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X-9 emociona e vence a chuva em grande noite do carnaval de Santos

A primeira noite dos desfiles das escolas de samba de Santos trouxe inúmeras emoções para os presentes na Passarela do Samba Dráusio de Cruz, no bairro da Areia Branca. Se uma tradicional agremiação, em especial, se destacou pela garra e por enfrentar uma tempestade na Baixada Santista, todas as outras tiveram bons trunfos para conquistar os presentes no Sambódromo nesta sexta-feira (21 de fevereiro).

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Sempre acompanhando as escolas de samba onde quer que elas estejam e pela primeira vez cobrindo o carnaval de Santos, o CARNAVALESCO conta os destaques de cada uma das sete escolas que desfilaram na data – lembrando que a personalidade sempre tão marcante do município se faz presente até no carnaval, já que as duas noites de apresentações unem agremiações do Grupo de Acesso e também do Especial.

Imperatriz Alvinegra

Homenageando uma importante cidade da Grande São Paulo no enredo “Suzano! Bandeira de todas as cores… no peito um só ideal”, a escola da cidade de São Vicente chamou atenção logo na entrada, com uma comissão de frente inteiramente fantasiada de guaianases – nome da tribo originária que estava no local quando os colonizadores chegaram. Vale destacar, também, a fantasia da bateria da agremiação, comandada por mestre Denis Santos, que veio inteira representando o tão famoso proletariado da Grande São Paulo.

Vila Mathias

É justo dizer que poucas escolas passaram com alegorias tão bonitas e bem acabadas quanto a agremiação amarelo, azul e branco. O abre-alas, com uma líndissima coroa, por sinal, impactou muitos no Dráusio da Cruz. O polêmico enredo “Gênesis – O que Deus criou, o homem devastou”, com um final apocalíptico, foi bem desenvolvido pela agremiação e contou, até mesmo, com um paradão da bateria – muito bem respondido pelos componentes. A comissão de frente, inteiramente preta e representando, aparentemente, o big bang, também foi destaque.

Academia de Samba Unidos da Zona Noroeste

O Galo da Areia Branca pisou forte na Passarela para contar a cidade de Santos por meio dos principais símbolos do município (como o Santos Futebol Clube e a praia) no enredo ““Santos… o mar que pulsa na avenida, o legado do peixe na alma santista”. A comissão de frente, com conchas do mar, surpreendeu a todos – bem como o casal de mestre-sala e porta bandeira, Luíz Braga e Patrícia Corrêa, que soltavam bolhas de sabão enquanto evoluíam. Dentre os presentes, destaque para Lucas Donato, intérprete oficial do Pérola Negra em São Paulo juntamente com Bruno Ribas – na Baixada, ele esteve acompanhado por Thiaguinho.

Bandeirantes do Saboó

Inaugurando o Grupo Especial na sexta-feira, uma agremiação que estava com saudade de disputar o pelotão de elite do carnaval santista. Também pudera: eram dez anos desde a última vez que a vermelho, preto e branco se fez presente no Grupo Especial. E, para voltar em grande estilo, nada melhor que contar uma tradição da cidade: o cará – principal produto do pão típico da cidade, que prefere ele ao francês, mais tradicional acima da Serra do Mar e em tantos outros locais do país. O enredo era intitulado “Cará – O Rei do Meu Carnaval”

Se o símbolo da agremiação, naturalmente, é um bandeirante, ele aparentou ter sido transformado em um pirata no carro abre-alas, um imenso navio – em ótima sacada da carnavalesca Edilene Florentino. A Furacão, bateria comandada por mestre Sarrá (de nome Ériko Veríssimo), executou várias paradinhas para abrilhantar o samba-enredo conduzido por Primo do Pandeiro. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, André Lima e Tatiane Fares, veio inteiro em frutacor e se comunicou muito bem com o público.

Mocidade Amazonense

O Índio Guerreiro chegou disposto a surpreender no Dráusio da Cruz. Contando com um enredo extremamente lúdico, em que personagens do Sítio do Picapau Amarelo, obra-prima de Monteiro Lobato, contam histórias e lendas do folclore brasileiro, a agremiação chegou impactante e leve à Passarela. Na comissão de frente, diversos bailarinos interagiam com Dona Benta e Narizinho – sendo que a avó segurava, também, um livro que aparentava estar repleto de histórias. Não parou por aí: as baianas, pouco atrás, estavam fantasiadas de Cuca.

Se a fantasia da Feitiço da Ilha, de mestre Pepeu tinha um quê de obviedade (os ritmistas vieram fantasiados de Visconde de Sabugosa), eles também tiveram muito destaque. Não apenas na sustentação da canção muito bem interpretada por Ricardo Jacaré, mas também por trazer alguns desfilantes tocando xilofones e até mesmo um saxofone – e é claro que os ritmistas de tais naipes vinham à frente a cada cabine de jurado. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da agremiação, Kaeo Azevedo e Amanda Acáccio, além de defender muito bem o pavilhão, também estava muito bem vestido, inteiramente em verde – cor oficial da instituição do Guarujá.

X-9

Parecia que a chuva estava apenas aguardando a sonora sirente do cronômetro santista indicando que a Pioneira estava prestes a entrar para cair. E, sendo justo, não foi uma simples chuva: foi uma tempestade que durou, em diferentes intensidades, a apresentação inteira da escola do Macuco. Nada, entretanto, que atrapalhasse o verdadeiro sacode que a maior campeã do carnaval santista deu no Dráusio da Cruz. Contando o enredo “Peregrinos de Fé, Oh Mãe Negra, Meu Samba é Minha Oração”, desenvolvido pelo carnavalesco Amauri Santos (que também produziu a X-9 Paulistana, no Grupo de Acesso), o que se viu foi emoção do começo ao fim da apresentação em homenagem a Nossa Senhora Aparecida.

A escola cantou o belíssimo samba interpretado por Fredy Vianna e Rafael Forjanes, popularmente conhecido como Bolinha, de maneira muito forte e uniforme. Mais do que isso: o fato dos desfilantes cantarem mesmo sob uma chuva torrencial empolgou as arquibancadas, que responderam. Vale destacar, também, a Magia Xiosnoveana, bateria comandada por mestre Gugu. Com toda a pinta de favorita, a instituição concluiu a própria apresentação com outra presença ilustre: a porta-bandeira Thais Paraguassu – em dupla com o mestre-sala Fabiano Dourado, primeiro casal da Pioneira.

