguntada sobre o que diria para Nésio, Raphaela foi além: “Eu falaria para o meu pai que eu já consegui um degrau do que eu prometi para ele. Agora, falta outro”, ousou.

Para 2025

Outros personagens importantes para o retorno da Tradição ao Sambódromo também falaram sobre o sentimento de estar na escola em tal momento. mestre Thiago Praxedes, comandante da “Explosão de Elite”, bateria da escola, utilizou um conceito muito conhecido do universo literário: “Primeiro que retornar para a Tradição em um momento como esse não é um sonho: é uma utopia estar aqui nesse momento. A gente está ensaiando e nos dedicando bastante. A escola tem uma potência muito grande, uma comunidade muito grande. A Tradição vai vir mostrando a verdadeira força da escola, você vai ver”, destacou.

Tradição: galeria de fotos do minidesfile na Cidade do Samba

Estreando na agremiação, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da instituição também falou a respeito, começando com Verônica Lima: “É uma sensação muito emocionante! Hoje, estar aqui nesse minidesfile, com aquele gostinho todo especial de desfile já, é demais. E está sendo assim durante todo o ciclo carnavalesco. A escola está maravilhosa hoje, está linda, está com garra. Dá para todos verem como é que a Tradição está feliz e realizada por estar voltando à Série Ouro novamente”, afirmou a antiga comandante do pavilhão da Unidos de Bangu.

Já Jorge Vinícius, que estava na mesma instituição que a parceira, aproveitou para falar sobre desde quando ambos estão ensaiando: “A escola está fazendo um excelente trabalho. A gente já está ensaiando focado, como casal de mestre-sala e porta-bandeira, desde abril. É um trabalho muito concentrado. A escola vai passar firme, passar forte. Vamos embora e vamos com tudo!”, empolgou-se.

Questões pontuais

Desde 2023, Thiago Praxedes era mestre de bateria da Só Quem É, da Imperador do Ipiranga – tradicional escola de samba de São Paulo, atualmente no Grupo de Acesso II, terceiro grupo do carnaval paulistano. Ele não deixou de comentar a diferença entre uma cidade e outra: “Ser mestre de uma escola de samba carioca é diferente, dá um orgulho especial. É diferente para a gente por não ser desse território. Eu convivo aqui no carnaval do Rio há vinte e quatro anos. Desfilei na própria Tradição ano passado a convite do mestre Átila, tive muitos anos no Império Serrano, na Portela, com Marçalzinho e com Nilo, Mangueira, Vila Isabel… estar na frente de um trabalho aqui é diferente. É uma grande responsabilidade entender toda essa cultura e vivenciar isso que agora eu estou vivenciando de fato. A gente está tateando isso. E, para mim, eu acho que eu estou mais aprendendo com eles do que eles comigo, mas está sendo uma experiência maravilhosa”, afirmou.

Uma das principais questões envolvendo a Tradição atualmente é o local de ensaio. A antiga quadra da escola abriga, por aluguel, a Igreja Pentecostal Tempo de Milagres (IPTM) – mas o terreno do local pertence à Prefeitura do Rio de Janeiro. Sem dar muitos detalhes sobre o imbróglio, Raphaela aproveitou para destacar o atual local de ensaio da instituição: “A gente já está ensaiando toda quinta-feira na estrada Intendente Magalhães, que é a nossa casa, é o nosso lugar. Em breve vai ter muita novidade sobre a quadra”, comentou.

Atualmente, a Tradição está ensaiando na frente da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro de Campinho, tradicional reduto da instituição. Vale destacar, também, a proximidade dos dois pontos em questão: a UPA fica entre a rua Capitão Couto Menezes e a Praça dos Lavradores, enquanto a IPTM está no número 160 da Intendente Magalhães – com cerca de cento e dez metros de distância entre um e outro local.

Trabalho a mil por hora

Verônica destacou que ela e Jorge Vinícius entraram de vez na temática da agremiação: “A gente tem uma representatividade crucial dentro do enredo, algo que foi um presente muito grande para a gente. A gente procurou se conectar com as forças místicas, com as forças da natureza. A gente começou a fazer trilha, ir ao ar livre para podermos absorver a energia da natureza para a gente poder, na avenida, conseguir fazer e desenvolver, com muita alegria e maestria, o nosso bailado”, revelou.

O mestre-sala, por sinal, focou no trabalho mais técnico em relação à passarela: “Além de reza, sempre com muita reza, a gente vai trazer um pouco da nossa força e do nosso bailado. Eu e Verônica estamos com um namoro, uma força, uma união e tudo que pode existir dentro da reza”, afirmou.

Por fim, Raphaela sintetizou o que é possível esperar da Tradição para 2025: “Vocês podem esperar uma escola grande, compacta, feliz, cantando, organizada e forte candidata para o título”, prometeu.

