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Série Barracões SP: Inspirada na música ‘Clareou’, X-9 Paulistana transmitirá mensagem de resiliência no Anhembi

A epidemia de transtornos relacionados à saúde mental é uma realidade que não pode ser ignorada. Inspirada nos versos da música consagrada na voz de Diogo Nogueira e composta por Serginho Meriti e Rodrigo Leite, a X-9 Paulistana oferecerá uma mensagem de resiliência através do enredo “Clareou! Um novo dia sempre vai raiar”, assinado pelo carnavalesco Amauri Santos. O CARNAVALESCO visitou o barracão da escola, que retorna ao Grupo de Acesso 1 em 2025, para conhecer detalhes sobre o enredo.

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Música da vida das pessoas

O ciclo da vida da grande maioria das pessoas envolve a necessidade de superar dificuldades, e “Clareou” inspira muitos brasileiros a se reerguerem com seus versos suaves e acolhedores. Amauri Santos afirma que a proposta para o enredo da X-9 partiu do presidente Adamastor, que considera este samba “a música da sua vida”.

“Foi uma ideia do presidente Adamastor de fazermos essa que não é uma homenagem, mas sim uma inspiração na música “Clareou”. Nós não vamos falar da música especificamente, mas é, como eu disse, uma inspiração. O presidente me propôs, comecei a escrever e depois teve a chegada do Leonardo Dahi, o nosso enredista, com o qual fizemos essa parceria e que acho que veio muito a somar para o nosso trabalho. A música ‘Clareou’ é a música da vida de muita gente e eu não me ligava nisso. Tantas pessoas falam: ‘é a música da minha vida’. Do próprio presidente, ele fala que teve essa ideia por ter problemas que ele passou na vida e tinha essa música como tema da vida dele. Comecei a perceber que, se tratando de doenças também, de vários outros problemas, acho que é a música da vida de todo mundo. Uma música que foi gravada por vários intérpretes, inclusive um dos autores do nosso samba, que é o Diogo Nogueira. Acho que está tudo muito bem amarrado, eu gostei muito do samba”, declarou.

Tratando-se de uma música que inspira as pessoas, é natural que a própria construção do enredo leve a muitas ideias para o fortalecimento da proposta. O carnavalesco explicou como se deu o processo e destacou a parte da pesquisa que mais lhe chamou atenção.

“O desenvolvimento do enredo foi uma parceria com o Leonardo. Ele é um cara super inteligente, super cabeça aberta, e nós fomos dividindo muitas ideias. Nós ouvíamos a música ‘Clareou’ e eu não prestava tanto atenção, não ia tão profundo no teor da música. Mas acho que quando mergulhamos na pesquisa, as coisas vão surgindo à nossa frente, parece uma coisa divina mesmo. A primeira sinopse que escrevi eu achava bacana e tal, mas ia por outro caminho, então considero que a inspiração vai surgindo. Não que nós já tivéssemos algo muito modelado ali, e vem surgindo até hoje. Nosso enredo vem sendo construído desde o início, e nós viemos mudando algumas coisas, acrescentando. Não posso te dizer que algo me chamou muito mais atenção, talvez esse início de desfile com os povos originários. Eu descobri muitas coisas interessantes, muitas coincidências, muitas coisas que representavam algo muito bacana para os indígenas e que nós carregamos até hoje. Acho que esse primeiro setor seja algo que mais me surpreendeu na criação”, afirmou.

Transmissão da mensagem: a X-9 na Avenida

O desfile da X-9 Paulistana será dividido em três setores. O personagem central da trama é um cidadão brasileiro, apresentado na comissão de frente e que, após ouvir a música “Clareou”, passa a iniciar sua jornada de redenção.

Setor 1: Ensinamentos de fé dos povos originários
“Nós começamos escolhendo criar um personagem. Costumo dizer que no momento as pessoas estão querendo muito cuidar do corpo, mas estão esquecendo um pouco da mente, um problema presente no nosso dia a dia atualmente. Criamos um personagem que estará no início e no final do nosso desfile. Esse personagem se encontra para baixo até que ouve a música ‘Clareou’ e começa a pensar em quais caminhos ele pode tomar para se reerguer. Ele começa a pensar justamente na formação do nosso povo, que passou por tantas coisas. Ele vai primeiro nos povos originários para buscar seus ensinamentos como a fé, o amor e respeito à natureza e tudo o que ele encontrou de bacana nesse histórico de um povo que quase foi dizimado, mas que está resistindo até hoje. Ele vai buscar nos povos originários todos os ensinamentos para poder se recompor”.

