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‘Duelo dos desfiles’: Salgueiro 93 vence Salgueiro 2009 na preferência dos leitores

“Peguei um Ita no Norte”, de 1993, foi escolhido por 61,8% dos internautas como o vencedor do “Duelo dos desfiles” contra o Tambor, de 2009, que recebeu 38,2%.

“Peguei um Ita no Norte”, o famoso “Explode Coração”, foi desenvolvido pelo carnavalesco Mário Borriello. “O enredo escolhido pelo G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro para o carnaval 1993, “Peguei um Ita no Norte”, tem por objetivo prestar uma homenagem ao valente migrante nortista/nordestino, que veio contribuir, com sua vontade e perseverança para o desenvolvimento e progresso das outras regiões brasileiras. Mostra, através de sua viagem, um mosaico de folclores, tradições e costumes de partes de nosso país, procurando manter sempre vivas as diversas manifestações culturais que fazem a história de um povo”, trecho da sinopse da escola.

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Pelo site CARNAVALESCO, Eduardo Fonseca escolheu 1993 e fez a defesa abaixo.

Salgueiro 1993 (Por Eduardo Fonseca): Quem nunca cantou “explode coração”? Este samba é símbolo de um desfile memorável e inesquecível para qualquer sambista que começou a amar e descobrir o samba na década de 1990. O desfile em si não é dos melhores da história do Salgueiro. Mas, um refrão forte na cabeça do samba fez a Sapucaí delirar e cantar de ponta a ponta “explode coração/na maior felicidade/ é lindo meu Salgueiro/contagiando, sacudindo esta cidade”. O que se viu na avenida naquele dia, jamais foi visto novamente. Acho que jamais se repetirá. A Furiosa, comandada pelo saudoso mestre Louro, a comissão de frente, comparada com os dias de hoje foi até simples. Porém de um grande efeito aquela bandeiras vermelhas e brancas. Cabe lembrar, que na década de 1990, as comissões de frente não tinham as alegorias e pirotecnias que vemos hoje. No comando do carro de som, o incomparável Quinho e seus inúmeros cacos. Dois dados que chamam a atenção: número de componentes da academia: 5500 e carros alegóricos? 12. Isso mesmo, 12 alegorias. Com todos estes ingredientes, “Peguei um Ita no Norte” é um dos desfiles mais emblemáticos que tive a oportunidade de ver”.

Lins Imperial distribui mais de 300 cestas básicas para a comunidade

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A Lins Imperial entrou na luta contra a fome e a miséria. Devido a atual situação que a população mundial enfrenta por conta da pandemia do novo Coronavírus, a agremiação abriu uma campanha de recebimento de alimentos não perecíveis e materiais de higiene em sua quadra para doar as famílias mais necessitadas residentes no Complexo do Lins.

A região da sede da agremiação é formada por um extenso complexo de favelas. Ao todo são doze comunidades. Várias famílias estão sem ter como trabalhar e consequentemente com dificuldade de comprar as necessidades básicas. Muitos moradores se encontram em situação de fome e de miséria.

A campanha “Lins Solidária” iniciou na última quarta-feira, 1° de abril, e já arrecadou mais de 300 cestas básicas e materiais de higiene. Quem estiver interessado em colaborar, a verde e rosa recebe donativos de segunda a sexta de 9 às 20 horas na quadra da agremiação situada na rua Lins de Vasconcelos 623 (portão dos fundos – Rua Ernestina). Quem preferir, poderá entrar em contato com a diretora Ana Lucia através do telefone 21 96476-4779 e agendar um local para que a equipe da escola faça a retirada.

A escola em parceria com a coordenação de projetos sociais desenvolvidos no Complexo do Lins cataloga os moradores mais necessitados e faz a devida distribuição. O objetivo é que a entrega seja feita por todo período que durar a quarentena e se estenda para as famílias que ainda se encontrarem em situação de miséria após a passagem da pandemia.

