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Após 10 anos do primeiro título, Paulo Barros fala da sua trajetória na folia

    Você pode amar ou odiar a estética de Paulo Barros, mas não pode negar que ele é o artista que mais mudou o padrão dos desfiles depois da era Joãozinho Trinta. Ao completar 16 carnavais no Grupo Especial e voltar para a casa onde conquistou três de seus quatro títulos, Paulo Barros concedeu ao site CARNAVALESCO uma longa entrevista para a série ‘Entrevistão’.

    O artista falou da conturbada saída da Viradouro e avaliou que faltou calma tanto dele quanto da escola para não desfazer o casamento de forma abrupta. Foi questionado por projetos que não deram certo, casos da Mocidade em 2015 e Vila Isabel em 2018 e derreteu-se ao falar da Portela: ‘É diferente de todas as outras’.

    Você declarou recentemente que o samba da Unidos da Tijuca para 2020 é o mais bonito de sua trajetória no carnaval. Por que você acha isso?

    “Não sei te responder. Não faço a menor ideia. Mas acho que é a partir de sentimento. É um samba que serve de uma maneira perfeita ao nosso desfile. Entendedor de samba todo mundo é. Eu não entendo nada, confesso. Falo que gosto do que eu ouço. Talvez seja o melhor samba da Tijuca comigo aqui na escola”.

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    Como esse tema de arquitetura e urbanismo aparecerá em termos de imagens? Monumentos? Construções?

    “Esse enredo faz uma passagem na antiguidade. A história da arquitetura começa nesse momento. Minha carreira como carnavalesco começou observando o passado. Fernando Pinto, João 30, Rosa Magalhães, Renato Lage. Mas o foco do enredo é a cidade do Rio, a beleza. Falaremos de causas que o homem deixou de lado, preocupado sempre em criar sem pensar nas consequências. Tem aquecimento global, lixo, reciclagem. Hoje um projeto arquitetônico tem essas preocupações, para não agredir o meio-ambiente. Por isso aqui será a capital mundial da arquitetura. Aqui temos uma floresta dentro do espaço urbano. Praias, montanhas. Obviamente terminamos cantando um lugar melhor para se viver, fazendo um link com a favela, um local que sofre por conta do abandono”.

    Tem uma pegada critica então?

    “Não. Tocamos nesse ponto trazendo por que chegamos nele. É mais um alerta de consequências”.

    Sua volta na Tijuca foi muito festejada. Você se considera um ídolo da escola?

    “Não me considero nada. Sei que é um lugar onde tenho livre acesso, estou em casa, comecei aqui. A maioria das pessoas está aqui desde a minha primeira passagem. Talvez, o festejo venha dessas pessoas que eu já convivia. Se fossem outras pessoas provavelmente não haveria essa intimidade”.

    O barracão da Tijuca está atrasado?

    “Eu posso dizer que é um ano de dificuldade financeira, e todos nós sabemos. Esperamos que esse quadro seja revertido para o ano que vem. Estas fazendo um projeto dentro da realidade e para que dois, três dias antes estejamos aptos a desfilar. Se você olhar para o barracão da Tijuca você verá cinco ‘DNAs’. O DNA foi um carro que as pessoas olhavam para o barracão e diziam que não ia ficar pronto e já estava pronto. Dizem que o barracão da Tijuca está atrasado. Para mim está pronto. Esses comentários não ajudam, só atrapalham, criam expectativas negativas. Acho maldade, falta do que fazer. Convido essas pessoas a ajudar meia-hora por dia ao invés de ficarem disseminando besteira. Serão muito bem-vindas”.

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    É um carnaval à imagem e semelhança do estilo Paulo Barros?

    “O DNA que eu digo é o conceito. Eles talvez fujam do conceito arquitetônico do carnaval. Isso tudo é decorrente de um projeto pensado na realidade. Não posso fazer extravagância sem lastro financeiro. É uma questão de administração. Não adianta fazer uma alegoria gigantesca e as outras serem capengas. A gente distribui essa verba igualmente para equilibrar”.

    E a experiência no Anhembi, em uma escola de massa como os Gaviões da Fiel?

    “Em São Paulo o regulamento é muito particular. Algumas pessoas o chamam de amarrado. A gente perde e ganha o carnaval na pasta. Semelhante ao livro abre-alas aqui. E é a verdade. Estou tendo reuniões infinitas para definir as nossas pastas. É ela que nos tira ponto. Ano passado vi escolas com desfiles impressionantes plasticamente e que desceram. Desceu por que então? Por causa da pasta. É uma cilada no sentido de você fazer uma defesa coerente”.

    Como está sendo essa divisão entre Rio e São Paulo?

    “Está sendo exaustivo. Vou toda semana, fico dois dias lá e três aqui. Não dá para se dedicar 100%. Tenho uma equipe lá. É uma experiência nova, um processo de execução diferente do meu. Há de haver paciência de lado a lado. E à distância é muito pior. Os mesmos problemas que tenho aqui têm lá. A verna em São Paulo é menor. Também fizemos um projeto baseado naquilo que temos. É matemática”.

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    O que você acha da participação dos carnavalescos no curso de jurados?

