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Parceria de Diego Nicolau vence e declara: ‘Arma do Império da Tijuca em 2020 é a poesia’

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Por Alberto João, Daniela Safadi e Lucas Santos. Fotos: Magaiver Fernandes

O Império da Tijuca definiu seu samba-enredo para o Carnaval 2020, na madrugada deste domingo, na quadra da Unidos da Tijuca. A parceria vencedora é composta pelos compositores Diego Nicolau, Tinga, Pixulé, Braguinha, James Bernardes, Jota e Tem Tem Jr. A escola do morro da Formiga será a última a desfilar no sábado de carnaval, pela Série A, com o enredo “Quimeras de um eterno aprendiz”, do carnavalesco Guilherme Estevão.

“O que fez a diferença foi a união dessa parceria que ganhou aqui pelo segundo ano seguido. Esse samba é uma obra de arte. E essa parceria é uma verdadeira família. Não é a toa que somos bicampeões. Não é uma parceria não, é uma família”, disse o compositor Tem Tem Jr.

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“A emoção é de como se fosse o primeiro. Hoje estou ganhando aqui no Império pela quarta vez. Essa parceria fez por merecer. O samba é lindo e vai abençoar o Morro da Formiga a retomar o seu lugar de escola educativa, passando conhecimento e sendo respeitada”, comentou o compositor Jota.

Na semana passada, a escola teve sua final de samba cancelada pela Polícia Militar por falta de alvará para realização do evento na quadra da Alegria da Zona Sul. Dessa vez, tudo ocorreu na mais perfeita ordem, embora, o público tenha sido menor, já que no mesmo horário a Mocidade Independente de Padre Miguel estava escolhendo seu samba-enredo. Antes da final, a escola realizou a final do concurso da musa da comunidade. Anna Karolina Carvalho foi a vencedora.

‘A gente está trabalhando com o luxo do lixo’, diz presidente

Em entrevista ao site CARNAVALESCO, o presidente Tê falou da crise financeira na Série A, o possível apoio do governador Witzel e a nova direção da Lierj.

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“O carnaval do Rio de Janeiro hoje está sendo tratado com pouco caso. Certamente, o Império da Tijuca vai fazer desfile. Aqui faço um planejamento, quando acaba o carnaval já começo o planejamento do novo enredo. Já entregamos os protótipos e os ateliês já estão funcionando. A gente está trabalhando com o luxo do lixo”, disse o presidente, que ainda completou.

“A única saída do carnaval vai ser o nosso governador. Sobre a nova administração da Série A, a gente tem que apoiar. A gente não pode julgar sem ela ter concluído seu trabalho. Quem sabe a gente não tem novidades?”.

Para o diretor de carnaval, Luan Teles, o Império da Tijuca vai manter sua estrutura de desfile, seguindo o que foi proposto pela direção da Lierj para todas agremiações.

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“Vamos com três carros sendo um acoplado e mais um tripé. As pessoas vão lá para assistir ao espetáculo e se a gente diminuir não é legal”, disse o diretor que considera o samba-enredo fundamental para o sucesso do desfile.

“O samba, pra mim, é 80% do desfile. Se tiver um samba bom, bom mesmo, o componente ajuda o trabalho que a gente fez o ano inteiro ficar ainda mais bonito. Prezamos pela obra que a comunidade abraçou”.

‘Ressaltar a edução é importante quando não é valorizada’, diz carnavalesco

Estreando na Série A em 2020, o carnavalesco Guilherme Estevão é o responsável pelo desenvolvimento do desfile da escola no ano que vem. O artista citou estar orgulhoso com a missão.

“O Império é uma escola muito bem estruturada, dentro da realidade do grupo sempre fez desfiles grandiosos. Além disso é uma escola que pode me dar uma liberdade de criação maior. É um privilégio para mim fazer essa estreia aqui. A gente quer ressaltar a educação
em momento social muito importante em que sobretudo a educação pública não é valorizada”.

