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Com carnaval pronto, Leandro Vieira destaca o conjunto da União de Maricá na busca do título da Série Ouro

O carnaval da União de Maricá está pronto. Faltando poucos dias, a agremiação vai se apresentar na Marquês de Sapucaí na próxima sexta-feira em busca do título da Série Ouro e o acesso ao Grupo Especial. No barracão, os três carros alegóricos estão finalizados para, junto das fantasias, contarem o enredo “O Cavalo de Santíssimo e a Coroa do Seu 7”, uma homenagem à mãe de santo Cacilda de Assis e à figura de Seu 7 da Lira, um Exu festeiro da umbanda carioca e que marcou época nos anos 70 e 80.

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Foto: Elsson Campos/Divulgação Marica

Uma das alegorias é sobre o Programa do Chacrinha, principal atração da televisão brasileira na década de 1970. O ator Stepan Nercessian vai reviver o Velho Guerreiro na Sapucaí. A alegoria, explica o carnavalesco Leandro Vieira, retrata a trajetória da Mãe Cacilda de Assis e de Seu 7 da Lira, com a participação no programa de auditório.

“É um carro cheio de energia, de muita performance e que junta muitos atrativos carnavalescos e que merece ser aguardado”, destaca o carnavalesco, que também deu um spoiler sobre o abre-alas:

– Esse já será um carro vermelhão. É a tronqueira da mãe Cacilda de Assis, um conjunto histórico de um trabalho imenso com muitas esculturas da umbanda e uma iluminação bem bacana – adiantou.

Leandro também falou sobre a construção do Carnaval da União de Maricá, uma escola que vai completar 10 anos de fundação e que busca voar cada vez mais alto para conseguir o objetivo de garantir um lugar no Grupo Especial em 2026.

“Maricá se apresenta na Sapucaí ao lado de grandes escolas, competindo com Império Serrano, Estácio de Sá e União da Ilha. São três agremiações emblemáticas nessa disputa. A escola ensaiou forte, temos um grande coreógrafo na comissão de frente, os casais de mestre-sala e porta-bandeira, uma bateria potente e, aliado a isso, toda essa construção das alegorias. Esse enorme trabalho em conjunto que pode nos colocar nesse lugar que queremos chegar”, ressaltou.

Segundo Leandro Vieira, os próximos dias serão voltados para testes e pequenos reparos no que for necessário. Ele demonstrou animação com mais uma grande desfile.

“Estamos nos últimos ajustes com operação de luz e dando alguns retoques. Quando faltar dois dias para o desfile, vamos embalar as alegorias para levar ao palco principal e apresentar esse trabalho completo que é quando os componentes se encontram com o conjunto alegórico e tudo aquilo que foi ensaiado tem que valer. Estou bastante confiante”,  concluiu Leandro.

A União de Maricá será a sexta escola a desfilar na sexta-feira (28), na Marquês de Sapucaí. Em 2024, na sua estreia na Série Ouro, a agremiação alcançou o quarto lugar.

Liesa realiza cadastros gratuitos para ingressos populares para os desfiles do Grupo Especial para o Carnaval 2025

A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) inicia nesta terça-feira um cadastro inédito para que o público possa garantir gratuitamente um lugar nas arquibancadas do setor 1 nos desfiles do Rio Carnaval 2025. A partir das 9h, o folião poderá comparecer à Central de Atendimento, montada atrás do setor 11 do Sambódromo, na Rua Salvador de Sá, para realizar o processo de reconhecimento facial que dá direito ao acesso em um dos dias competitivos do Grupo Especial, no domingo, segunda ou terça-feira (2, 3 ou 4 de março).

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Foto: Divulgação/Rio Carnaval

Para validar a participação, o espectador deve levar um documento oficial que contenha foto e CPF, como RG ou carteira de motorista. Menores de idade devem estar, obrigatoriamente, acompanhados de um responsável.

Os cadastros vão até as 17h ou até encerrarem as vagas disponíveis, que são sujeitas à lotação do espaço.

Caminho do bi! Perfeita, Viradouro mantém nível altíssimo em todos os quesitos

Por Lucas Santos (Colaboraram Luiz Gustavo, Freddy Ferreira, Allan Duffes, Guibsom Romão, Juliana Henrik, Gabriel Radicetti, Marielli Patrocínio, Matheus Vinícius e Rhyan de Meira)

A Viradouro mostrou, mais uma vez, que é uma escola comprometida com os seus.objetivos. Buscando o bicampeonato, que não acontece no Grupo Especial desde 2008, a Vermelha e Branca de Niterói manteve até às três da manhã bom publico na Sapucaí, que não arredou pé até ver a atual campeã da elite do carnaval carioca passar. Foi uma apresentação arrebatadora, principalmente, com o “tesão” de quem quer mostrar porque nos últimos anos a pior colocação foi um terceiro lugar. É o trabalho, a organização, e, sobretudo, o amor do componente que cantou com potência, vontade, esquecendo o cansaço que já poderia bater pelo atraso.

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A Viradouro mostrou a excelência e a perfeição de sempre nos quesitos. Julinho e Rute deram um show de entrosamento e dança. O “casal segredo”, novamente, entreteu e prendeu o público. Mestre Ciça entregou musicalidade e ainda teve ele, Wander Pires, que mostrou toda a sua qualidade, mesmo o som dando problema ainda no seu grito de guerra e esfriando a escola. O cantor fez questão de estar tudo certo para que pudesse entregar o melhor para o publico. E entregou, atuação sublime do início ao fim. Preparação vocal em dia e emocao colocada em cada nota empreendida em mais um excelente samba da Viradouro.