Energia e toalha girando: Jorginho Soares conta desafios de uma ala musical

Toda ala musical tem suas referências com nomes importantes que sustentam o samba-enredo durante ensaios e o desfile oficial. Um dos nomes marcantes do carnaval de São Paulo chama-se Jorginho Soares, atualmente na ala musical da Dragões da Real, Mocidade Unida da Mooca, e o intérprete oficial da Unidos de São Miguel, além de também conduzir Joia da Coroa e Vovó Bolão. Mas é na Dragões da Real na qual Jorginho Soares tem sido mais marcante, pelo tempo de casa, pelo espaço que tem tido dentro da entidade. Mas sem esquecer início na Tom Maior, passagem por Império de Casa Verde, o período na Unidos de Santa Bárbara, e até passagem no Rio de Janeiro por Caprichosos de Pilares e Inocentes de Belford Roxo.

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Fotos: Fábio Martins/CARNAVALESCO

Relação com a Dragões da Real

Quem frequenta a Dragões da Real, uma escola jovem do carnaval paulistano em franca ascensão, percebe um personagem presente em todos os eventos. Ele é Jorginho Soares, membro da ala musical há muitos anos, e presente em todo tipo de evento da escola, além do papel na ala musical, mas também fazendo shows.

“São dez anos já de Dragões, tem uma identidade muito grande. Cantava na Unidos de Santa Bárbara, quando estava no Acesso e o pessoal da Dragões já frequentava lá e recebi o convite quando a Unidos de Santa Bárbara caiu. De lá para cá, o amor só aumenta por essa escola que eu tenho um carinho, um respeito muito grande por todos os componentes e eu sempre que eu entro nessa quadra me sinto abraçado por todos eles e aqui o meu trabalho não é só o cantor de carnaval. Eu faço todos os shows da escola, quando tem as feijoadas eu faço abertura, nos ensaios também faço a abertura e o meu pagode aqui. A diretoria da escola e toda a comunidade me abraça de uma forma gigantesca. Só posso dizer que eu tenho muito amor por esse pavilhão”.

Jorginho Soares, a voz das eliminatórias

Presente constantemente em disputas de sambas, é voz de quase todas as obras que disputam na Dragões da Real, contou como foi o desafio para o samba de 2025: “Não tenho noção de quantos sambas eu gravei e nem quantos anos eu estou defendendo. Aqui na Dragões, por exemplo, foram 18 sambas gravadas, eu gravei 17. Foram 10 sambas para o palco, eu cantei cinco na apresentação e cantei três na semifinal de cinco, eu cantei três e hoje na final dois sambas, cantei os dois sambas”.

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Mas é uma voz presente em eliminatórias em outras escolas como contou: “Estou em todas as eliminatórias, de todas as escolas, tanto nas gravações quanto nos palcos. Para mim, gosto do calor humano, gosto de sentir como a escola vai reagir”.

Na safra de 2024, Jorginho esteve em mais de 40 sambas gravados. Pela sua lista enviada, foram seis na Dragões, três na Tucuruvi, dois nos Gaviões, e depois um em cada escola: Mancha Verde, Nenê, Mocidade, Vila Maria, Camisa Verde e Vai Vai, ainda teve um na Rosas de Ouro que não pode cantar por chocar com a Vila Maria. Também esteve no Águia, que acabou optando por junção e ele esteve em um dos sambas. Já teve temporada com 200 sambas gravados em estúdio. Nesta temporada dos sambas de 2025 também esteve em inúmeras quadras e revelou um pouco sobre o trabalho.

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“Na verdade, os compositores confiam muito no meu trabalho. E eu acho que a minha identidade com a escola, mas em outras escolas eu também defendo vários sambas em uma final da Mocidade de cinco sambas, eu cantei três. Gaviões da Fiel no ano passado tinham quatro sambas, eu cantei dois, um deles foi campeão. Mancha Verde esse ano mesmo para 2025, de quatro sambas, eu cantei dois. A magia está na tua linha, não é nem no cantor. Eu sou suspeito de dizer primeiro que eu amo o que eu faço. E é um trabalho a mais, mas eu não penso só como trabalho. É muito importante as eliminatórias para sentir, às vezes um samba é muito bem gravado e na hora que vai para o palco às vezes não acontece. A eliminatória é necessária para o carnaval respirar”.

Toalhinha: Marca registrada

Falar de Jorginho Soares é falar de sua toalhinha girando, seja na quadra da Dragões ou defendendo um samba-enredo nas eliminatórias. É sua marca registrada com muita energia.

