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Clima alegre e correções de evolução da Tatuapé fortalecem expectativas de desfile competitivo

Por Matheus Mattos. Fotos: Felipe Araújo/Liga-SP

A Acadêmicos do Tatuapé apresentou um ensaio técnico mais vibrante, com correções no quesito de evolução e domínio técnico do módulo musical.

“Nós tivemos alguns erros no último ensaio. Viemos aqui pra corrigi-los e superarmos os ensaios do ano passado. Acredito que batemos a meta. Esse lado técnico que a Tatuapé desenvolveu, torna o trabalho muito natural”, disse o vice-presidente Erivelto Gonçalves.

Samba-enredo

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A postura do carro de som da agremiação foi o ponto que mais se destacou na noite. Primeira questão observada foi, durante a segunda passagem da estrofe final, Celsinho pediu para que todas as cordas, violões e cavacos, parassem de tocar. O time de canto seguiu sem harmonia até o refrão de cabeça, quando a bateria entrou na bossa. Segundo, em determinados momentos o intérprete cantava um trecho do samba sozinho, mais especificamente na retomada da segunda estrofe. Os cantores voltam no trecho “meu lugar”.

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Terceiro, as cordas também recebem destaque pela postura ousada e arranjos em todo momento do samba. Um dos principais é durante a bossa executada na parte “sinto os perfumes das flores”. Enquanto apenas as marcações tocam (ponteia viola), os cavacos executam uma espécie de crescente. Eles também desenham em trechos mais curtos, como no “puxe o fole sanfoneiro”.

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O que mais se destacou foi a conversa entre cordas e vozes. Na parte “lê lê lê lê lê a”, do segundo refrão, os cavacos perguntam, as vozes respondem, e isso dura até o final do refrão. O pai do cantor Celsinho Mody acompanhou o filho durante todo o treino ao lado do carro de som.

Harmonia

O quesito é um dos grandes destaques da escola, foi no primeiro, e se repetiu na última noite. As alas cantam o samba com gás, empenho e, o detalhe mais importante, com clareza em cada letra. Os dois refrões principais, “sinto o perfume das flores” e “Ê viola” são os trechos pronunciados com mais vibração.

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Evolução

A entrada no recuo da agremiação tinha sofrido com algumas desatenções no primeiro técnico. Já no segundo, a equipe de harmonia estava atenta e executou a manobra de forma correta. Diferente das entradas “convencionais”, a Tatuapé tem uma ação cenográfica com a ala da frente. Os bailarinos antecedem a entrada no recuo, se separam no box e vão de encontro com os ritmistas. A ala preenche o vazio e, conforme a escola anda, as fileiras vão se desfazendo até corrigirem. A princesa da bateria, Priscila Araújo, ajudou a orientar a corte nos preenchimentos dos pequenos espaços vazios e na recomposição.

Analisando coreografia, a ala 10 traz movimentos que utilizam bastante os braços. São passos que o componente não precisa sair do lugar pra executar. A escola também trouxe muitas variações de cores no último setor. Todas as alas são separadas por camisetas específicas, que contém nome da fantasia e número da posição no desfile. A escola encerrou o técnico com cerca de 62 minutos.

Mestre-sala e Porta-bandeira

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O espaço demarcado para o casal oficial dançar, atrás da comissão de frente, contou com o bailado do casal mirim, André e Maria Eduarda, do projeto casal foguinho. A dupla oficial, Diego e Jussara, estava logo atrás da primeira ala. Durante apresentação à torre 04, segundo jurado do quesito, eles demonstraram muita elegância, simpatia e clareza na realização de cada passo, mesmo na movimentação de um passo sútil.

Bateria

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A Qualidade Especial manteve o domínio técnico apresentado no primeiro ensaio. Assim como foi pontuado na última análise, as bossas trabalham os diferentes timbres das marcações, ataques precisos de caixas e valorização de trechos vazios pra destacar o canto da escola. Durante a manobra do recuo, os leves não param de tocar.

Comissão de frente

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O quesito trouxe uniformidade nas vestimentas dos bailarinos, porém apensavam alguns detalhes que diferencia. Ele evoluem com uma capa, branca do lado de fora e verde do lado de dentro. A comissão tem passos rápidos e bem sincronizado. Eles dançam com 14 homens e uma mulher, no caso, a personagem principal.

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Outros destaques

Um destaque positivo do treino ficou por conta do grupo cênico da segunda alegoria. Junto à velha-guarda, os componentes tem a dança voltada as arquibancadas.

Mocidade organiza baile de carnaval na quadra

A Mocidade Independente de Padre Miguel prepara um grande evento neste sábado, a partir das 22h, para se despedir da temporada de ensaios. O Ensaio Show com Baile de Carnaval vai contar com a presença dos segmentos da escola, do Cordão da Bola Preta, e da Batucada Du Nosso Bloco como atrações. Haverá também um concurso que premiará, inclusive em dinheiro, as três melhores fantasias da noite.

A quadra da Mocidade fica na Avenida Brasil, 31.146, em Padre Miguel. O ingresso de pista custa R$ 30. O jirau também sai a R$ 30. A mesa para quatro pessoas custa R$ 100. E os camarotes para 20 pessoas saem a R$ 500. A classificação etária é 18 anos. Os ingressos podem ser comprados na bilheteria da quadra e pela internet.

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Quinta escola a desfilar na segunda-feira de carnaval, a Estrela Guia da Zona Oeste busca o sétimo título de sua história no Grupo Especial com o enredo “Elza Deusa Soares’’, que será desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos.

Fotos: Giovana Angélica brilha no último ensaio de rua da Mocidade

Na noite deste domingo, a Mocidade Independente de Padre Miguel realizou seu último ensaio de rua em preparação para o carnaval. A rainha de bateria, Giovana Angélica, foi uma das mais festejadas durante o percurso, e retribuiu o carinho com beijos e muitas fotos. Essa é a estreia de Giovana como rainha de bateria da Mocidade. Confira fotos do ensaio.