    “Essa prática está voltando. Da última vez que eu fui acabaram com a presença dos carnavalescos. Acho que a culpa foi minha (risos)”.

    Se você pudesse definir o projeto plástico da Tijuca em uma palavra, qual seria?

    “Design. Por que arquitetura é design puro. O samba diz ‘curva-se o concreto’. Uma referência aos trabalhos de Niemeyer. Apaixonei-me tanto por essa frase que estou produzindo um carro da catedral de Brasília”.

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    Arquitetura pode parecer algo frio?

    “Em 2004 fiz enredo sobre ciência em que diziam que seria uma pedra de gelo. Não existe enredo ruim. Existe ideia ruim. Você precisa ter a sacada em algo aparentemente distante do carnaval em folia. Alguns anos atrás criei polêmica brincando com alguns críticos de carnaval. Eu acho o pré-julgamento muito ruim. Não se pré-julga nada. Em 2012 bateram muito no enredo do iogurte, na Porto da Pedra. Na época eu disse que adoraria tirar leite de pedra. Curvar o concreto já é uma poesia por si”.

    A saída da Viradouro deixou todos surpresos. O que aconteceu naquele momento?

    “Ali faltou calma, dos dois lados. Faltou entendimento da escola e paciência de minha parte. Sou muito explosivo. Na hora os presidente jogaram algumas coisas, eu joguei outras. Acabou criando-se esse desentendimento. Mas um dos melhores momento da minha vida foi fazer aquele carnaval. O sentimento de carinho pela Viradouro permanece”.

    E a Portela?

    “A Portela é uma coisa pesada. O envolvimento que tive com eles foi muito forte. É claro que é uma escola diferente. Não vou dizer que sou um portelense nato, mas a minha passagem lá me marcou de verdade. Diziam que não daria certo. Mas é o que eu falo, as redes sociais possibilitam a qualquer um falar o que quer na hora que quer. A resposta veio na avenida”.

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    Como artista te entristece a situação calamitosa do Acesso?

    “Isso tudo é muito sofrido para o artista. Mas acho que é uma regra para a vida. A união faz a diferença. Por que os presidentes, dirigentes não se unem? A gente vê um grupo de pessoas que brigam entre si, visando seus próprios interesses. Como o acesso vai crescer se não conseguem se entender? Aí culpam os governos. Não estou dizendo que o poder público não tem que participar, lógico que tem. Mas se o carnaval fosse de fato um business lucrativo não precisaria pedir nada. Os governos iriam querer participar. Olhem as grandes cidades do mundo que viraram potências turísticas. Nós temos o maior espetáculo da terra e não conseguimos fazer nada. Ficamos 364 dias no ócio. Quem aparece aqui fora do carnaval não tem um show, não tem nada. Não conseguimos criar um calendário anual? Gerar interesse das empresas? Tem alguma coisa errada. E para mim é essa falta de união”.

    Que balanço você faz da sua carreira?

    “Eu mereço um reconhecimento próprio para mim. A palavra carnavalesco para mim é uma questão superada. O meu entendimento do que faço é no aspecto de gestão. Quando vejo uma pessoa na curva, ouço que as pessoas comentam que dou sorte. É gestão, conhecimento, acompanhamento, conhecimento. Não estou dizendo que não pode dar errado. Eu tive um problema, em 2005, aqui na Tijuca. Dei uma ordem para que as pessoas só subissem no carro no Setor 1. O carro entraria sozinho. Chega um diretor baixa uma ordem, a coreógrafa aceitou, o carro não suportou e a direção quebrou. Quando chegou ao setor 3 uma gaiola despencou na frente do jurado, perdi um décimo e o carnaval. Eu não saio daquela curva enquanto não passa o último componente. Considero-me um cara trabalhador dentro de um projeto que domino cada parte. Eu gostaria de ter uns 10 irmãos gêmeos (risos)”.

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    A gestão de pessoas é o segredo de seu sucesso?

    “Vou contar algo que aconteceu no desfile de 2019. Aquela alegoria do cemitério que tinha aquele moto descendo. O presidente Marcelo Calil me indagou sobre a possibilidade de a moto dar defeito. Aí eu disse que era um problema, de fato. Ele então comprou outra moto. Dentro da alegoria havia m local pra guardar as motos. Os mesmos sistemas de saída de fogo foram implementados nas duas. Testamos e ensaiamos até o erro, no caso de dar defeito. Cada uma das pessoas envolvidas sabia de suas responsabilidades. Se desse algum problema era só trocar a moto. Uma segunda pessoa substituiria. No fim do desfile perguntei se havia dado tudo certo. O técnico disse que a moto pifou e ela não foi trocada. Um procedimento que não levaria 40 segundos. Se você tem uma função dentro de um projeto e não o realiza é incompetência. É apenas isso”.

    Temos visto o surgimento de uma nova geração de artistas. Deixa-te animado essa nova safra?

    “Sim, pois estou doido para virar comentarista. Vou me vingar (risos). A nova geração precisa vir mesmo. O carnaval precisa de fôlego e ideias novas”.

    Muitas pessoas criticaram bastante suas fantasias na Vila em 2018 por um excesso de efeitos. Você considera aquelas críticas justas?

