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Cheia de vontade! Salgueiro faz ensaio com canto potente da comunidade e mostra credenciais para brigar forte em 2025

Por Alberto João e fotos de Allan Duffes (Colaboraram Luan Costa, Gabriel Radicetti, Juliana Henrik, Carolina Freitas, Luiz Gustavo, Matheus Morais e Matheus Vinícius)

O Salgueiro abriu o dia de ensaios técnicos do Grupo Especial, na Marquês de Sapucaí, na noite do último sábado, com mais de 80 mil pessoas presentes, e mostrou credenciais para brigar forte no Carnaval 2025. Destaque para excelente rendimento do samba-enredo, capitaneado por grande atuação de Igor Sorriso, impulsionado pelo trabalho primoroso da bateria e do casal de mestre-sala e porta-bandeira. O canto do componente, como vem acontecendo nos ensaios de rua, foi muito forte. O salgueirense aderiu ao samba, que é o mais ouvido nas plataformas de streaming. * VEJA AQUI FOTOS DO ENSAIO

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“Achei que o principal hoje foi a emoção, vi muito componente chorando, vi muito componente vibrando como o salgueirense costuma ser, mas hoje a emoção aflorou. Existe uma certa aura em cima do Salgueiro este ano, então temos essa pressão, sabemos o caminho que estamos trilhando. E a outra questão que vi no ensaio foi a resposta do público, cantando o samba, todo mundo respondendo, é um samba de sucesso nesse pré carnaval. Tecnicamente o ensaio foi muito bom, controlando pelo rádio recebi os feedbacks e tudo funcionou, os efeitos especiais, a iluminação tanto da comissão de frente como da escola toda, estamos no caminho certo”, explicou Wilsinho Alves, diretor de carnaval.

Comissão de Frente

Belo trabalho apresentado pelo coreógrafo Paulo Pinna. Começando pelo figurino dos integrantes. Impecável!. A escola ainda levou elementos cênicos para interação com os componentes. Muita dança e sincronismo nos movimentos. Durante toda apresentação nas cabines de julgadores a vontade mistura com alegria eram a tônica da exibição. Performance arranco aplausos do público.

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Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Impecável a apresentação do casal de mestre-sala e porta-bandeira. Sidclei e Marcella dominam o quesito de uma forma tão impactante que ano após ano conseguem destaque. A dança é muito envolvente. A dupla consegue ocupar todo o espaço durante a exibição. É interação o tempo inteiro entre eles. Ela, gira com intensidade, mas também carrega momentos singelos, principalmente, quando apresenta o pavilhão. Ele, em seus passos, parece flutuar pela Avenida, trazendo sempre uma admiração inigualável pela sua parceria, e, claro a bandeira da Academia do Samba. Eles vivem, sem dúvida, o melhor momento de suas carreiras, mas que já dura muito tempo. Não é passageiro, pelo contrário, é constante e traz muito orgulho e segurança de nota máxima para o salgueirense.

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“Como o nome diz, ensaio técnico foi pra gente testar a técnica exata do nosso dia de desfile, e a gente saiu com um saldo bastante positivo, conseguimos executar com tranquilidade tudo que a gente planejou e se preparou ao longo desses meses. Hoje viemos mais dar aquela assinatura, mostrar que o trabalho está pronto e curtir essa energia do público, da nossa comunidade que está feliz, cantando o samba que está na boca do povo”, disse a porta-bandeira.

“A gente sempre fala que cada ano temos que superar a nós mesmos. A gente estuda muito, se prepara demais. É uma responsabilidade enorme garantir nota, um quesito inteiro em cima de duas pessoas, mas temos todo o respaldo do nosso presidente, agora do nosso patrono. A comunidade brinca que somos o casal 40, mas fomos 40 no carnaval anterior, no carnaval seguinte temos que buscar do zero novamente. A nota é uma consequência de você estar preparado para manter um padrão de desfile, buscamos todo ano a perfeição para estarmos sempre bem na avenida”, completou o mestre-sala.

Harmonia e Samba

Há dois carnavais o Salgueiro só consegue nota máxima no quesito Harmonia. Trabalho magistral do diretor musical, Alemão do Cavaco, com os cantores no carro de som, e dos diretores de harmonia com toda comunidade. Dessa vez, o talento do intérprete Igor Sorriso trouxe também um ganho gigantesco na performance musical. O cantor consegue aliar empolgação e habilidade vocal. Todas palavras do samba são entendidas, com perfeição, e o canto flui naturalmente.

