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Parceria de Magal Clareou confirma favoritismo e conquista vitória na Beija-Flor para o Carnaval 2020

Por Guilherme Ayupp e Lucas Santos. Fotos de Magaiver Fernandes

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A Beija-Flor de Nilópolis definiu na madrugada desta quinta para sexta em sua quadra de ensaios, o hino oficial para o Carnaval 2020. A obra vencedora foi a dos poetas Magal Clareou, Diogo Rosa, Julio Assis, Jean Costa, Dario Jr e Thiago Soares. A Deusa da Passarela apresenta no ano que vem o enredo “Se essa rua fosse minha…”. Décima primeira colocada em 2019 (a pior colocação obtida pela escola na Era Sambódromo), a azul e branca encerra os desfiles de 2020 do Grupo Especial na segunda de carnaval. Em todas as oportunidades que isso aconteceu a escola conquistou o título.

A principal estrela da parceria é o cantor e compositor Magal, integrante do conjunto de pagode Clareou, atualmente um dos mais populares do Rio de Janeiro. Magal segue a trilha de Claudemir, outro compositor de fora do meio do carnaval a vencer na Beija-Flor recentemente. Além de Magal, a parceria conta com dois vencedores recentes. Diogo Rosa, campeão em 2014, 2016, 2018, 2019 e agora em 2020 e Júlio Assis, tetracampeão entre 2018 e 2020.

“O nosso samba tem características diferentes dos últimos que a escola vinha apresentando, e que foram feitos por nós também. Para 2020, queríamos resgatar carnavais antigos, sambas do passado e fizemos uma obra com uma cara mais da antiga. Eu estou muito feliz, sou tricampeão consecutivo, disputei com três belíssimas obras em uma grande festa da Beija-Flor”, disse o compositor Júlio Assis.

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“Eu estou muito feliz. É o quinto ano que ganho aqui, mas é sempre como se fosse a primeira vez pelo tamanho da escola, pela grandeza, me emociono. Esse samba foi feito com muita dedicação por ser na Beija-Flor e tenho certeza que ele fará a escola buscar o título. Ele ganhou em letra, melodia e emoção. Estava dentro da sinopse”, explicou o compositor Diogo Rosa.

A parceria do samba 01 conseguiu realizar a melhor apresentação da noite. Ao longo dos cerca de 20 minutos que permaneceu no palco foi o samba que fez a passagem mais forte. Impulsionadas por Tinga, o mister final, as pessoas cantaram forte a obra e destacaram para a escola aquele que de fato era seu samba favorito para a Beija-Flor.

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O compositor Magal parecia não acreditar naquilo que estava vivendo e chorava muito na quadra após o anúncio do samba. Em poucas palavras, ele falou sobre a vitória à reportagem do CARNAVALESCO.

“Muita gratidão por todos que permitiram tornar esse sonho possível. Em especial à essa comunidade fantástica que desde o início abraçou nosso samba e deu esse espetáculo que vocês viram aqui hoje. Eterna gratidão”, resumiu.

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Gabriel David anuncia fim de alegorias teatralizadas

Depois de dois anos seguidos com muitas críticas às alegorias teatralizadas, a Beija-Flor vai abandonar essa estratégia de desfile. A informação foi dada pelo conselheiro da escola, Gabriel David. Ele afirmou ao site CARNAVALESCO que a escola aprendeu com seus erros.

“Página virada, olhar para frente, mas sem esquecer dos erros pra não repetí-los. Nosso desfile não foi aceito por público e jurados. Estamos dando todas as condições ao Cid e ao Louzada. Vamos seguir com a escola inovadora e tradicional que sempre fomos. A gente veio com cinco alegorias encenadas. Isso não vai se repetir. Não funcionou em 2018 e 2019. Lógico que vamos buscar novidades”, garante.

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O jovem dirigente, filho de Anísio, explicou as chegadas de Alexandre Louzada e Dudu Azevedo na equipe para o Carnaval 2020.

“Estamos muito felizes com as chegadas do Louzada e Dudu Azevedo. Louzada é muito humilde e isso é positivo na construção de uma equipe. Podemos ver isso no dia a dia do barracão. E o Dudu estava no nosso radar faz tempo. É uma peça que nos faltava desde a saída do Laíla”.