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Estevão comentou o peso de fazer um desfile da Série A e ainda enfrentar a Imperatriz Leopoldinense e a dificuldade financeiro do Acesso.

“É óbvio que a Imperatriz é a escola a ser batida, mas eu acho que o mais importante é cada escola trabalhar o seu carnaval. A gente começou a trabalhar em junho, única escola do grupo a iniciar o carnaval nesse período, e isso pesa no projeto que estamos fazendo. A escola abraçou algumas coisas que eu implantei, principalmente, neste processo de
compras, quando vamos direto no fornecedor a gente consegue baratear o custo”, explicou.

Bateria vem de homem negro

Ao site CARNAVALESCO, mestre Jordan analisou o desfile de 2019 e revelou detalhes para o desfile de 2020.

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“Foi bem positiva a performance em 2019. Para o ano que vem, vamos levar 240 ritmistas. Com o samba escolhido vamos pensar nas bossas. Já sabemos que a nossa fantasia vai representar o homem negro”.

Intérprete do Império da Tijuca, Daniel Silva, disse que o samba de 2019 tem pagada forte de desfile.

“Atende ao enredo e tem refrão forte. É aquele que bota todo mundo pra cantar e pular o tempo todo, que não dá respiro”, afirmou o cantor.

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Perguntado sobre o julgamento do carro de som e dele no quesito Harmonia, como é feito na Série A, Daniel Silva disse ser a favor.

“Eu acho muito bom porque obriga a gente a se aprimorar mais nas aulas de canto, a ensaiar bastante pra fazer um trabalho de excelência. Eu acho até que tinha que ser
separado. Avaliar harmonia, intérprete, e o carro de som para valorizar também os
músicos. Eles merecem”.

Casal foca nos ensaios fortes para evitar surpresas no desfile

Com a responsabilidade de assumir o posto de primeira porta-bandeira do Império da
Tijuca, Lais informou que os ensaios são fortes para tudo dar certo ao lado do mestre-sala Renan Oliveira.

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“Ensaiamos muito pra não ter problema lá na frente. Fiquei no Império da Tijuca por
três anos como segunda porta-bandeira e quando pensei que meu sonho tinha acabado, que isso nunca ia acontecer, o Tê me liga e me dá esse presente. A escola está me dando toda a estrutura necessária. Estão me dando confiança. Estou gostando de tudo”.

Renan elogiou a parceira e falou da fantasia para o desfile de 2020.

“A gente já se conhecia, mas nunca tínhamos dançado juntos além da cumplicidade na dança, desenvolvemos uma amizade e isso é muito importante também pra gente. Acho muito importante ela já ter sido da escola. Já vimos a fantasia. Gostei, aliás, já já vamos começar a montar a coreografia dentro da proposta da indumentária. Vem coisa boa por aí”.

Como foram as apresentações

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Parceria de Diego Nicolau – Sem a presença do cantor da Unidos de Padre Miguel, Tinga e Pixulé comandaram a apresentação. Exibição forte e segura da parceria com destaque para o verso “minha arma é poesia”. Mister final, Tinga impulsionou o rendimento da obra.
Diversos segmentos mostraram preferência pela parceria.

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Parceria de Cláudio Russo – Segunda parceria da noite ficou devendo uma exibição mais forte. Em nenhum momento, o samba conseguiu conectar palco, torcida e segmentos imperianos.

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A parceria de Valéria Amorim foi a terceira da noite. Emerson Dias conduziu a obra e teve um ótimo rendimento na quadra, inclusive, com a adesão dos segmentos. Ficou claro que a disputaria estaria entre a parceria e a turma de Diego Nicolau.

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Última parceria da noite foi a de Eduardo Katata. Leandro Santos também comandou muito bem o palco. A torcida seguiu forte o canto, mas o restante do público não interagiu.