“Viradouro é escola pra cacete. Tem que respeitar, nós não chegamos até aqui pisando em ninguém, não chegamos até aqui sem merecer, é atual campeã e líder do ranking porque merece, trabalha muito, tem uma comunidade aguerrida, fez por onde chegar até aqui. Claro que para 2025 é uma história em branco, estamos tentando conquistar nosso lugar ao sol novamente, buscando na humildade e no trabalho chegar mais uma vez nessa disputa de título, mas repito o que falo nos ensaios, eu venho numa função com fone, uma série de coisas, não consigo te dar um parecer do todo, mas de onde eu estava foi um ensaio muito bom. Sempre falei que é uma crescente, tínhamos três etapas, a primeira no final de semana passado, hoje e no desfile o ápice, eu entendo que está havendo essa construção, a escola mostrou que está pronta. Essa foi a percepção de onde eu consegui acompanhar, ensaio show, bom pra caramba. Agora é ter essa última semana, ajustar o que precisa, conversar e a escola de fato estará pronta pra fazer um grande carnaval e buscar esse título”, explicou Marcelinho Calil, diretor executivo.

Comissão de frente

Priscilla Motta e Rodrigo Negri mantiveram a coreografia aguerrida desta vez adicionando alguns elementos como os arcos e flechas que faziam inclusive o barulho similar a quando é dada uma flechada. Figurino impecável e a utilização de um elemento cenográfico, que representava a Jurema Sagrada, elemento diferente daquele que foi trazido no ensaio anterior. Em determinado momento da coreografia todos os componentes subiam no elemento e o integrante que representava o Malunguinho era elevado na parte mais alta. Legal de destacar também que houve interação com o público quando os componentes se aproximavam da grade. Apresentação muito forte.

Mestre-sala e Porta-Bandeira

Juninho e Rute se apresentaram com uma vestimenta com o vermelho e dourado tradicional da Viradouro e com uma roupa que ainda traziam alguns elementos alusivos ao enredo. Na dança, o esperado, o entrosamento de sempre em níveis muito altos, em momentos de encontros de mãos que aconteciam após movimentos de muita intensidade, e isso de forma cirúrgica, correta e ousada. O bailado, mais tradicional em boa parte do tempo, com espaço para pontuações do samba, algumas vezes aproveitando das bossas de mestre Ciça. Julinho riscava o chão com muito talento e Rute parecia que não ia parar de rodar nunca, tamanha a intensidade, além do sorriso sempre presente. Apresentação muito contundente.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

“Tem muito espaço para a emoção mesmo depois de tanto tempo. Cada carnaval é um carnaval. Fica uma emoção diferente e está sendo assim nesse também. Acho que nesses últimos anos de Viradouro, como a Rute fala, os enredos têm sido um presente para nós, componentes, para os torcedores e para o Brasil pelo alcance que o carnaval possui. O que a gente viveu em Recife, como foi na Bahia com as ganhadeiras de Itapuã, como foi ano passado com Dangbé, esse ano foi ainda mais forte, podemos dizer que tivemos a bênção, a proteção e todo o livramento que Malunguinho poderia dar para gente. Voltamos de lá leves, felizes e convictos de que hoje poderíamos fazer um grande ensaio, subir mais um degrau e na maior humildade com pés no chão realizar um grande desfile”, disse o mestre-sala.

Samba

Antes de analisar o samba, é necessário falar da introdução que a Viradouro criou ao juntar alguns pontos, aproveitando a voz melodiosa de Wander com o excelente carro de som dá Viradouro. O clima já fica lá no alto. E aí depois vem a obra. Mais uma vez, a escola entrega um samba de alto nível, competitivo, dentro do enredo e que funciona. “Acenda tudo que for de acender” é bom demais. Assim como “sobo nire mafá” e o trecho “evoco, desperto”. A obra tem trechos únicos e já na cabeça é possível ver modulações muito interessantes, sem ser firme numa linha só, muita reta. Ao mesmo tempo é de fácil assimilação. Na Avenida, conseguiu contagiar o publico nas arquibancadas, inclusive, quando houve problema com o som antes do ensaio, partiu de lá o canto ainda à capela. Na pista, a obra passou quente mostrando que é mais que deixou a comunidade da Viradouro satisfeita.

“Nós temos a consciência e autocrítica que devemos fazer cada vez melhor. Há uma semana atrás fizemos um bom ensaio, mas entendemos que a gente poderia fazer melhor, e hoje foi isso que viemos fazer, um ensaio melhor, um desfile melhor para domingo que vem realizar o melhor de todos e tentar esse campeonato. Teve a demora, principalmente dos trabalhadores, você tem que acordar cedo, mas é muito bacana mesmo com a demora ver que grande parte do público ficou esperando. Significa que essa parte do público espera uma grande entrega da Viradouro, e foi isso que a escola fez”, avaliou Dudu Falcão, diretor de harmonia.

Harmonia

Mesmo entrando já na madrugada de segunda, a comunidade de São Gonçalo e Niterói mostrou a força que tem sido vista nos últimos anos. Cantou bastante e aproveitou muito do excelente samba. Wander mostrou que é um craque no que faz, mesmo com o problema no som ainda no esquenta da Viradouro. O intérprete teve jogo de cintura para conduzir a obra da mesma forma do começo ao fim, com qualidade, intensidade e correção. Tirou o máximo da obra. Como Marcelinho Calil (diretor executivo) tem dito por aí, o intérprete é caro, mas vale o preço. Ótimo entrosamento com o carro de som, tudo muito bem ensaiado com as vozes de apoio entrando nos momentos certos do samba. Alguns dos trechos cantados com maior vigor estão “O rei da mata que mata o brasil”, o refrão de baixo “A chave do cativeiro” e o do meio “Ê Juremeiro”.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

“Eu estou me sentindo em casa, aliás desde o ano passado, estou feliz, contente, satisfeito, tanto que eu já estou renovado. Acho que é o casamento que nós procurávamos tanto eu quanto a Viradouro. Esse ensaio foi mais um degrau. O ensaio de semana passada foi bom. Esse foi maravilhoso. O desfile vai ser bom, maravilhoso, ótimo, divino”, comentou o intérprete Wander Pires.

