Os integrantes da União de Maricá conversaram com o CARNAVALESCO sobre o trabalho na escola para o Carnaval 2025. A expectativa de todos é imensa pela segunda passagem da agremiação no Sambódromo da Marquês de Sapucaí com o enredo “O cavalo de Santíssimo e a coroa do Seu 7”, que é desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira. Na noite da última sexta-feira, após mais um dia de ensaios, os componentes falaram do andamento da preparação para o desfile.
A porta-bandeira Giovanna Justo ressaltou que o ritmo é intenso e que ainda tem tempo para aprimorar mais até a apresentação oficial ao lado do mestre-sala Fabrício. “O trabalho é árduo. É o segundo ano da Maricá na Sapucaí. Mesmo a gente com vários anos de estrada é um trabalho super novo. Está sendo puxado, mas bom. Satisfatório, porque tenho certeza que esse ano será melhor ainda do que o ano passado, que já foi bom. Temos um mês ainda. Ainda vamos melhorar muito até o desfile. Estamos ensaiando muito. Lapidando nossa dança e coreografia que já está pronta. Vamos fazer um belo trabalho”, disse Giovanna.
Júnior Cabeça, diretor de harmonia, apontou o planejamento sério de trabalho para o desfile da União de Maricá em 2025. “O trabalho vem evoluindo de acordo com o nosso cronograma. A escola de propôs a ser muito grande. Contratou grandes profissionais. Todos que já passarem pelo Especial. Isso facilita nosso trabalho. Nossa organização. Estamos cumprindo tudo que foi planjeado. Sempre temos que melhorar. Hoje, já temos 85% das fantasias prontas, a parte de chão da escola é novo, mas forte, muito empolgado e feliz. O canto vem evoluindo a cada dia e isso tem nos deixado confortável em relação ao desfile. A estética temos um carnavalesco (Leandro Vieira) e o canto terá um salto muito grande, melhora muito acentuada”, garantiu.
Mestre Paulo Steves preferiu elogiar a energia dos seus ritmistas da “Maricadência”. “Estou à frente desde 2022 e vejo um crescimento muito grande da bateria. Podem esperar aquele macumbão e um ritmo muito alegre. Estamos indo degrau a degrau. Hoje, eu não troco a energia da nossa bateria por nada”, assegurou o mestre.
O trio de intérpretes, Matheus Gaúcho, Nino do Milênio e Bico Doce, contaram que o samba-enredo de 2025 da União de Maricá já conquistou os componentes. “Vamos fazer um grande desfile. A escola escolheu um grande samba. Está na ponta da língua dos componentes. Vamos fazer um grande carnaval. Temos uma sintonia grande com mestre Paulinho. Ele é um grande amigo, estamos sempre conversando e alinhando o que é melhor para bateria e carro de som”, apontou Gaúcho.
“Estou achando espetacular a escola. O samba crescendo demais. A cada ensaio uma evolução. Podem esperar a Maricá maravilhosa na Sapucaí. O trabalho é sempre para melhor. O samba é realmente maravilhoso. Está na boca do povo”, assegurou Nino.
“O trabalho está andando. A escola está bem. O canto está forte. Temos tudo para fazer a diferença em 2025. O samba está rendendo muito. O samba é fácil. Garanto que o couro vai comer de verdade”, afirmou Bico Doce.
“Solta o bicho! Alô, comunidade! Canta, canta, canta!” Este é o famoso grito de guerra de Anderson Antônio dos Santos, conhecido como Tinga, intérprete da Unidos de Vila Isabel. O cantor iniciou sua trajetória no final da década de 1990, na Vila Isabel. Sua voz já se destacava mesmo quando era apenas cantor de apoio. Foi campeão em 2006 e 2013. Depois, passou pela Unidos da Tijuca, até que, em 2019, fez seu retorno triunfante ao carro de som da sua escola de coração, a Vila Isabel.
O CARNAVALESCO ouviu torcedores da escola sobre o intérprete Tinga e sua importância para agremiação. Maria Lúcia, uma fervorosa torcedora da Vila que desfila desde os 4 anos, acredita que Tinga é excepcional, não apenas por ser o intérprete da Vila Isabel, mas também como ser humano.
“Conheço o Tinga desde a época da Flor da Mina do Andaraí, depois ele passou pelos Herdeiros, e agora está na escola mãe. Tinga é o melhor que temos! A voz da Vila é a do Tinga, não há outra!”, disse Sandra Lúcia, moradora da Vila Isabel.
O intérprete é condecorado com diversos prêmios por sua voz exuberante e seu grito que ecoa por onde passa. Em conversa com o mestre Macaco Branco, ele ressaltou a amizade e admiração que sente por Tinga, considerando-o um grande amigo, irmão e ídolo.
“O Tinga é um irmão, é um ídolo! Ele é mais velho que eu, mas sempre foi uma referência desde que eu sou jovem e ele já integrava o carro de som. É uma das maiores vozes do carnaval, uma referência não só para mim, mas para toda a nossa escola. Tinga vai ficar na história da nossa escola e do carnaval. Que Deus lhe dê muita vida e saúde para continuar soltando o bicho e levando alegria para todos nós da Vila Isabel”, afirmou o mestre.
Sérgio Paulo, torcedor apaixonado, declarou que Tinga é realmente um orgulho da comunidade.
“Desfilo na Vila desde os meus 16 anos, até fui presidente de ala. Fiz uma pausa porque saí do país, mas sempre vi e acompanhei minha Vila Isabel. Sou da época de Marcos Moran e, desde então, vieram muitos intérpretes, mas Tinga é um que realmente se destacou. Ele é um show, um verdadeiro orgulho da comunidade!” disse Sérgio Paulo, de 65 anos.
