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Série Barracões SP: Torcida Jovem se inspira em São Luís e mira título do Grupo de Acesso II

A meta da Torcida Jovem é, claramente e explicitamente, retornar ao Grupo de Acesso I já em 2026. Para conseguir tal objetivo, a escola terá como enredo “Na Capital do Reggae, onde a natureza canta e o mundo se encanta. São Luís do Maranhão” e será a quarta escola a desfilar no Grupo de Acesso II – que terá seu desfile realizado no dia 22 de fevereiro. Os motivos pelos quais a cidade ludovicense será homenageada e mais algumas particularidades da exibição foram explicados por um dos integrantes da Comissão de Carnaval da agremiação em uma reportagem exclusiva.

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O CARNAVALESCO visitou o barracão da Torcida Jovem e conversou com Evandro Guedes, diretor de carnaval e um dos integrantes da Comissão de Carnaval da instituição. Além de conferir o andamento da produção do desfile, a reportagem se surpreendeu e buscou entender um pouco de como está sendo o ciclo da instituição.

Pragmatismo na decisão

A primeira surpresa da reportagem veio logo na primeira pergunta da entrevista. Ao ser perguntado sobre o motivo pelo qual a capital maranhense foi escolhida como enredo, Evandro não se furtou a dizer que o resultado balizou tal escolha: “A ideia surgiu, primeiro, por ser um carnaval campeão. Eu venho falando dentro da escola que todas as outras agremiações que falaram de São Luís do Maranhão obtiveram sucesso e êxito. Isso animou a gente ainda mais vindo de um descenso do Grupo de Acesso I. A gente quer lutar para voltar. A primeira inspiração foi essa. Tiveram outras ideias; mas, quando foi falado de São Luís do Maranhão, a gente optou justamente por isso primeiramente. Depois, o nosso grupo deixa com que a gente possa usar algumas peças de algumas outras agremiações – obviamente que totalmente reformadas, totalmente modificadas. Isso acabou barateando um pouco o nosso carnaval – apesar de ser um carnaval bem caro. A inspiração também veio por conta do barateamento do carnaval e também da ascensão das outras escolas falando de São Luís do Maranhão. Por ser uma terra bem rica de cultura, em que falam de três países que tentaram a invasão (Portugal, França e Holanda), a gente concluiu o ciclo para a escolha do enredo. A gente optou por fazer esse enrendo também visando baratear o carnaval, mas o carnaval que a gente pensou que ia ser barato está o triplo do que a gente imaginava. Acontece. É basicamente isso, a riqueza da cultura lá é muito bacana, a gente conseguiu unir o útil ao agradável através disso”, confessou.

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Pouco depois, ele falou um pouco mais sobre o que, culturalmente, mais o encantou sobre São Luís: “O que chamou bastante atenção nas nossas pesquisas foi a parte da chegada dos invasores. Até então, por mais que eu conhecesse um pouco da parte cultural e da vida, eu não conhecia profundamente São Luís do Maranhão. Quando eu vi os três países, me choquei. Como assim? Os portugueses colonizaram e ficou como Portugal o símbolo maior na época, mas franceses e holandeses também queriam. Isso chamou bastante atenção, três países tentando invadir uma terra e chegaram os três a estar na mesma terra – mesmo com Portugal se destacando. A gente vai usar e abusar bastante desse setor aí, que é o setor dos três países que invadiram”, comentou.

Trabalho em conjunto

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Desde o primeiro instante em que pisou no barracão da Torcida Jovem, a reportagem ouviu sobre o quanto o trabalho desenvolvido na instituição é coletivo. O processo para a escolha do samba-enredo (composto por Turko, Rafa do Cavaco, Maradona, Imperial e Fábio Souza), por exemplo, também teve participação ativa não apenas da Comissão de Carnaval – mas, também, do diretor musical e mestre da Firmeza Total, Mestre Caverna: “Tudo que a gente vai fazer, a gente se junta. Se já escolhemos o tema, o próximo processo é a escolha do samba. Nos últimos anos, de 2020 para cá, quando a gente falou de Jair Rodrigues, depois Bela Vista, depois da Iemanjá e depois da nação bantu, a gente procurou ter uma cautela muito grande em relação ao samba: é o samba quem vai animar o povo, é o que vai animar a nossa agremiação. Por mais que, às vezes você consiga fazer um samba médio e você consiga animar seu povo, talvez você não consiga animar o quanto você precisa na avenida. Nesse ano a gente tomou um cuidado tão grande que o nosso samba chegou para a gente uma semana antes da apresentação na Fábrica. Ele foi muito bem mapeado e foi muito bem elaborado, cada detalhe dele foi inteiramente pensado. Tanto que, hoje, a gente já tem o nosso povo com o samba decoradíssimo. Creio que 98% do nosso povo que está indo para os ensaios já está com o samba bem gravado na mente. A gente tem, na minha opinião também, o melhor samba do Grupo de Acesso II – não desmerecendo agremiação nenhuma. Falo isso até mesmo ouvindo a opinião de outras pessoas, até de outras agremiações com quem a gente conversa bastante: já falaram que o nosso samba está muito pesado, está muito bom. Foi tudo muito bem planejado, muito bem elaborado. Tudo isso graças ao nosso Mestre Caverna e a toda a escola”, agradeceu Evandro.

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O diretor de carnaval também aproveitou para explicar como funciona o trabalho da Comissão de Carnaval da TJ: “Nós temos um Departamento Cultural que cuida das pesquisas. Tem uma outra pessoa que cuida da parte financeira, outra que cuida só de compras, outra parte que cuida só do barracão, monitorando e até avaliando o espaço, vendo o que eles precisam e todas as necessidades do barracão. A gente zela muito pelo barracão porque, em uma escola de samba, o principal, na minha opinião, é o barracão: é o que dá o luxo para o carnaval, é lá onde ficam as alegorias – e é onde mais se gasta no carnaval, em alegorias. Cada setor tem uma função. Mas, na verdade, uma vez por semana, pelo menos, junta toda a Comissão de Carnaval – que é composta pelo Jeh, pelo Luan, pelo Nico, pelo China e por mim, Evandro. A gente se une pelo menos uma vez por semana e, a cada quinze dias, faz aquela reunião maior para discutir parte financeira, compras, ver o que está faltando de material, quais são as necessidades básicas para a gente melhorar o barracão – a gente está sempre cuidando disso. Basicamente, cada um tem um setorzinho que cuida de tudo. Da parte cultural quem cuida já há um tempinho é o Caverna: ele é um cara bem estudioso e ele ajuda na confecção do enredo. Praticamente todo o enredo de 2024 veio dele e, em 2025, ele ajudou bastante – principalmente na escolha do samba, já que quem estava envolvido em outros processos era eu. Ele é o nosso diretor musical, ele quem cuidou de muita coisa nesse samba. Ele é um cara bem conceituado e, pelo que a gente ouve nas bocas por aí, esse é o melhor samba do Grupo de Acesso II”, comentou.

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Dentre os nomes citados, vale destacar Jeh – no caso, Jefferson Silvano, também presidente da agremiação. China é o apelido de Sergio Yamaoka, enquanto Nico é Sergio Leal Mendes. O último citado não possui apelido: Luan Lima de Croce.

Imprevistos no caminho

Como infelizmente acontece com frequência no mundo do carnaval, ao menos um fator externo foi um desafio para a Torcida Jovem na confecção do desfile de 2025: a alta do dólar – e o consequente encarecimento de produtos ligados à folia: “Quando a gente começou o nosso carnaval, em setembro, as coisas tinham um valor. Teve uma alta do dólar e isso acabou prejudicando bastante a gente porque nós tínhamos uma planilha de custos. Quando vai chegando perto do carnaval, que você vai olhando e precisa comprar um material que custa 300, ele passa para 350. É fácil falar que você devia ter comprado mais antes, mas você não tem o dinheiro para comprar mais lá atrás porque o dinheiro vem fracionado. O que complicou um pouco foi essa alta do dólar, também. As coisas vão encarecendo, todo mundo compra determinado material – cola, por exemplo, todo mundo compra, então a cola começa a faltar um pouquinho mais no mercado; e, quando chega, já chega um pouquinho mais caro, porque o próprio fornecedor, acaba aproveitando a situação. Isso é natural, também: se a gente fosse comerciante, a gente faria a mesma coisa. Estão comprando de monte, eu vou aumentar um pouquinho – nem que seja vinte ou dez reais. A parte financeira atrapalhou um pouco e vem atrapalhando um pouco a gente, mas a gente vai colocar um carnaval luxuoso, com a intenção de mostrar que ter caído no ano passado foi um acidente e que a gente não quer passar por aquilo de novo. A gente quer voltar pro Grupo de Acesso I respeitando todas as outras agremiações. É um jogo que eu acho que as dez querem ganhar e eu também quero. Segundo também está bom, não precisa se ganhar todo ano, não. Só ficar em segundo também está valendo”, brincou Evandro.

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Fio condutor misterioso

Ao ser perguntado sobre como seria a setorização do desfile da Torcida Jovem, Evandro preferiu fazer segredo: “É uma parte que eu não queria muito falar, porque aí eu vou estar dando um pouquinho de arma para os meus concorrentes. Mas eu acho que quem já escolheu a forma como vai vir, não vai mais mudar. A gente vai vir da comissão de frente até o encerramento da nossa escola contando, passo a passo, a história que a gente vem falando, de São Luís do Maranhão. Isso vem desde a comissão de frente, casal, ala coreografada, carro abre-alas… eu não devia falar, mas isso até acaba facilitando um pouco a vida do jurado. Ele vai olhar e ver a história. Quando a gente manda a pasta para ele, o jurado vai saber tudo certinho o que está sendo contado ali na avenida. Ele não vai se perder. Quando fica uma coisa ali e outra coisa aqui, você acaba prejudicando um pouquinho a parte do jurado. Ele vai olhar aqui, depois ele vai olhar lá e tudo ele vai verificar se está certo, se está dentro do contexto. Quando você põe o enredo assim, de forma linear, fica mais fácil até para o jurado apurar a agremiação”, disse, aproveitando para destacar que o desenvolvimento da exibição está bastante claro para cada um dos jurados.

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Trunfos evidentes

Se a setorização é uma surpresa para o leitor do CARNAVALESCO, Evandro fez questão de destacar dois dos maiores trunfos que a agremiação terá no desfile de 2025: “Sinceramente falando, eu tenho dois pontos de destaque. O primeiro deles são as nossas alegorias: eu acho que elas, quando elas estiverem todas prontas e montadas no Anhembi, vão chamar muita atenção. Isso aí é fato. E eu também acho que um fator predominante para esse carnaval da Torcida Jovem vai ser a nossa parte de Harmonia, o nosso canto. Eu acho que o nosso canto vai ser algo até um pouquinho superior que as próprias alegorias quanto aos trunfos, porque a nossa escola está cantando muito, a nossa escola está muito bem, está cantando claramente. Não tem ninguém mascando chiclete. isso vai ser o maior trunfo da Jovem esse ano”, finalizou.

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Mirandela vira terreiro de Laíla! Casal e canto forte se destacam em ensaio de rua da Beija-Flor

Por Marielli Patrocínio e Marcos Marinho

Era fim de noite na Avenida Mirandela, a principal rua de Nilópolis, quando começava a ansiedade do público pelo último ensaio de rua. De todos os lados, vinham passos apressados, sorrisos ansiosos, vestindo camisas azuis e brancas com o orgulho de quem sabe que carrega no peito mais do que uma paixão: uma tradição. A Beija-Flor ia tomar conta da rua. Após a passagem da Unidos de Padre Miguel, convidada do evento intitulado como “Encontro de Quilombos”, que celebra a comunhão entre as escolas coirmãs, o público, encantado, se misturava ao ensaio da agremiação nilopolitana. Crianças sambavam com sorrisos abertos, senhoras balançavam bandeirinhas com as mãos e os jovens gravavam cada segundo em seus celulares para que momentos como aquele não fossem esquecidos.

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“O povo caiu dentro. Eu também quero parabenizar a Unidos de Padre Miguel, que fez um belíssimo ensaio. O pessoal estava feliz e transferiu essa felicidade pra gente. Foi maravilhoso. Mais um ensaio perfeito, graças a Deus”, comenta Rodney, mestre de bateria da Beija-flor.

Mestre-sala e Porta-bandeira

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No meio de um mar de energia, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Claudinho e Selminha Sorriso, roubou os olhares e foi completamente ovacionado pelo público presente. Eles dançavam como se flutuassem, apesar do asfalto duro sob os pés. O mestre-sala Claudinho, desenhava passos elegantes com bastante precisão. A porta-bandeira, Selminha, segurava o pavilhão com muita segurança e leveza de que só quem entende a responsabilidade daquele símbolo pode ter, apresentando seu tradicional bailado acrescentado com curtas coreografias que fazem referência a trechos do samba-enredo. Os dois vestiam trajes em tons de azul.

Harmonia

Em um só coro, como se fosse uma única voz, a harmonia não desafinava e se manteve firme do início ao fim. Não se tratava apenas da afinação entre voz e bateria, mas também estava nos olhares emocionados, nos braços erguidos ao céu e nas palmas sincronizadas.

Evolução

O quesito evolução, que às vezes passa despercebido, brilhou com protagonismo no último ensaio de rua da Beija-flor. Cada segmento da escola avançava em perfeita sincronia, sem atropelos e com muita fluidez. Os componentes tornaram a Mirandela viva e pulsante, principalmente a bateria soberana, comandada pelo mestre Rodney.

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“Como sempre, eu sou suspeito em falar, mas hoje foi perfeito. Até o box que a gente tem dificuldade, porque é muito estreito, a gente conseguiu fazer. Sem nenhuma anomalia, sem nenhum problema. A bateria se sustentou o tempo todo. Foi perfeito e é o encerramento dos desfiles na Mirandela”, afirma Rodney, mestre de bateria.

Samba

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O samba-enredo fortemente cantado, já encontrava morada nos lábios dos componentes e de quem ali estava. Cada verso era entoado com a força de uma convicção. O trecho “Dobram atabaques no quilombo Beija-flor, terreiro de Laíla, meu griô” foi devidamente colocado em evidência durante as paradinhas da bateria, somente acompanhado pelos sons de atabaques e pelas vozes da comunidade nilopolitana.

“Eu posso falar que Laíla é meu criador. Eu sou uma criatura dele. É muita emoção. Já no ensaio técnico, no primeiro, a emoção tomou conta, não só de mim, mas de toda a bateria. O Laíla merece todas as homenagens da escola, assim como o Joãozinho Trinta, o Neguinho, que vai se despedir, é o último desfile dele. A gente vai com muita emoção, muito carinho, toda a ternura possível pra ele. Nós vamos homenagear todos os sambistas que estão homenageando ele, e a Beija-Flor está fazendo esse papel, homenageando todos os sambistas”, comentou mestre Rodney.

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Outros Destaques

Sempre muito esperada na Mirandela, a comissão de frente não se apresentou no último ensaio de rua da agremiação. Porém, o ator Samuel Assis, integrante da Beija-Flor desde 2024, foi um dos grandes destaques da noite. Com muita ginga, samba no pé e na ponta língua, um carisma indiscutível e muita emoção, passou por todo percurso interagindo com o carinho do público que tomou conta das calçadas, sendo aplaudido por toda comunidade nilopolitana.

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Comissão de Frente brilha com energia dos Orixás e UPM exalta resistência quilombola no ensaio em Nilópolis

Por Marcos Marinho e Marielli Patrocínio

A Unidos de Padre Miguel levou ao “Encontro de Quilombos”, promovido pela coirmã Beija-Flor, em Nilópolis, no último sábado, um ensaio repleto de simbolismo e energia, apresentando o chão macumbeiro da Vila Vintém. Com uma comissão de frente que evocou os Orixás com movimentos precisos e um samba-enredo que celebrou a resistência e a festividade do povo do samba, a escola emocionou o publico na Mirandela. A harmonia do canto e o entrosamento entre o mestre Dinho e a rainha Dedê Marinho foram pontos altos da apresentação, que, apesar de oscilações na evolução, deixou claro o compromisso da agremiação com suas raízes e tradições.

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Os diretores de carnaval Cícero Costa e Lara falaram ao CARNAVALESCO sobre suas avaliações do ensaio.

“Apesar de ter sido uma festividade e não ter sido na rua que já conhecemos, o ensaio foi perfeito. Uma rua nova pra gente, mas eu gostei muito do andamento da escola, do canto, que é sempre bom. A gente vai procurar acertar mais alguns detalhes até o dia do desfile, temos mais um ensaio técnico no dia 21, com som e luz. Eu acredito que também vai ser mais uma preparação importantíssima. Para a escola, ainda mais que vai ter o som todo da avenida, onde a gente vai poder trabalhar mais o nosso canto, que acho que é o nosso ponto forte. A comunidade abraçou o nosso samba, todo mundo sabe que ela berra o nosso samba, e eu espero que isso aconteça no dia 21 e no dia do desfile”, declarou Cícero.

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“A gente está muito honrado em estar aqui. Eu, particularmente, sempre tive um carinho muito grande pela Beija-Flor e estar aqui em Nilópolis hoje é uma honra muito grande. Foi um ensaio, mas eu me diverti e não me liguei tanto em coisas técnicas hoje. A expectativa para o desfile oficial na Sapucaí é enorme, acho que a ansiedade está alta mas eu tenho certeza que a gente vai fazer um belo trabalho”, comentou Lara.

Comissão de Frente

A comissão de frente, coreografada por Sérgio Lobato, fez um grande Xirê na Mirandela. O grupo executou movimentos da dança dos Orixás, acompanhando o samba-enredo e homenageando o terreiro mais antigo em funcionamento no Brasil, a Casa Branca do Engenho Velho. Layla Diamante, vestida com pano da costa e colares de búzios, representou a mãe de santo da casa de axé. Com movimentos firmes e precisos, ela evocou a energia dos Orixás, que se fez presente nos 15 corpos da comissão. Na terceira cabine de jurados, a movimentação do grupo entrou em uma pequena arritmia com o andamento do samba, provavelmente devido à distância do carro de som. O descompasso foi rapidamente corrigido, e a comissão passou pela quarta cabine com ainda mais vitalidade.

Mestre-sala e Porta-bandeira

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O casal formado por Vinicius Antunes e Jéssica Ferreira apresentou uma dança repleta de giros e referências aos movimentos dos Orixás. Destaque para o mestre-sala, que riscou o chão da Mirandela com muita categoria e potência, sendo ovacionado pelo público. Seu nome ecoou entre o público presente durante as apresentações nas cabines de jurados.

Harmonia

O canto dos componentes da Unidos de Padre Miguel foi constante do início ao fim da apresentação. A escola cantou forte mesmo enfrentando problemas técnicos no carro de som durante o esquenta. Sob a liderança do intérprete Bruno Ribas, a agremiação fez uma dobradinha entrosada com a “Guerreiros”, do mestre Dinho, garantindo o suporte necessário para o canto dos componentes. Apesar da constância, a escola oscilou: a explosão inicial não se manteve com a mesma intensidade até o final. A harmonia assentou, mas não deixou de marcar presença em Nilópolis.

Samba

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O samba, composto por Thiago Vaz, W Correa, Richard Valença, Diego Nicolau, Orlando Ambrosio, Renan Diniz, Miguel Dibo, Cabeça Do Ajax, Chacal do Sax, Julio Alves, Igor Federal, Caio Alves, Camila Myngal, Marquinhos, Faustino Maykon e Clá, transmitiu a força do chão macumbeiro da Vila Vintém. O trecho “Vovó dizia: sangue de preto é mais forte que a travessia” foi entoado com vigor pelos componentes da escola de Padre Miguel e pelos nilopolitanos, celebrando a resistência e a vitalidade dos quilombos de samba vermelho e branco e azul e branco.

Evolução

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A evolução da Unidos de Padre Miguel apresentou oscilações da metade para o fim do desfile, um ponto que ainda precisa ser trabalhado. Apesar de avançar com força pela Mirandela, a escola aumentou a passada dos seus componentes na etapa final do ensaio, o que exigirá ajuste até o segundo dia de ensaios técnicos na Marquês de Sapucaí

Outros destaques

A rainha Dedê Marinho e o mestre Dinho deram um show de entrosamento ao longo do Encontro de Quilombos. Em alguns momentos, na passagem da UPM, os dois dançaram juntos, acompanhados por alguns harmonias da escola. Em entrevista ao CARNAVALESCO, mestre Dinho avaliou a passagem da “Guerreiros” na Mirandela.

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“Foi um ensaio maravilhoso. Para mim, no caso, a bateria está pronta. Eu não vou colocar mais nada, não tenho nada para tirar, até porque a gente já está ensaiando bastante. Muito feliz, satisfeito com o trabalho, satisfeito com o convite, satisfeito com a aclamação do público, tanto da Beija-Flor como da UPM. Nota mil. Tudo prontinho, prontinho, prontinho”, declarou Dinho.

Já a rainha Dedê Marinho falou sobre sua relação com Dinho e seu entrosamento com o trabalho da bateria.

“Eu cresci na Unidos de Padre Miguel, então tem toda aquela conexão e consideração de família. O mestre Dinho me viu crescer na ala de passistas e eu sempre tive ele como tio, até hoje eu chamo ele de tio. Eu tenho esse tratamento de carinho. E a nossa conexão é porque eu participo de todos os ensaios da bateria, gosto de estar por dentro de tudo que está acontecendo. Se a bateria muda uma bossa, muda um detalhe, eu gosto de estar junto. A forma como eu demonstro o entrosamento com o trabalho do mestre Dinho é deixando reverberar toda a paradinha, todo o assento instrumental pelo meu corpo, no meu braço, na minha cabeça, no meu pé. E aí acho que a gente se conecta muito bem”, finalizou a rainha.

‘Chapa Quente’ empolga comunidade e MUM canta forte o ‘Brasil cocar’ em ensaio técnico

Por Will Ferreira e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Gustavo Lima, Lucas Sampaio, Nabor Salvagnini e Naomi Prado)

Uma boa receita para fazer um bom ensaio técnico, por vezes, é bastante simples. Comece com uma atuação inspirada e ousada da bateria, complemente com uma comunidade aguerrida e sinta a mágica acontecer. Foi exatamente essa a fórmula da Mocidade Unida da Mooca no segundo ensaio técnico da instituição, realizado neste domingo (09 de fevereiro). A agremiação, que desfilará no domingo de carnaval (02 de março), sendo a segunda agremiação na data, levará para a avenida o enredo “Krenak – O presente ancestral”, foi competente na exibição do final de semana.

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Encerrando a série de catorze ensaios técnicos em três dias, a Mocidade Unida da Mooca teve o ensaio técnico avaliado pelo CARNAVALESCO nos quesitos que eram possíveis se avaliar.

Comissão de Frente

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Na coreografia, destaca-se um componente que tinha folhas e penas vermelhas na indumentária. Ele parecia liderar outros originários, que faziam uma dança bastante expressiva na passarela – local onde acontecia boa parte dos atos do segmento. No tripé (inteiramente coberto por sacos pretos, por sinal), quando dançavam, todos pareciam ainda mais integrados.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

No primeiro ensaio técnico da agremiação, a dupla que ostenta o pavilhão oficial da Mocidade Unida da Mooca, Jefferson Gomes e Karina Zamparolli, não esteve presente – pelo que foi apurado pela reportagem, para se precaver de lesões em uma pista que ainda era pouco conhecida pelo mundo do samba paulistano. Agora, mostrando a arte e conhecendo o novo asfalto, ambos tiveram atuação bastante satisfatória. Ambos mostraram bastante sincronia nos giros e na execução dos movimentos pertinentes à integração com o samba-enredo e, também, correção em cada giro na frente dos módulos de jurados.