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Além disso, a comunidade salgueirense, mais uma vez, comprou o samba-enredo, que é um dos melhores do ano e está disparado na liderança no ranking dos mais ouvidos nas plataformas de streaming. O refrão principal está na boca do povo. Aliado ao potente trabalho dos componentes gera a certeza de um novo espetáculo do Salgueiro no quesito Harmonia e no Samba-Enredo.

“É sempre possível buscar mais. Precisamos motivar ainda mais o povo, ajustar os detalhes, cantar com mais força, pedir mais comoção, mais emoção, mais entrega. Aqui é Salgueiro, tem que ser o máximo do máximo. Se hoje foi 100%, no próximo tem que ser 200%. Estamos com fome de vitória, queremos vencer. Sabemos que não é fácil, mas vamos lutar muito para isso”.

Evolução

Organizado, o Salgueiro conseguiu mostrar técnica e empolgação. Trabalho muito bem feito pelo diretor de carnaval, Wilsinho Alves. Os componentes preencheram toda pista, sem estarem “militarizados”, ou seja, evoluíram livres e juntaram o canto com a dança.

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A comunidade marcou presença forte na Avenida. Sem dúvida, a Academia do Samba levou um dos maiores números de desfilantes nesta temporada de ensaios técnicos. Em nenhum momento, houve atropelo e correria exagerada pela pista.

Um dos lindos momentos foi quando a comunidade acendeu a vela, como diz o samba, a luz do Sambódromo foi apagada e o público correspondeu acendeu a lanterna do celular. Interação total. Um dos momentos mais especiais dessa temporada de ensaios técnicos.

Outros Destaques

Por merecimento, a “Furiosa” tem que ser reconhecida pelo excelente trabalho para o Carnaval 2025. Os mestres Guilherme e Gustavo são joias da Academia do Samba. A dupla possui muito conhecimento musical e faz o ritmo salgueirense ser delicioso. A gente poderia, até agora, estar ouvindo a performance no ensaio técnico. A rainha das rainhas, Viviane Araújo, como sempre, esbanjou carisma e interação com o público.

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“Foi bom o ensaio. A gente conseguiu executar tudo o que planejou do andamento. Semana que vem tem mais um para a gente deixar do mesmo jeito. E aí, vamos ao desfile”, disse mestre Guilherme.

“Para mim, se a bateria vier desfilar como está hoje, são os nossos 40 certos. Se Deus quiser em busca da décima estrela. Sobre o apagão da bateria… Talvez sim, talvez não, mas provável que sim. Será uma surpresinha para vocês”, completou mestre Gustavo.

 

Viradouro incendeia a Sapucaí, mostra solidez em todos os quesitos e reafirma sua força rumo ao bicampeonato

Por Luan Costa e fotos de Allan Duffes (Colaboraram Gabriel Radicetti, Juliana Henrik, Carolina Freitas, Luiz Gustavo, Matheus Morais e Matheus Vinícius)

Mais de 80 mil pessoas lotaram o Sambódromo na noite deste sábado e puderam acompanhar o excelente ensaio técnico da Unidos do Viradouro. A atual campeã do carnaval carioca fechou a noite em grande estilo e mostrou que o bicampeonato é um objetivo mais do que possível. Durante pouco mais de uma hora, a escola mostrou sintonia com sua comunidade e um desempenho sólido em todos os quesitos, como comissão de frente e casal de mestre-sala e porta-bandeira. Mas foi o aspecto musical que mais chamou atenção, com o carro de som, comandado por Wander Pires, e a bateria de mestre Ciça sendo peças fundamentais para impulsionar o canto dos componentes e contagiar o público nas arquibancadas.

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A cada passada de samba, que comprovadamente caiu nas graças da comunidade e também do grande público, o entrosamento entre os ritmistas e os intérpretes ficava ainda mais evidente, o que garantiu um ensaio consistente, vibrante e com emoção.

Em 2025 a Viradouro levará para a avenida o enredo “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos”, desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon. A narrativa homenageia Malunguinho, figura histórica e espiritual ligada à resistência no quilombo do Catucá, em Pernambuco. A vermelha e branca de Niterói será a terceira escola a pisar na avenida no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial. No próximo domingo a escola realizará o teste de luz e som também na Marquês de Sapucaí.

