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Veja galeria de fotos do ensaio técnico da Portela na Sapucaí

Veja galeria de fotos do ensaio técnico da Vila Isabel na Sapucaí

Freddy Ferreira analisa bateria da Grande Rio no ensaio técnico na Sapucaí

Um excelente ensaio da bateria do Acadêmicos do Grande Rio, dirigida por mestre Fafá. Um ritmo marcado por equilíbrio musical e uma equalização de timbres simplesmente impressionante. Outro fato que merece menção é a educação e disciplina musical privilegiada de todos os naipes da bateria da tricolor da Baixada. Bossas bem atreladas ao melodioso samba da escola também ajudaram na exibição caprichada da bateria.

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Na parte da frente do ritmo da Grande Rio, um bom naipe de cuícas fez um trabalho seguro. Uma ala de agogôs exemplar ajudou bastante na musicalidade das peças leves, executando um desenho rítmico atrelado a melodia do samba com muito capricho e qualidade musical, inclusive auxiliando de forma luxuosa nas bossas. Um naipe de chocalhos acima da média se apresentou com consistência, por vezes tocando entrelaçado aos tamborins. A boa e ressonante ala de tamborins executou uma convenção rítmica profundamente interligada ao belo samba-enredo do Acadêmicos do Grande Rio.

A cozinha da bateria da Grande Rio fez uma exibição que esbanjou equilíbrio, estupenda equalização de timbres e muita educação e disciplina musical. Foi possível perceber todos os ritmistas tirando som de suas peças, sem colocar força exagerada no instrumento. Uma boa afinação de surdos foi notada, fato que auxiliou a equalização a receber o devido destaque. Surdos de primeira e segunda tocaram de modo seguro e eficaz, mas sem largar o braço. Surdos de terceira ficaram responsáveis pelo balanço da parte de trás da tricolor de Duque de Caxias, seja fazendo ritmo ou participando de modo cirúrgico nas frases musicais das paradinhas. Uma ala de repiques coesa tocou de forma reta, contribuindo com o preenchimento dos naipes médios junto de um naipe de caixas de guerra consistente e ressonante. Na última fila da bateria da Grande Rio, vieram tambores junto de maracas, que auxiliaram a consolidar o ritmo do Carimbó pela Avenida, adentrando pelo corredor em momento de bossa.

Bossas intimamente ligadas a grande obra da agremiação caxiense foram um dos pontos altos da musicalidade da bateria da Grande Rio. Todas se aproveitando exatamente do que o samba pede, evidenciando uma criação musical orgânica e praticamente intuitiva. A participação de todos os naipes nos arranjos também demonstra o extremo bom gosto no conceito criativo das paradinhas. Embora não sejam de alto grau de complexidade, as bossas são potentes, musicais e principalmente dançantes, fato que pode ajudar a impulsionar a evolução e contagiar os desfilantes da agremiação durante o desfile. Impressionante o ressoar metálico poderoso e simplesmente precioso dos agogôs da bateria da Grande Rio durante as paradinhas, comprovando o apuro técnico do naipe e o acerto musical na escolha das convenções dos arranjos.

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Foto: Thomas Reis/Divulgação Rio Carnaval

Um ensaio técnico excelente da bateria do Acadêmicos do Grande Rio, comandada por mestre Fafá. Um ritmo com notável equilíbrio, além de uma equalização acima da média. Esse alto nível técnico proporcionou uma audição absoluta de todas as peças do ritmo caxiense pela Sapucaí. Bossas com entrosamento pleno com o samba auxiliaram no impacto positivo da musicalidade da bateria de mestre Fafá, garantindo uma exibição de grande destaque.

Freddy Ferreira analisa bateria da Portela no ensaio técnico na Sapucaí

Um bom ensaio técnico da bateria “Tabajara do Samba” da Portela, sob o comando de mestre Nilo Sérgio. Uma apresentação segura durante o percurso garantiu o bom ritmo da Majestade do Samba, além de paradinhas bem vinculadas ao samba da azul e branca de Oswaldo Cruz.

