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Galeria de Fotos: Desfile do Império da Tijuca no Carnaval 2020

Galeria de fotos: desfile da Vila Maria no Carnaval 2020

 

Ala infantil da Unidos de Padre Miguel retrata a inocência das Ibejadas

Vitoria1upm

A Unidos de Padre Miguel levou para a Avenida o enredo “Ginga”, que contou a história da capoeira e de sua ancestralidade. O esporte, uma expressão cultural brasileira que une elementos de arte-marcial, dança e música, foi criado no século XVII pelo povo escravizado. A famosa ala das crianças da agremiação representou toda a inocência do bailado do capoeirista, como em uma festa de pequenos Ibejis, entidades infantis que se manifestam nas religiões de matrizes africanas.

Meninas e meninos, apaixonados pela escola, alegaram que era maravilhoso estar na Marquês de Sapucaí mais um vez. “Eu desfilo desde 2015 e é sempre uma emoção muito grande. Quando eu piso na Avenida, perco a cabeça, fico louco! Gostei da roupa, é muito confortável. Deve ter dado um trabalhão para o carnavalesco. Assim como no enredo, eu jogo capoeira e minha última apresentação foi semana passada”, contou Luan Gomes, de 13 anos.

A fantasia dele e dos outros componentes da ala era parecida com os trajes utilizados pelas entidades mirins consagradas na Umbanda e no Candomblé. A roupa tinha várias cores, com a prevalência do rosa claro no casaco e na calça. Na cabeça, um chapéu também característico dos Ibejis. As crianças também carregaram grandes bolas nas mãos, retratando a inocência das brincadeiras infantis.

A ala mirim da agremiação é conhecida e sempre chama a atenção pelos pequenos componentes, que são encantados pela escola.

“Acho que a Unidos traz o samba de dentro de você! Até a pessoa que não gosta vai no ensaio e se apaixona. Foi assim que aconteceu comigo. Eu desfilo há cinco anos nessa ala. A fantasia é muito linda”, afirmou Felipe Torres, de 12 anos.

Vitória Siqueira, 11, também ama a agremiação de Padre Miguel e adorou todas as fantasias que viu na concentração. A paixão nos olhos dos componentes, como Luan, Felipe e Vitória, era evidente. Para a diretora Gleide da Silva, que comanda as crianças há três anos, isso tem explicação. Ela acredita que a ala leva o futuro da agremiação para a Avenida. “Essa ala significa a continuidade da força do povo guerreiro da Vila Vintém.”

Volta aos anos 90! Imperatriz faz o melhor desfile da noite em busca do retorno ao Grupo Especial

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Por Victor Amacio. Fotos: Allan Duffes e Nelson Malfacini

Reeditando o enredo de 1981, “O teu cabelo não nega”, a Imperatriz Leopoldinense fez um grande desfile porém teve problemas na iluminação do abre-alas e do segundo carro. Na luta pelo título de campeã do carnaval e o retorno ao Grupo Especial a escola fez o melhor desfile da Série A. Fazendo uma arrancada arrebatadora a escola entrou com os pés firmes na Sapucaí. O casal de mestre-sala e porta-bandeira se destacou com uma fantasia belíssima e com uma dança impecável. Mesmo com os problemas de iluminação, as alegorias estavam lindas e com um acabamento impecável. O canto da comunidade gresilense foi extremamente forte, a agremiação mostrou a vontade de retornar para o principal grupo do carnaval. O samba, já conhecido pela comunidade, foi o ponto alto da escola, favoreceu o canto e empolgou a Sapucaí.

Comissão de frente

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O casal de coreógrafos Hélio e Beth Bejani trouxe na comissão a representação dos antigos carnavais com bonecões de bate-bolas. Durante a apresentação de dentro desses bonecos saiam malandros com guardas-chuvas. O ponto alto ficou por conta da surpresa, que foi a revelação de uma passista que arrancou aplausos de quem assistia. Bem dançada e sem erros a comissão desempenhou bem o papel proposto.

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Mestre-sala e Porta-bandeira

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O casal desfilou com uma fantasia de Arlequim e Colombina com uma beleza impressionante. Exalando sintonia e passos bem sincronizados Thiaguinho e Rafaela provaram que estão em alto nível de dança e o tempo juntos é positivo para evolução como casal. Completando dez carnavais defendendo o pavilhão da escola, Rafaela dançou com leveza sem deixar a garra de lado.

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Harmonia

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O canto da escola impressionou pela sua força. Os componentes pisaram firme na Sapucaí e cantaram a reedição a plenos pulmões. O carro de som com Arthur Franco e Preto Joia fez uma boa apresentação e somados com a bateria de mestre Lolo elevaram o nível do canto, que passou muito bem por toda Sapucaí.

Enredo

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Reeditando o carnaval de 1981, homenageando o compositor Lamartine Babo, a escola desenvolveu o desfile em três setores. O primeiro sendo um convite para o público embarcar no desfile. O abre-alas representava um trem da alegria e ficou clara a proposta. Leandro desenvolveu um desfile popular e de fácil leitura, tanto os carros quanto as alas permitiam um entendimento rápido. O segundo setor passou pelas composições de memoráveis de Lamartine, destaque para as alas que retratavam os times de futebol. Fechando o desfile um verdadeiro baile de carnaval com malandros, bate-bolas e colombinas.

Evolução

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Evoluindo de forma correta, sem correria ou lentidão, a escola fez as pausas para as apresentações dos quesitos e passou evoluindo e se divertindo. O público foi contagiado pela alegria da escola e respondeu cantando o samba. Foi um dos pontos altos do desfile, foi possível ver componentes interagindo com o público das frisas e, desta forma animando quem assistia.

Samba-Enredo

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Um dos grandes sucessos da história da escola, o samba-enredo foi um dos destaques do desfile. Curto e de fácil aprendizado, o refrão funcionou muito bem sendo o ápice do canto. “Quem dera que a vida fosse assim…” foi outro momento em que a comunidade gritou o samba. Lavaram a alma e provaram a grandiosidade da escola.

Fantasias

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Sem duvidas foram as fantasias mais bonitas que cruzaram a Marquês de Sapucaí e além de beleza conseguiram explicar o enredo para quem assistia. O carnavalesco Leandro Vieira desempenhou bem a função e entregou um conjunto de fantasias funcionais e leves, permitindo a evolução da comunidade. Destaque para a fantasia das baianas da escola e segundo casal que impressionaram pela beleza estética.

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Alegorias

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Um dos melhores conjuntos alegóricos apresentados até o momento, criativo e comunicando bem com o público as alegorias foram um dos destaques do desfile. O abre-alas passou em alguns pontos com a parte traseira apagada, como na segunda e na terceira cabine dos jurados. O problema com iluminação pode despontuar a agremiação que passou também com segundo carro piscando na avenida e nos módulos 2 e 3 totalmente apagados.

Com grandiosidade estética, coroa da Imperatriz entrou com alto luxo na Avenida

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Em exaltação à figura do compositor Lamartine Babo a Imperatriz Leopoldinense o coroou junto de seu símbolo máximo. Fechando o desfile, a alegoria intitulada “Palco Iluminado: Só dá Lalá” ressaltou a figura do artista como “o Rei do Carnaval” título que recebeu por conta de seus trabalhos populares na festa.

O carro tinha um nível altíssimo em construção estética, riqueza de detalhes. Leandro Vieira é um artista singular na construção artística, assim como exigente, fez jus então ao carro da coroa, grande símbolo da escola, que veio predominantemente dourado.

O logo “Imperatriz” verde com lâmpadas ao redor e anjos em suas laterais foi impactante. A expressão desses bonecos foi minuciosa, emocionou os componentes através da riqueza dos traços, as suas asas douradas com relevos expressivos. A coroa era bastante luxuosa, com detalhes de flores e corações estilizados nas ‘hastes’, que criaram um efeito grandioso.

As fantasia das componentes que vieram no carro também eram ricas em detalhe e acabamento; um vestido branco com detalhes dourados cintilantes e o chapéu de penas verdes. A alegoria foi de luxo, contribuindo para que a Imperatriz voltasse à época em que fazia desfiles memoráveis.

Débora Corrêa, 28 anos, que estreou na Imperatriz ficou emocionada com a imponência do carro. Ao lado dela, mais uma componente não conseguia esconder a emoção; Andressa de Lima, 15 anos, que desfila na Imperatriz desde criança estava visivelmente emocionada em desfilar neste carro.

“Esse é meu primeiro ano desfilando em um carro, mas já são mais de 10 anos saindo na Imperatriz, e é muita honra estar desfilando no carro da coroa, para nós é muita
felicidade, já que representa o símbolo da nossa escola”, disse a componente que emendou.

“Esse carro está lindo, bem detalhado, tudo muito bem acabado. A gente anda pelo carro e não se vê um defeito ou algo faltando, está perfeito. Até estávamos aqui agradecendo o pessoal que fez o carro, que ajudou na confecção, eles que fazem essa festa e isso tudo acontecer. É uma felicidade muito grande e um sentimento inexplicável”, finalizou a jovem imperiana.

Vila Maria apresenta plástica moderna nas alegorias durante desfile

VilaMaria desfile2020 067Penúltima escola de samba do Grupo Especial a desfilar no sábado de carnaval, a Unidos de Vila Maria apresentou plástica diferenciada nas alegorias, fantasias grandiosas e bom relacionamento entre carro de som e bateria.

Mesmo como ponto positivo, alguns episódios de quedas de adereços nas fantasias de componentes foram notados.

Comissão de Frente

VilaMaria desfile2020 042A primeira ala da escola apresentou um bom domínio técnico. Nomeado como: “Guardiões Da Tradição Chinesa”, os bailarinos evoluíam com um leque. Quando aberto, eles proporcionavam um efeito sonoro positivo e bem entrosados. O personagem principal, Rei Macaco, não economizou nas acrobacias e era o principal elemento para interagir com a plateia.

A comissão ainda contou com mais mulheres que representaram o espírito da cultura chinesa. Elas também trouxeram adereços nas mãos, e contribuíram para o bom desempenho.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

VilaMaria desfile2020 055Estreante como oficial, o casal Bruno Mathias e Tatiana dos Santos aliou o clássico com uma execução moderna, com cortejo mais acelerado em comparação aos demais casais. A porta-bandeira esbanjou simpatia e carisma durante trajeto.

A fantasia do casal também contribuiu pro desempenho da dupla. No caso, a vestimenta foi confeccionada com cores quentes. No caso da Tatiana, o vermelho, laranja e amarelo predominaram. No Bruno, o detalhe do adereço de cabeça chamou atenção, não só pelo tamanho, mas também pelo desenho e riqueza dos detalhes.

Harmonia

VilaMaria desfile2020 059A escola apresentou uma harmonia satisfatória. Claro que, o volume do cantar não foi alto, mas isso não afeta o desempenho do quesito no julgamento. O trecho “Faz encantar” foi cantado com boa empolgação. A estrutura do samba é pra cima, e pedia um cantar mais forte em todo momento. Os dois primeiros setores apresentaram o cantar mais forte.

Enredo

VilaMaria desfile2020 071A narrativa usada para contar o tema fugiu do padrão esperado de CEP. Além de evitar a abordagem clichê como cultura, culinária, fundação, entre outras, a Vila visou destacar os pontos na história do país que são importantes para a sociedade até hoje. Na avenida, a leitura foi facilitada ao sambista que tinha um conhecimento básico. A linha não seguiu uma ordem cronológica, o que também torna o enredo diferenciado.

Evolução

VilaMaria desfile2020 031A escola apresentou um domínio bom do andar do componente, padrão mantido em todo desfile. O único ponto negativo ficou por conta da manobra de entrada da bateria no recuo. Antes da recomposição, a ala da frente voltou a andar e proporcionou um buraco. A recomposição foi rápida e não prejudicou o contexto.

Samba-Enredo

VilaMaria desfile2020 033A obra da agremiação abordou o enredo de forma bastante descritiva. Pelo fato do enredo exaltar os grandes feitos, a melodia é toda pra cima e explosiva. O Wander Pires teve um aproveitamento que valorizou a qualidade da obra. Ele apresentou cacos melódicos, sustentação da afinação e melismas improvisados.

Fantasias

VilaMaria desfile2020 051O desenho e proposta das fantasias da escola foi um ponto de destaque. A agremiação trouxe riqueza nos detalhes e adereços volumosos. O primeiro setor foi um dos que mais se destacaram na grandiosidade. Porém, algumas falhas do quesito foram notadas. Primeiro, um adereço de cabeça de um componente caiu logo quando as primeiras alas passavam ao recuo. O costeiro de um dos mestres-salas caiu durante o bailado, e pequenos detalhes em determinadas fantasias.

Alegorias

VilaMaria desfile2020 065No contexto geral, a Vila Maria apresentou uma temática com traços mais modernos e fora do “padrão” de São Paulo.

A começar pelo abre-alas, “Com o Dragão Milenar, grandes Impérios se erguiam”, a alegoria trouxe muitos componentes e bem espalhados. O letreiro com o nome da agremiação veio na parte superior, um pouco acima da escultura de um Dragão. As coreografias nas laterais influenciaram também ao contexto.

A segunda alegoria, “A genialidade da mente brilhante e criativa do Chinês”, também atendeu as características de carros vazados. Eles trouxeram movimentações, tanto na grande cabeça retratando a mente brilhante, quanto nas engrenagens.
“Pátria da sabedoria” é o nome que batiza o terceiro carro alegórico, um grande elemento que predominou o branco. Destaque para o detalhe inferior com vários emblemas da Vila Maria em dourado.

Dentre as propostas, a quarta alegoria “Prédio de uma cidade inteligente” chamou atenção pela quantidade de telas em LED que transmitiam imagens originais do local, esculturas de robôs, pandas, além do tamanho.

A última alegoria “Monumento à união das etnias” encerrou com uma mensagem de união entre os dois países, Brasil e China. Uma parte da alegoria se abria, dentro brasileiros e chineses evoluíam abraçados.

Santa Cruz empolga o público em belo desfile sobre cidade cearense

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Por Eduardo Fróis. Fotos: Allan Duffes e Nelson Malfacini

A Acadêmicos de Santa Cruz pisou forte na avenida para falar da cidade de Barbalha, no Ceará. A escola pareceu não se importar com a chuva para fazer um desfile correto e empolgante. Porém, alguns erros de evolução, harmonia e acabamento nas alegorias podem comprometer a nota máxima da escola nesses quesitos. A verde e branco da Zona Oeste foi a quarta agremiação a desfilar nesta noite de sábado, com o enredo “Santa Cruz de Barbalha, um conto popular no Cariri cearense”. Os destaques do desfile ficaram por conta da comissão de frente, que levantou as arquibancadas com sua coreografia simples e funcional.

Buscando superar a quinta colocação do carnaval de 2019, a Santa Cruz desfilou alegre e colorida para cantar as histórias da cidade do sul do Ceará, com 60 mil habitantes. O início da apresentação levou as cores da escola, que trouxe um grande canavial entre a comissão de frente, a primeira ala “Engenhos da Rapadura” e o carro abre-alas. Em seguida vieram os setores do ‘Pau da Bandeira’, que é um festejo típico da cidade da Barbalha, ‘Contos Populares do Cariri’ e, por último, a Acadêmicos convida o público a conhecer a cidade homenageada no enredo.