Acompanhe a cobertura da final de samba da Mocidade

Ouça o samba-enredo da Santa Cruz para o Carnaval 2020 na versão do CD

Compositores: Samir Trindade, Junior Fionda, Elson Ramires e Rildo Seixas

Onde plantei o meu valor
Colhei meus ideais
Vai ressoar o meu tambor
A voz que ecoa dos canaviais

Saudade tenho do meu Cariri
Minha terra onde nasci
E deixei meu coração
O verde admirava da varanda
Era doce minha lida
O suor do meu sertão

Êh muié guerreira
Batiza o meu lugar
A bênção a Padim Padi Ciço
Que se chamou Lampião
“Maria Bunita” da saia rendada
Me ensina menina prendada
A cantor como o Rei do Baião

Oh moça solteira
Oh pau da bandeira iaiá
Oh moça solteira
Pede ao santo padroeiro um sinhô pra ser seu par

Onde versa o trovador
Nasce a fé e alegria
No Araripe o soldadinho
Anuncia um novo dia
Nos altares eu pedi… ao pai
E na fonte agradeci… em paz

Lava a minha alma e cura minha dor
No peito a Santa Cruz do amor

Vou voltar Santo Antônio de Barbalha ilumine essa
Batalha minha gente pede ao céu
Vou voltar Santo Antônio de Barbalha
Ceará tem paraíso em forma de cordel

Vigário Geral apresenta samba e sonha repetir coirmãs que permaneceram na Série A

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Uma das máximas mais cruéis do carnaval nos tempos recentes é aquela de que escolas oriundas de grupos inferiores estão fadadas ao rebaixamento. Na Série A pelo menos não tem sido assim e é apostando nisso que a Acadêmicos de Vigário Geral apresentou seu samba à sua comunidade na quadra na noite desta sexta-feira. A escola quer repetir os feitos de Em Cima da Hora (2014), Rocinha (2016), Sossego (2017), Unidos de Bangu (2018) e Unidos da Ponte (2019), que não caíram após vencerem a Série B no ano anterior. Durante o evento, Egili Oliveira foi coroada rainha de bateria da escola.

O carnavalesco Rodrigo Almeida recebeu a incumbência de com a Vigário Geral buscar essa permanência na Série A, repetindo histórias de sucesso das últimas campeãs da Série B. Almeida conta detalhes do enredo à nossa reportagem e ressalta que a dificuldade financeira das escolas está trazendo o povo de volta para as escolas de samba.

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“O enredo é uma crônica sobre o porque do Brasil não deu certo. Começamos com uma lenda do Eldorado e a partir daí contamos as tramoias, passando pelo barroco mineiro. Terminamos com os contos atuais, os golpes, a questão política. O samba encomendado deixa a gente um pouco tenso, mas como o samba ficou muito bom eu fiquei bastante tranquilo. Eu considero que o maior desafio é pisar na Sapucaí com a escola duas décadas depois. Mas a escola está se preparando muito bem. Colocar carnaval na avenida pela Série A é uma façanha, mas por outro lado é tanta ajuda e garra, que essa dificuldade se torna até esquecida. A falta de dinheiro está trazendo o povo de volta para o carnaval”.

Compositores buscaram linha diferente dos sambas da São Clemente

Uma autêntica seleção de compositores foi convidada pela escola para fazer o samba que a Vigário Geral apresentará em seu desfile no ano que vem. Os 12 poetas escalados: Renan Diniz, Orlando Ambrosio, Richard Valença, Jefferson Oliveira, Fernandes, Domenil, Professor Laranjo, Serginho Rocco, Denis Moraes, Dr. Rodrigo Sampaio, Gigi da Estiva e Carlinhos Ousadia.

Um dos compositores convidados a fazer o samba da Vigário Geral foi Domenil. O experiente poeta, que possui vitórias marcantes pela Mocidade, de onde é presidente da ala, falou ao CARNAVALESCO sobre a primeira vez fazendo samba encomendado em tantos anos de carnaval.

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“Na verdade, eu não gosto muito disso, fui convidado e fiz. É a primeira vez que participo. Chegou o convite da escola e participei junto da rapaziada. Achei o samba muito bom para a escola. A comunidade adorou. Se é melhor pra a escola que assim seja. Cada um é que sabe onde o calo aperta. Agradeço imensamente o convite”.