    “As fantasias serviram para o enredo. Ninguém é obrigado a vestir nada. Todas as pessoas sabiam de suas responsabilidades. Não atrapalhara o componente nem o desfile. Isso foi dito na época porque as pessoas gostam de criar culpados. Essas críticas não tem fundamento. Considero aquele desfile um dos meus grandes momento de criação e ninguém vai me tirar isso da cabeça. É um marco de transformação plástica. Fantasia de escola de samba é tudo igual. Tentei fazer algo diferente”.

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    Podemos esperar uma Tijuca fora do óbvio em 2020?

    “Como transformar uma fantasia e design? É difícil. O julgamento para a leitura do figurino penaliza a gente. As nossas roupas serão explicadas através de outros elementos, que vocês verão a avenida”.

    Outra polêmica foi no desfile da Mocidade de 2015, quando você nominou as alas. Qual era o objetivo ali?

    “Aquelas plaquinhas eram perguntas. A minha intenção era instigar No fim do mundo você faria o quê? Você iria rezar? Cada um se questionava sobre o que faria no último dia. Vamos usar um artifício na Tijuca de 2020 para que as roupas se auto-expliquem”.

    Dez anos depois, o que representa na sua vida ‘É Segredo’?

    “Ele foi um divisor de águas de tudo. Eu estava voltando. Espero que esse ano seja um novo segredo”.

    Por que tão poucas escolas vencem domingo?

    “O campeão sai de segunda-feira por um motivo que não vou dizer senão eu fico desempregado. Mas eu sei sim”.

    Tem algum xodó em relação à fantasia e alegoria para 2020?

    “Eu nunca tenho esse xodó. Eu procuro criar coisas bem diferentes umas das outras nos meus desfiles. Posso repetir o sistema. Por exemplo: meu carro fala de lado e não de frente. Não é que eu não dê a importância para frente, mas minha cabeça funciona para os lados. Agora xodó eu não tenho”.

    Como está sua participação no projeto da comissão de frente?

    “A comissão faz parte de um projeto, que eu criei, então eu digo que ela também é minha. Não estou dizendo que o profissional que lá está não desenvolve seu trabalho. É algo pensado a quatro mãos. Às vezes eu não acerto é claro, sou humano. Criei uma expectativa em comissões no qual eu sou meu maior inimigo”.

    Em algumas oportunidades não deu certo?

    “Não deu. Faz parte. Na Vila em 2018, o equipamento não funcionou corretamente, ele não seria utilizado daquela maneira. Tive de mudar o elenco, fazer um tripé de última hora. Uma sucessão de erros. Tivemos que buscar solução. Faz parte também do trajeto de um desfile. Na Tijuca estamos com o projeto tudo caminhando bem. Pode ser que haja algo que eu precise mudar, mas fazemos estudos para que não aconteça”.

    Você é um conhecedor da técnica de desfile. Essas mudanças no regulamento te preocupam?

    “Regulamento é para ser obedecido. Se você tem menos tempo e para você tem de se organizar para passar. Já saiu há meses o regulamento”.

    Os efeitos que você cria como surgem na sua cabeça?

    “Adoraria ter uma gaveta com essas ideias. Não tenho infelizmente. Surge do enredo. Por exemplo: tenho em mente algumas coisas. Minha loucura era fazer um cemitério. Consegui fazer ano passado. Mas eu gostaria de ter uma biblioteca de ideias guardadas. Acho que o principal efeito é pensar no público. Essa é a mola propulsora do meu trabalho”.

    Você acha que a linguagem do carnaval é muito amarrada?

    “Eu venho quebrando esse conceito. Alegoria não precisa ser brilho, luxo, esculturas. O DNA me deu essa oportunidade. As pessoas olham meus carros antes de irem para avenida e acham feio. E eu concordo. É feio mesmo. Em 2012 aqui na Tijuca meu último carro eram três bolos. Forrei de preto, botei umas estrelas e um amigo me disse que era muito feio. Eu concordei com ele. O carro entrou no setor 1, saíram as pessoas vestidas de asa branca e o efeito causado fez esse amigo elogiar depois”.

    Você pretende inovar nas roupas das porta-bandeiras?

    “Nunca mais. Depois elas erram e botam a culpa em mim. Eu faço do jeito que elas desejam, geralmente com muito faisão. Tem uma história engraçada com o Marquinho e a Giovana. Cheguei aqui justamente no ano que eles chegaram. Ela me pediu uma roupa tradicional. Era em 2010. Ela ficou entre a comissão e o abre-alas, quase não foi notada. Foi assim em 2011 e 2012. Em 2013 ela pediu uma roupa diferente. Criei uma roupa toda negra que mudava de cor através do led. Ela foi uma grande parceira. Mas em outras escolas quando dava errado elas botaram na minha conta”.

    Foliões poderão comprar produtos dos ambulantes oficiais com o celular

    Durante os blocos de carnaval, vamos combinar, menos é mais. Não é legal sair de casa com várias coisas nas mãos. O folião que curtir a temporada no Rio de Janeiro terá uma experiência completamente nova e prática, podendo inclusive sair de casa sem carteira. Isso porque agora é possível comprar qualquer bebida nos mais de 10 mil ambulantes autorizados com o celular, por meio do Ame Digital. O pagamento é simples e seguro: basta ler o QR code do vendedor. A plataforma garante benefícios como cashback de 10% em todas as compras e promoção exclusiva de 4 latinhas de Brahma por R$ 10.