Real Mocidade Santista

Quem também tinha personagens bastante conhecidos no carnaval paulistano foi a Realeza do Samba. Nos microfones, Chris Santos – que será intérprete do Barroca Zona Sul ao lado de Dodô Ananias em 2025. Como casal de mestre-sala e porta-bandeira, Jéssika Barbosa, antiga profissional do Camisa Verde e Branco, bailou ao lado de Lucas Rodrigues, também do Império de Casa Verde. Tudo isso para apresentar o enredo “Do Sertão à eternidade, a saga do Rei do Baião. 35 anos de saudade”, em homenagem a Luis Gonzaga.

A ala musical, por sinal, teve muito destaque. Com uma introdução potente, a instituição do Marapé fez um medley com “A Vida do Viajante” e “Asa Branca”. O primeiro verso da canção, “Olha Para o Céu Meu Amor”, inspirado na música “Olha Para o Céu”, também tinha destaque. Na comissão de frente, havia espaço para dois Luis Gonzagas, um adolescente e outro com um pouco menos de idade, contracenando com uma sanfona. Vale jogar holofotes, também, para a segura Swing do Leão, bateria comandada por Kleyton Ferro.

Beija-Flor homenageia em ensaio técnico 14 figuras essenciais na trajetória da escola

Em um ano marcado pelo reencontro com suas raízes, pela homenagem ao eterno mestre Laíla no enredo do Carnaval 2025, pela despedida da sua voz maior, Neguinho da Beija-Flor, e após completar 76 anos em dezembro, a Beija-Flor de Nilópolis promove um ensaio especial que eterniza personalidades fundamentais na consolidação dessa “comunidade que impõe respeito”. A celebração exalta aqueles que ajudaram — e continuam ajudando — a construir a trajetória “maravilhosa e soberana” da escola, reconhecida como um dos maiores símbolos do carnaval brasileiro.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divuglação Beija-Flor

Com uma história erguida sobre os pilares da resistência, da representatividade e do compromisso social, a Beija-Flor destaca neste ensaio a contribuição de figuras essenciais para sua construção, “erguendo um castelo nos pilares de cabana” e devolvendo ao povo preto o protagonismo que lhe é de direito. A celebração enaltece, individual e coletivamente, aqueles que transformaram a azul e branca de Nilópolis no “rolo compressor” da Sapucaí, acumulando mais de 14 títulos e protagonizando desfiles históricos.

Inspirada na icônica capa do álbum Tropicália ou Panis et Circensis (1968), a imagem central do ensaio recria o conceito da fotografia original, reunindo 14 figuras essenciais na trajetória da escola em uma composição simbólica e repleta de significado.

Entre os homenageados estão nomes icônicos da Beija-Flor, como Anísio Abrahão David, presidente de honra; o presidente Almir Reis; o casal de mestre-sala e porta-bandeira Claudinho e Selminha Sorriso; as ex-rainhas de bateria Neide Tamborim, Raíssa de Oliveira e Sonia Capeta; o primeiro passista, Cassio Dias; os mestres de bateria Rodney e Plínio; a baluarte Tia Débora Rosa; e a musa Pinah, a “Cinderela Negra”. Além disso, os tradicionais fios de conta de Laíla aparecem nas mãos de Cassio, enquanto João Reis, o mais antigo profissional do barracão, segura um retrato do lendário carnavalesco Joãosinho Trinta. Cada um deles representa um capítulo essencial da história da escola, seja na avenida ou nos bastidores, perpetuando sua tradição com força e dedicação.

Para o presidente Almir Reis, o ensaio reflete um momento de reafirmação da identidade da Beija-Flor. “É fundamental olharmos para dentro, resgatarmos nossa essência e mostrarmos quem somos. Pra mostrar que ‘Ainda Estamos Aqui!’. Um oitavo lugar está muito longe do que essa escola merece, e é olhando para nossa história e nossa comunidade que vamos seguir impondo respeito”, afirma.

As imagens foram registradas pelo fotógrafo paulistano Eduardo Vieira, especialista em retratos, que capturou com sensibilidade a força e a grandiosidade de cada baluarte. O lançamento do ensaio acontece pouco mais de uma semana antes do desfile oficial, reforçando o espírito de união e a conexão com a história da escola no momento em que a Beija-Flor se prepara para mais uma apresentação na Sapucaí.

Mais do que um ensaio fotográfico, este projeto reafirma o compromisso da Beija-Flor com seu passado glorioso e com a continuidade desse legado no futuro. Cada imagem é um tributo à força de uma comunidade que, geração após geração, carrega no peito o orgulho de ser “de sangue azul, nilopolitano!”.

Em 2025, a Beija-Flor de Nilópolis será a segunda escola a entrar na avenida na segunda-feira de Carnaval, dia 3 de março. O enredo, “Laíla de Todos os Sambas, Laíla de Todos os Santos”, homenageia o grande diretor de Carnaval Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, eternamente conhecido como Laíla.

Acabou o caô! Sambódromo recebe alvará definitivo do Corpo de Bombeiros

A Riotur informa que, pela primeira vez, a estrutura do Sambódromo da Marques de Sapucaí recebeu alvará definitivo para a realização de qualquer evento, sejam os desfiles das escolas de samba ou outro tipo de evento cultural. O Certificado de Aprovação foi emitido na sexta-feira, pela Diretoria Geral de Serviços Técnicos do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (DGST), após a regularização de todos os requisitos necessários, listados no Termo de Ajuste de Conduta (TAC), que garantiu o funcionamento da infraestrutura nos últimos anos.

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Foto: Alexandre Macieira/Riotur

“Isso representa um marco significativo para a organização do Carnaval. Antes, o evento era realizado com documentos provisórios, emitidos às vésperas dos desfiles, o que comprometia o planejamento. E, agora, o equipamento Sambódromo não precisará mais pedir essa autorização”, explicou o presidente da Riotur, Bernardo Fellows.

O alvará definitivo para a estrutura do Sambódromo proporciona maior segurança jurídica e operacional, permitindo que os organizadores tenham mais tempo e clareza para planejar todos os detalhes da festa. Além de ser o reconhecimento que o local está apto, em linha com todas as exigências, garante a segurança dos foliões, turistas e visitantes.

