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Unidos de Padre Miguel divulga sinopse do enredo para 2021

IROKO – É TEMPO DE XIRÊ

Iroko Kisselé! Eró Iroko Issó, Eró!

No princípio, havia eternidade.

E, na eternidade, tempo ainda era silêncio.

Dança antiga da criação, o Aiyê fez-se nos mistérios do Axé.

O tempo começava a falar.

Logo UPM 2021

Plantou-se a primeira árvore, Iroko, Iggi Olórum, e ele passou a escutar a voz do tempo.

Genitor do sagrado, raízes para o alto e para baixo, Aiyê e Orun ligados.

Orixá da Árvore, Árvore Orixá – e os outros Orixás por ele descendo ao Aiyê!

Árvore-Orixá dos mistérios, raízes ancestrais no fundo da terra e também bailando ao vento pelos céus.

Orixá-Árvore do infinito, do início e do fim, mestre de todas as Árvores, e todos os Osa Iggi curvam-se à sua existência.

Árvore da vida do que é, do que foi, do que virá a ser, e a vida seguindo sendo vida. Irmão de Ajé, a feiticeira mãe de um passarinho, e de Ogboí, a mulher com dez filhos, é a Árvore das mulheres-pássaros iamis, semeadoras rígidas das respostas aos pedidos.

Germinou como lar e guardião da ancestralidade, enquanto ele reside mesmo é no tempo, sem amarras, nem clausuras. Quando os oluôs pediram para Iroko fazer parte do Axé, não quis ele casa alguma: viveria livre junto ao Povo de Santo, junto a todas as Nações.

No balanço do tempo, Iroko acolhe os temores e consola as aflições. Justiceiro, Iroko dá, Iroko tira. Engole os devedores. Corrige as desfeitas. É clemente com os arrependimentos. Conforta suas iaôs…

…E guarda a natureza!

Foram os Orixás ao encontro de Iroko e então Iroko-Árvore, Morada dos Orixás. Grande e belo, Iroko protege da tempestade e conversa com o vento, através dele suspirando seus chamados e espalhando sua dádiva.

Iroko, Orixá do Morim, cabendo aos homens abraçá-lo com o ojá. Na Dança da Avania, andando Iroko pelo Aiyê, conta o que viu e o que ouviu, quando amou e quando guerreou, ao fim fincando-se no chão, a Grande Árvore Sagrada.

Iroko dos ciclos, da terra, do ar, do fogo; do sol que brilha quente e forte queimando o mundo, às folhas mortas que caem sob o desígnio do tempo rotundo; do frio gelado que castiga com dores na alma, às flores do recomeço da cicatrização da ferida; da vida sem vida dos minerais, à magia da água como fonte mãe alimento do Axé da vida da natureza.

Irôko Issó! Eró! Irôko Kissilé!

Iroko dos caminhos. Caminhos que vem e vão, e o mundo rodando à sua vontade. Na floresta, ao lado de Ossain, declama com seus galhos e folhas os retorcidos mistérios do verde universo. Orixá se transmuta em árvore, árvore se torna Orixá e o povo virando no Santo! O Grande Guardião e a vida em louvação.

Orixá Árvore das trilhas em cruzamento e Iroko Senhorio do Otim. Árvore também vivenda dos mortos, com Icú revelando-se indomável aos seus pés durante a noite. Árvore-Cemitério, dos ajejês, dos abicus, lança sua sombra cobrindo os términos dos ciclos, em junção com os segredos de Nanã e Obaluayê.

Generoso, grande amor de Yewá, Iroko também brilha e vibra possibilidades de renovação. Senhor do que recomeça, do que o vento leva e traz no toque do atabaque da transformação, pois ele ouve o tempo e o tempo segue, ciclo eterno de mudança.

O branco, a sua cor, união de todas as cores do arco-íris da sua ligação com Oxumarê, o mesmo branco do sangue dos ibis. Ele, a brasileira Gameleira, em comunhão com Obatalá.