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    Para Claudio Romano, CEO da Dream Factory, empresa que organiza o Carnaval de Rua do Rio, a ideia de trazer conveniência e praticidade para a vida do folião com o novo método de pagamento é a conquista de um carnaval sem carteira. “Trabalhamos para trazer mais conforto para o Carnaval de Rua do Rio e a Ame Digital vislumbrou uma ótima oportunidade ao disponibilizar a possibilidade de compra pelo aplicativo com os 10 mil ambulantes oficiais. Agora é possível curtir os blocos deixando a carteira em casa.”, comentou Romano.

    Viradouro antecipa último ensaio de rua para este sábado

    Finalizando os preparativos para o desfile, a Unidos do Viradouro tem mais dois ensaios na agenda antes do desfile. O ensaio da Avenida Amaral Peixoto, no Centro de Niterói, que tradicionalmente acontece aos domingos, foi antecipado. Por conta de várias atividades carnavalescas agendadas pela prefeitura na cidade para domingo, a direção da vermelho e branco vai concluir a temporada de ensaios de rua, neste sábado, a partir de 19h, na mesma Amaral Peixoto.

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    Na quadra, que fica na Avenida do Contorno, 16, no Barreto, o último compromisso com segmentos e alas de comunidade será na terça-feira. A Viradouro será a segunda a desfilar na Marquês de Sapucaí no Domingo de Carnaval. A escola vai tentar o campeonato de 2020 com o enredo “Viradouro de ama lavada”, dos carnavalescos Tarcísio Zanon e Marcus Ferreira, também responsáveis pelo desenvolvimento do tema. O enredo é inspirado nos cânticos seculares que as Ganhadeiras de Itapuã entoavam enquanto lavavam roupas às margens da lagoa baiana.

    Neguinho da Beija-Flor lança ‘Sambas Memoráveis’ dos anos 60

    Prestes a completar 44 anos de Avenida, o cantor e compositor Neguinho da Beija-Flor está realizando um sonho antigo: colocar voz em alguns dos sambas históricos cantados em antigos carnavais por diversas escolas. O projeto “Sambas Memoráveis”, com 12 obras que se destacaram nos anos 60 – o primeiro de uma trilogia -, estará à disposição dos apaixonados pelo estilo samba-enredo neste sábado, 15 de fevereiro, através das plataformas digitais. É o primeiro trabalho de Neguinho voltado exclusivamente para serviços de streaming.

    O repertório foi escolhido por Neguinho em parceria com integrantes do Doentes da Sapucaí, grupo paulistano formado por admiradores de sambas-enredo do Carnaval carioca, que também cuidou da produção.

    Em “Sambas Memoráveis – Anos 60”, a única composição que não faz parte daquela década é “Cânticos à Natureza”, de Nelson Sargento, Jamelão e Alfredo Português, que a Mangueira cantou no desfile de 1955. As demais obras são: “Rio, capital eterna do samba” (Walter Rosa -Portela, 1960; “Seca no Nordeste” (Gilberto Andrade e Waldir de Oliveira – Tupy de Brás de Pina, 1961); “Dia do Fico”, (Cabana – Beija-Flor de Nilópolis, 1962); “Chica da Silva” (Anescarzinho e Noel Rosa de Oliveira – Salgueiro, 1963); “Aquarela Brasileira”, de Silas de Oliveira (Império Serrano, 1964); “Cinco Bailes da História do Rio” (Silas De Oliveira, Ivone Lara e Bacalhau – Império Serrano, 1965); “Mundo Encantado de Monteiro Lobato” (Jurandir, Batista, Darcy da Mangueira, Helio Turco e Luiz – Mangueira, 1967); “Sublime Pergaminho” (Carlinhos Madrugada, Nilton Russo e Zeca Melodia – (Unidos de Lucas, 1968); “Heróis da Liberdade” (Silas De Oliveira, Mano Décio e Manoel Ferreira – Império Serrano, 1969); “Bahia de Todos os Deuses” (Bala e Manuel Rosa – Salgueiro, 1969); e “Yayá do Cais Dourado” (Martinho da Vila e Rodolfo – Vila Isabel, 1969).

    Neguinho, o projeto e os sambas memoráveis

    Voz oficial da Beija-Flor, compositor de seis sambas-enredo que a escola de Nilópolis levou para a Avenida (1976, 1978, 1981, 1983, 1984, 1992), e autor de sucessos como “O campeão (Domingo, eu vou ao Maracanã…)”, “A Deusa da Passarela”, “Malandro é malandro, mané é mané”, “Bem melhor que você”, e “Gamação Danada”, com Amir Guineto, entre outros, o artista lamenta que, nos últimos anos, nenhuma obra cantada no Sambódromo carioca tenha se transformado em clássico, caído na boca do povo e ultrapassado o universo restrito aos sambistas.