Mesmo com o alvará definitivo para a estrutura do Sambódromo, a aprovação para a realização de um evento, expedida pela Diretoria Geral de Diversões Públicas do Corpo de Bombeiros (DGDP), exigida para qualquer equipamento, como estádios esportivos ou centro de convenções, continuará a ser necessária. Ela deve ser requisitada e é responsabilidade dos produtores do evento.

Fuzuê do Tuiuti! Escola encerra a noite com ensaio impactante com comissão forte e casal afiado

Por Matheus Vinícius (Colaboraram Luan Costa, Freddy Ferreira, Luiz Gustavo, Gabriel Radicetti, Juliana Henrik, Carolina Freitas, Raphael Lacerda, Marcos Marinho e Matheus Morais)

“Vidas trans importam vivas”. Foi com essa mensagem que o Paraíso do Tuiuti encerrou o Teste de Luz e Som na madrugada de sexta para sábado. Durante 79 minutos, passaram pela Avenida personalidades LGBTQIAPN+, como a deputada federal Erika Hilton, que discursou antes do ensaio, a deputada estadual Dani Balbi, a atriz Valéria Barcelos e a cantora Pepita, além da animada comunidade do Quilombo do Tuiuti. A comissão de frente tem sido impactante e desta vez não foi diferente. O casal Raphael Rodriguez e Dandara Ventapane deram um espetáculo à parte.

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A escolade São Cristóvão será a segunda a desfilar no domingo com o enredo “Quem tem medo de Xica Manicongo”, desenvolvido por Jack Vasconcelos.

“Boa parte do que a gente preparou foi executada aqui. Sofremos muito para chegarmos nesse estágio, desde cedo ensaiando, um trabalho árduo, a escola mudou toda a direção de harmonia e de carnaval. É toda uma história nova, um contexto novo e a gente chega aqui no ensaio, teste final no campo de jogo e vem todo mundo dar os parabéns porque o que passou na pista foi um ensaio totalmente diferente do que fizemos no primeiro. Agora vou botar a cabeça no lugar, vamos sentar, escutar, rever, mas é satisfatório o que a gente apresenta. Se está pronto pro dia oficial, espero que sim, mas é um resultado muito bom que as pessoas vem trazendo ao longo da avenida até o final, e que no dia oficial a gente consiga fazer ainda melhor”, avaliou Rodrigo Soares, diretor de carnaval.

Comissão de Frente

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Foto: Eduardo Hollanda/Divuglação Rio Carnaval

Inegavelmente impactante. Os coreógrafos Claudia Motta e Edifranc Alves prepararam uma coreografia que retrata a condenação de travestis a queimar na fogueira. O elenco travesti usava saias rodadas volumosas que davam um efeito interessante durante a dança. Além das travestis, há também os componentes de capuz azul que representavam de alguma forma a perseguição e o ódio. A catarse é no momento que as fogueiras “pegam fogo”. Infelizmente, o efeito de faísca dos integrantes de azul não funcionou na última cabine.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Raphael Rodriguez e Dandara Ventapane executaram uma coreografia bastante dinâmica em que o casal é capaz de demonstrar muita sintonia e muita alegria. Em alguns momentos, mestre-sala e porta-bandeira performam passos iguais, evidencia a sincronia do casal. Separadamente, pode-se elogiar os giros impecáveis de Dandara e a energia que Raphael transmite com o seu bailado.

“Fizemos tudo o que queríamos para o desfile oficial. A cada ensaio, pensamos em ajustes, porque sempre buscamos o melhor. Então, estamos sempre tentando melhorar, melhorar, melhorar para conquistar a nota máxima. Fizemos um bom ensaio, conseguimos manter o ritmo nas quatro cabines, que era um dos nossos principais objetivos. Fizemos pequenos ajustes do último ensaio técnico para este e hoje foi um teste para essas mudanças, que funcionaram muito bem. Agora, é só continuar aprimorando até o desfile”, disse a porta-bandeira.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divuglação Rio Carnaval

“Não existe outra palavra senão superação. Aliás, não acho, eu tenho certeza! Esse vai ser o melhor carnaval da minha vida. Além de estar me superando em tudo, hoje posso dizer que tenho a melhor equipe do mundo ao meu lado. Além dos meus pais, tenho a Aline, nossa cerimonialista e harmonia, que nos acompanha; a Katia Casanova, nossa coreógrafa; o Arnaldo Gomes, meu fisioterapeuta – o cara que me faz andar, que manda em mim nessa última temporada, junto com o Rafael Japa. Esses dois foram essenciais para me colocar na avenida. Óbvio que temos força de vontade, temos fé, mas esses dois caras foram fundamentais. Fora minha parceira, com quem estou indo para o quinto ano de parceria. A cada dia, nossa sintonia fica mais sólida. Ela é a parceira da minha vida! Estamos juntos o tempo todo, olho no olho, dando nosso melhor. Não está sendo fácil. Não vou mentir e dizer que é um mar de rosas. A cada dia, é uma superação, uma vitória. Hoje foi mais uma. E agora, o próximo “jogo” é no dia 4, que é a final. Hoje foi a semifinal. No dia 4, é a final. E, com certeza, vamos sair campeões dessa avenida”, completou o mestre-sala.

Harmonia e Samba

A composição de Cláudio Russo e Gustavo Clarão permite que o carro de som de Pixulé faça um ótimo trabalho. Comparado com o ensaio técnico, neste Teste de Luz e Som, a comunidade do Tuiuti desfilou mais aguerrida com um canto mais regular. Os trechos mais forte sobre “Eu travesti” e o refrão principal.

O intérprete avaliou o desempenho do carro de som e da harmonia nesse último fim de semana de ensaios.

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Foto: Vitor Melo/Divuglação Rio Carnaval

“A avaliação é toda positiva. A escola está pronta. Só vir o desfile e deixar o povo cantar. Esse ensaio de hoje foi para consertar alguns errinhos do outro. Deu tudo certo. A harmonia está perfeita, carro de som, bateria, a escola cantando. Não tem mais o que falar”, disse Pixulé

Evolução

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Foto: Eduardo Hollanda/Divuglação Rio Carnaval

O Tuiuti executou um desfile bem fluido, sem problemas de evolução. Os desfilantes estavam animados por estar desfilando este samba e este enredo. A escola passou compacta e fechou seu tempo em 79 minutos.

