Por Diogo Cesar Sampaio
Indo para o quinto carnaval à frente das comissões da Mocidade Independente, Saulo Finelon e Jorge Teixeira vivem um dos seus melhores momentos na carreira. Após uma sequência de trabalhos elogiados e reconhecidos pelo público, pela crítica e pelos jurados, a dupla pretende apostar em mais uma inovação para 2019, com o objetivo de conseguir, novamente, cravar os 40 pontos obtidos no ano anterior.
“A gente, mais ou menos, tem uma fórmula em nossas comissões, de usar uma temática, e de fazer algo que tenta surpreender. Uma comissão de frente com figurino, com tudo muito completo. A gente sempre traz uma história com começo, meio e fim. Tentamos, num avanço, vir contando a história do início até chegar ao jurado e ter um ápice. Então a gente tem realmente essa preocupação com o andamento da escola. Posso garantir que o trabalho desse ano está bem interessante, e tem tudo para repetir o sucesso dos dois anteriores também”, declarou Saulo Finelon para a reportagem do site CARNAVALESCO.
Parceiro de Saulo na criação e desenvolvimento das comissões, Jorge Teixeira também falou da importância e do cuidado que a dupla tem em trazer sempre algo novo e específico para cada ano, adequando-se a cada enredo. Não só nos efeitos, mas principalmente nas danças e coreografias.
“Existe também a nossa preocupação com a qualidade daquilo que a gente vai apresentar. Não só na temática e no efeito, mas também na vestimenta e na roupa que a gente traz, nas peças que vem com eles, que acompanham toda a comissão. Existe uma preocupação muito grande com a movimentação, para que gente nunca a perder. Além da preocupação com a criação de coreografias específicas, pois se olhar para cada comissão nossa, a movimentação é diferenciada. A gente busca uma movimentação dentro daquele enredo, dentro da proposta que nós queremos passar. Isso é fundamental. A gente não quer perder nunca e quer manter isso sempre, é nossa característica”.
Durante a conversa, Jorge Teixeira contou sobre como lidam com as expectativas em torno de seus trabalhos. Além de falar se a dupla encara hoje, como obrigação, trazer algum tipo de efeito em suas apresentações.
“É uma responsabilidade muito grande desenvolver uma comissão depois de trabalhos tão bem sucedidos. As cobranças são maiores, a expectativa do público sempre fica maior também. É uma responsabilidade não só em questão de jurado, mas principalmente em relação ao público e a comunidade. Eles ficam esperando que a gente venha, mais uma vez, trazendo alguma coisa inusitada, alguma coisa que inove. E o nosso caminho é exatamente esse, é de buscar sempre essa inovação, essa criatividade. É poder levantar não só a Sapucaí, mas dar esse ânimo para a torcida da Mocidade, fazer com que a escola entre com vigor. É difícil, porque a cada ano são novas expectativas, novas descobertas, um novo enredo… Todo ano a gente tem uma superação muito grande para conseguir repetir um trabalho de excelência, como foi feito esses dois últimos anos”.
O atual momento de sucesso da dupla teve início em 2017, com a comissão de frente do Aladdin. Nela, durante o ápice da apresentação, era simulado um voo do Aladdin no tapete mágico. Voo esse que era realizado por um drone com uma réplica tridimensional do bailarino, e que sobrevoava o público da Marquês de Sapucaí. Saulo Finelon relembrou esse trabalho, e comentou da importância dele para a carreira da dupla.
“É difícil falar do nosso trabalho. Mas é inegável que a repercussão foi incrível, e todos falam até hoje que foi um termômetro para o restante da escola. A escola veio muito bem e a comissão ocasionou e proporcionou essa energia positiva. E o público falou, e fala até hoje dessa comissão. Ela imortalizou. O Aladdin foi a imagem daquele carnaval. Para gente, realmente, foi uma grande vitória, uma conquista”.
Já Jorge Teixeira comparou o trabalho de 2017, com o que foi realizado ano passado. E frisou que, mesmo com toda a repercussão do primeiro, somente o segundo conseguiu atingir os 40 pontos de todos os jurados.
“Em 2017, fomos mais falados de avenida, mas ano passado que nós fomos 40 pontos. Então tem essa coisa, nem sempre o mais falado são os que gabaritam. A gente está sempre buscando, sabendo que o reconhecimento do público é diferente do reconhecimento de jurado”.