Setor 2: A resiliência dos povos africanos
“Nosso personagem ouviu a música ‘Clareou’, que é composta de letra e melodia, sendo que a melodia é o samba, que vem da África. Entramos assim no segundo setor, o setor africano, em que nós também vamos falar de todos os ensinamentos desse povo que tanto sofreu, que essa página é infeliz, mas que fazem parte da formação do nosso povo e deixaram um legado para nós. Um povo que também está aí, e acho que hoje mais do que nunca, levantando a bandeira e mostrando que também são resilientes, são fortes, mais do que nunca tendo esse espaço e que não vai parar por aí”.

Setor 3: A redenção de mãos dadas com a X-9 Paulistana
“Esse personagem começa a se fortalecer, e assim entramos em um último momento, onde costumamos falar dessa rede de proteção que existe hoje da ciência de mãos dadas com a fé. Falamos de fé do início ao fim do nosso desfile, e tem vários personagens nesse último setor que nos auxiliam. Nós falamos que o nosso enredo é a X-9 estendendo a mão, mostrando o que pode fazer para quem não está vivendo um momento muito bacana. No final do desfile também fazemos uma homenagem à própria escola, dos nossos 50 anos de altos e baixos, de quedas e ascensões, e consideramos que está em um momento em que está se reerguendo, está recomeçando, porque o nosso objetivo não é parar por aqui e sim chegar ao Grupo Especial, que é a elite do carnaval. Nosso personagem chega até o final feliz por tudo isso, por todos esses ensinamentos, e ele vai agradecer no final do desfile. Tem detalhes que não podemos ainda explicitar, mas é bem por aí. Acho que é muito direto o nosso enredo”.

Do barracão à comunidade, os trunfos da X-9

O desafio de desfilar em um grupo acima do ano anterior é um desafio para todos os segmentos de uma escola de samba, e para a bicampeã do carnaval paulistano não é diferente. Amauri Santos afirma que os principais trunfos da X-9 Paulistana para encarar a missão de retornar ao Grupo de Acesso 1 estão na mensagem do enredo, na qualidade plástica do barracão e na força da comunidade.

“Sabemos das dificuldades. Sabemos o quanto é difícil para a X-9 que subiu agora do Acesso 2 para o 1, mas nós estamos acreditando muito que possa acontecer esse feito aí de chegar ao Grupo Especial. Acho que é mais a força, acho que muita gente aguarda a X-9 no Grupo Especial. Nós estamos fazendo um carnaval grande a nível X-9, e acho que a comunidade está chegando cada vez mais e forte, está cantando samba. Acredito muito no nosso samba e na nossa plástica. Acho que nós viremos com um carnaval muito, muito bacana. Acho que vamos com um enredo positivo, com um samba muito bacana e teremos uma plástica belíssima, tenho certeza, e vamos contar com a comunidade. Acho que esse é o conjunto que nós precisamos para chegar ao Grupo Especial. Sabemos o quanto é difícil, são oito escolas superpreparadas, mas nós temos essa fé de que vai acontecer”.

Recado do carnavalesco Amauri Santos para a comunidade da X-9 Paulistana

“Acho que é uma comunidade que ainda está cicatrizando algumas feridas, mas que eu tenho certeza de que durante esse carnaval, eles acreditem muito no que está acontecendo. Após esse carnaval, eles terão certeza de um resgate da X-9 Paulistana. É uma esperança, uma expectativa muito grande de chegarmos ao Grupo Especial. Nós queremos isso: trabalhar a emoção do componente, trabalhar a emoção do espectador. Desde o início, acho que todos nós nos emocionamos com a forma de fazer o carnaval e nós queremos transmitir isso. Como eu falei antes, queremos que esse desfile seja um estender de mão da X-9 para quem está precisando se reerguer. Com a força do carnaval, acredito que muitos corações serão tocados, com toda certeza”.

Ficha Técnica
Enredo: enredo “Clareou! Um novo dia sempre vai raiar”
Componentes: 1200
Alas: 15
Alegorias: 3 carros
Diretor de barracão: Aldieres Batista (Popeye)
Diretor de ateliê: Willian Siqueira e Rogério Monteiro (Sapo)

Série Barracões SP: Independente Tricolor busca retorno ao Grupo Especial com enredo crítico sobre a Independência

A escola de samba Independente Tricolor prepara-se para o desfile no Grupo Acesso 1 com o enredo “Gritos de Resistência”, uma abordagem crítica sobre o 7 de setembro, destacando que a Independência do Brasil foi um marco voltado principalmente para a elite do país. A agremiação será a terceira a desfilar no dia 2 de março, com o objetivo claro de reconquistar sua vaga no Grupo Especial de São Paulo.

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O CARNAVALESCO visitou o barracão da escola e conversou com o carnavalesco André Martins, responsável pelo desenvolvimento do enredo. Segundo ele, a proposta surgiu de uma diretriz do presidente da agremiação, que mantém há anos uma linha de abordagem histórica em seus temas.