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Ao final do ensaio o diretor de harmonia, Dudu Falcão, falou ao CARNAVALESCO. “Seria muita arrogância da nossa parte achar que não há nada a melhorar. Sempre tem. Acabamos de fazer o ensaio, e essa pergunta é clássica — assim como a resposta. A gente só consegue analisar com calma depois, conversando com todo mundo. Mas, pelo que percebi nos momentos em que consegui tirar o fone do ouvido, vi uma escola cantando muito, com um ritmo bem sustentado pela bateria e pelo carro de som. O desempenho foi tão bom que chega a dispensar comentários. Nós faremos três desfiles aqui. Esse foi o primeiro, no próximo domingo teremos o segundo e, se Deus quiser, o ápice será o terceiro. Esse terceiro desfile vai coroar tudo o que estamos construindo. É uma sequência intensa, fruto de muito trabalho e dedicação. Acredito que foi um ensaio muito satisfatório, e agora é focar para fazer um ensaio ainda mais próximo da perfeição no próximo domingo”, pontuou o diretor.

Comissão de Frente

A expectativa em torno dos coreógrafos Priscilla Mota e Rodrigo Negri cresce a cada ano, mas a sensação é de que a dupla não sente essa pressão — e talvez seja justamente por isso que suas comissões sempre encantam o público.

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No ensaio do último sábado, eles apostaram em uma coreografia aguerrida, com movimentos fortes, mantendo a linha do que já vinham apresentando nos ensaios de rua desta temporada. A grande diferença ficou por conta do figurino, impecavelmente produzido, e do uso de um tripé, que representava a Jurema Sagrada e elevava o componente principal, Malunguinho, ao final da apresentação. Outro elemento que chamou atenção foi um enorme bandeirão, manuseado pelos bailarinos contendo um verso do samba: “o rei da mata que mata quem mata o Brasil”.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

As apresentações de Julinho e Rute pelos módulos de jurados foram impecáveis. A dupla demonstrou a firmeza e segurança de sempre, deixando o público em êxtase.

A coreografia apresentada foi a mesma que será executada no desfile oficial. Apesar do estilo clássico e mais solto, eles possuem passos bem marcados, especialmente em trechos estratégicos do samba. Um exemplo disso acontece na passagem “a quem do mal se proclama, levo do céu pro inferno”, quando dão as mãos e fazem um movimento rápido em direção ao chão, traduzindo a força da letra na dança.

A performance equilibrou momentos de delicadeza com outros de intensa energia, criando um contraste harmonioso e envolvente. Mais uma vez, Julinho e Rute mostraram por que são uma das grandes referências do casal de mestre-sala e porta-bandeira no carnaval.

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“Hoje é o mais próximo da realidade, o que falta hoje é a fantasia. A gente vem ensaiando incessantemente, na noite anterior foi nosso teste de luz aqui, pouco descansamos. Avenida lotada, até o setor 13 cheio. Hoje a gente pôde testar coreografia, testar todo o andamento desde o setor 1 até a saida; claro que sempre temos alguma coisa pra melhorar, mas foi muito positivo o que fizemos hoje. Foi uma mistura de superação, alegria, afeto, recebemos um carinho imenso do público, e isso faz valer nosso esforço, nossas noites mal dormidas, os trabalhos paralelos ao carnaval, essa sensação faz valer tudo a pena”, disse a porta-bandeira.

“Nossa experiência de tantos anos juntos ajuda, mas se ficarmos na zona de conforto pode prejudicar, porque estamos há tanto tempo dançando juntos e a gente já sabe a parada, a movimentação, o respiro do outro que em algum momento podemos relaxar. A Rute em alguns momentos cobra pra eu olhar pra ela, ter essa atenção, e saber que o outro vai estar no lugar, saber que a mãozinha estará lá, se isso não for trabalhado como um casal que está iniciando a parceria, acaba se perdendo. E muitas vezes a magia está nesses detalhes. É óbvio que o tempo de parceria facilita muito, facilita no trato, em um confiar no outro. E a cada desfile técnico, porque não é mais apenas um ensaio, vamos vivenciando uma emoção diferente desses 18 anos juntos. Acho que todo casal quando se forma busca uma maturidade juntos, e graças a Deus alcançamos isso”, completou o mestre-sala.

Harmonia e Samba

Ao longo deste pré-carnaval, a sintonia entre mestre Ciça e Wander Pires só cresceu, tornando-se peça-chave para o excelente desempenho musical e harmônico da vermelha e branca. Neste ensaio, mesmo com o som ainda não totalmente propagado por toda a Avenida, a harmonia se destacou como um dos pontos fortes da noite.