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Na parte da frente do ritmo portelense, um naipe de cuícas volumoso e de qualidade auxiliou no preenchimento das peças leves. Uma ala de agogôs correta executou um desenho rítmico pontuando a melodia do samba da Majestade, inclusive em paradinhas. Um bom naipe de chocalhos contribuiu de forma consistente com a cabeça da bateria da Portela, assim como uma ala de tamborins se exibiu em bom nível,executando um desenho rítmico com certa complexidade, acrescentando bom volume à “Tabajara”.

Na cozinha da bateria da Portela uma afinação correta de surdos foi notada. Um trabalho firme e preciso foi realizado pelos marcadores de primeira e segunda, seja fazendo ritmo ou nas paradinhas. O balanço envolvente dos surdos de terceira deu um bom molho à parte de trás do ritmo, inclusive nas bossas, onde sua acentuação musical era solicitada de modo destacado. Um bom naipe de repiques tocou com coesão, bem como uma ala de caixas com sua clássica rufada contribuiu com qualidade no ressoar dos naipes médios.

As bossas portelenses eram pautadas pelas nuances melódicas do samba da Águia. Terceiras e caixas apresentaram um nível de exigência musical maior dentro dos arranjos propostos, recebendo maior destaque, assim como o trabalho dos agogôs também pôde ser notado dentro das paradinhas, dando boa musicalidade às bossas da bateria da Portela. A boa pressão dos arranjos foi propiciada graças a uma afinação de surdos mais pesada, contribuindo com bossas que misturaram musicalidade e certa potência sonora.

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Foto: Thomas Reis/Divulgação Rio Carnaval

A bateria “Tabajara do Samba” da Portela fez um bom ensaio técnico, dirigida por mestre Nilo Sérgio. Um ritmo portelense com sua clássica caixa rufada ecoando pela pista, com a peculiar levada portelense, dando molho inclusive nas boas participações em bossas. Uma apresentação consistente e equilibrada da “Tabajara”, que mostra que a agremiação da Rua Clara Nunes está em um caminho próspero para o tão aguardado desfile oficial.

Freddy Ferreira analisa bateria da Vila Isabel no ensaio técnico na Sapucaí

A bateria “Swingueira de Noel” da Unidos de Vila Isabel fez um ótimo ensaio técnico, na abertura da terceira semana do grupo especial, sob o comando de mestre Macaco Branco. Um ritmo fluído, bem equalizado e com uma afinação potente de surdos foi apresentado. Bossas profundamente integradas à melodia do samba também deram um brilho a mais, na grande apresentação da bateria da Vila.

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Na cabeça da bateria “Swingueira de Noel”, uma ala de cuícas ressonante exibiu um trabalho sólido, fazendo um feijão com arroz bem temperado, valorizando o ritmo e marcando o samba. Um naipe de chocalhos acima da média se apresentou muito bem tocando interligados com uma ala de tamborins, que executou um desenho rítmico com certa complexidade com notória eficiência. É possível dizer que o belo entrosamento entre chocalhos e tamborins encheu de virtude sonora o trabalho das peças leves da Vila.

A parte de trás do ritmo da bateria da Vila contou com sua afinação peculiar, bem pesada. Impressionante o timbre puxado mais para o grave da marcação de primeira, com uma potência capaz de tremer o chão da Avenida, junto da resposta da segunda mais aguda, permitindo um Groove exemplar. Marcadores de primeira e segunda foram firmes e precisos durante todo o ensaio. Surdos de terceira foram responsáveis pelo balanço, tanto fazendo ritmo, quanto nas participações pra lá de caprichadas nas bossas. Incrível a sintonia e integração musical das terceiras nas paradinhas da escola do Boulevard. Um naipe de repiques coesos e equilibrados auxiliaram no preenchimento dos naipes médios. Que também contou com a tradicional mescla entre caixas retas eficientes tocadas embaixo dando consistência e de taróis com suas rufadas genuínas contribuindo com um volume sonoro de bastante destaque. Uma cozinha da “Swingueira” exibindo um grande trabalho, com o inconfundível ritmo da Vila.