Vice-presidente da Beija-Flor, Almir Reis, falou ao CARNAVALESCO sobre a responsabilidade da escola fechar os desfiles de 2020 e sempre que isso aconteceu veio a conquista do título.

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“Nós temos esse histórico é verdade. Vamos fazer o melhor possível para manter essa escrita de ser campeã fechando o carnaval. Em relação a responsabilidade, não sentimos nenhuma a mais por isso, de maneira nenhuma, a responsabilidade que temos hoje, está entalada é o décimo primeiro lugar em 2019. Estamos vindo com toda força, e toda garra para mostrar na Avenida porque somos a escola que mais tem título na Era Sambódromo”.

Escola já começa ensaios na próxima semana

Recém chegado na Beija-Flor, o diretor de carnaval Dudu Azevedo revelou o que a escola promete realizar no desfile de 2020.

“Nosso projeto é com 6 carros alegóricos, sem tripé e uma base de 3000 componentes. A gente está dando uma boa estrutura para os carnavalescos para fazer um carnaval a altura do nosso nome, a altura do que a Beija-Flor sempre passa na Avenida”, comentou.

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O diretor de carnaval também falou sobre a possibilidade de não ter subvenção para 2020 e já revelou o início dos ensaios para o desfile.

“Planejamento é fundamental. Comprar cedo que sempre dá margem para a negociação do preço e até para os fornecedores entregarem a tempo e assim a gente fazer um grande carnaval. Eu acho que planejamento é a palavra. Os ensaios de quadra com a comunidade já começam na próxima quinta feira. Nosso samba tem uma grande melodia que encanta e seduz quem desfila e quem vai ver o desfile”.

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Rodney reduz 20 ritmistas da bateria

Mestre Rodney não deu qualquer pista da fantasia da Beija-Flor no Carnaval 2020, mas anunciou uma significativa mudança para o trabalho do ano que vem. Serão reduzidos 20 ritmistas em relação ao desfile deste ano. Ele disse que o andamento será definido a partir dos próximos ensaios.

“Não dá para dar pista. Mas a fantasia é prática e bonita. Vamos desfilar com 260 ritmistas. Reduzi 20 em relação a este ano, mas não perde nada o ritmo. Trabalhamos sempre, pois só assim que papai do céu ajuda. Vamos descobrir o andamento ao longo dos ensaios”, pontuou.

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Naturalmente, Rodney não ficou satisfeito com o resultado do desfile da Beija-Flor, mas celebrou o desempenho de seus ritmistas na avenida. Ele aproveitou para opinar sobre a novidade no regulamento, onde os jurados não poderão mais punir escolas que não apresentem a bateria na cabine de julgamento.

“A gente teve um resultado muito bom. Mas trocaria minhas notas por uma melhor colocação da escola. Quero por isso colocar uma pedra nesse ano. Tomara que na prática o jurado de fato não tire ponto. Isso dá mais tranquilidade para o nosso trabalho, em teoria”

Selminha e Dudu Azevedo brilham em condução de show

A Beija-Flor seguiu aquilo que fizeram Viradouro e São Clemente em suas finais e produziram um show temático para a apresentação de seus sambas antigos e os segmentos. Criado pelo diretor de carnaval Dudu Azevedo, foi apresentado por Selminha Sorriso. Ela esbanjou simpatia na condução e os departamentos da escola se apresentaram com figurinos que já passaram na avenida em outros carnavais. Recuperando-se de uma pequena cirurgia, Neguinho da Beija-Flor abriu o espetáculo cantando o hino da agremiação.

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Um dos pontos altos se deu quando Selminha anunciou a entrada da rainha de bateria Raíssa Oliveira. Recentemente, ela deu à luz ao primeiro filho, mas estava com o corpo e o figurino em dia. A beldade foi ovacionada na quadra. O show terminou com o samba de 2019 e um beija-flor dentro de uma coroa.

Em conversa com o site CARNAVALESCO, Claudinho e Selminha falaram do desfile de 2019 e o planejamento para 2020.