O samba-enredo foi cantado a plenos pulmões, não apenas pela comunidade — que mais uma vez demonstrou um vigor e uma garra impressionantes — mas também por boa parte do público presente. Os versos “O rei da mata que mata quem mata o Brasil” e o refrão “A chave do cativeiro // Virado no Exu Trunqueiro // Viradouro é catimbó // Viradouro é catimbó // Eu tenho corpo fechado // Fechado tenho meu corpo // Porque nunca ando só” foram os momentos de maior explosão, com a escola e a arquibancada em total sintonia.

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“O samba é muito bom, está na boca do povo e teve um excelente desempenho nesse ensaio”, cravou o intérprete Wander Pires.

Evolução

A evolução da Viradouro neste ensaio foi extremamente coesa. As alas cruzaram a Avenida de forma leve e espontânea, porém, sem abrir mão da técnica de desfile em nenhum momento.

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Um detalhe interessante foi a quantidade de componentes que estavam maquiados ou carregando adereços de mão, o que ajudou a reforçar a identidade visual do enredo. Outro destaque foi a presença de inúmeros grupos cênicos ao longo dos setores, cujas performances prenderam a atenção do público e adicionaram ainda mais impacto ao ensaio. No geral, a escola manteve um ritmo equilibrado, sem atropelos, garantindo uma fluidez constante do início ao fim.

Outros Destaques

A presença da rainha de bateria, Erika Januza, é sempre um destaque, e na noite deste sábado não foi diferente. Usando uma fantasia inspirada em uma cabocla, a atriz encantou o público e foi ovacionada por toda a Sapucaí. Sua entrega e sintonia com a bateria chamaram atenção, e ao final do ensaio, Erika deixou a Avenida visivelmente emocionada.

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Ao CARNAVALESCO, mestre Ciça analisou a bateria no ensaio técnico. “Foi ótimo! Agora a gente vai conversar pra ver algum problema na escola na bateria, acho que não teve problema. Eu gostei muito do ensaio. A minha bateria foi excepcional e estou com ela pronta para o desfile. Lógico, vamos nos corrigir sempre para chegar prontinha no desfile. Eu já executei as bossas do desfile, só faltando mais da cabeça do tamborim, porque eu tinha que botar o tamborim para dentro. Como o carro de som não é oficial, eu fico com medo de fazer. Eu acho que até o atabaque também, ali, sem microfone. Corremos risco aqui hoje, mas tinha que fazer, testar. Como não deram microfone para a gente, que eu pedi à equipe de som, mas não colocaram, eu testei assim mesmo. A proposta é essa. O rendimento foi muito bom”.

Afiada! Imperatriz realiza excelente ensaio técnico com desempenho empolgante do samba-enredo e evolução impecável

Por Luiz Gustavo e fotos de Allan Duffes (Colaboraram Gabriel Radicetti, Juliana Henrik, Carolina Freitas, Luan Costa, Matheus Morais e Matheus Vinícius)

A Imperatriz Leopoldinense realizou seu ensaio técnico na noite do último sábado mostrando todas as credenciais que levaram a escola a ser campeã e vice respectivamente nos dois últimos carnavais. O nível de seus quesitos não apenas se mantém como é potencializado a cada ensaio. Um casal de mestre-sala e porta-bandeira em fase sublime, uma evolução de manual com organização e leveza aliadas, uma bateria que garante a nota válida máxima desde 2016, e, principalmente, uma comunidade que defende cada samba com unhas e dentes na avenida, fazendo a escola de Ramos alcançar não só excelente desempenho em seu canto dentro da pista, como uma comunicação com o público que a escola não tinha com tamanha regularidade num passado próximo. A atual Imperatriz atinge as arquibancadas, empolga as frisas e traz outro clima para seus ensaios e desfiles. A escola está feliz e isso é sentido claramente por quem a assiste.

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No treino antes do teste e luz de som que ocorrerá na semana que vem os componentes seguraram o samba durante toda a sua passagem e alcançaram uma boa resposta dos 81 mil espectadores que foram ao sambódromo neste sábado. Os refrãos foram bem cantados pelo público, assim como o trecho “justiça maior é de meu pai xangô”. Foi um ensaio quente, já potencializado pela cabeça da escola com belas apresentações da comissão de frente e casal de mestre-sala e porta-bandeira. A verde e branco apresentará o enredo “Ómi Tutú ao Olúfon – Água Fresca Para o Senhor de Ifón”, de autoria do carnavalesco Leandro Vieira no domingo de carnaval, sendo a segunda escola a desfilar.

