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União de Maricá inicia armazenamento de fantasias para o Carnaval 2025

A menos de 40 dias para o desfile oficial, a União de Maricá já começou o armazenamento das fantasias que vão brilhar na Marquês de Sapucaí no enredo “O cavalo de Santíssimo e a coroa do Seu 7”. Desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira, a história vai homenagear a figura da mãe de santo Cacilda de Assis e de Seu 7 da Lira, famosa entidade da umbanda carioca e que fez história nas décadas de 70 e 80, na busca pelo título da Série Ouro e o acesso ao Grupo Especial.

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Foto: Caio Henrique/Divulgação União de Maricá

De acordo com o diretor de carnaval Wilsinho Alves, mais da metade das fantasias das alas de comunidade estão prontas, enquanto o restante já está em fase de finalização, com a aplicação das penas e acabamentos. Ele destacou que a União de Maricá tem seguido o seu planejamento para fazer bonito na Avenida:

“Estamos muito satisfeitos com o andamento do trabalho. As equipes estão comprometidas e dedicadas a cada detalhe para que possamos levar um desfile à altura da grandiosidade do nosso enredo. É um momento especial para todos nós”, afirmou o diretor de carnaval, que completou:-“Seguimos firmes no cronograma e confiamos na força da nossa comunidade para brilhar na Sapucaí. Queremos emocionar o público e conquistar o título para chegarmos ao Grupo Especial, o grande objetivo da diretoria e da cidade. Em breve, divulgaremos o calendário da entrega das fantasias para os nossos componentes”, completou Wilsinho Alves.

Em 2025, a União de Maricá será a sexta escola a desfilar na sexta-feira, dia 28 de fevereiro. Para chegar forte até lá, a escola tem ainda seis ensaios programados, sendo cinco em Maricá e outro na Marquês de Sapucaí.

Comissão de frente e cadência da ‘Furiosa’ brilham no ‘melhor ensaio técnico em anos’ do Camisa Verde e Branco

Por Will Ferreira e fotos de Fábio Martins

Nove vezes campeão do carnaval paulistano, o Camisa Verde e Branco fez o primeiro ensaio técnico da agremiação para o carnaval 2025 no último domingo no Anhembi. Com uma comissão de frente que chamou atenção e despertou curiosidade e uma cadência acentuada da “Furiosa”, a instituição da Barra Funda ficou atenta a quesitos na apresentação, mas conseguiu emocionar os presentes. Com o enredo “O Tempo Não Para! Cazuza – O Poeta Vive”, o Trevo fechará a sexta-feira de carnaval (28 de fevereiro), já na manhã do sábado (01 de março). O ensaio técnico foi encerrado com 56 minutos.

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Uma declaração forte foi dita à reportagem por João Victor Ferro, diretor de carnaval e vice-presidente da instituição: “Eu não consigo ver muita coisa porque eu venho com a comissão de frente e vou acertando a escola. Acredito que, daqui para frente, o tempo de desfile vai ser um pouco maior porque tem um pouco mais de componentes. A gente não consegue sentir muito a questão de timing, mas, do pouco que eu vi da cabeça da escola, a escola estava cantando legal, evoluindo legal. A gente tem uma comunicação onde eu pergunto se a escola está compacta, se a escola está cantando… e foi positivo. De verdade, fi o melhor ensaio técnico que eu fiz em seis anos de direção de carnaval. Acho que a escola vem bem, é lógico. É melhorar sempre, trabalhar sempre, fazer sempre melhor. Podem aguardar um grande Camisa Verde e Branco, um Camisa Verde e Branco imponente. E atenção na comissão de frente, que vai ser a cereja do nosso bolo”, prometeu.

Comissão de Frente

CamisaVerdeBranco et Comissao 1

Tal qual aconteceu no minidesfile, diversos jovens vestidos tal qual como se estivessem nos anos 1980 (com jeans, camisetas brancas, tênis e faixas no cabelo) estavam presentes. Além deles, um tripé – que aparentava ser um espaço público, como uma praça ou um parque. Na coreografia, havia claro destaque para um garoto de cabelos escuros cacheados – notadamente Agenor de Miranda Araújo Neto, popularmente conhecido como Cazuza, enredo da agremiação. Em dado momento, entretanto, há uma troca no componente que o interpreta: se o segmento começa com um Cazuza com menos idade, ele se transforma em um adolescente/adulto. Vale destacar que ambos desfilaram com uma camiseta escrito “prefiro Toddy ao tédio”, cunhada pela escritora Ledusha Spinardi. amiga do cantor, no livro “Risco no Disco”, publicado em 1981. Ao tomar conhecimento da frase, o artista criou uma camiseta com a frase, utilizando-a diversas vezes em aparições públicas. Vale comentar que os staff do quesito pediram, mais de uma vez, mais força na execução da coreografia.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

CamisaVerdeBranco et PrimeiroCasal 1

Estreando no Camisa, Everson Sena e Lyssandra Grooters demonstraram bom nível de entrosamento ao longo da passarela. Leves e aproveitando a cadência do samba, eles esbanjaram sorrisos e sentiram-se muito à vontade com o andamento mais abaixo, girando tranquilamente e mesclando muito bem cada giro com outros movimentos exigidos pelo regulamento.

Harmonia

Chamou atenção o fato da grande maioria dos componentes cantarem o samba. Uns mais e outros menos, naturalmente, mas a canção, visivelmente, caiu no gosto da comunidade. Dentre os setores que estavam cantando com mais afinco, destacam-se a ala que veio logo atrás do abre-alas, a ala das baianas e o último setor. Igor Vianna e os apois do intérprete da verde e branco conduziram bem o samba, com uma cadência diferente de muitas coirmãs – algo que exige muito preparo.

O carro de som, por sinal, emocionou muitos presentes desde o começo do esquenta, com um compilado de sambas reconhecido por sambistas do Brasil inteiro: o hino; “Convite Para Amar (Boa Noite São Paulo)”, samba-enredo de 1988; “Alô alô gente bamba” e “Verde que te quero verde”, antes de entrar em um arranjo especial iniciado com os acordes de “Pro Dia Nascer Feliz”, um trecho da música, o final do samba-enredo e a repetição, em diferentes tons vocais, do verso “Faz parte do meu show” – que abre a canção do Trevo para 2025. Também é importante destacar a entrada da “Furiosa” no samba, no verso “E parte do meu show”, após um repicar de repiniques na palavra “autorais” imediatamente anterior.

CamisaVerdeBranco et InterpreteIgorViana 1

Por sinal, mestre Jeyson Ferro, comandante da “Furiosa”, acredita que é possível deixar a execução ainda melhor: “O nosso ponto positivo é o que eu mais tenho medo: a sustentação da bateria. A nossa batida de caixa tem vindo um pouco mais para trás do andamento. E, como hoje, a gente não começou muito para frente, então ela se manteve. A parte negativa é que eu quero que o andamento esteja um pouco mais apra frente. Hoje foi legal, bacana, muito gostoso o suingado, o balanceado. Só que eu quero vinte centavos mais para frente, pra ficar mais dançante, mais empolgante”, comentou.

Evolução

O samba mais cadenciado possibilitou aos componentes sambar, brincar e interagir com as arquibancadas e com os desfilantes que estavam próximos – mas nunca sem sair do local reservado a ele na ala. Ao contrário de outras coirmãs, o Camisa não banalizou o uso de adornos de mão, dando ainda mais destaque para as alas que tinham tal artefato. Também vale destacar que, em determinados momentos, os componentes levantavam os braçose batiam palmas no instante em que o verso “a Barra Funda mostra sua cara”, criando uma dinâmica especial.

CamisaVerdeBranco et 10

João Victor aproveitou para relacionar o ensaio técnico com a situação política da agremiação, com movimentos de oposição fazendo barulho: “É mais gostoso! Sabe por quê? A galera tenta fazer contra, só que aquela galera que ficou anos dentro da escola, com todo o respeito da palavra, nunca fez nada. A entidade sabe disso, entendeu isso. Abraçou a nossa causa, abraçou a proposta. Vamos para cima do problema. Em 2023 foi igual e a escola subiu praticamente campeã”, relembrou.

Samba

Muito bem quisto pela comunidade do samba paulistano, o samba-enredo funcionou a contento e, como já dito, foi muito bem entoado por diversos componentes. Ajudou bastante, por sinal, o andamento mais abaixo executado pela “Furiosa”, em noite muito inspirada da bateria comandada por mestre Jeyson Ferro.