Bateria e Outros destaques

Uma bateria “Super Som” do Paraíso do Tuiuti de mestre Marcão com uma parte da frente do ritmo de imenso destaque. Um naipe de chocalhos altamente técnico executou um desenho rítmico complexo com categoria. Cuícas ressonantes e tamborins eficientes também auxiliaram no grande trabalho das peças leves. Na cozinha da bateria do Tuiuti, uma boa afinação de surdos deu amparo musical para o destacado toque das terceiras. Caixas consistentes e repiques coesos auxiliaram no preenchimento da sonoridade na parte de trás do ritmo. Bossas com pressão sonora e seguindo as nuances melódicas do samba mostraram valor sonoro. Destaque para a bossa do Reggae no refrão do meio, numa bela elaboração musical. Uma bateria “Super Som” que mostrou ser possível sonhar com as notas máximas no desfile oficial.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divuglação Rio Carnaval

“Chega a dar lágrima nos olhos. Porque quando você vê o seu trabalho concluído, não só o seu, mas o de toda essa rapaziada aí… É quase três e meia da manhã, tem gente que ainda vai trabalhar daqui a pouco, mas, mesmo assim, estão aqui, comprometidos, presentes em todos os ensaios. Eu fico muito grato em ver esse trabalho finalizado. E não é só meu, é deles! Quem comanda são eles. A gente só passa o que tem que ser feito. Então, é só gratidão por essa rapaziada. Esses caras merecem muito”.

Tijuca realiza último ensaio técnico na Sapucaí mostrando organização e casal inspirado

Por Luiz Gustavo (Colaboraram Matheus Vinícius, Freddy Ferreira, Raphael Lacerda, Luan Costa, Gabriel Radicetti, Juliana Henrik, Carolina Freitas, Marcos Marinho e Matheus Morais)

A Unidos da Tijuca pisou na Marquês de Sapucaí na noite da última sexta para o teste de luz e som que serão usados nos dias de desfile. Com dez dias faltando para a apresentação oficial o ensaio de fato foi um treino do que a escola preparou ao longo desses meses, e o que se viu na avenida foi uma agremiação extremamente organizada, com uma evolução azeitada e total controle do andamento com que a escola avançava ao longo da Sapucaí, alas bem compactas. A Tijuca conquistou 40 pontos em evolução no último carnaval e mantém o quesito no mesmo nível para o próximo desfile. Outro destaque do ensaio da azul e amarelo foi o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus André e Lucinha Nobre, mostrando muita desenvoltura e entrosamento após uma estreia onde o casal deixou décimos pelo caminho. Dessa vez realizaram uma ótima apresentação nas quatro cabines, destaque maior para os giros precisos de Lucinha, à vontade e transmitindo muita energia.

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A escola acabou tendo um número de componentes menor que no primeiro ensaio, provavelmente por ser num dia útil de trabalho dificultando a presença de alguns integrantes da Tijuca. Os componentes presentes na Sapucaí entregaram um canto satisfatório na maior parte do ensaio, em alguns momentos o canto soou mais morno, sem maior explosão, mas no geral a escola cumpriu com o samba na ponta da língua dos desfilantes.

Fernando Costa, diretor de carnaval da agremiação, falou sobre o ensaio técnico e os problemas com o som.

“O som falhou muito, falhou já na regressiva, perdemos minutos logo no início, falhou também no meio da pista, seria bom não falhar mas ensaio é para isso, estamos testando pro dia e tenho certeza que no dia não irá falhar, porém acabou prejudicando um pouco. Eu venho puxando a escola, venho falando pelo rádio mas o meu maior termômetro são os componentes quando chegam aqui no final, e hoje chegou todo mundo feliz, está todo mundo agradecendo, dando parabéns, e a gente está pronto pro dia 03, segunda-feira, aguardem a Tijuca que a gente virá queimando a Sapucaí”.

A Unidos da Tijuca busca retomar uma boa colocação na segunda de carnaval com o enredo “Logun-Edé – Santo Menino que Velho Respeita”, desenvolvido pelo carnavalesco Edson Pereira, estreando na agremiação.

Comissão de Frente

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Foto: Alexandre Vidal/Divuglação Rio Carnaval

A comissão coreografada por Ariadne Lax e Bruna Lopes trouxe um componente representando Logun-Edé com a cauda de pavão, que é um dos símbolos do orixá cultuado no candomblé brasileiro e outras religiões de diáspora africana. Em determinado momento da coreografia, a cauda era erguida pelos demais integrantes dando efeito de balançar e também servindo para esconder a troca de figurino dos componentes que se transformavam em Oxóssi e Oxum, os orixás pais de Logun-Edé, que o entregaram seus símbolos maiores, a flecha e o espelho. Uma comissão de passo marcado que se apresentou de forma muito precisa nos quatro módulos.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Excelente apresentação de Matheus André e Lucinha Nobre. A experiente porta-bandeira flutuou na Marquês de Sapucaí, muito solta e desenvolta, executando seu bailado com a categoria de seus grandes momentos. Já o jovem Matheus está em seu terceiro ano como primeiro mestre-sala e mostrou um enorme amadurecimento, uma apresentação firme e muito bem sincronizada com a dança de Lucinha. Em seu segundo ano de parceria, o casal exibiu um entrosamento capaz de garantir um grande desempenho no desfile oficial.

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Foto: Alexandre Vidal/Divuglação Rio Carnaval

“Eu quis usar a anágua, apesar de não ter o peso real da fantasia no dia do desfile. Queria ter uma noção do tamanho, mesmo sabendo que aqui está só a anágua, sem penas e outros detalhes. Mas já estamos com a coreografia toda montada para o desfile. Faltando apenas uma semana, optei por não usar a saia porque acho que isso pode comprometer a dinâmica da fantasia. Nossa prioridade nesses últimos 15 dias tem sido a fantasia e a dança na avenida. Por isso, resolvi incrementar esse ensaio com a ajuda da Ágatha Lacerda, chefe de ateliê lá do barracão da Unidos da Tijuca, uma profissional maravilhosa que me acompanhou em todo o processo do Carnaval. Hoje também estamos testando os movimentos com a Camille, com a Daniele Ramalho e com a preparação física do Luiz Felipe. Na verdade, temos uma equipe enorme que trabalhou com a gente o ano inteiro. Nosso presidente atendeu tudo o que pedi, não deixou faltar nada. Estou muito feliz, tranquila e realizada. Eu e o Matheus não chegamos a um auge, porque acho que isso é só o começo. Mas, hoje, estou satisfeita e feliz. Tenho um mestre-sala que é um verdadeiro parceiro, que dança a minha dança, e eu danço a dança dele. A gente se entende muito bem, e é gostoso dançar com ele. Além disso, ganhei um amigo. A família dele – o filho, a esposa – entrou na minha vida com muito amor. E é isso… O amor de Logun Edé nos uniu, e eu estou muito feliz”, disse a porta-bandeira.