“O enredo partiu de uma sugestão do presidente para seguirmos com temas sobre a história do Brasil. Fiz pesquisas, resgatei materiais antigos e consolidamos o conceito de ‘Gritos de Resistência’. Queremos mostrar que o 7 de setembro foi um marco inicial, mas atendia aos interesses da alta sociedade, não correspondendo ao imaginário popular sobre o ‘grito da independência'”, explicou.

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Estrutura grandiosa e novidades no desfile

Confiantes na vitória, a escola investe em um projeto detalhado. “O triunfo deste ano está nas alegorias repletas de teatralidade. Além disso, teremos um destaque inédito: o setor frontal da escola contará com um coro intenso, algo que não era comum em nossos desfiles”, adiantou Martins.

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A Independente Tricolor desfilará com: 17 alas; 3 alegorias; 1 quadripé; 1.700 componentes. A aposta é combinar crítica histórica com espetáculo visual, numa tentativa de garantir o tão desejado acesso ao Grupo Especial.

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Orgulho e emoção: comunidade da Unidos da Tijuca celebra ter Lucinha Nobre como porta-bandeira

Lucinha Nobre, uma das maiores porta-bandeiras da história do carnaval, voltou para Unidos da Tijuca para o Carnaval 2024. Ela começou cedo no mundo do samba, sendo lapidada em quadras e ensaios, onde desenvolveu a leveza, a graciosidade e a firmeza que definem seu estilo inconfundível. Desde o ano passado, ela dança com o mestre-sala Matheus. O CARNAVALESCO ouviu integrantes da escola do Borel que afirmaram a devoção para a sambista.

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Foto: Leo Queiroz/Divulgação Rio Carnaval

“Lucinha é a nossa rainha, a gente já se acostumou com a presença dela, com o brilho, com o encanto dela e com certeza vai ser mais uma somatória de pontos lá na hora da apuração porque a Lucinha e isso, ela é a Tijuca”, afirmou Luciana, de 40 anos, designer de sobrancelhas e componente de ala da escola. Esse sentimento de resgate às raízes é compartilhado por muitos componentes, até mesmo os veteranos, que consideram que ela significa verdadeiramente a condução do pavilhão tijucano.

A integrante da ala das baianas, dona Maura, de 74 anos, desejou boa sorte no desfile de 2025. “Ela faz parte por muitos anos da escola. Significa muito para o pavilhão da Unidos da Tijuca. É nota 10”.

Para os tijucanos, 2025 promete ser um carnaval marcante. A confiança no trabalho de Lucinha Nobre não se limita ao desempenho técnico, mas ao que ela representa para a escola. “A Unidos da Tijuca é uma escola que fala ao coração dela e isso faz muita diferença da representação que ela vai trazer na avenida”, destaca a servidora pública Adriana Oliveira, de 45 anos, componente da ala da escola.

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Foto: Adriano Fontes/Divulgação Rio Carnaval

Lucinha Nobre é um dos grandes nomes da folia carioca, com uma trajetória que combina técnica, paixão e dedicação. Entre as escolas por onde passou, além da Unidos da Tijuca, ela defendeu com maestria bandeiras de agremiações como Portela e Mocidade Independente de Padre Miguel, mas ela afirma que o pavilhão tijucano tem seu coração.

“’A Tijuca é um caso de amor antigo, e uma escola que me conquistou, que eu sempre frequentei, onde eu sempre mantive as minhas amizades quando estava fora. O presidente Fernando Horta é um paizão! Aqueles pais que cobram, que não acariciá de jeito nenhum, mas é um cara que tá sempre me defendendo, sempre me protegendo. Tudo o que ele fala é o melhor pra mim. A gente conversou muito em relação ao ano passado, as mudanças que deveriam acontecer e com relação a esse carnaval e está sendo maravilhoso”, declara Lucinha.

Uma parceria promissora

A expectativa recai sobre a química entre ela e o mestre-sala Matheus André, uma parceria que é decisiva para garantir as tão almejadas notas 10. “É um grande prazer. Está sendo um privilégio trabalhar com uma porta-bandeira que tem tanta bagagem, tanta história’’, diz o mestre-sala que está iniciando a sua carreira.

Matheus comenta sobre a relação de trabalho dos dois. “A cada dia a gente está sempre trocando, aprendendo, renovando, a gente tem muito isso, a gente tem muita troca”.

Trabalho é o que não falta! O mestre-sala conta que estão trabalhando sem parar desde o encerramento do carnaval de 2024 para dar bastante intensidade e mostrar o que de fato vão representar na avenida em 2025.