“A toalhinha virou uma marca realmente, eu cheguei no carnaval pelos estúdios, eu tenho uma carreira 51 anos, eu canto há 40 anos e eu cheguei no carnaval já velho. Em 2005 eu já gravei o CD do carnaval. E aí quando eu fui para a avenida eu era um desconhecido e eu cheguei na Tom Maior. Era o Maradona, um multicampeão, o Renê Sobral renomado, um ótimo intérprete. E quem é o baixinho? Ninguém sabia quem eu era. Pensei: ‘Ah, cara, eu vou fazer alguma coisa para chamar atenção e para extravasar’ foi desde aquele primeiro desfile que a toalhinha veio e aí no ano seguinte já foram eliminatórias, já fui defendendo samba, ganhei samba e sempre com a toalhinha. E hoje eu vejo várias alas, vários intérpretes girando a toalhinha, eu olho e vejo o resultado quando vários componentes da escola estão girando a toalhinha. Realmente, acabou virando uma patente nossa e o legado fica, isso que é o mais importante, é sinal que a sua marca vai perdurar. Enquanto você tiver saúde e a hora que eu partir alguém vai carregar esse legado para mim é o mais importante. Hoje eu vivo do carnaval e sustento a minha família cantando no carnaval”.

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Como funciona uma ala musical e as amizades

Como é fazer parte da ala musical de uma escola, segundo Jorginho Soares: “É muita sintonia e respeito. O intérprete oficial é a cereja do bolo. Quem carrega o piano é a ala musical, não que o intérprete não seja importante, ele é a voz da escola, a voz mais importante da escola, mas quem carrega o piano é o carro de som. O intérprete pode parar e respirar, a ala musical, é lógico que a gente se hidrata, sempre combina, um olha para o outro, segura aí para tomar uma água, mas é quem carrega o piano. Por isso que todo o intérprete tem a sua ala de confiança”.

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Entrosamento com intérpretes e alas musicais

Em relação ao entrosamento com intérpretes diferentes por estar em mais de uma escola, Jorginho Soares contou como funciona: “A gente chega respeitando quem está lá a partir do momento que nos convidaram, é que confiam no nosso trabalho. Chegamos para fazer um bom trabalho. Se o cara for nos abraçar melhor, mas se ele também for na dele, respeitamos e fazemos a nossa, eu sou assim e tenho muita amizade em todos os lugares por respeitar todo mundo. E sou muito bem aceito em todos os lugares. Sou feliz por isso. A energia que fez com que o meu coração esse ano quase parasse, mas não foi dessa vez”.

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Onde encontramos Jorginho, além da Dragões?

Jorginho Soares deixou um recado para os intérpretes e alas musicais mirando o carnaval de 2025: “Queria desejar muita sorte a todas as coirmãs, e, principalmente, as escolas que eu trabalho. Desejo boa sorte a todas as alas musicais e a todos os intérpretes. Que Deus dê muita saúde para eles, que façam grandes carnavais e estamos aqui levando alegria, cantando, girando toalha, se faltar a voz a gente compensa no carisma e a toalha não para de girar”.

Salgueiro realiza primeiro ensaio de rua na Maxwell nesta quinta-feira

Depois de uma pausa para curtir as festas de fim de ano, o Salgueiro realiza nesta quinta-feira, a partir das 20h, o primeiro ensaio de rua de 2025 na Rua Maxwell. Na altura do condomínio Tijolinho, a comunidade da Academia do Samba promete transformar a via em um verdadeiro reduto salgueirense, com muita alegria, emoção e animação.

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Foto: Anderson Borde/Divulgação Salgueiro

Convocando seus “macumbeiros mandingueiros”, o Salgueiro levará todos os seus segmentos para afinar o canto e aperfeiçoar a evolução, mostrando a força e a malandragem que prometem brilhar na Sapucaí.

O ponto de encontro da comunidade é no número 584 da Rua Maxwell, na altura do Tijolinho. Para quem deseja acompanhar o ensaio, a dica é chegar cedo e garantir um bom lugar para viver de perto mais uma apresentação da Academia do Samba.

Salgueiro 2025: ouça a versão oficial do samba-enredo

Carnaval 2025

O Acadêmicos do Salgueiro apresentará no próximo Carnaval o enredo “Salgueiro de Corpo Fechado”, desenvolvido pelo carnavalesco Jorge Silveira e o enredista Igor Ricardo. A proposta mergulha em tradições místicas e espiritualistas que protegem o corpo contra males físicos e espirituais, conectando raízes africanas, europeias e indígenas da cultura brasileira.

A escola será a terceira a desfilar na Marquês de Sapucaí na segunda-feira de Carnaval, dia 3 de março de 2025.

Chegou 2025! Promessa de um dos maiores carnavais da história

O novo começou ano e seguimos nos processos de ensaios e trabalhos nos barracões para os desfiles do Carnaval de 2025. Pelo que podemos analisar da safra de enredos, sambas e dos primeiros ensaios de rua, a perspectiva para este carnaval é muito empolgante. Teremos cinco dias seguidos de apresentações na Marquês de Sapucaí, além de uma espécie de minicarnaval, entre os dias 20 e 23 de fevereiro (quinta a domingo), para a realização, de forma inédita, do teste de som e luz das 12 agremiações do Grupo Especial. A entrada será gratuita, e a proposta da Liesa e dos Órgãos é testar realmente todos os sistemas.

