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Salgueiro 2019: ouça os sambas que seguem na disputa para o Carnaval 2019
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Vila Isabel 2019: ouça os sambas finalistas para o Carnaval 2019
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Em crise, escolas da Série A olham para dentro em safra de enredos
O momento das escolas do principal grupo de acesso do carnaval carioca, a Série A, pode ser destacado como um dos mais dramáticos de toda história deste grupo. Com agremiações de envergadura e grandes torcidas o grupo sofre com integrantes da Lierj que não sabem onde farão seus carnavais, afinal, foram despejados de seus barracões e há também aquelas que permanecem em galpões por força de ações na Justiça.
Enquanto urge uma união entre poder público e a Lierj no intuiuto da construção de uma Cidade do Samba 2 para que o carnaval da Série A não decline ainda mais, as agremiações que fazem parte dos desfiles de sexta e sábado de carnaval buscam enredos onde olham para dentro de si em uma safra que em sua maioria se apoia em temáticas que repelem o preconceito contra a cultura do samba, em tempo de um Brasil conservador e intolerante com as diferenças. Abaixo, um guia dos enredos da Série A para o carnaval 2019.
Unidos de Padre Miguel: ‘Qualquer semelhança não terá sido mera coincidência’
Vice-campeã em 2018, a vermelha e branca da Vila Vintém segue o sonho de voltar a desfilar na elite do carnaval, o que não ocorre desde 1972. A agremiação desta vez homenageia uma das figuras mais emblemáticas da dramaturgia brasileira, Dias Gomes. O sorteio colocou a Unidos pela primeira vez na sexta-feira de carnaval, onde será a quinta a desfilar.
“O nosso enredo traz as obras e seis personagens criados pelo escritor Dias Gomes, cujos temas abordados em peças, filmes e novelas são um retrato do Brasil de hoje.
As obras de um dos mais importantes autores de teatro, rádio, cinema e TV, abordam com reflexão e bom humor questões sociais que estão em pauta ainda hoje no país. Serão trazidos em desfile temas como intolerância religiosa (em o Pagador de promessas), a vida no interior e os dribles que os políticos dão no povo (O bem amado e Roque Santeiro), a vida nas grande cidades (tratados em O Espigão e Bandeira 2) e o realismo fantástico (presente em Saramandaia, cuja história até hoje permeia a imaginação do povo brasileiro)”, explica o carnavalesco João Vítor.
Porto da Pedra: ‘Antônio Pitanga – Um negro em movimento’
Desde o seu rebaixamento à Série A em 2012 o Tigre de São Gonçalo jamais esteve tão perto do regresso à elite. A cada ano se aprimorando em seus desfiles, o carnavalesco Jaime Cezário vive o momento mais iluminado de sua trajetória. E novamente aposta em um enredo com forte apelo popular. O homenageado pela Porto da Pedra em 2019 será Antônio Pitanga, ator e militante da cultura do samba no Brasil e no exterior. A Porto será a quarta a desfilar no sábado de carnaval.
“A Porto da Pedra em 2019 vai homenagear o ator Antônio Pitanga que completa 80 anos, sendo 60 deles dedicados à cultura e à vida pública. Nosso homenageado despontou no Cinema Novo nos anos 60 e marcou presença em terrenos tão díspares como o teatro de vanguarda paulista, as novelas de televisão, a militância política e as relações afro-brasileiras. Desenvolver este enredo é motivo de grande orgulho. Antônio Pitanga mostra com sua história de vida que o impossível não existe. Um homem do povo que através de sua arte, sempre em movimento, continua transformando realidades e servindo de exemplo para todos nós”, detalha o carnavalesco Jaime Cezário.
Inocentes de Belford Roxo: ‘O Frasco do Bandoleiro’
Consolidada na Série A depois de chegar a desfilar no Especial em 2013 a agremiação da Baixada Fluminense obteve a melhor colocação de sua história na gestão da Lierj. O carnavalesco Marcus Ferreira foi contratado e o enredo de cunho político teve pesquisa inicial do jornalista Daniel Targueta. O enredo inicialmente se chamava “Com a boca na botija”, e seria sobre tesouros escondidos no nordeste no século 17 e que faria link com o cenário político atual com uma pincelada de crítica social. O pesquisador deixou a escola maio e, em junho, o enredo foi mudado para “O Frasco do bandoleiro: um conto com a boca na botija”, sobre uma história de Lampião. A Inocentes será a última a desfilar na primeira noite de desfiles da Série A.
Cubango: ‘Igbá Cubango – a alma das coisas e a arte dos milagres’
A escola que foi a sensação da Série A no desfile de 2018 aposta novamente na dupla de carnavalescos revelação do último desfile. Com Gabriel Haddad e Leonardo Bora, a verde e branca vai fechar mais uma vez o desfile da Série A, o que já ocorreu em 2014 e 2016. A escola pretende mostrar “a alma das coisas” (título de um antigo programa da Rádio Nacional e de um livro que reúne estudos de antropologia e patrimônio, organizado por José Reginaldo Gonçalves, Roberta Guimarães e Nina Bitar) no desfile de 2019.
“Objetos de poder, objetos de devoção, objetos-dádivas, objetos que possuem alma e contam histórias, objetos de pedir e pagar, objetos que traduzem graças, objetos encantados, objetos-amuletos, objetos-relíquias, objetos que operam milagres – e que mentem milagres também. O Acadêmicos do Cubango pede a proteção de Babalotim, o “ídolo menino” que completa 40 anos, e agradece a São Lázaro, o padroeiro, pelo sonho vivido no último cortejo. Romeiro, cada sambista carrega consigo as suas obrigações. O que pretendemos contar são causos da religiosidade popular brasileira a partir da relação de cada sujeito com os seus objetos de culto. Somos devotos dos tambores ancestrais: rum, rumpi e lé. O desfile é o nosso ex-voto, o samba é a nossa graça. Porém é preciso cuidado com as promessas dos falsos profetas – novíssimos Reis da Vela com as suas coroas de lata, votos que perpetuam o medo e o preconceito”, diz Gabriel Haddad, um dos responsáveis pelo projeto cubanguense.