Série Barracões: Vila fará viagem lúdica com o sonho do pequeno índio Brasil até o nascimento de Brasília

Por Gabriella Souza

A Vila Isabel impressionou em 2019 com o luxo e a grandiosidade de seu carnaval e a estética de seus carros alegóricos, conquistando a terceira colocação, deixando seus componentes com o desejo ainda maior de buscar o título em 2020. Com o enredo “Gigante pela própria natureza: Jaçanã e um índio chamado Brasil” a escola virá destrinchando seu desfile a partir da apresentação lúdica de um conto com o índio Brasil.

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A azul e branco retomará a poética ao carnaval como narrativa da história de um povo, de luta, de sonhos e de esperança, nos brasileiros de tantas marcas, de diversos rostos e de longa trajetória, povo que vislumbrou melhores dias na Brasília sonhada, cidade atestada de seu nome. Afirmará, assim, a história dessa gente tão vivida, tão presente e deixará para a cultura e o carnaval o legado deste grandioso povo brasileiro.

Para celebrar os sessenta anos da cidade de Brasília, a Vila usará o marco para mesclar e também homenagear a história do brasileiro, retratando em cada canto deste país as suas inúmeras trajetórias. A viagem cultural começa com o pequeno índio, ainda curumim, chamado Brasil, que enquanto dormia ao balanço e sossego de sua canoa sonhou com uma ave, a Jaçanã, que veio até ele lhe trazer tal profecia: a de que ele ganharia uma irmã. Afirmando que ela nascerá forte ao representar um ponto de luz, de esperança para seu povo e que se chamará Brasília. No entanto, só podendo ser entendida a partir do conhecimento e trajetória de sua pátria-família. E é neste ponto que a Vila, a partir do conto, destrincha a história do povo brasileiro, na cultura e costume de cada região pertencente, que juntas fizeram nascer a capital federal, sustentada na luta e esperança deste povo.

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“Contudo, pede-se licença para imaginar contos de límpida felicidade no Carnaval para nesses dias acalmar o sofrimento incessante do doloroso real. Assim, Vila Isabel, canta essa Brasília irmã com o pequeno Brasil e sua Jaçanã”. Estre trecho da sinopse expõe a síntese do enredo, construído debruçando-se na viagem lúdica do pequeno índio Brasil. A concepção do desfile foi desenvolvida pelo carnavalesco Edson Pereira, que vai para seu segundo ano na agremiação, e que conta como surgiu a proposta do enredo.

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“Na verdade, este enredo surgiu como uma proposta de desenvolver um desfile sobre Brasília, mas eu não achei pertinente fazer um enredo somente sobre isso, principalmente, pelo momento político que o nosso país passa hoje e também até porque não é o meu foco de atuação enquanto artista. Então eu propus que a gente pudesse falar sobre o povo brasileiro e toda a sua identidade. E foi em cima disso que estamos desenvolvendo o desfile, ao mostrar toda a diversidade cultural do nosso país, e quanto o brasileiro acredita e segue acreditando em um gigante que é o Brasil”, explicou.

Edson conta que no desenvolvimento do enredo vários aspectos culturais do povo brasileiro lhe marcaram, mas um em especial o impressionou: a resiliência, qualidade próxima à superação, marca de uma gente que se mantém firme mesmo com todas as adversidades.

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“Nesse enredo o que mais me impressionou mesmo foi perceber a tamanha resiliência do povo brasileiro, que diante de tantas adversidades e questões contrárias a gente continua acreditando sempre, até o final. Eu quando pego o pequeno índio brasil, que é um gigante, mas que precisa entender o quanto ele é grande a partir do conhecimento do seu próprio povo, da sua própria cultura e diversidade cultural. A partir desse conhecimento é que ele começa a entender quem somos nós brasileiros, que somos um povo completamente diferente de todos os outros do mundo”.

Vislumbrando um patrocínio da cidade de Brasília, a Vila se viu somente com promessas e passando pelas mesmas dificuldades das outras escolas com as dificuldades na disponibilização de verbas para a feitura do carnaval. No entanto, Edson ressalta que a escola optou por reduzir o volume do seu carnaval para poder priorizar a qualidade.

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“Com a dificuldade na disponibilização das verbas a Vila está realizando um projeto muito enxuto e bem pé no chão, sabendo já desde o início que seria tudo muito difícil. E, por isso, que a gente aceitou fazer esse enredo sobre Brasília, mas que não chegou um aporte financeiro, a gente apostou nisso mas até agora ainda não conseguiu, o que recebemos até o momento foram somente promessas, já que de investimento nada chegou. Mas a gente vem desenvolvendo um carnaval dentro das condições da escola e usando os materiais orgânicos, não é a primeira vez que acontece e também é a função do carnavalesco conseguir driblar tudo isso. É um carnaval feito com muito mais cuidado e mais criatividade do que aporte financeiro em si”.

Edson destaca que todo o trabalho realizado na agremiação é deliberado em coletivo, mas que mesmo nunca conseguido agradar a todos, a equipe tem por foco pensar o melhor caminho para a escola na conquista de boas notas e do título.

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“Justamente dessa forma, não é pegar um viés. Tudo o que a gente faz aqui na Vila é realizado em conjunto, então a gente escolhe pelo gosto da maioria e todas essas pessoas que estão envolvidas no nosso projeto estão sempre de acordo, claro que não se dá para agradar todo mundo sempre, nem Deus conseguiu fazer isso, mas o que a gente faz aqui é nesse sentido de sempre querer fazer o melhor para obter o melhor resultado para a escola”, conta.

Entenda o desfile:

A proposta da Vila para 2020 é de um carnaval mais enxuto, como já ressaltou Edson Pereira, a redução foi clara visto que a escola virá com cinco alegorias e somente um tripé, o que irá compor a comissão de frente, “isso foi uma escolha da nossa equipe, para poder entregar tudo bem feito e com qualidade” disse o carnavalesco.