As bossas eram extremamente integradas ao animado samba-enredo da escola do bairro de Noel. Paradinhas contendo pressão sonora envolvendo a afinação dos surdos foram percebidas, além do fato de aproveitar as terceiras para efetuar frases rítmicas pontuais, demonstrando exímio bom gosto musical. Um leque que, mesmo sendo mais enxuto, se mostrou musicalmente atraente e principalmente dançante. São bossas para os componentes dançarem, contagiando o desfilante e impulsionando a evolução durante o percurso da agremiação. A paradinha da cabeça faz o que pede o samba e imita um trem fazendo um barulho de locomotiva, garantindo interação popular com os ritmistas dançando pra lá e pra cá. Para quem não sabe, Locomotiva de Noel era o apelido do ritmo que fazia a bateria da Vila Isabel, na época do grande mestre Ernesto, que merece a menção musical por ter forjado a identidade rítmica herdada por mestre Mug há muito tempo atrás. A retomada da bossa que, seguindo o pedido pela letra vem do “silêncio” (vazio) tem um charme valioso, pois usa exatamente a forma como historicamente a bateria da Vila sobe seu ritmo no esquenta do Setor 1, desde os tempos do saudoso mestre Amadeu Amaral.

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Foto: Vitor Melo/Divulgação Rio Carnaval

Um grande ensaio técnico da bateria “Swingueira de Noel” da Vila Isabel, dirigida pelo mestre Macaco Branco. Uma bateria da Vila genuinamente vinculada à essência do que há de mais tradicional em seu ritmo, tudo isso aliado a bossas contemporâneas com frases musicais bem conectadas à obra da escola. Um ritmo marcado pela boa fluência entre os mais diversos naipes, que tocaram de forma equilibrada por toda a pista de desfile. Certamente mestre, diretores e ritmistas têm motivos de sobra para voltarem orgulhosos para a quadra de ensaios na 28 de Setembro.

Freddy Ferreira: ‘Qual o tamanho ideal de uma bateria que desfila na Sapucaí?’

Um tema pouco explorado que merece total atenção de mestres, diretores e ritmistas é o tamanho ideal de uma bateria de escola de samba. Tempos atrás vir com trezentos ritmistas ou mais era quase uma cultura rítmica carioca. Cada vez mais esse número vem sendo reduzido ao longo do tempo e hoje em dia dificilmente alguma bateria ainda desfila com três centenas. Sejam por questões estruturais e financeiras referentes às próprias escolas ou mesmo pela avaliação do potencial risco acústico durante o percurso do desfile.

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Foto: Alexandre Vidal/Divulgação Rio Carnaval

Quantificar em números a bateria ideal é uma tarefa árdua, mas o detalhe técnico crucial para esse tipo de avaliação é medir na verdade o seu tamanho (extensão). A distância entre as caixas de som pela pista de desfile é de 15 metros de uma para a outra. Uma bateria com mais de 45 metros pode sofrer algum tipo de prejuízo acústico, por causa do atraso gerado a partir da quarta caixa de som da Avenida, após o caminhão do carro de som. Dentro do carro de som existe uma espécie de GPS que deixa as três torres de som posteriores da pista sincronizadas com o carro. Somente o retorno de vozes e cordas fica ativo e mais baixo, desligando assim o da bateria, para que o som ambiente aproveite a sonoridade única do ritmo. Esse tipo de cálculo é realizado levando em conta o caminhar da bateria pela pista, exatamente para manter a acústica ambiente propícia para a melhor passagem possível do ritmo pela Avenida.

Baterias maiores que 45 metros podem ser afetadas por um ambiente acústico irregular. Mestres que estiverem mais próximos da quarta caixa do que da terceira tendem a ouvir o som da Avenida levemente atrasado, em relação ao ritmo que está sendo feito por sua bateria. Outro fato que exemplifica isso é quando se está na arquibancada e uma bateria bem grande se aproxima, mas enquanto se locomove parece estar atravessando o ritmo. Assim que ela para de frente para o setor é possível perceber que está tudo em ordem, com o ritmo equilibrado. Isso ocorre, pois a própria locomoção também leva em conta essa teoria das três caixas de sons subsequentes e andar rápido demais com o ritmo também pode potencialmente gerar complicações acústicas pelo som da Avenida. O ideal é sempre entrar e sair dos módulos andando de forma mais ponderada, sem acelerações ou atropelos, assim como por todo o cortejo.