Viradouro 91: Dercy de Peito Aberto

Os enredos das escolas de samba de 1991 foram da água à evolução humana, passando por bananas, Rua do Ouvidor, botequim, chegando à construção do universo pelas rendeiras. Não podemos deixar de citar Alice que passeou no Brasil das Maravilhas e viu que somos bregas e kitschs e, orgulhosos nas asas da águia, fizemos um tributo à vaidade. Entre outras homenagens do mesmo ano, destaco, a feita pela Unidos do Viradouro em sua estreia no Grupo Especial, a Dercy Gonçalves.

A escrita do enredo se inicia com a belle époque, estilo do qual a homenageada foi contemporânea ao chegar na cidade do Rio de Janeiro, vinda de Madalena, interior
do estado. Durante a escrita, são expostos os sonhos e as expectativas que Dercy tinha da vida, além dos preconceitos que seus sonhos despertavam nos seus ciclos sociais: Uma menina que gostava de cantar (chegou a fazer parte do coro da igreja de Madalena), de se divertir, uma mulher que sonhava com um mundo diferente daquele em que vivia. E que não foi compreendida, sendo discriminada pelas outras na tacanha cidade. (Lopes e Quintaes)

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A escrita do enredo, nos informa que a heroína da história teve como inspiração o grupo de teatro que passou pela sua cidade e a inspirou a partir de trem para a capital. O texto descreve o início da sua trajetória, seus sucessos, até chegar ao sonho de encerrar a sua carreira no circo. Na última frase é sublinhada a informação de que na sua cidade natal, onde antes ela foi tratada com preconceito, agora há um busto em sua homenagem. Já no desfile, o cortejo termina com o sonho do circo.

A opulenta comissão de frente chamava a atenção para o dourado. Logo depois, via-se o carro abre-alas, branco com detalhes em rosa. O vermelho ficava por conta do vestido da homenageada, que estava com os peitos desnudos, abertos, de forma irreverente, sintetizando as cores do desfile. As demais fantasias durante a apresentação, exibiam os dégradés da abertura: dourado, branco, rosa e alguns pontos em vermelho. Destaquem-se os momentos coloridos com a presença de outras cores, como o carro do cassino, o jogo de cores opostas (vermelho e verde) na ala da “perereca da vizinha” e o carro do cogumelo que vinha na sequência. Nas últimas alegorias, os tons dourados e vermelhos, cores tradicionais da agremiação, acompanhavam o tom laranja.

A artista e a sua capacidade de se comunicar com o público nas mais variadas linguagens de seu tempo (teatro, cinema, cassino e tv), foram ricamente exploradas no desfile de cabo a rabo.

As fantasias eram luxuosas, de fácil leitura, criativas, algumas irreverentes. De uma forma geral, buscavam uma verticalidade ao apontar para cima, principalmente com ombreiras, costeiros e adereços de mão. O sentido de opulência vertical, também foi encontrado nos carros.

O carro abre-alas trazia junto à homenageada, musas que se assemelhavam às vedetes dos teatros de revista ou às chacretes populares da TV em cima de cisnes altos, enquanto Dercy estava no fim de uma grande escadaria , afinal, não existe teatro de revista sem escada. O vestido vermelho expressava a ideia de que a heroína se tornava, ali, a grande coroa, no sentido simbólico, popular ou irônico da escola. Alguns carros depois, no carro do cassino, a irreverência ficava por conta de uma outra destaque que vestia uma fantasia de nome “Dama de paus”. Apesar das pontuações irreverentes, faltou mais humor nas fantasias e alegorias, forma que o enredo permitia.

A ala que destaco, as baianas, representavam a Belle Époque e vinham logo depois do Abre Ala, vestindo fantasia de babados que misturavam tons rosa e branco. A rosa de suas saias tornava-se a origem da cor rosa, o vermelho, que está na coroa, elemento de destaque no segundo carro que vinha logo depois da ala. Essa posição é importante: as guardiãs da história da agremiação conectavam-se com o símbolo da escola.