“O título do carnaval ‘gigante pela própria natureza’ é exatamente para defender o quanto somos grandes enquanto povo, enquanto nação, ressaltar que somos gigantes mesmo. Com isso, eu humanizo esse pequeno índio que vai para sua luta diária como todo povo brasileiro faz para ganhar o seu pão de cada dia, através dessa história lúdica, que é muito onírica, pois quando ele adormece na sua canoa e ela vira uma Jaçanã, ele vai através de seu sonho conhecer todos os povos brasileiros, em cada cantinho do Brasil de leste a oeste, norte a sul, e, assim, se identificar com todas essas diversidades culturais. Para, assim, pousar no centro-oeste e formar o mapa de Brasília, como essa Jaçanã que tem a asa sul e a asa norte assim como a cidade. Um grande pássaro realizando o sonho do povo brasileiro” explica Edson sobre o desenvolvimento geral de seu desfile.

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O que se viu no interior do barracão foram esculturas já sustentadas e grandiosas, muito também ainda sendo reaproveitado do carnaval de 2019, algo comum em todas as escolas. O mais interessante eram os detalhes, tanto no corpo ou no rosto de bonecos que estão acoplados aos carros, mostrando que a qualidade do trabalho na Vila será diferenciado. Alguns carros ainda sendo construídos em estágios iniciais, mas tudo sob o controle da equipe de Edson, bem segura do trabalho, tudo bem com a identidade da Vila.

Setor 1: Edson fala que este setor inicial será onde a história da mãe pátria e seu filho, o menino índio Brasil, começará a ser contada a partir de seu sonho: “Nós teremos neste setor inicial justamente a síntese do que vem, que é um setor onde a gente inicia o carnaval, então serão a mãe pátria com seu filho Brasil, acalentando ele e mostrando para seu menino esse sonho”.

Setor 2: Aqui será apresentado o Brasil já com seu desenvolvimento, suas indústrias, com um país de promissor crescimento. Com destaque para o Sul do país e seu desenvolvimento agrônomo: “Neste segundo setor já estará o grande celeiro do povo brasileiro, onde a gente começa a se desenvolver como indústria, com o crescimento do país. Aqui a gente fala do Sul para mostrar esse desenvolvimento agrônomo do Brasil”, declarou Edson.

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Setor 3: Neste terceiro momento do desfile, será retratado o sudeste do país, com Minas, Rio e São Paulo, assim como a figura do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Será retratado também a cultura desses lugares, entre o samba e o carnaval: “Aqui nesse terceiro setor a gente fala do sudeste, onde a gente vai mostrar um pouco da origem de JK, que veio de Minas Gerais e que tem esse link com a cultura do Rio de Janeiro e de São Paulo, com o samba, carnaval e, claro, a Vila Isabel”.

Setor 4: Aqui serão retratados os povos do nordeste, das pessoas trabalhadoras que são a cara da luta e do sustento do povo brasileiro: “Aqui a gente vai mostrar o povo do nordeste, esses candangos que são as pessoas que mais trabalharam para que esse país virasse e pudesse se transformar em um grande país”, disse Edson.

Setor 5: Finalizando o desfile da Vila, virá o retrato da capital federal Brasília, onde são guardados sonhos e ainda esperanças: “No quinto e último setor já é esse sonho realizado, de uma capital da esperança. Onde, infelizmente, não é o que a gente espera mas é o que a gente continua sonhando”.

O carnavalesco deixa ainda um recado para os componentes e amantes da azul e branco de Vila Isabel.

”O que todos podem esperar da escola é uma Vila grande, como eu gosto de fazer carnaval e da forma que eu acho que o carnaval precisa ser, grandioso, diante de tantos problemas financeiros a gente não pode perder essa grandiosidade, essa que o carnaval da Vila trouxe ano passado e que eu gosto de fazer”, declarou Edson.

Jaime Cezário ministra palestra no Instituto Pereira Passos

Quem acompanha o carnaval e todos os seus bastidores conhece Jaime Cezário pelos desfiles que criou em diversas escolas de samba – incluindo a Estação Primeira de Mangueira, Acadêmicos do Cubango, Caprichosos de Pilares, Unidos do Porto da Pedra, São Clemente, e Paraíso do Tuiuti – o longo de quase três décadas de carreira.

Seu êxito como carnavalesco fez com que optasse pela paixão à folia, diminuindo gradativamente sua atuação como arquiteto, seu ofício por formação, que exerceu com maestria antes de se dedicar integralmente ao carnaval.

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Jaime Cezário é pioneiro em aplicar, na construção de desfile de escola de samba, técnicas do trabalho de arquiteto. É esse pioneirismo, tão importante ao ponto de ser incorporado por muitos profissionais dos festejos de Momo, que Jaime abordará na palestra “A Arquitetura do Carnaval”, que será realizada no Instituto Pereira Passos (IPP). Este ano, o Rio de Janeiro foi consagrado como a Capital Mundial da Arquitetura, o que torna o tema ainda mais relevante.

O IPP- órgão público de referência na área de arquitetura e urbanismo – sediará a palestra na próxima segunda-feira, às 18h30m. A entrada é gratuita. O endereço é Rua Gago Coutinho 52, Laranjeiras, bem próximo do metrô do Largo do Machado. A palestra vai acontecer no Auditório Carlos Nelson, no primeiro andar.

Debaixo de forte chuva, Tom Maior realiza seu último ensaio técnico

Por Gustavo Lima. Fotos: Felipe Araújo/Liga-SP

A Tom Maior realizou na noite deste domingo, seu segundo e último ensaio rumo ao carnaval 2020. O destaque do treino foi o samba-enredo interpretado por Bruno Ribas, onde tem uma letra que questiona e exalta a importância da raça negra, dizendo que o reconhecimento de seus feitos não pode ser reconhecimento como uma espécie de esmola, e sim deveria ser algo normal. Um ponto negativo foi a evolução, por causa da chuva a escola diminuiu o andamento na pista, o que culminou no tempo de 65 minutos. A direção de harmonia explicou que para escola não houve atraso, já que ela considera que a contagem começa apenas quando a bateria sobe e assim o treino teve duração de 63 minutos.