Harmonia e Samba

A escola foi correta em seu canto, grande parte dos seus componentes não deixou de cantar nenhum trecho do samba e sustentaram até o final do ensaio, porém não foi um canto explosivo e em alguns momentos caiu a intensidade, amornando o ensaio. O bom samba da Tijuca pode extrair mais dos seus integrantes. Samba esse que foi bem executado pelo carro de som, em que pese alguns problemas com o som da avenida que
atrapalharam a escola. Durante alguns minutos a voz do intérprete Ito Melodia não foi ouvida por falhas na equalização do som, mas enquanto o som funcionou o carro de som teve um bom desempenho. Ito contou com o auxílio luxuoso de Tem-Tem Jr., que vive grande momento e ajudou a sustentar tons mais agudos, como no refrão central.

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Foto: Alexandre Vidal/Divuglação Rio Carnaval

“Foi maravilhoso! Foi tudo o que estávamos esperando. A Sapucaí vem com a gente, o samba acontece muito, a bateria é muito forte, a comunidade canta muito. Foi bom ensaiar com esse som porque a comunicação fica mais facul com o público. A Tijuca cantou e o povo cantou junto. A escola evoluiu com um andamento maravilhoso, o samba não cai, a bateria não cai e a escola evolui o tempo todo. Eu estou muito feliz. Logun-Edé! Axé, Tijuca”, comentou o intérprete Ito Melodia.

Evolução

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Foto: Eduardo Hollanda/Divuglação Rio Carnaval

Uma escola precisa, organizada e segura na avenida, foram os predicados que a Tijuca mostrou em relação à sua evolução ao longo de todo o ensaio técnico. Alas plenamente compactadas, ritmo de andamento mantido durante todos os minutos que a escola esteve na pista, sem descompassos. Por estar tão compacta, uma ou outra ala chegou a se aproximar em demasia, deixando o espaço entre elas sem divisão, mas no geral foi um quesito cumprido com louvor pela Unidos da Tijuca, que busca novamente a nota máxima em evolução após conquistar em 2024. Trabalho muito competente da direção de carnaval e harmonia.

Bateria e Outros Destaques

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Foto: Alexandre Vidal/Divuglação Rio Carnaval

Uma bateria “Pura Cadência” da Unidos da Tijuca de mestre Casagrande com a cozinha com uma afinação primorosa de surdos, que junto do ótimo balanço das terceiras e das ressonantes caixas de guerra complementaram de forma soberba a parte de trás do ritmo. Já na parte da frente do ritmo, um naipe de chocalhos acima da média tocou integrado a uma eficiente ala de tamborins. Uma ala de cuícas de qualidade técnica diferenciada também auxiliou na sonoridade das peças leves. Bossas intimamente ligadas a obra tijucana mostraram seu valor sonoro. A pressão da paradinha da cabeça junto do molho único das caixas merece destaque. Uma bateria “Pura Cadência” da Tijuca que aguarda com esperança e otimismo a chegada do carnaval!

“É difícil falar, porque eu sou o mestre de bateria. Como é que você vai falar da sua própria bateria? Mas, eles me surpreendem a cada ensaio. No ensaio anterior, eu achei que estávamos até um pouco mais para frente, mas hoje encontramos a métrica quase perfeita. Não vou dizer que foi perfeita, mas o andamento com o canto encaixou direitinho. O peso no chão está muito bom, estamos muito bem. Em alguns anos, tivemos sambas mais difíceis de tocar, e a bateria teve que “salvar” o samba, como vocês dizem. Mas esse não, cara. Esse samba é muito bom de tocar, tem uma métrica excelente, e isso deixa a bateria muito à vontade. Acho que um grande achado foi o toque do agueré, incorporado com os próprios instrumentos da bateria. Isso foi valioso demais! Com todo respeito a outros instrumentos, mas precisamos valorizar os nossos. Quando encontramos esse toque do agueré, encaixando as caixas de guerra… Ficou sensacional! Sensacional mesmo. Não tenho mais palavras. Só quero agradecer. Hoje foi nosso último grande ensaio, mas ainda temos um na nossa comunidade, no Domingo. O que esses ritmistas fizeram durante o ano todo… Carnaval em março, ensaios toda semana, foi muito cansativo. Essa semana foi puxada, ensaiamos quatro vezes, e isso não é mole. Fazer o ritmista sair de casa, às vezes sem ter dinheiro para a passagem, sem uma alimentação adequada… Isso preocupa a gente. Mas hoje veio todo mundo! A bateria estava completa, graças a Deus. Eu não tenho mais palavras. A palavra certa para definir esse momento é gratidão”.

Alas como baianas e passistas passaram muito bem-vestidas, mostrando um esmero da escola. Baianas com vestidos de diferentes cores e passistas com uma roupa que fazia alusão ao fundo do mar.

Independente feliz! Mocidade brinca de desfilar, comunidade dá show e último ensaio antes do desfile oficial deixa boas credenciais

Por Luan Costa (Colaboraram Matheus Vinícius, Freddy Ferreira, Raphael Lacerda, Luiz Gustavo, Gabriel Radicetti, Juliana Henrik, Carolina Freitas, Marcos Marinho e Matheus Morais)

O Carnaval de 2025 já está batendo à porta, e a Mocidade Independente de Padre Miguel fez sua última passagem pela Marquês de Sapucaí antes do grande desfile oficial. Se o desempenho sólido de alguns quesitos for um indicativo do que está por vir, o céu certamente vai clarear e iluminar toda a Zona Oeste. O ensaio da última sexta-feira contou com o som amplificado por toda a avenida, impulsionando ainda mais a vibração e o canto da comunidade de Padre Miguel. Mesmo nos momentos de falhas no áudio, a escola mostrou sua força, sustentando o samba na raça e na voz. A leveza e a alegria dos componentes foram evidentes, tornando a apresentação envolvente.