A componente Sandroca resume o que todos sentem por Tinga, afirmando que ele é a alma e o coração da escola.
“O Tinga é a alma e o coração, por isso estou aqui! Tive um tempo afastada dos desfiles, mas neste ano estou de volta porque a Vila vai pegar fogo e só dará a gente”, concluiu Sandra Maria, conhecida como Sandroca.
Com um sorriso no rosto, Tinga revela que a Vila Isabel é sua grande família, o lugar onde tudo começou, e sente-se orgulhoso disso.
“Aqui todos nos conhecemos pelo nome, formamos uma verdadeira família. Estou aqui desde a época dos Herdeiros da Vila. Vejo a baiana, que era amiga da minha mãe e do meu pai, a Velha Guarda, que também era próxima deles, e os da bateria que começaram junto comigo na infância. O carinho que sentimos na comunidade é recíproco. Sempre tivemos um pelo outro! Quando dou meu grito de guerra, sinto-me abraçado por eles, e tenho certeza de que eles também me abraçam” declarou Tinga.
As ruas da cidade sorriso serão tingidas de azul e branco neste final de semana. A Acadêmicos de Niterói iniciará seus treinos na Amaral Peixoto neste domingo, a partir das 17h. Após diversos ensaios de canto no Clube Fluminensinho, a agremiação levará sua comunidade e segmentos para aperfeiçoar ainda mais os seus quesitos.
Foto: Gabriel Belmiro/Divulgação Acadêmicos de Niterói
“O ensaio na Amaral Peixoto é essencial para sentirmos como a escola está em relação a harmonia e evolução. Já ensaiamos o canto no Clube e agora é mostrar a nossa força nas ruas. A escola vem para brigar pelo título. Nosso barracão segue a todo vapor, as fantasias sendo fielmente reproduzidas, aguardem a Acadêmicos de Niterói na avenida”, revelou o Presidente Wallace Palhares.
A Acadêmicos de Niterói será a sétima escola a desfilar na Marquês de Sapucaí, no sábado de carnaval, 7 de março. A azul e branca levará o enredo “Vixe Maria”, desenvolvido pelo carnavalesco Tiago Martins.
A Unidos da Tijuca realiza neste sábado seu primeiro ensaio técnico na Sapucaí rumo ao desfile que se aproxima. O treino acontecerá após o ensaio da Unidos de Padre Miguel, primeira escola da noite que iniciará a sua apresentação a partir das 19h. Para o próximo carnaval, a Unidos da Tijuca terá um time renovado na defesa dos seus quesitos: as coreógrafas da Comissão de Frente Ariadne Lax e Bruna Lopes, o carnavalesco Edson Pereira e o diretor de Harmonia, Allan Guimarães. Completam o time os profissionais já consagrados na casa, mestre Casagrande, o diretor de carnaval Fernando Costa, o intérprete Ito Melodia e o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira Matheus André e Lucinha Nobre. A entrada no Sambódromo é franca.
Com concentração marcada para às 18h do lado dos Correios, mesmo lado do desfile oficial, a agremiação não quer perder a primeira oportunidade de ensaiar no campo onde acontecerá o jogo oficial. Carimbada como a escola dos segredos e inovações, a amarelo ouro e azul pavão do Morro do Borel promete mais um pioneirismo no ensaio deste sábado, a ser conferido durante o treino. Participam do ensaio o time completo da agremiação tijucana. Além da presença de sua guerreira comunidade e das três alas comerciais, composições e destaques dos carros alegóricos estarão presentes, assim como o time de beldades femininas entre os setores. A torcida Família Tijucana está garantida na arquibancada do Setor 3 e a DNA Tijucano no setor 2, com suas tradicionais faixas e bandeiras.
Faltando pouco menos de 40 dias para o desfile, e com o barracão em fase final de execução e entrega de fantasias a ser iniciada na primeira quinzena de fevereiro, a escola agora trabalha focada na preparação máxima dos seus componentes em busca da manutenção da nota máxima em harmonia e evolução, melhorando as colocações finais dos últimos anos.
Neste carnaval, a Unidos da Tijuca será a primeira escola a desfilar na segunda-feira, dia 3 de março na Marquês de Sapucaí com o enredo “Logun-Edé – Santo Menino que Velho Respeita”, desenvolvido pelo carnavalesco Edson Pereira, que celebra a história e a dualidade do orixá Logun-Edé, filho de Oxum e Erinlé abordando desde sua concepção e nascimento, passando pelo reconhecimento de sua linhagem, sua educação como guerreiro, seu encantamento na África, seu renascimento no Brasil e o encontro com a escola. O desfile destacará a importância de Logun-Edé na cultura afro-brasileira, sua influência na juventude do Morro do Borel e a conexão entre o tradicional e o moderno.
A Viradouro realizou na noite da última sexta-feira o seu ensaio de bateria no setor 11 do Sambódromo. Sob comando de mestre Ciça, os ritmistas da “Furacão Vermelho e Branco” estiveram presentes, além da rainha Erika Januza, o intérprete Wander Pires, a equipe do carro de som, integrantes da harmonia, o segundo casal Thiaguinho Mendonça e Amanda Poblete, passistas, e algumas alas da agremiação. O primeiro casal, Julinho e Rute, e a coreógrafa Priscila Mota também compareceram a Sapucaí para assistir ao ensaio.