Richard Valença complementa a opinião de Domenil e aponta que os compositores buscaram outra linha de composição, que não criasse qualquer tipo de semelhança com a São Clemente, que levará pra a avenida um enredo com o mesmo título, mas outra abordagem.

“Tivemos uma preocupação em separar a linha de raciocínio do enredo da Vigário aos sambas da São Clemente. O nosso lado vi pra um aspecto mais sério, uma pegada mais crítica. Eu destaco a maneira que conseguimos desenvolver a cronologia dos contos do vigário. Tem uma crítica intrínseca ao atual governo da prefeitura do Rio. O ponto forte é nosso refrão principal. O samba encomendado te permite uma conversa direta com a escola. Em todo momento recebemos informações para desenvolver. O feedback é o próprio samba. No começo criamos uma opção e eles deixaram claro que a linha deveria ser outra. A escola ficou super feliz”.

Presidente se emociona ao lembrar das duas décadas longe da Sapucaí

Presidente da Vigário há dez anos, Elizabeth da Cunha, a Betinha fala da importância de poder ver a escola novamente na Marquês de Sapucaí, depois de 22 anos. A dirigente entretanto não se esquece das dificuldades e responsabilidades para colocar o carnaval na avenida.

“O sentimento de estar na Série A não tem nem como descrever. Eu estou ainda tão maravilhada e nem acredito. O povo da escola ajudou muito na produção desse evento na quadra. Estou com muita fé. Acredito que viemos para ficar. Já estamos trabalhando muito para um bonito carnaval. O barracão estamos vendo, provavelmente iremos ocupar o antigo barracão do Império da Tijuca, em frente ao Into. Fazer carnaval sem dinheiro eu estou acostumada, desde a Intendente. Agora é Sapucaí, mas graças a Deus estamos adiantados. Um ajuda ao outro aqui. A encomenda foi uma decisão conjunta. Foi uma maneira que encontramos para ajudar a própria escola”.

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O diretor de carnaval Ney Lopes reconhece as dificuldades do carnaval da Vigário, mas afirma que a agremiação realizará ensaios de comunidade normalmente.

“Será um ano bastante desafiador, não apenas por subirmos depois de muitos anos. Temos ciência das dificuldades financeiras, mas em dezembro vamos começar a ensaiar a comunidade. Vamos desfilar com 1.700 componentes. Reforçamos o nosso elenco, trouxemos um casal muito talentoso de São Paulo. Acredito em um grande desfile”, pontuou.

Oriundo de São Paulo, casal estreia no Rio de Janeiro

O mestre-sala Jefferson Gomes é oriundo do carnaval de São Paulo. Primeiro da Mocidade Unida da Mooca, ele conta à reportagem do CARNAVALESCO que a oportunidade de estrear no Rio de Janeiro veio após dirigentes da agremiação carioca o verem dançar no carnaval de Uruguiana. Ele relata ainda que a oportunidade no carnaval carioca era um antigo projeto seu e elogia a parceira, Paula Penteado.

“Fiquei muito feliz com esse convite; Eu venho tentando há muito tempo vir para o Rio. Foi em Uruguaiana que pintou esse convite. Esse era um objetivo meu. A Paula é uma amiga antiga. Nos conhecemos do carnaval de São Paulo, mas nunca havíamos dançado juntos. Quando veio a chance de dançar em Uruguaiana, pensei imediatamente em formar essa parceria com ela. Com o convite da Vigário, decidi repetir essa parceria. Acho que para o casal a diferença é que há uma assimilação mais demorada, pois não houve uma disputa, quele contato com a obra. Mas da mesma forma montamos a coreografia a partir do samba”.

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Paula Penteado, também vem da folia de São Paulo. Porta-bandeira do Vai-Vai, ela se encontrou com Jefferson em Uruguaiana e quando ele foi convidado pela Vigário Geral, prontamente a convidou para repetirem a parceria, que nunca havia ocorrido na capital paulista. Paulinha afirma que seu parceiro é uma pessoa muito determinada.