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Ambos entenderam que a passagem pelo Anhembi foi satisfatória: “A gente também sentiu falta da pista, são muitos anos aqui. A gente voltou bem, deu tudo certo, estou recuperado. Tivemos um tempo mais curto para nos prepararmos para esse ensaio técnico e conseguimos executar tudo – mesmo com muito vento. Conseguimos sair felizes com o ensaio técnico e a escola está muito bem na pista”, destacou Jefferson – que também teve uma recente lesão no tornozelo. Já Karina focou em outros pontos: “A gente sempre tem alguns ajustes, principalmente porque a gente perdeu o primeiro ensaio técnico – que é onde a gente vê realmente os erros. No nosso ponto de vista, foi muito positivo. Acredito que esse curto tempo que tivemos para ensaiar depois da volta do Jefferson, recuperando o pé, e a gente tomando o máximo de cuidado possível, acho que foi muito legal. Claro que tem alguns ajustes, a gente vai fazer até o desfile. O ponto positivo foi a superação do vento: por mais que estivesse ventando, a gente teve força para continuar, com todos os imprevistos que a gente teve ao longo do tempo. Foi muito positivo para nós dois”, comemorou.

Harmonia

O esquenta da Mocidade Unida da Mooca já deixava claro que a escola, novamente, teria ótima noite no quesito. Além de uma surpresa protagonizada pelo presidente Rafael Falanga (veja em “Outros Destaques”), foram executados os sambas-enredo “A Santíssima Trindade de Oyó”, (2018) e “Oyá Helena” (2024). Depois, veio, enfim, o samba-exaltação da agremiação – todos eles cantados com afinco pelos componentes. Já com todo o gás, a comunidade respondeu em ótimo nível – muito embalado, também, pela ousadia da Chapa Quente, bateria da instituição. Comandada por mestre Dennys Silva, os ritmistas fizeram quatro apagões no refrão do meio e executaram uma passada inteira do samba-enredo apenas com a marcação.

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Dennys, por sinal, estava exultante ao falar com a reportagem: “Que loucura! Que felicidade imensa! Nós tivemos várias reuniões pós-ensaio técnico. Foi muito legal, mas são aqueles detalhes. Em resumo: eu queria que hoje fosse oficial. O resumo de hoje é que eu queria que fosse oficial. Só que teve alguns detalhes aqui na linha amarela que nos seguraram um pouquinho aqui para fazer aquela apoteose. Alguém ali deu uma notinha a mais, então não tem nada ganho, não tem nota, não tem nada. Nós vamos trabalhar até o último dia, mas eu quero agradecer demais a todos os meus diretores, a todos os meus ritmistas, apoios e familiares que estão comigo nas piores coisas que eu já passei e até nas melhores. Estou feliz demais!”, comemorou.

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Ele também falou sobre um lado que poucos conhecem sobre mestres de bateria no geral: “Administrar uma bateria não é fácil. O que eu vou enaltecer é que cada um tem a sua responsabilidade dentro dessa bateria. Um é um cara mais do clima, outro é o cara da organização. Hoje nós temos até transporte dentro da bateria, e isso são os ritmistas que se mobilizaram vendo a nossa dificuldade ali no dia a dia. Os 188 ritmistas que vão desfilar estão se respeitando, estão se conhecendo, estão almoçando juntos, jantando juntos, fazendo várias ‘confras’. Tem uma discussão ou outra, mas o que eu mais quero é enaltecer o respeito e a dignidade, a volúpia com que eles vêm para tocar na bateria Chapa Quente, isso não tem preço. Independente de nota, independente de acesso ao Especial, eu quero enaltecer: está sendo a melhor temporada. Que nós consigamos terminá-la com chave de ouro”, elogiou.

Evolução

Além do ótimo desempenho da escola no quesito, chamou atenção um fato que era impossível não ser reparado: diversos integrantes dos grupos cênicos saíram bastante extenuados, com a pele vermelha, de tanta entrega. Por sinal, eram três espaços destinados a tais coreografados – um deles na segunda alegoria, com uma sequência que, aparentemente, mostrava a captura de povos originários com armas de fogo. Quem não participava de tais grupos e podia se movimentar com mais liberdade também colaborou, marcando determinadas partes do samba, se movimentando e explodindo nas horas certas.

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Vitor Gabriel, um dos diretores de Carnaval da MUM, gostou do que viu: “Já tínhamos feito um primeiro ensaio bem bacana, mesmo sem as caixas de som ligadas. Pretendíamos ajustar alguns pontos e conseguimos nesse ensaio – como a compactação de alas. As alas mais numerosas estavam todas cantando. Saio muito feliz desse último ensaio e saio ainda mais confiante para o desfile depois desse ensaio. Sentimos que, em algumas alas, as fileiras estavam um pouquinho mais descompactadas. o espaçamento de casal é uma coisa delicada, acho que isso conseguimos acertar do primeiro para o segundo ensaio. além disso, teve a caixa de som – e isso valoriza um pouquinho mais, estimula um pouco mais o componente a cantar. O canto, a compactação da escola foi o que mais evoluiu do primeiro para o segundo ensaio técnico. A energia do pessoal foi muito bacana. Falaram que, mesmo em um contingente menor no primeiro ensaio, a escola veio cantando e conseguiu manter. A escola cantou, vibrou – e o time de canto, mais uma vez, se destacando, tirando uma onda. A bateria do mestre Dennys Silva idem. Acho que conseguimos manter a qualidade nos dois ensaios”, refletiu.

Samba

Em outro acerto da escola no quesito, a obra novamente funcionou muito bem. Extremamente animado e à vontade, Emerson Dias apenas não parece nascido abaixo do viaduto Bresser por conta do sotaque. Após alguns meses fora depois de estar desde 2017 na MUM, Gui Cruz mostrou o quanto está conectado à comunidade ao cantar o samba-exaltação da instituição no meio da bateria, no espaço destinado ao mestre Dennys Silva.

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Emerson destacou a força da canção: “Foi muito bom O samba está na boca do povo, é um samba que o povo consegue cantar, brincar e, mais importante, passa a mensagem corresponde, a galera corresponde, o povo vem para dentro – principalmente nos apagões que fizemos aqui. Foi bem satisfatório, tal qual o desempenho da nossa equipe, também maravilhosa. Agora, estamos quase prontos para o desfile”, definiu. Gui Cruz concordou: “Conseguimos alinhar um pouco mais da técnica com o clima – e o clima da escola hoje foi maravilhoso. Conseguimos, também, passar esse clima para a escola. hoje foi um ensaio maravilhoso e, no dia 02, vai ser melhor ainda”, comentou.

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Para a dupla de intérpretes, o segundo ensaio técnico foi melhor que o primeiro: “Sempre a energia melhora – e, quando a energia pega… na minha concepção, a energia que hoje está na atmosfera da Mocidade Unida da Mooca é energia de título, de ascensão. Mantivemos a Harmonia e a pegada, mantivemos a concepção e o andamento. Isso foi muito importante para poder ter mais ou menos o parâmetro para o dia oficial de desfile, resumiu. Gui concordou: “Conseguimos passar nosso clima para a escola. A escola cantou muito hoje – principalmente com o lance dos apagões. É uma escola que canta demais! Acho que a responsabilidade do carro de som é essa: impulsionar o povo a cantar. Se o povo cantou muito, acho que a gente conseguiu cumprir com o nosso papel. Não só manteve como melhorou o clima da escola. Foi maravilhoso, o povo está cantando demais”, pontuou.

Outros Destaques

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Na noite anterior ao segundo ensaio técnico da Mocidade Unida da Mooca foi realizado o concurso que elegeu a corte do carnaval da União das Escolas de Samba Paulistana (UESP), responsável pela organização dos grupos de escolas de samba abaixo da Liga-SP. Nele, Maria Eduarda, popularmente conhecida como Nega Du, foi eleita a rainha, enquanto Kauã Nogueira conquistou a honraria de ser o Passista de Ouro. Ambos são ligados à Joia da Coroa, agremiação ligada à MUM e fundada para desenvolver novas gerações de sambistas, valorizar os talentos e dar oportunidades. Com base em tal eleição, Rafael Falanga, anunciou que Nega Du se tornou a musa da ala musical da Mocidade Unida da Mooca, enquanto Kauã será o destaque de chão, logo à frente do terceiro carro da instituição.

Também é importante destacar o bom gosto na escolha da indumentária da ala das baianas, inteira em tons terrosos – além de bonito, também com grande conexão com o enredo.

Veja mais imagens do ensaio

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Bateria é destaque em primeiro ensaio técnico da Pérola Negra

Por Naomi Prado e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Gustavo Lima, Lucas Sampaio, Nabor Salvagnini e Will Ferreira)

A Pérola Negra realizou no último domingo seu primeiro treino no Sambódromo do Anhembi para o carnaval de 2025. Com um bom canto e uma boa evolução a escola apresentou um bom desfile. A bateria, comandada pelo mestre Carlinhos Sombrinha, foi o grande destaque da tarde, com bossas bem elaboradas e até coreografia, foi um ótimo dia para os ritimistas. Para 2025 a Pérola levará para avenida o enredo “Exu Mulher” assinado pelo carnavalesco Rodrigo Meiners, a escola será a quinta agremiação a desfilar no sábado de carnaval pelo Grupo de Acesso 2.

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Comissão de frente

A comissão coreografada por Alê Batista, apresentou um bom desempenho. Trazendo quatro elementos principais sendo eles Exu homem e Exu mulher e outros dois personagens que supostamente reverenciam e guardam os exus. A ala desenvolveu passos precisos cumprindo com a obrigatoriedade de reverenciar a escola.

PerolaNegra et ComissaoFrente

Mestre-sala e Porta-bandeira

Kadu e Camila fizeram um ensaio com bastante coreografia que remetem o samba-enredo da escola. Camila enfrentou o vento forte e em frente a arquibancada monumental o pavilhão acabou enrolando mas prontamente o casal com muita técnica apresentou o pavilhão para o público e resolveu a situação. A dupla mostrou bastante parceria durante o ensaio.

PerolaNegra et PrimeiroCasal 2

Harmonia

A harmonia da Pérola Negra também foi um ponto positivo ao que se refere a canto. O samba cantado por Bruno Ribas e Lucas Donato é uma obra bastante desenvolvida e que a comunidade abraçou.

Evolução

PerolaNegra et 4 1

A evolução da escola foi dançante, os componentes puderam evoluir de maneira solta e leve mesmo estando posicionados de maneira alinhada. Após o recuo a escola ficou um curto tempo parada para arrumar as fitas que simularam um carro alegórico. Além das alas aproveitarem o bom samba, destacamos a ala das baianas que, desfilaram bem caracterizadas além de estarem dançando muito nos refrões.

Samba

PerolaNegra et InterpretesBrunoRibasLucasDonato

O samba-enredo cantado pela comunidade da Vila Madalena é uma das melhores obras do Grupo de de Acesso 2. Bruno e Lucas os intérpretes oficiais juntamente com toda a parte musical da escola fizeram um excelente trabalho neste treino.

Outros destaques

Como citado acima a bateria foi o grande destaque da escola, o mestre Carlinhos Sombrinha estreou na Pérola em grande estilo. Além das bossas harmônicas, a bateria apresentou uma “coreografia”. Destaque para os desenhos de chocalho e tamborim.
A rainha de bateria Joyce, veio representando o enredo, Exu mulher. Com muita ousadia e simpatia a rainha abrilhantou o quesito.

PerolaNegra et MestreSombrinha

A agremiação é uma forte candidata ao título do grupo, com uma boa desenvoltura neste primeiro ensaio técnico, a Pérola Negra tem grande potencial de ascensão.

Veja mais imagens do ensaio

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Colorado do Brás finaliza temporada de ensaios técnicos com destaque para a comissão de frente

Por Gustavo Lima e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Naomi Prado, Lucas Sampaio, Nabor Salvagnini e Will Ferreira)

Encerrando a temporada de seus três ensaios técnicos, a Colorado do Brás realizou neste domingo o seu terceiro e decisivo treino no Anhembi. O destaque principal ficou para a comissão de frente coreografada por Paula Gasparini. Aparentemente o teatro consistia em “abrir os caminhos para Exu”, onde o ator central representava a entidade e era o destaque na encenação o tempo todo. Uma coreografia complexa feita em uma passada do samba ficou em maior evidência no ensaio. Outros quesitos como o canto e uma evolução leve também merecem uma menção honrosa.

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“Acho que nós chegamos aonde queríamos e no momento em que queríamos. A estratégia de fazer três ensaios técnicos, sendo um deles o segundo, um pouco mais focado no primeiro setor, com menos gente, mas com mais estratégia, chegamos hoje no que nós queríamos, com grande parte da escola aqui conosco, as alas compactas e cantando bastante. No primeiro ensaio, a escola surpreendentemente cantou muito e acho que hoje ela cantou o que gostaríamos que cantasse. Nós estamos tranquilos para chegar no dia do desfile e fazer o que temos que fazer na pista. O nosso samba está na boca dos componentes, a nossa evolução está muito tranquila, estamos passando com bastante tempo de sobra. Nós chegamos nesse último ensaio, faltando um pouco menos de 20 dias, mas chegamos com a tranquilidade de que estamos no caminho certo”

Comissão de frente

ColoradoDoBras et Comissao 3

A ala, comandada por Paula Gasperini, foi o grande destaque do ensaio. Uma coreografia complexa que mostrou as raízes dos Filhos de Gandhi. A encenação se resumia em uma passagem do samba. Nela, havia a figura a figura da entidade Exu, que ficava centralizada e interagia com o grupo do tripé. Outros bailarinos estavam vestidos com roupas típicas da Bahia e carregando sacos logo no início da apresentação. Além disso, havia componentes mulheres com vestidos e três destaques no elemento alegórico que representavam algo diferente – Uma mulher entregava um prato, que aparentava ser uma espécie de alimento para Exu. O tripé estava todo coberto e não deu para identificar o significado. Não dá para nomear ao certo os personagens, somente sabendo no desfile oficial.

Contudo, a interpretação que fica é que a comissão se trata de “abrir os caminhos pra fé da Bahia”, visto que tem a figura de Exu como principal fonte da dança.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal Brunno Mathias e Jéssica Veríssimo, realizaram um ensaio que mesclava entre a coreografia dentro do samba e a evolução pela pista. Notou-se que a dupla optou por algo mais estratégico, executando os giros e estendendo o pavilhão para os lados esquerdo e direito das arquibancadas à medida que a escola evoluiu, somente realizando a coreografia próxima das cabines de jurado.

ColoradoDoBras et PrimeiroCasal 3

Jéssica contou que foi o melhor deles, executando tudo corretamente. “No primeiro ensaio nosso, estávamos ainda reconhecendo o terreno. Já esse foi muito melhor e o da chuva foi sensacional. Por incrível que pareça foi surreal, mas hoje passamos redondinho, fazendo tudo o que aremos no dia do desfile oficial. Foi um ensaio incrível sem chuva, pegamos um pouquinho de vento, mas é normal, já estamos acostumados. Foi um ensaio magnífico para a nossa escola, para nós também, portanto eu e o Bruno passamos corretos”, disse a porta-bandeira.

Brunno foi além e disse que não tem nada a acrescentar, e agora é aguardar o dia do desfile. “Eu não tenho nada para ajustar, nós não temos mais oportunidades, só os específicos. Passamos bem, as finalizações tranquilas, a coreografia também. Estou muito feliz. Como a Jéssica disse, o primeiro a gente não reconhecia muito o terreno, o segundo foi embaixo de chuva forte e o terceiro foi com clima bom. Estamos muito felizes e que venha o nosso desfile oficial para darmos o nosso melhor pela nossa escola e por nós também. Trabalhamos para nos sentirmos bem e felizes”, completou o mestre-sala.

Harmonia

É mais um samba-enredo que a escola abraçou, tendo uma melodia do jeito que a Colorado gosta. A comunidade teve um canto satisfatório, linear e toda a escola sabe a letra, cujo é bastante fácil de pegar juntamente com uma melodia descontraída. Os últimos versos ecoaram forte junto com o refrão principal. O cantor Léo do Cavaco com seu carro de som contribuíram para isso.

“É um samba que foi muito pensado para o horário que vamos desfilar, primeira escola da sexta-feira. É uma obra para fazer uma abertura muito forte e nós conseguimos acertar nisso. São dois refrões muito bons, o samba empurra muito bem a escola, mas vamos esperar o desfile e trabalhar para acontecer melhor do que foi hoje’’, declarou o intérprete Léo do Cavaco.

Evolução

ColoradoDoBras et Comunidade

Acompanhando a leveza do samba-enredo, a escola desfilou solta. Os componentes evoluíram esbanjando felicidade ocupando a pista dançando de um lado para o outro nas fileiras. É uma estratégia bem usada nos dias de hoje para fazer o componente aproveitar, além de ser uma maneira de ocupar o espaço de forma nítida. Vale destacar o efeito nos últimos versos, onde os componentes se abaixam e pulam: “Pra saudar/Clara, Caetano, Gil e outros mais…” – Bexigas e adereços de mãos que as alas levaram deram um visual especial ao ensaio.

Samba

ColoradoDoBras et InterpreteLeoDoCavaco 2

O intérprete Léo do Cavaco, ainda em recuperação de lesão na sua perna, desfilou em pé, mas com uma bengala para se apoiar. Isso não foi problema para diminuir o seu rendimento, onde novamente, junto com a sua ala musical, colocou a escola para cima. Porém, quando o carro de som estava perto do Setor A, houve um problema com o microfone de Léo e a ausência foi sentida, pois escutando as caixas de som, a voz do cantor se sobressaia muito em relação aos apoios. Foram três ou quatro passagens do samba sem a voz do intérprete oficial.

Léo do Cavaco comentou sobre o ocorrido, dizendo que para ele não comprometeu. ‘’Hoje o microfone falhou algumas vezes por questão de sinal, porque nessa época ainda não tem fiscalização. Pode ser que tenha alguma interferência, pode ser bateria do microfone. Não perguntei ainda para a equipe, talvez seja algo disso, mas foi tranquilo, eles trocaram rapidinho e não comprometeu’’, contou.

ColoradoDoBras et 15

O intérprete avaliou o ensaio e disse que todos os detalhes que precisavam ser ajustados eles conseguiram. “Foi muito bom. Nós tínhamos alguns detalhes para consertar, conseguimos ajustar tudo o que precisava. Depois vou ouvir em casa, porque ali no ao vivo você não tem muita noção. A princípio achei muito legal, a escola cantou bastante, a bateria também veio tirando onda e foi tudo ok”, disse.

Outros destaques

Bossas e grande sustentação ao samba marcou o ensaio da “Ritmo Responsa”. O mestre Acerola de Angola avaliou o treino. “Achamos um ensaio muito bom, estamos evoluindo a cada dia. Temos uma bateria que é 100% da casa e 70% da bateria começou a escolinha esse ano. É muita gente nova, muita gente tem aquela emoção, aquela euforia de primeiro desfile ainda. Fomos muito bons hoje, evoluímos muito, ainda tem mais um ensaio técnico de bateria quinta-feira, dia 13, específico e melhoraremos muito mais até o dia do desfile. Tem uns pequenos detalhes para arrumar ainda, mas vai dar tudo certo, se Deus quiser”, destacou.

ColoradoDoBras et MestreAcerola 5

O mestre ainda revelou que terão surpresa no dia do desfile oficial. “Os andamentos e as bossas foram muito bons para nós. No andamento, estamos seguindo o que o presidente da escola quer, o que o samba pede e para o dia do desfile tem várias surpresas ainda, que não vamos contar todas mas algumas já estamos ensaiando, teremos um instrumento que é o guiso, um instrumento que não é de bateria, estamos usando na hora da magia, ele representa a magia, e aos poucos estamos pondo mais coisas de detalhes que a gente não está ensaiando aqui e sim na quadra para ser surpresa no dia do desfile, para o pessoal se surpreender com a Colorado”, completou.

Veja mais imagens do ensaio

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Estácio de Sá brilha no ensaio técnico com canto forte, casal seguro e carro de som impecável

Por Guibsom Romão e fotos de Magaiver Fernandes (Colaboraram Allan Duffes, Marcos Marinho, Matheus Vinícius , Marielli Patrocínio e Rhyan de Meira)

Mostrando porque é o Berço do Samba, a Estácio de Sá encerrou a noite de ensaios técnicos, no último domingo, no Sambódromo, com uma apresentação vibrante. Com um canto poderoso, uma comissão de frente aguerrida e um casal de mestre-sala e porta-bandeira em total sintonia, a escola encantou na Sapucaí. O carro de som brilhou em harmonia perfeita, e a comunidade cantou com garra, reafirmando o legado e a tradição do Leão rumo ao desfile oficial.

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Com o enredo “O Leão se o Engerou em Encantado Amazônico”, a Estácio de Sá, que será a 5ª escola a desfilar no sábado, dia 28 de fevereiro, irá para a avenida com um carnaval sobre os povos originários da região amazônica, tendo a floresta como locus central.

“O que a gente veio buscar, graças a Deus encontramos. A busca de hoje foi pelo canto e evolução e o que essa escola cantou… pelo amor de Deus, que bênção! A gente sai daqui com uma sensação de dever cumprido. Foi isso que a gente veio buscar e isso que a gente encontrou. Ensaiamos muito para dar esse resultado de canto, o samba já pegou, a comunidade chamou para si, ela já tem esse samba como dela. E estamos no caminho certo. Pontos para melhorar, sempre tem que ter, esse é o nosso lema, mas eu quero estar pronto no dia 28 de fevereiro, hoje eu não quero estar pronto, para melhorar tem sempre uma coisinha ou outra, sabemos onde tem que se regular. Mas no geral, a gente está muito satisfeito com esse resultado. O nosso barracão está lindo, estamos dentro do nosso cronograma”, disse Edvaldo Fonseca, diretor de carnaval.

Freddy Ferreira analisa a bateria da Estácio no ensaio técnico

Comissão de Frente

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Sob o comando do coreógrafo Júnior Barbosa, a comissão se apresentou toda de vermelho, com um figurino que remetia a vestimentas indígenas, assim como a pintura facial que todos os componentes estavam. Com uma coreografia forte, bem ensaiada e feroz, a dança apresentada tomava conta de toda a parte da avenida que estava na frente do módulo dos jurados. Não houve uso de elemento cênico, e nem foi preciso, pois com a coreografia fragmentada em grupos simultâneos, a sensação foi de que, com um figurino apropriado, a apresentação oficial já está pronta.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Feliciano Junior e Raphaela Caboclo também se apresentaram com figurinos que remetem à cultura indígena e com um bailado muito bem executado. Foi notável a sincronia do casal durante as apresentações diante dos módulos de jurados, além da segurança que eles demonstraram ao executar a coreografia. Foi uma apresentação que imprimiu nitidamente o estilo de dança do casal, não deixando margem para nenhum questionamento acerca de nada a respeito da apresentação.

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“Minha análise do ensaio de hoje foi boa, foi bem boa dentro do que a gente se propôs fazer. Temos ainda duas semanas para a gente estar arrebentando do jeito que a gente quer. Minha estreia na escola e quando o começou o esquenta foi uma emoção. Quando a gente olha assim, a Estácio é uma escola gigante e isso ninguém tem dúvida, mas quando eu olhei para o lado, estava a torcida esperando, todo mundo vibrando muito com a gente passando ao longo da avenida, vibrando com a história que está se apresentando. A gente está muito feliz e honrados. Até o dia do desfile é daí para mais, para entregar tudo que a gente e o que a Estácio de Sá merece”, disse a porta-bandeira.

“A exigência é sempre muito grande, a gente quer sempre o melhor para nossa escola e ficou muito proveitoso pelo contato que a gente teve com a comunidade, o andamento da escola, fiquei muito emocionado. É a volta dessa parceria, o meu quarto na escola, estou muito feliz mesmo e realizado de estar na minha casa, porque eu comecei aqui. Foi muito proveitoso. A cada cabine eu senti a vibração e eu queria estar ali junto à Rafa, foi maravilhoso”, completou o mestre-sala.

Harmonia e Samba

No que diz respeito ao canto, os componentes da Estácio de Sá mostraram o porquê a agremiação tem o apelido de Berço do Samba. O canto foi conforme uma escola tradicional como a Estácio merece, forte, vivo e coeso. O carro de som foi um show à parte, Tiganá e Serginho do Porto jogaram em dupla de maneira magistral à frente do carro de som, foi possível ouvir o canto, os cacos e todas as características de cada um deles durante o ensaio, o espaço que cada um deu ao outro, os favoreceu individualmente e a harmonia da escola de maneira coletiva.

O samba funcionou e caiu nas graças e garganta dos estacianos. Os trechos “Eu sou o dom de resistir, eu sou Estácio” e “Desce o morro de São Carlos, pra voltar ao seu lugar” eram cantados com muita força pelos componentes, assim como o início do samba, que levantava a escola com o “Vai, Leão”.

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“Foi muito bom, a escola toda cantou maravilhosamente bem, agora a gente ia esperar o dia do desfile, sabendo que a gente ainda tem mais ensaios ainda para corrigir o que precisa”, comentou Serginho do Porto.

“Excelente. Para o primeiro ensaio, o primeiro teste na Sapucaí, foi excelente. Como o Serginho falou, tem algumas coisas para corrigir, mas se Deus quiser no dia 28, vocês podem esperar a Estácio de Sá, a gente vai pintar esse chão de vermelho e branco”, citou Tiganá.

Evolução

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A escola entrou animada e evoluindo de maneira acertada e de acordo com o andamento do samba enredo até o fim do ensaio, porém, quando a bateria se apresentou no 1º módulo, a escola continuou andando e, com isso, a ala de passistas preencheu todo o espaço do meio do setor 5 até o início do setor 7. Ajustando a comunicação entre a harmonia da escola na avenida, para prevenir questões como essa, a Estácio desfilará tranquila, pois a comunidade passou pulsando e evoluindo no ensaio.

Outros destaques

A rainha de bateria Tati Minerato chamou a atenção vindo fantasiada de leoa, que, além de ser tema do enredo, é o símbolo da escola.

A velha-guarda encerrou o ensaio a bordo de um ônibus aberto, dando um frescor para o final da noite de ensaios.

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“O ensaio foi o melhor possível, já que ainda temos que ensaiar mais um pouco. Nós estamos buscando a perfeição, o 100%. Acho que, com esse ensaio de hoje, nós chegamos bem próximo disso. Estamos todos muito satisfeitos, tanto bateria quanto a escola. Foi um ensaio maravilhoso da Estácio de Sá. Mostramos que estamos na briga para ganhar o Carnaval. Temos ensaiado bastante a integração da bateria com o carro de som. Preparamos as convenções para buscar o canto forte da escola, a nota alta do samba, para poder sobressair o canto forte da escola e acho que está funcionando muito bem. Nunca está bom e devemos sempre buscar o melhor. Agora é focar o máximo possível, se concentrar o máximo possível, para poder chegar na madrugada do dia 28 [de fevereiro] para o dia 1º [de março] bem seguros, todo mundo sabendo o que tem que fazer com muita tranquilidade, muita segurança e muita perfeição.”, avaliou Mestre Chuvisco.

Freddy Ferreira analisa a bateria da Estácio no ensaio técnico

Um ensaio técnico exemplar da bateria “Medalha de Ouro” da Estácio de Sá, comandada por mestre Chuvisco. Um ritmo que contou com pressão sonora de uma afinação mais pesada de surdos, além de um leque recheado de paradinhas que atrelaram a bateria ao enredo da vermelha e branca do morro do São Carlos. Cabe ressaltar que ritmistas, diretores e o próprio mestre vieram de cara pintada, com maquiagem indígena.

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Na cabeça da bateria da Estácio de Sá, um naipe de tamborins de imensa virtude sonora mostrou um trabalho caprichado. Uma boa ala de agogôs tocou com segurança, assim como um naipe de cuícas de qualidade também contribuiu no preenchimento das peças leves. Uma ala de chocalhos de inegável técnica tocou usando um cocar, assim como todos os diretores de bateria incluindo o mestre Chuvisco, entrando de vez no clima do enredo.

A cozinha da bateria estaciana apresentou sua tradicional afinação de surdos mais pesada, que contou com marcadores de primeira e segunda eficientes e firmes. Surdos de terceira deram um balanço único ao ritmo do Velho Estácio. Repiques de alta técnica se uniram a caixas de guerras de valor sonoro inestimável, com sua levada de partido alto ressoando com imensa qualidade.

Bossas bastante atreladas ao enredo com uma pegada florestal foram muito bem concebidas. Todas as criações musicais são profundamente conectadas ao aguerrido samba-enredo estaciano. Numa delas, parte dos tamborins adentra o corredor, para a realização de um trecho solo que conta com uma subida. Já na bossa do refrão do meio, todos os diretores vão para a frente da bateria “Medalha de Ouro” para tocarem juntos maracas, numa levada musical indígena. Um leque de paradinhas recheado da bateria da Estácio garantiu uma passagem potente por toda a pista. Bossas que se aproveitaram sobretudo da pressão sonora proporcionada pela afinação pesada dos surdos.

Galeria de fotos do ensaio técnico da Estácio na Sapucaí

Uma apresentação bastante notável da bateria “Medalha de Ouro”, dirigida por mestre Chuvisco. Um ritmo estaciano exemplar foi apresentado, com boa pressão de surdos, caixas de guerra ressonantes e um conjunto de bossas bem conectado ao tema do Berço do Samba. Não importa em que grupo esteja, é sempre especial ver uma bateria da Estácio de Sá com um trabalho destacado.

Maricá incorporou! Performances da comissão de frente, casal e canto causaram forte impacto no público na Sapucaí

Por Matheus Vinícius  e fotos de Magaiver Fernandes (Colaboraram Allan Duffes, Marcos Marinho, Guibsom Romão, Marielli Patrocínio e Rhyan de Meira)

A terceira escola a entrar na Sapucaí no último domingo, no Sambódromo, foi a União de Maricá. Em seu segundo ano na Série Ouro, a agremiação se apresentou de forma muito animada e compacta, apesar da grande quantidade de componentes. A comissão de frente de Patrick Carvalho arrebatou o público que assistia e o casal Fabrício Pires e Giovanna Justo foi responsável por arrancar aplausos sinceros da arquibancada e da frisa. O impacto das apresentações iniciais elevaram o nível para um desfile praticamente sem defeitos da União de Maricá. Foi um ensaio com muitos aspectos positivos do início ao fim.

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A escola vai narrar na Avenida a história da entidade da umbanda carioca Seu Sete da Lira através do enredo “O Cavalo de Santíssimo e a Coroa do Seu Sete!”, desenvolvido pelo multicampeão Leandro Vieira. Maricá será a sexta agremiação a desfilar pela Série Ouro, na sexta-feira, 28 de fevereiro.

“Excelente! A gente veio mostrar o que já faz lá em Maricá. A gente cantou e evoluiu para caramba. Eu gostei muito do rendimento do samba, que é um samba leve, um samba pra frente. Tudo que a gente programou deu certo. A gente tinha esse paradão que queria fazer também para mostrar o canto da escola, coisa que a maioria das escolas não tem feito, a gente resolveu fazer. Então, tudo certo, estamos prontos já para o desfile oficial. Teve um teste que eu fiz hoje, que a gente vai inserir no desfile, que é uma questão de andamento e marcações. Aqui é muito importante. O ensaio técnico, além do show e mostrar o trabalho para o grande público, é importante para a gente que está no dia a dia da escola, para fazer alguns testes, para colocar em prática algumas coisas e saber se deu certo ou não. E aqui tudo deu certo, a gente vai botar para frente. O paradão deve ser usado no desfile. A gente vai conversar com a equipe, existe essa possibilidade sim, já que hoje foi legal”, avaliou Wilsinho Alves, diretor de carnaval.

Freddy Ferreira analisa a bateria da União de Maricá no ensaio técnico

Comissão de Frente

O coreógrafo preparou uma comissão de frente impressionante e cheia de energia. Todos os componentes estavam vestidos em trajes brancos de filhos de santo, exceto o que representava o Exu, usando um cartola vermelha, muitas contas douradas e uma calça preta. Todos os passos foram dados com precisão e com firmeza com referências da umbanda.

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No primeiro módulo, alguns componentes apresentaram problemas com os lenços na cabeça. Como solução, a comissão optou por tirar os lenços nas três apresentações seguintes. Apesar de não demonstrar dificuldade em dançar com a cartola, o Exu fez seu solo colocando a cartola e dançando ao redor dele.

Outra ousadia desta comissão de frente foi utilizar a iluminação cênica da Sapucaí na exibição para o último módulo de jurados, aumentando assim a expectativa para o que Patrick Carvalho está planejando para o desfile oficial. As luzes acrescentaram dramaticidade e profundidade à coreografia muito bem elaborada pelo coreógrafo.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O mestre-sala Fabrício Pires e a porta-bandeira Giovanna Justo se apresentaram com um bailado aguerrido e com muita conexão. Eles foram expressivos com movimentos que retrataram alguma incorporação de entidade. Também fizeram valer a iluminação cênica na última cabine de jurados que deu mais foco ao seu bailado. Infelizmente, durante a apresentação no 2º módulo de jurados, a bandeira embolou devido ao vento e Giovanna teve que superar esse obstáculo. Nas outras cabines, o casal foi impecável.

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“Isso aqui é um termômetro para nós que fazemos parte do artístico do carnaval. Passar aqui nessa terra sagrada que é a Marques de Sapucaí para ter esse privilégio de ensaio, é ótimo porque a gente se erra, se acerta aqui, a gente está no ensaio. Esse tempo aqui para gente é ótimo, para mim hoje foi excelente. Tudo que nós pensamos, realizamos aqui, e eu só tenho que agradecer por esse ensaio de hoje que para mim foi maravilhoso. Sempre tem uma questão com o vento porque a gente fica em um vão, comissão e a gente, mas só que eu molho muito minha bandeira, ela está toda molhada, o peso vai todo na bandeira. Eu senti o vento, mas senti pouco”, disse a porta-bandeira.

É bem positivo de verdade. Não é igual todo mundo fala que foi maravilhoso, é bem positivo porque sou bastante crítico. O desse ano eu achei que foi legal, a gente conseguiu fazer bastante coisa, conseguimos impor o que a gente vai fazer no dia com algumas ressalvas pequenas da fantasia e tudo. Estou muito contente, muito feliz e agora só trabalhar um pouco mais para o desfile. Para o dia oficial a expectativa é que a gente faça um excelente desfile para coroar esse trabalho todo que a União de Maricá vem fazendo”, completou o mestre-sala.

Harmonia

O trio de intérpretes Nino do Milênio, Matheus Gaúcho e Bico Doce mostrou que estão em sintonia e conduziu muito bem o samba neste ensaio. Os componentes cantaram forte e integralmente o samba mostrando que este quesito não será um problema para a União de Maricá – a escola evidenciou que tem chão. O apagão da bateria de uma volta no samba no começo do desfile assinalou a capacidade da comunidade de Maricá de não deixar esse hino cair.

Samba

A obra de Wanderley Monteiro, Rafael Gigante, João Vidal, Vinicius Ferreira, Jefferson Oliveira, Miguel Dibo, Hélio Porto e André Do Posto 7 funcionou muito bem na Marquês de Sapucaí. A comunidade vestiu a camisa deste samba e estava com ele decorado de ponta a ponta. Além disso, é um samba animado que contagiou toda escola.

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“Eu sou chato, mas para mim é Maricá campeã, fizemos um belíssimo ensaio com a nossa escola toda cantando, foi perfeito”, avaliou Bico Doce.

“Estou numa felicidade gigante, felicidade gigante. Para mim que estou desde o início da escola, vi a chegada do Nino e a chegada do Bico. Tenho ensaiado muito, tenho trabalhado muito e hoje foi mais um grande ensaio. Se Deus quiser, chegaremos firme dia 28 para fazer um grande desfile, que foi fruto de um grande trabalho. Vamos que vamos!”, comentou Matheus Gaúcho.

Evolução

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A escola veio grande para brincar carnaval. A União de Maricá demonstrou muita organização e maturidade ao trazer para o ensaio técnico alas dispostas de forma compacta e coesa. O cortejo vermelho, amarelo e branco foi festivo como a entidade homenageada e fluido, contribuindo para um bom andamento da escola.

Outros Destaques

A bateria do mestre Paulinho Steves teve ousadia e muita qualidade musical. Como comentado anteriormente, houve um apagão acompanhado, provavelmente, de atabaques que provocou o canto mais forte da comunidade. Toda essa desenvoltura enquanto os ritmistas desfilaram todos descalços defendendo sua bateria.

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“Tudo que eu pedi a minha bateria, ela atendeu, nós estamos ensaiando há mais de oito meses e eu peço a energia, a alegria e felicidade. O balanço é positivo 100%, mas como eu cobro eles, eu não quero chegar só a 100%, eu quero passar na avenida com 1000%. Temos mais duas semanas pro Carnaval e pode ter certeza que quando a bateria da Maricá descer a Marquês de Sapucaí vai ser 1000%”, afirmou o mestre.

Freddy Ferreira analisa a bateria da União de Maricá no ensaio técnico

Um ensaio técnico excelente da bateria “Maricadência” da União de Maricá, comandada por mestre Paulinho Steves. Um ritmo bastante energético e potente foi apresentado, aliado a bossas profundamente conectadas ao grande samba-enredo da escola vermelho, amarelo e branco.

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Na cabeça da bateria da Maricá, um naipe de tamborins de elevada técnica tocou com precisão um desenho rítmico baseado nas nuances melódicas do belo samba-enredo da agremiação. Uma ala de chocalhos de grande qualidade também auxiliou a preencher a sonoridade das peças leves. Um naipe de agogôs eficiente executou uma convenção pautada pelas variações melódicas da obra. Cuícas tocaram de forma segura, ajudando a marcar o samba.

Na parte de trás do ritmo da “Maricadência”, uma afinação privilegiada de surdos foi notada, dando bastante pressão no trabalho firme e preciso dos marcadores de primeira e segunda. Surdos de terceira foram responsáveis pelo balanço de qualidade propagado pelos graves. Uma ala de repiques de boa técnica musical, tocou junto de caixas consistentes que mesclavam toque embaixo reto com a batida feita em cima, com levada de partido alto. Vale ressaltar o bom trabalho dos repiques solistas nas bossas, assim como as frases rítmicas feitas de modo cirúrgico pelas terceiras também nos arranjos.

Bossas altamente vinculadas a melodia do samba revelaram uma criação musical conceitualmente intuitiva. As paradinhas também se aproveitaram da afinação destacada dos graves para contribuir dando pressão sonora aos arranjos propostos. Um leque de bossas com boa integração com a obra da Maricá.

Galeria de fotos do ensaio técnico da União de Maricá na Sapucaí

Uma apresentação excelente da bateria da União de Maricá, dirigida por mestre Paulinho Steves. Um ritmo que contou com a pressão sonora da boa e pesada afinação de surdos, contribuindo sobretudo nas potentes bossas da “Maricadência”. Sem dúvida, tanto mestre Paulinho, quanto seus diretores e ritmistas têm motivos de sobra para atravessar a ponte rumo a Maricá com sorriso orgulhoso no rosto e sensação imensa de dever cumprido.