“Psicologicamente é bom, porque nós estamos no campo do jogo, é uma motivação a mais para o componente, e eu tive a bateria quase na sua totalidade. É difícil, às vezes, achar esse momento. É importante proque a gente tem umas coisas para corrigir ainda, é um momento para a gente ver o que está faltando, o que pode para melhorar. Mas o importante, é o clima em si, de carnaval, olha quantas pessoas estão aqui, isso motiva a gente. Já tenho as bossas prontas, as coreografias também estão. Vamos só colocar em prática aqui, o que vamos realizar no dia do desfile”, comentou Ciça ao CARNAVALESCO antes do ensaio começar.
Fotos: Matheus Morais/CARNAVALESCO
Wander Pires falou sobre a importância do esnaio de bateria também para o carro de som a escola e para a agremiação como um todo.
“É muito importante para sentir como é que a gente está, como a escola está, como está a bateria, o carro de som, qual é a função do samba, como é que ele está funcionando. Está maravilhosamente bem, acho que é um pontapé, um grande espelho”, comentou o intérprete.
Dudu Falcão, um dos diretores da escola, citou como o ensaio na Sapucaí é importante para a escola em especial para a ala musical.
“A Viradouro já ensaia muito, o ensaio de rua a gente já tem muito uma sensação do que é o real, do que dá pra fazer, mas é inegável que existe uma energia diferente toda vez que vem para Sapucaí. Trazer parte da escola, principalmente a sua parte musical, que é bateria, carro de som e as alas que vêm coladas nela, faz com que o componente se solte mais, sinta o carnaval chegando de vez. Eu uso sempre uma expressão, que eu chamo de momento de soltar musculatura”.
O diretor executivo, Marcelinho Calil, também comentou a importância do ensaio de bateria no Setor 11 da Sapucaí.
“É um reconhecimento do gramado que a gente chama no futebol. Não que precise, porque todo mundo aqui já está cascudo, mas o fato é que como a gente tem um jogo só, que é uma vez por ano, esse contato prévio há um pouco mais de um mês para o desfile é necessário. A gente dá uma reconhecida, se ambienta, solta a musculatura para poder ir ganhando o corpo cada vez mais. É de fato aproveitar a oportunidade. É um trabalho eficiente, ensaio maravilhosamente bem executado, a gente pôde olhar uma coisinha ou outra que já viemos com essa intenção, de casa, e podemos cumprir fielmente o que a gente se programou. É ir construindo e buscando, para aí sim o gran finale no dia 2 de março, onde eu tenho certeza que a escola vai chegar no seu ápice”, explicou Calil.
Ciça, Wander e Marcelinho também conversaram sobre o papel do carinho da torcida da escola para toda a ala músical e com a bateria da agremiação, e da importância de mestre Ciça.
“Acho fantástico esse carinho. O Ciça dispensa comentários: a experiência, a vivência, o que ele significa para o samba e para o carnaval. Com a pausa, ou melhor, o aviso que o nosso ídolo Neguinho da Beija-Flor deu recentemente de não cantar mais na Sapucaí, a partir do ano que vem, o Ciça passa a ser o integrante de quesito mais antigo do carnaval. Um cara que tem uma vasta e larga experiência no carnaval. A análise do trabalho dele é a melhor possível. A bateria vem ano após ano se aprimorando, buscando a melhor performance, e hoje ela consegue equilibrar perfeitamente uma qualidade musical absurda. Ela adaptou um pouco o andamento nos últimos carnavais. Acho que a gente consegue manter a identidade da bateria da Viradouro, manter a identidade do Ciça e ao mesmo tempo atender também aos julgadores e essa demanda de qualidade musical harmônica que é necessária para uma apresentação obviamente de samba-enredo”, ressaltou Marcelinho.
“Me sinto muito feliz e contente que eu esteja conseguindo atendê-los. Atender a vontade do público, torcedores, escolas, dos meus patrões. Feliz e atendendo a minha expectativa também, graças a Deus”, resaaltou Wander ao comentar sobre o carinho da escola para com ele.
“Isso aqui é maravilhoso, a estrutura que a escola dá para qualquer profissional da Viradouro. Você viu, eu pedi um ensaio aqui. Isso é gratificante. Só tenho que agradecer aos patrões, ao nosso presidente, porque é uma estrutura incrível”, afirmou o mestre Ciça, agradrcendo o apoio da agremiação.
Os entrevistados revelaram também sobre o que esperam do rendimento do samba de 2025, que levará a história e a esperitualidade ao redor de Malunguinho e da jurema, com o enredo “Malunguinho: O mensageiro de três mundos”, do carnavalesco Tarcísio Zanon, sendo a terceira escola desfilar no domingo de carnaval.
“É um samba que tem as duas funções para mim de um samba-enredo, ele atende com perfeição, defesa de quesito, letra e melodia. Além do contexto todo que o envolve uma música, envolve o samba-enredo, que é levar a escola para um grande desfile com a contribuição que ele tem direta para harmonia, e direta e indireta também para a evolução. É um samba que tem o espírito do homenageado. Combina perfeitamente com todas essas ferramentas que a gente vai levar para o nosso carnaval. Espero que ele seja muito bem executado, que a gente consiga ter um grande desfile no dia, que aí sim eu tenho absoluta certeza que a escola vem mais uma vez para brigar pelo título”, sinalizou Marcelinho Calil.
“O samba é excepcional, tem samba que a bateria tem que acgĝjudar, aqui é o contrário. O samba casou com a bateria, a coisa é perfeita. Aqui o samba é um sambaço. Temos o melhor samba do carnaval”, finalizou o mestre Ciça.