A dupla também conversou sobre a relação deles com o carnavalesco da Mocidade, Alexandre Louzada. Ambos teceram elogios ao artista, sendo que Jorge Teixeira ainda ressaltou a liberdade dada pelo carnavalesco para os coreógrafos conceberem as comissões de frente sem interferências.
“O Louzada (Alexandre, carnavalesco da Mocidade) é maravilhoso. É uma pessoa que nos deixa, que nos dá liberdade de criação. Ele não interfere. Na verdade, ele só interfere quando a gente apresenta o nosso trabalho para ele, e ele diz se tem alguma ideia para complementar e vem junto. É uma pessoa que a gente tem muito que agradecer pelo carinho dele e por ele nos dar liberdade de trabalho.”
Saulo Finelon exaltou a capacidade e o conhecimento de Alexandre Louzada. Fator, que segundo Saulo, enriquece a troca entre carnavalesco e coreógrafos.
“Eu acho que um dos segredos do sucesso é uma equipe harmônica, junta… E a gente fez um casamento muito bem feito. O Louzada é uma pessoa muito inteligente e culta, que a gente se instrui junto, conversa, trocas às ideias. Realmente, é o casamento perfeito”.
Os coreógrafos ainda declararam suas opiniões sobre os usos de tripés pelas comissões de frente. Um recurso que se popularizou nos últimos anos, mas que ainda divide opiniões.
“A gente não é a favor e nem contra o tripé. Eu acho que ele tem de ter uma função. A comissão de frente está cada vez indo muito além, e isso demanda de um ‘backstage’, de alguma coisa para guardar. Isso na criatividade influencia muito, porque você pode ir um pouco mais além. Se você tiver uma ideia incrível, sem tripé, eu acho fantástico. Mas hoje em dia, é complicado. Mas eu não sou contra não. Seria um sonho não trabalhar com tripé. Eu acho que o tripé ele tem de estar de acordo com o que você está fazendo, com a sua temática. Se ele está sendo bem usado… O porquê dele, eu bato nisso. Não ser uma coisa aleatória”.
Um dos precursores na utilização de elementos cenográficos gigantescos, Jorge Teixeira corroborou com discurso do parceiro. Porém, foi ainda mais além ao declarar gostar dos tripés, não só por sua necessidade.
“A comissão de frente tem sido um verdadeiro show, um espetáculo a parte, ao longo últimos anos. Quando você pensa que um espetáculo, normalmente, está em um palco, você precisa de bastidores. O tripé ele é justamente utilizado dessa forma, como um bastidor. Contando com que ele, como o Saulo falou, esteja dentro do enredo e não seja aleatório e nem desnecessário. Eu acho que ele hoje compõe. Muitas comissões de frente já passaram, muita coisa já foi criada, eu acho muito difícil inventar algo dentro do que o jurado hoje nos cobra que não precise de um recurso de apoio para essa comissão. Então acho bem difícil que hoje se venha a voltar a fazer sem o tripé. Agora quanto ao tamanho dele, vai depender da necessidade de cada um. Mas eu pessoalmente sou a favor do tripé, acho que fica lindo quando entra na Sapucaí”.
Com o enredo “Eu sou o tempo. Tempo é vida”, do carnavalesco Alexandre Louzada, a Mocidade Independente de Padre Miguel encerra os desfiles do Grupo Especial, já na manhã da terça-feira de carnaval.

Em conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO após o ensaio técnico realizado pela escola, no último domingo, na Marquês de Sapucaí, ele se mostrou seguro com o desafio. Porém, não escondeu que sente um frio na barriga com a aproximação do desfile oficial.
Mas engana-se quem pensa que o que foi visto na Sapucaí domingo entrega o que prepara o coreógrafo. Jardel faz questão de fazer mistério sobre o que a comissão de frente da Unidos da Tijuca reserva para o público em 2019. Até mesmo o que os integrantes vão vir representando é segredo. No entanto, ele deixa uma pista do que se pode esperar da apresentação.
“Nós estamos com o trabalho completamente pronto. Há cerca de 20 dias para o carnaval, a nossa comissão de frente já está aprovada por todos da comissão, incluindo o Laíla, pelo presidente Fernando Horta, pela direção de harmonia. Nosso tripé já está pronto, o figurino está sendo feito e confeccionado, já fizemos alguns testes com o sapato. Agora é aprimorar para o carnaval”.