Evolução

Mesmo com o atraso e os problemas no som pouco antes da escola se apresentar o componente da Viradouro não aparentou estar cansado. Nem tampouco, o fato de iniciar o ensaio já as duas da manhã fez com que a escola corresse. Passou no andamento certo, brincando carnaval e com correção na parte técnica, ou seja, sem deixar buracos ou grandes espaçamentos, e sem ter alas emboladas, ainda que não estivessem engessadas em filas. Algumas alas eram coreografadas, como uma no início em que os componentes vinham com bastão. Já no segundo setor, uma ala com uma espécie de capas verdes produzia um bonito efeito na sintonia dos componentes. Viradouro evoluiu com fluidez e espontaneidade.

Bateria e Outros destaques

O diretor executivo, Marcelinho Calil, em seu discurso aproveitou para lembrar os nomes dos diversos profissionais da escola em diferentes setores. No esquenta, não podia ser diferente, o samba campeão de 2024, e também a Santa Rosa Maria de 2023. A rainha Erika Januza, veio com uma fanrasia toda prateada e cravejada em pedras preciosas. A cobra da comissão de frente do ano passado andou passeando pela Sapucaí antes do ensaio.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

Uma bateria “Furacão Vermelho e Branco” da Unidos do Viradouro com sua tradicional afinação mais pesada de surdos, fazendo realçar o bom balanço envolvendo os surdos de terceira, inclusive em bossas. Na parte de trás do ritmo, repiques coesos tocaram junto de um naipe de caixas de guerra ressonante, com levada de partido alto. Na cabeça da bateria da Viradouro, um naipe de cuícas tocou com classe e eficiência, além de uma ala de chocalhos dando bom volume às peças leves. Complementando a parte da frente do ritmo, um naipe de tamborins seguro e eficiente deu valor sonoro à bateria “Furacão Vermelho e Branco”. Bossas vinculadas às nuances melódicas do belo samba-enredo da Viradouro foram exibidas com exatidão. Sempre contando com pressão sonora de surdos e um trabalho consistente envolvendo as caixas, além das terceiras. Fora o molho peculiar dos atabaques no elaborado arranjo iniciado na segunda do samba, que culmina com solo no refrão principal. Uma bateria da Viradouro com sonoridade potente e uma musicalidade dançante, pronta para ir em busca da nota máxima, além de ajudar na evolução dos desfilantes.

“Deu tudo certo hoje, apesar dos probleminhas de som lá na frente, que demorou. Olha a hora que nós estamos terminando. Tive ritmistas que foram embora porque vão trabalhar amanhã, mas eu entendo. Mas, hoje foi perfeita a bateria sem nenhuma falha, e é isso que a gente quer. Aquele andamento pegado, não é correria, é pegado. Foi 146 BPM (batidas por minuto) por essa região aí, 145. Mas eu estou satisfeitíssimo”, avaliou mestre Ciça.

Irretocável! Em ensaio de gala, Imperatriz pulsa, mostra força e técnica dos quesitos

Por Luiz Gustavo (Colaboraram Lucas Santos, Freddy Ferreira, Allan Duffes, Guibsom Romão, Juliana Henrik, Gabriel Radicetti, Marielli Patrocínio, Matheus Vinícius e Rhyan de Meira)

Se o ensaio do fim de semana passado mostrou uma Imperatriz preparada para manter o nível dos seus dois últimos carnavais, no teste de luz e som do último domingo a escola deu um passo adiante e realizou uma apresentação irrepreensível, com todos os quesitos funcionando no mais alto patamar. Casal, comissão, samba, bateria e componentes formaram um conjunto de impressionar. Tudo funcionou perfeitamente, numa sintonia fina entre o que se via e o que se ouvia. Completando o conjunto uníssono, a verde e branco esquentou o público da Sapucaí com um ensaio quente e recebeu ótima resposta dos sambistas que lotaram o Sambódromo. Com o som presente em todos os setores, a escola dominou a pista e desfilou como se estivesse em Ramos, totalmente à vontade. A Imperatriz evoluiu feliz, leve e pulsante sem esquecer da técnica, da fluidez do desfile. Algumas alas pareciam flutuar na pista tamanha a empolgação e força com que avançavam pela avenida. Foi um treino com uma energia de uma escola que exala felicidade e cada vez mais consegue transmitir esse sentimento ao público, criando uma sinergia que ficou explícita nessa última noite de ensaios técnicos.

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Neste embalo, a Imperatriz entrará em busca do seu décimo título do Grupo Especial no próximo domingo, 02 de março, apresentando o enredo “Ómi Tútú ao Olúfon – Água Fresca Para o Senhor de Ifón”, mais um carnaval desenvolvido por Leandro Vieira.

Um dos diretores de carnaval, André Bonatte, avaliou positivamente a oportunidade de dois ensaios e entendeu a Imperatriz pronta. “Foi acima, sinceramente, do que a gente esperava. Conseguimos fazer um grande ensaio no canto, evolução. Deu muito mais confiança, segurança. Muito importante dois ensaios aqui, acho que o primeiro tem o seu valor, por não ser com o sistema de som da Avenida, a gente consegue perceber muito melhor o canto, aí você exige mais do componente e esse agora que é mais completo com luz e som a gente consegue perceber tudo. Estamos tranquilos naquilo que a gente planejou. Eu acho que superou a expectativa. AImperatriz está pronta para vir para Avenida no dia”.

Comissão de Frente

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Foto; Alexandre Vidal/Divulgação Rio Carnaval

Patrick Carvalho apresentou a coreografia mostrada desde os ensaios de rua e que teve bom impacto com o público no ensaio do fim de semana anterior. Os Exus mantiveram a performance de interpretação forte, tanto corporal quanto nas expressões de cada componente. A coreografia foi realizada com absoluta sincronia em todas as cabines, assim como o efeito do fogo que é o momento de maior clímax de uma apresentação energizada. Uma comissão que gera bastante expectativa para a apresentação oficial.