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Foto: Léo Queiroz/Divulgação Rio Carnaval

Falando da competição, que é sempre tão aguardada, o fechamento dos envelopes após cada dia de desfile traz um novo formato. Agora, uma disputa acontece entre as quatro escolas do mesmo dia. O visual final sobre o novo modelo só poderá ser dado após a quarta-feira de cinzas; afinal, teremos que ver o comportamento dos jurados. O que é esperado? Se a escola passar muito bem, ela ganha o 10, e não será tolerável que ninguém julgue “segurando nota” para o dia seguinte. Caso contrário, o efeito proposto pela Liesa será devastador. Por isso, o curso de jurados e as informações passadas pela Liga devem ser muito transparentes e objetivas.

A disputa promete ser muito forte. A competitividade cresceu demais. Infelizmente, ela ainda não é igual. Muitas não conseguem recursos antes e acabam com o planejamento afetado. Por exemplo, até este momento, a Prefeitura do Rio não assinou contrato e nem pagou nenhuma parcela da subvenção. Um dano enorme para cultura da cidade. Por outro lado, escolas estão melhorando seus processos de gestão e conduzindo melhor os trabalhos nos barracões.

Temos um ótima safra de enredos, destaco o Paraíso do Tuiuti, com a Xica Manicongo, e a Viradouro, com o Malunguinho. Acredito que o quesito Samba-Enredo, capitaneado pela Grande Rio, pode ter um grande número de notas máximas. Espero a excelência dos casais de mestre-sala e porta-bandeira e acredito que vamos ver trabalhos artísticos espetaculares na Avenida.

A minha curiosidade está na volta da quarta cabine de jurados. Os espaços no setor 9, a novidade do ano, e o último no setor 10, podem arrasar desfiles. O quesito Evolução deve mexer muito com as colocações em 2025. Uma “puxada da cabeça da escola”, feita de forma errada, pode ser fatal. Um buraco na entrada e saída da bateria no segundo recuo também. Ainda bem que teremos dois ensaios técnicos de cada escola na Sapucaí. Porém, a hora do desfile é sagrada, e tudo pode acontecer. Missão ingrata para todas as direções de carnaval.

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Sinceramente, não vejo nenhuma favoritaça pelo título. Acho a Viradouro muito preparada, com todos os quesitos em excelência, mas vejo muita força na Grande Rio, principalmente por estar na terça-feira, além do sambaço que possui e do trabalho artístico da dupla Bora-Haddad. Também percebo a Imperatriz, que faz os ensaios de rua mais vibrantes do Rio, os melhores na minha opinião, e que teve o reforço certo na comissão de frente, com a chegada do coreógrafo Patrick Carvalho. É uma escola que brigará pelo topo. Acredito muito que o Salgueiro possa furar essa bolha das três primeiras de 2024. Impossível não apostar na Beija-Flor, falando de Laíla, e na Vila Isabel, que deu carta branca para o Paulo Barros.

Das duas maiores campeãs do carnaval, Portela e Mangueira, tenho expectativas semelhantes. A Verde e Rosa possui quesitos fortes, como bateria, casal e comissão de frente. A Majestade do Samba confia no talento de Gilsinho, na “Tabajara do Samba”, e na competência dos carnavalescos Antônio Gonzaga e André Rodrigues, que tiveram em 2024 a melhor condução de enredo, ganhando diversas premiações. Para a Mangueira, o desafio é apresentar um melhor conjunto de alegorias. A missão é de Sidnei França, multicampeão em São Paulo, e a direção da escola garante que não faltarão recursos. Se isso acontecer, o resultado será excelente para os mangueirenses. Do lado da Portela, o desafio é quase sempre financeiro. A organização da escola é muito bem comandada pelo diretor Junior Schall. Com muito chão e a comunidade cantando demais, como fez no minidesfile, é torcer para que os recursos cheguem a tempo, para que a procissão portelense possa encontrar a Apoteose para celebrar Milton NAscimento.

Vejo que o Paraíso do Tuiuti, principalmente após o excelente minidesfile, está com muita chance de sonhar com uma volta no sábado das campeãs e, quem sabe, até repetir o sucesso de 2018, quando foi vice e poderia ter saído com o título. Não é fácil, a disputa é forte, mas a escola está se preparando muito bem. Possui um enredo, um dos melhores do ano, o samba é ótimo e Pixulé está muito bem. Sem contar na bateria, sob a regência de mestre Marcão, e no casal de mestre-sala e porta-bandeira, Raphael e Dandara. A comissão de frente foi muito bem em 2024 e pode repetir a dose este ano. Impacável em seus enredos, o carnavalesco Jack Vasconcelos pode desenvolver algo muito impactante nas alegorias e fantasias.