“Estamos prontos. São três meses que a gente vai ganhando aquelas ruas (de Ramos) e eu acho que foi uma crescente lá. O meu objetivo aqui hoje era repetir aquilo que a gente fez em Ramos para que a população do Rio de Janeiro pudesse ver o que a população da Leopoldina já conhecia. E a Imperatriz entregou. A gente está pronto. Agora, são os outros elementos que vão ser incorporados ao samba, à harmonia, à evolução, que são as fantasias, as alegorias, a comissão de frente oficial. Acredito que, aí, o casamento da escola será perfeito. E a gente vai conseguir brigar bonito pelo campeonato”, disse André Bonatte, um dos diretores de carnaval da escola.

Comissão de Frente

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A comissão liderada por Patrick Carvalho apresentou uma coreografia bastante energética, com os exus incorporados. Trabalho de pintura facial unido a uma teatralização impressionante resultaram em uma apresentação de bastante impacto, cujo ápice foi o momento em que o fogo surge nas mãos dos componentes, obtendo muitos aplausos do público presente. Em sua estreia na Imperatriz, Patrick deixou ótima impressão sobre o que pode ser apresentado na Sapucaí no desfile oficial.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Phelipe e Rafaela tiveram um grande desempenho no ensaio técnico, seguindo o padrão estabelecido desde que voltaram a dançar juntos após o carnaval de 2022. Nas quatro cabines se viu uma apresentação bastante leve e ágil, com o casal usando muito bem o espaço da pista para realizar seus movimentos. Phelipe em seu estilo performático e um bailado muito dinâmico, passos rápidos e um sapateado de alto nível de execução, enquanto Rafaela confirma o seu melhor momento na carreira, faz cada movimento com extrema elegância, muita segurança e leveza. O casal enxertou coreografias em sua apresentação na medida certa, como no refrão principal em que realizam uma dança com saudação a Oxalá. Uma apresentação belíssima do primeiro casal da Imperatriz.

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“Estamos muito felizes por esse acolhimento incrível de todos que estavam presentes. Grande parte desse público, às vezes, não tem a oportunidade de assistir ao desfile oficial, poder trazer um pouco do que vamos levar para a Avenida é muito importante. Marcamos grande parte da nossa coreografia hoje, mas, claro, no dia do desfile tudo ganha outra proporção — a fantasia traz um axé especial para a nossa dança. O ensaio técnico serve para trabalharmos, analisarmos se estamos no caminho certo e para ajustarmos os detalhes na busca pelas notas 10, que a gente sabe que não são fáceis de conquistar. Mas estamos nos dedicando muito, com os pés no chão e humildade, para fazer um desfile leve e tranquilo. É muito gostoso viver essa experiência, e agora, com dois ensaios técnicos, é ainda melhor. Esperamos repetir essa energia na semana que vem e fazer ainda melhor tanto no ensaio quanto no grande dia”.

“O ensaio técnico é sempre muito valioso para o nosso trabalho. Quero aproveitar para agradecer toda a comunidade do Complexo, que sempre nos prestigia, tanto nos ensaios de rua quanto aqui na Sapucaí. É nesse momento que conseguimos ter um termômetro do que podemos, do que devemos e do que não devemos fazer no dia do desfile. Acho que todo mundo conseguiu sentir o clima e identificar os pontos altos da coreografia. Agora é seguir trabalhando ainda mais para que, no próximo domingo, a gente mantenha o nível e, no dia do desfile, saia daqui com a nota máxima e super premiado no carnaval”.

Harmonia e Samba

Um dos sambas mais elogiados da temporada confirmou sua força com um desempenho fortíssimo, que refletiu na reação do público que acompanhou o ensaio na avenida cantando bastante com a escola. Os refrãos tiveram um rendimento espetacular, mantendo o samba em cima o tempo todo, assim como o trecho “justiça maior é de meu pai xangô…”, o samba passeia melodicamente, trechos em tom menor são imediatamente acompanhados por uma subida que torna a obra muito envolvente, sem cansar ou perder fôlego durante sua apresentação. O canto estava afiado na voz de cada componente, com principalmente o meio da escola entoando o samba com muita garra e animação, alas em sequência mantendo um pique contagiante.