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Entre os grandes destaques da noite, brilharam o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diogo Jesus e Bruna Santos, que encantou com sua dança marcante, e a bateria “Não Existe Mais Quente”, de mestre Dudu, que mais uma vez fez jus ao nome.

A Verde e Branca será a primeira escola a desfilar na terça-feira de carnaval (4 de março), com o enredo “Voltando para o Futuro – Não há limites para sonhar”, desenvolvido pelos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage (In Memorian).

Ao final do ensaio, o diretor de carnaval, Mauro Amorim, falou ao CARNAVALESCO. “Sobre a iluminação não vou dar spoiler! Senão o Renato puxa a minha orelha. Deus me livre! O Renato puxando minha orelha faltando uma semana para o Carnaval. Ensaio muito bom! Na verdade, foi o que eu falei lá na frente: hoje foi o nosso primeiro desfile. Quando a Liga nos dá essa oportunidade de ensaiar com o som oficial, mesmo com os defeitos que apareceram – e foram muitas falhas –, é ótimo, porque agora eles podem corrigir tudo até a semana que vem. Mas foi um belíssimo ensaio! Nossa comunidade está feliz. Quando o som parou, o povo cantou ainda mais. A comunidade está vibrando, e a gente vai trabalhar até o último minuto, até fechar o portão”, disse Mauro.

Comissão de Frente

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Foto: Alexandre Vidal/Divuglação Rio Carnaval

Comandada pelo experiente coreógrafo Marcelo Misailidis, a comissão de frente da Mocidade encantou o público com um espetáculo digno de desfile oficial. A coreografia, extremamente bem executada, trouxe 15 homens caracterizados como soldados futuristas, usando máscaras, lanternas e mochilas transparentes iluminadas por LEDs, criando um efeito visual impressionante. O grande momento da apresentação aconteceu quando um dos componentes foi elevado, revelando, dentro de uma bolsa transparente em sua barriga, a imagem de um bebê. A cena, além de impactante, trouxe emoção e simbolismo, tornando a performance ainda mais marcante e condizente com o enredo.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Diogo Jesus e Bruna Santos mostraram por que são uma das grandes duplas do carnaval. Com uma apresentação forte e cheia de dramatização, eles entregaram uma performance marcante, na qual cada passo e gesto dialogava perfeitamente com os momentos do samba. Bruna impressionou com seus giros intermináveis, que pareciam desafiar o tempo, exibindo um vigor impressionante. Já Diogo, sempre firme e elegante, conduziu a dança com precisão e sincronia absoluta com sua parceira. A química entre os dois ficou evidente, e a sintonia foi o grande destaque da apresentação.

“Conseguimos fazer tudo alinhadinho, certinho com o que havíamos planejado. Claro que hoje demos mais uma segurada justamente porque semana que vem já é nosso desfile. Demos o 100%, mas não com aquela euforia toda e energia que nós sempre botamos. Botamos energia, claro, mas soubemos dosar um pouco justamente pelo carnaval ser semana que vem. Conseguimos transmitir um lindo trabalho para nossa comunidade e para a Marquês de Sapucaí. Deu para melhorar do ensaio técnico para agora com certeza. Muita técnica, que no primeiro ensaio técnico a Ana Paula Lessa (ccoreógrafa) viu os momentos de limpeza, onde precisava melhorar e segurar essa energia. Acredito que hoje conseguimos entregar um ensaio técnico mais limpo tecnicamente. Sempre tem uma coisinha para melhorar ainda, mas vamos ver os próximos dois ou três ensaios fechados que temos com a nossa fantasia para ver se vai precisar aprimorar mais alguma coisa”, disse a porta-bandeira.

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Foto: Alexandre Vidal/Divuglação Rio Carnaval

“Acho que nós conseguimos fazer uma dança limpa, bastante técnica, com os movimentos super limpos, sem botar aquela carga toda porque o desfile é semana que vem. É preciso saber dosar, dançar com inteligência no dia de hoje. E nós soubemos dançar com maestria e com bastante elegância. A Aninha (coreógrafa) conseguiu enxergar alguns pontos nossos. Nosso primeiro ensaio técnico foi muito bom, o público gostou. Nós viemos dançando, brincando. Ela conseguiu limpar os movimentos e dosar. E hoje conseguimos implementar essa boa dança, perfeita em todas as cabines, sem nenhum erro. Nós estamos felizes também. Hoje foi uma dança bastante sadia e leve. Conseguimos fazer tudo perfeito”, completou o mestre-sala.

Harmonia e Samba

A harmonia da Mocidade foi um dos grandes destaques do ensaio técnico. Mesmo durante as falhas no som, era possível ouvir os Independentes entoando o samba a plenos pulmões. O momento mais emblemático aconteceu na parte final do ensaio, quando a bateria já estava no recuo: sem o som da avenida, a escola sustentou uma passada inteira apenas na voz, mostrando força e entrega.

Apesar dos problemas técnicos, o carro de som da Verde e Branco, comandado pelo experiente Zé Paulo, deu um verdadeiro show do início ao fim. Desde o esquenta até o último minuto, a sintonia com a bateria “Não Existe Mais Quente” ficou evidente, criando uma apresentação coesa e vibrante. A bateria, sob a liderança de mestre Dudu, foi um espetáculo à parte. Além das tradicionais paradinhas, ele surpreendeu com um paradão que levantou o público.

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Foto: Alexandre Vidal/Divuglação Rio Carnaval

Com tudo isso, o samba ganhou força e conduziu a escola a um conjunto harmônico impecável. Os dois refrões foram cantados com intensidade, e a preparação para o refrão principal — nos versos “naveguei, no afã de me encontrar, eu me emocionei” — foi um dos momentos mais marcantes da noite.