“Nós viemos em um crescente, hoje foi mais difícil trazer todo contingente, mas nós temos muitos ensaios de rua. Então a minha avaliação é que nós estamos no caminho, a excelência a gente tem que atingir no dia 21. Eu ainda tenho ensaio de rua dia 16 e estou muito contente, porque a minha comunidade abraçou e tem cantado esse samba como se tivesse realmente fazendo um clamor, e essa é a nossa intenção. Não é exatamente uma crítica social, nós realmente cantaremos a nossa história, uma parte que ficou oculta, nossos personagens que são citados no enredo, eu acredito que 80% o pessoal não tinha nem conhecimento. Sobre o samba, acredito que quando você canta algo que se identifica, a coisa flui com mais tranquilidade. Os componentes se identificaram com essa história, que é afro-brasileira e eu acho que 90% da nossa população brasileira tem o sangue negro e acho que é isso faz com que os componentes venham com mais vontade”, disse a presidente Luciana Silva.

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Samba-Enredo

Muito bem interpretado pelo intérprete Bruno Ribas, que vive boa fase e está indo para seu quarto carnaval na agremiação, é um dos melhores sambas do ano, a obra se destaca muito mais por sua letra, que questiona e exalta a importância dos negros. O samba destaca bem as intenções da escola na avenida, que é contar os feitos dos negros na história do Brasil e a luta pela igualdade e liberdade, como é citado.

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“Hoje foi hiper positivo, agora a gente acertou tudo o que a gente precisava acertar, o som, o chão, faltava mais um volume e agora estamos prontos, vamos pra guerra, que seja o que o nosso senhor Jesus Cristo quiser. O entrosamento com a bateria está tudo lindo e perfeito, graças a Deus”, afirmou o intérprete Bruno Ribas.

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Com um andamento mais cadenciado, a bateria da Tom Maior optou pela execução de algumas bossas, que eram feitas esporadicamente. Destaque para o arranjo que é feito nas duas últimas estrofes do samba e termina no começo do refrão principal. É uma bossa que tem a presença de todos os instrumentos e exalta a harmonia da escola.

“O ensaio foi bem positivo, quando chove eu fico até feliz porque a energia é renovada. Eu estou com o sentimento de que nós alcançamos um nível pra fazer uma boa apresentação no dia do desfile e agora é ir pro dia e tentar reprisar esses ensaios técnicos que nós fizemos, e a escola está de parabéns, é um contingente muito bom, a harmonia tem feito um bom trabalho e estou confiante na nossa escola. Na bateria, nós temos três convenções e uma virada de três que tem doze compassos, então vai depender muito do momento que nós vamos apresentar para os jurados. O entrosamento com o carro de som está fantástico, são anos trabalhando juntos e estamos bem confiantes”, declarou o mestre Carlão, diretor de bateria da escola.

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O casal teve um ótimo desempenho nesta última noite. Apesar da pista molhada, mostraram um alto sincronismo no bailado e na coreografia, afinal, estão há muito tempo juntos ostentando o pavilhão da comunidade de Sumaré, e claramente a dupla se entende apenas no olhar, parecem deslizar na pista pela tamanha facilidade de evoluir.

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A escola cantou com clareza do início ao fim. Quando se olha para os componentes, dá para notar praticamente todos com intimidade com o samba. A bateria de mestre Carlão também contribuiu para isso, pois executou algumas bossas em que dava ênfase para se notar o canto da comunidade.

Evolução

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A escola optou por algumas alas coreografadas. Não houve presença de buracos na pista e as alas estavam sincronizadas, a escola preencheu a pista. A maioria das alas carregavam “bexigões”, o que deu um efeito especial na avenida. Vale ressaltar que a Tom Maior estourou o tempo de 65 minutos, talvez devido a chuva, mas de toda forma, é algo em que o departamento de harmonia juntamente aos coordenadores de ala deve se atentar e corrigir.

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A ala teve uma apresentação com bastante coreografia. Vestidos com roupa afro, a comissão levou muitos integrantes para a pista, que dançaram de forma sincronizada e fizeram a coreografia compactada, posicionados em formas geométricas. Mesmo com a forte chuva, a ala obteve êxito em sua apresentação e cumpriram com o desejado. A ala não optou pelo uso de tripé.

Entrevistão com Fernando Fernandes: Gestão, disputa de samba e promessa de apoio de Brasília

Qual o segredo para trazer o prestígio novamente para uma escola de samba? O que precisa ser feito para a ‘dignidade voltar para o ninho’ e o componente acredite em títulos? Na série “Entrevistão” a equipe do site CARNAVALESCO conversou com Fernando Fernandes, presidente da Unidos de Vila Isabel. Vindo de um luxuoso desfile, o presidente comentou sobre a relação com o Distrito Federal, com Witzel, e prometeu uma Vila ainda maior em 2020.

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Temos observado uma grande redução de eventos na quadra da Vila Isabel. Isso não vai na contramão da necessidade de arrecadação num momento de crise?

“Nós decidimos dar uma reduzida nos eventos, porque todos tem um custo muito alto. Evento hoje não dá lucro e sim prejuízo. Tem uma gama de cortesias para ser dada, venda é muito difícil. Depende da atração para que seja sucesso. Tem que ter interesse do público em participar. Hoje, na crise que vivemos no carnaval só podemos apostar no certo. Nossa quadra é muito bem localizada, porém é muito onerosa. É muito grande então as despesas são maiores. Segurança, portaria, banheiro, brigada de incêndio, gerador, ambulância e etc. Isso ai onera assustadoramente. Quando você pensa que vai ter lucro, o resultado é empate ou prejuízo. Porque a despesa é altíssima. Tem que cumprir com uma exigência e protocolo enorme. Se não cumprir, tá ‘roubado'”.

Alguns veículos divulgaram que a relação com o Distrito Federal não é das melhores. O que de fato aconteceu? A escola obteve o aporte financeiro?

“O que foi divulgado tem um pouco de verdade e um pouco de mentira. A relação com o governo é boa. O que não teve foi o aporte prometido. Não existe um desgaste por parte da Vila com o governador. Temos uma carta de intenção assinada de um aporte de R$ 4 milhões. Só que até agora não veio um centavo. Eles seguem vendo com agências e empresas”.

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O projeto de 2020 é ainda maior que 2019?