Outro fator a ser levado em conta é a própria organização dos ritmistas pela Avenida. A formação das filas pode ser um agravante muitas vezes sequer notado para elevar a extensão da bateria. Normalmente são formadas fileiras de doze ritmistas, seis do lado par e outros seis do lado ímpar, podendo variar para a formação de dez ritmistas, com cinco de cada lado. A segunda automaticamente aumentará o tamanho do ritmo pela pista. Por vezes, o próprio tamanho da fantasia usada pelo ritmo influencia de modo direto tanto essa organização das fileiras, como a extensão da bateria na Avenida. Fantasias volumosas ou mesmo com chapéus elevados precisam de uma distância maior entre uma fileira e outra, até para garantir a plena execução dos movimentos, visando consolidar os toques. Isso acarreta necessariamente em uma bateria maior em extensão na Sapucaí, podendo gerar eventuais prejuízos sonoros.

Como é possível perceber, ritmo de bateria de Escola de Samba sempre viverá dilemas acústicos eternos, já que seu trabalho é executado através da física envolvendo a propagação do som. Refletir de forma crítica sobre seus eventuais desafios, portanto, é um jeito de buscar uma evolução da nossa cultura rítmica, auxiliando numa passagem cada vez mais regular e consistente de todas as baterias. O ato de caminhar pela pista enquanto toca precisa sempre de atenção e ponderação. Assim a propagação de uma conjunção sonora impecável de todos os naipes ficará em evidência, sem sofrer qualquer tipo de transtorno ou abalo acústico.

Ministra Anielle Franco visita barracão do Salgueiro e exalta enredo do Carnaval 2025

Na tarde da última sexta-feira, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, visitou o barracão do Acadêmicos do Salgueiro, na Cidade do Samba, antes de participar do lançamento da campanha “Feminicídio Zero no RioCarnaval 2025”. O evento contou com a presença da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, além de autoridades do estado do Rio e personalidades do mundo do samba.

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Foto: Ygor Gusmão/Divulgação Salgueiro

Recebida pelo carnavalesco Jorge Silveira, Anielle Franco conheceu as alegorias e detalhes do enredo que a vermelha e branca da Tijuca levará para a Marquês de Sapucaí neste carnaval. Em um momento marcante, Jorge Silveira destacou a importância da visita da ministra e a representatividade do enredo salgueirense:

“Olha, hoje é um dia muito especial para nós aqui no Salgueiro. É um ano muito especial para nós. Acho que a jornada do Salgueiro esse ano é uma jornada que tem uma representatividade muito importante e a sua presença aqui representa parte dessa nossa luta e é um somatório de esforços para que a gente possa fazer validar aquilo que é de direito da cultura brasileira. E muito obrigado, seja bem-vinda ao Salgueiro.”, declarou Jorge à ministra.

A ministra foi presenteada pela agremiação com uma figa de madeira, remetendo aos amuletos de proteção destacados no enredo. Emocionada com a recepção, Anielle Franco ressaltou o impacto social do carnaval e a importância de valorizar suas raízes:

“Eu sempre digo que a gente não pode esquecer de onde vem, né? E lembrar de onde vem, respeitar quem veio antes, faz parte dessa história da construção de futuro. E o que vocês fazem aqui, o que o carnaval oferece para as pessoas desse país, de cultura, de esperança, de alegria, porque isso também é político, faz com que a gente entenda a nossa real missão de estar aqui.”

A ministra também destacou a força do enredo e do samba-enredo do Salgueiro, que carrega uma mensagem contundente contra a intolerância religiosa:

“O que a gente está vendo aqui e em várias outras escolas também, é a luta para cada vez mais reforçar o respeito, a empatia. Não à toa o samba de vocês aí está no ‘top dos tops’, como uma das músicas mais ouvidas do momento, mas não só isso, foi das mais baixadas, porque tem um recado para dar. Assim como nós, quando estamos no Ministério, falamos da luta, da importância do povo negro, das pessoas respeitarem, humanizarem esse povo, essa sociedade, assim também é o carnaval.”