Gilsinho celebra 18 anos de Portela e prepara show à frente do carro de som para o Carnaval 2025

O ano de 2025 promete ser mais um de grandes emoções para a Portela, a maior campeã do carnaval carioca. Nesse ano, a azul e branco de Oswaldo Cruz e Madureira homenageará o cantor e compositor Milton Nascimento com o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol”, de autoria dos carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga. Gilsinho, intérprete oficial da agremiação, já está com os preparativos a todo vapor para o desfile na Marquês de Sapucaí. Celebrando 18 anos desde sua primeira passagem pela Portela, em 2006, ele reforça o compromisso de levar para a avenida um espetáculo à altura da história da escola. “Ah, mais um ano que a gente vai poder mostrar o nosso trabalho na avenida. Vamos em frente, o carnaval está aí, e na outra semana a gente vai dar um show”, afirma o cantor confiante.

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Conhecido por sua voz potente e carisma, Gilsinho destaca que seu trabalho nos sambas da Portela é de valorização do canto dos componentes. “Eu coloco o samba do jeito que a escola gosta, do jeito que a escola é, e um pouquinho do meu jeito também, para cantar confortavelmente. Os sambas já chegam prontos. A gente muda uma notinha aqui, outra ali, para a comunidade cantar legal. A gente faz o que o samba já é”, explica. Esse trabalho atencioso para o canto é um dos segredos para o sucesso do samba-enredo na comunidade portelense, que cantou forte na pré-temporada.

A rotina de preparação para o carnaval é intensa. Além da Portela, Gilsinho também é intérprete da Tom Maior, em São Paulo. Ele revela que mantém uma disciplina rigorosa no cuidado da voz para dar conta da dupla jornada. “É correria, mas a gente treina. Faço bastante exercícios de respiração, tomo muita água para hidratar e vou mantendo o trabalho”, conta. Na semana que vem, ele estará em São Paulo para um ensaio e, no domingo de carnaval, desfilará pela escola do grupo especial paulista. Em seguida, retorna ao Rio para fechar o carnaval com a Portela o inédito terceiro dia de desfiles, na terça-feira de carnaval. Apesar da agenda cheia, Gilsinho garante que seu coração permanece na Portela. “É até spoiler se eu falar, mas enquanto Deus permitir, a gente vai indo”, brinca, sem revelar muitos detalhes sobre o futuro.

Quando questionado sobre o maior samba da Portela em sua trajetória, Gilsinho não hesita: “É o ‘Contos de Areia’. Foi o samba que marcou muito, porque eu estava junto com meu pai na avenida. Um samba que gosto demais, muito bem feito, e que não deixo de cantar em lugar nenhum. É um samba de história”, relembra o cantor que desde cedo já acompanhava seu pai, Jorge do Violão, baluarte e integrante da velha guarda da Portela. O samba de 1984, que homenageou Paulo da Portela, fundador da agremiação, Natal da Portela, patrono da escola, e Clara Nunes, cantora e apaixonada pela Águia Altaneira, é um marco não só para ele, mas para todos os portelenses.

Sobre a avaliação dos jurados, Gilsinho vê o julgamento como um incentivo. “Acho legal. É mais um estímulo para a gente trabalhar bem. Todo mundo das alas musicais de todas as escolas está trabalhando muito bem, preparado e fazendo o melhor possível. O julgamento é só mais um incentivo para a gente melhorar ainda mais”, reflete.

Gilsinho segue como uma das vozes mais marcantes da escola, levando à avenida não apenas o seu talento, mas também o amor pelo samba e pela tradição portelense. Em 2025, a expectativa é que ele e a azul e branco brilhem mais uma vez, perpetuando o canto de Milton Nascimento e a beleza do céu de Oswaldo Cruz e Madureira.

Mocidade anuncia renovação com Renato Lage, mestre Dudu, casal e Misailidis para o Carnaval 2026

A Mocidade Independente de Padre Miguel anunciou nesta terça-feira a renovação com o carnavalesco Renato Lage, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diogo e Bruna, o mestre Dudu e o coreógrafo Marcelo Misailidis. Veja o abaixo o comunicado da escola.

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“Sigo na preparação final para fazer o céu clarear na avenida. Mas, já estou pensando em 2026. Por isso, iniciei o processo de renovações do meu time para o próximo carnaval.

O casal iluminado, Bruna Santos e Diogo Jesus, segue comigo em mais um ano.

Meu cria Mestre Dudu vai para mais um ano no comando da que bate melhor no carnaval.

O time segue renovado com o coreógrafo da comissão de frente, Marcelo Misailidis, e o meu carnavalesco e Mago, Renato Lage.

Juntos somos mais fortes. Vem mais por aí. Salve a Mocidade!”

Aclamada pelo povo! Mayara Lima, rainha de bateria do Tuiuti, e a arte de sambar

Um dos grandes destaques do carnaval do Rio de Janeiro, Mayara Lima, rainha de bateria do Paraíso do Tuiuti, conquistou o título após impressionar o mundo do samba com sua desenvoltura e carisma. Em 2022, sua carreira deu um salto significativo quando um vídeo de ela sambando durante um ensaio especial de bateria no Setor 11 viralizou, chamando a atenção de sambistas e torcedores da escola de São Cristóvão. A repercussão foi tão grande que, em 2023, Mayara foi coroada rainha da bateria do Tuiuti.