Mestre-sala e Porta-bandeira

A cada apresentação, Phelipe e Rafaela mostram que a retomada da parceria em 2022 foi acertadíssima. Desde então, eles mantêm um nível impressionante e não foi diferente neste ensaio, com um desempenho extraordinário nas quatro cabines, aliando leveza, agilidade e precisão. Phelipe é extremamente ligeiro em seus movimentos, um bailado limpo e gingado. Rafaela executa cada giro com muita elegância, e confirma o grande momento de sua carreira. As coreografias com base na letra do samba foram encaixadas com muita inteligência sem colocar o bailado tradicional em segundo plano. Os movimentos no trecho do refrão principal “Oni sáa wúre, awúre, awúre, quem governa esse terreiro ostenta seu adê” são muito bonitos visualmente e transmitem muita força e energia à dança do casal.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

“Foi maravilhosa a nossa impressão do ensaio da Imperatriz. A gente sabe que quando não tem som a gente fica um pouco distante, mas dessa vez com o som da Sapucaí foi uma experiência muita boa, pudemos ouvir o tempo todo. Sobre a nossa parte a avaliação, antes de tudo, foi importante receber o carinho do público, mais uma vez, a coreografia que a gente apresentou deu para testar tudo, agora é aguardar o grande dia e fazer bonito”, projetou o mestre-sala.

“Agora, com a oportunidade de a gente ter dois ensaios técnicos, deu para avaliar o primeiro e trazer outros movimentos para que a gente possa experimentar e chegue no grande dia com um grau de excelência. Foi um desfile leve que a gente estava proposto a fazer, muito tranquilo para curtir, que hoje é um desfile mais tranquilo que no dia. A gente se prepara muito. Tudo acontece na Avenida e a gente trabalha muito para que tudo aconteça da melhor maneira”, completou a porta-bandeira.

Samba e Harmonia

O conjunto mais impressionante do ensaio da Imperatriz. Assim como o samba de 2024, a obra que a escola defenderá no próximo desfile mostrou uma enorme crescente desde sua escolha e termina este pré-carnaval no apíce de seu rendimento. O samba não só passou sem queda durante o ensaio, como terminou ainda mais forte do que no início, a cada passada o rendimento cresceu. Além da qualidade do mesmo, contribuiu o elogiado carro de som da escola, com Pitty de Menezes mantendo o seu padrão de excelência muito bem acompanhado pelos seus auxiliares. Um banho de harmonia das vozes, alcance e afinação que potencializam a força deste samba. O andamento escolhido também ajudou bastante e a swing da Leopoldina mostrou porque é uma das grandes baterias do carnaval há alguns anos. Mestre Lolo abusou das bossas que seguraram um desempenho quente do samba em todo o ensaio, e se comunicaram muito bem com o público. Lolo falou sobre o seu trabalho.

“Tem todo um trabalho para a repetição dessas bossas, quando o casal entra na cabine a gente vai e faz a bossa para o casal se apresentar também, por isso que tem um número excessivo de bossas. E é gratificante você ver o seu trabalho chegar aqui e ser bem recebido. Semana passada não foi com o som da avenida, mas foi legal. Hoje foi a cereja do bolo. Amanhã (segunda) é a entrega das fantasias da bateria e só esperar o dia do desfile, está tudo pronto”, afirmou mestre Lolo.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

Em relação ao canto dos componentes, o rendimento foi ainda melhor que no ensaio passado, com o plus do som espalhado por toda a avenida. A Imperatriz cantou em absoluto, mas após o primeiro setor a escola entrou em êxtase, entoando o samba com muita empolgação e sem trechos com irregularidade. Pelo contrário, o canto crescia a cada passo dos componentes. O final foi uma apoteose, com os componentes comemorando o grande ensaio realizado.

“Maravilhoso! Imperatriz está pronta. Imperatriz está pronta pra conquistar sua décima estrela. Sua comunidade tá muito feliz. A comunidade tá cantando muito. O mundo do samba está cantando com a Imperatriz. E hoje a Imperatriz só mostrou o que a gente vem fazendo em nossa quadra, na rua, lá na Euclides Farias. Agora, é colocar em prática domingo que vem”, comentou o intérprete Pitty de Menezes.

Evolução

A escola flutuou na pista e apresentou uma evolução muito solta, empolgando o público presente. Mesmo com várias alas coreografadas, a Imperatriz não passa a sensação de uma escola presa ou lenta, tudo flui naturalmente e a escola não desperdiça um metro de Sapucaí sem brincar ou cantar forte. O primeiro setor é menos explosivo com alas coreografadas e uma ala de senhoras, mas puxa uma evolução tranquila.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

Após a passagem do primeiro setor, o que se viu foi uma escola quicando na pista, algumas alas em transe, como a bonita ala representando oxum. Uma evolução fortíssima sem apressar o compasso da verde e branco, mantendo seu ritmo agradável e pulsante, e principalmente, mostrando uma escola que brinca na avenida. A Imperatriz hoje não apenas ensaia, ela se celebra.

Bateria e Outros Destaques

Uma bateria “Swing da Leopoldina” (SL) da Imperatriz Leopoldinense com uma afinação de surdos privilegiada, fazendo ressoar o ótimo balanço dos surdos de terceira, inclusive em bossas. A parte de trás do ritmo contou com repiques coesos que tocaram junto de um naipe de caixas de guerra talentoso. Atabaques e agogôs de duas campanas também se fizeram presentes na cozinha da bateria “SL”, auxiliando em ritmo e também em bossas. Na cabeça da bateria da Rainha de Ramos, uma boa ala de cuícas tocou com consistência. Um trabalho bem entrosado de chocalhos técnicos e tamborins acima da média encheu de brilho sonoro as peças leves. Bossas intimamente ligadas ao que o belo samba da escola solicitava foram apresentadas. Uma conexão louvável com o enredo de matriz africana da escola na criação musical dos arranjos merece menção. Uma bateria da Imperatriz que aguarda ansiosamente o momento de entrar na pista e exibir seu potente trabalho.

A presidente Cátia Drummond veio bastante empolgada à frente da escola chamando o público para participar com a Imperatriz. A ala de passistas desfilou com as mulheres simulando uma cabeça raspada, num bom efeito e uma bonita roupa. Outra ala de destaque foi a que representava Oxum, pela beleza da indumentária e pela energia
transmitida em sua evolução.