“Esse era o meu maior receio quando vim para a Tijuca. Na Série A, eu estava acostumado a lidar com um carnavalesco. E aqui no Especial, eu estou tendo a oportunidade de trabalhar com cinco. E está sendo muito bacana porque eles são cinco pessoas, cinco artistas, cada um com o seu olhar e a sua visão, e todos eles acrescentaram muito ao meu trabalho. Eles me deixaram livre para criar o que eu quisesse. As duas propostas que eu apresentei para a escola eram minhas, e eles acrescentaram e ajudaram. O que vocês vão ver na avenida, no dia do desfile oficial, é um pouco do que eu trouxe para vocês com a junção das ideias dos carnavalescos”.
O coreógrafo ainda deu sua opinião sobre o uso dos tripés, também chamados de elementos cenográficos, nas comissões de frente do Grupo Especial. Uma prática que vem sendo feita em larga escala pelas escolas que, porém, divide opiniões.
A X-9 Paulistana prepara uma grande homenagem para um dos maiores nomes do samba nacional. O poeta, músico, compositor e cantor, Arlindo Cruz, terá sua vida contada através de um enredo não linear, focado nas principais características e maiores paixões do artista, tanto no gênero quanto na vida pessoal. A reportagem do site CARNAVALESCO conversou com o responsável pelo desenvolvimento do tema: “O Show Tem Que Continuar! Meu Lugar é Cercado de Luta e Suor, Esperança Num Mundo Melhor”. Amarildo de Melo, carnavalesco da agremiação da Zona Norte de São Paulo, não esconde o choro quando comenta a relação da escola com a família do Arlindo Cruz.
“Excepcional. Dede o começo do enredo tivemos uma reunião pra conversar, a família tem uma participação contínua na escola. O Arlindinho já fez três shows na quadra, eles estão acompanhando tudo. Sempre achei que esse enredo fosse a cara do samba, simplório, não uma Hollywood, o samba tem uma estética simples. Eu fico muito emocionado quando a Babi chega no barracão e diz que as alegorias tem a simplicidade e a grandiosidade de Arlindo Cruz, essa era a intenção”, diz com voz embargada.
“Foi uma repetição de coincidências enlouquecedoras. Há quatro anos eu fiz um carnaval na Águia de Ouro sobre o Caymmi e ficamos em terceiro lugar. Quando sai do desfile das campeãs surgiu a ideia de fazer um enredo sobre Arlindo Cruz. Estava voltando pra casa, quando sento no banco do avião e ao meu lado senta o Arlindo Cruz. Fiquei meio emocionado, falei sobre a vontade e ele me passou o contato do escritório dele. Cinco dias depois da última apuração, fizemos uma reunião com o diretor de carnaval e ele falou sobre a vontade de fazer um enredo sobre Arlindo Cruz. Naquele momento ficou claro que era hora, foi um jogo de coincidência”.
“Quando vemos uma pessoa negra cantando samba ou pagode, passa a impressão que a pessoa tem talento, mas não tem conhecimento, não tem formação e nem informação, é um resumo do que a sociedade brasileira faz. Pesquisando Arlindo Cruz eu vi que ele é uma pessoa que com 16 anos tava na escola de aeronáutica, fez três cursos superiores, trabalhou dez anos na Caixa Econômica e fala quatro idiomas fluentemente. O Arlindo é muito inteligente, e até falo que fiquei surpreso, porque a gente olha o sambista com o olhar preconceituoso. Outra coisa que eu percebi que toda obra do Arlindo tem algo político, sem dizer partido. Ele é muito político em sua natureza, um visionário descritivo, linguagem jornalística poética”.
“É uma vontade de toda família que ele esteja presente. A Babi e o Arlindinho falam que a festa foi feita pra ele, e não teria razão dessa festa acontecer sem a presença dele. Estamos fazendo todos os esforços pra que esteja, mas não sabemos de questões médicas, mas a verdade é que o desejo da família é esse. Seria o maior acontecimento do Anhembi a volta do Arlindo para o público”.