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    “Não acho que isso aconteça necessariamente porque a qualidade dos sambas mais recentes seja inferior à dos sambas mais antigos. O espaço pro samba-enredo é que tá ficando cada vez menor nas tevês e nas rádios, perdendo pro sertanejo, pro funk….Mas, claro, que pérolas como essas que estão nesse projeto, com autores que precisam ter seus nomes lembrados, são obras que precisam ser imortalizadas. Por isso a ideia do ‘Sambas Memoráveis’, porque os mais jovens precisam ter acesso a essas obras. É uma coisa de resgate mesmo. Resgatar pra manter viva a cultura do samba-enredo”.

    Neguinho explica a razão de incluir entre as 12 faixas, o hino que a Mangueira cantou no Carnaval de 1955, “Cânticos à Natureza”.

    “Eu tinha seis anos e lembro de ouvir o Jamelão cantando esse samba. E foi nessa época que eu, menino pobre da Baixada Fluminense, passei a me interessar por samba-enredo. E foi ouvindo a voz do Jamelão, cantando esse samba, que me tornei fã dele. Então, incluir essa obra nessa primeira coletânea, também tem um significado sentimental, porque posso dizer que foi um marco na minha vida”, revela o artista.

    A gravadora Movieplay, especializada no mercado musical digital será responsável pelo lançamento.

    O projeto “Sambas Memoráveis” terá continuidade, com lançamentos futuros de obras históricas dos anos 1970 e 1980.

    Convicto, Império de Casa Verde apresenta enorme evolução em ensaio e entra na disputa pelo título

    Por Matheus Mattos

    Última escola de samba a ensaiar no Sambódromo do Anhembi visando o desfile de 2020, o Império de Casa Verde cresceu de forma surpreendente e já se apresenta como uma das favoritas. Antes mesmo de iniciar o treino, o intérprete Carlos Júnior conversou com a comunidade sobre diferentes assuntos. Comentou sobre situação das alegorias do barracão após a chuva, enfatizou importância do ensaio, e pediu animação e empolgação aos desfilantes. A escola passou com 59 minutos e 1.900 componentes.

    “É um outro ensaio. Não podemos esquecer o primeiro, mas esse ensaio foi da alegria, da garra, da superação. A gente tem comunidade pra isso, e o Império foi na técnica e na vontade. Nós chamamos a comunidade, olhamos nos olhos e falamos que só dependia deles. É difícil de acreditar, mas a gente estava achando que não podíamos. Fizemos muitos ensaios, conversamos e todo mundo entendeu que a gente pode o que a gente quiser”, declarou Serginho, diretor de harmonia.

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    Samba-enredo

    Ainda comentando sobre o intérprete, Carlão vem demonstrando a cada dia a sua confiança com o respectivo carnaval. Ele canta em bom desempenho técnico em todo trajeto e tem a liberdade pra fazer aberturas vocais, como nos trechos “Se Deus é por nós”, “Vem das mãos do criador”, “segue ao toque do vento”, entre outros. A equipe de cantores também abria vozes. Notou-se também contracanto no trecho “Guardiões da terra prometida”.

    Já as cordas, que no ensaio contou com 2 cavacos e 2 violões, também tinham arranjos, desenhos e palhetada firme em alguns momentos. Variação escutada no “Um sonho para imortalizar”, e repicada no “Oh meu Brasil”.

    Comissão de frente

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    A ala trouxe bailarinos com rostos pintados de tigre. A comissão traz movimentos bem rápidos e bom sincronismo. Um trecho em específico, todos os integrantes se viram para plateia, uma interação prevista em regulamento e bem executada. Assim como pontuado na última análise, o quesito traz caixotes e os bailarinos retiram uma espécie de bandeja de dentro.

    Harmonia

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    Quando comparado o último desempenho da escola com o primeiro técnico, nota-se uma grande evolução no quesito. Dessa vez os componentes cantaram o samba, em praticamente todas as alas os desfilantes sabiam pronunciar cada trecho de forma correta. Não houve oscilações entre quesitos e alas. A escola apresentou um bom nível de canto.

    Evolução

    Também é um quesito de destaque positivo. Primeiro que, pelas dimensões das alegorias e número de componentes, a escola optou por estabelecer um andar mais rápido.

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    O ensaio trouxe componentes soltos e alegres. Um ponto de destaque é a postura dos Diretores de harmonia, eles não cobravam os componentes de forma agressiva, apenas cantavam o samba, mostravam muita empolgação e indicavam o momento das coreografias.

    Mestre-sala e Porta-bandeira

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    Atrás do abre-alas, o casal Rodrigo Antônio e Jessica Gioz, trouxe passos leves e olhar constante entre eles. Durante a passagem ao segundo jurado do quesito, a dupla demonstrou segurança, cortejo característico deles e pavilhão devidamente apresentado. Os dois também utilizam frases do samba pra seguir o passo.

    Bateria

    A entrada da bateria no recuo foi tranquila e, durante a recomposição da ala atrás, a corte preencheu os espaços vazios. A postura rítmica da bateria durante a segunda estrofe se destaca. A começar pelo ataque de chocalhos junto às caixas. Depois pelo toque do tamborim, onde os ritmistas da frente aproveitam pra coreografar. Entre as bossas, a que se inicia no segunda refrão apresentou uma conversa entre cozinha e leves, com ataques de caixas.

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    Durante a passagem do último jurado do quesito, mestre Zoinho comandou a bateria literalmente no meio da cozinha. Um ritmista acompanhou a batucada com um Derbakke, instrumento libanês.