Mocidade e Unidos da Tijuca caminham para um 2025 muito melhor do que 2024. A escola do Borel confia demais na bateria “Pura Cadência”, no ótimo enredo e samba. O trabalho do carnavalesco Edson Pereira conquistou a direção, e o contrato já foi renovado para 2026. Mudanças foram feitas, como na comissão de frente, e o sonho é recuperar os momentos de glórias tijucanas. Ainda pode parecer distante, mas a preparação nos ensaios de rua e no minidesfile mostrado que é possível. Já a Mocidade, que foi no passado para ter sucesso no presente, trouxe Renato e Márcia Lage. O enredo, que parecia complicado, ficou claro com o ótimo samba-enredo. A escola vive um momento espetacular com o intérprete Zé Paulo e a bateria do mestre Dudu. Além disso, possui um dos melhores casais do carnaval, Diogo e Bruna. Como foi dito sobre a Portela, a maior dificuldade deve ser financeira. Para isso, a escola terá que ter organização de trabalho. O competente diretor Mauro Amorim voltou para casa, e o independente sonha com dias melhores na Avenida. O céu está clareando por lá.

A Unidos de Padre Miguel, sem dúvida, será uma das mais aguardadas de 2025. O sambista aprendeu a amar o Boi Vermelho. A expectativa é de um desfile forte, como sempre é feito pela vermelho e branco. É preciso que seja impecável. Assim, evitará qualquer julgamento injusto de bandeira. Abrir o domingo não é fácil, mas este ano é diferente. O envelope será fechado após a Mangueira, último do dia, passar, ou seja, serão três adversárias para cada agremiação. Fazendo um desfile impactante, sem erros, a UPM jogará a “batata quente” para quem vier na segunda e terça.

Pela Série Ouro, infelizmente, as escolas sofrem muitos danos com o descaso do poder público. Nem sinal de subvenção da Prefeitura do Rio, e o Estado também não se pronunciou se dará apoio ou não. É difícil demais projetar algo para os desfiles. É notório que a União de Maricá, por ter apoio do município, um dos mais ricos do Estado, surge como favorita. Agora, quem vai tirar da briga a União da Ilha, Estácio e Império Serrano, por exemplo? Torço para que os governos acordem, incentivem e ofereçam melhores condições para todas as agremiações. São muitas comunidades que sonham e que merecem o reconhecimento.

Para fechar o primeiro texto do ano, vou focar na parte das transmissões pelas TVs. A Série Ouro, na Band, melhorou demais em 2024 e pode trazer mais competição nas informações técnicas. No Especial, a TV Globo capricha muito nas matérias exibidas nos telejornais locais, mas derrapa na hora dos desfiles. Confesso que tenho muita preocupação sobre o que pode ser feito em 2025. Estamos vindo de um 2024 tenebroso. Como o contrato termina este ano, pode ser que a partir de 2026 teremos outros players, quem sabe a CazéTV no YouTube, a própria transmissão da Rio Carnaval e a Globo seguindo, mas sem exclusividade. Aqui, tem zero informação. É apenas um achismo e torcida!

Apaixonados por carnaval, em nome do CARNAVALESCO, agradeço o carinho de todos. Vamos para 18 anos. É muito tempo. Enfrentamos momentos bons e ruins. Não desistimos! Vamos seguir caminhando juntos sempre em prol dos sambistas e das escolas de samba. Feliz 2025!

Unidos da Tijuca anuncia renovação do carnavalesco Edson Pereira

A Unidos da Tijuca abriu o primeiro dia do ano de 2025 anunciando a renovação do contrato do carnavalesco Edson Pereira já para o desfile de 2026. O fato inédito na agremiação foi anunciado pelo presidente Fernando Horta durante almoço de comemoração aos 93 anos de fundação da amarelo-ouro e azul-pavão do Morro do Borel no último dia de 2024. A escola já iniciou inclusive os trabalhos de pesquisa do enredo do carnaval que se sucederá, em 2026.

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“Só quero agradecer a confiança e dizer que estou muito feliz em fazer parte dessa família que é a Unidos da Tijuca. Me sinto realmente à vontade e disposto em lutar e brigar ainda mais para fazer a escola sempre ter uma ordem crescente. Cheguei com muita honra e alegria nesta agremiação quase centenária. Quero poder somar e realizar um carnaval dos sonhos. Sou mais um membro da família tijucana e estou aqui para construir uma nova e linda história junto com a Unidos da Tijuca”, avisa o artista.

Unidos da Tijuca 2025: ouça a versão oficial do samba-enredo

Em 2025, a Unidos da Tijuca desfilará com o enredo “Logun-Edé – Santo Menino que Velho Respeita” de autoria e desenvolvimento de Edson Pereira. Um tema solicitado pela comunidade e atendido pela agremiação. O desfile acontece dia 03 de março, segunda-feira de carnaval, na Marquês de Sapucaí.

Vídeos: apresentação da Tijuca na Cidade do Samba para o Carnaval 2025

Balanço de 2024 no mundo do carnaval: boas memórias

O ano termina nesta terça-feira e chega o momento do balanço. O site CARNAVALESCO pode comemorar mais de 38 milhões de visitantes únicos em 2024. Além disso, temos números impressionantes nas redes sociais. Ampliamos a cobertura em São Paulo e no Rio de Janeiro.