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Contribuiu demais para esse forte desempenho do canto da escola mais uma apresentação irretocável de Pitty De Menezes, cinco anos como intérprete principal na Marquês de Sapucaí com a segurança de um veterano. Ele une técnica, alcance vocal e alta comunicação com os componentes e público, na mesma pegada durante os 80 minutos de ensaio, muito bem auxiliado pelo seu carro de som. Pitty brinca na condução de um samba com vários trechos em tom alto e potencializa o rendimento do mesmo. O samba não teve uma queda em algum momento do ensaio, inclusive nos setores finais foi onde teve uma resposta mais forte do público. Sem dúvida o samba foi protagonista deste ensaio da Imperatriz.

“Eu acho que foi maravilhoso. A escola cantou muito, e a arquibancada cantou junto com a Imperatriz. Acho que precisamos repetir exatamente o que fizemos hoje: com alegria, felicidade e muita certeza do que estamos ensaiando. Se a gente desfilar na Avenida com essa energia, a décima estrela está muito perto de se tornar realidade. A Imperatriz está muito próxima de conquistar esse título tão sonhado. Eu não tenho dúvida de que o sonho vai virar realidade”.

Evolução

A Imperatriz teve uma evolução impecável, unindo alta organização em suas alas e componentes soltos para brincarem dentro delas. Até mesmo um ponto de atenção que são as diversas alas coreografadas ou com movimentos repetidos em determinados trechos do samba funcionou muito bem, a escola não passou travada em momento algum do seu ensaio. A dinâmica coreográfica encaixou a contento preenchendo bem a pista e dando um interessante contraste com as alas mais soltas. Estas deram um banho de entusiasmo, ritmo de avenida e andamento na pista. A verde e branco teve um andamento forte durante todo o ensaio, só diminuindo um pouco o passo nas alas finais. O terceiro casal da
agremiação preencheu muito bem o espaço após o recuo da bateria, mantendo a agilidade da evolução da escola. De fato uma evolução de manual.

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Outros Destaques

Não dá pra falar de Imperatriz atualmente sem citar mestre Lolo. Desde 2016 na escola garantindo 30 pontos válidos, ele fez da sua bateria um termômetro da agremiação de Ramos. Nesta noite alcançou mais um desempenho espetacular, sem contar a comunicação que a “Swing da Leopoldina” tem tido com o público. Destaque também para a rainha Maria Mariá com muito samba no pé.

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Assim como em 2024 com as palmas para a cigana, Lolo montou uma bossa para chamar a plateia pra participar com a escola, no refrão central, e o resultado foi um ensaio quente do início ao fim. O mestre falou sobre o seu trabalho.

“Com tempo na escola você tem como trabalhar o material humano, fazer amizades, é difícil ter inimizades aqui dentro porque dez anos juntos, todo mundo se conhece. É gostoso fazer o trabalho, rapaziada entender nossa filosofia, e chegar aqui e mostrar essa
bateria maneira que passou aí”.

Galeria de fotos do ensaio técnico da Imperatriz na Sapucaí para o Carnaval 2025

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Galeria de fotos do ensaio técnico do Salgueiro na Sapucaí para o Carnaval 2025

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Freddy Ferreira analisa a bateria da Viradouro no ensaio técnico na Sapucaí

Um ensaio técnico muito bom da bateria “Furacão Vermelho e Branco” da Unidos do Viradouro, comandada pelo lendário mestre Ciça. Um ritmo com andamento confortável, bom equilíbrio e pressão sonora de uma afinação mais pesada de surdos. Tudo ainda complementado pela musicalidade de bossas potentes e bastante musicais.

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Na cabeça da bateria da Viradouro, um bom naipe de chocalhos tocou de forma correta, acompanhado por uma ala de tamborins consistente, que executou um desenho rítmico bastante elaborado com precisão e eficiência, adicionando valor sonoro à parte da frente do ritmo. Um naipe de cuícas bem acima da média fez um trabalho precioso, ajudando no preenchimento musical das peças leves com inegável qualidade musical. As cuícas ressoaram de forma uníssona por toda a pista de desfile, com o toque diferenciado marcando o samba para os demais instrumentos.