“Claro que a gente não quer que aconteçam essas falhas no som, mas quando a gente vem firme passa por cima das dificuldades. Aconteceram, a gente não tem que reclamar, agora é pensar no desfile. Independente dos problemas, enquanto teve som a gente foi muito bem, isso que precisamos continuar fazendo, focados, sempre pensando lá na frente e tenho fé que a Mocidade vai surpreender. Quando o som falha acaba dando um plus na galera, os componentes se inflamam, cantam com mais vontade tentando fazer a vez do caminhão de som, isso esquentou a escola, mas enquanto tivemos som pudemos executar o que vem sendo treinado na Vintém. Eu estou muito feliz, é um momento bacana e a Mocidade tem tudo pra deixar muita gente surpresa”, afirmou o intérprete Zé Paulo.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divuglação Rio Carnaval

Bateria

Uma bateria “Não Existe Mais Quente” (NEMQ) da Mocidade Independente de Padre Miguel de mestre Dudu com uma parte da frente do ritmo com grande destaque. Tamborins com um belo desenho rítmico se uniram a um a naipe de chocalhos cascavel de alto valor técnico. Tudo complementado por cuícas corretas e agogôs de duas bocas eficientes. Na cozinha da bateria sua tradicional afinação invertida de surdos foi percebida, junto de terceiras com seu balanço peculiar, além de boas caixas de guerra, com acentuação na mão invertida. Merece menção musical o trabalho sublime dos repiques, principalmente em paradinhas. Bossas interligadas às nuances do melodioso samba independente se destacaram pela força do conjunto e pela musicalidade. Uma bateria “NEMQ” pronta para abrir a inédita noite de terça-feira no Grupo Especial.

Sobre a performance da bateria, mestre Dudu, responsável pelos ritmistas, pontuou que não teve nenhuma surpresa e ressaltou o canto da comunidade após os problemas com som.

“Não teve surpresa nenhuma. A gente está há oito meses ensaiando. Depois que o samba foi escolhido, em outubro, começamos a inserir as bossas e paradinhas, porque não podemos perder as paradinhas, que são características nossas. Não teve surpresa. Hoje acho que ficou mais do que provado que temos uma comunidade muito guerreira, porque é muito emocionante cantar o samba da escola. Infelizmente, pode ter sido algum problema no som, mas está aí a prova de que o samba está na ponta da língua do Independente. Agora é esperar a próxima semana e fazer um belo trabalho no nosso desfile”.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divuglação Rio Carnaval

Evolução

A evolução da Mocidade foi extremamente fluida, coesa e leve, refletindo o espírito do ensaio da escola. A leveza e a descontração marcaram a passagem da Verde e Branco pela avenida, com os componentes demonstrando visivelmente que estavam se divertindo. Esse clima de alegria e comprometimento transpareceu na pista.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divuglação Rio Carnaval

As alas evoluíram de forma compacta, mas sem rigidez excessiva, garantindo um equilíbrio entre organização e naturalidade. A interação com o público foi um dos pontos altos, já que muitos componentes carregavam adereços e os utilizavam de maneira criativa ao longo do desfile.

Outros Destaques

O ensaio técnico também foi marcado por momentos especiais, como o tripé de abertura, que trouxe uma emocionante homenagem às escolas Ponte, Império e Bangu, que perderam suas fantasias em um incêndio. A ala de passistas brilhou com uma coreografia impecável e figurinos prateados. Já a rainha de bateria, Fabíola Andrade, chamou atenção com uma fantasia deslumbrante, digna de desfile oficial.

UPM impressiona em teste de luz e som com a potência de quesitos e da comunidade

Por Matheus Vinícius (Colaboraram Luan Costa, Freddy Ferreira, Raphael Lacerda, Luiz Gustavo, Gabriel Radicetti, Juliana Henrik, Carolina Freitas, Marcos Marinho e Matheus Morais)

Quem abriu o novo modelo de teste de luz e som da Marquês de Sapucaí foi a Unidos de Padre Miguel. À frente da escola, mães de santo defumavam a Avenida e abriam os caminhos para o Boi Vermelho executar um ensaio com o mínimo de erros possível. O vigor da Comissão de Frente e do casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira foram destaques positivos da exibição. A vermelho e branco da Vila Vintém também mostrou que seus componentes eram capazes de cantar forte o samba do ano.

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Um ponto de atenção é o uso da luz cênica da Sapucaí. Os desfilantes evoluíram a maior parte do tempo sob uma luz vermelha que pode gerar dificuldades na Evolução. Não foi o caso, já que a UPM passou de forma bem organizada.

A Unidos de Padre Miguel abrirá os desfiles do Grupo Especial, no domingo, 2 de março, com o enredo “Egbé Iyá Nasso” desenvolvido pelos carnavalescos Alexandre Louzada e Lucas Milato.

“Particularmente, eu sabia que isso ia acontecer. Com o som da avenida a escola berraria o samba. Facilitaria para gente e a escola está pronta, não tem mais o que fazer, agora é esperar o dia. Descansar essa semana, entregar as fantasias que ainda faltam ser entregues e no dia oficial sermos felizes. Carnaval é isso, é felicidade. A gente está feliz por estar no Grupo Especial e no domingo vamos exalar alegria, fazer de tudo para permanecer no grupo. A nossa comunidade não vai medir esforços para isso, ou pra chegar numa posição melhor, ou quem sabe até ser campeã, quem sabe papai do céu abençoa a gente. Carnaval está pronto, e com todo respeito e humildade, as coisas acontecem aqui na pista”, avaliou Cícero Costa, diretor de carnaval.

‘Ver a realização da comunidade, sem dúvida, não tem preço’, diz Lara Mara, diretora de carnaval da UPM

Comissão de Frente

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Foto: Eduardo Hollanda/Divuglação Rio Carnaval

A Comissão de Frente, de Sérgio Lobato, trouxe algumas representações de Exu. As mulheres estavam pintadas de vermelho, enquanto os homens tinham capa preta, cartola e o corpo todo pintado de vermelho. Tridentes também compunham como cenário e como adereço para os rapazes. O grupo apresentou uma coreografia intensa, de passos rápidos e que encantou o público. O clímax da apresentação era a aparição do Exu Mirim, um menino da comunidade, de sambar ao som das partes finais do samba. Infelizmente, no primeiro módulo de jurados, alguns componentes deixaram a cartola cair. Já na segunda cabine, a apresentação foi sob a luz vermelha, aspecto que não se repetiu nas demais.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

O mestre-sala Vinícius Antunes e a porta-bandeira Jéssica Ferreira mostraram muita precisão e energia nos movimentos. Ficou nítida a cumplicidade do casal na Avenida. Durante o bailado, eles agregaram movimentos de orixás, permitindo que a dança fosse mais intensa. Vale destacar o giro executado por Jessi no trecho “Gira a saia da yabá”.