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Foto: Adriano Fontes/Divulgação Rio Carnaval

“É a realização de um sonho! É maravilhoso viver esse momento junto com a minha bateria, com a minha família ao meu lado, especialmente com a Paraíso do Tuiuti, uma escola que sempre me apoiou e acreditou nos meus sonhos. A cada ano, tenho a confirmação de que isso é algo cada vez mais real”, declarou Mayara, visivelmente emocionada.

Desde então, a majestade da agremiação tornou-se uma referência no carnaval, destacando-se não apenas pela técnica impecável, mas também por sua forte representatividade.

“Em um momento em que o samba muitas vezes se distancia de suas raízes comunitárias por apelos comerciais, ter Mayara à frente da bateria é um resgate fundamental. O que esperamos ver em uma bateria é samba, e ela traz isso no pé, com alegria e autenticidade”, afirmou Aline Maia, 42 anos, integrante da escola.

Professora de dança, a rainha da escola azul e amarela de São Cristóvão não se vê apenas como uma figura emblemática, mas como representante de jovens que almejam ocupar espaço no carnaval. Mayara mantém um projeto em sua comunidade, ensinando a arte de sambar a outras meninas.

“Tenho essa troca com elas, em que ensino o valor do samba e como ele pode transformar vidas. Para mim, é incrível vê-las ao meu lado, desejando sambar na avenida. Sinto que estou cumprindo meu papel ao mostrar que o samba pode ser um futuro e uma realização, como foi pra mim”, destacou.

“Uma rainha de bateria criada na comunidade faz toda a diferença. Mayara cresceu na Tuiuti, tem sintonia única com a bateria e isso a diferencia. Sua experiência e samba no pé elevam a escola”, ressaltou Mateus Alencar, 33 anos, integrante da agremiação.

Sua performance na avenida é marcada por espontaneidade e paixão, transmitindo a essência do samba com autenticidade. A trajetória começou no Aprendizes do Salgueiro, lembrada com orgulho por Cátia, 64 anos, integrante do Paraíso do Tuiuti: “É maravilhoso! Ela praticamente se formou com minhas filhas, que também eram passistas do Salgueiro. Hoje, tê-la como rainha do Tuiuti é um orgulho imenso”.

Em 2025, a Paraíso do Tuiuti levará à Sapucaí o enredo “Quem tem medo de Xica Manicongo?”. Questionada sobre sua fantasia, Mayara mantém o suspense: “Só posso dizer que é linda e maravilhosa. Estou muito feliz!”, finalizou a rainha.

Série Barracões: Tijuca busca transformação, reverencia sua juventude e pavilhão ao contar história de Logun-Edé

Edson Pereira foi o primeiro carnavalesco a ter o contato renovado para o Carnaval 2026. Demonstra a confiança que a escola, através do presidente Fernando Horta, vem tendo com seu trabalho para o Carnaval 2025. O artista, que já passou por diversas agremiações com bons resultados, estreia na escola do Borel trazendo suas marcas registradas, como carros alegóricos grandiosos e enredos de temática afro. Seu projeto atual aborda a história de Logun-Edé, orixá filho de Oxóssi e Oxum, que personifica a intersecção entre as características de seus pais. O pavão, animal simbólico da escola tijucana, é central no enredo “Logun-Edé – Santo menino que velho respeita”.

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Ao comentar a renovação com a Tijuca, Edson destacou a surpresa e gratidão pelo gesto: “Para ser sincero, fiquei muito surpreso. Quando cheguei, fui muito bem acolhido e sempre tive expectativas de dar continuidade ao meu trabalho. Não sou um carnavalesco que gosta de ficar pulando de escola em escola. Sou um operário do Carnaval, gosto de botar a mão na massa. O anúncio antecipado do presidente Fernando Horta me envaidece, pois é a valorização do nosso trabalho. Isso sinaliza a construção de um projeto de longo prazo”.

Sobre a criação do enredo, Edson explicou a importância de ouvir a comunidade da escola: “Em qualquer escola, procuro entender suas características. A instituição é maior que o artista. Respeitar sua história e desejos é essencial. Ao chegar na Tijuca, descobri que o enredo sobre Logun-Edé era um desejo antigo da comunidade, há mais de 20 anos. O pavão, as cores do orixá e a fundação da escola no Morro do Borel se conectam perfeitamente. Ter a comunidade abraçando o enredo fortalece nosso trabalho. Este não é meu enredo, é da escola”.