Estácio de Sá: ‘A fé que emerge das águas’
Depois de uma colocação (6º lugar) que não condiz com as tradições da Estácio, já que é uma agremiação que sempre é cotada para o acesso e já foi campeã do Grupo Especial, a vermelha e branca teve o seu enredo muito bem recebido pela opinião pública e crítica especializada. O leão pretende mostrar a devoção humana a partir da imagem do Cristo Negro de Portobelo, que foi encontrada no mar do Caribe entre os anos de 1800 e 1830.
“A Estácio de Sá, em 2019, pisará na Marquês de Sapucaí para contar uma história de fé e devoção. O Cristo negro de Portobelo, cidade do Panamá, é o epicentro de nosso enredo e nos mostra que a fé, como elemento cultural, é importante para um povo. Ela ajudou a reconstruir o país, através de um estreito canal, o qual hoje, é uma das principais janelas econômicas das Américas. “A fé que emerge das águas”, passeia pela cultura, pela história e pela capacidade de transformar cinzas em ouro e lágrimas em música. Vamos misturar salsa e samba, alegria com fé, pois é esta última que consolida a utopia. Iremos desaguar toda nossa devoção, garra e determinação no desfile da Estácio”, afirma o carnavalesco Tarcísio Zanon.
Império da Tijuca: ‘Império do Café, o Vale da Esperança’
Com recente passagem pelo Grupo Especial (2014) o morro da Formiga busca se reencontrar no acesso depois de seu polêmico rebaixamento na elite. A agremiação foge em 2019 da temática afro tão cara ao seu povo. O enredo é de autoria do diretor cultural Fernando Portugal. A agremiação será a 6ª a desfilar no sábado de Carnaval.
“O Império da Tijuca fará uma viagem através do tempo desde a chegada do negro escravizado ao Vale com seu sangue e suor a irrigar café, passando pelo surgimento da aristocracia cafeeira, sua arquitetura e costumes. A fé e o folclore resultante da miscigenação das raças com suas danças, músicas, artesanato. Até o Vale atual, progressista, com municípios de raríssima beleza, riquezas e que traz no sorriso de seu povo, o seu maior patrimônio, o amor”, explica o autor do enredo Fernando Portugal.
Alegria da Zona Sul: ‘Saravá, Umbanda!’
Com a melhor colocação de sua história em desfiles da Lierj a escola do Cantagalo e Pavão Pavãozinho mira a sua melhor colocação desde que passou a desfilar em 1993. Nos carnavais de 2005 e 2008 tirou em 5º lugar no acesso. Para isso novamente o enredo aborda a relação dos sambistas com a religião de matriz africana, a Umbanda. A vermelha e branca será a segunda a desfilar na primeira noite de desfiles.
“Através das palavras de um sábio Preto Velho, a Alegria da Zona Sul tem por objetivo fazer uma grande propagação de caridade, amor e fé na avenida em 2019”, resumiu o carnavalesco Marco Antonio Falheiros.
Renascer: ‘Dois de Fevereiro no Rio Vermelho’
Depois de figurar entre as escolas da elite no Carnaval 2012, a Renascer vem enfrentando diversos problemas para fazer seus carnavais. O mais recente e grave deles foi o incêndio que consumiu boa parte do barracão da escola antes do desfile deste ano. Novamente, a agremiação adotará a encomenda de samba-enredo para o seu enredo. A agremiação falará dos festejos realizados para Iemanjá que acontecem no bairro Rio Vermelho, em Salvador. A escola será a segunda a desfilar no sábado de carnaval.
“Em 2019, a Renascer de Jacarepaguá levará para a Avenida o enredo “Dois de fevereiro no Rio Vermelho”. O fio condutor do enredo será a chegada dos negros escravizados na Bahia, que em culto aos orixás reverenciavam a “Rainha do Mar”. O local tornou-se tradicional reduto de ex-escravos que tornaram-se pescadores após a abolição e transformaram a Casa do Peso – local onde eram conferidos os resultados da pesca – em um santuário de reverência à Iemanjá. A nossa expectativa é fazer de tudo para que a escola tenha uma posição melhor, na quarta-feira de cinzas. Faremos um bom desfile, apostaremos em materiais alternativos e teremos fantasias mais leves, o que vai fazer a comunidade se soltar ainda mais na Avenida”, diz Raphael Torres.
“A comunidade do largo do Tanque é maravilhosa e sempre nos abraçou. A nossa terceira temporada é o momento de galgar uma colocação melhor junto com eles e sempre com muita humildade. Eu costumo dizer que nós não somos carnavalescos, nós somos operários do carnaval, e eu acho que isso faz a diferença. Não tem como chegar numa agremiação e não se emocionar com o carinho que a gente recebe. Receber o cheiro de uma baiana, o carinho de um integrante de ala da comunidade querendo saber como será a fantasia é sensacional. Esse reconhecimento é muito importante para nós, artistas”, comenta o carnavalesco Alexandre Rangel.
Santa Cruz: Aposta na história da atriz Ruth de Souza
Última agremiação a definir o enredo para o carnaval do ano que vem, a Santa Cruz escolheu uma das figuras mais importantes da cultura e da negritude no país. A atriz Ruth de Souza, com personagens marcantes na TV e no cinema e uma rica atividade militante nos movimentos de valorização da raça negra. O carnavalesco Cahê Rodrigues regressou à agremiação e terá a missão de contar na avenida a trajetória de Ruth.
Rocinha: ‘Bananas para o Preconceito’
Com desempenho irregular desde seu retorno à Série A em 2016, a Rocinha viu a boa repercussão de seu desfile de 2017 virar novamente preocupação depois do carnaval deste ano. A borboleta encantada vai na “bola de segurança” em 2019 ao apostar em um enredo sobre o racismo, tema extremamente atual e pertinente. A tricolor será a terceira a desfilar sexta-feira de carnaval.