Ao seguir o que o enredo escrito e a linguagem visual apresentaram, coube ao samba traçar o mesmo caminho: vida e obra. Porém, em alguns importantes versos há humor e conversa de maneira fácil com o brincante: “Eu vou me acabar (quá, quá, quá,quá, quá)” ou ainda: “Cada vez mais sapeca, quem diria soltando a perereca da vizinha”. A liberdade da linguagem musical, talvez, permitiu maior brincadeira.

O desfile é importante para a história da Viradouro. É com ele que a escola se apresentou ao Grupo Especial, grupo em que permaneceu por anos. Além disso, pode ser considerado uma das melhores homenagens da história da Sapucaí. É importante notar que a sua sétima colocação teve as mesmas pontuação da quarta, da quinta e da sexta colocadas no resultado final da apuração. A agremiação de Niterói, ficou nesta posição devido ao quesito de desempate. A homenagem a Dercy é tão inesquecível quanto a Perereca da Vizinha.

Autor: Luiz Henrique Duarte – Mestrando em Ciência da Literatura/UFRJ, membro
OBCAR.
Orientador: Leonardo Bora – Doutor em Ciência da Literatura/UFRJ, Pesquisador
OBCAR.
Instagram: @OBCAR_UFRJ

Viradouro começa a distribuição de máscaras para comunidade

A Viradouro começa nesta quarta-feira, na quadra da escola, no bairro do Barreto, em Niterói, das 10 às 16h, a distribuição de máscaras para sua comunidade. Os primeiros segmentos atendidos são velha-guarda, baianas e compositores.

Para evitar que idosos tenham que se deslocar até a quadra, a retirada pode ser feita por um representante do componente que não pertença a grupo de risco, que precisará apresentar um documento do desfilante.

mascaras viradouro

A equipe do departamento de Harmonia vai coordenar a distribuição, dando orientação não só sobre as formas de evitar o contágio, como da maneira adequada de manuseio das máscaras durante a utilização.

União da Ilha pensa em reeditar samba e qual é o seu preferido?

A União da Ilha, rebaixada do Grupo Especial no Carnaval de 2020, prepara a reedição de um samba-enredo para o desfile do ano que vem. Em live da Rádio Arquibancada, Dudu Azevedo, que divide a direção de carnaval com Wilsinho Alves, revelou que a escola conversa para escolher qual reeditar.

“É um momento da Ilha se unir. A escola tem uma disputa de samba muito ferrenha. São sempre grandes nomes e hoje isso poderia dividir a escola. O que não queremos. Estamos em busca de grande enredo para reeditar. Não vou falar a minha preferência”, brincou.

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A ideia da Ilha, segundo Dudu Azevedo, é gravar o samba escolhido na quadra, mas ainda sem nenhuma data prevista, devido ao isolamento da pandemia do Coronavírus.

Entre os sambas falados para reedição estão: “Domingo” (1977), “O Amanhã” (1978), “Festa Profana” (1989), e “De bar em bar, Didi, um poeta” (1991). Vote abaixo.

Luis Carlos Magalhães: São Cristóvão ou Estácio, qual é o verdadeiro berço do samba carioca?

    Pesquisador tem que ter sorte, principalmente os pesquisadores informais, como o meu caso.

    Na verdade sempre fiquei “embatucado” desde a primeira vez em que ouvi essa história de que o nome “escola de samba” teve origem no fato de a “Deixa Falar” ter, na época de sua fundação, uma “Escola Normal” ali perto. Assim disseram Ismael, Bicho Novo e todos os pesquisadores.

    Mas que escola era essa, afinal?

    Já ouvi dizer até que a escola era o Instituto de Educação, e que as cores vieram do América F.C..Mas o Instituto era muito distante para ser “ali perto”. Por outro lado o América, que é quase vizinho ao Instituto, também não era “ali perto” e era perto o suficiente para influenciar nas cores. Mais por outro lado ainda, o Instituto foi fundado em 1930, dois anos depois da Deixa Falar, portanto não teve nada a ver com isso, certo?