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Foto: Alexandre Vidal/Divuglação Rio Carnaval

“Foi um ensaio maravilhoso com a nossa comunidade, com o nosso Boi Vermelho. Como sempre, a escola veio guerreira, forte, e a gente não pode fazer menos, né? Temos que ser fortes também, guerreiros, lutando e brigando pelo nosso Boi Vermelho. O ensaio foi lindo, o jogo de luz, o som… Tudo perfeito, maravilhoso”, disse a porta-bandeira.

“Graças a Deus o ensaio foi muito bom. Sabemos que sempre há algo a melhorar. Nossa coreógrafa querida, Vânia Reis, que está aqui ao meu lado, não me deixa mentir! Sempre tem algo para aperfeiçoar, para ajustar. Mas foi incrível, foi perfeito. Estamos no caminho certo”, completou o mestre-sala.

Harmonia e Samba

A escola passou cantando, o que permitiu que Bruno Ribas e mestre Dinho fizessem um apagão na Sapucaí para os componentes bradarem o samba. A composição de Thiago Vaz, W Correa, Richard Valença, Diego Nicolau, Orlando Ambrosio, Renan Diniz, Miguel Dibo, Cabeça Do Ajax, Chacal do Sax, Julio Alves, Igor Federal, Caio Alves, Camila Myngal, Marquinhos, Faustino Maykon e Clá no final oscilou no rendimento. Houve uma queda após a entrada da bateria no segundo recuo, mas retomou à intensidade anterior. Houve problema de som da Avenida no meio da apresentação do casal no 3° módulo.

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Foto: Alexandre Vidal/Divuglação Rio Carnaval

O intérprete Bruno Ribas analisou o teste de luz e som. “Perfeito! Xangô é tudo na minha vida e na Vila Vintém. A harmonia foi fantástica! Se hoje fosse o desfile oficial, sinceramente, eu estaria agora com a mente muito tranquila de que fizemos um carnaval fantástico na pista. Não poderia ter sido melhor. Primeira vez no Rio de Janeiro que esse evento acontece – de estar recebendo a passagem de som antes do dia do carnaval. Sinceramente, minha avaliação é 100%. Muito bacana, adorei. Daqui até carnaval é um petelequinho aqui, outro ali. Não tem nada para dizer de contrário à perfeição”, declarou o interpréte.

Evolução

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Foto: Eduardo Hollanda/Divuglação Rio Carnaval

Durante os 78 minutos de Avenida, a escola passou grande e coesa, com os componentes confortáveis. A UPM optou pelo uso de muitas alas coreografadas. Balões vermelhos foram soltos na conclusão do apagão do mestre Dinho.

Bateria e Outros destaques

Vale ressaltar a beleza da ala das baianas, assim como o carisma da ala da crianças. Entre outros destaques do ensaio estão a performance delicada de rainha, Andressa Marinho, a Dedê, à frente da bateria de mestre Dinho. Na parte da frente da bateria ressoou o belo entrosamento entre chocalhos e tamborins. Que ainda contou com o trabalho sólido de cuícas e agogôs bem desenhados. Na cozinha, o destaque ficou com o balanço envolvente das terceiras e da afinação de surdos de grande qualidade. Bossas conectadas à temática afro da escola embalaram a bateria da UPM, com arranjos que exibiram boa musicalidade e pressão sonora de surdos. Uma criação musical intuitiva, com destaque para a paradinha dançante do refrão do meio e para a bem elaborada bossa da cabeça. Uma bateria segura e preparada para o desfile oficial.

“A análise da bateria é perfeita. Ela está pronta para o desfile. O som, desde o dia em que viemos aqui para fazer o teste, melhorou muito. Ainda tem alguns ajustes para fazer, claro. Como somos a primeira escola hoje e no dia seguinte teremos a segunda, a terceira… vai ficar ainda melhor. Mas já vejo uma grande evolução. Tudo, tudo, tudo foi feito aqui. Está tudo pronto, agora é só chegar a hora”, contou mestre Dinho, comandante da bateria “Guerreiros”.

‘Ver a realização da comunidade, sem dúvida, não tem preço’, diz Lara Mara, diretora de carnaval da UPM

Lara Mara é diretora de carnaval da Unidos de Padre Miguel e se destaca não apenas pela sua juventude, mas também pela sua liderança em um ambiente tradicionalmente masculino. Aos 20 anos, ela assumiu o cargo e, em seu primeiro ano, guiou a UPM à conquista do título da Série Ouro, assegurando o acesso ao Grupo Especial em 2025.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

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Em uma conversa com o CARNAVALESCO, Lara Mara compartilhou um pouco sobre sua experiência na UPM e as expectativas para o desfile de 2025.

“Para mim, a UPM se tornou tudo na minha vida. Tenho certeza disso! Acordo pensando na UPM e vou dormir pensando na UPM. O amor que sinto pela escola ultrapassou todas as barreiras que precisava. Não me vejo fora da UPM”, revelou Lara.

Ela comenta sobre sua crença no retorno da escola ao Grupo Especial, destacando as injustiças enfrentadas no passado.

“Eu sempre acreditei que voltaríamos ao Grupo Especial, principalmente, graças ao trabalho com a comunidade. Passamos por muitas adversidades que nos desmotivaram, mas minha comunidade me forneceu a esperança que eu achava perdida. Estamos onde estamos hoje, graças a Deus”, afirmou Lara.

A diretora de carnaval também falou sobre o que tem lhe tocado durante este pré-carnaval, destacando a importância da comunidade.

“Ver a realização da comunidade, sem dúvida, não tem preço. A felicidade do meu povo supera qualquer situação”, ressaltou.

Lara expressou seu desejo de que os componentes tenham confiança no trabalho da escola, afirmando que essa confiança vem aumentando a cada dia.

“Vamos realizar um desfile maravilhoso. Estou convencida de que faremos um bom trabalho e permaneceremos firmes!”, garantiu.

Perguntamos se ela tinha algum trunfo reservado para o desfile. “Isso vocês terão que esperar para ver! Aguardem o dia, pois se revelarmos agora, perde a graça. Posso garantir que haverá muito axé, e estou certa de que as pessoas se emocionarão com a história que iremos contar em nosso desfile”, revelou.

A trajetória de Lara Mara inspira uma nova geração de mulheres a assumir posições de liderança no samba, demonstrando que competência e paixão não têm idade ou gênero.