“Racismo é uma prisão onde mentes primitivas permanecem sem evolução. Rocinha, no carnaval 2019, promove uma irreverente bananosa contra qualquer forma de intolerância racial conclamando nossa aguerrida gente afro-brasileira para, através de atitudes afirmativas, manifestar sua valorosa identidade”, revela o carnavalesco Júnior Pernambucano.
Bangu: ‘Do ventre da terra, raízes para o mundo’
A vermelha e branca da Zona Oeste conseguiu se manter na Série A depois de ter sido campeã da Série B em 2017. O grande trunfo da agremiação para o ano que vem foi a contratação de Edson Pereira, o carnavalesco mais badalado do acesso devido aos excelentes trabalhos desenvolvidos na Unidos de Padre Miguel. Ele será consultor do carnavalesco Alex Oliveira. O enredo trará uma mensagem contra a fome e a miséria do nosso país, buscando um alerta social. A escola contará a história das raízes que alimentam o nosso povo e até hoje estão presentes à mesa, sua plantação e germinação. A escola abrirá a segunda noite de desfiles da Série A.
“Iremos retratar a nossa própria história, fazendo referência à batata, como símbolo de harmonia, comunhão, união e esperança. Afinal, versátil como alimento, útil como medicamento e mais 1001 utilidades. Na verdade somos nós, o próprio povo brasileiro”, compara o carnavalesco Alex de Oliveira.
Sossego: ‘Não se meta com a minha fé, acredito em quem quiser’
Beneficiada pela virada de mesa que evitou o seu rebaixamento à Série B em 2019, a escola do Largo da Batalha em Niterói buscou um enredo também de valorização e respeito às crenças de todos. A azul e branco encerrá os desfiles de sexta-feira.
“Nestes tempos sombrios, o Acadêmicos do Sossego levará para a Avenida sua mensagem contra a intolerância religiosa e um apelo para que nosso país volte a ser uma nação acolhedora de todas as crenças e para que o mundo jamais volte a matar em nome de Deus. Sob as bençãos de Jesus Malverde, cujos fiéis são tão injustamente criticados por manterem sua devoção, a escola mostrará que uma das grandes belezas da humanidade está na diversidade das suas religiões, nas diferentes formas de se comunicar com o divino, e também de se calar e nele não acreditar. Crentes ou ateus, nosso sangue tem a mesma cor, e navegamos juntos nesse barco que é a nossa Terra. A violência e a divisão nos destrói, mas a união e paz nos reconstrói. Axé para quem é de axé, amém para quem é de amém! Shalom! Salaam Aleikun”, define o comunicado anunciado pela escola para a apresentação do enredo.
Ponte: ‘Oferendas’
De volta ao Sambódromo depois de 12 anos a Unidos da Ponte vai abrir os desfiles da Série A em 2019 com um de seus sambas mais emblemáticos. A agremiação optou por reeditar o clássico desfile do carnaval de 1984, de autoria do compositor Jorginho. Apesar de acabar rebaixada do Grupo Especial (na ocasião Grupo 1A) o samba ficou para sempre marcado na história da escola. Será a volta das reedições ao grupo. A última havia sido no Carnaval 2014.
“O nosso mote é descrever as oferendas dos orixás. Vamos fazer isso esteticamente de uma forma bem didática, seguindo a proposta do samba. Um dos objetivos centrais do enredo é desconstruir todas as ideias do senso comum sobre as religiões de matriz africana. Podem esperar uma Ponte forte e aguerrida na avenida”, detalha Rodrigo Marques, um dos carnavalescos.
Safra de enredos do Grupo Especial apresenta temáticas ‘sonhadas’, políticas e uma reedição
Com a definição dos 14 enredos das agremiações do Grupo Especial para 2019 é possível determinar que a safra para o próximo desfile será bastante heterogênea. Enredos que eram aguardados por grandes torcidas, outros que seguirão a tendência de 2018 e seguirão abordando as críticas sociais políticas, as sempre presentes temáticas CEP e até uma reedição, o que não acontecia no Grupo Especial desde 2009, quando o Império Serrano reapresentou ‘A lendas das sereias e os mistérios do mar’, do carnaval de 1976. A reportagem do CARNAVALESCO apresenta um guia completo dos enredos escolhidos para o desfile do ano que vem.
BEIJA-FLOR: Última escola a definir seu tema para o desfile a campeã do carnaval atende um antigo anseio de seus torcedores. ‘Quem não viu vai ver… As fábulas do Beija-Flor’ pretende mostrar na avenida a gloriosa história dos 14 campeonatos e a trajetória de uma das mais importantes agremiações dos desfiles das escolas de samba, a própria Beija-Flor, que completa em dezembro 70 anos de existência.
“Acreditamos ser o momento de reviver grandes desfiles da nossa escola. Isso inclui aqueles que não se sagraram vencedores quando passaram pela Sapucaí. Não adianta copiar o que já foi feito. Nós vamos dar uma nova leitura estética a essas alegorias”, revela Cid Carvalho, carnavalesco e membro da comissão de carnaval.
PARAÍSO DO TUIUTI: Em time que está ganhando não se mexe. O Tuiuti seguiu essa velha máxima futebolística para definir seu enredo do ano que vem. Se em 2018 as pinceladas políticas catapultaram o desfile da azul e amarela ao quase campeonato, a estratégia para 2019 seguirá no mesmo tom. ‘O Salvador da Pátria’ pretende mostrar na Sapucaí a história de um bode que foi eleito para um cargo público no interior do Nordeste. Uma história que pretende tocar na ferida da crise política que afeta o Brasil.
“É a historia do bode que foi eleito vereador em Fortaleza. Essa história é famosa no Ceará. A população insatisfeita com os políticos da época elegeram o bode de estimação da cidade pra Câmara dos Vereadores. O bode era tão famoso que está empalhado no museu do Ceará. E o bode tem história sofrida, origem humilde. Veio da seca de 1915 com uma família de retirantes. Ficou popular porque conhecia as ruas da cidade. Era querido pela população. Tem a história de candidato perfeito de hoje em dia”, diz o diretor de carnaval Rodrigo Soares.