Grande Rio encanta a Sapucaí, dá show de técnica e faz ensaio para brigar forte pelo título do carnaval

Por Allan Duffes (Colaboraram Lucas Santos, Freddy Fereira, Luiz Gustavo, Guibsom Romão, Juliana Henrik, Gabriel Radicetti, Marielli Patrocínio, Matheus Vinícius e Rhyan de Meira)

A Grande Rio passou pela segunda vez na temporada, na Sapucaí, para o ensaio técnico do teste de som e luz. Desta vez com som, o oficial da avenida, a Tricolor de Caxias pôde exibir a força do seu samba-enredo e a técnica dos seus quesitos. Com destaque para mais uma grande exibição do casal, da ala musical e da comunidade, a escola encantou o Sambódromo em um ensaio de encher os olhos e agradar os ouvidos. Na próxima semana, na terça-feira de carnaval, a Grande Rio desfilará com o enredo “Pororocas parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós”, desenvolvido pelos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora.

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Se no primeiro ensaio técnico a Grande Rio sofreu com o carro de som, dessa vez, a escola esbanjou o talento da conexão entre cantores e bateria, alinhado ao canto afinado e potente dos componentes. Ala a ala, a energia da Grande Rio preencheu o Sambódromo com uma evolução nota 10. Foi como se a escola estivesse separado cada quesito e explicando a excelência de cada um.

“Muito bom. A escola está pronta. Fizemos um grande ensaio, a comunidade respondeu, fizemos a puxada do desfile. E eu estou muito feliz, satisfeito, que a comunidade está mostrando. Agora falta uma semana, eu estou muito feliz do que aconteceu hoje aqui”, avaliou Thiago Monteiro, diretor de carnaval.

Comissão de frente

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Coreografada por Hélio Bejani e Beth Bejani, a comissão de frente da Grande Rio apresentou uma variação da coreografia que montou para o pré-carnaval. A do último domingo, mais dinâmica, mostrou a integração entre os dois elencos e, assim como em 2024, dá indícios de que levará para o desfile, um número de quase duas passadas do samba.

Os dois elencos, em coreografias diferentes, deram o tom certo para que a apresentação não parecesse longa. O molejo dos componentes masculinos deu clima de sensualidade à dança. Enquanto o grupo feminino, esbanjou todo o talento no carimbó. Mais uma bela montagem de um grupo que acostumou o carnaval a se impressionar a cada apresentação.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Pura encantaria na dança de Daniel Werneck e Taciana Couto. Vestidos de brando, eles permanecem juntos em toda a coreografia e, só se separam um pouco no trecho “quatro contas, um cocar”. No mais, eles bailam pela pista e levam o espectador com eles. Daniel mostra alegria no bailado e Taciana é fantástica nos giros. Somando o talento à coreografia, a nota 40 é questão de tempo para o primeiro casal da Grande Rio.

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“Foi mais um grande ensaio técnico, mais uma vez, a gente conseguiu cumprir com aquilo que a gente se propôs a fazer, conseguimos colocar as alterações que a gente fez em relacao ao ensaio técnico anterior. Trabalhamos isso de lá para cá e acredito que é isso que a gente vai levar para a Avenida. Vai ser um grande desfile”, avalia a porta-bandeira.

“Eu gostei muito da nossa apresentação, tudo que a gente ensaiou, funcionou aqui na Avenida. Gostei também desse teste de som e de Luz. Hoje, o som funcionou perfeitamente, e, ainda assim, a comunidade seguiu cantando. Conseguimos sentir o calor do público. Essa semana ainda tem ensaio, até quinta-feira, sexta-feira, ainda rola um ensaiozinho”, disse o mestre-sala.

Harmonia

O canto de Caxias é forte e não precisa de feitiçaria parawara para contagiar o público e puxar a galera com a escola. Ala a ala, o canto é constante, com explosão no refrão principal e coreografias na letra do samba, com destaque para o refrão do meio.

“Não falta mais ajuste nenhum, hoje foi colocar tudo que durante esses meses a Grande Rio veio preparando muito bem. Estamos muito felizes com todo o resultado dos nossos ensaios, isso veio sacramentar o nosso grandioso ensaio que foi como um desfile técnico. Foi maravilhoso, estamos felizes de verdade, com a sensação do dever cumprido, agora só esperar o dia 04 chegar para ver a Sapucaí cantando junto com a gente. Ainda temos alguns compromissos em programas de TV e rádio, mas a partir da terça-feira é descanso total, cuidar da voz pra chegar da melhor maneira no desfile”, comentou o intérprete Evandro Malandro.

Samba-enredo

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Uma levada contagiante do samba da Grande Rio. Mais uma vez, é preciso destacar o talento do carro som, liderado por Evandro Malandro. Alinhado ao famoso ritmo cadenciado da bateria do mestre Fafá, é um samba incansável, que permite o componente a explodir a cada refrão, sem cair o canto no restante do samba.

Evolução

Uma escola tranquila. O ensaio técnico da Grande Rio teve duração de 73 minutos. A escola explicou que foi para descontar o tempo das alegorias. No minuto 69, só faltava a bateria passar pelo portão. O que permitiu ao mestre Fafá se divertir um pouco com seus ritmistas.

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Ao longo da pista, um balanço impressionante. Escola pulsante, componentes nas alas, mas brincando e dançando as bossas da bateria. Aulas de organização. A Grande Rio não tinha figurões e “amigos da escola” em volta da bateria. Isso permitiu ao componente tocar sem se espremer ou algum surdo ser atrapalhado.

Bateria e Outros destaques

O tripé que abriu o desfile era um espetáculo a parte. Ele trazia uma onça (a da comissão de frente de 2024 repaginada) com uma borboleta em cima e araras na lateral. Uma cobra envolvia a alegoria, produzida com a ótima qualidade que a equipe artística da Grande Rio tem.

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Mais um grande destaque foi a apresentação da bateria, que contou com mulheres interagindo com instrumentos na frente dos componentes. Paolla Oliveira também participou deste momento. Ela, inclusive, colocava uma saia para esta parte da apresentação.