“É uma opinião quase que geral da escola, que é um dos melhores sambas nossos nos últimos tempos. Eu não tenho problema em falar isso. É um samba que tem atingido fora da bolha da Viradouro, em todas as pessoas do carnaval. E a expectativa é a melhor possível. Porque é um samba melódico, valente, mexe com o brilho e, principalmente, capturou de fato o espírito do Malunguinho”, disse Dudu Falcão.
“É um grande samba, modéstia a parte, um dos melhores sambas, ou o melhor samba do carnaval. Temos escolas com grandes sambas também, mas o samba da Viradouro, eu tenho viajado ao Brasil, e está na boca do povo, na boca do Brasil. É um trabalho muito grande feito pela direção de carnaval, pela harmonia, pelos patrões, pela escola. Espero tudo do samba”, falou, confiante, Wander Pires.
A corte para o carnaval paulistano de 2025 está formada! Na noite da última sexta-feira, véspera do aniversário da cidade de São Paulo, a São Paulo Turismo (popularmente conhecida como SPTuris), empresa oficial de turismo e eventos da cidade, realizou a eleição para os cargos de maior destaque na folia do município. Com direito a uma integrante que já estava dentre as selecionadas em 2024 (Bruna Negreska, da Tom Maior, novamente eleita primeira princesa), as demais escolhidas foram Arie Suyane (rainha, da Imperatriz da Pauliceia) e Gabi Evaristo (segunda princesa, do Vai-Vai). O Rei Momo do ano é Sandro Camargo, do Vai-Vai.
Mesmo com um final de tarde e começo da noite caóticos na Grande São Paulo por conta de uma tão tradicional tempestade de verão e com as ainda mais tradicionais enchentes, o CARNAVALESCO esteve presente na ocasião, realizado na Fábrica do Samba Deolinda Madre, e traz todos os detalhes do evento.
Quesito a quesito
Tal qual um desfile de escola de samba, algo tão tradicional para todos os envolvidos no evento, a eleição não se deu por mera casualidade. Todos os candidatos foram avaliados em uma série de temáticas.
Após uma abertura musicalizada e com muita dança dos candidatos, todos sorridentes e interagindo entre si (o que incluiu a corte eleita no último ano), as candidatas participaram do quesito Simpatia e Estética Corporal. Apresentadora da eleição, Patrícia Liberato começou a apresentar, uma por uma, as postulantes. Depois, dois quesitos em que participantes de ambos os sexos mostravam seus talentos: Comunicação e Elegância e Simpatia e Samba no Pé – este último com ritmistas da “Ritmo Puro”, bateria da Mocidade Alegre, que executavam partidos-alto e sambas-rasgados.
Fotos: Gustavo Lima e Will Ferreira/CARNAVALESCO
Em cada um deles, os participantes eleitos começaram a se destacar. Ariê mostrou muita segurança e contava com uma torcida bastante participativa; Bruna demonstrou personalidade com a experiência adquirida em 2024; Gabi teve entradas triunfais (no quesito Comunicação e Elegância, com uma indumentária afro antes de revelar um vestido preto com detalhes de ancestrais; em Simpatia e Samba no Pé, ela trouxe um figurino cheio de leds) e Sandro cativou a todos com o sorriso e com o bailado.
Aqui, também vale destacar alguns outros participantes: Magali Alves, do Barroca Zona Sul, interagiu com fluidez com o público por ser a musa da Ala Musical da verde e rosa; Juliano Maximiano apostou na defesa dos direitos LGBTQIA+; Valter Gonçalves, da Unidos de São Lucas e Papai Noel profissional, demonstrou muita personalidade ao discursar e vir com uma fantasia preta de Papai Noel; Tati Silva, da Camisa 12, focou em um discurso forte.
Enquanto a decisão não saía, destaques
Ao final de todos os quesitos, os jurados se retiraram para uma área VIP e a organização do evento convocou outros bambas. A Embaixada do Samba Paulistano, representada pela presidente Laura Ísis (popularmente conhecida como Laurinha), apresentou o casal de Cidadão-Samba e Cidadã-Samba de 2025: Jorge Luiz de Oliveira, o Jorginho Saracura, do Vai-Vai; e Vera Lúcia Monteiro da Silva, a Tia Vera, da Prova de Fogo.
Após um show da Embaixada, chegou a vez de parte da corte mirim do carnaval sambar com a Ritmo Puro. Pouco depois, a rainha da corte de 2024, Jennifer Weida do Nascimento, da Mocidade Unida da Mooca, falou sobre a sua trajetória e sobre a importância do cargo que ocupa.
Palavra dos eleitos
Sempre o momento mais aguardado do evento, pouco a pouco era conhecida a nova corte do carnaval paulistano – e todos eles foram ouvidos pela reportagem do CARNAVALESCO. O primeiro a ser anunciando foi o Rei Momo: “É um sentimento muito bom, é muito gostoso estar aqui e sair coroado como o Rei Momo do carnaval 2025. Estive aqui ano passado, tive alguns problemas na comunicação… mas eu me preparei, analisei os pontos altos e os pontos baixos do concurso do ano passado. Eu vim mais preparado, consciente do trabalho que eu tinha que fazer, sempre respeitando os meus amigos que concorreram comigo. Graças a Deus o título veio! Eu estou muito feliz com essa conquista. É uma sensação indescritível, até porque eu me preparei esse ano todo para chegar aqui e conseguir superar o segundo lugar do ano passado. Fui com muita calma, muita perseverança e deu certo. Agora é evento atrás de evento. A responsabilidade é dobrada”, destacou Sandro.
