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Império Serrano 2019: galeria de fotos do desfile

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‘Samba-enredo’ do Império Serrano divide opiniões entre os componentes da escola

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Por Vinicius Vasconcelos

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A tradicional verde e branco de Madureira resolveu mais uma vez ser vanguarda no que se refere ao quesito enredo e principalmente em samba-enredo. Apesar de possuir uma ala de compositores com nomes consagrados na história do carnaval, acatou a ideia de Paulo Menezes de transformar a eterna música de Gonzaguinha “O que é, o que é?” em trilha sonora para construção de um desfile de escola de samba no Grupo Especial. Escolha essa que dividiu a opinião entre os sambistas imperianos que estavam se concentrando para passar na Marquês de Sapucaí, na noite deste domingo.

Calu, componente da histórica ala dos cabelos brancos do Império confessou a equipe do site CARNAVALESCO que apesar de ter gostado da iniciativa, prefere a disputa de samba-enredo.

“Estamos na torcida para que a adaptação da música em samba-enredo funcione e nos traga notas boas. Mas, a minha opinião é que o mais correto numa escola de samba é que se tenha disputa de samba-enredo, para que nossos poetas não fiquem órfãos. Acredito naturalmente que a partir da escolha do Império em ter tomado a atitude sirva de inspiração para outras agremiações. Só que não mudo a minha opinião. Como integrante da ala dos cabelos brancos prefiro a disputa”.

O antigo mestre-sala da escola Cizinho, que desfilou em 1988 e 1994 exaltou a coragem do Império e acredita que seja forma de inspiração para os próximos anos.

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“É muita coragem do Império. É uma tradição da nossa escola inovar assim como foi em 82 com ‘Bumbum paticumbum Prugurundum’. Foi uma novidade naquela época e todo mundo criticava a nossa forma de samba-enredo. O resultado foi um Império campeão. Esse ano sabemos das nossas limitações, não está nos nossos planos levar o campeonato mas que vamos dar um trabalho na Avenida isso é certo”.

A componente Edna Eugênio, que pertence a velha-guarda do Império, afirma que prefere as disputas de samba-enredo mas não desaprova a escolha da escola para 2019.

“É uma novidade para o mundo do samba prestigiar um cantor da MPB. Só que eu prefiro as disputas de samba principalmente pelo clima gerado em torno da competição. Apesar disso hoje estou feliz com o que estou vendo e pode ser que se torne tradição nas demais escolas”, finalizou.

Império Serrano 2019: arrancada do samba no desfile oficial

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Império Serrano 2019: bateria ao vivo no desfile

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Eugênio Leal analisa o desfile da Viradouro

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Império Serrano fecha desfile com homenagem a Dona Ivone Lara, a Dama do Samba

Por Larissa Rocha

A escola do morro da Serrinha deu a largada para o primeiro dia de desfiles do Grupo Especial. Com o enredo “O que é, o que é’?’, samba de composição de Gonzaguinha, a escola finalizou sua passagem pela Avenida com uma homenagem a Dona Ivone Lara em seu sexto carro alegórico e na 28ª ala.

Carro dona Ivone LarA Império Serrano 3O carro, intitulado ” A Beleza de Ser um Eterno Aprendiz”, levou ao Sambódromo a coroa do Império Serrado – símbolo da escola – e muitos detalhes em dourado e verde. Parte da Velha Guarda também se apresentou na alegoria. No alto do carro, podiam ser vistas fotos de Dona Ivone em suas diferentes fases da vida.

A emoção de representar parte da história da primeira mulher do samba tomou conta de todos os componentes. De cima do carro alegórico, Iraci dos Santos, que desfila há mais de 30 anos na escola, falou sobre o sentimento de prestar esta homenagem.

”É uma emoção sem tamanho. Homenageamos Ivone há dois anos com ela em vida aqui no carro, junto da gente. Este ano, ela não está presente, mas está em nossos corações”, disse, feliz e emocionada.

Jorgina Ribeiro, que também cruza a Avenida pelo Império há mais de três décadas, foi mais uma componente que se sentiu honrada por fazer parte deste momento.

“É um carro lindo! Ela merece! O carnavalesco foi certeiro, porque Dona Ivone Lara foi e sempre será a Dama do Samba. O Império tinha mesmo que homenageá-la, uma mulher tão grandiosa em tudo que fez”, afirmou.

Já a ala 28, tradicional departamento feminino, foi batizada de “A Dama Imortal do Samba”. Todas as componentes vestiam uma saia verde, sapatos dourados e uma blusa com o rosto de Dona Ivone Lara estampado. No cabelo, exibiam um arranjo também em dourado.