SALGUEIRO: A vermelha e branca da Tijuca vai finalmente atender ao sonho de todo salgueirense. ‘Xangô’ contará a história do orixá que rege os caminhos da Academia do Samba. Considerado um verdadeiro amuleto pelos torcedores e pela comunidade do Salgueiro.
“É uma imensa responsabilidade em minha carreira produzir o projeto deste enredo. Primeiro por ser Xangô, segundo por ser no Salgueiro. O nosso enredo vai louvar o orixá que rege os caminhos da escola, que é uma espécie de padrinho de cada salgueirense. Teremos a presença de Xangô em cada aspecto de nosso desfile em diversas situações”, explica o carnavalesco Alex de Souza.
PORTELA: Não são somente os salgueirenses que tiveram um antigo sonho atendido. A Portela também vai levar para a avenida um enredo que era o sonho de dez entre dez portelenses. ‘Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma Sabiá’ vai abordar na avenida em 2019 a história e a relação de Clara Nunes com o bairro de Madureira, celeiro da maior vencedora do carnaval carioca.
“Todo ano os portelenses cobram isso da gente. ‘Quando que vai ser a vez da Clara, quando?’ Aí esse ano como tem a data redonda dos 95 anos de fundação da Portela, e nós já estávamos falando que iríamos fazer um enredo pra dentro da escola, contando algo da nossa história, ficou difícil não fazer. As pessoas estavam nos cobrando e perguntando diretamente o motivo de não ser a Clara esse ano, se havia algum impedimento familiar. Nós já tínhamos a intenção de fazer esta homenagem, sempre tivemos. E o movimento cresceu muito. Nós estávamos em conversa lá com o pessoal de Caetanópolis (cidade natal de Clara, em Minas Gerais), mas a coisa explodiu tanto internamente que resolvemos lançar o enredo”, afirma o presidente da Portela, Luis Carlos Magalhães.
MANGUEIRA: A verde e rosa segue a tendência de enredos questionadores no estilo do carnavalesco Leandro Vieira. Depois de abordar a relação do povo com a religião e questionar os rumos do carnaval, a escola apresentará o enredo ‘História pra ninar gente grande’, que pretende trazer para a avenida personagens e passagens que a história oficial não contou.
“A ideia é questionar passagens históricas vivas no imaginário das pessoas e que, de alguma forma, nos demonstram enquanto país. Essas ideias de ‘descobrimento’, ‘independência’ e ‘abolição’ postas em cheque ou questionadas para possibilitar o entendimento do desprezo pela cultura nacional e as razões de uma sociedade pacífica ou, porque não, passiva”, afirma o carnavalesco Leandro Vieira.
MOCIDADE: Depois de dois enredos de abordagem internacional que fizeram enorme sucesso na avenida, a Mocidade olhará para si mesma e escolheu uma abordagem mais apropriada ao seu DNA de enredos. ‘Eu sou o Tempo. Tempo é Vida’ vai abordar a relação do homem com o tempo ao longo da história.
“Vamos mostrar a relação do homem com o tempo e como ele acaba escravizado por conta disso. Apresentaremos o tempo aplicado à produtividade humana, as tentativas do homem em controlar e armazenar o tempo através de bibliotecas e museus. Também abordaremos a busca do espaço e os benefícios da tecnologia, que otimizaram o tempo para as tarefas cotidianas. Mas, a mensagem final é que precisamos saber aproveitar melhor o nosso tempo para viver da melhor forma possível. Tempo é vida e os momentos que ficam na memória para sempre”, explica o carnavalesco Alexandre Louzada.
UNIDOS DA TIJUCA: Buscando melhorar as últimas colocações obtidas, a Tijuca optou por um enredo que foge às características recentes da agremiação, que mesclou homenagens com temáticas internacionais. ‘Cada macaco no seu galho. Ó, meu pai, me dê o pão que eu não morro de fome!’ será mais uma abordagem social na avenida em 2019.
“É uma temática totalmente voltada a uma discussão social. As pessoas irão se surpreender com a abordagem que a Tijuca escolheu para esse enredo, que é algo muito diferente do que a escola vem apresentando nos últimos carnavais”, promete Fran-Sérgio, integrante da comissão de carnaval tijucana.
IMPERATRIZ: Sob nova direção artística, a Imperatriz rompe com seu DNA de enredos recentes. ‘Me dá um dinheiro aí’ será desenvolvido pela dupla Kaká e Mário Monteiro e buscará um aspecto mais leve para contar a relação do homem com o dinheiro na história da humanidade.
“O enredo pretende mostrar desde o surgimento do dinheiro e como o homem se relaciona com ele, a ambição. O dinheiro transforma relações, e às vezes é mal utilizado, mal aplicado. Tem crítica, tem humor. Vamos trabalhar a parte cenográfica, que é o nosso know-how. O enredo é bastante autoral”, destaca Mário Monteiro, carnavalesco.
VILA ISABEL: ‘Em nome do Pai, do Filho e dos Santos, a Vila canta a Cidade de Pedro’. Depois de muitos anos a Vila volta a homenagear uma cidade brasileira em um desfile, através de uma abordagem religiosa. E a escolhida é um dos municípios mais queridos do estado do Rio de Janeiro. Petrópolis volta à Sapucaí desta vez vestindo azul e branco.
“Nosso enredo terá o que há de mais bonito na história de Petrópolis e todo o glamour do Império. Teremos uma relação com as origens de Vila Isabel, a vida da princesa, que viveu neste local planejado para servir de moradia ao Império. É um sonho de Dom Pedro, que é constituído pelo Imperador Pedro II e que também envolve São Pedro, padroeiro da cidade”, diz Edson Pereira, novo carnavalesco da Vila.