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    Aí parti para a pesquisa. A história das escolas normais do Rio de Janeiro começa lá na segunda metade do século XIX. Várias províncias brasileiras já tinham sua escola normal. O nosso então Município Neutro não tinha. Veio então o decreto imperial nº 6379 de 30/11/1876 e criou duas escolas com a finalidade precípua de formar professores para as escolas do município da Corte. Duas escolas: uma para os homens e uma para as mulheres, tá vendo como é que era? E mais, a escola masculina era em regime de externato, já para as meninas o regime era de internato.

    Em dezembro daquele ano, no dia do aniversário do Imperador, foi lançada a Pedra Fundamental do edifício que abrigaria, mas que não abrigou, a primeira escola normal. Era ali na esquina da Rua da Relação com Rua dos Inválidos, bem onde era o DOPS. Isso mesmo, o velho DOPS, de péssima memória. Ali acabou sendo construído o prédio da Polícia Central, é só passar lá e ler a plaqueta.

    No ano seguinte, em 5 de abril, era inaugurada a Escola Normal do Município da Corte, nos salões repletos do Externato Pedro II, na rua Larga de São Joaquim. Estavam matriculadas 88 moças e 87 moços. Do Pedro II de suas primeiras aulas o curso normal foi transferido para a antiga Escola Central (hoje Escola Nacional de Engenharia), no Largo de São Francisco, até que em 1888 a escola encontrou abrigo onde é hoje a Escola Técnica Rivadávia Corrêa, lá permanecendo até 1914.

    Sabe-se que naquele ano os alunos foram transferidos para uma escola chamada Estácio de Sá. Vi isto e fiquei muito animado, animadíssimo. Logo desanimei ao saber que essa escola Estácio de Sá ficava na rua São Cristóvão. Quer dizer, mais distante ainda que o atual Instituto de Educação: Estaca Zero. Pelo menos era isso eu imaginava.

    Vida que segue…

    Peguei o carro num domingo de tarde e fui até o começo da Rua São Cristóvão, lá na Avenida Brasil, junto ao gasômetro. Percebi que ali não era o início da Rua de São Cristóvão, era o final. Então fui ver onde começava a rua. Fui indo, no sentido do decréscimo da numeração, até encontrar o muro da linha férrea Leopoldina, na Rua Francisco Eugênio, onde está o prédio alto da Ipiranga. Achei que a Rua São Cristóvão terminava ali, mais ou menos no. 400. Resolvi subir as escadas da passagem de nível sobre a estrada de ferro.

    Foi o que fiz, naturalmente já sem carro. Subi as escadas, cruzei a linha férrea e ao descer encontrei uma rua chamada Rua Ceará, onde fica hoje a Vila Mimosa e o reduto Punk da cidade. Caminhei por toda a rua até alcançar a ponte sobre a qual passam os trens da Central, já junto ao Quartel dos Bombeiros da Praça da Bandeira.

    Voltei aos documentos iniciais, consultei outros e notei que a tal escola Estácio de Sá era o nº. 18 da Rua São Cristóvão. Ai veio o estalo. A Rua São Cristóvão no passado não terminava ali. Portanto a Rua Ceará não tinha nada que estar fazendo ali. Alguém tinha colocado a Rua Ceará ali. Quem terá sido?

    No tempo em que a tal Escola Estácio de Sá passou a ser a escola normal, em 1914, Ismael já era nascido e já morava no Estácio. Só não havia ainda a Escola de Samba Deixa Falar, nem ela nem nenhuma outra. Aliás, não havia nem samba ainda. Havia isto sim, muito choro, muito maxixe, principalmente na casa das tias da Praça Onze. Pelo telefone nem havia sido gravada.

    Mas pesquisador tem que ter sorte…

    E veio a sorte!

    Um dia, eu estava muito impressionado com o CD sobre a região portuária produzido pelo pessoal do bloco Escravos da Mauá, e fazia uma pesquisa sobre mapas daquela região. Lembrei que no Livro do Jô Soares “O Xangô de Baker Street”, que eu havia acabado de ler, havia um mapa da região de antes da reforma da Pereira Passos. Ao observar o mapa percebi que junto ao Largo do Estácio, onde deveria estar a tal escola a que Ismael Silva se refere, existia a Estação da Cia. de bondes São Cristóvão, antiga Street Railway, fundada em 1870.

    Aí então apelei e me abracei com o Google Maps. Pude perceber que havia uma linha “coerente de continuidade” entre a Rua São Cristóvão , a rua Ceará e a outra rua que nos conduz até o Estácio. Meti o dedinho no teclado, busquei o Plano de Reabilitação da área e vi absolutamente maravilhado que a Rua Ceará é a antiga Rua São Cristóvão. Restava saber onde era o tal número 18. Fucei outros mapas, inclusive o do Jô com lente de aumento, e acertei no milhar.

    Resumo da ópera: A escola normal que procuramos ficava na exata esquina da antiga Rua São Cristóvão com a extinta Rua Machado Coelho. Se ainda existisse hoje ficaria dentro dos jardins da Estação Estácio do Metrô, na exata esquina da Rua Joaquim Palhares com Rua Estácio de Sá.

    A história é assim: Tudo começa com uma sesmaria imensa, que ia do Rio Comprido até Inhaúma, concedida em 1565 por Estácio de Sá (olha ele aí) aos jesuítas. Nela estavam contidos o Engenho Velho, o Engenho Novo, a Fazenda São Cristóvão, a Fazenda do Macaco (Vila Isabel), entre outros sítios, tudo depois retomado em 1759 para a Coroa pelo Marquês de Pombal ao expulsar os jesuítas de todos os territórios portugueses.

    Pois então, na Fazenda de São Cristóvão passava o Caminho de São Cristóvão, que começava no Largo do Mataporcos, atual Largo do Estácio,atravessava aquela parte da cidade (hoje com o nome de Rua Joaquim Palhares), passava pela atual Praça da Bandeira, seguia em direção ao bairro de São Cristóvão por onde hoje é a Rua Ceará, entrava no bairro propriamente dito por onde é hoje a Rua S. Cristóvão até margear a igrejinha local e finalizar lá pelas bandas do Gasômetro, junto ao que era mar e hoje é a Av. Brasil.

    Um dia do ano de 1914, quando já era identificada como Rua São Cristóvão, viu a Escola Estácio de Sá, nela localizada sob o número 18,receber a nobilíssima função de ensinar e formar professores. Permaneceu nesta condição de Escola Normal até 1930 quando suas funções foram transferidas para o então construído Instituto de Educação da Rua Mariz e Barros. A velha escola do no. 18 passou então às funções de Escola Estadual recebendo o nome do educador Uruguaio José Pedro Varela.

    Antes disso, essa mesma escola entraria para a história por ter exercido outra nobilíssima função: servir como referência para que o bloco “Deixa Falar”, pela proximidade, se auto-denominasse “Escola de Professores de Samba”;eram eles Ismael Silva, Nilton Bastos, Bide, Rubem Barcelos, Edgar, Aurélio Gomes, Baiano, Brancura, Marçal entre outros. Ensinaram a todos nós o samba carioca que possibilitaria o desfile processional permitindo aos componentes andar, cantar e dançar, tudo que o samba amaxixado da Praça Onze não permitia.

    Tudo era conversado no Bar Apolo e no Botequim do Compadre, ponto de encontro da malandragem do Estácio.Era o ano de 1928.No ano anterior morria de tuberculose aos 26 anos o lendário Mano Rubem, bamba da festa da Penha e irmão de Bide, deixando órfão o bloco de corda“União Faz A Força” que ele estava organizando. No carnaval seguinte a nova agremiação foi fundada aproveitando as cores e os sambistas daquele bloco. Durou três anos. Depois de Rubem, morreram Nilton Bastos e Edgar, estes no mesmo ano. Perdeu a graça para Ismael, foi embora do Estácio.

    E foi assim que tudo começou “…depois veio a Favela, a Mangueira e a Portela…”

    Ah! Eu ia esquecendo: as cores que a “Deixa Falar” herdou do bloco do Mano Rubem são vermelho e branco. E foram tiradas do América mesmo, que era o time preferido da rapaziada e era, digamos, mais ou menos por ali.

    Fontes:
    · História do Instituto de Educação. Alfredo Baltazar da Silveira, Secretaria de Educação do Distrito Federal, 1954.
    · Pioneiros o samba. Arthur de Oliveira Filho, Editorial, 2002
    · São Ismael do Estácio, o sambista que foi rei. Maria Thereza Mello Soares, Funarte, 1985.
    · Site: http://maps.google.com
    · Site:www.geocities.com/areas
    · Site:www.metro.gov.br

    Sugestões para ouvir:
    · Disco: Estácio e Flamengo – 100 anos de samba e amor.
    Gravadora: SACI
    Música: A primeira escola
    Autores: Pereira Mattos e Joel de Almeida
    Cantores: Cristina Buarque e D. Ivone Lara

    Ótimo exemplo! Mestre Dudu faz doação de cestas básicas na Vila Vintém

    Em tempos onde o medo domina o mundo e uma pandemia afeta a vida de todos, a solidariedade tem se mostrado uma virtude do sambista. O mestre da bateria Não Existe Mais Quente, Dudu doou 100 cestas básicas para comunidade da Vila Vintém na última semana.

    “Senti a vontade de ajudar, mais uma vez, a comunidade que represento. Foram 100 cestas básicas doadas na Vila Vintém”, disse Dudu.

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    Dudu enfatizou que não é a primeira vez que ajuda a sua comunidade e que faz pois gosta de ajudar.

    “No próximo mês vou fazer as doações novamente, eu gosto de ajudar, sempre ajudei. Tenho uma loja de cesta básica lá dentro mesmo e para mim, esse é o mínimo que posso fazer pela comunidade”, explicou Dudu.

    Julgador identificou problemas de acabamento em alegorias da Portela

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    O jurado Fernando Lima foi o único entre os cinco jurados a despontuar as
    alegorias da Portela. Apesar de ter elogiado as alegorias dos carnavalescos
    Renato e Márcia Lage, Fernando tirou dois décimos apontando problemas de
    acabamento e exposição dos condutores dos veículos.

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    “Alegorias em todo conjunto proposto foi harmônica nas cores e volumetria dos
    elementos cenográficos. Teve ótimo alinhamento com o enredo. Luminotecnica
    foi muito positiva, principalmente na alegoria 01. Infelizmente nas alegorias 02
    e 04, condutores sem nenhuma caracterização prejudicaram visualmente os
    elementos escultóricos, tamanha a exposição no interior das alegorias. Foi
    possível visualizar o assento na alegoria 02. Na alegoria 05 os destaques
    superiores sumiram entres as torres espelhadas. Buracos nas fachadas foram
    observadas, caracterizando ausência das flechas luminosas. Realização – 9.8”.

    ‘Duelo dos desfiles’: Salgueiro 1993 x Salgueiro 2009

    Dois desfiles inesquecíveis e campeões do Salgueiro: 1993 e 2009. Para muitos salgueirenses, o “Explode Coração” é o com maior comunicação com o público. Para outros, o “Tambor” é apresentação mais completa da vermelho e branco.

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    “Peguei um Ita no Norte”, de 1993, foi desenvolvido pelo carnavalesco Mário Borriello. “O enredo escolhido pelo G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro para o carnaval 1993, “Peguei um Ita no Norte”, tem por objetivo prestar uma homenagem ao valente migrante nortista/nordestino, que veio contribuir, com sua vontade e perseverança para o desenvolvimento e progresso das outras regiões brasileiras. Mostra, através de sua viagem, um mosaico de folclores, tradições e costumes de partes de nosso país, procurando manter sempre vivas as diversas manifestações culturais que fazem a história de um povo”, trecho da sinopse da escola.

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    “Tambor”, de 2009, foi desenvolvido por Renato Lage. Abaixo, você confere trecho da sinopse.

    “Do Carnaval, das escolas, das baterias.
    Repiques, pandeiros e caixas.
    Taróis, tamborins, surdos de marcação.
    De magia. De samba.
    Furioso. Dos Mestres. Do Mestre.
    Da Academia.
    Do Mundo. Da Vida.
    Do Coração.
    Tambor”.

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    Pelo site CARNAVALESCO, Eduardo Fonseca escolheu 1993 e Daniela Lima pegou o ano de 2009. Abaixo, você confere as duas defesas.

    Salgueiro 1993 (Por Eduardo Fonseca): Quem nunca cantou “explode coração”? Este samba é símbolo de um desfile memorável e inesquecível para qualquer sambista que começou a amar e descobrir o samba na década de 1990. O desfile em si não é dos melhores da história do Salgueiro. Mas, um refrão forte na cabeça do samba fez a Sapucaí delirar e cantar de ponta a ponta “explode coração/na maior felicidade/ é lindo meu Salgueiro/contaginando, sacudindo esta cidade”. O que se viu na avenida naquele dia, jamais foi visto novamente. Acho que jamais se repetirá. A Furiosa, comandada pelo saudoso mestre Louro, a comissão de frente, comparada com os dias de hoje foi até simples. Porém de um grande efeito aquela bandeiras vermelhas e brancas. Cabe lembrar, que na década de 1990, as comissões de frente não tinham as alegorias e pirotecnias que vemos hoje. No comando do carro de som, o incomparável Quinho e seus inúmeros cacos. Dois dados que chamam a atenção: número de componentes da academia: 5500 e carros alegóricos? 12. Isso mesmo, 12 alegorias. Com todos estes ingredientes, “Peguei um Ita no Norte” é um dos desfiles mais emblemáticos que tive a oportunidade de ver”.

    Salgueiro 2009 (Por Daniela Lima): O desfile inesquecível do Salgueiro é o de 2009. Depois de 16 anos sem vencer a escola voltou a pisar forte na Avenida, com alegorias luxuosas e imponentes. No melhor estilo Renato Lage, a agremiação apresentou fantasias requintadas e muito bem acabadas, sem falar que a comunidade estava pulsando. Os componentes cantavam forte o samba e brincavam no ritmo do tambor, tema do enredo daquele ano. Outro ponto forte foi o abre-alas. Gigante, super bem acabado, rico em detalhes e bom acabamento. Aqueles tambores com o símbolo da escola e aqueles bailarinos num balé sobre o ar tocando os tambores foi impactante.Pra mim esse desfile tem um componente ainda mais especial, foi a primeira vez que pisei no Sambódromo. Sempre tive um carinho pela Academia, via os desfiles pela TV e curtia muito. Mas, foi naquela segunda-feira que me apaixonei de verdade pela escola, aquele desfile foi mágico. A escola já pisou na Avenida com postura de campeã. Me apaixonei ali e decidi torcer pelo Salgueiro a partir daquele momento”.

    O resultado será divulgado na quarta-feira.

    Salgueiro arrecada alimentos não perecíveis para distribuição

    O Salgueiro começou uma campanha para arrecadação de alimentos não perecíveis para distribuição para ajudar sua comunidade que, por conta do isolamento social, tem boa parte de seus moradores impossibilitados de trabalhar e, com isso, em situação de fome.

    “Estamos apoiando as medidas do governo, entendemos o quanto é necessária nossa adesão para que não tenhamos perdas significativas em nossas famílias. A prioridade, como bem diz o nosso governador, é preservar vidas e estamos fazendo o possível para ajudar a nossa comunidade a passar por este momento difícil. Já conseguimos a ajuda de alguns parceiros que irão ajudar e contamos com a solidariedade daqueles que possam fazer sua doação de alimentos não perecíveis, artigos de higiene e limpeza para que a gente consiga alcançar o maior número de famílias possíveis”, diz André Vaz, presidente da vermelha e branca.

    arte salgueiro solidário

    As doações podem ser entregues de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h, na quadra da escola ( Rua Silva Teles, 104- Andaraí).