Sobre a disputa em 2024, ele mostra a sabedoria de um Rei Momo: “Quando eu saí daqui em 2024, eu não saí frustrado. Eu saí tirando isso como um ensinamento. Ali eu falei que preciso olhar primeiramente tudo o que aconteceu para que eu possa me preparar e estar aqui novamente. Eu fui analisando tudo. Foi um ano de preparo de samba, de comunicação. Eu já tinha a ideia em fevereiro da roupa que eu iria desfilar, que eu ia fazer a minha passagem para o samba”, revelou.
Depois, a segunda princesa foi revelada. Com uma participativa torcida do Vai-Vai (que também fez festa por Sandro), Gabi declarou: “É uma sensação indescritível! É muito difícil descrever a sensação de estar nesse palco fazendo esse show para a nossa comunidade do samba. Só quem participa e tem a coragem de participar consegue sentir isso. A gente fica feliz porque foi um trabalho muito bem feito. Eu estou muito feliz pelas candidatas, os candidatos são maravilhosos e eu quero aproveitar muito essa corte ao máximo”, pontuou.
Sobre o caminho para a faixa, Gabi destacou a força mental: “É um processo muito longo. Quando você vai se preparar para o concurso, eu falo que esse processo começa na nossa mente. Depois, a gente vai materializando aos poucos. Foi isso que aconteceu comigo. Eu pensei e fui materializando até chegar aos concorrentes nesse palco”, comentou.
A primeira princesa, novamente, é Bruna Negreska – que, ao receber a faixa, comemorou muito com os participantes da corte de 2024: “Estar na corte e representar o carnaval, o sambista, já é um privilégio. Independentemente da posição, porque só nós sabemos como é difícil estar em cima desse palco, encarando os nossos desafios. É o mesmo gostinho do ano passado, com certeza! É um novo ciclo que se inicia, com outra corte, com o Sandro, com a Ariê queridíssima, com a Gabi Evaristo. Vai ser um outro ciclo, são outras pessoas e vai ser uma nova energia nesse novo ciclo”, destacou.
Quando perguntada sobre um momento de destaque no evento, Bruna se soltou: “O pessoal do meu ateliê… eles são bem loucos! Uns seis meses atrás, eles me perguntaram se eu tinha vontade de voltar. Eu falei que eu tinha vontade, até porque o ano passado eu fiquei a apenas um ponto de diferença da rainha. Disse que queria ir de novo e estou aqui, muito feliz, já que continuo primeira princesa da corte de São Paulo”, comemorou.
Por fim, Ariê foi coroada rainha com mais uma torcida bastante participativa e com absoluta admiração e respeito de todos os presentes: “Ser rainha é representar o samba no pé do carnaval paulistano. É um sonho desde criança, eu desfilo há 18 anos sendo que eu tenho 22. É uma trajetória que começou desde pequenininha e é um sonho que está no meu coração desde cedo. Tudo isso é realização do meu sonho. Saber que eu realmente consegui. Sonhei e hoje estou realizando”, disse, com toda a pinta da realez que ocupa.
Ela também aproveitou para destacar todos que torceram por ela na eleição: “Eu tive uma torcida muito forte. A todo momento, a minha torcida fez com que eu me colocasse, pensasse, me desse mais confiança de estar nesse lugar. Não tem um momento específico: em todos os momentos a minha torcida foi necessária para mim, porque foram eles que me impulsionaram a ir além”, destacou.
A temporada mais desejada por todo sambista está prestes a começar! Vem aí o pré-carnaval preferido de todo amante de escola de samba: ensaios técnicos. Os times principais treinando diretamente no campo de jogo. Um evento popular que caiu nas graças do carioca e tem sido um verdadeiro marco no mundo do samba. São baterias completas apresentando seus ritmos ao povão. O efeito da catarse popular de uma paradinha poderá ser medido, assim como será possível avaliar o completo encaixe entre samba, harmonia de cordas e bateria na acústica ideal da pista.
As agremiações do Grupo Especial dessa vez farão os ensaios aos sábados, com prenúncio de casa cheia e bastante interação popular. São aguardados ritmos consistentes e já consolidados, pois a profunda excelência cultivada ao longo dos anos vem garantindo resultado. No grupo de acesso, embora os trabalhos também caminhem para o nível de excelência, a própria cultura de dificuldade de ensaios com grande contingente gera empecilhos no desenvolvimento musical.
Os ensaios técnicos para as baterias do acesso são primordiais. São neles, invariavelmente, que as baterias reunirão seu maior quórum até então. Os treinos servirão, sobretudo, para que os ritmistas se desenvolvam em conjunto, buscando um toque que ressoe de forma equilibrada. O grau de desafio para as escolas do Acesso acaba sendo maior. Entretanto, a responsabilidade das baterias do grupo principal está longe de ser pequena, muito pelo contrário.
Existe de forma evidente uma tendência ao pré-julgamento nas baterias do Especial. O que é até certo ponto injusto, pois se trata de um ensaio. Mas é inegável o fato de que os ensaios técnicos têm servido cada vez mais de base ao menos para uma avaliação preliminar do ritmo que vai passar pela Avenida.