UNIÃO DA ILHA: Quem também busca novos caminhos temáticos na avenida em 2019 é a simpática União da Ilha. ‘A peleja poética entre Rachel e Alencar no avarandado do Céu’ traz para a avenida dois gigantes da nossa literatura: Rachel de Queiroz e José de Alencar.
“A União da Ilha do Governador partilha o desejo de levar para a avenida em 2019 uma proposta lúdica e prazerosa que aproxima cultura popular e educação. Bordaremos, com palavras, versos e memórias, a celebração do encontro entre dois expoentes da literatura brasileira no nosso enredo”, celebra o carnavalesco Severo Luzardo.
SÃO CLEMENTE: A escola da Zona Sul será responsável pelo retorno das reedições ao Grupo Especial, dez anos depois. E a escolha foi pelo enredo que deu à escola a melhor colocação de sua história com ‘E o samba sambou’, de 1990.
“Vamos flertar com o enredo de 1990, mas não será releitura literal. Iremos atualizar a temática. Houve um discurso profético e vamos reafirmá-lo adequando a 2019 com novas distorções. Não é só reeditar o samba. Foi um desfile bastante literal na ocasião. As formas foram construídas com muita inteligência, buscando o entendimento direto. Essa mesma clareza eu vou buscar como leitura e vou fazer piada e gozação”, explica o carnavalesco Jorge Silveira.
GRANDE RIO: Caberá à Grande Rio a apresentação do mais polêmico dos temas que passarão pela Sapucaí em 2019. ‘Quem nunca…? Que atire a primeira pedra’ vai criticar na avenida a hipocrisia daqueles que erram e apontam os defeitos dos outros. A escola não vai esquecer dos próprios erros e pretende relembrar a virada de mesa que manteve a escola no Grupo Especial em 2018.
“Nosso enredo vai falar sobre a educação com um viés crítico e bem-humorado. Vamos abordar maus hábitos de nosso povo de uma forma engraçada. Tem um momento que o enredo tem a educação formal, com ícones históricos do conhecimento. Encerramos com uma mensagem de paz. Para a Grande Rio, a educação é o único instrumento que pode trazer a paz”, destaca o diretor de carnaval da agremiação Thiago Monteiro.
IMPÉRIO SERRANO: Quem não sabe cantar o clássico ‘O que é, o que é?’ de Gonzaguinha? Pois o Império abdicou de realizar disputa de samba esse ano para levar para a avenida a canção da MPB.
“Para nós, do Império Serrano, a vida é nunca perder a alegria, é renovar a fé no mundo e nas pessoas. É viver, é cantar, cantar, cantar e nunca ter vergonha de ser feliz! Para nós a vida é bonita, é bonita e é bonita”, filosofa o carnavalesco Paulo Menezes, dono da ideia de não realizar disputa de samba no Império para 2019.
VIRADOURO: Com a volta de Paulo Barros para a escola a Viradouro traz ‘Viraviradouro’, enredo com assinatura e DNA do carnavalesco mais inquieto deste século.
“A Viradouro vai enfeitiçar você em 2019. Prepare-se, porque tudo pode acontecer diante dos seus olhos. Seres e poderes extraordinários, histórias incríveis que apaixonam a humanidade há séculos, vão emocionar a Sapucaí. E, para mostrar que o melhor encanto é aquele que pode transformar o mundo real, a poderosa Fênix, o pássaro mitológico, inspira todos a renovar as esperanças e recomeçar, ressurgindo das cinzas”, diz um comunicado da escola na época em que o enredo foi divulgado.
Dança das cadeiras estremeceu mundo do samba e trocas mexeram em estruturas sensíveis
A dança das cadeiras, comum após os desfiles das escolas de samba, abalou como nunca o mundo do carnaval depois da folia de 2018. Profissionais que ocupavam postos importantes um longo tempo nas agremiações mudaram de ares. Resultados questionados pelas equipes de carnaval também fomentaram as substituições em um dos períodos mais intensos dos últimos tempos. A reportagem do CARNAVALESCO apresenta um guia completo de todas as mudanças nas 14 escolas do Grupo Especial.


UNIDOS DO VIRADOURO – De volta à elite do carnaval depois de quatro anos, a campeã de 1997 vem demonstrando todo o seu poder de fogo em busca de nem passar perto do ioiô do rebaixamento, algo que na pista ocorre desde 2011 com a escola que ascende do Acesso. Para atingir o seu objetivo a escola manteve a forte equipe que montou para vencer a Série A neste ano. Permaneceram o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Julinho e Rute, e o intérprete Zé Paulo. Chegaram para o time o carnavalesco Paulo Barros, de volta à vermelha e branca depois de dez anos, além do coreógrafo Alex Neoral, que estava na Unidos da Tijuca. Outra chegada marcante na Viradouro foi o retorno de mestre Ciça, que marcou época à frente da bateria Furacão Vermelho e Branco, e regressa depois de uma década.

IMPÉRIO SERRANO – Rebaixado na pista em 2018, o Império foi uma das agremiações beneficiadas por mais uma virada de mesa que abalou o carnaval carioca. A tradicional agremiação de Madureira, nove vezes campeã no Grupo Especial, realizou importantes trocas depois da última colocação. Leléu foi contratado para defender o carro de som em substituição a Marquinhos Art’Samba. Chegou também Anderson Paz. O casal também foi trocado: saíram Feliciano Júnior e Raphaela Caboclo e chegaram Diogo Jesus e Verônika Lima. Para a vaga deixada pelo carnavalesco Fábio Ricardo foi contratado Paulo Menezes, o pai da ousada opção imperiana por adotar uma obra da MPB como seu samba-enredo para 2019. Mestre Gilmar permanece mais um ano à frente da Sinfônica do Samba, com o retorno de Quitéria Chagas ao posto de rainha dos ritmistas da Serrinha.