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“Gostei do nosso desfile, o que eu não gostei foi da colocação da Beija-Flor, mas ela vai virar o jogo, eu tenho certeza disso. A nossa dança foi maravilhosa, e vamos melhorar para 2020. Vamos ensaiar mais, respeitando nossos colegas das outras escolas. Com o samba escolhido vamos intensificar a dança, os ensaios e só paramos na quarta-feira de cinzas”, Selminha.

“Estamos ensaiando média de três vezes por semana. Vamos para quatro vezes com o samba definido. A gente sempre se cobra mais. Tanto tempo dançando junto, a gente nunca acha que está bom. Passou um carnaval e a gente já começa a pensar na coreografia para o ano seguinte”, completou o mestre-sala.

Dupla de carnavalescos em plena sintonia

Alexandre Louzada e Cid Carvalho, junto com a equipe de carnaval, são os responsáveis pelo desfile da Beija-Flor em 2019. Ao site CARNAVALESCO, Louzada falou sobre o retorno para Beija-Flor e como está o trabalho.

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“Vocês viram ali que eu fiquei muito emocionado pelo carinho. Não lembrava como era tão especial as festas e essa energia da Beija-Flor. Eu acho que conquistei grandes resultados fora, mas aqui é uma escola onde casa muito bem o meu trabalho. A Beija-Flor está resgatando a sua história. Aqui é uma escola diferente que recebe toda comunidade do samba, todo o povo de Nilópolis e sempre sendo acolhedora”.

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Cid Carvalho prometeu um desfile no padrão de qualidade da Beija-Flor de Nilópolis.

“O que vão ver é a essência da Beija-Flor, aquilo que se conhece da escola. O torcedor pode esperar uma Beija-Flor com a cara dela. A parceria com o Louzada está num âmbito muito legal, no profissional, na vida, uma parceria de amizade, e companheirismo. A gente fala a mesma língua. Dizem que não existe casamento, esse é mais do que perfeito”, revelou Cid.

Análises das apresentações dos outros finalistas

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SAMBA 05 – Jr Trindade: A parceria encontrou algumas dificuldades em sua apresentação. Embora tenha sido o samba de melhor adaptação à bateria e as características históricas da Beija-Flor (fator que cativou a presença de muita gente da comunidade) a obra terminou sua apresentação de maneira diferente daquela que começou, tornando sua exibição irregular.

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SAMBA 134 – J Velloso: O samba era aquele que apresentava os refrões mais fortes na quadra. O refrão do meio tinha a mesma pegada do principal. Emerson Dias comandou a apresentação, mas mesmo com esses fatores a obra não conseguiu no mesmo nível das demais. A torcida levou muitos adereços e surpresas, mas cantou pouco.

Galeria de fotos: final de samba da Beija-Flor para o Carnaval 2020

Vídeo: anúncio do samba campeão da Beija-Flor para o Carnaval 2020

Tempo real: cobertura da final de samba da Beija-Flor para o Carnaval 2020

Compositores finalistas da Portela apontam virtudes dos três sambas que disputam a grande decisão

A Portela define nesta sexta-feira o hino oficial para o seu desfile de 2020. Três gigantes duelam na grande decisão. Em uma ponta da disputa está o time liderado por Samir Trindade, tricampeão entre 2016 e 2018. Os atuais campeões na Portela, encabeçados por Valtinho Botafogo sonham com o bi e o consagrado Noca da Portela, um dos maiores vencedores da história da escola e vencedor em 2015, lidera o terceiro time de finalistas.

O compositor Wanderley Monteiro conversou com a reportagem do CARNAVALESCO sobre a final. Ele afirma que o diferencial do enredo da escola foi tocar o seu coração e aponta as qualidades do samba de sua parceria.

“Eu acredito que o nosso samba é aquele mais tradicional, mais com o jeito e a cara da Portela. Entretanto a nossa escola levou outras duas grandes obras para a final e cada composição tem a sua característica própria. Eu gosto do trecho do nosso samba que começa eu ‘De Guajupiá’ e vai até ‘faz Madureira de novo sonhar’. Minha percepção sobre o enredo da Portela é justamente ele começar com uma lenda e passar para a realidade da nossa cidade. O diferencial, pra mim, está no meu coração”, diz.