Apesar das idas e vindas na escola, o diretor da ala, Ademir Paixão, garantiu que tem o coração imperiano e se arrepiou ao falar da importância de Dona Ivone para o cenário da cultura e música brasileiras.

“A dona Ivone Lara foi tudo para a gente. Ela foi compositora do Império! Onde ela estiver hoje, ela está olhando por nós”, se emocionou.

A desfilante da ala Terezinha de Silva Soares, que integra o time de apaixonados pela Império há quase 30 anos, acredita que falar sobre a Dama do Samba ajudará a escola a permanecer no Grupo Especial do Carnaval Carioca.

”Ela era uma imperiana muito dedicada. Além de ter sido baiana da escola, foi compositora da agremiação e a primeira mulher no mundo do samba. É muito gratificante fazer parte desta homenagem”, agradeceu.

Cubango conquista a Sapucaí com desfile de fácil leitura

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Por Nathália Marsal

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A Acadêmicos do Cubango montou, pelo segundo ano consecutivo, um espetáculo autoexplicativo para seu enredo, sem deixar de lado a grandiosidade do seu desfile. Característica dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, a escola entrou na Avenida com uma leitura fácil, aproximando ainda mais seus integrantes e o público da arquibancada, ganhando assim novos fãs.

“É uma oportunidade de traduzir o que está no caderno que só chega ao júri. Uma mensagem artística, mas que é possível identificar cada parte do enredo”, conta o carnavalesco Gabriel Haddad.

Na segunda alegoria, é possível ver a influência barroca com anjos e guirlandas circundando a baiana de tabuleiro, entendida, segundo o enredo, como símbolo da fé popular. Elementos utilizados para pedir proteção, como as fitas do Bonfim, também estavam no carro.

Em seu primeiro desfile pelo Cubango, Thiago Albuquerque, de 24 anos, destaque no carro dos Romeiros, elogiou o trabalho detalhista dos carnavalescos.

“A leitura que eles trazem é muito fácil. Eles atingiram um requinte máximo para esta proposta. Está tudo muito bonito. Tenho muita admiração por esse trabalho artístico”, diz Thiago, que desfilou na escola com a companhia da irmã Beatriz Albuquerque, de 2 anos.

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Thiago desfilou na terceira alegoria, que levou a força que a “Sala dos Milagres” ou “Sala de Promessas” exerce sobre peregrinos, romeiros e visitantes. Isso é demonstrado com a quantidade intensa de elementos visuais, fazendo uma miscelânea de imagens, memórias e fragmentos de histórias.

Moradora de Niterói, Adriana Batista desfilou pela primeira vez na escola com a fantasia de Igreja da Penha. Ela, que se identificou com o enredo, ficou ainda mais animada ao ver as alegorias e fantasias dos colegas: “Dei uma fugida para dar uma olhada e percebi que está tudo ali e é de fácil compreensão”.

A Acadêmicos do Cubango fechou o desfile com a ala “Criador das Alegorias”, celebrando a capacidade de festejar, mesmo nos tempos de intolerância religiosa.

Na expectativa do título, Cubango leva amuletos da sorte para a Avenida no segundo dia de desfiles da Série A

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Por Nathália Marsal

Cubango Desfile2019 035O Acadêmicos do Cubango levou à Sapucaí uma força extra neste sábado para garantir mais notas dez dos jurados. Com o enredo “Igbá Cubango: A Alma das Coisas e a Arte dos Milagres”, a escola niteroiense trouxe para a Avenida a imagem de São Lázaro, padroeiro da agremiação, uma réplica do babalotim que desfilou na escola em 1979, além de muitos objetos de poder e de devoção, entrelaçados nos componentes, alegorias e alas da agremiação.

O coreógrafo Sérgio Lobato, há dois anos na Cubango, levou seu cordão feito com raízes e um crucifixo prateado: um, instrumento de sua religião e o, outro uma herança familiar e de agradecimento.

“Me sinto mais forte. Tivemos algumas notas dez no ano passado, mas tivemos uns problemas por causa da roupa”, disse, confiante para o resultado de 2019.

O carnavalesco da escola de Niterói repetiu a camisa do ano passado, quando o enredo “O Rei que Bordou o Mundo”, em homenagem a Arthur Bispo do Rosário, rendeu 16 prêmios à escola.

“Não tenho muito costume de ter um objeto de sorte, mas resolvi apostar no que deu certo”, brincou Gabriel Haddad.