GRANDE RIO – Certamente a tricolor de Caxias foi a escola que mais sacudiu as estruturas do mundo do samba após os desfiles. Primeiro por ser a principal articuladora da virada de mesa que beneficiou a própria Grande Rio e o Império Serrano com o não rebaixamento. E depois por promover uma verdadeira faxina em praticamente toda sua equipe de carnaval. O intérprete Emerson Dias deixou a escola e para o seu posto Evandro Mallandro foi promovido. O mestre Thiago Diogo foi substituído pelo jovem ritmista Fabrício Machado, o Fafa. O casal foi parcialmente modificado. Permaneceu o mestre-sala Daniel Werneck que agora dançará com Taciana Couto, que era a terceira porta-bandeira. Thiago Monteiro foi contratado como novo diretor de carnaval para o lugar de Dudu Azevedo. Hélio Bejani segue para a comissão de frente. Renato Lage segue como o carnavalesco.

SÃO CLEMENTE – Garantida pelo nono carnaval consecutivo na elite do carnaval, o maior período da história da escola no Grupo Especial, a São Clemente fez algumas mudanças em seu time visando o desfile de 2019. A porta-bandeira Amanda Poblete foi dispensada e a experiente Giovanna Justo regressa ao carnaval ao lado de Fabrício Pires. O comando da Fiel Bateria segue com os mestres Gil e Caliquinho. Leozinho Nunes terá a companhia de Bruno Ribas no comando do carro de som. É a volta de Bruno ao Rio de Janeiro depois de dois anos afastado. O coreógrafo Júnior Scapin ocupará o posto deixado por Kiko Guarabyra. Depois de estrear na elite, o carnavalesco Jorge Silveira será o responsável pela condução da reedição do histórico “E o samba sambou”, desfile de 1990 da São Clemente que será reeditado em 2019.

UNIÃO DA ILHA – O Carnaval 2018 representou o fim de uma era na tricolor insulana. O presidente Ney Filardi deixou a escola depois de uma década no comando. Com Ney a Ilha voltou ao Especial e regressou a um desfile das campeãs em 2014. Vice na gestão Ney, Djalma Falcão é o novo presidente. As mudanças não ficaram no campo político apenas. A principal delas foi forçada pela ida de Ciça à Viradouro. Sem o consagrado mestre, Keko Araujo e Marcelo Santos assumem a responsabilidade de comandar a histórica Baterilha. A comissão de frente recebe a chegada de Leandro Azevedo, para o posto deixado por Márcio Moura. Dudu Azevedo também foi contratado para gerir o projeto após a saída de Wilsinho Alves. O casal Phelipe Lemos e Dandara Ventapane, o carnavalesco Severo Luzardo e o intérprete Ito Melodia seguem na escola.

VILA ISABEL – Buscando se reafirmar como a escola que conquistou dois títulos na elite em sete anos, a Vila mexe novamente na equipe do último desfile. Fora das campeãs desde 2013, a azul e branca do bairro de Noel promoveu o retorno do ex-presidente Wilsinho Alves, agora como diretor de carnaval. A mais significativa contratação visando o desfile do ano que vem foi o regresso de Tinga, intérprete que marcou época na Vila entre 2004 e 2013, e que estava na Tijuca desde 2014. Prata da casa, Macaco Branco é o novo mestre de bateria. Com a saída de Paulo Barros, Edson Pereira voltará a assinar um desfile no Grupo Especial. Raphael Rodrigues e Denadir Garcia repetirão a parceria de 2018 no ano que vem na condução do pavilhão.

IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE – A principal alteração no time da Rainha de Ramos foi a saída do carnavalesco Cahê Rodrigues. Desde 2013 na escola ele foi substituído pela dupla Mário Monteiro e Kaká Monteiro. Além da chegada dos artistas, o coreógrafo Fábio Baptista vai estrear no comando de um projeto de comissão de frente no Grupo Especial. Thiago Mendonça e Raphaela Theodoro, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, mestre Lollo e o intérprete Arthur Franco seguiram na Imperatriz. Ricardo Fernandes chega para atuar ao lado de Wagner Araújo na direção de carnaval.

UNIDOS DA TIJUCA – Dois anos seguidos afastada das campeãs fizeram a Tijuca contratar o principal reforço desta dança das cadeiras depois do carnaval. Laíla volta à agremiação onde trabalhou nos anos 80, depois de deixar um trabalho de mais de duas décadas na Beija-Flor. Mas a escola também sofreu a perda da porta-bandeira Jackeline Pessanha que regressou ao Salgueiro. A agremiação ainda não confirmou quem a substituirá e nem se o seu parceiro Alex Marcelino permanece. Para o posto deixado por Tinga, a Tijuca promoveu o regresso de Wantuir. A comissão de carnaval foi mantida, mas agora recebe o reforço de Fran Sérgio ao lado de Annik Salmon, Helcio Paim e Marcos Paulo. Para a comissão de frente, o jovem Jardel Lemos foi contratado.

MOCIDADE – Escola que mais recebeu notas 10 no desfile de 2018, a Estrela Guia fez uma avaliação de que a equipe deveria ser mantida. A sexta colocada de 2018 foi a que menos promoveu mudanças em seu time. E só o fez por força maior, já que um dos diretores de harmonia Robson Veloso, devido a projetos pessoais precisou pedir dispensa do cargo. Em todos os demais postos da equipe os integrantes tiveram seus contratos renovados para 2019.

MANGUEIRA – Depois da quinta colocação no desfile de 2018 a verde e rosa fez sensíveis alterações em sua equipe. Deixaram a escola os mestres Rodrigo Explosão e Vitor Art e assumiu o posto Wesley Assumpção. O intérprete Marquinhos Art’Samba foi contratado depois da dispensa de Ciganerey e os coreógrafos Priscila Motta e Rodrigo Negri assumiram a comissão de frente no lugar de Adriana Salomão e Steven Harper. O carnavalesco Leandro Vieira renovou com a escola e vai desenvolver seu quarto desfile na agremiação.