    Outros Destaques

    Um dos destaques ficou na conta da ala das baianas. As mulheres vestiram um vestido comum e com turbante. A variação de cores das mulheres proporcionou um efeito visual agradável.

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    O abre-alas também chamou a atenção, mas não pela dimensão, já situada na primeira análise, mas pela presença da ala coreografada. Eles trouxeram uma coreografia com muitas informações, acrobacias e passos rápidos.

    Com clima de descontração e show da arquibancada, Mancha Verde realiza seu último ensaio técnico

    Por Gustavo Lima

    Com exatamente uma semana do carnaval, a atual campeã Mancha Verde realizou nesta última sexta-feira seu último ensaio técnico no Anhembi visando a preparação para o carnaval de 2020. O treino foi marcado pelas atitudes do presidente Paulo Serdan, tanto na concentração, como no meio da pista. Primeiro, no discurso antes da entrada da agremiação na pista, ele liberou a comunidade para se divertir, passar na avenida sem responsabilidade alguma, pediu para o componente brincar, até solicitou que as marcações de espaço das alegorias fossem removidas, deixando apenas a do abre-alas. Segundo, com a escola já na pista, pouco depois de a comissão de frente passar do recuo de bateria, o carro de som e a bateria fizeram uma “paradona”, deixando a comunidade cantar a uma só voz, e logo depois, Serdan pediu para parar tudo para fazer um discurso, o que é bem incomum nos treinos.

    A escola parou por inteira na pista, e o presidente disse que, geralmente, o componente dá o seu máximo até o recuo, mas muitos não sabem que até lá só tem a existência de uma torre de jurados, e depois do recuo, possui mais três torres. Sendo assim, ele pediu que a escola tirasse um algo mais do seu canto após o recuo, e obteve um retorno imediato com aplausos da comunidade. Tudo começou de novo, com a introdução do samba e a bateria subindo logo depois. E, de fato, a escola atendeu o pedido e fizeram com que o quesito harmonia fosse o quesito destaque da noite.

    “Foi mais um ensaio gostoso, no qual a gente teve a convicção de que a comunidade está cantando bem, porque quando a bateria parou o povo continuou cantando, e é muito do que a gente vem conversando, de repente pode acontecer algum problema, ter uma pane de som na avenida e eles não se assustaram, mostrou que nossa comunidade está bem centrada. Sobre a parada, a gente já fez isso uma vez, é importante porque a maioria das pessoas acabam entendendo e a gente sentiu a necessidade de mostrar que nós temos três jurados depois do recuo. Nós temos uma grande descarga de emoção na concentração, as pessoas entram em uma pegada forte e chega aqui no meio, dá uma relaxada, e isso é perigoso. Estamos com todo trabalho finalizado, é muita coisa, a gente está grande e eu particularmente gosto mais desse projeto do que o do ano passado, vamos brigar pelo título e o que vai acontecer lá dentro é outra situação, mas trabalhamos, investimos e ensaiamos pra isso”, disse o presidente Paulo Serdan.

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    Samba-Enredo

    O samba tem uma letra reflexiva, com o intuito de passar uma mensagem de paz para quem está ouvindo, além de possuir uma melodia impactante, alegre, e que permite o componente se divertir na pista. A obra foi bem conduzida pelo intérprete Fredy Vianna, mostrou muito entrosamento com seus cantores e com o time de cordas, que interagiu na melodia em algumas partes do samba.

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    “A Mancha Verde já vem fazendo grandes ensaios na quadra, e nosso ensaio técnico foi muito positivo. É lógico que nosso presidente pediu pra retirar as marcações das alegorias, deixou o pessoal bem livre, e o que eu posso falar é que nossa evolução e harmonia está dando um show, nossa escola está cantando muito forte, e isso é um ponto muito positivo. Depois que fomos campeões, a comunidade já começou a acreditar no bicampeonato, a comunidade está formada, canta e vibra como ninguém e hoje a Mancha Verde é uma escola grande. Sobre a parada, meu presidente é maluco, ele faz essas coisas e dá certo, porque como ele falou, o ensaio é pra essas coisas, parou pra dar um recado muito importante pra comunidade, dizendo que os setores ainda são julgados depois do recuo. Casou muito o entrosamento com a bateria do mestre Guma, é uma grande pessoa, um maestro e eu sou maluco com a minha ala musical e ele tem uma bateria dinâmica, deu um casamento perfeito e vamos arrebentar na avenida”, declarou o intérprete Fredy Vianna.

    Bateria

    A bateria de mestre Guma, que é estreante na agremiação, trouxe um andamento mais cadenciado e bossas bem executadas, com todos os instrumentos sendo bem escutados. As caixas e os surdos de terceira ditaram o ritmo da bateria, sendo os naipes mais notórios na Puro Balanço.

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    “Eu acho que o ponto positivo foi a questão do canto, a galera está participando muito no quesito harmonia. A bateria passou dentro da proposta que a escola precisa, depois a gente vai poder avaliar melhor. A relação com a comunidade está sendo a melhor possível nesse meu primeiro ano, a Mancha é uma família, todo mundo é muito acolhedor, tenho um carinho enorme já por eles, estou muito feliz e grato. Parar o ensaio é realmente quebrar um tabu, parar a evolução da escola pra dar uma motivada, dar um gás e colocar as palavras certas, foi muito bom, uma sensação inexplicável”, contou o diretor de bateria, mestre Guma.