Comissão de Frente

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A escola da Zona Oeste abriu seu desfile com a dança do canavial, apresentando uma fantasia inspirada nos trabalhadores cortadores de cana-de-açúcar, a base da economia da cidade de Barbalha. Os bailarinos carregavam um adereço de mão simulando um pé de cana-de-açúcar, que conforme era movimentado transmitia uma impressão do vento soprando no canavial. A coreografia foi feita por Marcelo Chocolate e Marcelo Moragas. A fantasia era verde, com detalhes em marrom, palha e dourado. Com bastante brilho, a roupa dos componentes da comissão era simples e muito funcional, esbanjando leveza e alegria na o início da escola.

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Em frente aos módulos dos jurados um dos 15 integrantes da comissão de frente arremessava o chapéu de “bóia-fria” para realizar uma acrobacia saltando sobre os outros componentes. Os pés de cana-de-açúcar ajudavam a esconder a transformação do bóia-fria em padre, que apresentou a escola aos jurados. O adereço de cana era deixado no chão para que os outros 14 integrantes fizessem uma outra dança com uma espécie de espátula. Depois, o padre voltava a ser mais um cortador de cana para que a comissão desse seguimento ao desfile.

Alegorias

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O abre-alas nas cores da escola trazia um grande boi puxando a coroa da escola, acoplado a um engenho de cana-de-açúcar, com engrenagens na parte de atrás. No meio da segunda parte da alegoria, mais pessoas estavam vestidas de cana-de-açúcar. Nas laterais do carro, alguns destaques arremessavam rapadura ao público. No segundo carro, extremamente colorido, havia uma homenagem a festa de Santo Antônio, a padroeira da cidade, a quem os habitantes de Barbalha pedem proteção na época de colheitas. O terceiro carro trazia uma escultura representando a fundadora da cidade, Dona Barbalha, que possuía algumas falhas no acabamento. A alegoria tinha predominância do marrom, detalhes em verde, com cactos e xilogravuras nas laterias, e ainda levava o símbolo da escola, a coroa. Por fim, um tripé de Santo Antônio encerrava o desfile da Santa Cruz.

Fantasia

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As alas da Santa Cruz passaram com fantasias simples, mas com muito brilho, de excelente acabamento e fácil leitura. O carnavalesco Cahê Rodrigues caprichou na paleta de cores e nos detalhes dos figurinos da escola, mostrando criatividade e bom gosto para falar da cidade cearense de Barbalha. No entanto, no último setor da escola, as fantasias da ala 16 – ‘Médicos do Cariri’, da ala 17 – ‘Farmacêutico do Cariri’ e da ala 21 – ‘Turistando Barbalha’ pareciam pouco carnavalizadas, prejudicando um pouco o nível do conjunto visual geral da escola.

Enredo

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Falando de uma cidade cearense, a Santa Cruz conseguiu encontrar boas alternativas para desenvolver o seu enredo: Santa Cruz de Batalha, um conto popular no Cariri. A escola começou falando das plantações de cana-de-açúcar, passou pela história da cidade, falando das lendas, festas típicas e encerrou seu desfile com o povo barbalhense. Seguiu mostrando a cultura da cidade de Batalha, encerrando o desfile convidando as pessoas a visitarem o Cariri, no sul do Ceará. Tanto a comissão de frente, quanto as alegorias e a maioria das fantasias tinham leitura fácil do enredo, claramente inspiradas na estética nordestina.

Evolução

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Com um início forte, a Santa Cruz evoluiu bem pela Marquês de Sapucaí. As alas estavam compactas, sem espaçamento entre um ala e outra. Isso até dificultou o bailado do segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, que ficou com pouco espaço para apresentarem sua dança. No primeiro módulo de julgamento, a frente do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, formou-se um clarão, que foi corrigido depois. No mais, os componentes da Acadêmicos evoluíram com alegria e empolgação, dançando e aproveitando os espaços da pista.