A ministra se emocionou ao lembrar da irmã, Marielle Franco, vereadora assassinada em 2018, e fez um apelo pelo respeito e pela empatia:

“Propagar o respeito, a empatia. Propagar que cada pessoa tem direito de cultuar aquilo que acredita, da maneira que acredita. Vocês sabem da história da minha melhor amiga, né? Quando a minha irmã é assassinada, um dos motivos, é por defender pessoas que lutam todos os dias contra essas violências.”, destacou Anielle ao falar da importância das escolas de samba na luta contra a intolerância religiosa.

‘Nenhuma violência contra mulher deve ser tolerada’! Governo Federal e Liesa lançam campanha na Cidade do Samba

Em uma iniciativa de combate à violência contra as mulheres, na última sexta-feira, ocorreu na Cidade do Samba, localizada na Zona Portuária do Rio de Janeiro, o evento de lançamento da campanha ‘’Feminicídio Zero; Nenhuma violência contra mulher deve ser tolerada’’ reunindo autoridades, parlamentares, lideranças comunitárias e representantes das escolas de samba do Grupo Especial, tendo como principal objetivo ampliar a conscientização sobre o feminicídio e incentivar ações de prevenção, além de fortalecer a rede de proteção às vítimas de violência doméstica.

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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Durante o lançamento, a Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destacou a importância da mobilização social no carnaval para enfrentar o problema. “É fundamental porque o samba é uma grande representação da cultura nacional, de resistência, de sabedoria, de construção de valores e comportamento. Aqui é um espaço para que a gente fale, discuta a questão da não violência contra a mulher e o feminicídio zero. È uma grande emoção estar na casa do samba e ni periodo do carnaval a gente estar fazendo esse grande evento para milhões de pessoas ficarem sabendo que o governo do presidente Lula e que o Brasil não aceita violência contra as mulheres”.

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Foto: Marielli Patrocínio/CARNAVALESCO

O evento contou com grandes mulheres do samba. A musa da Portela, Amanda Oliveira, foi a mestre de cerimônia e declarou que se sentiu honrada com o convite. “È uma honra ter sido convidada para representar as mulheres do carnaval, as mulheres pretas do carnaval, eu, como musa da Portela, sei de todas as barreiras e estereótipos que nos dão como mulher preta, como passista, que a passista não pode chegar a qualquer lugar, então é uma honra gigantesca estar aqui conduzindo este evento sobre o Feminicídio zero e que cada vez mais essa pauta esteja em alta para que tenhamos um excelente carnaval e não só no carnaval, porque é uma pauta atual”.

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Foto: Marielli Patrocínio/CARNAVALESCO

A abertura ocorreu com a apresentação das porta-bandeiras das 12 escolas do Grupo Especial e seus pavilhões, sendo elas, Grande Rio, Portela, Viradouro, Mangueira, Beija-Flor, Paraíso do Tuiuti, Unidos de Padre Miguel, Imperatriz Leopoldinense, Mocidade Independente de Padre Miguel, Unidos da Tijuca, Vila Isabel e Salgueiro. A fala da diretora de Cultura da Liesa, Evelyn Bastos, também rainha de bateria da Estação Primeira de Mangueira, marcou o início da abertura.

“Como rainha de bateria, me coloco no lugar das passistas que por arte, expomos os nossos corpos, e nos colocam em situação de vulnerabilidade diante de ideologias misóginas e patriarcais”, declara a diretora cultural.

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Foto: Marielli Patrocínio/CARNAVALESCO

Evelyn agradeceu a esta iniciativa e também reforçou o valor desta parceria. “Quero agradecer a todos vocês e tenho certeza que essa união irá mudar as estatísticas e vai fazer com que o Carnaval e o Brasil acesse a base da nossa pirâmide social que são as mulheres, com uma informação muito mais didática porque as nossas mulheres, negras, principalmente, merecem essa comunicação como forma de cuidado e de preservação”.

As escolas de samba e o próprio Sambódromo são ambientes culturais e sociais fundamentais para desenvolver de maneiras eficazes e contundentes conscientização, prevenção e enfrentamento ao cenário completamente inaceitável da violência contra as mulheres no Brasil. Considerando o direito e a participação de meninas e mulheres em todos os espaços de carnaval, o Ministério das Mulheres, o Ministério da Saúde, a Liga Independente das Escolas de Samba e a Fundação Oswaldo Cruz comprometeram-se em desenvolver esta parceria para promover, disseminar, organizar e operacionalizar ações de combate a violência promovendo a conscientização social.