A parte de trás do ritmo da “Furacão” contou com a primeira fila de atabaques, que vieram ajudando preenchendo a sonoridade da cozinha, além da contribuição privilegiada em bossas, junto de um ritmista tocando Cowbell, uma espécie de agogô com um som diferenciado e somente uma campana (boca). Uma boa e pesada afinação de surdos foi percebida, dando pressão sonora ao ritmo da escola do bairro do Barreto, inclusive em bossas. Surdos de primeira e segunda tocaram com firmeza, mas de modo seguro. O balanço envolvente dos surdos de terceira contribuíram tanto em ritmo, quanto nas paradinhas. Repiques consistente tocaram junto de uma ala de caixas de guerra com boa ressonância, com seu tradicional toque em cima contando com a tradicional levada de partido alto.

Galeria de fotos do ensaio técnico da Viradouro na Sapucaí para o Carnaval 2025

Um conjunto de bossas que se aproveitou da pressão sonora permitida pela afinação pesada de surdos para consolidar seu ritmo. Destaque para a paradinha iniciada na segunda do samba, que contou com uma levada de maracatu sublime, conectando a sonoridade da bateria da Viradouro ao enredo da escola. Nesse mesmo arranjo, antes do estribilho, tem um floreio em conjunto dos naipes de certa complexidade, antes de consolidar o toque afro com os atabaques, que também eram acompanhados por ritmista tocando Cowbell, esbanjando versatilidade rítmica. A bossa extensa ainda encerra com um balanço único na segunda passada do refrão principal, terminando com os atabaques subindo o ritmo na retomada. Uma construção musical de rara felicidade, altamente conectada ao que samba-enredo pede, atrelando a sonoridade da “Furacão” ao grande enredo da agremiação de Niterói.

Uma apresentação muito boa da bateria da Viradouro, dirigida por mestre Ciça. Um ritmo que misturou equilíbrio e consistência, com pressão sonora de bossas potentes e dançantes. Uma exibição que mostrou uma bateria “Furacão Vermelho e Branco” no caminho certo para mais um grande desfile.

bateria viradouro
Foto: Dhavid Normando/Divulgação Rio Carnaval

Freddy Ferreira analisa a bateria da Imperatriz no ensaio técnico na Sapucaí

Um excelente ensaio técnico da bateria “Swing da Leopoldina” (SL) da Imperatriz Leopoldinense, comandada por mestre Lolo. Um ritmo equilibrado, consistente e com potência sonora de uma afinação com distinção soberba entre os timbres dos surdos. Tudo isso foi impactado por uma musicalidade destacada das bossas intimamente ligadas ao enredo da escola.

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Na parte da frente da bateria “SL”, ritmistas com atabaques ficaram perfilados no início do ritmo durante o primeiro recuo, adentrando o corredor e desfilando do meio para o final da bateria pela pista. Uma ala de cuícas ressonante demonstrou sua inegável virtude sonora. Um naipe de chocalhos de grande técnica musical tocou no interligado a um naipe de tamborins extremamente acima da média, mostrando um entrosamento de grande destaque entre ambos. Simplesmente incrível o desenho simples, mas profundamente eficiente dos tamborins da Imperatriz. Convenções assim fazem cair por terra aquela máxima de que desenho complexo e difícil de executar segura e mantém bons ritmistas! O desenho rítmico da Rainha de Ramos era funcional e bastante intuitivo, tendo sido executado de forma impressionante, com carreteiro uníssono e volumoso por toda a Sapucaí.

Na cozinha da bateria da Imperatriz Leopoldinense, uma afinação de surdos primorosa embalou o trabalho destacado de todos os graves. Marcadores de primeira e segunda foram firmes e seguros durante todo o cortejo, assim como os surdos de terceira proporcionaram um balanço envolvente tanto fazendo ritmo, quanto executando as paradinhas. Um trabalho de imenso destaque com a boa acentuação perceptível, graças à excelência envolvendo a afinação e a boa distinção entre os diversos timbres. Repiques com apuro técnico tocaram de forma consistente junto de um bom e ressonante naipe de caixas de guerra. Uma cozinha da bateria que fez um ritmo potente e equilibrado.

A musicalidade das bossas da “Swing da Leopoldina” era simplesmente impressionante. A boa pressão sonora envolvendo a afinação privilegiada de surdos se traduziu em potência rítmica no momento de executar os arranjos, que ainda contaram com um trabalho merecedor de menção musical envolvendo as caixas. Sublime a escolha dos arranjos, assim como a adequação ao tema de vertente africana da escola. Os detalhes das terceiras nas bossas eram encantadores. O toque privilegiado dos atabaques eram acompanhados por agogôs de duas campanas (bocas), dando a sonoridade da “SL” um autêntico clima de terreiro de Candomblé. Destaque para a construção musical de alto nível do refrão do meio, que ainda contava com três gritos de “Hey!” de todos os ritmistas, arrancando aplausos do público e garantindo interação por onde foi exibida.