As bossas, cada vez mais elaboradas, também serão muito aguardadas. O processo de criação musical das paradinhas dos ritmos cariocas passa por uma era que tem gerado inclusive reflexões. As idéias, por vezes tão geniais e atreladas ao enredo, também esbarram em um nível cada vez mais alto de dificuldade e complexidade. Um exemplo disso tem sido o floreado do tamborim, que tem sido bastante utilizado no arranjo das bossas feito por caixas de guerra. Esse movimento musical certamente contribui para a própria evolução rítmica dos caixeiros envolvidos. Mas também pode acabar acarretando num grande acúmulo de informações musicais para um trecho melódico de métrica relativamente pequeno.
É importante, por exemplo, que se cante o samba de forma fluída enquanto se elabora bossas, garantindo que a própria harmonia será impactada de modo benéfico com o arranjo proposto.
Os ensaios técnicos permitem uma boa avaliação de tudo que está em excesso. É determinante que os mestres e suas diretorias de naipes avaliem criticamente como foram as execuções das convenções e paradinhas. E se existem ajustes que podem ser feitos, não só para simplificar e limpar o toque, mas principalmente para contribuir positivamente com o canto de toda a escola, enquanto o ritmo é executado, acompanhando o samba-enredo e suas nuances melódicas. Por maior que seja o show da bateria, o samba nunca deixará de ser a mola propulsora principal da base musical do espetáculo. A bateria encanta e sacode enquanto acompanha musicalmente, mas é o samba-enredo que levanta o povo e faz a mágica acontecer!
Outra questão musical que poderá ser evidenciada é como a parte da frente do ritmo se encontra cada vez mais refinada. As chamadas peças leves (tamborins, chocalhos, cuícas e agogôs) têm produzido trabalhos em franco desenvolvimento. Obviamente, a questão da complexidade e dificuldade de execução merece uma reflexão crítica mais aprofundada, papo que ficará para uma coluna posterior, pois essa segue a linha de análise mais geral e não específica. Mas, de uma forma ou de outra, será possível perceber que os agudos estarão com trabalhos cada vez mais caprichados e elaborados, principalmente os naipes de tamborim e chocalho. Outra constatação que também envolve o apuro do nível técnico é a participação dos surdos de terceira em convenções e paradinhas. É nítido o quanto o instrumento tem servido de base rítmica nas elaborações que exigem certo grau de refino musical. Mas assim como chocalhos e tamborins, excessos não só podem, como devem ser evitados.
Que a excelência rítmica das baterias cariocas cative o povo que comparecerá ao Sambódromo para curtir os ensaios técnicos. Que mestres, diretores e ritmistas brindem o público, além de toda imprensa carnavalesca com inúmeros sacodes. Que os aprendizados ao longo do percurso não sejam simplesmente esquecidos e sim usados em prol do desenvolvimento musical na reta final do trabalho. Que os ajustes necessários para o desfile oficial sejam realizados, proporcionados exatamente pela chance de ver a bateria completa na pista da Sapucaí. Que entre erros e acertos, saibamos extrair o que de melhor e mais genuíno produzimos dentro do carnaval carioca: o autêntico ritmo que representa a musicalidade da cidade dentro do maior espetáculo da Terra. Batuquemos!
A RioLuz realiza, desde o início desta semana, os testes, preparativos e ajustes da iluminação cênica da passarela do samba para o Carnaval de 2025. O primeiro ensaio técnico, que acontece neste sábado, a partir das 19h, já contará com novos ajustes como simulação dos cenários e testes de redundância. Os alinhamentos de iluminação e os ajustes acontecem até 28 de fevereiro, primeiro dia oficial dos desfiles, com acompanhamento dos lighting designers das escolas de samba.
Para garantir o show de luzes do maior espetáculo da terra, são 511 equipamentos de iluminação de última geração, estrategicamente distribuídos ao longo de toda a passarela do samba: 114 refletores P10/RGBs, 283 refletores P50/White, 114 moving lights e 3 refletores RGBW. O sistema conta ainda com 24 quilômetros de fibra ótica e 14 câmeras integradas a uma sala de controle, o que assegura total precisão na gestão do espetáculo de luzes. A operação de todo esse aparato fica sob responsabilidade de uma equipe da RioLuz, especializada em grandes espetáculos, instalada em uma sala estrategicamente localizada na avenida. Nesse espaço, um videowall exibe as imagens das 14 câmeras em tempo real, além de um avançado sistema de simulação 3D que permite visualizar e ajustar cada equipamento instantaneamente.
“Durante toda esta semana e até o início do Carnaval, nossos técnicos estarão recebendo os carnavalescos e os lighting designers das escolas do Grupo Especial e do Grupo Ouro, que farão ensaios técnicos a partir do dia 25”, destaca Rafael Thompson, presidente da RioLuz, acrescentando que a iluminação cênica também é testada nos ensaios pré Carnaval. Ele explica que, até o dia 28 de fevereiro – primeiro dia oficial dos desfiles –, haverá uma série de ajustes de programação para garantir que tudo funcione com máxima eficiência quando o público lotar as arquibancadas.
Fora da pista, a iluminação recebeu este ano reforço nas áreas de concentração e dispersão dos desfiles, com a instalação de novos refletores em pontos fundamentais, como o Viaduto 31 de Março, a Central do Brasil e as estações de metrô próximas. Além disso, o número de câmeras de monitoramento no entorno aumentou em 40%, ampliando ainda mais a segurança e o controle do fluxo de pessoas que circulam pela região durante os dias de folia.
A CET-Rio informa que a partir deste fim de semana, sábado e domingo, haverá operação especial de trânsito no entorno do Sambódromo para a realização dos ensaios técnicos das escolas de samba do Carnaval 2025. As interdições ao tráfego de veículos no sábado vão ocorrer a partir das 16h, com término previsto à 0h30 de domingo. Já para os ensaios da noite de domingo as interdições serão das 15h às 23h.