O carnavalesco destacou a relação entre Logun-Edé e a juventude contemporânea: “Logun-Edé é o orixá da transformação e do recomeço, temas urgentes hoje. Ele representa a quebra de estigmas, como a ideia errônea de que seria ‘frágil’ por unir características masculinas e femininas. Na verdade, ele sintetiza três personalidades: a do pai (Oxóssi), a da mãe (Oxum) e a sua própria. É guerreiro e sensível, algo que queremos destacar no desfile”.

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Edson ressaltou o cronograma adiantado e a influência espiritual na produção: “Iniciamos os trabalhos em março, sem pausas. As fantasias estão prontas, e os carros estão em fase final. Buscamos orientação em terreiros como o Axé Kalé Bokum, que nos guiou energeticamente. Isso foi crucial para o andamento harmonioso. Eu já fiz alguns enredos afro que eu curti e gostei muito e esse é mais um que me ensinou muita coisa”.

Sobre as alegorias do pavão, ele adiantou: “Será um conjunto grandioso, coerente com a magnitude do enredo. A Tijuca se reinventa, assim como Logun-Edé. Usamos materiais sustentáveis para não agredir a natureza, aliando volume e beleza às preocupações ecológicas”.

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Para Edson, a união entre enredo e comunidade é o trunfo da Tijuca: “O grande triunfo é a felicidade da comunidade com o samba, o enredo e o momento vivido. Será um desfile que resgata e registra histórias para o mundo do samba”.

Conheça o desfile da Tijuca

A Unidos da Tijuca vai levar seis alegorias, sendo o abre-alas acoplado. Serão 3 mil componentes que desfilaram pela escola. O carnavalesco Edson Pereira explica ao CARNAVALESCO os setores do enredo da Tijuca.

Setor 1: “A gente abre o enredo com o destino, já como fala o samba, o destino de Logun-Edé é sempre recomeçar e o começo é pelo ifá, que revela o seu destino através de Oxum, quando se apaixona por Oxóssi, através do ifá que revela para que ela tenha o amor de Oxóssi, que ela busque fazer um feitiço e ali começa toda a história. Oxóssi se apaixona por ela e numa cachoeira em algum determinado momento, ele descobre que ela não era uma caçadora, ela era uma mulher das águas e aí existe a separação dos dois, mas já existe Logun-Edé. E todos os orixás do panteão, eles chegam para receber a chegada desse menino, que é um menino guerreiro de um lado, e do outro lado tem a sensibilidade da mãe, então é o caçador bravo, o guerreiro bravo, e a sensibilidade e a riqueza, a beleza da mãe. E ele começa a aprender com os outros orixás através dos itãs que contam para a gente, esses itãs são histórias contadas por vários orixás. Ogum ensina ele a guerrear, Oxóssi a caçar, Ossanha dá o poder das folhas para que ele possa entender como lidar com essas folhas, essas energias e Iansã vai lá e abraça ele como mãe também, ensina ele, Exu dá os caminhos, então nesse primeiro momento nós vamos contar as histórias desses itãs que vão ensinar Logun-Edé e louvar a chegada dele no panteão dos orixás como o mais novo orixá, o mais novo guerreiro que ali está”.

Setor 2: “No segundo setor, temos o olho d’água que é onde se representa Logun-Edé, onde a neblina acontece, onde tudo vai fazer a transformação. Esses orixás continuam ali apoiando a ele e ele se manifesta como esse caçador que também é das águas, ele é um grande mergulho nesse olho d’água onde vai mostrar as profundezas das águas e o caçador das águas”.

Setor 3: “No terceiro setor a gente tem a diáspora de que ele vem da África e é abraçado por Iemanjá. Ele defende o reino de Abeocutá e atravessa o oceano com os poderes do cavalo marinho, que é um animal também votivo de Logun-Edé, tanto que traz no seu ventre, que nem é o ventre, mas na barriga do cavalo marinho que reproduz a sua própria cria. Iemanjá dá a ele esses poderes e ele atravessa o oceano não naquele navio negreiro que todos falam que traz da África, não. Ele atravessa o oceano montado no cavalo marinho. Daí nós temos Iemanjá como chama ele para essa guerra no castelo de Abeocutá para defender os povos das águas”.

Setor 4: “Logun-Edé chega em Salvador, no Axé Kalé Bokum, que é o Axé que tem a mesma idade da Unidos da Tijuca e lá na Bahia é feita a primeira pessoa no Brasil de Logun-Edé. Ali nós trazemos o Axé Kalé Bokum que dali ela transfere toda essa energia, todo esse momento e todas as histórias de Logun-Edé vão se espalhar pelo Brasil e trazendo todas essas curiosidades e todas essas histórias onde o carnaval, no lugar de fala, ele pode ensinar para as pessoas toda a sua ancestralidade”.