“A Vila vai novamente fazer um carnaval grandioso e esplendoroso. Nós apostamos nesse investimentos que foi prometido. Sou administrador e a Vila é muito bem administrada. Não vou dizer que acabarei o carnaval sem dívidas, mas são dívidas administráveis. Nós tínhamos uma promessa, se o governo do DF cumprir está tudo quitado. Caso não cumpra, faremos um carnaval bonito, porém com dívidas pagáveis”.

Algumas pessoas elogiaram o desfile de 2019, mas talvez por saudosismo, acharam a escola fria. Você concorda ou discorda?

“Sou transparente em tudo o que falo. Acho que não houve isso. Se entra uma escola fria, morna ou quente é o samba que produz. O samba é a força da escola. Se tivermos um samba bom, a escola vem com uma força que pode surpreender. Um samba que empolga atinge não só a escola na avenida, mas também nas arquibancadas. Se o samba é ruim não empolga ninguém. Pra esse ano fiz uma aposta. Não fizemos disputa. Recebi os CDs e os compositores não tiveram despesa. A disputa na Vila era viciada, só ganhava um. Mudei isso. O critério foi envelope lacrado, não tinha nome de ninguém. Só eu sabia pelo número. Quando escolheu o samba eu disse quem eram os compositores. Todos ficaram felizes pois os gastos foram mínimos. Pra 2021 vou inovar novamente. Levarei três sambas pra final sem divulgar os compositores, quem divulgar será desclassificado”.

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Nos ensaios de rua da Vila é perceptível que algumas pessoas da comunidade prefiram ficar nas calçadas assistindo e não desfilando. O que fazer para que esse componente volte para dentro da escola?

“Todos esforços são feitos. A comunidade não volta porque não quer. Hoje a moda é o funk. A juventude quer funk e hip-hop. Quem está na escola tem a média de 35 anos, se puxarmos as fichas da Vila Isabel vamos constatar isso. A oferta é feita, a prioridade é e sempre será nossa comunidade. Mas existe uma fuga. Isso é uma mudança que vai sempre existir. O mundo evoluiu, o samba evoluiu. Entrou muita gente e também saiu. Assim é a vida. Não é uma exclusividade da Vila, todas as comunidades passam por isso”.

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Como anda a relação com o governador Wilson Witzel?

“O governador é simpático com as escolas. Veio no lançamento do nosso enredo, tem um carinho enorme pelo samba. Só que ele também não pode resolver nada sozinho. Ele tem boas intenções mas disso o mundo tá cheio. Estou igual a São Tomé, só acredito vendo. Ele é simpático, agradável e quer fazer. Mas não depende exclusivamente dele”.

Qual era a situação financeira da Vila antes da sua chegada?

“Peguei a escola numa situação sofrível. Eram dívidas de gestões passadas. Chegamos aqui com 96 processos, hoje temos 11. Equalizamos muita coisa”.

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Sobre o terceiro lugar de 2019, a escola ficou orgulhosa ou frustrada?

“Digo por mim. Eu, Fernando Fernandes, como presidente da Vila fiquei orgulhoso. Fiz uma reunião com os segmentos antes do desfile e afirmei que meu não era tirar o primeiro lugar. E sim botar a Vila novamente nas campeãs. Cheguei aqui a escola não tinha uma pena de galinha. Falei que botaria a Vila acreditava e competitiva. Se pegar de 2013 pra cá, as posições eram décimo, nono, oitavo e quase rebaixamento. Acho então que melhoramos. Modifiquei a cara da Vila Isabel. A quadra tem uma escola alegre que está motivada. Só tem dois anos que estou aqui, preciso ir modificando aos poucos. O presidente precisa de um tempo maior para que os profissionais consigam trabalhar. Não dá para lapidar nada em um ano ou dois. Se tiver estrutura igual uma empresa a escola vai forte. Com equipe boa, seremos sempre competitivos. Lógico que não vamos ser campeões o tempo todo, isso não existe. O importante é estar lá no sábado das campeãs. Porque a diferença é de apenas um décimo ou dois”.

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O que falta para a escola ficar em primeiro lugar?

“Falta ela acontecer na Marquês de Sapucaí. Porque lá é uma incógnita. Temos um carnaval espetacular cujo enredo é Brasília. Mas não falamos de Brasília em si, não tem nada a ver. É uma viagem ao mundo chegando lá. As pessoas precisam entender isso. O Edson teve um insight muito bom, fez um enredo bonito e acreditamos nisso”.

Como é a relação com Capitão Guimarães e família? O que foi pedido quando você assumiu a escola?

“Ele é uma pessoa muito educada, conversa muito, mas não se intromete. A relação com ele é excelente. Dá conselhos devido a sua grande experiência, ele sabe muito de carnaval. Porém, não pediu nada quando chegamos aqui”.

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Vocês pensam no reinado de Aline Riscado como pontual ou será como foi com a Sabrina?

“Vamos esperar para ver o que vai acontecer na avenida para falar a respeito. Agora não é o momento”.

Como a Sabrina lidou com isso?

“Ela é super educada e entendeu perfeitamente. Tanto que virá na frente da escola esse ano. Será rainha da Vila Isabel”.

Beija-Flor faz último ensaio de rua em Nilópolis para o Carnaval 2020 com garra e canto forte da comunidade

Por Victor Amancio. Fotos: Allan Duffes

Depois do 11º lugar no carnaval de 2019, a maior campeã da Era Sambódromo parece ter despertado para retornar ao topo da tabela. Conhecida por ter uma comunidade muito forte a agremiação de Nilópolis no ensaio deste domingo reafirmou este fato. O canto dos componentes foi linear do início ao fim do treino e foi um dos destaques da noite junto com a bateria de mestre Plínio e Rodney. * VEJA AQUI FOTOS DO ENSAIO

“Pode esperar uma Beija-Flor campeã, estou fazendo de tudo para sermos os campeões do carnaval, ensaiamos para isso. Se Deus quiser o título vem para Nilópolis”, disse Gabriel David.

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Considerado um dos melhores sambas do ano, a letra reforça o orgulho nilopolitano. No trecho final do samba e o refrão principal são os trechos em que o componente coloca a alma no canto e o faz com orgulho. O samba tem letra e melodia fortes e promete encantar e conquistar a Sapucaí no dia do desfile oficial da escola.