Um problema de toda sociedade, principalmente dos homens

A violência contra a mulher é uma das mais graves violações dos direitos humanos, é um problema estrutural que assola o Brasil. O feminicídio, sua manifestação mais extrema, reflete a cultura machista enraizada na sociedade, que perpetua a desigualdade de gênero e normaliza as agressões. Diante dessa realidade, a luta contra a violência de gênero não pode ser uma responsabilidade exclusiva das mulheres. Os homens têm um papel fundamental nesse debate e devem assumir a responsabilidade de se posicionar ativamente contra essa violência.

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Foto: Marielli Patrocínio/CARNAVALESCO

Pela primeira vez este debate ganha visibilidade no Rio Carnaval através do presidente da Liesa, Gabriel David, que destacou a potência das escolas de samba para disseminar a informação na sociedade brasileira.

“Poucas organizações do Brasil, como as escolas de samba, tem o potencial tão grande de comunicar algo tão importante para a sociedade, entender que nós podemos fazer a mudança, e, tenho certeza que todas as escolas de samba, todos os foliões e todos aqueles que estiverem na Marquês de Sapucaí esse ano, estarão vendo essa mensagem não só para o carnaval, mas uma mensagem que a gente precisa ter todos os dias do ano pelo resto de nossas vidas, para que de fato, possamos chegar ao índice de feminicídio zero”. Gabriel agradeceu a presença de todas as mulheres que trabalham diariamente para a construção do país.

A iniciativa da campanha contra o feminicídio na Cidade do Samba surgiu graças à articulação do presidente da Embratur, Marcelo Freixo, que aproximou o Ministério das Mulheres à Liesa. Esse movimento estratégico tem grande importância, pois aproxima o debate sobre a violência contra a mulher de um dos maiores símbolos da cultura popular brasileira.

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Foto: Marielli Patrocínio/CARNAVALESCO

“É um marco importante. Eu conversei com a Ministra Cida lá atrás e a gente pensou em que lugar acontecer essa campanha tão fundamental para o Brasil, e além dos estádios, a gente pensou também no Carnaval. A Cida de forma muito competente colocou isso nos campos de futebol, uma mensagem que tem entrado em todo esse universo, agora, nada é mais potente em termos de expressão e comunicação do que o carnaval. Então, colocar essa mensagem ‘Feminicídio Zero’ dentro da avenida é um posicionamento de um Brasil que é sonhado mas é construído. A gente já avançou muito, mas tem muita coisa para avançar ainda e é bom lembrar que do 8 de março, Dia Internacional da Mulher, cai no sábado das campeãs e não é atoa, a gente tem muita coisa para fazer juntos. Parabéns Cida e a todos”, discursou o presidente da Embratur, Marcelo Freixo.

A presença da campanha na Cidade do Samba reforça a necessidade de envolver diferentes setores da sociedade na construção de uma realidade mais segura para as mulheres. Marcelo Freixo, ao estabelecer essa conexão entre o Ministério das Mulheres e a Liesa, demonstra a importância de unir esforços institucionais e culturais para enfrentar um problema estrutural que afeta milhares de brasileiras todos os anos.

Brasil ocupa o quinto lugar no ranking mundial de feminicídio

De acordo com dados da ONU, o Brasil apresenta uma das taxas mais altas de assassinatos de mulheres por razões de gênero. Em muitos casos, as vítimas são mortas por parceiros ou ex-parceiros, em contextos de violência doméstica e controle abusivo. Além disso, o feminicídio muitas vezes é o estágio final de um ciclo de agressões físicas e psicológicas que, se não interrompido, resulta na morte da vítima. O índice é ainda mais alarmante quando se faz um recorte de racial.

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Foto: Marielli Patrocínio/CARNAVALESCO

“O maior indíce de violência contra as mulheres, são as mulheres negras. Por isso estar aqui com a Anielle Franco, nossa Ministra da Igualdade Racial, se faz tão importante quanto e dizer neste momento que o maior espetáculo da Terra se dá exatamente no Carnaval, que envolve o Brasil como todo’, então essa campanha vai se fazer ouvir e fazer acontecer realmente para milhões de pessoas. Então, quero agradecer às nossas ministras e a todas as mulheres sambistas”, declarou a deputada federal, Benedita da Silva (PT), que discursou durante o evento.