Rogério Lobo é do time de Valtinho Botafogo. A maioria dos poetas desta parceria fazia parte do time vitorioso na final do ano passado. Ele também aponta as virtudes e motivos pelos quais acredita que o samba composto por ele e seus amigos pode sonhar com o bicampeonato.

“Respeitando os demais amigos da disputa, entendemos que nosso samba atende aos requisitos atribuídos pela escola. Descrição do tema na íntegra, criatividade, poesia aliada a uma melodia forte e emocional. É muito difícil advogar em causa própria, até porque “filho feio não tem pai”, mas acreditamos muito em nosso trabalho e na seriedade do concurso, que vença o melhor sempre. Como escolher apenas uma parte de uma obra que criamos? Acredito que o refrão de meio, a parte ‘Índio pede paz mas é de guerra’ que apesar do antagonismo tem um significado na proposta incrível. É aquela velha história; olha eu sou da paz, mas não mexe comigo, não pise no meu calo, se mexer com filho meu, viro bixo, e por ai vai. Ainda tem o refrão principal, que diz ‘índio é dono desse e filho da Portela’.
E difícil escolher uma, apesar das citações, acreditamos em cada frase construída nessa obra que foi feita com alma e pensamento de índio. Nosso samba é índio o tempo todo, pensamos e criamos como índios. Essa é a proposta. Um enredo sobre índios, poderia soar como corriqueiro, mas graças à criatividade, percepção e ousadia de nossos carnavalescos, será contado de uma forma nunca vista na avenida. A Portela tem histórico em enredos que contam lendas, só que agora, nosso casal de carnavalescos trouxe além do tema histórico, uma reflexão para atualidade, permitindo aos compositores a possibilidade de criar de forma poética e livre. A tradição tupinambá, a partir de Monã e Irim Magé transcende o contexto histórico e chega aos dias atuais com uma mensagem de alerta, preservação e conscientização que é abordada de forma clara e objetiva na sinopse”, opina.

Samir Trindade volta à uma final da Portela após ficar de fora da última e de seu tricampeonato (2016 a 2018). O poeta detalha à nossa reportagem as qualidades da obra, que segundo ele é uma das melhores que já fez para sua escola de coração.

“É o samba que expressa melhor o sentido do enredo e com o DNA da Portela, e que você consegue imaginar a velha-guarda cantando numa roda de samba, com cadência, clássico, que podemos fechar os olhos e identificar a Portela. Precisamos de um samba que una a escola numa só tribo, e o nosso tem essa capacidade. De todas as obras que nossa parceria fez pra concorrer na Portela essa é uma das melhores sem dúvidas. ‘Guerreiro chora, mas é brado na aldeia, ninguém tomba essa madeira, seu espírito de luz’ e ‘Okara eee, Taba jara eee’, esses são meus trechos preferidos. Primeiro porque temos a oportunidade de fazer um alerta sobre a derrubada de árvores na Amazônia onde é localizado o maior território indígena brasileiro, o samba tem esse papel de dialogar com os problemas da sociedade e ser voz na luta do povo. Segundo porque ao mesmo tempo que inserimos o contexto do enredo, fazemos uma homenagem à Tabajara do Samba num dos refrãos que tem tudo pra ser um dos mais cantados do carnaval, dizendo que no nosso Okara (Grande Quintal) quem manda é a ‘TABAJARA’ que além de ser o nome da bateria significa (senhor da aldeia) em Tupi. Esse enredo é um dos melhores que já vi na Portela, traz tudo isso e ainda uma reflexão sobre o que fizemos do nosso paraíso, eu posso dizer que o encontrei na Portela, uma tribo onde as pessoas se respeitam, aceitam suas diferenças sejam elas de raça, opção sexual, credo ou ideologia, e convivem em harmonia, na feijoada , no samba, o ano todo. Somos essa família unida em prol de um bem maior que é o amor por essa instituição. A Portela tem tudo pra arrebentar em 2020”, conclui.