Paolla, por sua vez, seguiu fazendo dupla com mestre Fafá, na exibição da bateria para os jurados. Ovacionada pelo público, ela segue saboreando seus últimos momentos como rainha da bateria da Grande Rio.

Uma bateria da Acadêmicos do Grande Rio primando pela bela equalização de timbres e equilíbrio. A parte de trás do ritmo contou com uma boa afinação de surdos, fazendo realçar o trabalho caprichado das terceiras. Repiques coesos e retos tocaram integrados a um naipe de caixas de guerra ressonante e com bom volume. Na cabeça da bateria da tricolor caxiense, um naipe de cuícas sólido e uma ala de agogôs exemplar mostraram valor sonoro na parte da frente do ritmo. Chocalhos de qualidade técnica tocaram interligados a um naipe de tamborins bastante eficiente. Um ótimo entrosamento entre ambos os naipes, inclusive em bossas. As bossas da Grande Rio levavam em conta as variações melódicas do grande samba-enredo da agremiação para consolidar seu ritmo. Uma criação bastante intuitiva, demonstrando um bom gosto musical evidente. Uma bateria da Grande Rio com uma educação musical privilegiada, além de uma equalização de timbres acima da média, mostrando estar totalmente pronta para mais um grande desfile.

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Fotos: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

“Eu consegui colocar tudo que estava planejado. No último ensaio tivemos um problema no carro de som. A gente praticamente não ensaiou e esse de agora a bateria pulsou e a escola cantou e vibrou. Foi algo algo muito fantástico. Só tenho a agradecer aos meus ritmistas por tudo que eles fizeram hoje. Espero que eles repitam isso no dia do desfile, com muita segurança, a mesma humildade, e sabedoria”, deseja o mestre Fafá.

Técnico e quente, Salgueiro impressiona no canto e na performance dos demais quesitos

Por Lucas Santos (Colaboraram Allan Duffes, Freddy Fereira, Luiz Gustavo, Guibsom Romão, Juliana Henrik, Gabriel Radicetti, Marielli Patrocínio, Matheus Vinícius e Rhyan de Meira)

Já passavam das 20h de domingo quando o Salgueiro pisou em uma Sapucai lotada e com uma torcida apaixonada. Na temática, parecia uma continuação da lavagem,trazendo a energia da religiosidade e da busca pelo corpo fechado. Quente, a escola se mostrou extremamente feliz com o enredo e samba, retribuiu não só no canto, mas na organizaçãoda escola e no cuidado para nao errar. Se o canto foi potente e destaque, não se pode ignorar a excelente apresentação de alguns outros quesitos. Aliás, em alguns segmentos, como o primeiro casal, já era muito esperado esse destaque, mas a escola também teve mais uma vez uma apresentação completa e bem feita da comissão de frente, além de alto rendimento do samba. A Academia demonstrou força e jorrou expectativas de voltar a fazer desfiles que briguem efetivamente pelos primeiros lugares.

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“A gente tem uma escola que está se notabilizando por dar show. O Salgueiro dá show nos seus ensaios, um samba cantado por toda essa Sapucaí, acho que deve ter umas 80 mil pessoas aqui e todo mundo cantando com a gente. É uma sensação boa. Ao mesmo tempo, a gente tem a técnica. As paradas para apresentações foram todas perfeitas. A gente está pronto”, avaliou Wilsinho Alves, diretor de carnaval.

Comissão de Frente

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Paulo Pinna, mais uma vez, investiu bastante para o ensaio técnico. Com a temática voltada para o refrão do meio, e o figurino impecável dos componentes baseados na figura de Lampião, a comissão trouxe dança, elemento cenográfico e surpresas. Na segunda parte do samba houve uma troca de elenco quando os cangaceiros entram dentro de uma espécie de enormes jarros. Como é costume nas comissões de Paulo Pinna, os componentes demonstraram muita vontade e energia, inclusive, fazendo uma ótima coreografia de deslocamento. No final a bandeira do Salgueiro tremulava ao lado de Lampião ladeado pelas figuras que sugiram das garrafas. Ótima utilização da iluminação cênica também.

Mestre-sala e Porta-Bandeira

Primeiro é importante falar da elegância do figurino, isso na simplicidade, porque não era uma roupa super trabalhada em elementos, mas extremamente elegante. Sidclei no terno preto e com o costumeiro bastão na mão, enquanto Marcella estava com um vestido vermelho com alguns detalhes mais escuros. A saia do vestido, aliás, foi muito bem utilizada pela porta-bandeira em seus diversos giros. Impressionante como ela realiza tantos giros seguidos, na velocidade em que faz e mantém sempre a firmeza no pavilhão, mesmo em um momento que ventava bastante no Sambodromo. Surreal, a perfeição! E, Sidclei, acompanhava também com tamanha intensidade. Em um bailado mais clássico, até bastante comum par a dupla, o casal soube pontuar com alguns passos e gestos que se relacionavam com o samba. Já no fim, no refrão de baixo, após mais uma grande rodada de rodopios, Marcella com toda a classe saúda a cabine de julgadores com movimentos mostrando o pavilhão. Performance de nível alto.

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Fotos: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

“A energia foi a mesma do último ensaio. A gente tem o canto muito forte da escola, mas claro que com o som fica muito mais fácil, você tem o som da bateria que é muito importante. Foi um ensaio maravilhoso, estamos prontos para semana que vem fazermos mais um desfile, já fizemos dois, que venha o terceiro”, disse o mestre-sala.

Harmonia

O carro de som do Salgueiro veio bem equilizado permitindo que Igor Sorriso pudesse comandar através de sua voz, com os apoios em um volume e equalizacão que pudesse ajudar ao intérprete sem aparecerem de forma exagerada. Livre e solto, o cantor, que é um intérprete com chamadas características, gosta de ir ao público e mexer com o componente, esteve sempre à vontade no samba, mas não esqueceu ou deixou de lado a necessidade de cantar com correção e intensidade a obra. Chamou a comunidade a responsabilidade que foi atendida de forma potente. O Salgueiro cantou bastante o samba durante todo o ensaio e tornou o clima quente, mostrando que nao era um ensaio somente para a tecnicidade.