O combate ao feminicídio exige medidas urgentes e eficazes, como o fortalecimento das delegacias especializadas, a ampliação da rede de apoio às vítimas e campanhas de conscientização para desconstruir a cultura machista que naturaliza a violência. Além disso, é fundamental que a sociedade como um todo se mobilize para pressionar por políticas públicas que garantam a proteção e a vida das mulheres em todos os espaços, inclusive no carnaval.

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Foto: Marielli Patrocínio/CARNAVALESCO

“Nós precisamos estar vivas, precisamos estar inteiras, não podemos ser violentadas e maltratadas. Nós somos o quinto país no ranking mundial de feminicídio principalmente na América Latina. Estamos construindo políticas públicas, mas só podemos mudar a realidade desse país se cada cidadã e cidadão entenderem que isso também é um problema de todos. E é através da Cultura, através do samba, que nós vamos conseguir chegar em todas as pessoas para mudança de comportamento”, afirma a Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

Saúde pública para mulher no enfrentamento à violência

A violência contra a mulher é um problema de saúde pública e uma violação dos direitos humanos, impactando profundamente a vida e o bem-estar das vítimas. Para enfrentar essa realidade, é essencial que o sistema de saúde pública esteja preparado para acolher, orientar e proteger as mulheres que sofrem qualquer tipo de violência.

“O Ministério da Saúde também se soma à essa importante iniciativa ao lado da Liesa, porque há muito tempo nós definimos que violência contra mulher é uma questão de saúde pública. Quero agradecer ao Gabriel David por estar conosco nessa parceria tão importante e a Diretora de Cultura, Evelyn Bastos”, ressaltou a Ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Carnaval Seguro: Diversão, Respeito e Igualdade para Todas as Mulheres

A segurança no carnaval não é responsabilidade exclusiva das mulheres. Homens e toda a sociedade devem se conscientizar sobre a importância do respeito, combatendo comportamentos abusivos e apoiando iniciativas de proteção feminina.

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Foto: Marielli Patrocínio/CARNAVALESCO

“Carnaval bom, é carnaval para todas as pessoas. A gente está aqui hoje, é a reafirmação da vida, onde estamos justamente fazendo uma campanha de conscientização tanto de feminicídio, mas também sobre o combate ao assédio no Carnaval”, diz Joyce Trindade, Secretária das Mulheres do Município do Rio de Janeiro.

A noite de lançamento contou com a presença de mulheres componentes das escolas de samba do Rio, que ouviram atentamente, aplaudiram as ações que serão tomadas nos espaços do Carnaval e aplaudiram a iniciativa. “Eu achei maravilhoso. A gente sabe desde os tempos de primórdios como as passistas são tratadas, principalmente pelos gringos, então mudar essa visão para a arte, porque o que elas fazem na avenida é arte, é muito importante. Ter um evento como esse com ministras, com vereadoras, com mulheres lutando por nós é muito importante”, finaliza Deise Fernandes Sacramento, de 58 anos, componente da Portela há 10 anos.

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Bateria ‘Fantástica’ brilha no ensaio técnico da Brinco da Marquesa no Anhembi

Por Lucas Sampaio e fotos de Rebeca Schumacker (Agência Enquadrar)

O Brinco da Marquesa realizou na noite da última sexta-feira seu único ensaio técnico previsto no Sambódromo do Anhembi em preparação para o desfile no carnaval de 2025. A bateria “Fantástica” foi o grande destaque, animando o canto da comunidade no treinamento encerrado após 48 minutos na Avenida. A escola da Vila Brasilina será a nona a se apresentar pelo Grupo de Acesso 2 com o enredo “A Marquesa na Cidade do Amor. São Paulo Carnaval 2025″, assinado por uma comissão de carnaval.