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O Carnaval 2024 no Rio de Janeiro foi espetacular. A consagração da Viradouro no Especial e da UPM na Série Ouro celebrou dois desfilaços. A escola de Niterói mostrou todo o seu padrão de excelência de quesitos, inclusive, abrindo 0,7 décimos para segunda colocada. A agremiação da Vintém não deu chance para nenhuma outra. O padim abençoou o Boi Vermelho. Em São Paulo, a Morada do Samba conquistou o bi consecutivo.

A cigana deu para Imperatriz uma performance que não era vista há muito tempo na Avenida no rendimento de um samba-enredo com componentes e público geral. O intérprete Pitty de Menezes doutrinou. Um banho de harmonia Leopoldinense. O Salgueiro levou para Avenida o samba-enredo que conquistou corações e o caju, da Mocidade, furou a bolha.

A gestão de Gabriel David, na Liesa, começou com a maior inovação dos últimos 30 anos, que foi a decisão de três dias desfiles em 2025. Teve polêmica. Uns gostaram e outros não. A venda de arquibancadas foi sucesso. A medida de fechar os envelopes das notas, após cada dia, foi muito correta. O sorteio gerou muita expectativa e revelou um domingo muito forte, principalmente, pelas presenças das atuais campeã e vice.

O ano teve a volta da festa dos enredos. Um dia que entrou para história do carnaval e reuniu mais de 8 mil pessoas na Cidade do Samba.

Na reta final de 2024 soubemos que Neguinho da Beija-Flor cantará pela última vez na Marquês de Sapucaí. Todos nós sentimos, mas respeitamos a decisão dele. Sem dúvida, o intérprete será muito homenageado.

A Série Ouro teve a mudança da presidência. Entrou Hugo Junior. Mais uma vez, o álbum dos sambas foi elogiado pela qualidade do material. Agora, a melhor notícia foi o início das obras da Cidade do Samba 2, que será na antiga Estação da Leopoldina.

O ano marcou de vez o talento do carnavalesco Tarcísio Zanon. O artista entrou no hall dos três melhores do momento. Seu trabalho artístico foi um primor. Importante também citar o desfile produzido por Nicolas Gonçalves, maior revelação do ano, no Arranco.

Após um 2023 fraco nas comissões de frente tivemos em 2024 duas exibições históricas: Viradouro e Grande Rio. Vimos também um belo trabalho do coreógrafo Patrick Carvalho na Maricá.

O ritmo segue no mais alto patamar. Destaques para baterias da Mangueira, Viradouro, Imperatriz, Tuiuti e Vila Isabel. Aliás, todas estão bem demais.

Os casais também atingiram um rendimento muito alto. Chover no molhado falar da dupla do Salgueiro, que é sempre impecável. Tivemos atuações magistrais do casal da Imperatriz, Mangueira e Grande Rio.

O pós-desfiles de 2024 nos revelou enredos maravilhosos para 2025. Destaques para homenagem para Laíla na Beija-Flor, o Malunguinho da Viradouro e o fundamental enredo do Tuiuti. Em Caxias, a Grande Rio fez história com a parceria de sucesso em Belém e que gerou um samba-enredo magistral. Aliás, a safra do Especial é magnífica. A da Série Ouro tem altos e baixos.

Chegada a hora de projetarmos 2025. Isso será feito no próximo texto. Feliz ano novo, apaixonados por carnaval.

Legado para Beija-Flor! Componentes citam importância de Laíla para conquistas de títulos da escola de Nilópolis

Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, mais conhecido como Laíla, é o grande homenageado da Beija-Flor em 2025. Ele foi uma figura muito marcante da azul e branco de Nilópolis, escola que esteve à frente por 30 anos. Era conhecido por sua genialidade e personalidade forte. A Beija-Flor de Laíla é a maior vencedora do Sambódromo e nada melhor do que ter o eterno sambista na missão de buscar novamente o topo do carnaval carioca, já que desde 2018 a escola está sem título. Em entrevista ao CARNAVALESCO, componentes da escola abriram seus corações e contaram a importância dessa homenagem, como se recordam dele no carnaval e como foi fazer parte desse legado.

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Fotos: Maria Clara Marcelo/CARNAVALESCO

O casal da velha-guarda, Rosângela Silva, de 66 anos, e Rogério Silva, de 68 anos, contou como é importante essa homenagem ao Laíla. “Essa homenagem da Beija-Flor para o Laíla, representa muito, porque ele era uma pessoa muito querida e eu acho mais do que devida essa homenagem a ele’, disse Rosângela.

“É uma homenagem muito importante, porque dentro da trama, ele era tudo! Ele era um maestro, ele era tudo! O que ele fazia, era perfeito. Ele tinha uma disciplina com a escola que era incrível”, completou Rogério.