As condições do trânsito serão monitoradas quanto a eventuais impactos e, se necessário, os tempos semafóricos serão ajustados para melhorar a fluidez nas rotas alternativas e nos principais corredores de tráfego da região. Agentes de trânsito da Guarda Municipal e da CET-Rio também orientarão os motoristas nos dias do evento.
Principais interdições
Sábado, das 16h até 0h30 Domingo, das 15h às 23h
– Avenida Presidente Vargas, pista lateral, sentido Candelária, entre a agulha localizada após a Rua Carmo Neto (altura dos Correios) e a Rua de Santana
– Rua Benedito Hipólito, entre a Rua Carmo Neto e a alça de descida da Avenida Trinta e Um de Março
– Rua Afonso Cavalcanti, entre a Rua Amoroso Lima e a Rua Carmo Neto
– Rua Haroldo de Andrade, entre a Avenida Presidente Vargas e a Rua Benedito Hipólito
– Rua Comandante Maurity, entre a Rua Benedito Hipólito e a Rua Júlio do Carmo
– Rua Presidente Barroso, entre a Rua Júlio do Carmo e a Rua São Martinho
– Rua Júlio do Carmo, entre a Rua Carmo Neto e a Rua Marquês de Sapucaí
– Avenida Salvador de Sá, entre a Rua Frei Caneca (via junto ao BPChoque) e a Travessa 11 de Maio
– Alça de descida da Avenida Trinta e Um de Março para a Avenida Salvador de Sá e o respectivo retorno
– Via de ligação da Rua Frei Caneca, paralela à Praça da Apoteose, para a Avenida Salvador de Sá
Desvios
Sábado, das 16h até 0h30 Domingo, das 15h às 23h
– Os veículos provenientes da Avenida Presidente Vargas em direção ao Túnel Santa Bárbara deverão adotar o seguinte percurso: Rua Carmo Neto, Rua Heitor Carrilho e Rua Frei Caneca até o acesso ao Viaduto 31 de Março
– Os veículos provenientes do Centro e da Lapa, com destino à Tijuca e Avenida Brasil, serão desviados pela Rua Frei Caneca em direção ao Viaduto 31 de Março, onde deverão usar a alça de acesso à Avenida Presidente Vargas. Aos motoristas que estiverem nessa rota, a recomendação é seguir pela Praça da República ou pela Rua de Santana, a fim de que possam acessar a Avenida Presidente Vargas antes do trecho impactado pelo evento.
Inversão de mão de direção
Sábado, das 16h até 0h30 Domingo, das 15h às 23h
O trânsito da Rua Afonso Cavalcanti será desviado para a Avenida Presidente Vargas, por meio da Rua Amoroso Lima, que terá a mão de direção invertida neste trecho.
Proibição de estacionamento
Os motoristas deverão estar atentos à sinalização de proibição de estacionamento, principalmente nas seguintes vias:
– Rua Amoroso Lima, entre Rua Afonso Cavalcante e a Avenida Presidente Vargas
– Rua Carmo Neto (toda extensão)
– Rua Heitor Carrilho (toda extensão)
– Avenida Marquês de Sapucaí (toda extensão)
– Rua Frei Caneca, entre a Rua Heitor Carrilho e o Túnel Martim de Sá
– Avenida Presidente Vargas (toda extensão)
– Rua Benedito Hipólito (toda extensão)
– Rua Afonso Cavalcanti (toda extensão)
– Rua Júlio do Carmo, entre a Rua Carmo Neto e a Rua Marquês de Sapucaí
– Rua Presidente Barroso, entre a Rua Júlio do Carmo e a Rua São Martinho
– Rua Haroldo de Andrade (toda extensão)
– Rua Comandante Maurity (toda extensão)
Recomendações importantes
– Para a chegada e saída ao evento, é recomendado a utilização do transporte público de alta e média capacidades, como os ônibus, trem da Supervia, metrô e o VLT
– Não haverá estacionamento dedicado ao evento, portanto, é importante que todos os motoristas respeitem as proibições de estacionamento e demais sinalizações na região e as orientações dos agentes e apoiadores de trânsito
– Todos os pedestres só deverão realizar a travessia das vias nos locais sinalizados, como as faixas de pedestres e observando sempre as orientações dos agentes de trânsito
A Unidos da Tijuca realizou, na última quinta-feira, mais um ensaio de rua rumo ao Carnaval 2025, o último antes da tão aguardada apresentação na Sapucaí, que acontece no próximo sábado. A comunidade tijucana reafirmou seu papel como o maior trunfo da escola na busca por dias de alegria no carnaval carioca. Durante o ensaio, mais uma vez, a presença vibrante da comunidade e sua felicidade com o enredo e o samba escolhidos foram evidentes.
O ponto alto da noite foi o canto das alas, que manteve intensidade do início ao fim, mesmo com o ritmo mais cadenciado característico da agremiação. Ainda assim, a energia permaneceu elevada durante todo o ensaio. A bateria “Pura Cadência”, comandada por mestre Casagrande, foi essencial para garantir a fluidez e a leveza do ensaio, dando à escola o suporte perfeito para sua evolução.
Em 2025, a agremiação do Borel levará para avenida o enredo “Logun-Edé: Santo Menino que velho respeita”, que narrará a história do orixá filho de Oxóssi e Oxum. A autoria do enredo é do carnavalesco Edson Pereira, que faz sua estreia na escola. A azul e amarela será a primeira escola a desfilar no segundo dia de desfiles do Grupo Especial. O próximo ensaio da agremiação será sábado, na Marquês de Sapucaí.