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Comissão de Frente

Ensaiada pelo coreógrafo Hugo Alves, a comissão de frente do Brinco realizou uma apresentação com duração de duas passagens do samba. Sem as fantasias ainda não é possível definir com clareza a coreografia, tendo em vista que nos primeiros momentos do primeiro ato três atores parecem se destacar nas interações entre si como se fossem uma família, mas em dado momento eles se separam, uma das atrizes passa a se destacar sozinha até que por volta do segundo ato já nenhum dos componentes parece ter algum destaque. É como se a ideia proposta fosse mostrar como uma pessoa, gradualmente, se torna uma só com as características da cidade, que é o que os demais participantes do quesito dão a entender que estão fazendo. Uma atuação intrigante que no dia do desfile, com todos devidamente fantasiados, pode fazer mais sentido.

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Mestre-sala e Porta-bandeira

O primeiro casal da Marquesa, formado por Samuel Lemos e Mariana do Carmo, encontrou problemas no andamento do seu ensaio junto com a escola. No primeiro módulo, a dupla realiza sua coreografia com um avanço muito lento na dança, o que faz com que a parte à frente do desfile avance mais do que a que vem atrás, comprometendo a evolução. No terceiro módulo, em menor escala, essa falha persistiu, sanando em definitivo apenas no último grupo de jurados.

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A porta-bandeira se mostrou muito mais segura e ativa em seus passos do que o mestre-sala, que se atrasou em algumas finalizações de obrigatoriedades em dados momentos. Será necessário refinar a preparação para chegarem no dia do desfile prontos para garantir as notas para o quesito. Um ponto a se atentar é justamente a parte final da atuação, que parece ser a que mais causa essa “segurada” no andamento da escola.

Harmonia

Um canto acima da média para o Acesso 2 chamou a atenção no ensaio da Brinco da Marquesa. Mesmo com um contingente pequeno, as alas que estavam presentes contaram com muitos componentes cantando o samba, mesmo que outros, em uma escala bem menor, ainda demonstrassem timidez. A ala que mais se destacou no ensaio sem dúvidas foi uma das últimas, cujos desfilantes portavam leques e estavam especialmente animados. O dia e o horário do ensaio podem ter atrapalhado a mais pessoas a participarem do treinamento, mas se a escola conseguir reforçar o samba na voz de todos que forem desfilar, podem sonhar com a nota máxima.

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Evolução

A Brinco da Marquesa distribuiu seus segmentos de forma pouco usual na pista. A bateria veio logo depois da comissão de frente, com a ala das baianas vindo logo atrás e em seguida o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira. Só depois de tudo isso e de mais uma ala é que vem a marcação do carro Abre-alas. Curiosidades à parte, a formação não parece ter comprometido o andamento geral da escola, com exceção do que fora apontado na análise do casal. Como nem todas as alas contavam com todos os desfilantes com camisas da escola, a sensação de compactação não foi suave, e em dados momentos algumas alas pareciam mais afastadas de outras que o normal, mas a fluidez no geral da Marquesa na Avenida foi correta. Cabe a preocupação quanto ao tempo do fechar de portões aos 48 minutos mesmo com um baixo contingente. A escola precisa se atentar ao fato de que o regulamento mudou, pois ficou a apenas dois minutos do limite de tempo.

Samba-Enredo

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Com o carro de som liderado pelo intérprete Buiu MT, a obra do Brinco da Marquesa funcionou bem no ensaio. A letra é simples, mas de fácil compreensão e assimilação por parte dos desfilantes, que mesmo os mais tímidos foram ganhando coragem conforme evoluíam na Avenida. A combinação de carro de som e bateria foi sublime, e nos momentos em que os ritmistas fizeram apagões, a comunidade respondeu bem e sem atravessar o canto. Se a obra estiver alinhada com o enredo dentro que o regulamento pede, pode render bons frutos para a escola.

Outros Destaques

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Mestres Bigode e Maurício Camilo podem se considerar orgulhosos de seus ritmistas. A bateria “Fantástica” esteve em grande noite e foi o grande destaque do ensaio, com instrumentos bem alinhados e bossas muito agradáveis de se ouvir em diferentes momentos do samba. Um pequeno apagão observado logo no começo da primeira parte da letra chama o componente para se envolver no desfile ainda mais. Certamente o quesito honrou o nome que receberam da própria escola.