“A gente fica com o som muito centrado no carro de som, não percebemos tanto a diferença num todo, mas foi um ensaio muito positivo. Mais um. Ajustando os detalhes, Salgueiro vem para buscar a vitória. Sabemos que a concorrência é grande, é muito difícil ganhar o carnaval, mas estamos preparados e vamos fazer um desfile maravilhoso”, comentou o cantor Igor Sorriso.

Samba

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O samba é muito valente e tem características muito intrínsecas ao estilo que o Salgueiro gosta de levar para a Sapucaí. Melodia de fácil assimilação, com alguns molhos como o refrão do meio que tem algumas características únicas. O andamento é para frente como gosta a “Furiosa”, mas permitiu que as batidas “bem macumbadas”, “de curimba”, pudessem fazer com que a obra ficassem ainda melhor, como em algumas bossas no refrão principal, no “macumbeiro, mandigueiro”. A obra, por ter bem do DNA do Salgueiro, impulsionou inclusive o rendimento de outros quesitos como harmonia e evolução. Muita interação, principalmente, com o público que também cantava das frisas.

Evolução

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O Salgueiro, mais uma vez, foi muito bem e o samba ajudou. Com pouquíssimas alas coreografadas, exceto a já característica do “maculelê”, coordenada por Carlinhos, e uma ala no final com bastões, a escola apostou na relação do salgueirense com o enredo. O que pode se ver foi uma agremiação muito livre, solta, mas correta, sem apresentar problemas de grandes espaçamentos ou alas emboladas. E, no deslocamento foi uma escola feliz, brincando carnaval e curtindo o samba. Muitos adereços, principalmente, nos primeiros setores, coisas leves que permitiam uma boa fluência do desfilante. Foi muito técnica também nos momentos que são mais críticos como apresentação de comissão e casal, além de saídas e entradas da bateria no recuo.

Bateria e Outros destaques

Uma bateria “Furiosa” do Acadêmicos do Salgueiro com sua afinação tradicionalmente mais pesada, inserida no DNA musical da branca e encarnada da Tijuca. A parte de trás do ritmo contou com um bom naipe de caixas, repiques coesos e taróis eficientes, que junto do balanço envolvente das terceiras deram um molho furioso à cozinha da bateria. Atabaques desfilaram em meio ao ritmo, tendo participação relevante em bossas. Na cabeça da bateria do Salgueiro, cuícas sólidas auxiliaras peças leves. Assim como tamborins tocaram com eficiência interligados a um naipe de showcalhos bem acima da média, que parecia um só por toda a pista. Bossas baseadas no que solicitava o samba, tanto em letra quanto em melodia, foram percebidas. São construções musicais refinadas e contemporâneas. Grande participação das terceiras nos arranjos. A bossa iniciada na segunda do samba terminada no final do refrão principal é uma grande elaboração musical, que culmina num solo de atabaques com ritmistas do repique tocando Cowbell, mostrando um dinamismo sonoro impecável. Uma “Furiosa” com um conjunto de bossas de intenso brilho sonoro, além de versatilidade rítmica. Uma bateria do Salgueiro preparada para a briga pelo gabarito, quiçá sonhando com premiações.

A rainha Viviane Araújo veio com a fantasia “Salve a malandragem” com chapéu de malandro e com fantasia cravejada em pedras preciosas, e claro, vermelho e branco nos tons. A fantasia também brilhava com o led quando a luz da Sapucaí diminuía. No esquenta, a escola cantou “Malandro Batuqueiro” e o icônico “Explode Coração”. O mascote “Sabiá” puxou o início do ensaio. Os componentes traziam nas mãos luzinhas que produziam um efeito de vela, funcionando com as luzes apagadas. Parecia uma grande procissão salgueirense.

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“A gente manteve a mesma consistência do ensaio passadob e o que tem feito nos ensaios, tanto de rua, como setor 11, e no outro ensaio técnico. É isso que a gente preparou pra esse ano, esperar agora segunda-feira pra colocar em prática tudo que a gente ensaiou. Esteve tudo aqui hoje, sem nada guardado”, citou mestre Guilherme.

“Depois de hoje, aqui, eu vou dormir a semana inteira tranquilo. Está tudo no lugar. Tudo que a gente ensaiou ao longo desses oito meses. Até antes de escolher o samba. Após a escolha do samba conseguimos encaixar as bossas e hoje foi pra sacramentar que a Furiosa está pronta para o carnaval”, completou mestre Gustavo

Segundo recuo de bateria da Sapucaí é batizado em homenagem a Monarco

Considerado um dos maiores sambistas da história, Hildemar Diniz, o Monarco, ficará ainda mais eternizado no carnaval. O saudoso presidente de honra da Portela agora dá nome ao segundo recuo da bateria, em iniciativa da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa). O nome do espaço foi oficializado no último domingo, durante o último dia de ensaios técnicos da temporada.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Liesa

“Agora a Sapucaí ficou ainda mais completa, com o primeiro recuo levando o nome de Jamelão, um dos maiores intérpretes da história, e o segundo, de mestre Monarco, sambista brilhante”, destacou o presidente da Liesa, Gabriel David.

O local, considerado um templo sagrado dos ritmistas, que entram com as baterias para aguardar a passagem do restante da escola, até o momento de retornar à pista e finalizar o desfile, recebeu a visita da família de Monarco. Entre eles, o filho Mauro Diniz.

‘Aos campeões, o desconforto!’ Viradouro encara com garra a pressão para conquistar o bicampeonato no Carnaval 2025

Faltam poucos dias para os desfiles oficiais das escolas de samba na Sapucaí, as expectativas em torno da Viradouro só aumentam. A atual campeã do carnaval carioca se prepara para buscar o bicampeonato apostando no enredo “Malunguinho, o Mensageiro de Três Mundos”, que celebra a força cultural afro-indígena e a luta por liberdade. Nos últimos anos, a escola de Niterói ganhou fama por elevar o patamar de excelência na avenida, se tornando uma forte adversária para as escolas do Grupo Especial e se consagrando com o título em 2024.

