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Afiada! Imperatriz realiza excelente ensaio técnico com desempenho empolgante do samba-enredo e evolução impecável

Por Luiz Gustavo e fotos de Allan Duffes (Colaboraram Gabriel Radicetti, Juliana Henrik, Carolina Freitas, Luan Costa, Matheus Morais e Matheus Vinícius)

A Imperatriz Leopoldinense realizou seu ensaio técnico na noite do último sábado mostrando todas as credenciais que levaram a escola a ser campeã e vice respectivamente nos dois últimos carnavais. O nível de seus quesitos não apenas se mantém como é potencializado a cada ensaio. Um casal de mestre-sala e porta-bandeira em fase sublime, uma evolução de manual com organização e leveza aliadas, uma bateria que garante a nota válida máxima desde 2016, e, principalmente, uma comunidade que defende cada samba com unhas e dentes na avenida, fazendo a escola de Ramos alcançar não só excelente desempenho em seu canto dentro da pista, como uma comunicação com o público que a escola não tinha com tamanha regularidade num passado próximo. A atual Imperatriz atinge as arquibancadas, empolga as frisas e traz outro clima para seus ensaios e desfiles. A escola está feliz e isso é sentido claramente por quem a assiste.

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No treino antes do teste e luz de som que ocorrerá na semana que vem os componentes seguraram o samba durante toda a sua passagem e alcançaram uma boa resposta dos 81 mil espectadores que foram ao sambódromo neste sábado. Os refrãos foram bem cantados pelo público, assim como o trecho “justiça maior é de meu pai xangô”. Foi um ensaio quente, já potencializado pela cabeça da escola com belas apresentações da comissão de frente e casal de mestre-sala e porta-bandeira. A verde e branco apresentará o enredo “Ómi Tutú ao Olúfon – Água Fresca Para o Senhor de Ifón”, de autoria do carnavalesco Leandro Vieira no domingo de carnaval, sendo a segunda escola a desfilar.

“Estamos prontos. São três meses que a gente vai ganhando aquelas ruas (de Ramos) e eu acho que foi uma crescente lá. O meu objetivo aqui hoje era repetir aquilo que a gente fez em Ramos para que a população do Rio de Janeiro pudesse ver o que a população da Leopoldina já conhecia. E a Imperatriz entregou. A gente está pronto. Agora, são os outros elementos que vão ser incorporados ao samba, à harmonia, à evolução, que são as fantasias, as alegorias, a comissão de frente oficial. Acredito que, aí, o casamento da escola será perfeito. E a gente vai conseguir brigar bonito pelo campeonato”, disse André Bonatte, um dos diretores de carnaval da escola.

Comissão de Frente

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A comissão liderada por Patrick Carvalho apresentou uma coreografia bastante energética, com os exus incorporados. Trabalho de pintura facial unido a uma teatralização impressionante resultaram em uma apresentação de bastante impacto, cujo ápice foi o momento em que o fogo surge nas mãos dos componentes, obtendo muitos aplausos do público presente. Em sua estreia na Imperatriz, Patrick deixou ótima impressão sobre o que pode ser apresentado na Sapucaí no desfile oficial.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Phelipe e Rafaela tiveram um grande desempenho no ensaio técnico, seguindo o padrão estabelecido desde que voltaram a dançar juntos após o carnaval de 2022. Nas quatro cabines se viu uma apresentação bastante leve e ágil, com o casal usando muito bem o espaço da pista para realizar seus movimentos. Phelipe em seu estilo performático e um bailado muito dinâmico, passos rápidos e um sapateado de alto nível de execução, enquanto Rafaela confirma o seu melhor momento na carreira, faz cada movimento com extrema elegância, muita segurança e leveza. O casal enxertou coreografias em sua apresentação na medida certa, como no refrão principal em que realizam uma dança com saudação a Oxalá. Uma apresentação belíssima do primeiro casal da Imperatriz.

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“Estamos muito felizes por esse acolhimento incrível de todos que estavam presentes. Grande parte desse público, às vezes, não tem a oportunidade de assistir ao desfile oficial, poder trazer um pouco do que vamos levar para a Avenida é muito importante. Marcamos grande parte da nossa coreografia hoje, mas, claro, no dia do desfile tudo ganha outra proporção — a fantasia traz um axé especial para a nossa dança. O ensaio técnico serve para trabalharmos, analisarmos se estamos no caminho certo e para ajustarmos os detalhes na busca pelas notas 10, que a gente sabe que não são fáceis de conquistar. Mas estamos nos dedicando muito, com os pés no chão e humildade, para fazer um desfile leve e tranquilo. É muito gostoso viver essa experiência, e agora, com dois ensaios técnicos, é ainda melhor. Esperamos repetir essa energia na semana que vem e fazer ainda melhor tanto no ensaio quanto no grande dia”.

“O ensaio técnico é sempre muito valioso para o nosso trabalho. Quero aproveitar para agradecer toda a comunidade do Complexo, que sempre nos prestigia, tanto nos ensaios de rua quanto aqui na Sapucaí. É nesse momento que conseguimos ter um termômetro do que podemos, do que devemos e do que não devemos fazer no dia do desfile. Acho que todo mundo conseguiu sentir o clima e identificar os pontos altos da coreografia. Agora é seguir trabalhando ainda mais para que, no próximo domingo, a gente mantenha o nível e, no dia do desfile, saia daqui com a nota máxima e super premiado no carnaval”.

Harmonia e Samba

Um dos sambas mais elogiados da temporada confirmou sua força com um desempenho fortíssimo, que refletiu na reação do público que acompanhou o ensaio na avenida cantando bastante com a escola. Os refrãos tiveram um rendimento espetacular, mantendo o samba em cima o tempo todo, assim como o trecho “justiça maior é de meu pai xangô…”, o samba passeia melodicamente, trechos em tom menor são imediatamente acompanhados por uma subida que torna a obra muito envolvente, sem cansar ou perder fôlego durante sua apresentação. O canto estava afiado na voz de cada componente, com principalmente o meio da escola entoando o samba com muita garra e animação, alas em sequência mantendo um pique contagiante.

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Contribuiu demais para esse forte desempenho do canto da escola mais uma apresentação irretocável de Pitty De Menezes, cinco anos como intérprete principal na Marquês de Sapucaí com a segurança de um veterano. Ele une técnica, alcance vocal e alta comunicação com os componentes e público, na mesma pegada durante os 80 minutos de ensaio, muito bem auxiliado pelo seu carro de som. Pitty brinca na condução de um samba com vários trechos em tom alto e potencializa o rendimento do mesmo. O samba não teve uma queda em algum momento do ensaio, inclusive nos setores finais foi onde teve uma resposta mais forte do público. Sem dúvida o samba foi protagonista deste ensaio da Imperatriz.

“Eu acho que foi maravilhoso. A escola cantou muito, e a arquibancada cantou junto com a Imperatriz. Acho que precisamos repetir exatamente o que fizemos hoje: com alegria, felicidade e muita certeza do que estamos ensaiando. Se a gente desfilar na Avenida com essa energia, a décima estrela está muito perto de se tornar realidade. A Imperatriz está muito próxima de conquistar esse título tão sonhado. Eu não tenho dúvida de que o sonho vai virar realidade”.

Evolução

A Imperatriz teve uma evolução impecável, unindo alta organização em suas alas e componentes soltos para brincarem dentro delas. Até mesmo um ponto de atenção que são as diversas alas coreografadas ou com movimentos repetidos em determinados trechos do samba funcionou muito bem, a escola não passou travada em momento algum do seu ensaio. A dinâmica coreográfica encaixou a contento preenchendo bem a pista e dando um interessante contraste com as alas mais soltas. Estas deram um banho de entusiasmo, ritmo de avenida e andamento na pista. A verde e branco teve um andamento forte durante todo o ensaio, só diminuindo um pouco o passo nas alas finais. O terceiro casal da
agremiação preencheu muito bem o espaço após o recuo da bateria, mantendo a agilidade da evolução da escola. De fato uma evolução de manual.

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Outros Destaques

Não dá pra falar de Imperatriz atualmente sem citar mestre Lolo. Desde 2016 na escola garantindo 30 pontos válidos, ele fez da sua bateria um termômetro da agremiação de Ramos. Nesta noite alcançou mais um desempenho espetacular, sem contar a comunicação que a “Swing da Leopoldina” tem tido com o público. Destaque também para a rainha Maria Mariá com muito samba no pé.

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Assim como em 2024 com as palmas para a cigana, Lolo montou uma bossa para chamar a plateia pra participar com a escola, no refrão central, e o resultado foi um ensaio quente do início ao fim. O mestre falou sobre o seu trabalho.

“Com tempo na escola você tem como trabalhar o material humano, fazer amizades, é difícil ter inimizades aqui dentro porque dez anos juntos, todo mundo se conhece. É gostoso fazer o trabalho, rapaziada entender nossa filosofia, e chegar aqui e mostrar essa
bateria maneira que passou aí”.

Galeria de fotos do ensaio técnico da Imperatriz na Sapucaí para o Carnaval 2025

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Galeria de fotos do ensaio técnico do Salgueiro na Sapucaí para o Carnaval 2025

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Freddy Ferreira analisa a bateria da Viradouro no ensaio técnico na Sapucaí

Um ensaio técnico muito bom da bateria “Furacão Vermelho e Branco” da Unidos do Viradouro, comandada pelo lendário mestre Ciça. Um ritmo com andamento confortável, bom equilíbrio e pressão sonora de uma afinação mais pesada de surdos. Tudo ainda complementado pela musicalidade de bossas potentes e bastante musicais.

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Na cabeça da bateria da Viradouro, um bom naipe de chocalhos tocou de forma correta, acompanhado por uma ala de tamborins consistente, que executou um desenho rítmico bastante elaborado com precisão e eficiência, adicionando valor sonoro à parte da frente do ritmo. Um naipe de cuícas bem acima da média fez um trabalho precioso, ajudando no preenchimento musical das peças leves com inegável qualidade musical. As cuícas ressoaram de forma uníssona por toda a pista de desfile, com o toque diferenciado marcando o samba para os demais instrumentos.

A parte de trás do ritmo da “Furacão” contou com a primeira fila de atabaques, que vieram ajudando preenchendo a sonoridade da cozinha, além da contribuição privilegiada em bossas, junto de um ritmista tocando Cowbell, uma espécie de agogô com um som diferenciado e somente uma campana (boca). Uma boa e pesada afinação de surdos foi percebida, dando pressão sonora ao ritmo da escola do bairro do Barreto, inclusive em bossas. Surdos de primeira e segunda tocaram com firmeza, mas de modo seguro. O balanço envolvente dos surdos de terceira contribuíram tanto em ritmo, quanto nas paradinhas. Repiques consistente tocaram junto de uma ala de caixas de guerra com boa ressonância, com seu tradicional toque em cima contando com a tradicional levada de partido alto.

Galeria de fotos do ensaio técnico da Viradouro na Sapucaí para o Carnaval 2025

Um conjunto de bossas que se aproveitou da pressão sonora permitida pela afinação pesada de surdos para consolidar seu ritmo. Destaque para a paradinha iniciada na segunda do samba, que contou com uma levada de maracatu sublime, conectando a sonoridade da bateria da Viradouro ao enredo da escola. Nesse mesmo arranjo, antes do estribilho, tem um floreio em conjunto dos naipes de certa complexidade, antes de consolidar o toque afro com os atabaques, que também eram acompanhados por ritmista tocando Cowbell, esbanjando versatilidade rítmica. A bossa extensa ainda encerra com um balanço único na segunda passada do refrão principal, terminando com os atabaques subindo o ritmo na retomada. Uma construção musical de rara felicidade, altamente conectada ao que samba-enredo pede, atrelando a sonoridade da “Furacão” ao grande enredo da agremiação de Niterói.

Uma apresentação muito boa da bateria da Viradouro, dirigida por mestre Ciça. Um ritmo que misturou equilíbrio e consistência, com pressão sonora de bossas potentes e dançantes. Uma exibição que mostrou uma bateria “Furacão Vermelho e Branco” no caminho certo para mais um grande desfile.

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Foto: Dhavid Normando/Divulgação Rio Carnaval

Freddy Ferreira analisa a bateria da Imperatriz no ensaio técnico na Sapucaí

Um excelente ensaio técnico da bateria “Swing da Leopoldina” (SL) da Imperatriz Leopoldinense, comandada por mestre Lolo. Um ritmo equilibrado, consistente e com potência sonora de uma afinação com distinção soberba entre os timbres dos surdos. Tudo isso foi impactado por uma musicalidade destacada das bossas intimamente ligadas ao enredo da escola.

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Na parte da frente da bateria “SL”, ritmistas com atabaques ficaram perfilados no início do ritmo durante o primeiro recuo, adentrando o corredor e desfilando do meio para o final da bateria pela pista. Uma ala de cuícas ressonante demonstrou sua inegável virtude sonora. Um naipe de chocalhos de grande técnica musical tocou no interligado a um naipe de tamborins extremamente acima da média, mostrando um entrosamento de grande destaque entre ambos. Simplesmente incrível o desenho simples, mas profundamente eficiente dos tamborins da Imperatriz. Convenções assim fazem cair por terra aquela máxima de que desenho complexo e difícil de executar segura e mantém bons ritmistas! O desenho rítmico da Rainha de Ramos era funcional e bastante intuitivo, tendo sido executado de forma impressionante, com carreteiro uníssono e volumoso por toda a Sapucaí.