PORTELA – No coração dos portelenses o grande reforço da agremiação foi o anúncio do enredo em homenagem à Clara Nunes, sonho de dez entre dez torcedores da escola. Em relação à equipe que deu à escola a quarta colocação este ano, apenas a comissão de frente foi alterada. Depois de um ano fora, Carlinhos de Jesus volta aos desfiles, e, pela primeira vez, vai desenvolver o projeto da comissão de frente da azul e branca. Rosa Magalhães, mestre Nilo Sérgio, Gilsinho e as equipes de harmonia e carnaval foram mantidas.

SALGUEIRO – Em ebulição política desde o fim do carnaval, a vermelha e branca nunca fez tantas mexidas em sua equipe na gestão Regina Celi. O casal Sidclei Santos e Marcella Alves deixou a escola e foi substituído por Jackeline Pessanha e o irmão Vinícius. Sérgio Lobato foi contratado para a comissão de frente após a saída de Hélio Bejani. Após as saídas de Leonardo Bessa, Hugo Júnior e Hudson Luiz, Emerson Dias foi contratado para o carro de som. Mestre Marcão e o carnavalesco Alex de Souza ficaram.

PARAÍSO DO TUIUTI – Depois de realizar o maior desfile de sua história o Tuiuti acabou sofrendo poucas perdas na equipe. Os intérpretes Grazzi Brasil e Celsinho Mody tiveram os contratos renovados, mas Nino do Milênio foi dispensado. Patrick Carvalho foi contratado pela Vila Isabel e Filipe Moreira, primeiro bailarinho do Theatro Municipal o substitui. O casal Marlon Flores e Danielle Nascimento permaneceu. Jack Vasconcellos desenvolverá seu quinto desfile seguido na escola. Thiago Monteiro foi para a Grande Rio. Júnior Cabeça, André Gonçalves e Rodrigo Soares estão na direção de carnaval.

BEIJA-FLOR – Mesmo campeã pela 14ª vez em sua história a Deusa da Passarela teve de lidar com uma grande perda no seu time. O diretor geral de carnaval e harmonia, Laíla, que participou dos últimos nove títulos da escola, deixou a Beija-Flor. Para o seu lugar chegou Válber Frutuoso, antigo pupilo de Laíla. As demais posições do time foram mantidas.
Editorial: Voltamos!
Após seis meses fora do ar estamos de volta com o site CARNAVALESCO. É verdade que muita coisa aconteceu neste período. Sentimos saudade de tudo e de todos. O sentimento de angústia por não ver o nosso conteúdo no ar foi gigante.
Era preciso ter esse tempo para refletir sobre nosso modelo de trabalho, correr atrás de estrutura financeira para conseguir caminhar com nossas próprias pernas e definir o que queremos para o futuro.
Conquistamos apoios importantes e, acima de tudo, inauguramos o Botequim Carnavalesco. O mais novo bar temático de carnaval, que funciona na Rua Souza Franco, 364, em Vila Isabel. É o templo do samba e do carnaval. Hoje, a volta do site CARNAVALESCO é fundamental para o sucesso do Botequim e os dois vão caminhar juntos.
Durante esses seis meses fora do ar recebemos muitas mensagens de carinho e pedidos de volta. Um trabalho como o do site CARNAVALESCO muitas vezes desperta raiva e amor. Mexemos com paixão e opinião. E ficamos surpresos positivamente com tanto carinho dos sambistas e escolas de samba.
Não estamos em um mar de rosas para suprir nossas carências técnicas, de equipamento, e infraestrutura. Criamos soluções para amenizar e buscar o crescimento em um terreno que precisa ser muito regado, pois não está fértil, pelo contrário, necessita urgentemente de soluções para a crise que é econômica, mas também é institucional e de atração sócio-cultural.
Manifestamos por diversas vezes nosso descontentamento com o regulamento rasgado, viradas de mesas, falta de pagamento de profissionais, estrutura para imprensa cobrir eventos e dificuldade no fomento ao trabalho jornalístico especializado em carnaval. Porém, a gente também lamenta a quase zero participação do poder público nos desfiles das escolas de samba.
Falta verba, falta barracão para a Série A, mas o principal é que falta vontade política com o mundo do carnaval e suas comunidades. As escolas e ligas erram muito em não marcarem suas posições e garantirem o direito de produzir o maior espetáculo da terra com toda estrutura que ele exige.
A competição é fundamental para a cobertura jornalística especializada. Temos que analisar quesitos e correr atrás de notícias. A cada virada de mesa e regulamento rasgado o carnaval perde mais fãs. Porém, a gente acredita que é possível resgatar os apaixonados que foram embora e manter quem ainda segue respirando o ano inteiro o mundo das escolas de samba.
Completamos 11 anos de existência neste sábado. Como você pode ver nessa volta apresentamos um novo layout. Ainda estamos acertando muitos detalhes. Você terá novos colunistas como Leonardo Antan, que vai falar sobre enredos, o carnavalesco Wagner Gonçalves, que estará sempre passando mensagens importantes sobre a arte dentro do mundo das escolas de samba, e a volta do colunista Ricardo Barbieri. Sem falar nas participações mais que luxuosas dos jornalistas Eugênio Leal e Aydano André Motta.
O carnaval de São Paulo recebe agora uma capa totalmente sua e com a proposta de aumentarmos nosso conteúdo na cidade, inclusive, com a manutenção com a parceria com o site SASP.
Aproveite a volta e o novo site CARNAVALESCO. Prometemos manter nosso padrão de cobertura. Sempre com muita opinião, indo direto ao fato, apurando sem parar nenhum minuto, e trabalhando para o sambista.
Samba do Império Serrano para o Carnaval 2019
VIVER
E NÃO TER A VERGONHA
DE SER FELIZ
CANTAR E CANTAR E CANTAR
A BELEZA DE SER
UM ETERNO APRENDIZ
AH MEU DEUS!
EU SEI, EU SEI
QUE A VIDA DEVIA SER
BEM MELHOR E SERÁ
MAS ISSO NÃO IMPEDE
QUE EU REPITA
É BONITA, É BONITA
E É BONITA
E A VIDA
E A VIDA O QUE É?