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O CARNAVALESCO conversou com alguns componentes da Vermelha e Branca para saber como eles estão lidando com a pressão para superar o desfile campeão. Nas palavras do Mestre Ciça, comandante da bateria Furacão Vermelho e Branco, a Viradouro “elevou o sarrafo lá em cima” no quesito competição, mas ele deixa o ego de lado e encara isso como uma forma de aprimorar seu trabalho, com muita humildade.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

“Temos a consciência do nosso alto padrão de qualidade, mas temos que ter pé no chão. As outras escolas também estão vindo fortíssimas, e assim nossa responsabilidade só aumenta. Sabemos que fizemos um bom carnaval ano passado, mas em todo carnaval se ganha e se perde. Vamos ensaiar muito e cumprir as exigências da escola, porque aqui é desse jeito, o que a gente combina, o que a gente faz. É muita dedicação. Mas me considero uma pessoa abençoada, porque a Viradouro tem um samba espetacular esse ano, que ajuda muito a bateria. Viremos com um ritmo forte, sem correria, com batidas
precisas, e com letras que interagem com o público. ‘O rei da mata que mata quem mata o Brasil’ vai ser um boom na avenida. Faremos um grande desfile da bateria”.

Tarcisio Zanon, carnavalesco responsável por desenvolver o enredo, acredita no poder do processo criativo interno para fazer uma boa apresentação, sem comparações com outras escolas ou desfiles passados.

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Foto: Carolina Freitas/CARNAVALESCO

“Estamos trabalhando duro e estamos muito confiantes. Tem até um termo que aprendemos com o nosso enredo, que se chama a miração, que significa olhar para dentro de si mesmo. É o que a gente faz. Todo ano olhamos para dentro e tentamos melhorar nossas técnicas, até porque, cada ano é uma página em branco. Temos feito um trabalho em equipe, com união e troca, buscando dar mais conforto aos componentes para facilitar o processo de construção das alegorias e fantasias, e isso tem feito toda a diferença no resultado final. Sem contar que temos um projeto que fala de uma entidade, um universo muito mais masculino, que tem tudo a ver com esse momento da Viradouro, de se posicionar em realidades. Estamos trazendo um grande líder quilombola que enfrentou um sistema. E a Viradouro não está vindo para comemorar apenas um título, ela está vindo para fazer a diferença e para lutar por esse bicampeonato. Espero que esse ano consigamos contemplar o público com um grande carnaval”.

A porta-bandeira Rute Alves enxerga todo desfile como uma oportunidade para trazer novidades: “A cada ano buscamos fazer um trabalho mais rebuscado, visando agradar os jurados, incluindo os novos, mas sem perder a nossa essência”. Enquanto isso, para seu parceiro de dança, o mestre-sala Julinho Nascimento disse: “Cada ano é um ano, e independentemente do resultado, sempre buscamos superar o anterior. Por mais que 2024 tenha sido um ano de êxito, e que tenhamos conseguido entregar a nota que a escola precisava, agora o frio na barriga e as responsabilidades são novos”.

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Foto: Carolina Freitas/CARNAVALESCO

Rute faz questão de citar uma frase usada pelo diretor de carnaval da escola, Alex Fab, que diz “Aos campeões, o desconforto!”, para ressaltar a importância de sempre dar o seu melhor na disputa pelo título, pois, segundo o casal, a partir do momento que se faz a curva na entrada da avenida, todas as agremiações estão competindo igualmente.

Foto: Carolina Freitas/CARNAVALESCO

Falando nele, Alex comenta sua relação com a cobrança pela perfeição. “Trabalhamos para sempre entregar um projeto bem feito, sem pensar em níveis de superação. Procuramos nos manter entre as melhores para, no final, termos a sensação de dever cumprido. Tudo o que nos propomos a fazer envolve muito respeito e verdade. Nesse ano nosso carnaval vem grande, com energia e carregado de sentimentos, respeitando a história da religiosidade. Mas quem vai definir qual desfile foi melhor que o outro é o público e seu gosto pessoal”.

O ex-presidente e atual diretor executivo, Marcelinho Calil, afirma que o motivo de sua escola vir forte esse ano é não se apoiar na ideia de favoritismo para montar o desfile. Ele ainda reforça ser contra a fala que diz que “a Viradouro não comete erros”.

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Foto: Carolina Freitas/CARNAVALESCO

“Nunca vou concordar com isso, porque se eu concordasse, seria uma soberba enorme. Jamais. A escola trabalha muito, vem corrigindo tudo, se aprimorando sempre. Favoritismo é algo que vem 100% externamente para cá, internamente nem falamos esse tipo de coisa. Não falamos nem em ganhar carnaval no dia a dia, muito menos em ser favorito. Mas, aceito essa cobrança, sem hipocrisia nenhuma. É importante para uma escola que busca títulos, ser pressionada, afinal, isso é do jogo. E a Viradouro vem forte novamente, podem confiar, mas não precisamos superar 2024. Nosso papel é reescrever uma nova página e tentar ser novamente a melhor do ano, e não necessariamente ser melhor que
nós fomos no ano anterior. São enredos diferentes, com histórias diferentes. Já temos a missão de competir com outras escolas, não precisamos adicionar o peso de tentar ganhar do nosso próprio desfile”.

Já Wander Pires, intérprete da escola pelo terceiro ano consecutivo, encara o favoritismo como algo positivo.

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Foto: Carolina Freitas/CARNAVALESCO

“Para nós, esse pensamento do público é maravilhoso. Usamos isso como forma de incentivo para melhorar o nosso trabalho e conseguir atender às expectativas da nossa comunidade, da nossa escola, e do público que nos acompanha. E dá resultado, pois sinceramente, eu trabalhei em várias escolas, mas até me assustei com o quanto a Viradouro é perfeccionista. Faremos um desfile grandioso”, afirma o cantor, que é muito amado pela comunidade.