“Segunda parte falaremos da sua vida musical. Muitas pessoas não sabem mas Arlindo Cruz é formada numa escola aeronáutica do interior de Minas Gerais, com 12 anos começou a tocar cavaquinho tendo como padrinho o Candeia, e na época já estudava Cartola, Pixiguinha e outros grandes nomes. Vai ser uma parte que foca no começo de sua carreira. Ainda muito jovem, o pai de Arlindo se envolve num problema policial e é preso, e ai ele compõe a primeira melodia ‘malandragem’, que é referente a história de vida do pai dele. Ele vai ao Fundo de Quintal, conhece o banjo através do Almir Guineto, mas quem popularizou e inseriu no sambas de raiz foi o Arlindo. Ele encurtou o braço do instrumento pra se adequar ao estilo da roda de samba. De imediato todo mundo se apaixona por ele no Cacique de Ramos, ele começa a participar do Fundo de Quintal, a Beth Carvalho começa a gravar sambas dele e aí que começa a ter essa grandiosidade como compositor”.
“A gente fala um pouco da antropologia, da sociologia e da política. O Arlindo tem um discurso político correto do que é o Brasil, é uma descrição do que é comunidade, do que é favela, do que é periferia, valorizando essa gente. O Arlindo Cruz é um emponderador de periferias, porque há 20 anos as pessoas que moravam na favela sentiam vergonha, e quando ia pedir emprego davam o endereço do amigo que morava no asfalto. Quando canta “Sou Favela’, ‘Meu nome é Favela’, quando ele descreve Madureira como se fosse uma Nova Iorque, ele encoraja a gente humilde a dizer ‘meu nome é favela’, que mesmo sendo de comunidade pode ser um grande artista, um jogador de futebol. Tem muitas coisas boas na comunidade, então ele cumpre um papel de ser sociólogo do povo. Nesse momento eu mostro esse lado, polícia e ladrão, falo do amor pela favela, da justiça, do desequilíbrio social. Fechando esse setor eu tenho o carro da favela, uma grande cenografia, e pessoas que representam moradores e do nada se transformam em artistas”.
“As obras do Arlindo falam de amor, seja uma pagode, samba de roda ou com característica política, tem sempre a palavra ‘amor’. Nessa parte do enredo a gente fala dessa questão, das músicas dele embalar o bem e acabando falamos que ‘O Show Tem Que Continuar’, nós iremos até Paris. Independente de quem esteja no nosso governo, na política, independente das críticas, o show tem que continuar. Essa música representa muito o Arlindo, porque ele reverteu uma situação totalmente adversa, saiu de um grande problema de saúde e nós iremos até Olímpia, junto com a X-9, porque o show do Arlindo tem que continuar. Ele é mais do que é uma pessoa, Arlindo é uma entidade”.
Apaixonado e corinthiano, não tinha como ser diferente na bateria dos Gaviões da Fiel. Ciro Gomes assumiu a batucada do antigo mestre Pantchinho, e com poucas alterações, colocou a sua identidade. Humilde, simples e objetivo, trabalha sem alarde e sempre coloca uma bateria bem tocada, tantos nos ensaios técnicos quanto no próprio desfile.
“A gente fica feliz em ver que os xequerês estão sendo vistos como um diferencial, que é o que a gente considera. Utilizamos o instrumento com arranjos dentro do samba, nos últimos anos sempre separamos uma parte legal pra dar um destaque ao xequerê e tem funcionado legal pra caramba. Pra nós é muito difícil acabar porque temos meninas na ala que amam o instrumento, até por isso que ele persiste na nossa bateria, temos a escolinha de xequerês também”, destaca Mestre Ciro, que acrescenta outro diferencial: “Um grande diferencial também é a ala que chamamos de ‘ala dos tambores’. Vamos desfilar com quatro Djembê, quatro atabaques e quatro timbales. A gente fez um arranjo muito legal. Na parte ‘saravá, saravá, temos um arranjo que junta os xequerês com os tambores, é uma parte muito bacana”, conclui.
Criatividade é palavra obrigatória para as escolas de samba enfrentarem a crise neste carnaval. E o carnavalesco Severo Luzardo é um dos artistas mais completos neste quesito. Ao receber a reportagem do CARNAVALESCO no barracão da União da Ilha ele revela que precisou ser criativo já quando recebeu a proposta de enredo, vinda do setor da moda do Ceará.
“O enredo foi proposto pelo pessoal da moda do Ceará. É um mercado bastante promissor, a questão da renda, artesanato. Primeiramente falaríamos apenas de moda, mas eu achei que não se sustentaria em um desfile inteiro no Grupo Especial. Surgiu a ideia de falar do próprio Ceará através de Rachel de Queiroz e José de Alencar. São expoentes acadêmicos, descreveram sua gente e sua maneira de ser. Agregamos mais valor cultural com outros aspectos do estado”, conta.
“Eu nunca encarei o cearense como vítima, como muita gente. O próprio cearense não se vê assim. O estado tem uma das melhores educações do país. Por R$ 1 as notícias do dia saem em forma de cordel. Isso vai gerando o raciocínio no contexto social que você vive. Isso ajuda a entender como o cearense se tornou um ser pensante. A cultura das rendeiras, embaixo das carnaúbeiras, onde há uma imensa torre de energia eólica. Ou seja, o progresso chegou mas não aniquilou as tradições. O Ceará dá uma aula de sustentabilidade”, elogia.
“Tinha um entendimento que é difícil conseguir patrocínios de governos. Eu sabia que viria pulverizado. Fui em locais específicos onde haviam uma produção artesanal que auxiliasse o meu projeto. Isso gerou uma economia muito grande no nosso carnaval. Receberam 15 mil peças oriundas do Ceará para o nosso carnaval”, explicou Severo.
“Esse desfile me deu muita flexibilidade. Eu só faço o protótipo daquilo que vai para a avenida. Eu não sou apegado a materiais específicos. Eu substituo sem sofrer. Só não mexo na cor. Mas o objeto de base pode ser mudado. Tenho plano B, C e D. Temos carros prontos, estamos na reta final de maneira confortável. Sinto na produção do todo por um prefeito que grita que vai reduzir. Isso impacta em toda a cadeia econômica. As lojas compram menos. Não tem 100 metros de pano, não tem 10 galões iguais. Se nossos administradores tivesse o entendimento do dinheiro que corre em volta do carnaval, seria um crescimento”.
“Há uma troca. Eu me lembro que quando fiz a novela Cordel Encantado, fiquei responsável pelos figurinos do reino de Seráfia. Quando fiz a roupa da Debora Bloch fui colocando rabos de galo, até fazer uma que vinha até o chão. Me disseram que parecia uma rainha de bateria. Era tudo transposto pela linguagem de carnaval. E o inverso também acontece. Não é fantasia, é figurino. O carnaval tem uma sistemática parecida no fazer com a TV”.
O artista finaliza explicando que o dia que o desfile das escolas de samba tiver uma visão como produção cultural as coisas mudarão.
Setor 1: “As lendas. A imaginação desses escritores, através dessas histórias que vamos contar na abertura do desfile”.
Setor 4: “As belezas naturais. Açude de cedro, Jericoacoara, Canoa Quebrada e encerramos com os fósseis do Cariri, o maior acervo de fósseis do mundo”.
“A estrutura da Intendente está mantida e daqui a pouco começamos a montagem. A subvenção de 2019 está programada para semana que vem. Já está tudo certo. Os valores foram liquidados. A Fazenda está nos passando os valores. Acredito que isso aconteça na segunda-feira e já possa cumprir não só com a Liesa, mas com as outras Ligas. Em março já vamos começar a trabalhar a subvenção de 2020. Não tratamos apenas Liesa ou Lierj. O meu desejo é que quando acabar o carnaval, sentarmos e definirmos a subvenção, parcerias privadas, para que o quanto antes se tenha tudo programado”, disse.
A Prefeitura do Rio apresentou na manhã desta sexta-feira, no Palácio da Cidade, na Zona Sul do Rio, a programação para o Carnaval 2019. Durante o encontro, o presidente da Riotur, Marcelo Alves, informou que o custo total estimado da prefeitura para o Carnaval Rio 2019 é de R$ 31,4 milhões, e conta com outros investimentos permanentes, como a cessão da Cidade do Samba, sem custo, durante todo o ano, além da cobertura do custo anual de manutenção do Sambódromo. Em 2019, houve ainda uma captação de R$ 26 milhões de patrocínio, totalizando R$ 57,4 milhões de investimento no evento.
A Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro realizou nessa semana o Curso de Julgadores para o Carnaval 2019 da Série A. Ao todo, foram selecionados 36 profissionais que, divididos em nove quesitos, avaliarão os trabalhos das agremiações nas apresentações de sexta-feira e de sábado de folia, no Sambódromo.