“Estreando no Rio de Janeiro eu estou bastante ansiosa. A responsabilidade é bem maior, acredito que seja o dobro. Mostrar para as pessoas a sua capacidade e porquê tivemos esse voto de confiança. O Jefferson é um cara muito comprometido. Ele já me escolheu com um objetivo. Além da escola preciso fazer jus à essa oportunidade que ele me proporcionou. Eu me sinto muito protegida e resguardada por ele”, destaca.

Tem-Tem Jr diz que samba tem a sua cara

Tem-Tem Jr. depois de receber sua primeira oportunidade na Série A pela Unidos de Bangu em 2019, vai novamente passar na avenida, agora defendendo as cores de Vigário Geral. Ele revela que o samba tem a sua cara, que nem sempre foi à favor de encomenda de samba, mas que se deixou levar pela qualidade da obra.

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“Agora eu costumo dizer que o sonho era cantar como primeiro cantor. Mas foi em um trio essa minha estreia. Aprendi muito com eles. Agora a responsabilidade é maior, mas a vontade é gigante. A realização de um sonho de 12 anos, passa um filme pela minha cabeça. Eu tenho muita humildade e sei do talento que tenho, com os pés no chão. Eu acho que a gente ser julgado no quesito harmonia pede um capricho e uma atenção maior. Vou mostrar o que sei fazer e tenho certeza que muita gente espera isso. Sapucaí é diferente. No início eu era contra encomenda, sempre participei de disputas. Mas quando escutei o samba fiquei muito feliz. É uma linha que tem a minha cara. A galera da caneta foi muito feliz”.

Escola repete aposta no jovem Luygi para a bateria

O mestre de bateria que foi um dos responsáveis por um dos melhores momentos da Vigário Geral em seu desfile campeão na Intendente Magalhães este ano vai receber sua primeira oportunidade na Sapucaí este ano. Ele chegou a dividir o comando da bateria da Unidos da Ponte com Vitinho, mas não foi para o desfile. Luygi agradece a oportunidade e fala da boa safra de mestres da nova geração.

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“Eu acho muito importante essa valorização de nós que somos mais jovens. Vigário é uma escola de comunidade, estamos ensaiando forte. A intenção é deixar uma excelente impressão nessa estreia”, destaca o mestre.

A Acadêmicos de Vigário Geral será a primeira escola a desfilar pela Série A na sexta-feira de carnaval em 2020. A escola apresentará enredo ‘O Conto do Vigário’, de autoria do carnavalesco Rodrigo Almeida.

Galeria de fotos: apresentação do samba da Vigário Geral para o Carnaval 2020

Parceria de Paulo César Feital larga na frente na preferência dos internautas para final da Mocidade

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A Mocidade Independente de Padre Miguel escolhe neste sábado seu samba-enredo para o Carnaval 2020. A disputa promete uma grande noite no Maracanã do Samba. Na enquete feita pelo site CARNAVALESCO, que recebeu mais de 2500 votos, a preferência dos internautas ficou para a parceria de Paulo César Feital, Domenil Santos, Denílson do Rozario, Léo Peres, Marcelo Casa Nossa, Alex Saraiça, Carlinhos da Chacará e Thiago Castro com 47% dos votos.

Em segundo lugar ficou a parceria de Sandra de Sá, Igor Vianna, Dr. Márcio, Solano Santos, Renan Diniz, Jefferson Oliveira, Professor Laranjo e Telmo Augusto com 32% dos votos.

Com 13% dos votos terminou a parceria de Jefinho Rodrigues, Diego Nicolau, Marquinho Índio, Ricardo Simpatia, Jonas Marques, Richard Valença, Orlando Ambrosio e Cabeça do Ajax. E a parceria de Zé Glória, J.Giovanni, Fabiano Alcântara, André Baiacu, Paulo Ferraz, Beto Br, Dr. Castilho e Igor Leal fechou com 7%.