Setor 5: “Trazemos a Juventude do Borel que é assim que é representado o Santo Menino que o mais velho respeita. A gente faz uma passagem do quarto carro que é Oxalá que representa os segredos de Logun-Edé, que vai entender a passagem do mais velho para o mais novo. Ele dá essa autorização, essa liberdade de transformação do mais velho para o mais novo e aí é uma grande festa no baile do Borel”.

Freddy Ferreira: ‘ensaio técnico profundamente emocionante da bateria do Império Serrano’

Um ensaio técnico profundamente emocionante da bateria “Sinfônica do Samba” do Império Serrano, sob o comando de mestre Vitinho. Foi possível flagrar alguns ritmistas vindo às lágrimas, se deixando levar pelo clima sentimental de um treino mais para abastecer o espírito imperiano do que para eventuais ajustes sonoros.

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Uma cabeça da bateria do Império com seu peculiar naipe de agogôs ressoando por toda a pista. Junto de chocalhos primorosos que tocaram juntos de tamborins de qualidade técnica inegável. Uma ala sólida de cuícas também contribuiu com o trabalho impecável das peças leves.

Uma “Sinfônica” pesada, com afinação de surdos potente, fazendo ressoar um timbre puxado para o grave, com o autêntico DNA musical da Serrinha. Suas caixas de guerra com rufadas se exibiu com classe ao lado de repiques coesos. Surdos tocaram com a firmeza característica de modo seguro, assim como as terceiras ficaram responsáveis pelo swing inconfundível da verde e branca de Madureira.

Bossas intimamente ligadas a melodia do belo samba-enredo imperiano deram o tom de espetáculo ao ensaio da “Sinfônica”. Logo na cabeça da pista, uma passada sem ritmo fez com que o público caísse dentro da bateria do Império. Assim como uma paradinha da cabeça do samba, abriu a bateria ao meio num arranjo performático, com direito a instrumentos de pagode, levantando o público dos primeiros setores e levando toda a emoção do Império para a plateia.

Uma apresentação altamente energética da bateria “Sinfônica do Samba” do Império Serrano, dirigida por mestre Vitinho. Um ritmo imperiano que exibiu equilíbrio, consistência e bossas bem casadas com a melodia da obra da escola do morro da Serrinha. Um ensaio para, de certa forma, buscar trazer afago e conforto aos corações de imperianos e sambistas, ainda comovidos e entristecidos. Se tem um combustível capaz de conduzir energicamente uma escola gigantesca como o Império Serrano é o orgulho emocional de seus ritmistas e componentes.

‘Prime nilopolitano’: 20 anos do tricampeonato da Beija-Flor, o último no Sambódromo

Rio de Janeiro, 8 de fevereiro de 2005. Os raios de sol das 7h já castigam os cariocas no severo verão. Na avenida Marquês de Sapucaí, lotada, o público aguarda ansioso pela entrada da Beija-Flor de Nilópolis, a última escola a desfilar naquele ano no Grupo Especial. O desfile está atrasado há mais de uma hora devido ao problema enfrentado pela Portela horas antes, que impediu sua velha-guarda de desfilar e atrasou todas as apresentações seguintes.

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Fotos: Arquivo/Liesa

A expectativa era enorme. Naquele ano, a Beija-Flor almejava seu primeiro tricampeonato na era do Sambódromo e o segundo de sua história. Até então, a Imperatriz Leopoldinense era a única escola a ter conquistado tal feito, quatro anos antes. Vivíamos uma era em que todos diziam: para ser campeão, era preciso derrotar a Beija-Flor. Nos sete desfiles anteriores, a Deusa da Passarela havia conquistado três títulos e quatro vice-campeonatos, um feito que, até hoje, ninguém igualou. Quase dez anos alternando entre o título e o vice-campeonato.

Há 20 anos, a Beija-Flor apresentou o enredo “O vento corta as terras dos Pampas: em nome do pai, do filho e do espírito guarani – sete povos na fé e na dor, sete missões de amor”, uma das muitas temáticas densas que a azul e branca gostava de levar para a avenida naquela época. Em time que está ganhando, para que mexer? A equipe capitaneada por Laíla, jogava por música. Como uma orquestra afinada, cada um desempenhava suas funções com maestria.

Apuro estético e tradicionalismo contra o moderno Paulo Barros

No ano anterior, o carnavalesco Paulo Barros havia chocado positivamente o público com suas alegorias vivas e quase levou a Unidos da Tijuca ao título. A modernidade do carnavalesco encontrava seu antagonismo justamente na Beija-Flor. Se a azul e amarela do Borel apostava em um novo modelo estético, a Deusa da Passarela deixava claro que, em Nilópolis, o samba no pé, o canto e o apuro estético seguiriam dando o tom.