Galeria de fotos do ensaio técnico da Imperatriz na Sapucaí para o Carnaval 2025

Uma apresentação excelente da bateria da Imperatriz Leopoldinense, dirigida por mestre Lolo. Uma “Swing da Leopoldina” com uma poderosa afinação de surdos, mostrando um encaixe musical único com o samba-enredo da agremiação e suas bossas, repletas de musicalidade ímpar. O ótimo balanço das terceiras e um trabalho estupendo dos tamborins merecem reverências, diante de uma exibição fascinante de ambos os naipes. Um ensaio que mostrou uma bateria “SL” da Imperatriz dirigida por mestre Lolo pronta para brigar pela nota máxima do quesito no desfile oficial.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

Freddy Ferreira analisa a bateria do Salgueiro no ensaio técnico na Sapucaí

Um ótimo ensaio técnico da bateria “Furiosa” do Acadêmicos do Salgueiro, sob o comando dos mestres Guilherme e Gustavo. Um ritmo potente, com a afinação de surdos mais pesada, característica da escola com quadra de ensaios na rua Silva Telles. Outro ponto de imenso destaque da bateria do Salgueiro foi um conjunto de bossas extremamente acima da média. A musicalidade das paradinhas da Academia levantou o público, energizando a passagem da bateria por toda a Avenida.

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Na cabeça da bateria do Salgueiro, uma ala de showcalhos executou um trabalho extremamente diferenciado, parecendo um só tocando por toda a pista. Um naipe de cuícas competente mostrou boa técnica musical, auxiliando na sonoridade das peças leves. Tamborins executaram um desenho rítmico com certa complexidade de modo eficiente e ressonante. O bom entrosamento entre tamborins e chocalhos foi notado, sendo um dos pontos altos da parte da frente do ritmo salgueirense.

Na parte de trás do ritmo da “Furiosa”, uma afinação de surdos bem pesada, plenamente inserida no DNA musical da escola foi percebida. Marcadores de primeira e segunda foram firmes e precisos, tanto ditando o andamento, quanto fazendo bossas com eficiência. Os surdos de terceira simplesmente brilharam, seja fazendo ritmo ou executando com brilhantismo as paradinhas salgueirenses. Um bom naipe de caixas tocou mesclado a uma ala de taróis de virtude musical, preenchendo os médios junto de repiques eficientes. A cozinha da bateria da escola branca e encarnada do morro do Salgueiro ainda contou com atabaques que deram um molho único nas bossas, além de alguns ritmistas do repique, que desfilaram carregando Cowbell, um instrumento semelhante ao agogô, mas com somente uma única campana (boca).

As bossas salgueirenses trouxeram um brilho de valor sonoro incalculável para a bateria “Furiosa”. Todos os arranjos seguem o que solicita o próprio samba da escola. É possível dizer que a influência musical em cada trecho segue linhas distintas, de acordo com o que a obra pede. No trecho “sou herança dos malês” o ritmo consolida um toque que remete ao Norte da África. Enquanto no refrão do meio, sobre a fé no Sertão, existe uma boa mescla entre Baião e Maracatu, num arranjo bem musical que ainda termina com uma frase rítmica atrevida dos tamborins. Já no verso “Salve Seu Zé”, a bateria Furiosa transportou o clima da Avenida direto para um terreiro de macumba, numa bossa de construção musical bem contemporânea, além de refinada. Todas as paradinhas se aproveitaram das nuances da melodia, bem como da pressão sonora envolvendo a afinação privilegiada dos pesados surdos salgueirenses. Destaque para os arranjos envolvendo as terceiras do Salgueiro, sempre dando uma luxuosa contribuição.

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Uma ótima apresentação da “Furiosa” do Salgueiro, dirigida pelos mestres Guilherme e Gustavo. Bossas profundamente conectadas à letra e a melodia do samba salgueirense foram exibidas, sempre com boa precisão na execução. Um trabalho equilibrado, consistente e bastante potente garantiram um treino impactante da bateria da Academia do Samba.

bateria salgueiro
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval