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Vigário Geral abre desfiles da Série A com críticas políticas em seu enredo

A Acadêmicos de Vigário Geral levou para a Avenida o enredo “O Conto do Vigário”. Uma crítica às histórias que nem sempre são baseadas na realidade. As alas “A vaca foi pro brejo”, “Laranjas” e “A guerra dos guardanapos” foram destaques pelas críticas e referências que faziam.

Os componentes se mostraram entusiasmados e satisfeitos com as críticas que a propôs. Na ala 17, denominada ‘A vaca foi pro brejo’, os integrantes contaram qual a expectativa deles referente ao impacto que essa crítica poderia causar.

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“Que o nosso governo através de uma escola de samba consiga resolver essa situação do nosso país. É muita corrupção. Você tá vendo a saúde, a brincadeira que estão fazendo com a saúde, ninguém liga pra educação. Então, que através dessa crítica as pessoas abram os olhos. A gente segue na luta, né?”, disse Maria da Graça, 72, que desfilou pela primeira vez na Vigário.

Tania Oliveira, 59, contou que acha importante que as escolas da Série A também apresentem críticas na Avenida.

“As escolas da Série A tem que mostrar o seu valor. Não é só o Especial que tem que vir falando, eu acho que nós temos que criticar também cada vez mais, mostrando ao povo que nós podemos também.”

Na ala das laranjas, quando questionada sobre o que a fantasia representava, Lucilia Martins, 56, disse em disparada “Somos as laranjas, referência ao Bolsonaro, sabe?”.

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Para Ana Lucia Sandonato, 54, esse enredo é importante para que as pessoas repensem sobre as injustiças e demonstrou esperança quanto a dias melhores.

“É muito pouco caso, pouco interesse pela saúde, pela educação, por tudo, então isso fica muito chato. Só quem é laranja se dá bem. O povo brasileiro é persistente, somos fortes, somos guerreiros”, desabafou.

Na ala 19, Marcelo Gomes, 50, contou que sua fantasia representava os vigaristas.

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“Representa a farra dos guardanapos na França, onde lamentavelmente mais um ladrão enganou o povo. É a farra, né? Sambaram na cara do povo, é o que vamos fazer aqui, mas vamos sambar no coração do povo”. Para ele, o enredo serve para mostrar a insatisfação do povo em forma de crítica social.

Para Paulo Lemos, 47, tudo se baseia em respeito. “A gente precisa ter respeito com a opinião do outro. Estamos criando um país muito polarizado, politicamente falando. Então é interessante que a Vigário venha com uma crítica, para que as pessoas entendam que você tem o direito de pensar de forma diferente e que tem que ser respeitado”, finalizou

Palhaço com faixa presidencial encerra desfile da Vigário Geral

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A Vigário Geral, primeira escola a desfilar no Grupo de acesso, abriu a noite de desfile da Série A com o enredo “O Conto do Vigário”. A escola optou por tratar o enredo de forma política, remetendo a como o Brasil era vislumbrado na Europa, antes mesmo da divisão dos portugueses e segue contando saques e explorações que ocorreram com o país. O tripé que encerrou o desfile, nomeado de Melhor “Já Ir” se acostumando, que é uma referência às ironias e deboches que os foliões fazem dos políticos. Trata-se de um palhaço, de terno e faixa presidencial, fazendo uma crítica ao atual presidente do Brasil.

Wellington Pereira, componente da 18ª ala, descreve a fantasia dele como um laranjal com petróleo e o número 171. Ele conta adorou o enredo crítico da escola esse ano. “O melhor jeito de sacanear um político é mostrar a honestidade do seu povo”, conta.

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Desfilando pela primeira vez na escola, o mineiro Vicente Campez afirma que adorou o tema do enredo.

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“O samba está muito bonito, a letra está legal, fala diretamente da questão política e nada melhor pra zoar um político do que o carnaval”, diz.

Rocinha faz festa para a Princesa Maria Conga em seu Abre-alas

 

Abre alas RocinhaEm 2020, a Acadêmicos da Rocinha levou para Avenida o enredo “A guerreira negra que dominou dois mundos” e contou a forte trajetória de Maria Conga, mulher negra que é símbolo de luta contra a escravidão e que foi consagrada pelas religiões de matrizes africanas. A primeira alegoria da escola representou uma festa na tribo congolesa de Maria, convocada por seu pai, o Rei, para celebrar seu nascimento.

O Abre-alas da agremiação trouxe em dois carros acoplados referências da estética africana, com acabamento nas cores marrom, preto e dourado. Na parte da frente, o nome da escola estava escrito em letras prateadas. Logo acima o rosto do Rei, ladeado por dois caldeirões, recebendo a todos aqueles que vieram prestigiar a chegada de sua filha. Palha, búzios e dentes de elefante decoravam toda a alegoria, assim como pinturas tribais.

Os componentes, fantasiados com trajes amarelos e distribuídos por toda a alegoria, representavam os convidados da celebração.

“Estamos representando Maria Conga. Ela foi escravizada aos sete anos e depois de muitas lutas fundou um quilombo em Magé. O carro está lindo e representa bem o momento em que ela nasceu”, afirmou a integrante Marcela Batista. Outro componente, Jhonson Rofferman, acredita que a composição do Abre-Alas está maravilhosa, pois segue exatamente o que foi descrito no samba-enredo.

Nos fundos da alegoria esculturas de negros escravizados fizeram alusão ao que Maria Conga representou na luta antiescravagista da época, pois sua chegada e história de sofrimento significou a libertação de muitos de seus irmãos e irmãs. O carro da Azul, Verde e Branca de São Conrado, que foi a segunda a pisar na Marquês de Sapucaí na primeira noite de desfiles, também recebeu a ilustre presença da velha guarda, vestida com roupas brancas e estampadas com borboletas, símbolo da escola.

Tarcísio Motta fala sobre sua atuação política a favor do carnaval

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A Acadêmicos de Vigário Geral, primeira escola a desfilar na na Marquês de Sapucaí, na noite desta sexta-feira, entrou na Avenida com o enredo “O Conto do Vigário”, questionando a história oficial brasileira. O vereador Tarcísio Motta (PSOL), que faz parte da Comissão Especial de Carnaval, da Câmara Municipal do Rio, veio em um dos carros e contou ao site CARNAVALESCO que há três anos vem lutando pela fiscalização e na tentativa de convencer outros vereadores de que o carnaval é um patrimônio da cidade, deve ser respeitado e servir como política pública.

“Estamos com um projeto de lei que já foi votado em primeira e esperando ser votada em segunda para transformar o carnaval como um direito cultural do cidadão carioca. Além disso, temos tentado fazer o debate para que a prefeitura não se negue a pensar e discutir a questão da verba para o carnaval. Como vereador de oposição apaixonado por carnaval eu faço o debate, desejando que a gente possa avançar para um projeto de cidade diferente”, conta.

O vereador considera muito complicado que o poder público não perceba que a verba pública injetada nas escolas de samba tem retorno em turismo, no espetáculo, fomenta trabalho e renda, e na perspectiva de fazer com que as escolas sejam pontos de cultura nas comunidades.

“A atual prefeitura não enxerga essa oportunidade importante e claro, fazer carnaval fica mais difícil nessa situação. Mas é um carnaval feito na raça, na resistência”, diz.

Tarcísio se declara um apaixonado pelo carnaval da Sapucaí e da Intendente de Magalhães. Para ele ter um enredo crítico é ótimo porque retrata a resistência do carnaval.

“O carnaval faz parte da história do Rio de Janeiro, a gente viu no ano passado a campeã do carnaval com um enredo totalmente crítico, o carnaval sempre foi conflito, sempre enfrentou os poderes públicos, que sempre tentaram controlar de alguma forma essa manifestação cultural. Me encantei com o enredo da Vigário exatamente por mostrar essa farsa pra quem não viu, por isso eu estou muito feliz de desfilar nessa escola hoje”, afirma.

Só para os melhores! Prêmio Estrela do Carnaval 2020 celebra início da parceria com o Camarote Vivant!

    Tem novidade na edição de número 13 do prêmio Estrela do Carnaval, dado pelo site CARNAVALESCO, aos melhores do Carnaval 2020. Neste ano, o prêmio recebe com muito orgulho a chancela do camarote Vivant! e será chamado de Prêmio Estrela do Carnaval Vivant!

    “É um orgulho estarmos com o site CARNAVALESCO no prêmio Estrela do Carnaval 2020. Além disso, o público que estiver no camarote terá o prazer de escolher os premiados em três categorias exclusivas e criadas especialmente para celebrar a parceria”, afirma Diego Rigor, um dos responsáveis pelo Vivant!.

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    Como nas edições anteriores, o prêmio será votado por integrantes do site CARNAVALESCO e jornalistas de diversos veículos de comunicação. O resultado será divulgado na terça-feira de carnaval. A festa de premiação está prevista para acontecer em abril.

    Com a entrada do Vivant! o Estrela do Carnaval terá três categorias exclusivas para os convidados que vão assistir aos desfiles do Grupo Especial no camarote. São elas: Desfile Vivant!, Ritmo Vivant! e Carnavalesco Vivant!

    “É uma grande honra ter o Vivant! com a gente no Estrela do Carnaval 2020. Início de uma parceria que promete ser duradora. São pessoas que vivem o samba o ano inteiro e apaixonadas como a nossa equipe”, diz o jornalista Alberto João, editor do site CARNAVALESCO.

    Confira os quesitos do Estrela do Carnaval Vivant! 2020

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    Grupo Especial

    Desfile do Ano
    Bateria
    Intérprete
    Enredo
    Carnavalesco
    Samba-Enredo
    Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira
    Comissão de Frente
    Baianas
    Passistas
    Conjuntos de Alegorias
    Conjunto de Fantasias
    Originalidade
    Renovação do carnaval
    Harmonia

    Série A

    Desfile do Ano
    Bateria
    Intérprete
    Enredo
    Samba-Enredo
    Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira
    Comissão de Frente
    Baianas
    Conjuntos de Alegorias e Fantasias
    Harmonia

    Prêmio Estrela do Carnaval em São Paulo ganha mais quesitos em 2020

    O site CARNAVALESCO acredita e muito no carnaval paulistano. Por isso, em 2020, o prêmio Estrela do Carnaval em São Paulo ganhou mais quesitos. Agora, o júri do site e convidados vão escolher os premiados em dez categorias.

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    São elas: Desfile do Ano, Bateria, Samba, Comissão de Frente, Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira, Carnavalesco, Conjunto de Alegorias, Conjunto de Fantasias, Intérprete e Baianas.

    O resultado será divulgado na terça-feira de carnaval, antes da apuração oficial. A festa de premiação está prevista para acontecer entre o fim de março e o mês de abril.

    Ícone da moda assina figurino da comissão de frente da Beija-Flor

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    Os integrantes da comissão de frente da Beija-Flor estarão mais bem vestidos do que o esperado quando pisarem na Sapucaí ao fim da Segunda-feira de Carnaval. Os figurinos do grupo de dança são assinados por Francisco Costa, renomado estilista brasileiro, natural de Minas Gerais, conhecido pelo trabalho junto a marcas da moda mundial, como a Calvin Klein, onde foi diretor criativo de moda feminina por 14 anos.

    O convite para integrar o projeto — aceito gratuitamente por Costa — partiu do coreógrafo Marcelo Misailidis, que encanta a abertura dos desfiles da Beija-Flor pelo sétimo ano consecutivo. Os dois artistas se conheceram por intermédio da mulher de Misailidis, a empresária Danielle Uhebe, que tinha laços com o estilista desde a infância na região de Guarani, no interior mineiro. Era lá que Costa morava antes de se mudar para os Estados Unidos, onde construiu a prestigiada carreira. Agora, de volta ao país natal, o ícone do mundo fashion está lançando uma marca própria: a Costa Brasil.

    — (Costa) É um dos grandes estilistas da atualidade e foi um dos responsáveis por alavancar o crescimento da Calvin Klein. Ele trabalhou com grandes nomes da moda e desenha roupas para grandes estrelas de Hollywood em ocasiões importantes, como o Oscar, por exemplo — afirma Misailidis, que explica o convite: — Estávamos procurando alguém que trouxesse um aspecto contemporâneo à temática da comissão de frente e decidi ligar para ele, que se encantou com o projeto e decidiu fazê-lo de graça.

    Além do estilista, a comissão também recebeu apoio da Colcci, uma das maiores produtoras de jeans do mundo, que forneceu matéria-prima como base para a adaptação e customização dos figurinos.

    Mistura de tendências

    Os modelitos desenhados por Francisco Costa para a Beija-Flor estão inseridos em dois movimentos intimamente ligados com as ruas — é sobre elas que fala o enredo “Se essa rua fosse minha”, dos carnavalescos Alexandre Louzada e Cid Carvalho. Há referências ao movimento de contracultura do Hip-Hop estadunidense, criado na década de 1960 em meio ao Bronx, um dos bairros de Nova York.

    Durante a expansão urbana, a criação de uma avenida atrapalhou a vida de moradores e fez o local entrar em colapso: surgiram, então, os movimentos de gangue. Eles estarão representados na comissão de frente da Beija-Flor por terem sido importantes para criar referências culturais relevantes que se espalharam pelas ruas do mundo todo, incluindo as do Brasil. Esses símbolos passam pelas vestimentas e a moda, a música e a arte — incluindo o grafite. Apesar de serem referências com 60 anos de história, elas serão inseridas no desfile com uma estética futurista.

    O segundo movimento contemplado pelo trabalho de Misailidis é o das religiões afro-brasileiras, que entendem o orixá Exu como “o verdadeiro dono da rua”. Ele é mencionado no refrão do samba-enredo da escola e também será exaltado na abertura do desfile.

    — Faremos um paralelo do que há hoje nas ruas com tudo aquilo que vem regendo elas, assim como a vida nas cidades, de forma atemporal — adianta Misailidis.