Final da Beija-Flor: parceria de J.Velloso é apontada favorita para vencer

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A parceria de J. Velloso, Kirrazinho, Marquinhos Beija-Flor, Leo do Piso, Théo M. Netto e Dimenor Beija-Flor foi apontada favorita para vencer a disputa de samba-enredo da Beija-Flor com 54% dos votos. Foram mais de 10 mil votos na enquete.

Magal Clareou, Diogo Rosa, Julio Assis, Jean Costa, Dario Jr e Thiago Soares receberam 38% dos votos. E a parceria de Jr Beija-Flor, Thiago Alves e Junior Trindade ganhou 8% dos votos.

Compositores apostam em samba com ‘DNA salgueirense’ para buscar a vitória

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Desde 1960, quando falou sobre o “Quilombo dos Palmares”, passando pela história de “Xica da Silva”e tantas outras vezes mais, uma marca do Salgueiro é realizar enredos que enaltecem personagens negros da cultura e da história do Brasil. Desta vez, o homenageado será o palhaço Benjamim de Oliveira que em 2020 completará exatos 150 anos de seu nascimento.

A reportagem do CARNAVALESCO conversou com as três parcerias presentes na final e seguindo a linha do enredo, os compositores repetiram que buscaram fazer um samba com a cara da escola, trazendo na obra alegria, explosão e valentia.

Segundo Artur das Ferragens, da parceria do Sereno do Fundo de Quintal, a obra tem o que o Salgueiro precisa para embalar o enredo de forma especial na Sapucaí.

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“Acho que o nosso samba se difere dos outros por ter uma pegada com a cara do Salgueiro. É uma pegada pra frente, alegre e que se enquadra totalmente no contexto do enredo. É o que eu diria de ser um samba explosão, que é aquilo que o salgueirense gosta. O meu trecho predileto é o que diz “Academia a desfilar” pois ele mexe com o sentimento do salgueirense. Sobre o enredo, eu gostei muito do que o carnavalesco e a direção de carnaval fizeram de não ir tanto para o lado afro e sim para o lado alegre, o lado da superação do personagem. Isso facilitou muito o nosso trabalho”.

Já Marcelo Motta, que ganhou a disputa para o Carnaval 2019 ao lado de Demás Chagas, falou da relação especial da obra de sua parceria com a tradição do Salgueiro de trazer a resistência dos negros e dos excluídos para a escola pisar ainda mais forte na Avenida.

“Nosso samba traz em sua totalidade a energia e a emoção com a qual nossa comunidade se identifica e que se tornou tradição através dos carnavais. Exalta este grande personagem como vencedor que foi, trazendo em sua letra a integralidade do enredo, sendo extremamente forte e pulsante em sua melodia sem cair no “oba oba”. Retrata sua luta, que é vitoriosa, de uma forma poética, verdadeira e original com a alegria própria de Benjamin de Oliveira, que como brilhante artista da alegria, nunca se curvou à melancolia”.

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Marcelo também disse se sentir representado pela escolha de enredo da agremiação para 2020.

“Trata-se de um enredo muito especial, pois a história de Benjamin de Oliveira, apesar de se passar em tempos distantes, revela-se muito atual, pois nos mostra um cenário onde o negro ainda precisa driblar com força e coragem todos os obstáculos que lhe são impostos. Inspiração que serve para todos nós, não só no samba, mas também para a vida. Um enredo para nota máxima, certamente”.

Já Antônio Gonzaga também aposta na alegria e valentia do samba de sua parceria mas ressalta que a obra não cai no “oba oba” tendo a intenção de trazer também a conscientização social do tema.

“Acredito que conseguimos traduzir a história de Benjamin ao relacionar seu sonho com o de cada menina e menino que enfrenta o mundo pra se libertar através da arte. Quisemos mostrar que todo filho do Salgueiro tem um Benjamin dentro da si, porque somos artistas do samba, ou seja, somos a herança negra expressa em um palco de resistência. Acredito muito que conseguimos passar isso em nossos versos e, por isso, nosso samba deve ser escolhido. Que possamos vestir vermelho e, com ginga de malabarista, cantar por Benjamin e por cada moleque do salgueiro no Carnaval 2020”

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Antônio Gonzaga também falou sobre a relevância que o enredo tem no contexto dos dias atuais.