    Mestre-Sala e Porta-Bandeira

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    Marcelo Luiz e Adriana Gomes, trajados em verde e branco, evoluíram fazendo sua coreografia pela pista inteira, mesmo fora da visão da torre dos jurados. Por conta do forte vento, a porta-bandeira Adriana, em determinados momentos, teve uma certa dificuldade de controlar o pavilhão, não deixá-lo enrolar, mas logo conseguiu controlar a situação. O casal mostrou muita simpatia e sincronismo em todos os movimentos realizados, fizeram um bailado seguro e não houve erro grave neste último treino.

    Harmonia

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    Foi o quesito destaque da noite. A comunidade da Mancha Verde cantou em todos os setores, ainda mais depois das palavras do presidente Paulo Serdan no meio do ensaio. É nítido a felicidade dos componentes com o enredo e samba da escola. O intérprete Fredy Vianna, como de característica, jogou muito o samba para a comunidade cantar e a resposta dos integrantes da escola foi imediata.

    Evolução

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    A escola veio bem descontraída neste ensaio. Com o comando do presidente Serdan, os componentes tiveram a oportunidade de brincar neste ensaio, desfrutar do carnaval, sem a responsabilidade total de ocupar os espaços que é exigido no regulamento, pois segundo o presidente, houve muitos ensaios com bastante pressão e não teria problema tal fato ocorrer neste último treino. Os harmonias até removeram as marcações das alegorias, para possibilitar que o componente tivesse mais espaço para se divertir.

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    Comissão de Frente

    A ala veio com uma espécie de vestido na cor marrom em seu figurino. A comissão optou por uma coreografia, realizada por integrantes que aparentam representar uma espécie de guardiões, no qual uma mulher, que interage com o público, é protagonista. A ala vem com um tripé que não tem muita utilidade, mas que aparentemente, no dia do desfile, deve representar alguma escultura apresentando o que vem pelo desfile.

    Águia de Ouro faz ensaio com domínio técnico dos quesitos e expectativa cresce para o desfile

    Por Matheus Mattos

    Primeira escola da noite de sexta-feira, o Águia de Ouro realizou um ensaio técnico convincente. Comissão de frente com variadas coreografias e momentos, canto aguerrido, descontração dos componentes e bateria resgatando identidade influenciaram diretamente para a qualidade positiva do ensaio.

    “O nosso ensaio foi muito bom. A quantidade de pessoas é o que a gente já esperava, era o que a gente queria. A gente aperfeiçoou o andamento, ainda tem coisas pra acertar mas estamos no caminho certo”, garantiu Alan Camilo, diretor de harmonia.

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    Antes do desfile o presidente, Sidnei Carrioulo, fez um breve discurso e pediu para que o componente cantasse.

    “Cantem muito, vocês gostam de cantar. Vamos se divertir, tirar uma onda, mas com a responsabilidade”, finalizou.

    Comissão de frente

    Assim como citado acima, a comissão do Águia promete ser um dos grandes destaques do momento do desfile, isso por diversos fatores. O enorme tripé trazido esconde grandes segredos de toda a trama. São diversos bailarinos, mas eles se dividem pra aparecer em três momentos. O primeiro ato remete uma época mais primitiva, principalmente pela presença e coreografia do componente principal. Outro ato já trouxe integrantes com o andar mais lento, como se tivessem flutuando. O terceiro baseia-se mais na interação com a plateia, sorrisos e dança que utiliza mais partes do corpo. Algumas trocas são feitas na execução do refrão principal. Todos os integrantes da ala voltaram pra avenida e encerraram o treino com os últimos setores.

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    Mestre-sala e Porta-bandeira

    O primeiro casal, João Camargo e Ana Reis, mais uma vez, demonstrou bom domínio da dança e execução clara de cada passo. Ambos apresentam momentos de modernidade na execução de cada movimento. João, por exemplo, tem um jogo de pernas em que durante à execração ele se aproxima e afasta da Ana. A porta-bandeira também reflete segurança no domínio do pavilhão oficial, aliado a um bailado leve.

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    Harmonia

    A comunidade da agremiação demonstrou domínio claro do samba e letras bem pronunciadas. Pode-se notar domínio da canção em todos os setores, e pouca oscilação. Os “amigos da bateria”, grupo dividido em três alas, se destacou pelo volume do cantar e empolgação. Os apagões efetuados pela bateria tiveram uma resposta forte da comunidade.

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    Evolução

    O quesito em questão também merece destaques positivos. A começar pela coreografia e domínio dos passos da primeira ala, logo atrás da comissão de frente. Os passos fortalecem a ideia da mensagem prevista do setor. Sobre a entrada no recuo, a escola organizou de forma eficaz, ala recompôs e não gerou dores de cabeças. No trecho “Águia, razão do meu viver”, todos integrantes batem palmas, e no visual, é bem agradável. O último setor da escola trouxe muitos elementos de mãos coloridos.