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Sem a presença da voz principal da escola, Neguinho da Beija-Flor, e com alguns problemas com o carro de som, o time de vozes da escola fez um grande treino. Embalando a comunidade e bem encaixados com a bateria Soberana, os cantores demonstraram confiança e capacidade de segurar o samba. A comunidade cantou muito durante todo o treino, com o samba na ponta da língua e prontos para o desfile oficial.

“Essa comunidade canta muito, fizemos um ensaio esplendoroso. Para nós foi excepcional o canto, a evolução, o tempo. Foi um ensaio para fechar a tampa e mostrar que estamos pronto para o desfile”, falou o diretor de carnaval Dudu Azevedo.

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Evolução

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Se o canto é forte, a animação é tão grande quanto. Os componentes estão evoluindo muito bem, fazendo coreografias e dançando. Pode-se notar na escola um número significativo de alas coreografadas, o que dá um efeito visual positivo para escola mas que limita a evolução do componente pois não permite uma evolução solta.

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Claudinho e Selminha completam 25 carnavais defendendo o pavilhão da Deusa da Passarela em 2020. O casal encanta com seu bailado e com uma coreografia com passos afros, muita dança e cortejo, a dupla fez um grande ensaio na Mirandela arrancando aplausos e gritos de quem assistia. Selminha com tua sua experiência mantém um nível excelente de dança.

“Nesse carnaval completamos 25 anos consecutivos na Beija-Flor e não tem preço construir essa história de amadurecimento e de aprendizado. Estamos nos preparando muito, ensaiando como iniciantes que precisam provar alguma coisa. O aprendizado é diário, cada ensaio é importante para aprimorar e praticar. Vamos com humildade para esse desfile mas com muita força e garra. Esperem uma dança forte, mais tradicional, com muita alegria, entrosamento e sorrisos. Vamos marcar os 25 anos com um grande desfile”, contou Selminha.

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Bateria

Os mestres Plínio e Rodney preparam um verdadeiro show para o desfile oficial. Ousando mais, a bateria está fazendo bossas e convenções que prometem levantar o componente e o público. Mestre Rodney disse que a bateria está pronta para fazer um grande desfile e que entrará em busca da nota máxima e do título.

“O ensaio foi perfeito, estamos prontos para desfilar. Sem desmerecer as coirmãs, estamos prontos para levantar mais um troféu. Queremos o título”, explicou o mestre.

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Ensaio de rua da Grande Rio mostra união e sintonia em todos os setores

Por Gabriella Souza

O clima em Caxias está outro, difícil é saber qual caxiense ainda não foi ao ensaio da Grande Rio ao longo da tradicional Brigadeiro Lima e Silva. Na noite deste último domingo aconteceu o penúltimo ensaio de rua antes do desfile. A escola já finalizando seus detalhes mais cruciais realizou um treino mais sério do que o normal, mais técnico e firme do que os outros. Mas, claro, com emoção e animação de sobra com todos os setores, durante 1h20 de ensaio, acompanhado pela já tradicional multidão. A união foi o elo principal que a Grande Rio veio fortalecendo nos últimos meses para a sua preparação de 2020, de forma natural toda a escola entrou em uma sintonia, carro de som e bateria formaram a dupla essencial que fizeram o samba transcender.

A escola eleva com seu canto e a direção sempre muito bem organizada faz tudo fluir com tranquilidade, formam a receita certa que a tricolor deve levar para sua trajetória nos próximos carnavais. O diretor de carnaval Thiago Monteiro diz estar muito satisfeito com o ensaio e que a escola está no ponto em que toda a diretoria vem planejando desde março de 2019.

“Ser técnico e sério significa que a escola está evoluindo em uma sintonia fina, e, claro, com postura competitiva. Agora é acertar os pontos que ainda faltam, as fantasias começam a ser entregues amanhã (segunda-feira, dia 10 de fevereiro), temos ainda nosso último ensaio de rua no próximo domingo, mas acredito que hoje a escola já no ponto que a gente deseja, a evolução foi boa, carro de som e bateria estão ‘voando’. E realmente o que tem sido trabalhado esse tempo todo está culminando agora, eu estou muito satisfeito com esse resultado”, declarou.

Harmonia e Samba

O carro de som da escola é um show à parte por ser forte, potente e com ótimos cantores que dão corpo a um samba que pede este toque de personalidade, e o intérprete Evandro Mallandro representa isso com o nível exato, o samba lhe caiu como um presente por se entrosar com todo a harmônica de seu canto e estilo. Para quem vê é um show, a animação dele também é um destaque, Evandro canta com animação, paixão, faz os componentes cantarem o samba com orgulho e muita força. Ele se entregou ao clima caxiense, foi no meio das alas, abraçou os componentes, cantou junto, pulou no refrão, estava em todo lugar, até na bateria com mestre Fafá e as musas da escola.

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Isso é entrosamento, sintonia, quem carrega um samba na voz tem que também ter o domínio do público para animar e fazer a união necessária, o intérprete mostrou neste ensaio a sua paixão e garra na busca do título, esse nível de carro de som e samba serão os diferenciais da escola, ponto crucial para o bom desenvolver do desfile.

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A comunidade de Caxias fez merecer esse nível alto de samba, o elevou com orgulho e força durante todo o treino. As primeiras alas, mais distante do carro de som o cantavam com força, as vozes ecoavam em grande destaque, nas próximas alas todos estavam com o canto afiado, de andamento certo e muito explosivo no refrão, acompanhado de muita emoção, uma escola que canta em conjunto e com força é sempre um show para quem assiste, e o público também participou e fez a união com as muitas vozes da escola. É indiscutível que o samba pegou fácil e os componentes da Grande Rio já estão mais que prontos neste quesito para o desfile, a meta deve ser cantar cada vez mais e não perder essa explosão sempre vista desde os primeiros ensaios da escola.