CamisaVerdeBranco et MestreJeyson 1

O comandante dos ritmistas, por sinal, deu uma declaração curiosa à reportagem: “A gente torce pra que, às vezes, aconteça alguma coisinha para a gente ir corrigindo. Para mim, foi um ensaio bom. Porém, a gente precisa melhorar alguns pontos na bateria. Eu não consegui ver os demais setores da escola, mas a bateria é essa. A gente vai acertando aqui e ali até ficar boa e sem correções necessárias para, até chegar o dia 28 de fevereiro, a gente estar daquele jeito” comentou.

Outros Destaques

À frente da “Furiosa”, Sophia Ferro, rainha de bateria do Camisa Verde e Branco, brilhou com exclusividade.

Colaboraram Naomi Prado, Nabor Salvagnini, Lucas Sampaio e Gustavo Lima

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Comissão de frente mostrando a força do enredo se destaca no primeiro ensaio técnico da Terceiro Milênio

Por Gustavo Lima e fotos de Fábio Martins

A Estrela do Terceiro Milênio realizou o seu primeiro ensaio técnico no Sambódromo do Anhembi. Tiveram dois destaques, mas o principal foi a comissão de frente liderada por Régis Santos. Esse teatro promete bastante no desfile oficial. Foi passada uma sensação de bastante crítica intensa, o que está correto, pois o enredo fala de um manifesto LGBT. Outro destaque vai para a bateria “Pegada da Coruja”, de mestre Vitor Velloso. Os seus grandes apagões potencializaram o forte canto do Grajaú. A atenção fica para o quesito evolução, onde abriu um espaço entre o casal e a ala de trás, o que pode tornar algo grave se não for corrigido nos próximos ensaios.

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“Nós, logicamente, esperávamos um grande ensaio técnico, mas me surpreendeu a força da comunidade. Nós estamos ensaiando desde julho, ensaiando ala por ala e foi tomando corpo. Foram chegando muitas pessoas e tínhamos uma preocupação porque esse enredo acabou trazendo muita gente da comunidade, um pessoal que não estava muito acostumado em desfilar em carnaval. Mas o que eu percebi é que eles entenderam qual que é a do desfile, se envolveram no projeto, estão cantando demais, a comunidade cantou muito. É aquele sentimento de que estamos no caminho certo, que realmente vamos apresentar um espetáculo belíssimo no dia do desfile”, analisou o presidente Silvão.

TerceiroMilenio et 13 1

Comissão de frente

A ala, que é comandada por Régis Santos, mostrou suas credenciais de uma comissão de frente impactante. Isso é pelo fato da ala incorporar o enredo e ser questionadora quanto ao preconceito contra o grupo LGBTQIAPN+. A coreografia é terminada em uma passada do samba e feita inteiramente em cima de um grande tripé. Dentro de todo esse teatro, os bailarinos se vestiram cada um com roupa diferente (imagina-se que no desfile cada um irá representar um personagem). Ainda na dança, gritos como: “isso é pecado”, “não pode acontecer” eram ouvidos. No final, a interpretação que fica é que o grupo consegue a libertação e vencem o preconceito.

TerceiroMilenio et Comissao 1

Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal Arthur Santos e Waleska Gomes teve uma atuação de bom nível. A dupla se soltou com a coreografia dentro do samba, a partir do segundo módulo, pois era perceptível que no primeiro módulo, eles ainda estavam se ajustando junto com a evolução da escola. A coreografia representa bem a obra e ganha destaque no refrão do meio. Individualmente, Waleska carregou a elegância que o acompanha desde o início de sua carreira, o que indiretamente potencializa o jovem Arthur.

TerceiroMilenio et PrimeiroCasal 2

Harmonia

O canto do Grajaú é um dos pontos fortes da escola. A comunidade da Coruja cantou forte o ensaio todo, aumentando o tom cada vez mais que entrava na pista. Isso era ainda mais perceptível quando a bateria “Pegada da Coruja” realizava os apagões. Houve uma oscilação nas últimas alas, que não acompanharam o alto ritmo dos primeiros setores. Apesar disso, o saldo do quesito é positivo, devido ao fato de a maioria das alas obedecer ao que foi imposto. A bateria confiou e a comunidade respondeu.

“A gente veio realmente para ver os erros que podem acontecer e arrumar no próximo, e a gente sentiu a nossa comunidade da mesma forma que vimos nos nossos ensaios. Cantamos muito, evoluímos, a nossa comunidade está de parabéns. Todos os nossos departamentos se entregaram muito e a gente tem certeza que no próximo ensaio vai vir com mais força ainda. Temos um pouco mais de um mês pela frente para ajeitar, para melhorar mais, para chegar à perfeição até o dia do desfile”, destacou o diretor de harmonia, Wilson Japa.

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Evolução

Houve um problema em que a escola precisa se atentar. Próximo ao recuo de bateria teve uma grande abertura entre o casal de mestre-sala e porta-bandeira e a ala que vinha atrás. Não há a certeza de configuração de buraco, mas vale a máxima atenção da escola em corrigir esse detalhe para não virar algo maior. De resto, as fileiras estavam entre todas as alas estavam bem alinhadas e permitiu que o componente pudesse cantar e dançar o samba-enredo de forma espontânea.

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O presidente Silvão falou sobre o que foi apontado, mas classificou como algo nada grave e que deve ser corrigido. “Acredito que o canto ainda pode melhorar um pouco e a evolução também. Depois vou conversar com a equipe técnica, mas detectei ali no meio, perto do recuo, um probleminha com a evolução. Nada muito grave, que eu imagino até que eles já estejam atentos com isso. Acho que no geral foi muito bom, no geral superamos a expectativa do primeiro ensaio, do nervosismo, de entender como é que a comunidade viria. Acho que realmente superamos a expectativa”, comentou.

Samba-enredo

É um samba que exige garra no canto em algumas partes e leveza em outras e cada componente reage de um jeito. Um exemplo: O último verso da primeira parte do samba é “Que vá pro inferno a sua moral” em uma melodia forte, e logo depois vem o refrão do meio com “Abri minha asas mostrei meu valor…”, já com um tom bem suave. Essa ambiguidade talvez seja a magia da obra. O intérprete Darlan Alves que chegou ano passado e Grazzi Brasil que tem mais tempo de casa, estão formando uma dupla bastante digna e que conduz o carro de som com excelência, pois os tom de voz dos dois se encontraram.

TerceiroMilenio et 18 1

“Acho meu carro de som maravilhoso. Claro que nós queremos sempre estar melhores, estamos ensaiando, mas temos entrosamento e não é só profissional. Existe uma amizade, existe todo um lance juntos que vai fluindo bem, e graças a Deus são cantores maravilhosos. Estou em casa e eu tenho orgulho da minha ala musical mesmo, sem eles não daria”, disse Grazzi Brasil.

A cantora elogiou o samba, exaltou os compositores da obra e o canto da escola. “Como sempre, os Gêmeos, o Gui, eles vêm bailando nas composições. O samba deles é um samba que, para mim, é sempre muito fácil de cantar, é muito gostoso. Eu sou fã demais e todo mundo vem cantando. Estamos ensaiando desde agosto e todo mundo pode ver o quanto a Milênio vem com o chão e vem cantando”, declarou.

Outros destaques

A bateria “Pegada da Coruja”, que é regida pelo mestre Vitor Velloso, foi um dos destaques da escola. A batucada brincou na passarela, fez o ‘paradão’ para a escola cantar sozinha, realizou várias bossas, sempre com um clima de muita descontração.

TerceiroMilenio et MestreVitor

“Temos algumas coisas pra ajustar, óbvio, mas foi muito legal. Achei que agora no final deu uma caidinha no andamento, mas ao todo foi muito bom. A gente cancelou nosso ensaio específico por conta da chuva e a gente veio de cara para fazer o primeiro geral. E o resultado foi muito positivo. Agora é lapidar mais ainda pra gente chegar firme no desfile”, contou o mestre Vitor Velloso.

Vitor elogiou o clima da bateria, mas voltou a se atentar sobre a caída do andamento no final. “Foi positivo o clima e a energia. Isso é tudo. Acho que a partir do momento que você tem um clima e uma energia positiva, funciona. De negativo, acho que foi a questão do andamento que deu uma caída nesse último módulo. Mas agora é acertar isso e lapidar as outras coisas e seguir firme”, completou.

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Antes do ensaio, na largada, Grazzi e Darlan cantaram a canção ‘Dancin’ Days’, de Lulu Santos.

Toda a escola foi vestida com a camisa do enredo 2025, o que transformou o ensaio em roxo. Componentes de alas carregando leques, bandeirinhas, bexigões todos nas cores da bandeira LGBTQIAPN+. As baianas ensaiaram no último setor, vestidas com saiotes e roupas das cores da agremiação.

Colaboraram Naomi Prado, Nabor Salvagnini, Lucas Sampaio e Will Ferreira

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Céu nas cores do Rosas coroam ensaio técnico emocionante em homenagem a Bitão

Por Will Ferreira e fotos de Fábio Martins

O Rosas de Ouro subverteu a lógica no último domingo. Se o ensaio técnico, como o próprio nome já diz, busca aperfeiçoar quesitos, a escola da Brasilândia trouxe muita emoção a todos – fruto de um trabalho que está claramente sendo bem desenvolvido na escola, como a própria apresentação do enredo “Rosas de Ouro em uma Grande Jogada” deixou claro. O céu, que fez questão de ficar azul e rosa (cores da agremiação) na entrada da instituição na passarela, apenas abrilhantou (e comoveu) ainda mais os presentes. O primeiro ensaio técnico da Roseira, que será a sexta escola a desfilar na sexta-feira de carnaval (28 de fevereiro), teve, ao todo, 56 minutos – todos eles contagiantes.

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Comissão de Frente

Estreando na escola que tem o mesmo nome da própria família, Arthur Rozas investiu no lúdico. Um tripé, que aparentemente trará a representação de uma clássica máquina caça-níquel, com três rolos giratórios, também tinha a presença de uma personagem fantasiada de Rainha de Copas. Em determinados momentos, Alices e Guardas de Copas (todos personagens do clássico infantil “Alice no País das Maravilhas”) interagiam com o tripé. É importante destacar que, em um primeiro momento, as Alices aparecem com feições raivosas, como se os guardas estivessem prendendo-as – depois, elas ficam felizes.

RosasDeOuro et Homenagem

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Mesmo sendo formado apenas em 2024, Uilian Cesário e Isabel Casagrande já demonstram grande entrosamento e sincronia nos movimentos. Utilizando bastante a envergadura e a elasticidade acima da média de ambos, o primeiro casal da Roseira teve giros apurados e teve como ponto alto a apresentação na segunda cabine de jurados, com leveza na dança e um contagiante sorriso ao encarar o espaço destinado aos julgadores. Vale destacar, também, a elegância do azul e rosa fosco da fantasia de ambos – Uilian com uma vestimenta mais tradicional, Isabel com um vestido com uma saia cheia de brilhos.

RosasDeOuro et PrimeiroCasal 2

Harmonia

O ensaio foi extremamente emotivo desde o esquenta. Nove dias depois do falecimento de Renan Oliveira, o Bitão, um dos diretores da “Bateria com Identidade”, após o Ensaio Super Turbinado (que teve a presença das coirmãs Vai-Vai e Nenê de Vila Matilde), toda a comunidade pareceu estar disposta a fazer uma grande homenagem a ele – e conseguiu. Desde os tradicionalíssimos alusivos da agremiação, era perceptível o quanto o canto (que chama atenção de todos que vão em ensaios da agremiação neste ciclo) seria ainda mais forte. Na primeira passada do refrão, muitos componentes choraram e os ritmistas evoluíram dentro dos naipes. Dentre os setores que mais cantaram, destaca-se o último setor – mas é importante frisar que a comunidade da Brasilândia mostrou, mais uma vez, o quanto se encontrou com a composição. Vale destacar, também, a dedicação do staff da agremiação, que pedia ainda mais canto em diversos momentos.

RosasDeOuro et PresidenteAngelina1

Na visão de Victor Lebro, um dos diretores de carnaval da instituição, é possível melhorar ainda mais: “A escola cantou bastante, mas vai cantar ainda mais. Podemos evoluir mais! Por ser o primeiro, a escola estava meio que sentindo a pista e que tende a crescer até chegar no dia do desfile e estar cem por centro”, confiou.

Já Carlos Junior, intérprete da escola, fez questão de elogiar os companheiros do carro de som: “O Osmar, vice-presidente, me escutou e me deu o maior respaldo. Ele me ouviu bastante para montar esse carro de som e conseguimos, esse ano, fazer vários ensaios fechados para aproveitar a qualidade de cada um. Estou muito feliz com eles porque, no ano passado, eu olhava para cima e eu via cordas de primeiro grau, de topo, mas eu sentia que as pessoas do carro de som eram mal aproveitadas – sendo que tínhamos alguns talentos ímpares como o Santa Cruz. Eu trouxe dois meninos que são geniais, o MB e o Xará – e, na casa, já estava o Valtinho há muitos anos. O Adalto voltou do Barroca, que era do time do Pixulé, e que era um time ímpar. Voltou porque ele é da Brasilândia, só que eu ainda não conseguia direcionar, estava cada um por si. Estava como aquele Real Madrid dos Galáticos, que não treinavam. Eu trouxe a Mônica, que saiu com o Royce do Cavaco lá atrás, e é a minha parceirona. Consegui pegar toda essa galera, colocar em dois estúdios e aproveitar o máximo deles. Depois disso, eu falei que era para tirar toda a pressão que coloquei neles e que era para brincar. Não adianta ficarmos pensando no resultado. Não adianta ficarmos pensando no que a internet vai dizer ou não, se está bom ou ruim. Você tem que estar no seu coração com aquele sentimento de que fizemos algo bom. Se alguém achou diferente, é uma coisa introspectiva de cada um. Não conseguimos conquistar todos os corações. Uma coisa que eu passei para eles quando cheguei aqui: nós rezamos, que é uma coisa que nunca fizemos. Falei que tínhamos que servir o nosso povo, não nos servirmos. Cada coração que tocarmos é a escola ganhando um pedaço de um coração de uma pessoa. É daí que sai aquele talento, é o principal do carisma que as escolas precisam ter, é daí que sai o carisma, a partir do momento que você começar a servir e tocar corações. Enquanto você não tiver uma multidão de corações tocados, o seu carisma não vai sair. Acho que começamos hoje um bom trabalho. Hoje estou em uma disciplina em que o que aconteceu ontem serve de aprendizado, mas tem que ficar por lá. A parada aqui é agora. Se hoje foi bom, é isso que vale. Ganhamos um dia”, refletiu.

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Rafael Oliveira, o mestre Rafa, comandante da “Bateria com Identidade”, fez questão de relembrar que a perda de Bitão ainda se fazia presente: “A gente está de luto ainda, é recente demais. Tem muita gente abalada. Mas a gente tentou colocar a bola no chão. Fizemos uma reunião na sexta-feira com todos os ritmistas lá na quadra, a gente tinha atividade na segunda e na quarta passada e não conseguimos fazer essas atividades, cancelamos. Na sexta-feira percebi que a gente precisava levantar e acordar, porque tinha ensaio na sexta e tinha esse ensaio de hoje. A gente precisava levantar, precisava se erguer Tecnicamente foi legal, foi bacana – mas, em relação ao o clima, não foi tão bom. Não é o que a gente costuma entregar. A gente vai melhorar, vamos sentar, debater, ver quais foram os pontos, os erros e vamos acertar para os segundo e terceiro ensaios – para que, no grande dia, a gente esteja pronto.

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Na autocrítica sempre sincera, mestre Rafa não escondeu nada: “Nosso ponto positivo são as nossas bossas Nós vamos mantê-las. É só executar, limpar e vamos embora. Quanto ao ponto negativo, temos que melhorar o andamento: eu quero um pouquinho mais de beat. Também precisamos fazer a limpeza da bossa que tem um apagão em que a escola canta. Eu não sei como foi a escola, mas, dentro da bateria, tivemos vários momentos que não foi legal. A gente com certeza vai ajustar e vamos embora”, disparou.

Evolução

Como já parece ser característico em tudo que envolve o desfile de 2025, o Rosas veio extremamente leve. Chamou atenção que algumas alas possuíam, até mesmo, componentes sem a camisa da agremiação, enquanto outras tinham camisetas diversas da Roseira. Para dar ainda mais dinâmica aos pulos e danças dos componentes, a agremiação distribuiu bexigões azuis e rosas – cores da instituição.

RosasDeOuro et PresidenteAngelina 2

Vitor, por sinal, destacou a assiduidade dos componentes da Roseira: “O primeiro ensaio foi muito positivo! A escola compareceu com um bom contingente e está praticamente fechada para o carnaval. Nossa comunidade é dedicada a ensaiar e desde sempre está trabalhando muito – algo que deu para ver na avenida hoje. Foi um ensaio bacana, a escola cantou, fomos bem de evolução. Lógico que sempre dá para acertar uma coisinha ou outra – mas, por ser o primeiro, eu estou bem feliz. Vamos manter a energia da nossa comunidade, a escola vem de alguns resultados não muito bons e está querendo reverter essa situação. Dá para ver que dedicação, empenho e amor ao pavilhão não estão faltando. Isso tudo é o grande coringa da nossa grande jogada”, destacou.

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É importante, entretanto, trazer um ponto de atenção para a escola: em determinados momentos, alguns componentes cantavam, no último verso antes do refrão, “a Rosas do meu coração”, enquanto no site oficial da Liga-SP consta que a letra oficial da obra fala “a rosa do meu coração”.

Samba

Se não figura no hall de grandes obras da história do Rosas de Ouro (que tem, certamente, uma das melhores discografias do carnaval paulistano – para muitos, a melhor) poeticamente falando, a canção passa uma energia que é difícil de ser descrita. Mais do que isso: a comunidade abraçou a canção e os arranjos, produzidos por Ricardo Rigolon, popularmente conhecido como Chanel, contribuíram para a obra crescer ainda mais quando ouvida ao vivo. O solo de abertura, por exemplo, cai em uma verdadeira explosão no carro de som – por sinal, o samba-enredo parece ter sido composto sob medida para Carlos Junior, em mais uma ótima noite.

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O desempenho da canção foi muito elogiado por Carlão. “Acho que foi maior do que a minha expectativa. O Rosas de Ouro tem uma forma de trabalhar muito diferente do que estou acostumado. Eu costumava trabalhar com todo mundo na quadra. Aqui, as alas treinam em um horário e os departamentos mais presentes treinam em outro horário. Você tem alas das nove às onze, aí chegamos meia-noite e vem passistas, comissão, aquelas de departamento, bateria. Não nos vemos, só nos ensaios de rua. Nós agendamos três ensaios de rua e um teve que ser cancelado por causa da morte de um diretor de bateria, fizemos só dois ensaios de rua. Foram as únicas vezes que nos encontramos todos. Como eu estava em um caminhão muito longe, eu não conseguia sentir a pressão que eu senti aqui. Estamos ensaiados. Não estou comparando com as outras escola, estou falando de nós por dentro. Estamos ensaiados e temos tempo para melhorar. Se houve algum erro, existe um tempo hábil para que esse erro seja sanado e isso me deixa muito confortável. O samba aconteceu, pelo menos para nós, e espero que a galera que assistiu hoje fale saiba disso – e, aqueles que ainda estavam contra, abracem esse samba. É um grande samba, acho que ele tem uma matéria, uma coisa descritiva e uma parte motivacional muito grande. O medo de perder não pode superar a gana de vencer. Enquanto estivermos vivos, como diz o 50 Cent, fico rico ou morro tentando”, explicou.

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Para o intérprete, é difícil encontrar algum ponto que possa ser melhorado: “Do meu segmento, eu acho que nós quebramos tudo. Com todo respeito, foi muito mais do que eu esperava. Eu vim aqui achando que eu ia encontrar cinquenta mil obstáculos, mas a avenida ficou pequena, não ficou cansativa. Eu pedi para minha esposa marcar o tempo em um cronômetro, e nós estávamos aqui perto com 42 minutos e eu pensei que estava acabando, mas eu tinha muito mais gás ainda para fazer essa parada. Por outro lado, eu já participei de desfiles em que eu falava que não tinha mais gás, estava acabando.. Acho que nós estamos nos preparando muito para fazer um espetáculo, e vejo isso com positividade”, comentou.

Outros Destaques

A “Bateria com Identidade veio inteira com uma camisa especial: nas cores rosa e preto, ela trazia, na frente, uma foto de Bitão – e, nas costas, a mensagem “Bitão Eterno”. Vale destacar, também, que todos os ritmistas estavam com calças, shorts ou saias pretos, mostrando o luto de todos por lá. À frente de cada um deles, Ana Beatriz Godói, desde 2020 como rainha da bateria.

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Sempre uma atração à parte, Angelina Basílio, presidente da escola, veio fantasiada de Rainha de Copas. Ao notar o céu, que se pintou de azul e rosa, a mandatário da Roseira se emocionou, pediu fotos para os fotógrafos que estavam mais próximos e falava que “a natureza é maravilhosa”.

O belíssimo pede-passagem utilizado no minidesfile de 2024 veio para o ensaio técnico, à frente do abre-alas – que, por sinal, parece ser grande.

Colaboraram Naomi Prado, Nabor Salvagnini, Gustavo Lima e Lucas Sampaio

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Ala musical e bateria mostram boa sintonia em primeiro ensaio técnico da X-9 Paulistana

Por Lucas Sampaio e fotos de Fábio Martins

A X-9 Paulistana realizou no último domingo seu primeiro ensaio técnico no Sambódromo do Anhembi em preparação para seu desfile no carnaval de 2025. O desempenho da animada bateria e a boa comunicação com o carro de som se destacaram na passagem da escola, que fechou os portões aos 58 minutos. A X-9 será a sétima a se apresentar pelo Grupo de Acesso 1 com o enredo “Clareou! Um novo dia sempre vai raiar”, assinado pelo carnavalesco Amauri Santos.

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Comissão de Frente

Ensaiada pelo coreógrafo Pedro Vinicius, a comissão de frente da X-9 realizou uma apresentação com duração de uma passagem do samba. O grupo cênico era composto por dois protagonistas, que interagiram entre si em diferentes oportunidades, e os demais componentes executavam uma coreografia coordenada entre si. Com base na análise da proposta do enredo, é possível avaliar que entre os atores principais, um parecia representar uma pessoa em dificuldades na vida e o segundo, com detalhes nas roupas que fizeram lembrar uma fênix, conduzia o primeiro à redenção. Uma coreografia simples, mas bem ensaiada e que pode ficar ainda mais atrativa com as fantasias no dia de desfile.

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Mestre-Sala e Porta-Bandeira

O primeiro casal da X-9 Paulistana, formado por Igor Sena e Julia Mary, precisou lidar com um incômodo vento que se fez presente ao longo do ensaio e foi recompensado por isso. O esforço de Julia se uniu à irreverência no olhar de Igor e conduziu a dupla ao sucesso, conseguindo passar pelos módulos em que foram observados cumprindo o que se espera do quesito. Em conversa com o CARNAVALESCO, o casal fez um balanço sobre o trabalho realizado no Anhembi no primeiro ensaio técnico da escola.

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“Foi um ensaio muito produtivo. Conseguimos colocar em prática todo o trabalho que vem sendo perpetuado ao longo dos dias. Foram poucos dias aqui no solo sagrado, mas conseguimos prospectar e botar em vista tudo aquilo que estávamos treinando para fazer. Tem alguns pequenos detalhes que temos que alinhar com o andamento da escola e alguns detalhes da nossa coreografia, que foram coisas bem pequenas, mas que acho que para o próximo ensaio conseguiremos alinhar”, avaliou Julia.

“Tudo que viemos ensaiando desde julho, nós conseguimos colocar hoje aqui em pista. Claro, tem alguns mínimos detalhes para acertar, que fazem parte do primeiro ensaio, em geral, com a escola toda, mas no geral estamos bem felizes com o resultado. Além de todo o trabalho que viemos fazer na Avenida, também deixar paro próximo a nossa força, a nossa garra, a nossa perseverança, que eu achei isso também muito importante para o desenvolvimento do desfile”, avaliou Igor.

Harmonia

A X-9 Paulistana saiu do Anhembi com reflexões que precisam ser feitas quanto ao canto da comunidade. Conforme as alas foram passando foi possível perceber um crescimento exponencial da participação dos componentes na harmonia da escola, com destaque para a ala de passistas e a ala 8, especialmente animados em defender o pavilhão da Zona Norte. Mas no começo da escola, a ala logo à frente do primeiro carro contou com uma série de desfilantes que passaram calados, com direito a uma pessoa que foi observada na pista usando o celular. Se o vigor das alas do último setor se espalhar para o restante da escola, a Xis conseguirá alcançar o objetivo da nota máxima no quesito.

O diretor de harmonia da X-9 Paulistana, Paulo Rogério, fez uma análise do desempenho da escola neste primeiro ensaio. “A grosso modo, o ensaio foi bom por causa do canto da escola, mas obviamente que sempre tem algumas coisas para ajustar. Como venho na cabeça da escola fazendo o cronômetro, não sei como que foi do meio da escola. Na segunda-feira nos reuniremos e cada um passará o ponto de balizamento positivo e negativo para corrigir para o próximo ensaio técnico. Foi de bom grado, foi um ensaio bom, um ensaio que deu para superar as nossas expectativas”, avaliou.

X9Paulistana et TrioInterpretes

Paulo Rogério fez apontamentos quanto ao que observou e que pode ser melhorado para o segundo ensaio da escola no Anhembi. ‘’Sempre pode melhorar. De repente um andamento de encaixe das alas que por um motivo ou outro não cantou, incentivar esse pessoal a cantar mais por exemplo, a montagem da escola. Posicionamento de diretor de harmonia sempre tem alguma coisa a melhorar”, apontou.

Dentre os elementos observados no ensaio até o momento, o diretor apontou aqueles com os quais saiu satisfeito deste primeiro ensaio técnico da X-9. “O canto que hoje foi uma coisa que figurou bem. O canto da escola, a empolgação, a alegria da comunidade. Isso é uma coisa que temos que manter e o resto, como eu disse nessa semana agora vamos corrigir para o próximo ensaio técnico e nós vamos chegar mais perto da perfeição”, afirmou.

Evolução

X9Paulistana et Passistas

Um dos quesitos mais seguros da X-9 Paulistana no ensaio, a evolução fluiu com perfeição dentro do que é previsto pelo regulamento. Alas compactadas, andamento constante de modo que permitiu aos componentes brincarem o carnaval neste treinamento. O fechamento dos portões aos 58 minutos mostrou que a escola tem margem para lidar com diferentes situações que podem ocorrer no dia do desfile.

Samba-Enredo

Com o carro de som liderado pelos intérpretes Daniel Collete, Helber Medeiros e Royce do Cavaco, o samba da X-9 conseguiu embalar boa parte dos componentes. Daniel se destacou ao liderar o uso de cacos e chamando o público para cantar com a escola, resultando em retorno positivo da Avenida e das arquibancadas. Helber e Royce eram facilmente identificáveis entre as vozes no carro de som fazendo do trio um coral de alto nível, que pode garantir com que a melodiosa obra da agremiação obtenha bons resultados no desfile oficial.

Daniel Collete fez uma análise do desempenho do carro de som da X-9 Paulistana no primeiro ensaio no Sambódromo do Anhembi.

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“Eu estava até falando para o Royce agora há pouco, agradecendo a boa vontade dele, que ele está em recuperação ainda. Nós estamos parecendo crianças cantando. Nós estamos em construção, sem sombra de dúvida, e vai cada vez ficar melhor. Foi muito bom hoje, mas como nós temos a exigência muito alta, a coisa vai melhorar cada vez mais”, avaliou.

Helber Medeiros fez apontamentos dos elementos os quais o quesito sai do ensaio confiante e que pode ser mantido, e das necessidades de ajustes que serão feitos para o decorrer da temporada.

“Um ponto positivo, falando um pouco da nossa ala musical. Nós trouxemos mais de 50 pessoas no carro de som para nos ajudar a fazer essa alegria, a trazer essa alegria, trazer também a nossa comunidade a cantar mais o samba, a fazer mais uma evolução bacana conosco. Acho bacana isso que fizemos e esse entrosamento que estamos tendo. Sempre tem coisas para melhorar, é normal, mas temos esse entrosamento, essa alegria que aqui não tem vaidade, aqui não tem nada disso e isso é muito bacana”, afirmou.

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Helber também falou sobre como o samba da X-9 Paulistana se desenvolveu na Avenida ao longo do ensaio técnico em relação aos ensaios realizados na quadra da escola.

“É uma diferença grande e que nos surpreendeu. Pelo menos nos surpreendeu no sentido de ver a comunidade realmente cantando, todo mundo junto. É diferente da quadra, claro, com certeza, porque aqui estamos em uma área aberta, estamos em um outro clima, foi muito positivo. Tem muito a melhorar ainda na questão de evolução e de canto, mas para o primeiro ensaio, a nossa comunidade está de parabéns”, disse.

Outros Destaques

Quem brilhou à frente da bateria “Pulsação Nota 1000” foi a madrinha Valéria de Paula. Com muita simpatia, se aproximou do público e interagiu constantemente com muito vigor e samba no pé. Foi um reflexo do desempenho dos ritmistas liderados por mestre Keel Silva, que chamaram a atenção aplicando várias bossas principalmente no refrão do meio, além de apagões no refrão principal que impulsionaram o canto da escola sem prejudicar o andamento do samba.

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Mestre Keel fez uma análise do desempenho da bateria no primeiro ensaio geral da X-9 no Anhembi. “Para o primeiro ensaio foi muito bom. Obviamente tem coisas a melhorar, nós usamos o primeiro ensaio para isso. O primeiro ensaio também, eu até falei para a rapaziada que era mais para tirar a ansiedade. Muita gente pisando pela primeira vez no Anhembi porque formamos gente da escolinha, então há a ansiedade de vir para o Anhembi. Hoje foi mais para relaxar, para tirar onda. Viemos fazendo bossas do começo ao fim, viemos brincando, fazendo apagão, mas o próximo ensaio já é mais sério, vamos corrigir o que tem para corrigir. Mas o saldo para mim foi superpositivo, gostei demais do ensaio, gostei demais da escola e é disso para mais”, avaliou.

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O artista afirmou que o primeiro ensaio da X-9 serviu para aliviar o peso dos estreantes no Sambódromo ao falar do que pode ser melhorado para o decorrer do ciclo da X-9.

“O segundo ensaio vai ter mais confiança, porque não vai mais ser a estreia no Anhembi. O pessoal já vai ter vindo, então a bateria vai estar mais confiante, a escola vai estar mais confiante. Diferente do ano passado que foi um ensaio só, esse ano temos dois e ainda tem o específico de bateria que vamos ver de remarcar. Para o segundo ensaio que tem pra melhorar é isso, que a confiança da galera fica mais tranquila para tocar, para fazer as bossas, para não ter medo de errar, porque no primeiro ensaio de hoje até falei: ‘gente, é ensaio, se for errar é para errar’. Graças a Deus tiveram poucos erros, mas hoje foi mais para tirar a tensão. No segundo eu sei que vai ser mais confiante, no contexto geral da escola, bateria, todo mundo”, apontou.

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A alegria e o bom relacionamento com o carro de som foram apontados por mestre Keel como elementos positivos a serem mantidos pela X-9 Paulistana em busca de seus objetivos no carnaval de 2025.

“Uma coisa que eu gostei muito da bateria de hoje foi a alegria. O pessoal tirando onda, o pessoal gritando na hora da bossa, o pessoal voltando, a vibração dos ritmistas, e também o que é saldo positivo que eu vejo de valioso da escola é o nosso carro de som. Nosso carro de som é muito bom, não tem nem o que falar. O Daniel Collête, o Elber, o Royce, o mestre Royce, que eu chamo ele assim. Temos uma comunicação e um relacionamento muito bom aonde falamos: ‘vamos fazer isso, vamos fazer aquilo’. Decidimos tudo juntos, colocamos as ideias todas juntos. Eu até falo para eles que não tem questão de carro, de som, bateria, é módulo música. Módulo música é tudo junto, então o que tem mais de valioso é isso. É o componente, é a escola, é o ritmista, é a alegria que tivemos hoje”, afirmou.

A X-9 Paulistana retorna ao Grupo de Acesso 1 e terá que encarar uma concorrência desafiadora de escolas fortes e organizadas. A agremiação precisa evoluir em alguns pontos, mas mostrou em seu primeiro ensaio que tem condições de melhorar e que pode ser parte natural do processo de desenvolvimento até o dia do desfile oficial.

Colaboraram Naomi Prado, Nabor Salvagnini, Gustavo Lima e Will Ferreira

Veja mais imagens do ensaio

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É dela o trono! Impulsionada por excelente desempenho da parte musical, Mangueira faz ensaio com canto potente

A mudança sutíl de local de ensaio da Mangueira para está temporada do carnaval 2025 veio bem a calhar, pois a escola agora desfila para as casas do Morro e o público retribui o carinho. Desde o final da tarde, muita gente se aglomerava nas grades da Visconde de Niterói e ia para as janelas, principalmente, aquelas que tinha o segundo andar, para conseguir um bom lugar para ver a Verde e Rosa passar. E ela passou com a energia já conhecida dos últimos ensaios. Se ainda há alguma coisa para ajustar em evolução, na sinergia samba, comunidade, carro de som e bateria, está tudo certo. Em 2025, a Mangueira vai fechar a primeira noite de desfiles do Grupo Especial com o enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negritude entre Dores e Paixões”, desenvolvido pelo carnavalesco Sidnei França.

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A direção musical da Mangueira colocou o samba a feição para a comunidade, explorando os pontos mais altos da obra. A bateria, dos mestres Rodrigo Explosão e Taranta Neto, deixou a música com cara de Mangueira e extraiu tudo que ela poderia lhes dar, enquanto Marquinho Art’Samba e Dowglas Diniz conduziram a comunidade a cantar o tempo inteiro, e no final, já não estando mais valendo, o público também seguia cantando até chegar no Palácio do Samba. Ensaio que mais uma vez mostrou que a escola e a comunidade compraram a briga do samba e querem mostrar suas qualidades na Sapucaí. No mais, casal e comissão de frente mantiveram o bom nível das apresentações anteriores.

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Foto: JM Arruda/Divulgação Mangueira

O diretor de carnaval da Verde e Rosa, Dudu Azevedo, se disse contente e avaliou como positiva a evolução dos quesitos do último ensaio para este.

“A gente evoluiu muito no quesito evolução do último ensaio para esse a todo ensaio a faz uma reunião no barracão com as lideranças pra que a gente possa corrigir os erros que a gente encontra nos ensaios. E a gente já até bateu um papo agora no final aqui avaliando esse ensaio e a gente corrigiu muita coisa até do último ensaio pra esse. A gente está bem próximo daquilo que a gente precisa fazer em determinados momentos do desfile. Estamos felizes com isso, conseguimos acertar aquilo o que houve do último ensaio pra cá”, entende o diretor.

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Dudu também ressaltou o trabalho integrado entre carro de som, direção musical e bateria. “O carnaval hoje é muito técnico e a Mangueira tem aquele jeito da emoção. Só que aí você trabalha com profissionais tão dedicados, com pessoas que tecnicamente buscam sempre beirar a perfeição. A gente vê a a técnica, a gente o profissionalismo dessa bateria e o julgamento de tudo hoje olha muito também para técnica do canto. Muitas vezes, a gente até já está satisfeito, mas eles não, querem mais, buscam a perfeição, é bom termos esse combo de bateria, carro de som e direção musical”, finaliza o profissional.

Comissão de frente

Comandados pela dupla Lucas Maciel e karina Dias, os componentes desta vez, até pelo calor, vieram menos caracterizados do que no ensaio anterior, utilizando de bermudas e camisetas da escola. A coreografia variava entre movimentos de uma falange unida em que todos os integrantes faziam o mesmo movimento e, em outros momentos, a coreografia apresentava os bailarinos fazendo movimentos solos.

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No geral, assim equipe trouxe uma coreografia bastante intensa que procurava muitas vezes pontuar trechos do samba e tinha como grande ponto alto, quando na segunda do samba, que citava mais a questão da identidade e da ligação dos povos bantos com a comunidade da Mangueira e demais favelas do Rio de Janeiro, quando todos os componentes erguiam o punho para o alto, sendo aplaudidos pelo público. Karina e Lucas a todo momento, como é característico, quando acontecia a apresentação para as cabines simuladas, os coreógrafos incentivavam e davam alguns pontos de referência para os componentes.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Matheus Olivério e Cintya Santos, dessa vez, estavam com roupas mais leves, mas de forma alguma, menos elegantes, agora em tons mais voltados para o rosa. O casal apresentou uma coreografia que é bem típica da característica da dupla, energia mas bem dentro de uma cadência, com preocupação na correção dos movimentos. Matheus é de uma elegância na dança que é louvável e tem movimentos que são muito seus, não se encontra em outros mestes-salas. Já Cintya sempre foi marcada pela sua energia nos giros, mas faz tudo com muita técnica, correção e carisma. E, mais, coloca a suavidade nos momentos em que ela pedida.

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Nesta coreografia apresentada no ensaio, iniciam apresentando e valorizando o pavilhão até iniciarem uma sequência mais coreográfica mais perto do falso refrão do meio do samba, com passos de dança mais correlacionado com o povo banto homenageado no enredo. E, logo, depois, vem uma parte mais energética com rodopios e giros com mais intensidade da dupla. Na segunda parte do samba, totalmente dentro da singeleza da melodia, uma parte com um dançar mais delicado e algumas mesuras. Nesta parte dançam mais juntos. Isso até o ápice e o show de Cintya no “É de arerê” em que a porta-bandeira dá os seus giros mais característicos e que sempre impressionam. No final, no trecho “Sou a voz do Gueto” a dupla faz uma pose em que se valoriza e valoriza o pavilhão relembrando que a mangueira é “Matriarca das paixões” e o “orgulho de ser favela”. Apresentação encerrada com a bandeirada da porta-bandeira, em brilho solo. Muito forte!

Harmonia

Nem precisava o grito de alguns “harmonias” para que a comunidade cantasse. Do início ao fim foi um desbunte ouvir o povo de Mangueira berrando o samba, mais uma vez, o carro de som fez os já tradicionais apagões para que a comunidade cantasse a obra. Em um deles, a bateria ficou de fora do carro de som em pelo menos uma três passadas, com os intérpretes guiando só com alguns inícios de frase. O “é de arerê” era cantado com mais vibração. Já o carro de som mostrou bem entrosado e ensaiado.

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Foto: JM Arruda/Divulgação Mangueira

A direção musical trouxe boas entradas dos cantores de apoio, com vocalizações e respostas claramente bem trabalhadas engates deste ensaio. Dowglas e Marquinhos ficaram a vontade alternando mais força e mais dedicação ao canto propriamente dito com momentos de chamar a comunidade. Todas as entradas e aberturas de voz foram dentro da melodia e do aspecto melódico da obra.

Samba-enredo

O samba entrou no início da temporada 2025 do carnaval sem muito destaque entre os críticos e o público em geral, assim como a obra que fazia homenagem a Marrom em 2024, mas a cada ensaio, a cada atividade da Mangueira vem rompendo barreira, assim como a obra do carnaval passado, e conquistando corações, neste momento, de fora, porque na comunidade e nos segmentos da escola já está mais do que valorizado, como se tem visto nos ensaios. Nisso, é importante citar e parabenizar, além da direção da escola, seis personagens de forma mais retumbante.

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Primeiro, a direção musical formada por Vitor Art e Digão, arrumaram a obra, fazendo que os pontos que mais se destacam se sobressaem e levantando aquilo que não se destacava tanto nas eliminatórias. Depois, mestres Rodrigo Explosão e Taranta Neto fizeram com que a obra ganhasse pressão e tivesse cara de Mangueira. A bateria, mais uma vez, está muito bem encaixada, com bossas dentro do enredo e que só destacam a obra. Por fim, Marquinho Art’ Samba e Dowglas Diniz trouxeram a obra para se tornar agradável não só para eles cantarem, mas toda a comunidade. Tem o samba na mão.

Na obra, destaque para a segunda do samba, em tom menor, diferente da cabeça, quando o assunto se torna mais sério ao falar da valorização dos próprios personagens da comunidade e as dificuldades enfrentadas pelos “herdeiros” dos povos bantos, a melodia ganha profundidade e desagua em um pré-refrão que é belíssimo com “É de arerê, força de matamba/ É dela o trono onde reina o samba”, que prepara para a explosão em “Sou a voz do gueto…”, único “senão” que colocaria é neste mesmo refrão a palavra “dona” de “dona das multidões” que acaba tendo a acentuação um pouco forçada para caber na melodia, mas de resto a obra vem realmente se transformando e tem rendido bons frutos não só para o quesito como para harmonia, evolução e bateria. Rendeu muito, mais uma vez.

Evolução

Evolução ainda é um quesito que a Mangueira precisa dedicar um pouco mais de atenção. Ainda que a fluidez e o ritmo que os componentes evoluíram estava muito bom, com cadência, sem correr, curtindo o samba, em alguns momentos ainda pode-se perceber alguns espancamentos maiores, principalmente, nos deslocamentos entre a ala e o tripé que representava alegoria, esse tempo e esse controle de quando a ala a frente deve andar ou segurar, ainda pode melhorar um pouco mais para não gerar problemas no dia oficial.

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No início, se percebeu uma quantidade maior de alas com coreografia, mas isso não prejudicou a evolução e protagonizou um bonito efeito, principalmente em duas alas em que os componentes vinham de saia. Aliás, alguns adereços interessantes foram vistos nos dedfilantes, com uma espécie de bambolê simulando a saia de fantasias.

Importante destacar que muita gente dançou e sambou, muito pelo excelente ritmo produzido pela bateria, realmente muito gostoso de se ouvir e tornando as “dancinhas” espontâneas, bem dentro do enredo. No final, destacar uma ala que fazia uma coreografia que lembrava alguns “passinhos” de fundo, que brilhavam mais ainda quando a bateria fazia a bossa no ritmo, na segunda do samba.

Outros destaques

Antes do início da apresentação, a escola prestou homenagem com um minuto de palmas para a carnavalesca da Mocidade Independente de Padre Miguel, Márcia Lage, que faleceu no último domingo. O carnavalesco Sidnei França veio à frente da escolar curtindo o ensaio.

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Foto: JM Arruda/Divulgação Mangueira

A rainha de bateria Evelyn Bastos marcou presença com muito samba no pé e sensualidade. Destaque para a ala de xequerês da Mangueira, que já se tornou tradicional na “Tem Que Respeitar Meu Tamborim” por trazer sempre uma linda sonfonia para os ouvidos com suas bossas e um colírio para os olhos com suas coreografias, bom demais. E o momento fofura ficou para uma ala de crianças que vinha no final.

Viradouro incendeia Amaral Peixoto com seu melhor ensaio da temporada para o Carnaval 2025 embalada por samba explosivo

Na vida, há um lema que diz: tudo que é bom pode – e deve – melhorar. E esse lema é levado à risca na Viradouro! Quem prestigia os ensaios de rua da escola no Centro de Niterói já sabe que pode esperar sempre o melhor. Neste último domingo, isso ficou mais uma vez evidente, quando a atual campeã do carnaval carioca incendiou a Avenida Amaral Peixoto com um ensaio que foi, sem dúvidas, o melhor desta temporada.

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Tudo funcionou perfeitamente, criando uma energia de arrepiar. Julinho e Rute mostraram um preparo físico impressionante, brilhando mesmo sob o calor intenso. O samba continua explosivo e na boca da comunidade, que mais uma vez cantou a plenos pulmões, impulsionados pelo talento de grandes nomes como Wander Pires e mestre Ciça.

Em 2025 a Viradouro levará para a avenida o enredo “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos”, desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon. A narrativa homenageia Malunguinho, figura histórica e espiritual ligada à resistência no quilombo do Catucá, em Pernambuco. A vermelha e branca de Niterói será a terceira escola a pisar na avenida no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial. No próximo domingo a expectativa é de mais um show da escola nas ruas de Niterói.

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Fotos: Luan Costa/CARNAVALESCO

Ao final do ensaio o diretor executivo, Marcelinho Calil, falou ao CARNAVALESCO, segundo ele, foi um dos ensaios mais impressionantes realizados pela escola e reafirmou que o bicampeonato é o grande objetivo.

“O que a gente quer é o bicampeonato, toda semana a gente faz ensaios excelentes. Hoje foi o maior ensaio do ano, um dos melhores ensaios da Amaral desde que estou aqui. Coisa de maluco, coisa de maluco o que aconteceu hoje. A escola está pronta nessa parte de consolidação, de escola que quer buscar o título toda hora, todo ano. Obviamente, para o projeto, para o carnaval, temos alguns ajustes. São naturais, é o tempo de maturação. A gente não precisa chegar no ato faltando um mês para o carnaval; a gente vai chegar exatamente na hora certa. Posso dizer a você: a gente nunca esteve tão bem preparado para buscar o título. Sei que temos grandes adversários, e talvez o segredo seja exatamente esse: nunca se acomodar, manter o pé no chão, falar pouco e trabalhar muito. Essa é a Viradouro”, afirmou Marcelinho.

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Comissão de Frente

Sempre cercados de muita expectativa, a comissão de frente dos coreógrafos Priscilla Mota e Rodrigo Nergri marcou presença, mesmo com um contingente de bailarinos reduzidos em comparação a outros ensaios, eles demonstraram o habitual vigor e garra, a coreografia é toda muito forte, com poucos momentos de pausa, o que exige bastante dos bailarinos. Em suas mãos eles carregavam em ramos de folhas que ao tocarem no chão soltavam faíscas.

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Mestre-Sala e Porta-Bandeira

A sensação é de que o tempo simplesmente não passa para Julinho e Rute. A cada dia, a dupla continua encantando e entregando o melhor não apenas para a Viradouro, mas para todo o carnaval. Que sorte a nossa de poder testemunhar tamanha grandeza. No ensaio do último domingo, eles apresentaram a coreografia que será levada ao desfile oficial.

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Todas as marcações de jurados foram cuidadosamente trabalhadas, e as performances beiraram a perfeição. O vigor foi tão impressionante que, em alguns momentos, era difícil acompanhar a quantidade de giros realizados com tanta leveza e precisão. Mesmo sob um calor intenso, o casal presenteou o público com uma dança de tirar o fôlego, reafirmando por que são referência máxima.

Harmonia e Samba

O departamento musical da Viradouro mostra uma sintonia impecável. Desde o carro de som, comandado com maestria pelo intérprete Wander Pires, até a bateria “Furacão Vermelha e Branco”, de nestre Ciça, o que se vê – ou melhor, se ouve – é um espetáculo de encher os ouvidos. Essa harmonia perfeita entre letra e melodia é um dos grandes trunfos da escola, potencializando o canto vibrante da comunidade.

O samba foi entoado a plenos pulmões do início ao fim, com destaque até mesmo para as alas mais distantes do carro de som, que deram um verdadeiro show. A força explosiva do samba ficou evidente em trechos como “Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo”, que incendiou o público. Outros momentos da letra também se destacaram, como o início da primeira parte com “Acenda tudo que for de acender” e a preparação para o refrão: “O rei da mata que mata quem mata o Brasil”. A combinação entre a potência da letra, a melodia arrebatadora e a entrega da comunidade comprova que o samba da Viradouro tem tudo para impulsionar o desfile da escola.

Evolução

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A Viradouro hoje é uma escola pronta para entrar na avenida e entregar um espetáculo de encher os olhos, o componente da agremiação sabe exatamente o que fazer na pista, o momento certo de evoluir, de parar e de se apresentar para o público, e para quem acha que existe uma certa “militarização”, está enganado, o componente da Viradouro se diverte durante todo o tempo, a espontaneidade está presente. Alguns elementos foram utilizados para demarcar o espaço das alegorias no desfile oficial e tudo ocorreu com extrema naturalidade, assim como a presença de algumas alas coreografadas e grupos performáticos que permearam o ensaio. Nenhum problema foi observado, nem mesmo na entrada e saída da bateria do recuo.

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Outros Destaques

A rainha de bateria Érika Januza se fez presente e esbanjou carisma junto ao público, que a ovacionou durante todo o ensaio. Vale destacar também todo o grupo de musas da vermelha e branca. O presidente da Liesa, Gabriel David, marcou presença e acompanhou de perto todo o ensaio.

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Em tom de reencontro, Unidos da Tijuca ensaia na Conde de Bonfim, com o calor pesado do clima e agradável do público

Após 20 anos, a Unidos da Tijuca fez seu ensaio de rua na Conde Bonfim, na mesma Tijuca, no último domingo. A escola do Borel, que atualmente tem realizado seus treinos na Zona Portuária, viveu um clima de saudosismo e reencontro com a raiz de seu bairro. Com forte calor e muita gente na rua para ver o Pavão passar, o destaque deste último ensaio foi a tranquilidade da evolução da escola e a leveza do casal de mestre-sala e porta-bandeira. A Unidos da Tijuca será a primeira escola a desfilar na segunda-feira de carnaval (3 de março) com o enredo “Logun-Edé: Santo Menino que velho respeita”, desenvolvido pelo carnavalesco Edson Pereira.

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O ensaio de rua que tomou ares de reencontro com os moradores dos prédios da Conde de Bonfim, que não viam um ensaio do Pavão do Borel de suas janelas há pelo menos 20 anos. Muitos daquele público dos andares superiores sequer tinham nascido quando Wantuir passou cantando o samba que seria vice-campeão do carnaval. Na pista, nas calçadas, muita gente querendo levar para casa um vídeo desse reencontro ou simplesmente da beleza do samba dos passistas e das musas.

“O presidente Fernando Horta já queria em outros anos fazer essa volta. Aí neste ano, a escola está com uma energia diferente. Aproveitamos o momento e viemos para cá e mês que vem estaremos aqui de novo. Para mim, foi recordar, que já fiz muitos anos de Tijuca aqui. Você vê pela felicidade das pessoas. Tem muito componente que talvez nunca tenha ensaiado aqui. E todos estão felizes”, comemorou o diretor de carnaval Fernando Costa.

Estava muito calor. Mas, isso não foi desculpa para que comunidade não cantasse o samba. Para ajudar que o público e componentes não perdessem o canto ou deixassem de entoar a letra do “Samba da Anitta”, a patrocinadora distribuiu leques com a letra do samba-enredo. Ainda bem que os tijucanos têm a composição na ponta da língua, porque o leque precisou ser usado para a sua função original. Tão quente, que para evoluir bem, era preciso secar o suor do rosto. Sorte que não faltaram ambulantes para refrescar os componentes com bebidas geladas. E eles estavam merecendo, já que se esforçaram para darem à Tijuca, um ensaio de qualidade.

“Sinceramente, achei que teríamos problemas com a quantidade de pessoas beira da pista, mas fluiu legal e não tivemos muitos problemas. Um pouquinho no carro de som, mas no geral foi normal. E sempre tem o que melhorar. A gente filma e assiste. E vai vendo alguns detalhes e consertando”, avaliou Fernando Costa. O problema no carro de som em questão, não afetou o cantar da escola, sustentado o tempo inteiro pela comunidade.

Comissão de frente

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Fotos: Allan Duffes/CARNAVALSCO

O quesito comandado pelas coreógrafas Ariadne Lax e Bruna Lopes apresentou o trabalho que foi estreado no desfile me homenagem ao Dia Nacional do Samba. No número, 11 componentes fizeram os movimentos que terminaram com a abertura da saia do 12º segundo integrante, que representava Logun-Edé. Ariadne contou ao CARNAVALESCO que este é realmente um ensaio de elementos que serão levados para a avenida e que não poderia dar mais detalhes para, segundo ela, não estragar a surpresa. Pelo sincronismo do grupo e pela qualidade da dança apresentada, a dupla de coreógrafas deve ter terminado o ensaio satisfeita. Foi uma ótima apresentação.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

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Integrados com o final da apresentação da comissão de frente, Matheus André e Lucinha Nobre são recebidos pelo componente que representa Logun-edé. A partir disso, começa a apresentação do casal. Já de início a clássica bandeirada da Lucinha, que vai girando até a frente do módulo de jurados. Matheus a acompanha, com passos laterais, mas virado de frente para ela. Durante a apresentação, sincronia em alta e muita suavidade na dança. A coreografia aplicada ao samba é intregrada à dança tradicional do casal, com destaque para os passos executados por Matheus no verso “montei no cavalo-marinho” e no segundo canto do refrão principal, ao final do número. O primeiro casal da Tijuca, no ensaio desta noite, repetiu as ótimas apresentações que vêm fazendo.

Harmonia

Apesar do calor estupendo, ainda que precisaram ensaiar se abanando com o mesmo leque que continha a letra do samba, e mesmo tendo que cantar enquanto secavam o suor do rosto, os tijucanos tiveram um bom canto e o quesito foi bem cumprido. O destaque ficou para as alas que estavam atrás da bateria que cantaram um pouco mais que as alas à frente do time do mestre Casagrande.

Samba-enredo

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A obra de compositores de alto padrão (Anitta, Estevão Clavatta Feyjão, Miguel PG, Fred Camacho, Luiz Antônio Simas, Gustavo Clarão e Diego Nicolau) tem conduzido os ensaios da Unidos da Tijuca sem cair no andamento e nem no canto. A atuação do carro de som faz o samba ser empolgante e a Pura Cadência, bateria comandada pelo mestre Casagrande, permite que a audição do samba-enredo seja ainda melhor. Ainda que o refrão principal seja motivo de agitação das alas, trecho cantado em volume muito alto é o refrão do meio.

Evolução

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Todas as alas possuíam uma coreografia em comum: o abanar de leques. E até que isso deu movimento às elas e deixou a escola com um balançar diferente. As alas tiveram uma passagem correta pela Conde de Bonfim, sem preocupar a direção da escola. A entrada da bateria no recuo foi realizada com extrema tranquilidade.

Outros destaques

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Presente à frente da escola, Juliana Alves foi pura simpatia para atender aos seus fãs que pediam fotos e vídeos a todo momento. Muito querida, a atriz e ex-rainha da bateria da Tijuca, é reverenciada pela comunidade inteira. As alas coreografadas esqueceram que estava muito calor e capricharam na apresentação no ensaio. Com adereços de mãos, elas foram uma empolgação a mais ao longo do ensaio.

Terminado o ensaio saudosista na Conde de Bonfim, o Pavão do Borel volta à Via D1, onde tem feito seus treinos de rua. Estará no local da última noite, de volta em 9 de fevereiro. No próximo sábado, 25, o compromisso é no Sambódromo para o primeiro ensaio técnico da escola. Para o desfile, o diretor de carnaval Fernando Costa disse estar confiante em um grande trabalho.

“A gente vem de resultados não muito bons, tirando 2022, que eu acho que a gente merecia uma coisa bem melhor. Mas a gente não está acostumado a isso. A gente veio de resultados sempre bons. Nesse ano, o enredo, o samba, tudo está fluindo para fazer um desfile maravilhoso. O nosso barracão está maravilhoso. A gente está quase pronto. Faltam alguns detalhes”.

Chão forte faz a diferença! Grande Rio demonstra vigor no ensaio de rua; ‘Foi o melhor da temporada’, diz Thiago Monteiro

A Grande Rio levou seus componentes, no ensaio de rua, na noite do último domingo, para mais uma vez cantar alto o samba da escola pela Brigadeiro Lima e Silva, no coração de Caxias. A Tricolor, novamente, demonstrou em sua apresentação o quanto o samba que levará para a avenida está na ponta da língua de seus integrantes. A agremiação desfilará no inédito terceiro dia de desfiles, sendo a penúltima escola do Grupo Especial a pisar na avenida, na madrugada de terça para quarta de cinzas, levando o enredo”Pororocas Parawaras – As águas dos meus encantos nas contas dos curimbós”, dos artistas Gabriel Haddad e Leonardo Bora.

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Thiago Monteiro, diretor de carnaval da escola, falou ao CARNAVALESCO sobre o que ele observou em mais um ensaio rumo ao próximo carnaval.

“Para mim, hoje foi o melhor da temporada, e é natural, porque cada semana vai evoluindo. Acho que a escola está cada vez mais pronta, preparada, tratando de fazer também ensaios técnicos, principalmente. Eu estou satisfeito, mas hoje eu senti uma maturidade, um passo a mais da última semana. A gente tinha uma escola pulsante, completa e a resposta foi muito positiva”.

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Foto: Ewerton Pereira/Divulgação Grande Rio

O ensaio iniciou com muita emoção do intérprete Evandro Malandro, que homenageou Luizinho Andanças entoando o “arrepia”, parte do grito de guerra do cantor, falecido no último sábado.

“Hoje o dia foi muito especial, puxado pela emoção porque hoje foi um dia após o falecimento do meu pai, padrinho, o cara que, quando eu morava em Friburgo, que eu comecei a cantar no Rio de Janeiro, me deixava dormir na casa dele por muitas e muitas e muitas vezes. A pessoa que me ensinou a fazer show no Rio de Janeiro com uma escola de samba, que me deu a oportunidade de ser o segundo dele. E eu conheci tantas outras escolas através dele, a forma de cantar, a técnica, o jeito de ser, chamado Luizinho Andanças”, afirmou Malandro.

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Daniel Werneck e Taciana Couto realizaram uma apresentação bem entrosada entre ambos, demonstrando toda habilidade do casal. A realização da coreografia seguindo a letra do samba em boa parte dos momentos, apresentando também movimentos mais tradicionais ao longo do ensaio da escola.

Harmonia

A escola de Caxias cantou bastante e bem forte durante o percurso do ensaio de rua, com os componentes demonstrando muita garra, e sempre conduzidos por Evandro Malandro e seu time musical, que guiaram mais uma vez a voz da Tricolor de Caxias no ensaio de rua.

“Foi um ensaio muito puxado pelo lado da emoção, porque eu fiquei muito emocionado. Porque eu me espelhava muito no cantor Luizinho Andanças. Mas acho que a Grande Rio só mostra o quanto ela tem força, o canto tem força, porque mais uma vez brilhou na pista”, disse Evandro Malandro ao final do desfile.

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Foto: Ewerton Pereira/Divulgação Grande Rio

Evolução

O chão da agremiação fez a diferença neste ensaio de rua também no decorrer do treino. Com uma evolução bem forte e atenta às alas para evitar embolação entre as mesmas, e observando o tempo do andamento do ensaio, a escola passou bem pela Brigadeiro Lima e Silva no último domingo.

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Samba-enredo

O hino da escola para 2025 teve um grande desempenho em mais uma atuação enfática de Evandro Malandro, que conduziu o samba bem emocionado, especialmente no início do ensaio do último domingo, ao relembrar Luizinho Andanças, seu padrinho musical. Os componentes cantaram os versos com muita energia, tanto os mais bombados como o verso inicial “A mina é cocoriô”, quanto outras partes do samba.

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Outros destaques

A bateria da Grande Riom mais uma vezm deu um grande show sob a regência de mestre Fafá. As passistas da escola também fizeram uma grande apresentação nas ruas de Caxias.

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