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Bateria, harmonia e samba-enredo embalam o correto desfile da União do Parque Curicica

Por Eduardo Fróis. Fotos de Allan Duffes

A União do Parque Curicica, segunda colocada no carnaval passado da Liesb, apostou em um desfile animado sobre a historia de Maria Bonita para tentar retornar a Marquês de Sapucaí em 2021. Quarta escola da noite a passar pela Intendente Magalhães, a Curicica agitou as arquibancadas em meio a chuva fina que começou a cair na avenida. O destaque da apresentação ficou por conta da feliz combinação entre bateria, harmonia e samba-enredo.

Enredo

A União do Parque Curicica trouxe nordestinos ilustres como Padin Ciço, Lampião e Maria Bonita para desfilar o enredo “Fulô de Maria”. Foram muitas as referências ao Nordeste durante o desfile, desde a vegetação, passando o artesanato, pela fé e pela história do povo dessa região. Os elementos visuais da União eram de fácil compreensão e adequação ao tema proposto para o carnaval de 2020.

Samba-Enredo

A entidade da Zona Oeste trouxe o sertão nordestino para Estrada Intendente Magalhães, embalada por um samba-enredo animado e irreverente. A letra possuía diversas passagens que remetem o dialeto falado no Nordeste do país, como “vamo simbora”. A melodia possibilitava que a bateria da escola, junto ao time de canto, fizesse frases rítmicas inspiradas na rica e diversa música nordestina.

Comissão de frente

A Comissão de frente da Curicica abriu o desfile em tons negros e prateados, representando a música “Olê mulher rendeira”, que Lampião compôs para sua amada Maria Bonita. Haviam desenhos de flores em fundo preto, podendo se notar uma atenção especial a maquiagem das meninas. Eram 10 bailarinas representando as rendas, mais a pivô da coreografia, que interpretava a própria Maria Bonita. Pode-se ver passos de xaxado, forró e balé, intercalando movimentos fortes com momentos de maior leveza.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal de mestre-sala e porta-bandeira vestia uma fantasia com predomínio da cor preta e detalhes prateados no acabamento da roupa. A indumentária foi inspirada na arte e cultura da região Nordeste. Jessica e Andrey realizaram um bailado leve, seguro e sincronizado, apresentando o pavilhão da Curicica e fazendo passos que lembravam toda a ginga das danças nordestinas.

Alegorias e Adereços

A União do Parque Curicica trouxe dois carros alegóricos de concepção simples, porém bem acabados para apresentar o enredo “Fulo de Maria”. O abre-alas veio nas cores preto, branco e prata, combinando com as tonalidades do primeiro setor da escola. Já a segunda alegoria abusou do dourado, com os figurinos dos destaques em cores lilás e verde. Nas laterais, esculturas em tom marrom escuro faziam alusão a arte nordestina.

Harmonia

O canto da Curicica foi um dos destaques de sua apresentação, se mantendo constante desde a largada na Intendente Magalhães. Os componentes das alas e alegorias da União mostraram estar com o samba na ponta da língua, empolgados com a missão de levar a escola a desfilar novamente na Sapucaí.

Fantasias

O conjunto visual das fantasias da Curica estava muito colorido, com um bom acabamento e de fácil leitura do enredo. As baianas vieram de branco e vermelho, com um detalhe amarelo na cabeça, representando a flor do mandacaru. Máscaras e adereços de mão faziam parte do figurino de algumas alas. A roupa da bateria era toda florida, com desenhos de cordel.

Evolução

O desfile da União do Parque Curicica foi coeso em sua evolução, do início ao fim do desfile, passando tranquilamente pela Intendente. A escola da Zona Oeste desfilou sem maiores problemas de evolução, com alas compactas que vieram dançando e brincando ao som da bateria de mestre Yan Pac Man. A apresentação encerrou com 43 minutos.

Bateria

O coração da escola de Curicica foi um dos destaques do desfile, pulsando forte na avenida. A batucada passou com um bom andamento, mantendo a pressão e a cadência ao longo de toda a apresentação. Uma bossa da bateria inspirada nos ritmos nordestinos levantou o público que os acompanhava de perto na Intendente Magalhães.

Acadêmicos do Jardim Bangu abre Série B com garra no carro de som

Por Gustavo Maia. Fotos: Allan Duffes

A Acadêmicos do Jardim Bangu abriu a terça-feira de carnaval na Intendente de Magalhães com um samba potente puxado pelo intérprete Lucas Donato. A tricolor da Zona Oeste apresentou na passarela de Madureira o enredo “Da Mãe África aos Filhos do Brasil: a Força Ancestral que Atravessa Gerações”. A jovem escola, criada em 2016, mostrou que almeja conceder ao Leão de Xangô, seu símbolo maior, um lugar de destaque no carnaval carioca.

Harmonia

O carro de som comandado pelo jovem Lucas Donato sustentou dignamente o canto da escola. Lucas desfilou com uma maquiagem corporal que simulava as chagas e o sangue a escorrer sob golpes de chibata, mostrando que integra a dinastia dos cantores performáticos. Os componentes do Leão responderam bem aos intérpretes, mas uma pequena parcela não cantou o samba com a potência que a obra pedia. Nos minutos finais do desfile, parte do sistema de som local foi desligado, revelando certa timidez do chão da tricolor. Era notável que o canto caía significativamente após os refrãos.

Evolução

Os componentes do Jardim Bangu evoluíram com correção: sem correrias ou interrupções no andamento da escola. Os muitos destaques de chão ao longo da exibição, assim como uma ala coreografada, integraram-se perfeitamente ao cortejo, conferindo-lhe fluidez e ocupando os espaços necessários.

Samba-enredo

O hino escolhido pela Acadêmicos do Jardim Bangu para 2020, embora não possa ser considerado uma das melhores obras deste carnaval, funcionou bem para a proposta do desfile, com destaque para a potência dos refrãos, que levantavam o canto da comunidade. O samba-enredo mereceu ainda o mérito de contar com clareza a narrativa criada pelos carnavalescos da escola.

Bateria

A bateria do mestre Dilsinho de Xangô sustentou o ritmo da Acadêmicos do Jardim Bangu. Um dos destaques da exibição foi o naipe dos agogôs, que garantiu o suingue pedido pelo samba. Os ritmistas executaram uma bossa que fazia referência aos ritmos do maracatu e maculelê, cantados no samba, levantando o público das arquibancadas. A rainha Dani Santanna cumpriu com elegância seu papel à frente dos músicos, sempre reverenciando o público e os julgadores, sem perder o samba no pé.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal que teve a honra de conduzir o pavilhão da Acadêmicos do Jardim Bangu, Rômulo Diniz e Lyvia Bergmann, exibiu-se com vigor e elegância em todos os módulos de julgamento. Com uma bela fantasia em tons acobreados e vermelhos, o casal manteve o sorriso no rosto durante toda a apresentação. Rômulo e Lyvia, no auge da juventude, souberam aproveitar as bossas da bateria na coreografia para os jurados. Na dança, destacaram passos em alusão aos ritmos e cultos africanos, sempre executados com maestria. Ao fim do desfile, depois de completadas as quatro apresentações sob julgamento, Lyvia sentiu -se mal e foi acudida por seu companheiro e por diretores da escola. O episódio reforçou a garra da bailarina ao longo do desfile, que em nenhum momento expressou qualquer desconforto.

Comissão de frente

A comissão de frente foi formada por componentes da velha guarda da escola, senhoras em sua maioria. A apresentação, portanto, fugiu às expectativas do público e dos jurados contemporâneos, que cobram surpresas, roupas impactantes e coreografias elaboradas. Por outro lado, a apresentação dos componentes elegantemente vestidos enquadra-se na proposta do enredo, que aborda as raízes ancestrais, a tradição e a sabedoria, passando pela contribuição africana ao carnaval.

Alegorias e Adereços

A escola trouxe para a avenida duas alegorias e um elemento cenográfico. O abre-alas apresentou os símbolos da escola: o Leão e o Machado de Xangô. O destaque da alegoria, entretanto, foi o time de mulheres empurradoras, que deram toda a sua força para que o carro cruzasse a avenida com tranquilidade. O elemento cenográfico do desfile manteve a boa execução da alegoria de abertura, mas, dessa vez, em tons prateados que serviram muito bem à escultura de Iemanjá. A alegoria que encerrou a exibição foi a de maior destaque, decorada com flores multicoloridas e elementos do carnaval carioca, trazendo o cenário da folia para a avenida.

Fantasias

O conjunto de fantasias da escola da Zona Oeste foi um dos destaques do desfile. As roupas mostraram cuidado na concepção e no acabamento. A variação de materiais e de cores afastou a monotonia. O tapete cromático desenhado pelos carnavalescos se destacou desde a abertura do desfile, com fortes tons de dourado, e soube atender às exigências do enredo. As baianas da escola foram vestidas com luxo e bom gosto, recebendo aplausos da plateia.

Enredo

A narrativa criada pelos carnavalescos Ismael Costa e André Araújo seguiu a linha tradicional dos enredos de inspiração negra. O desfile mostrou como a cultura africana contribuiu para a formação da nação brasileira, destacando a religiosidade negra e manifestações de resistência como a capoeira e o samba.

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IMPERATRIZ É O DESFILE DO ANO DA SÉRIE A NO PRÊMIO ESTRELA DO CARNAVAL VIVANT! 2020

A Imperatriz Leopoldinense ganhou o Estrela do Carnaval Vivant! 2020 como Desfile do Ano da Série A. No sábado de carnaval, na Sapucaí, a escola de Ramos apresentou um grande espetáculo para o público e julgadores. Além da principal categoria, a verde e branco levou também o de melhor casal de mestre-sala e porta-bandeira para Thiaguinho e Rafaela Theodoro, melhor comissão de frente e melhor conjunto de alegorias e fantasias.

Pela primeira vez, Igor Vianna, da Unidos de Bangu, ganhou o Estrela do Carnaval, como melhor intérprete da Série A. O Cubango levou o prêmio de melhor bateria.

Confira abaixo todos os ganhadores:

Desfile do Ano: Imperatriz Leopoldinense
Bateria: Cubango
Samba-Enredo: Santa Cruz
Comissão de Frente: Imperatriz
Enredo: Inocentes de Belford Roxo
Alegorias e Fantasias: Imperatriz
Baianas: Unidos de Padre Miguel
Harmonia: Imperatriz
Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Thiaguinho e Rafaela Theodoro (Imperatriz)
Intérprete: Igor Vianna (Bangu)

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VILA ISABEL É A DONA DO DESFILE DO ANO DO GRUPO ESPECIAL NO ESTRELA DO CARNAVAL VIVANT!

    Festa no bairro de Noel. A Vila Isabel conquistou o prêmio Estrela do Carnaval Vivant! 2020 como “Desfile do Ano do Grupo Especial”, a principal categoria da premiação. A azul e branco ainda faturou mais prêmios: melhor intérprete (Tinga), melhor harmonia e melhor conjunto de alegorias.

    Quem também faturou três prêmios foi a Estação Primeira de Mangueira: comissão de frente, melhor carnavalesco para Leandro Vieira e originalidade para o menino crucificado.

    A Viradouro conquistou dois Estrelas em 2020: melhor casal de mestre-sala e porta-bandeira para Julinho e Rute, além do prêmio de melhor ala de baianas.

    A Mocidade Independente de Padre Miguel venceu como melhor bateria do Grupo Especial e a porta-bandeira Bruna foi eleita a revelação do Grupo Especial em 2020.

    Elogiado no pré-carnaval e muito cantado no desfile oficial, o samba-enredo da Grande Rio venceu a categoria.

    Pelo segundo ano consecutivo, a São Clemente conquista o Estrela do Carnaval como melhor enredo do Grupo Especial.

    O Salgueiro faturou o prêmio de melhor conjunto de fantasias. A Portela venceu a categoria melhor ala de passistas.

    Veja abaixo a relação completa de premiados no Grupo Especial

    Desfile do Ano: Vila Isabel
    Bateria: Mocidade
    Comissão de frente: Mangueira
    Samba: Grande Rio
    Intérprete: Tinga
    Alegorias: Vila Isabel
    Fantasias: Salgueiro
    Enredo: São Clemente
    Baianas: Viradouro
    Harmonia: Vila Isabel
    Carnavalesco: Leandro Vieira
    Passistas: Portela
    Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Julinho e Rute (Viradouro)
    Originalidade: Menino crucificado (Mangueira)

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