Na cozinha da bateria da Imperatriz Leopoldinense, uma afinação de surdos primorosa embalou o trabalho destacado de todos os graves. Marcadores de primeira e segunda foram firmes e seguros durante todo o cortejo, assim como os surdos de terceira proporcionaram um balanço envolvente tanto fazendo ritmo, quanto executando as paradinhas. Um trabalho de imenso destaque com a boa acentuação perceptível, graças à excelência envolvendo a afinação e a boa distinção entre os diversos timbres. Repiques com apuro técnico tocaram de forma consistente junto de um bom e ressonante naipe de caixas de guerra. Uma cozinha da bateria que fez um ritmo potente e equilibrado.

A musicalidade das bossas da “Swing da Leopoldina” era simplesmente impressionante. A boa pressão sonora envolvendo a afinação privilegiada de surdos se traduziu em potência rítmica no momento de executar os arranjos, que ainda contaram com um trabalho merecedor de menção musical envolvendo as caixas. Sublime a escolha dos arranjos, assim como a adequação ao tema de vertente africana da escola. Os detalhes das terceiras nas bossas eram encantadores. O toque privilegiado dos atabaques eram acompanhados por agogôs de duas campanas (bocas), dando a sonoridade da “SL” um autêntico clima de terreiro de Candomblé. Destaque para a construção musical de alto nível do refrão do meio, que ainda contava com três gritos de “Hey!” de todos os ritmistas, arrancando aplausos do público e garantindo interação por onde foi exibida.

Galeria de fotos do ensaio técnico da Imperatriz na Sapucaí para o Carnaval 2025

Uma apresentação excelente da bateria da Imperatriz Leopoldinense, dirigida por mestre Lolo. Uma “Swing da Leopoldina” com uma poderosa afinação de surdos, mostrando um encaixe musical único com o samba-enredo da agremiação e suas bossas, repletas de musicalidade ímpar. O ótimo balanço das terceiras e um trabalho estupendo dos tamborins merecem reverências, diante de uma exibição fascinante de ambos os naipes. Um ensaio que mostrou uma bateria “SL” da Imperatriz dirigida por mestre Lolo pronta para brigar pela nota máxima do quesito no desfile oficial.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

Freddy Ferreira analisa a bateria do Salgueiro no ensaio técnico na Sapucaí

Um ótimo ensaio técnico da bateria “Furiosa” do Acadêmicos do Salgueiro, sob o comando dos mestres Guilherme e Gustavo. Um ritmo potente, com a afinação de surdos mais pesada, característica da escola com quadra de ensaios na rua Silva Telles. Outro ponto de imenso destaque da bateria do Salgueiro foi um conjunto de bossas extremamente acima da média. A musicalidade das paradinhas da Academia levantou o público, energizando a passagem da bateria por toda a Avenida.

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Na cabeça da bateria do Salgueiro, uma ala de showcalhos executou um trabalho extremamente diferenciado, parecendo um só tocando por toda a pista. Um naipe de cuícas competente mostrou boa técnica musical, auxiliando na sonoridade das peças leves. Tamborins executaram um desenho rítmico com certa complexidade de modo eficiente e ressonante. O bom entrosamento entre tamborins e chocalhos foi notado, sendo um dos pontos altos da parte da frente do ritmo salgueirense.

Na parte de trás do ritmo da “Furiosa”, uma afinação de surdos bem pesada, plenamente inserida no DNA musical da escola foi percebida. Marcadores de primeira e segunda foram firmes e precisos, tanto ditando o andamento, quanto fazendo bossas com eficiência. Os surdos de terceira simplesmente brilharam, seja fazendo ritmo ou executando com brilhantismo as paradinhas salgueirenses. Um bom naipe de caixas tocou mesclado a uma ala de taróis de virtude musical, preenchendo os médios junto de repiques eficientes. A cozinha da bateria da escola branca e encarnada do morro do Salgueiro ainda contou com atabaques que deram um molho único nas bossas, além de alguns ritmistas do repique, que desfilaram carregando Cowbell, um instrumento semelhante ao agogô, mas com somente uma única campana (boca).

As bossas salgueirenses trouxeram um brilho de valor sonoro incalculável para a bateria “Furiosa”. Todos os arranjos seguem o que solicita o próprio samba da escola. É possível dizer que a influência musical em cada trecho segue linhas distintas, de acordo com o que a obra pede. No trecho “sou herança dos malês” o ritmo consolida um toque que remete ao Norte da África. Enquanto no refrão do meio, sobre a fé no Sertão, existe uma boa mescla entre Baião e Maracatu, num arranjo bem musical que ainda termina com uma frase rítmica atrevida dos tamborins. Já no verso “Salve Seu Zé”, a bateria Furiosa transportou o clima da Avenida direto para um terreiro de macumba, numa bossa de construção musical bem contemporânea, além de refinada. Todas as paradinhas se aproveitaram das nuances da melodia, bem como da pressão sonora envolvendo a afinação privilegiada dos pesados surdos salgueirenses. Destaque para os arranjos envolvendo as terceiras do Salgueiro, sempre dando uma luxuosa contribuição.

Galeria de fotos do ensaio técnico do Salgueiro na Sapucaí para o Carnaval 2025

Uma ótima apresentação da “Furiosa” do Salgueiro, dirigida pelos mestres Guilherme e Gustavo. Bossas profundamente conectadas à letra e a melodia do samba salgueirense foram exibidas, sempre com boa precisão na execução. Um trabalho equilibrado, consistente e bastante potente garantiram um treino impactante da bateria da Academia do Samba.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

Mestres Rodrigo Explosão e Taranta Neto revelam os segredos da bateria da Mangueira e prometem surpresas na Sapucaí em 2025

Em entrevista ao CARNAVALESCO, os mestres de bateria da “Tem que respeitar meu tamborim”, Rodrigo Explosão e Taranta Neto, compartilharam detalhes sobre a experiência de comandarem o ritmo da Verde e Rosa.

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Foto: Juliana Henrik/CARNAVALESCO

“Estamos representando a nossa raça, a nossa ancestralidade, o povo bantu, originário do Congo e de Angola. Um povo que sofreu e fez tudo pelo Rio. Essas são as heranças que eles nos deixaram e que cultivamos hoje.  Portanto, estamos representando nossa comunidade, o Morro da Mangueira”, declarou Taranta Neto.

Quando questionados sobre como tem sido essa parceria de sucesso e se há algum segredo para manter a harmonia, a resposta foi dada com clareza:

“É muito trabalho! Acredito que a presidente Guanayra acertou ao unir eu, Urso, Marquinho, Douglas, Digão e Vitor. Temos uma conexão muito boa no trabalho, principalmente durante a escolha do samba, quando estamos mais reunidos. É nesse momento que integramos as partes musicais – cordas, canto e bateria. Tudo isso se reflete agora, mas começa a ser construído desde outubro, para que a partir de agora possamos colher os resultados”, afirmou Rodrigo Explosão.

É fundamental destacar como está sendo a integração entre a escola mãe e a escola mirim na bateria. O mestre Rodrigo expressou sua satisfação:

“Para nós, a maior gratificação da Mangueira é a existência da Escola Mirim, que nos formou. Hoje, ela tem uma representatividade significativa dentro da nossa escola. Eu, Urso, Douglas, além da Evelyn e do Matheus, somos exemplos de que esse investimento dá frutos. Todas as escolas deveriam investir nessa base, pois é dela que nascem os novos talentos”, disse o mestre Rodrigo, emocionado.

Já o mestre Taranta Neto garantiu que a escola trará surpresas para o desfile oficial e adiantou que parte delas foi apresentada durante o ensaio técnico na Sapucaí:

“Surpresas sempre existem! Fizemos uma amostra no ensaio técnico, mas para o desfile estamos preparando algo especial que irá surpreender a todos. Aguardem uma bateria da Mangueira com ritmo cadenciado, repleta de novidades e com a Estação Primeira na disputa pelo título!”, exclamou Taranta, empolgado.

A escola de samba Estação Primeira de Mangueira desfilará na Marquês de Sapucaí no domingo, 2 de março de 2025, entre 2h e 2h20, na primeira noite dos desfiles do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro.

Artistas, ativistas, lideranças e intelectuais visitam barracão da Mangueira na Cidade do Samba

Diversas personalidades se reuniram no barracão da Estação Primeira de Mangueira, na Cidade do Samba. Intelectuais, artistas, lideranças e ativistas estiveram com parte da equipe responsável pelo enredo da Verde e Rosa para conhecer de perto detalhes de tudo aquilo que será mostrado na Avenida e que o restante do público ainda não conhece. Eli Ferreira, Ivanir dos Santos, René Silva, Ana Paula Oliveira, Patrícia Oliveira, Bruna Benevides, Lígia Batista, Flávia Oliveira, Átila Roque e Clara Monecke estarão na Marquês de Sapucaí no domingo (a Mangueira é a última escola a desfilar), para mostrar ao Brasil e ao mundo o por que o Rio de Janeiro é Bantu, com o enredo “À Flor da Terra: O Rio da Negritude Entre Dores e Paixões”.

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Foto: Divulgação/Mangueira