Já Gustavo Almeida, de 33 anos, que cruzou a Avenida desfilando na ala dos compositores, mostrou as guias que leva por baixo da roupa: uma de Ogum, outra de Xangô e mais uma de Preto velho.

“É para tomar conta dos caminhos, ter justiça e afastar o que for de ruim”, explicou o jovem, que usa as guias desde que nasceu.

Se depender dos esforços de Maria Penha, de 63 anos, baiana na Cubango há cinco anos, a escola já subiu para o Grupo Especial. Além da dedicação, ela usa pulseira com símbolos de figa, pimenta, trevo e número 13. A baiana tenta tudo que está ao seu alcance. “Adoro um misticismo!”.

Cubango Desfile2019 027Os amuletos e as esculturas religiosas aparecem ao longo de todo o desfile para mostrar a alma dos objetos. Desde o igbá e crucifixos aos falsos profetas, a escola mostra que, apesar de toda mandinga, só é campeã aquela que brilha em todos os quesitos.

Estácio de Sá leva para a Avenida representatividade na fé

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Por Nathália Marsal

 

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O enredo “A fé que emerge das águas” levou para a Marquês de Sapucaí muito mais que  fantasias e alegorias bonitas para desfilar neste sábado. A Estácio de Sá, que contou a história de Jesus de Nazareno, o Cristo Negro, de Portobello, no Panamá, apresentou também representatividade na fé.

Emocionada, Elizângela Alcântara dos Santos, de 31 anos, não conhecia a história sobre o Cristo Negro até desfilar na Ala Curandeiros, neste sábado. Na Estácio de Sá desde os 10 anos, a componente passou a se interessar depois que a coreógrafa de sua ala incentivou todos a lerem sobre o tema.

“Minha coreógrafa mandou toda a história dele para conhecermos e nos engajarmos com o desfile. Fiquei apaixonada porque sempre que vemos a imagem de Cristo, ele é branco e tem olhos azuis. Estou emocionada por estar representada”, contou a desfilante.

A imagem do Cristo Negro esteve representada de três formas ao longo da evolução da escola na Avenida: na comissão de frente, pelo ator Evandro Machado; em uma escultura no carro; e pelo intérprete Serginho Porto. Ator e dançarino, Evandro fez seu primeiro desfile pela Estácio de Sá este ano.

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“Fiquei surpreso com o convite, me aprofundei no personagem e descobri o quão importante é essa história. Se formos fazer uma pesquisa acharemos uma referência mais europeia de Cristo. É emocionante dar vida a esse personagem e trazer à tona essa história”, conta o dançarino.

Passista há dez anos, Avelino José de Souza, de 52 anos, reforça a necessidade de enredos deste tipo para o enriquecimento cultural.

“A informação que vem através da cultura do carnaval é muito importante, nos enriquece. É bom ter conhecimento da história a nível mundial”, aponta.

Também na ala de passistas, Suellen da Costa, de 18 anos, lembra que ninguém sabe como Cristo é de verdade.

“É bom mostrar que existe outra versão da história. É um enredo difícil de expor e montar alegoria. Mas o resultado está ótimo”, apontou.

Canal do Panamá é representado no terceiro carro do Estácio de Sá

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Por Larissa Rocha

Estacio Desfile2019 123No segundo dia de desfiles da Série A, o Estácio de Sá entrou na Avenida homenageando o Cristo Negro, imagem encontrada por um pescador das águas de Porto Belo, no Panamá. O terceiro carro da escola, intitulado “Orgulho Panamenho: O canal de amor para unir dois oceanos”, representava o Canal do Panamá – o elo entre os oceanos, uma das sete maravilhas do mundo moderno.

O carro coreografado trouxe as cores vermelho e azul para representar as águas do Atlântico e do Pacífico, e a união entre elas. Além de destaques da comunidade, a alegoria também trouxe a Miss Panamá e cavalos azuis e vermelhos para ajudar na composição.

Estacio Desfile2019 125Por ter pouco conhecimento sobre o Canal do Panamá, Roberto dos Santos, um dos componentes da alegoria, fez o dever de casa para representar uma das sétimas maravilhas do mundo na Avenida e acredita na vitória da agremiação.

“A escola está muito bonita, os ensaios foram maravilhosos. A Estácio vem batendo na trave nos últimos anos, mas, este ano, a vitória será nossa”, disse, confiante.

Já a atriz Roberta Chavez se emocionou ao representar na Sapucaí parte da história de um país que visitou recentemente.

“Eu já passei pelo Panamá em uma viagem e agora desfilei em uma escola que contou um pouco da história do povo de lá. Para quem não conhece, é impossível não sentir vontade de ir’, disse.