O compositor Serginho Aguiar destacou a emoção de homenagear Laíla no desfile e no samba que ajudou a compor, porque além de ser um grande admirador do trabalho de Laíla no carnaval, ele era seu amigo.

Vote: Qual o melhor samba do Grupo Especial para 2025?

“O Laíla era meu amigo. Representar ele no desfile é muita emoção e fazer um samba para ele, porque eu sou um dos compositores do samba, é muito importante. Mas, eu acredito que ele esteja muito feliz com a Beija-Flor, com essa homenagem bonita que a gente vai fazer para ele, que estamos fazendo. E orgulho, porque ele nunca foi um cara de lecionar, você tinha que observar o Laíla para aprender e aprendemos muito com ele”, comentou.

Para Rosângela, a lembrança que fica de Laíla era de um líder rígido que comandava a escola com autoridade e com um profundo conhecimento em todas as áreas do carnaval, mas que apesar de sua seriedade, tinha um carinho enorme pela sua comunidade e muita força para levar a escola para Sapucaí.

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“O que eu mais lembro dele é ele ser rígido, ser aquela pessoa carrancuda, que chamava atenção, mas que trazia a escola ali na rédea curta. Ele era um super diretor de bateria, de ala, de tudo. Ele entendia de tudo, então, o que a gente lembra dele é essa força que ele tinha para comandar a escola, para trazer a escola, para botar o carnaval na avenida. E ele sempre foi muito enérgico, mas sempre foi muito carinhoso com a comunidade ele. Eu lembro que nos ensaios, não importa quem estivesse cantando errado, ele achava a pessoa e ia lá brigar! Ele prestava atenção na escola toda e por isso a excelência! Ele sabia tudo, pensava em tudo e se importava com a Comunidade”, afirmou Rosângela.

Serginho Aguiar contou das brigas de Laíla, que eram motivadas pela sua busca para excelência, por isso ele sempre era exigente, chamava atenção não para prejudicar a pessoa, mas para trazer o melhor de cada um e da escola, lutando incansavelmente pelo que acreditava:

“Eu lembro muito das brigas que ele tinha, porque ele sempre queria o melhor. Então, ele chamava a tua atenção, mas não era para te prejudicar, se ele brigava com você, é porque ele queria o seu melhor”.

Beija-Flor 2025: ouça a versão oficial do samba-enredo

O legado de Laíla permanece vivo no coração da Beija-Flor e dos amantes do Carnaval. Ele é lembrado como um visionário, alguém que ajudou a elevar o nível artístico dos desfiles de escola de samba e transformou a Beija-Flor em sinônimo de excelência no Sambódromo. Seu nome está eternizado na história do carnaval, e seu trabalho continua sendo uma inspiração para todos os que participam dessa grande manifestação cultural brasileira.

Vote: Qual o melhor samba do Grupo Especial para 2025?

Esrá no ar a enquete popular sobre os sambas-enredo do Grupo Especial do Rio de Janeiro para o Carnaval 2025. Abaixo, você pode ouvir todas obras e votar. Vamos divulgar o resultado no dia 8 de janeiro. A votação fica no ar até o dia 6 de janeiro.

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Clique no nome de cada escola para ouvir a obra oficial para o Carnaval 2025

VIRADOURO
IMPERATRIZ
GRANDE RIO
SALGUEIRO
PORTELA
VILA ISABEL
MANGUEIRA
BEIJA-FLOR
PARAÍSO DO TUIUTI
MOCIDADE
UNIDOS DA TIJUCA
UNIDOS DE PADRE MIGUEL

 

Tempero da Vintém é diferente! Unidos de Padre Miguel faz último ensaio de rua celebrando o 2024 mágico

A Unidos de Padre Miguel pisou na Praça Guilherme da Silveira, na noite da última sexta-feira, para encerrar 2024 e celebrar o ano mágico, que deu o título da Série Ouro e o tão esperado acesso ao Grupo Especial, que não vinha há mais de 50 anos. Debaixo de chuva, a comunidade do Boi Vermelho mostrou que o “tempero da Vintém” é diferente. Sem medo da água, os componentes marcaram presença e cantaram o tempo inteiro o samba-enredo, muito bem interpretado por Bruno Ribas, e que, sem dúvida nenhuma, é um dos melhores do ano.

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“O ano de 2024 me fez zerar tudo com o título. Estou feliz! Espero agora fazer um carnaval que a escola merece e para quem sempre acreditou na Unidos de Padre Miguel. É um sonho, mas com os pés no chão. Estamos trabalhando muito. Só queremos trabalhar. Os nossos ensaios de rua mostram uma escola vibrante e de comunidade. A escola criou casca para chegar nesse momento. Sempre tem alguma coisa para observarmos e acertarmos até o dia do desfile”, explicou Cícero Costa, diretor de carnaval.