Mocidade faz ‘super-final’ para escolher samba-enredo para 2020

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O apelido de Maracanã do Samba nunca fez tanto sentido para designar a quadra da Mocidade, localizada na Avenida Brasil. Na noite deste sábado um duelo que promete ser épico entre quatro grandes sambas vai definir o hino oficial da Estrela Guia para o Carnaval 2020. Uma safra apontada por muitos como a melhor da história recente na escola para contar a vida de Elza Soares, sonho de dez entre dez independentes.

Sempre lúcido em suas ponderações, o diretor de carnaval Marquinho Marino se permitiu embalar na onda de empolgação gerada pela safra e destacou os motivos pelos quais a escola vem conseguindo realizar grandes disputas desde 2017.

“Eu acho que foi a melhor dentro de no mínimo 10 anos. Mais importante que a safra, é conseguir levar os sambas mais qualificados para a grande final. Eu credito isso a quatro pilares básicos: enredo, texto, ala forte e percepção de que realmente de 2017 em diante a escolha tem sido técnica. Isso tudo gera credibilidade e faz com que as pessoas tenham vontade. É uma super-final com certeza”, diz.

Usando da mesma premissa do futebol, de que pênalti é tão importante que deveria ser batido pelo presidente, a escolha do samba na Mocidade é uma decisão do presidente Flávio Santos. Marino explica os motivos.

“É claro que ele escutará a área técnica da escola, o departamento musical, o carnavalesco. Mas a palavra final deve ser sempre do presidente. O comandante precisa ter essa prerrogativa, pois faz parte das funções de comando”, destaca Marino.

Forma de apresentação de cada finalista

Cada samba terá 8 passadas (cerca de 25 a 30 minutos para se apresentar). As duas primeiras serão sem bateria, duas com, mais duas apenas com o canto da quadra e outras duas novamente com o ritmo. A expectativa para o horário do anúncio é por volta das 05h da manhã de domingo.

Os ingressos podem ser adquiridos pela internet, através do link – https://www.aloingressos.com.br/elza-deusa-soares-final-de-samba.html – e nas bilheterias da quadra da escola. Os camarotes já estão esgotados, mas ainda há mesas disponíveis pelo preço de R$ 200 e com direito a quatro lugares. Há também a opção do espaço com mesa bistrô, sem cadeiras, e dois ingressos a R$ 100. Além da entrada para a pista, que antecipado sai a R$ 40, e na hora do evento custará R$ 50. A classificação etária é 18 anos.

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A quadra da Mocidade fica na Avenida Brasil, 31.146, em Padre Miguel. Em 2020, a Estrela Guia da Zona Oeste será a quinta escola a desfilar na segunda-feira de folia com o enredo ‘’Elza Deusa Soares’’, que será desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos.

Veja o ranking das audições dos sambas finalistas da Mocidade

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A Mocidade Independente de Padre Miguel escolhe neste sábado seu samba-enredo para o Carnaval 2020. O site CARNAVALESCO revela o ranking até agora das audições dos quatro sambas finalistas. Vale lembrar que utilizamos os acessos os links de cada samba como forma de contagem das audições.

Confira abaixo e ouça todas obras que estão na disputa.

Parceria de Sandra de Sá: 14.135 audições – OUÇA AQUI O SAMBA
Parceria de Zé Glória: 11.939 audições – OUÇA AQUI O SAMBA
Parceria de Jefinho Rodrigues: 8.088 audições – OUÇA AQUI O SAMBA
Parceria de Paulo César Feital: 7.365 audições – OUÇA AQUI O SAMBA

Diretores avaliam que corte de uma parada traz dinamismo e facilita o componente que desfila em ala

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    Após a plenária na Liesa decidir pela redução do tempo de desfile de 75 para 70 minutos, a reportagem do CARNAVALESCO conversou com diretores de harmonia e de carnaval das escolas do Grupo Especial para saber em que a medida impactaria no trabalho de preparação para o carnaval 2020. E, entre os diretores ouvidos, uma conclusão foi unânime. A redução do número de paradas para apresentações na frente dos jurados contribui em muito para evitar que as escolas possam estourar o tempo de desfile.