Harmonia

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Sob chuva do início ao fim da sua apresentação, a escola cantou forte o samba sobre a cidade de Barbalha, principalmente o refrão “Lava a minha alma e cura a minha dor/ No peito a Santa Cruz do amor”. No terceiro módulo de julgamento, a ala 2 – Índio Cariris passou com algumas pessoas sem cantar o samba-enredo. O mesmo ocorreu com a ala 17 – Farmacêutico do Cariri, que inclusive tinha pessoas conversando no meio do desfile. Em compensação, a ala das crianças, de número 14 – Reisado do Congo, cantou com muita empolgação o samba-enredo da escola.

Samba-Enredo

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O hino de 2020 da Acadêmicos do Santa Cruz foi bem cantado pelos componentes de escola, especialmente nos dois refrões. Com a composição de Samir Trindade, Junior Fionda, Elson Ramires e Rildo Seixas, o samba sobre a cidade de Barbalha empolgou o público na avenida Marquês de Sapucaí. Embora tenha uma letra extensa, a melodia é fácil e convidativa. Como choveu durante toda a apresentação da verde e branca da Zona Oeste, o trecho do refrão “Lava a minha alma e cura minha dor” combinou perfeitamente com o clima do desfile. A bateria apresentou diversas bossas em cima da melodia, incluindo uma paradinha envolvente em ritmo de reggae. Sem dúvidas, o samba-enredo, junto com a bateria de mestre Riquinho, foram um dos destaques do desfile da Santa Cruz.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

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O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Muskito e Roberta Freitas, veio representando a Apoteose Nordestina. A fantasia estava bem trabalhada na riqueza de detalhes e cores, remetendo a multiculturalidade dos festejos nordestinos. A saia de Roberta era dourada, com detalhes de xilogravuras e borda de palha. O bailado do casal no terceiro módulo foi seguro, apresentando o pavilhão da Acadêmicos de Santa Cruz na avenida. Porém, o curto espaço entre a ala e a bateria, onde passou o primeiro casal, pareceu limitar a evolução dos dois. Muskito esbanjou graciosidade ao cortejar Roberta, encostando suavemente sua cabeça nas mãos de Roberta, que transmitiu leveza no girar do bandeira. A chuva pareceu não afetar o bailado do casal. Juntos, eles ainda realizaram alguns passos de danças nordestinas, mostrando interação com enredo da escola.

Galeria de Fotos: desfile da Unidos de Padre Miguel no Carnaval 2020

Conjunto visual se destaca em desfile da Águia de Ouro

ÁguiaDeOuro desfile2020 035Quinta escola a desfilar nesta noite, a Águia de Ouro fez um desfile seguro, com alegorias com um belo aspecto visual e de fácil entendimento. A comissão de frente chamou atenção por usar três elencos em sua apresentação. Outro destaque foi o canto da escola, que assim como nos ensaios, foi forte e com clareza. Os intérpretes Tinga, Douglinhas Aguiar e Darlan Alves formaram um trio de peso e conduziram muito bem o samba enredo da agremiação, e apesar de serem três nomes de peso, nenhum atravessou o outro e todos estavam com a tonalidade parecida no carro de som. A Águia de Ouro após se consolidar novamente no Grupo Especial, agora briga pela volta ao desfile das campeãs, e fez uma apresentação para tal acontecimento. O enredo da agremiação é o “Poder do Saber”. A Águia de Ouro fechou o desfile com 64 minutos.

Comissão de frente

ÁguiaDeOuro desfile2020 018A ala três dois elencos na pista, representando o mundo na antiguidade, outro a magia do saber e por último, a conquista dele. A comissão de frente usa um tripé, onde depois que o primeiro elenco, que representa o ser-humano na antiguidade se apresenta com 15 integrantes na pista, outra parte entra simbolizando o ser-humano depois da inteligência. Foi uma boa apresentação da ala, apresentaram de fato a proposta do enredo.

Mestre-sala e porta-bandeira

ÁguiaDeOuro desfile2020 040O primeiro casal veio com uma fantasia em tons azul, preto e faisões coloridos comprimido todos os movimentos obrigatórios. A dupla teve como destaque os giros e as finalizações, que eram claras. Ana Reis e João Carlos mostraram leveza e muito carisma ao defender o pavilhão da Pompéia.