    Bateria

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    A Batucada da Pompéia também teve uma passagem que merece destaque. Variações de bossas, recuo caracol, coreografias dos ritmistas, alegria e irreverência de todos os integrantes traz motivos pra esperar uma bateria que resgata as origens. A bossa da segunda estrofe merece destaque pelos desenhos das marcações e retomada de surdo. Eles casam com o trecho “meu coração” e os ritmistas pulam no mesmo compassos. No apagão todos se viram para a arquibancada.

    Samba Enredo

    O carro de som contou com três cantores de apoio e três microfones principais; Tinga, Doiuglinhas e Darlan. Nas cordas, apenas um cavaco e violão. O time de canto abria vozes em pequenos momentos, como por exemplo: “Criar e Superar”, “recriar a vida”. Já as cordas tinham solos em “Águia, em suas asas vou voar” e momentos também de repicadas na palhetada.

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    “Foi tudo maravilhoso. A escola está mostrando que está preparada pra fazer um grande desfile, um grande carnaval. Águia vem aí, forte e unida. Comunidade cantando forte e com muita alegria”, finalizou o intérprete Tinga.

    Evento beneficente arrecada fundos para vestir bateria do Império Serrano

    imperio serrano final 2020 109As escolas da Série A enfrentam a grave crise financeira que assola as agremiações com garra e criatividade. Uma das mais importantes instituições culturais do país, o Império Serrano, é uma das escolas que precisa de ajuda para colocar seu carnaval na rua. Pensando nisso, um grupo de artistas e torcedores da escola criou um evento para arrecadar fundos e bancar alguma parte do desfile.

    ‘Um ato de amor’ aconteceu neste sábado no tradicional Renascença Clube no Andaraí, com s presença de figuras como Pretinho da Serrinha, Aluísio Machado, Flávia Saioli e Lucas Donato. Ao final do evento o valor arrecadado serviu para investir na fantasia da bateria Sinfônica do Samba. A escola corre contra o tempo para terminar o figurino dos ritmistas, a tempo do desfile na semana que vem.

    Presidente não comparece ao evento

    A presidente Vera Lúcia Corrêa não compareceu ao evento mas mandou um representante. Houve em um primeiro momento uma certa resistência da mandatária em aceitar os fundos arrecadados pelo evento, mas posteriormente o valor foi incorporado para ajudar o Carnaval do Império Serrano, segundo apuração do site CARNAVALESCO.

    Em nota, Vera Lúcia disse que em nenhum momento recusou receber a verba, afirmou que sua diretoria divulgou e incentivou o evento e confirmou que os fundos serão destinados à fantasia da bateria.

    “Eu jamais iria recusar a ajuda de qualquer pessoa com o intuito de somar forças para fazer o carnaval. A minha diretoria apoiou em massa o evento, ajudamos na divulgação, fizemos de todo o possível para que ocorresse em prol da agremiação e sem nenhum vinculo político. Quanto ao fato do recebimento dos valores arrecadados no evento, não houve recusa em nenhum momento. Apenas orientei aos membros da diretoria administrativa para que não recebesse em mãos os valores, explicando que somente o Departamento Financeiro tem autonomia para recebê-lo. A verba está sendo destinada a finalização dos preparativos da nossa bateria, assim como fora escolhido pelos organizadores do evento”, diz a nota.

    Sambódromo liberado! Liesa confirma lavagem e teste de som e luz com a Mangueira neste domingo

      A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) confirmou na manhã deste sábado que a Avenida está liberada para o Carnaval 2020. A liberação do Ministério Público aconteceu após a entrega do laudo do Corpo de Bombeiros certificando que todas as exigências foram cumpridas. Neste domingo acontecerá a lavagem da Avenida e o teste de som e luz com a Estação Primeira de Mangueira.

      Lavagem ensaiotecnico 2019 111

      A lavagem das baianas e sambistas tem concentração prevista para 18h e início marcado para às 19h deste domingo no Sambódromo. O ensaio técnico da Estação Primeira de Mangueira, atual campeã do Grupo Especial, acontece após o tradicional encontro dos sambistas na pista dos desfiles. Vale lembrar que a entrada na Sapucaí é grátis.

      A concessão da tutela antecipada concedida pela juíza Soraya Pina Bastos para a realização do evento aconteceu após o pedido da Riotur, em posse do laudo do Corpo de Bombeiros. O Ministério Público também está de acordo e manifestou-se favoravelmente.

      Na próxima segunda-feira, está marcada uma reunião entre Riotur, Corpo de Bombeiros e Ministério Público no Tribunal de Justiça para análise final dos documentos e, então, a liberação definitiva do Sambódromo.

      Como foram as obras no Sambódromo

      Na área de incêndio e pânico foram instaladas 967 luzes de emergência, 1345 placas de sinalização e 423 extintores de incêndios e pintura das áreas de circulação em todas as arquibancadas.

      Na recuperação estrutural foi feita remoção da camada de cabeamento das faces superiores dos degraus e arquibancadas, e remoção da camada de cabeamento externo, além da limpeza dos pisos e degraus das arquibancadas, tratamento da armadura de ferro das faces superiores das arquibancadas, inibidor de corrosão entre lajes e pilotis, e recuperação da junta de dilatação e vedação.