“O Salgueirense é Benjamin de África porque canta e se orgulha de suas heranças. Particularmente, me sinto contemplado e emocionado em ver minha escola exaltar uma figura que leva a força da raça e que pode inspirar não só a mim, mas a tantos outros meninos Benjamins”.

Beija-Flor vive expectativa de final inesquecível para o Carnaval 2020

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Uma noitada de samba na quadra da Beija-Flor não é uma experiência fácil de esquecer para quem a vive. Quem for a Nilópolis na noite desta quinta-feira, quando a agremiação escolhe seu hino oficial para o Carnaval 2020, há de viver um desses momentos memoráveis. A Deusa da Passarela recebeu uma safra de sambas que é apontada pelo diretor de carnaval, Dudu Azevedo, como a melhor que já viu em sua trajetória no carnaval.

“Eu creio ter sido uma das melhores safras que já trabalhei na minha carreira. São três obras de muita qualidade e todas tem a premissa de nos ajudar em um grande desfile. Possibilitam um bom desempenho da bateria, além de um canto forte da comunidade. Isso tudo sem citar a adequação perfeita à sinopse de nossos carnavalescos, Alexandre Louzada e Cid Carvalho”, elogia.

Dudu Azevedo foi contratado para o cargo após o carnaval deste ano, onde trabalhou na União da Ilha. Após passagens por Salgueiro e Grande Rio, o dirigente conta que a recepção na maior campeã da Era Sambódromo é algo que ele não esperava que fosse tão calorosa.

“A minha chegada na Beija-Flor, com o acolhimento de todos os setores da escola me surpreenderam bastante, confesso. É uma verdadeira família na escola, todos imbuídos em trabalhar para levar um belo carnaval para a avenida”, destaca.

Três parcerias estão na final: Jr Beija-Flor, Thiago Alves e Junior Trindade; Magal Clareou, Diogo Rosa, Julio Assis, Jean Costa, Dario Jr e Thiago Soares; e J. Velloso, Kirrazinho, Marquinhos Beija-Flor, Leo do Piso, Théo M. Netto e Dimenor Beija-Flor.

Um grupo de seletos notáveis terá a incumbência de escolher o samba da Beija-Flor para o Carnaval 2020. Após cada obra ter 20 minutos em média para se apresentar, nove pastas irão definir o samba campeão para o desfile de 2020.

Os gestores da escola Gabriel David e Almir Reis, o diretor de carnaval Dudu Azevedo, os comandantes da harmonia Valber Frutuoso e Simone, o intérprete Neguinho da Beija-Flor, o casal de mestre-sala e porta-bandeira Claudinho e Selminha Sorriso, o coreógrafo Marcelo Misailidis e os departamentos cultural e de carnaval.

Serviço:

Final de Samba na Beija-Flor
Data: Quinta, 10 de outubro
Horário: A partir das 21h
Atrações: Apresentação show com segmentos da Beija-Flor e apresentação dos três sambas finalistas
Preço: R$ 20 (entrada)
Local: Quadra da Beija-Flor de Nilópolis – Rua Pracinha Wallace Paes Leme, 1025, Nilópolis
Informações: (21) 3743-0340

Riotur assume Terreirão e Milton Cunha será curador de Centro de Referência do Samba

    marcelo alves riotur

    A Riotur assumiu a administração do Terreirão do Samba e desde então tem desenvolvido um projeto, com foco na iniciativa privada, para remodelar a utilização do espaço, oferecendo uma agenda permanente de atividades no local.

    Reduto histórico do samba carioca, o Terreirão assumirá o papel de centro de referência do gênero, com áreas para exposições, palestras e debates; um centro de gastronomia típica, bares e uma agenda de rodas de samba. A curadoria da programação do novo espaço cultural ficará a cargo de Milton Cunha, conhecedor da história do carnaval e do samba.

    “O potencial do projeto de um centro de referência no Terreirão do Samba, que além do caráter histórico, tem fácil acesso e localização privilegiada, somado a uma agenda ativa e diversificada, é imenso. Já estamos conversando com possíveis patrocinadores, interessados em expor suas marcas para cariocas e turistas que forem visitar o Terreirão”, explica Marcelo Alves, presidente da Riotur.