Harmonia

ÁguiaDeOuro desfile2020 059A escola repetiu o que executou nos ensaios e cantou forte e com clareza. A harmonia sempre foi um quesito de destaque na escola, historicamente a comunidade da Águia de Ouro canta com clareza, o que sempre vira um trunfo para a agremiação. O samba-enredo com a melodia para cima, e a bateria com andamento alto, ajudaram em tal fato, além de a Águia de Ouro possuir um trio forte em seu carro de som, Tinga, Douglinhas Aguiar e Darlan Alves, cantores experientes na história do carnaval.

Enredo

ÁguiaDeOuro desfile2020 022O enredo da escola é o “Poder do Saber”, que significa a evolução do homem ao passar do tempo, além de exaltarem o fato de que o ser-humano é o único ser da planeta Terra que é dotado da inteligência. A escola levou para a avenida um enredo lúdico, em que a ideia foi mostrar a força do poder do saber, construindo um mundo melhor, onde os seres humanos alcançassem a paz na Terra. O primeiro setor mostrou o elo perdido e fez uma ligação com a idade média, destaque para o grandioso e colorido abre-alas. O segundo setor mostrou os mistérios da arte ocidental e da fé oriental, seres que queriam a inteligência a qualquer custo. O terceiro setor mostrou como o saber gerou coisas negativas, como guerras, atentados e acidentes. O quarto setor ressaltou a importância que a educação tem na vida das pessoas e o último setor retratou o futuro digital e tecnológico.

Evolução

ÁguiaDeOuro desfile2020 006A escola evoluiu de forma correta, as alas estavam sincronizadas e não houve presença de buracos. Também não houve espaçamento entre alas e alegorias, pelo bom trabalho que o departamento de harmonia fez. Mesmo com o uso de fantasias com costeiros altos, não houve problemas e as alas se adaptaram, os espaços foram perfeitamente ocupados.

Samba-enredo

ÁguiaDeOuro desfile2020 005A Águia de Ouro conta com um trio de peso em seu carro de som, trata-se de Douglinhas Aguiar, Tinga e Darlan Alves, os três cantaram em harmonia, nenhum atravessou o outro e cada um deles tinha seu momento de fazer os arranjos vocais dentro do samba, o que é fruto de muito ensaio. A letra da obra se destaca mais por sua letra, que é explicativa e define de forma correta a ideia do enredo.

Fantasias

ÁguiaDeOuro desfile2020 032A Águia de Ouro optou pelo uso de fantasias com altos costeiros e bastante plumas. Na maioria das vezes, as vestimentas se encontravam com o contexto das alegorias e o que os setores abordavam, porém em algumas situações, a fantasia apesar de ser visualmente agradável, a leitura era dificultada.

Alegorias

ÁguiaDeOuro desfile2020 044O primeiro carro veio acoplado, sendo a primeira parte a característica águia da escola, com bastante movimento. Na segunda parte veio a representação do mundo antigo, com encenações de componentes e uma escultura de um dinossauro. A segunda alegoria vem com azul e dourado, esculturas simbolizando aparentemente figuras da fé oriental, e na lateral do carro, componentes representando livros. O terceiro carro vem com duas esculturas de aviões na parte de cima, dos lados figuras de tanques de guerra e um painel de LED simulando um incêndio, que aparentemente seria de um prédio, também representado na alegoria. A quarta alegoria vem com uma escultura de um homem aparentemente representando um professor, rodeado de livros. Na parte da frente vem a ala das crianças. O carro representa a importância da educação. O último carro é todo prateado rodeado de LED, que simboliza o futuro digital e tecnológico, naves espaciais nas laterais e esculturas de cérebro pelo meio. A agremiação apresentou um conjunto alegórico satisfatório, visualmente agradável e de fácil entendimento.

Outros destaques

Destaque para a fantasia da bateria, que estava metade amarelo e azul, cores da escola.