    Fábio Pavão, vice-presidente da Portela e membro da comissão de carnaval da escola, confessou que a agremiação já esperava a medida e, portanto, já se movimentava para que a decisão não pudesse impactar no desfile.

    “A Portela já esperava essa decisão. A gente já havia começado o nosso projeto considerando essa possibilidade. Isso não vai afetar diretamente o nosso trabalho de planejamento. O que a gente tem que fazer com a redução de 5 minutos? Primeiro que a gente vai ter uma cabine a menos o que significa que vamos ter uma parada a menos de comissão de frente e de casal de mestre-sala e porta-bandeira. O que por si só já apresenta uns 4 minutos. Uma outra medida por segurança vai ser reduzir a quantidade de componentes para cada ala. A Portela vem com a mesma quantidade de alas que o ano passado, porém uma quantidade ligeiramente menor de componentes, para diminuir a escola sem comprometer sua parte artística”.

    Thiago Monteiro, diretor de carnaval da Grande Rio, revelou que a própria crise financeira do carnaval já havia levado a escola a uma adaptação no planejamento.

    “A partir do momento que você tira uma cabine, isso (diminuição do tempo máximo de desfile) não vai influenciar em nada. Pois o tempo de parada de um casal por exemplo em uma cabine dava quase 5 minutos. Na prática não influencia muito para nós. Reduzir tamanho de escola, depende de cada agremiação. A gente já estava se adaptando a nova realidade há algum tempo, inclusive em função de dificuldades financeiras”.

    Dudu Azevedo, diretor de carnaval da Beija-Flor, concordou com os dois colegas de que a redução do número de cabines ajuda a resolver o problema do tempo.

    “Eu fico muito tranquilo em relação ao tempo, pois com o número de cabines menor, acaba por equilibrar está questão. A nossa estratégia segue a mesma até porque nós já tínhamos o entendimento de ter uma contingente menor, trabalhando com um tempo menor até para que os foliões aproveitem mais”.

    Se os diretores concordam com a questão da redução no número de cabines ajudando a reduzir o risco de estouro, há o temor por uma desvalorização da parte tradicional e cultura da folia com as novas ações acordadas na Liga.

    Thiago Monteiro, por exemplo, entende a necessidade das medidas do ponto de vista mercadológico, mas se mostra preocupado em relação a valorização cultural da folia.

    “Lógico que como amante do carnaval, apreciador da tradição das escolas de samba, nunca é bom você ter aquilo que você ama, o seu espetáculo reduzido. Em contrapartida, a gente tem de entender que a Liga precisar atender as necessidades do mercado, precisa ouvir os seus parceiros comerciais. E para isso, essa decisão de ir para 70 minutos, acabou sendo inevitável”.

    Fábio Pavão vai pelo mesmo caminho que Thiago Monteiro e aponta o dinamismo da festa e sua capacidade de adaptação como combustíveis para que as mudanças possam ajudar o carnaval a evoluir.

    “Pessoalmente, como amante do carnaval, não me agrada ver o desfile encolhendo, mas eu entendo que é necessário torná-lo mais dinâmico. Historicamente, as escolas de samba sempre se transformaram atendendo às demandas da sociedade. Neste caso, atende as demandas do mercado. Cabe a nós, dirigentes, conciliar estas mudanças aos aspectos culturais, fazendo com que as escolas de samba também atendam aos anseios de sua comunidade”.

    Já Dudu Azevedo viu as medidas com um olhar diferente, acreditando que elas possam atender aos anseios do público e dos foliões.

    “Eu acho que diminuir o número de cabines, privilegia quem desfila. Dá um equilíbrio, deixa mais tempo para o folião brincar. Com tantas cabines, não dá para o folião curtir muito. E para o público, fica mais dinâmico pela redução do tempo também”.