Ao final do ensaio, o mestre de bateria, Casagrande, destacou ao CARNAVALESCO sua análise sobre o treino. O mestre destacou a alegria que foi ter ensaiado na Tijuca no último domingo e pontuou que a comunidade está empenhada em realizar um belíssimo ensaio na Sapucaí.
Foto: Luan Costa/CARNAVALESCO
“Domingo nós fizemos um ensaio ensaio na Conde de Bonfim que mexeu muito comigo, mexeu muito o meu emocional depois de 20 anos e a gente tá lá e a gente saber que a escola tem uma grande comunidade. Aquilo foi muito emocionante, o bairro todo da Tijuca com o morro do borel que desceu em peso e eu tava até conversando antes com o nosso presidente, a gente fazendo uma avaliação, foi sensacional. A escola tá cantando muito, o carro de som pegou a métrica do samba, então eu acho que agora é pé no chão e fazer o que a gente sempre faz, tocar pra escola, um menos é mais, três bossas encaixadinhas dentro da melodia do samba, agora a gente vai pra Sapucaí pra tudo certo se Deus quiser no sábado”, disse o mestre.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Lucinha Nobre e Matheus André, demonstrou grande segurança ao longo de todo o ensaio. O vigor físico da dupla impressionou, assim como a sintonia entre eles. Matheus e Lucinha ocuparam toda a rua com presença e carisma, deixando claro o quanto estavam satisfeitos com o resultado da apresentação.
Foto: Marielli Patrocínio/CARNAVALESCO
Na coreografia, um momento especial merece destaque: durante o refrão central do samba, eles simulam as ondas do mar e o cavalo-marinho, criando uma imagem poética e de fácil identificação. Além disso, a performance contou com a já tradicional e icônica “bandeirada” da porta-bandeira, um elemento que chama atenção do público.
Harmonia e Samba
Elogiar a bateria “Pura Cadência”, de mestre Casagrande, é como chover no molhado, mas sempre vale reforçar a excelência do trabalho dos ritmistas, que agregam imensamente à escola. No ensaio desta noite, foram apresentadas três bossas – as mesmas que estarão no desfile oficial – todas executadas com maestria, destacando a maior característica da agremiação: a cadência. Em nenhum momento houve atropelos ou correria, e o entrosamento com o carro de som foi preciso, proporcionando a base ideal para que a comunidade cantasse o samba de forma coesa e uniforme.
Embora os momentos de explosão tenham sido pontuais, o ritmo permaneceu constante, assim como a empolgação da escola. Um destaque especial vai para o refrão central: “Oakofaê, odoiá, Oakofaê, desbravei o mar, Não ando sozinho, montei no cavalo-marinho, Abri caminho pro povo de Ijexá”. Durante o ensaio, foi notada uma inconsistência técnica no carro de som: em alguns trechos, um chiado forte acompanhava a voz de Ito Melodia. No entanto, o problema foi resolvido na segunda metade da apresentação, permitindo que o ensaio fluísse com mais tranquilidade até o final.
O mestre Casagrande explicou detalhadamente as bossas apresentadas, para ele, o diferencial da bateria Tijucana será realizar o toque do Aguerê somente com os instrumentos da própria bateria, sem a inserção de novos.
“São três bossas do samba: uma na cabeça do samba, um no refrão do meio, outra na segunda do samba. E interessante também, que as pessoas que vão estar lá para que entendam é que o Refrão do meio a gente toca Ijexá, a gente toca pro santo e a segunda que é a minha, que é de Oxóssi, é o toque de Aguerê. O legal é que a gente vai fazer com os instrumentos que eu consigo da bateria, isso que é importante. Quem ouvir, as pessoas que entendem de bateria, entendem de carnaval, entendem de melodia, vai entender que a gente tá fazendo esse histórico: primeiro na cabeça do samba que a gente fala que é a cabeça do santo, bate pro santo, pra Logun Edé na cabeça do samba, depois o Refrão do meio que a gente faz o Ijexá e na segunda do samba que a gente fala que é o toque do Aguerê, que aí na frase “amarelo ouro e azul pavão”, foi uma sacada muito boa que a gente tem e é o que a gente tá fazendo. Quando se fala em ousadia e criatividade, a gente tá fazendo. A gente tá ousando, tocando com os nossos tambores da pura cadência”, pontuou.
Evolução
Neste pré-carnaval, a escola tem mostrado uma energia mais leve, impulsionada tanto pelo enredo escolhido quanto pelo samba, que se refletem claramente em cada ensaio de rua. Na noite desta quinta-feira, não foi diferente: a comunidade mais uma vez marcou presença e evoluiu de forma descontraída, fluida e descomplicada. O ensaio durou pouco mais de uma hora e transcorreu sem correria ou interrupções significativas, cada componente demonstrou total preparo, sabendo exatamente o que fazer em seu papel.
Outros Destaques
Na ausência da cantora Lexa, que se afastou do cargo de rainha devido à sua gravidez, a porta-bandeira Lucinha Nobre assumiu o papel de interagir com os ritmistas durante o ensaio. Após cumprir suas apresentações com maestria, ela foi até a bateria e permaneceu até o final, esbanjando energia. Com muito carisma, a artista sambou, brincou e mostrou que o cansaço não tem vez. A comissão de frente não esteve presente durante o ensaio.