DIGA LÁ, MEU IRMÃO
ELA É A BATIDA DE UM CORAÇÃO
ELA É UMA DOCE ILUSÃO
ÊH! ÔH!
E A VIDA
ELA É MARAVILHA OU É SOFRIMENTO?
ELA É ALEGRIA OU LAMENTO?
O QUE É? O QUE É?
MEU IRMÃO
HÁ QUEM FALE
QUE A VIDA DA GENTE
É UM NADA NO MUNDO
É UMA GOTA, É UM TEMPO
QUE NEM DÁ UM SEGUNDO
HÁ QUEM FALE
QUE É UM DIVINO
MISTÉRIO PROFUNDO
É O SOPRO DO CRIADOR
NUMA ATITUDE REPLETA DE AMOR
VOCÊ DIZ QUE É LUTA E PRAZER
ELE DIZ QUE A VIDA É VIVER
ELA DIZ QUE MELHOR É MORRER
POIS AMADA NÃO É
E O VERBO É SOFRER
EU SÓ SEI QUE CONFIO NA MOÇA
E NA MOÇA EU PONHO A FORÇA DA FÉ
SOMOS NÓS QUE FAZEMOS A VIDA
COMO DER, OU PUDER, OU QUISER
SEMPRE DESEJADA
POR MAIS QUE ESTEJA ERRADA
NINGUÉM QUER A MORTE
SÓ SAÚDE E SORTE
E A PERGUNTA RODA
E A CABEÇA AGITA
EU FICO COM A PUREZA
DA RESPOSTA DAS CRIANÇAS
É A VIDA, É BONITA
E É BONITA
Samba-Enredo do Paraíso do Tuiuti para o Carnaval 2019
COMPOSITORES: MOACYR LUZ, CLÁUDIO RUSSO, DONA ZEZÉ, JURANDIR E ANIBAL
INTÉRPRETES: CELSINHO MODY E GRAZZI BRASIL
VENDEU SE O BRASIL NUM PALANQUE DA PRAÇA
E AO HOMEM SERVIU FERRO, LODO E MORDAÇA…
VENDEU SE O BRASIL DO SERTÃO ATÉ O MANGUE
E O HOMEM SERVIL VERTEU LÁGRIMAS DE SANGUE
DO NADA UM BODE VINDO LÁ DO INTERIOR
DESTINO POBRE, NORDESTINO SONHADOR
VAZOU DA FOME, RETIRANTE AO DEUS DARÁ
SOPROU AS CHAMAS DO DRAGÃO DO MAR
PASSAVA O DIA RUMINANDO POESIA
BATENDO CASCOS NO CALOR DOS MAFUÁS
BAFO DE BODE PERFUMANDO A BOEMIA
LEVOU NO COLO IRACEMA ATÉ O CAIS
COM LUXO NÃO! CHÃO DE CAPIM!
NASCEU “MUDERNA FORTALEZA” PRO “BICHIM”
PEGA NA VIOLA, DIZ UM VERSO PRA IÔ IÔ:
O SALVADOR! O SALVADOR! (DA PÁTRIA)
ORA MEU PATRÃO!
VIDA DE GADO DESSE POVO TÃO MARCADO
NÃO PRECISA DE “DOTÔ”
QUANDO CLAREOU O RESULTADO
TAVA O BODE ALI SENTADO
ACLAMADO O VENCEDOR
NEM BERRAR, BERROU, SEQUER ASSUMIU
ISSO AQUI IÔ IÔ É UM POUQUINHO DE BRASIL
O MEU BODE TEM CABELO NA VENTA
O TUIUTI ME REPRESENTA
MEU PARAÍSO ESCOLHEU O CEARÁ
VOU BODEJAR LÁ IÁ LÁ IÁ
Viradouro 2019: samba da parceria de Marquinho Diniz
COMPOSITORES: MARQUINHOS DINIZ, REGINALDO, IVAN, ROSANIA ALVES E GUILHERME RAMOS
INTÉRPRETE: CIGANEREY
VOVÓ TEM UM JEITO PRA ILUSTRAÇÃO,
E TRANSFORMAR EM REALIDADE TODA ILUSÃO,
DESEJOS IMPOSSÍVEIS, TERRÍVEIS MALDIÇÕES
HÃO DE ACELERAR OS CORAÇÕES.
FADA MADRINHA, DEUSES, GÊNIOS E BRUXAS,
ENCANTADORES DO BEM E DO MAL,
O “MAGO” NESTE PALCO ILUMINADO,
MOSTRA TODO SEU GINGADO, HOJE É CARNAVAL.
O “GATO DE BOTAS”, “A BELA E A FERA”,
“SOLDADINHO DE CHUMBO”, A LINDA “CINDERELA”,
A MARAVILHA QUE “ALICE” MAIS VENERA,
É A “VIRADOURO” À RELUZIR NA PASSARELA
AGORA! É HORA DA MAGIA ACONTECER,
SE “MERLINS” PROFETIZA PODES CRER,
NEM TUDO QUE “MIDAS” TOCAR, PROSPERA!
MAS SE A “MEDUSA” TE OLHAR JÁ ERA.
NO MANTO DA NOITE, IMPERA A LUA CHEIA,
E OS FILHOS DA ESCURIDÃO A VAGAR,
A “FURACÃO VERMELHO E BRANCO” INCENDEIA,
JÁ ACORDOU ATÉ A “MÚMIA” PRÁ SAMBAR.
É BOM DEMAIS SER CRIANÇA,
BRINCAR COM A IMAGINAÇÃO,
DAS CINZAS RENASCER,
FELIZ DA VIDA IGUAL A “AVE DA RESSURREIÇÃO”
SAUDADE DÓI! CHEGOU “NITERÓI”,
HUMILDEMENTE É NA ELITE O MEU LUGAR,
“VIRAVIRADOURO” E DESTA VEZ,
“O LIVRO SECRETO DE ENCANTOS”
É REVELADO SEM SEGREDOS À VOCÊS VÓVÓ!…