Evolução

O quesito evolução já está encaixado, com todas as alas já organizadas e ensaiadas, destaque para as coreografadas que realizam danças africanas, pinturas no rosto e criam uma estética muito interessante para o desfile. O treino foi mais rigoroso com todos os diretores atentos a cada passo dos componentes e visando sanar qualquer deslize no andamento ou questão fora cronograma. O trabalho realizado está muito profissional e sincronizado, fazendo com que se passe muita segurança aos componentes, que também estão realizando sua parte com excelência. A animação de cada caxiense é contagiante, os ensaios tem sido alegres com muito samba no pé, braços para o alto, gingas e sorrisos no rosto, criando o clima perfeito para um carnaval leve e muito alegre.

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A escola possui uma direção de harmonia com cinco profissionais responsáveis por coordenar este setor, que são Cleiton, Andrézinho Jeferson, Kaká e Hélinho. Todos afirmam que a exigência natural do cargo não os permite dizer que já estão prontos, que cada ensaio é para evolução e aprimoramento e o próximo sendo sempre melhor, mas afirmam que na Avenida estarão prontos.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

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O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Acadêmicos do Grande Rio, Daniel Werneck e Taciana Couto, está radiante. Mostraram que nesta reta final os ensaios são minuciosos e os detalhes devem ser acertados a cada treino, e foram. O que faltava em Taciana era a leveza que já conquistou junto de seu parceiro Daniel, o entrosamento entre ambos é bonito de ver e leve através de uma coreografia já bem afiada, menos teatral mas com os passos entrosados com a letra do samba, fácil de perceber e identificar. O casal faz aulas de ballet no Theatro Municipal, talvez este tenha sido o toque diferencial na técnica e leveza alcançadas por eles.

Os guardiões que ficam envolta do casal, também terão um papel dentro da coreografia, eles ficam grande parte da coreografia curvados, batendo leves palmas e com pratos nas mãos, interessante de se esperar e os palpites do que será são inúmeros. No mais, o jovem casal vem conquistando um espaço no meio com muito trabalho, técnica e um entrosamento certo que reúne agilidade, carisma, técnica e a leveza conquistada. Claro que o trajetória para eles é longa, mas o caminho é certo, com muito trabalho, a tendência é crescer.

Bateria

A Invocada de mestre Fafá segue crescendo para se afirmar com uma bateria de personalidade, a construção é de ano em ano e reforçada nos detalhes. Desde 2019 o trabalho foi de resgate, organização, adequação de andamento e reforço do trabalho dos que são ‘de casa’. Os diretores de cada naipe merecem destaque pela qualidade e trabalho minucioso que vem realizando nesta bateria, com o cuidado de elevar a cada ensaio o nível da Invocada, uma das baterias mais elogiadas e visadas dos últimos anos e meses. O que se viu foi uma bateria cheia, com cada naipe já bem encaixado, as caixas e marcações são excelentes e proporcionam um toque que casa perfeitamente com o samba, tanto em andamento como nas bossas, também muito criativas e bonitas, sem exageros.

Um dos melhores ensaios em nível de produtividade e execução até agora. A bateria está no nível certo, os detalhes finais estão sendo ajustados só para esperar a concretização na Avenida. Mestre Fafá conta ter tido um ótimo retorno deste ensaio, em que conseguiu sanar alguns pontos que faltavam e ajustar a equalização de sua bateria. Destaca ainda que as fantasias de seus ritmistas já começarão a ser entregues na próxima sexta-feira.

“Entramos na reta final, agora faltam somente dois ensaios para acabarmos a nossa temporada. E hoje eu posso dizer que foi um dos ensaios mais produtivos que tivemos, conseguimos acertar o que a gente mais queria, que é a equalização entre os instrumento, fazer com que todos os instrumentos se ouçam e que todos possam tocar em harmonia, na mesma equalização. Nossa comunidade abraçou a nossa ideia, a gente lançou uma pequena brincadeira da bateria, a hashtag ‘cantem por nós que pulsaremos por vocês’, a comunidade realmente está cantando pela gente e a nós tocando por eles. Lá da frente onde eu estava, analisei como um bom ensaio, às vezes eu até entro na bateria para analisar mais de perto., tivemos um número muito bom de ritmistas hoje. Nossas fantasias começam a ser entregues na sexta feira, nossos instrumentos de desfile já estão prontos, preparados e afinados. E agora é realizar esses dois ensaios que faltam, na terça-feira na quadra e o último na rua no domingo”, declarou.

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Fafá fala ainda do trabalho realizado em 2020 do premiado ano de 2019 para a Invocada, das expectativas e do trabalho de resgate que a bateria e a diretoria vem desenvolvendo com a escola nessa temporada.

“Cada ano é um ano, a gente ganhou estandarte de ouro em 2019, foi um ano lindo profissionalmente para toda a nossa diretoria, um ano muito produtivo mas infelizmente a gente não podia viver só de 2019 e veio 2020. E com esse ano veio esse samba lindo, um resgate dessa alma da escola e um trabalho excepcional da harmonia, a escola está cantando como nunca se cantou. E espero que esse ano de 2020 seja de muita humildade, sabedoria para a bateria e que possamos contribuir para a conquista do título da escola. Os prêmios são bacanas, engrandecem o trabalho mas temos que sonhar com o título, já tivemos aqui na direção de bateria Ciça, Odilon, Thiago Diogo grandes mestres consagrados que fizeram um grande trabalho, mas o sonho de todo mundo é o título que ainda não veio. Então se eu e a minha diretoria que é tão jovem conseguirmos esse título juntamente com a escola será a coroação de uma trabalho de resgate que tem sido feito e que eu espero ser bem avaliado assim como que todos possam gostar e curtir muito na Sapucaí”, conta.

Portela mantém nível alto em ensaio marcado por interação com o público

Por Lucas Santos

Os ensaios de rua realizados na Estrada do Portela são um espetáculo à parte. Sempre muito cheios e com uma grande interação entre escola e os moradores da região. Os testes também servem para aproximar a Portela da comunidade de Oswaldo Cruz e Madureira. O destaque deste domingo ficou para a cabeça da escola com a comissão de frente de Carlinhos de Jesus, arrancando aplausos do público, e as alas coreografadas presentes de forma mais expressiva no início.

O nível alto de outros ensaios em quesitos como harmonia, bateria e samba enredo foi mantido. A evolução em alguns momentos foi um pouco prejudicada pela grande quantidade de pessoas na via que em alguns momentos dificultava a passagem da escola. Mas isso não preocupa.