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O que se viu na avenida foi um verdadeiro bálsamo para os olhos dos amantes dos desfiles de escola de samba. Alegorias gigantescas e imponentes eram intercaladas por figurinos volumosos, recheados de materiais ricos, com uma paleta de cores que mesclava tons claros e quentes, apropriados para o horário do desfile. Com a escola toda esticada na avenida, formava-se um imenso tapete colorido. Tudo isso embalado por um verdadeiro recital da bateria, à época comandada por Paulinho Botelho, e por um dos grandes sambas da história da azul e branca, cantado pelo lendário Neguinho da Beija-Flor.

Quando a escola concluiu sua apresentação, já perto das 9h da manhã de terça-feira de Carnaval, a maioria dos especialistas e comentaristas apostava no tricampeonato, apesar de a Unidos da Tijuca e Paulo Barros dobrarem a aposta e realizarem outro desfile transgressor.

Apuração: tensão até o fim

A apuração começou com a Grande Rio na liderança nos dois primeiros quesitos, Harmonia e Bateria. A Beija-Flor vinha logo atrás, com uma diferença de 0,1 ponto, enquanto Imperatriz e Unidos da Tijuca estavam empatadas, ambas 0,4 ponto atrás da tricolor de Caxias.

No terceiro quesito, Samba-Enredo, a azul e branca assumiu a ponta e manteve-se à frente até o final, embora a Tijuca continuasse próxima. Nos quesitos Enredo e Evolução, ambas as escolas perderam 0,1 ponto cada, mantendo a vantagem da Beija-Flor em 0,3. Em Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Conjunto, a Beija-Flor sofreu mais uma perda de 0,1, enquanto a Tijuca obteve apenas notas máximas, reduzindo a diferença para um décimo.

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No último quesito, Fantasia, a tensão aumentou. Se a Tijuca conseguisse uma diferença de 0,1 ponto a mais que a Beija-Flor, venceria no critério de desempate. No entanto, ambas as escolas receberam quatro notas dez, garantindo o tricampeonato da Deusa da Passarela.

Ao final da apuração, com o terceiro título seguido garantido, os nilopolitanos adaptaram o refrão do grande samba, que dizia “Em nome do pai, do filho, a Beija-Flor é guarani”, para “Em nome do pai, do filho, a Beija-Flor agora é tri”.

O ano de 2005 representou o auge do modelo de Carnaval que consagrou a Deusa da Passarela como a maior vencedora do Sambódromo. O título foi o nono da história da agremiação, que hoje ostenta 14 conquistas.

Drama de Selminha Sorriso

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Com 36 anos de carreira, 30 deles dedicados à Beija-Flor, a porta-bandeira Selminha Sorriso viveu um drama pessoal horas antes de entrar na avenida para defender o pavilhão da escola pelo décimo ano ao lado do parceiro Claudinho. Sua mãe, Jacira Matos, havia sofrido um AVC e lutava pela vida.

Selminha não revelou seu drama a quase ninguém e cruzou a avenida com sua habitual competência, contribuindo para o tricampeonato da escola.

“Minha mãe ficou em coma induzido. Foi muito difícil. Não pude contar para ninguém, porque eu sabia que causaria um alvoroço. Talvez as pessoas me deixassem ainda mais nervosa do que eu já estava. Contei apenas para Claudinho, Aída e Flavinha. Foram as únicas pessoas que souberam da minha real situação. Eu não queria preocupar a escola, porque era algo meu, e eu precisava administrar essa dor sozinha”, disse Selminha Sorriso em entrevista ao CARNAVALESCO.

Dona Jacira acabou não resistindo e, entre as ligações de felicitações pelo título, Selminha recebeu a triste notícia de que sua mãe havia falecido. Ela recorda que, enquanto sorria e bailava em busca do 10, por dentro sua alma gritava por socorro.

“Eu estava muito cansada, muito preocupada com a minha mãe. O que aconteceu ali foi a força da sambista que prevaleceu, porque a Selma, de verdade, estava só com o corpo presente. Minha alma sambista dizia: ‘Você tem um compromisso, segura o choro, vai passar. Sua mãe vai ficar bem, você vai cuidar dela.’ Era o que eu repetia para mim mesma na concentração. Meu pensamento era: ‘Eu quero que acabe logo para eu cuidar da minha mãe’”.

Último tricampeonato do Sambódromo

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O tricampeonato da Beija-Flor em 2005 jamais se repetiu. A própria azul e branca foi bicampeã novamente em 2007 e 2008, mas no ano seguinte o título do Salgueiro impediu um novo tri.

O tempo passou e, hoje, a outrora poderosa Deusa da Passarela amarga um incômodo jejum de sete anos sem um título, o segundo maior de sua história. O carnaval evoluiu para um alto nível de competitividade e, em 2025, caso a Viradouro não conquiste o título, o Grupo Especial completará 17 anos sem um bicampeonato consecutivo.