Comissão de Frente

O grupo comandado pelo coreógrafo Sérgio Lobato participou do ensaio e não se poupou nenhum minuto. Formado por jovens, a dança vigorosa foi marcada com passes dentro do samba-enredo e com destaque para o canto de todos. Cantar a obra da UPM para 2025 gera um gás maior para exibição.

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Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Atuação magistral do casal Vinícius Antunes e Jéssica Ferreira. Ele despontará no Grupo Especial em 2025 e possui totais condições de brilhar intensamente. Ela está dançando com muito vigor e técnica. Destaque para os giros horário e antihorário, para os movimentos coreógraficos, e por momentos encenados dentro da letra do samba-enredo. O chão molhado não interferiu em nada. A dupla mostrou muita segurança.

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Harmonia e Samba

Trabalho muito competente da equipe do carro de som do Boi Vermelho da Vintém. O intérprete Bruno Ribas conduziu com muito talento o samba-enredo e contou com o apoio  forte da equipe de cantores e cordas. Na parte dos componentes a obra foi cantada do início ao fim. A comunidade está com o samba na ponta da língua. A explosão vem no verso “Vila Vintém é terra de macumbeiro”. Na parte “toca o adarrum que meu orixá responde” é gerada uma sinergia fortíssima da comunidade com sua agremiação. Lindo demais! Vale ressaltar o trabalho muito competente da direção de Harmonia, inclusive, pela colocação de diretores nas alas, que incentivavam os componentes o tempo inteiro.

Evolução

A Unidos de Padre Miguel mostrou muita organização. A chuva não impediu o ensaio de rua e em nenhum momento atrapalhou o andamento do treino na Praça Guilherme da Silveira. Os componentes exalavam felicidade com a performance do samba-enredo, e, dessa forma, contribuíram demais para a fluência das alas e de toda escola. A “puxada” desde a “cabeça da UPM” foi feita com maestria, sem causar nenhuma correria ou atropelo. Qualquer sambista que assista ou participe da UPM se sentirá bem. É prazeroso vivenciar o clima do Boi Vermelho.

“O ano de 2024 representou a consagração de tudo que a Unidos vem fazendo há muito tempo. A escola conseguiu chegar e vai fazer carnaval para disputar e não se manter. O pensamento é esse de disputa e estar no mais alto patamar do carnaval. Agora, em janeiro e fevereiro, a batalha é árdua. Treinarmos muito e com esfoço para quando chegarmos no dia do jogo estarmos tranquilos, leves e felizes. Agradeço a Deus e Xangô, que está conduzindo esse carnaval, pela força do nosso samba e o reconhecimento do público”, afirmou o intérprete Bruno Ribas.

Outros Destaques

A bateria “Guerreiros”, de mestre Dinho, deu sustenção para o carro de som e tocou para toda escola. Sem estrelismo, o bem maior é o sucesso da Unidos de Padre Miguel. Visível no semblante do comandante que o ritmo está garantido. A rainha Dedê Marinho é espetacular. Une beleza, samba no pé e amor ao pavilhão. Sem medo de errar, ela é perfeita. Importante citar as musas cantando o samba inteiro, participando ativamente do ensaio, e o trabalho de organização da escola, protegendo os componentes, mas sem inibir o público que foi assistir e dando liberdade para o trabalho responsável da imprensa.

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Com o enredo “EGBÉ IYÁ NASSÔ”, a Unidos de Padre Miguel será a primeira escola a desfilar no Grupo Especial em 2025, levando para a Avenida a história afro-brasileira e o legado de Iyá Nassô, precursora do candomblé no Brasil.

Mamãe em Nilópolis! Lorena Raissa anuncia que está grávida

A jovem Lorena Raissa, que completa 18 anos, no mês que vem, anunciou nesta sexta-feira que está grávida. A rainha de bateria da Beija-Flor postou um texto nas redes sociais. Veja abaixo.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“Venho de uma família onde ser mãe cedo sempre aconteceu: foi assim com minha mãe, com minha avó, com minha irmã, e agora está acontecendo comigo, faltando menos de um mês para eu completar 18 anos.

Confesso que ainda estou um pouco assustada, com mil pensamentos na cabeça, cheia de dúvidas e inseguranças. Mas, ao mesmo tempo, sei da responsabilidade que tenho e também estou feliz, porque uma vidinha está crescendo dentro de mim. Ser mãe sempre foi um sonho, embora eu nunca imaginasse que aconteceria tão cedo.

Sei que a gravidez na adolescência não é fácil e nem estava nos meus planos. Não quero romantizar isso, especialmente porque sei que muitas pessoas me acompanham e se inspiram em mim. Entendo que posso ser julgada, mas essa é a minha realidade agora. Vou enfrentar tudo com força, assim como as mulheres da minha família sempre fizeram e me ensinaram a fazer.

Quero agradecer de coração a todos que estão me enviando mensagens de carinho e apoio. Com minha família e o pai do meu bebê ao meu lado, me sinto mais confiante para viver essa nova fase. Agora somos três. 💙”