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Dando prioridade para o treino do canto e para o desenvolvimento da bateria, a escola deixou quesitos mais técnicos como evolução para o ensaio na Estrada Intende Magalhães que possui uma via em melhores condições. O ensaio durou cerca de pouco mais de uma hora. Com o mestre-sala Marlon Lamar fora do Rio, a escola optou por colocar na frente o segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira Yuri Souzah e Camylla Nascimento.

Comissão de frente

O que se pode perceber na comissão de frente de Carlinhos de Jesus a partir do ensaio é a busca por uma coreografia bastante indígena, como pede o enredo, em vários momentos dialogando com o samba como no momento do refrão principal em que os bailarinos realizavam um passo marcado indígena como se estivessem em deslocamento para a guerra. Algumas surpresas que Carlinhos de Jesus deve preparar para ser o ponto alto da comissão podem estar vinculadas com alguns momentos chaves desse ensaio como quando os componentes se reuniam bem juntos como que protegendo alguma coisa. Em outras ocasiões houve pequenas rodas e grandes saltos de alguns integrantes localizados no meio.

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Harmonia

A escola mais uma vez cantou como um todo, com os componentes bastante animados e em algumas alas fazendo questão de berrar o samba. O número expressivo de alas coreografadas no início não tirou a espontaneidade da escola. Do meio para o final, as coreografias ficaram mais simples como na parte do samba que diz “clareia o céu” quando os componentes levantavam as mãos para cima como um sinal de reverência. Há uma visível alegria da comunidade em cantar este samba e o andamento da Tabajara também contribuiu para o melhor canto dos componentes, além de mais um grande desempenho de Gilsinho.

“Tivemos um rendimento muito bom. A escola está cantando. Rindo bastante, brincando carnaval, esse é o nosso espírito, nosso objetivo. Portela tem mais um ensaio na semana que vem. Estamos aguardando o dia para a Portela fazer um grande carnaval”, completou o diretor de harmonia Júnior Escafura.

Evolução

Durante grande parte do ensaio, a escola veio evoluindo bem, com os componentes animados, sem correr, mas com dinâmica. Destaque para o início do desfile em que a escola coloriu de forma muito animada e coesa o chão da Estrada do Portela. A comissão de frente e as alas puxavam um ritmo de desfile um pouco mais acelerado mas sem correr ou desconectar as alas.

Quando a bateria saiu, por conta também da rua não ser tão larga em alguns trechos, algumas pessoas invadiam a via e acompanhavam a Tabajara atrapalhando um pouco o deslocamento mas sem comprometer a evolução da escola que não deixou buracos e realizou de forma tranquila a entrada e a saída da bateria no recuo.

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O vice-presidente da Portela Fábio Pavão deu a sua avaliação do quesito evolução e a escola com um todo no ensaio.

“Um ensaio muito positivo. Aqui na Estrada do Portela a gente basicamente ensaia o canto, o entrosamento do carro de som com a bateria. A estrada tem forma de curva, tem subida e descida, muita gente. Então é isso que a gente pode avaliar aqui. Aqui é o coração da Portela, a alma da escola está aqui, então a gente faz alguns ensaios aqui em respeito a nossa comunidade para reencontrar a nossa força e na Estrada Intendente Magalhães nós fazemos ensaios mais técnicos, privilegiando a evolução”.

Samba-enredo

O samba de 2020 elogiado pela crítica desde a sua escolha foi bastante cantado pela escola em um andamento bem entrosado com a bateria que deixou a obra com bastante cara de Portela. A letra ao mesmo tempo bastante inspirada e dentro da temática do índio não possui grandes dificuldades de palavras para os componentes e a melodia pra frente ajuda bastante no rendimento dos ensaios levando os componentes a um estado de muita garra. O trabalho de Gilsinho há duas semanas do desfile parece já pronto para a Avenida. O cantor falou do rendimento da obra no ensaio.

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“O samba sempre funcionou desde o início. A gente está fazendo só os ajustes finais para o carnaval e aí já estaremos prontos para a Avenida. A comunidade sempre cantando bastante, mostrando que o samba tem força e que nós podemos fazer um grande desfile com um samba bom. A resposta do samba nos dá certeza que será um grande carnaval”.

Bateria

A tabajara do samba veio com um andamento de 145 segundo mestre Nilo Sérgio, bem típico da escola e foram realizadas três bossas explicadas pelo próprio comandante dos ritmistas.

“O andamento é para samba de enredo mesmo. Andamento de 145 BPM (batidas por minuto), que é o andamento da Portela. Eu acredito que essa cadência está confortável para escola. Faremos três bossas. Uma na cabeça, outra no meio e uma no finalzinho. A gente colocou uma cabula para o nosso padroeiro Oxóssi, o único orixá brasileiro, e é indígena. Botamos uma cabula para fazer reverência a ele justo no trecho que o reverência “Okê Okê Arô”. Graças a Deus tivemos uma interação total com o carro de som e a gente sempre tem que se cobrar mais para que no dia desfile a gente possa estar em um alto nível. Mas foi um grande ensaio”, explicou mestre Nilo Sérgio.

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Destaque para um parada bastante ligeira no momento do trecho “índio pede paz mas é de guerra” que parece convocar os componentes a cantarem com mais força na dinâmica da crítica política que vem logo a seguir na obra.

No mais, um samba muito bom que é tocado pela tabajara bem a feição do que é a Portela, valorizando as características e a tradição da Tabajara, e principalmente a própria obra.

Outros destaques

A maioria das alas tinha algum elemento de enfeita na cabeça que trazia um colorido bonito e diferenciava uma ala da outra. Claro que era algo de temática indígena. Algumas das alas traziam algumas pequenas bandeiras da Portela.

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A rainha da Tabajara do Samba, Bianca Monteiro, sambou muito de frente para a comunidade e em alguns momentos com a ala de passistas que vinha logo a frente da bateria.

Por fim, o intérprete Gilsinho, enquanto a bateria estava no recuo, interagiu com componentes das alas que vinha a seguir cantando no meio destes segmentos da escola.