Assim, a Árvore-Orixá da fartura e da fertilidade, feliz, dá frutos: Árvore Maior, Iroko é e será para todo o sempre a abundância na plenitude dos dois mundos. De sua copa frondosa, resplandece o equilíbrio sobre tudo, Iroko regenerando a vida infinitamente, fazendo triunfar a união na paz de Oxalufã, cujo opaxorô é feito de um de seus galhos.

Enfim, rigoroso, caem as folhas como lágrimas de desespero, implacável contra aqueles que cultivam o erro. O Orixá que brada a guerra quando não é tempo de perdoar. Todavia, Iroko também sabe curar, sempre disposto a ouvir.

E como gosta de ouvir! Lamentos, pedidos, choros, rezas, agruras, dores, tristezas. Paciente, escuta-os. Reto, cobra as alegrias e as farturas atendidas. Mulheres e homens, nas raízes e tronco sob as folhas, batem cabeça pelas bênçãos do seu Axé, por perdão pelos erros cometidos.

Os antigos ainda contam, por fim, que Iroko soprou através do vento um chamado a uma jovem que dançou e rodopiou, indo girando ao seu encontro para tornar-se Filha…
… E hoje, em sua homenagem, Ela, a Unidos de Padre Miguel, pede licença!

Com o Estandarte resplandecendo o vermelho do nosso sangue fervendo Carnaval e o mesmo branco do ojá de Iroko, pedimos licença para celebrar a felicidade da devoção e oferecemos o banquete da alegria de viver sob a sombra da Árvore Sagrada.

A Unidos de Padre Miguel, emocionada e aguerrida na gira da Vila Vintém a passar pela Sapucaí, canta os mitos e estórias sagrados, festejando as raízes, o tronco, os galhos, as folhas e o Axé da Grande Árvore, ajoelhando-se respeitosa aos pés de Iroko pelas graças abençoadas do Orixá!

Aqui e agora, tributo ao Senhor da Árvore, é Tempo de Xirê!

“No tronco da Gameleira,
Meu Iroko eu vou louvar!”.

GLOSSÁRIO
“Iroko Kisselé! Eró Iroko Issó, Eró!” & “Irôko Issó! Eró! Irôko Kissilé!” Saudações a Iroko: “Salve Grande Iroko! O Senhor de todas as Árvores!”
Eró calma!
Iggi Olórum árvore do Senhor dos Céus
Osa Iggi Orixá(s) da Árvore
Oluôs advinhos
Otim cachaça
Iamis (ou Yamis) mulheres-pássaros e feiticeiras
Abicus espíritos de crianças marcadas por reiteradas mortes
Icú morte
Dança do Avania viagem de Iroko pelo Aiyê, na qual são narradas todas as suas aventuras. Representação ritualística da viagem.
Ajejê (ou axexê) ritual fúnebre
Ojá tira de pano branco que é amarrada ao redor do tronco do pé-de-Iroko, em ritual ao Orixá.
Morim pano branco de algodão
Aiyê terra
Orun céu
Opaxorô “cajado” de Oxalá
Ibis tipo de caracol, animal de Oxalá.
“No tronco da gameleira, Meu Iroko eu vou louvar” trecho do Ponto “Iroko”, na voz e ritmo de Juliana D Passos e a Macumbaria (letras.mus.br/juliana-dpassos-e-a-macumbaria/iroko/)

BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL
MARTINS, Cleo; MARINHO, Roberval. Iroco – “O Orixá da Árvore e a Árvore Orixá”. Coleção Orixás. Rio de Janeiro: Pallas, 2010.
BASTIDE, Roger. As Religiões Africanas no Brasil. 2 vol. São Paulo: Pioneira, 1985.
GOLDMAN, Márcio. Possessão e a construção ritual da pessoa no Candomblé. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Museu Nacional, URFJ, 1984.
PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás. Companhia das Letras: São Paulo, 2001.
VERGER, Pierre Fatumbi. Orixás – Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo. Salvador: Corrupio, 2002.
VERGER, Pierre Fatumbi. Notas sobre o culto aos Orixás e Voduns. São Paulo: EDUSP, 2000.

Carnavalesco: Edson Pereira
Enredo: Edson Pereira e Comissão Artística
Sinopse e pesquisa: Edson Pereira, Victor Marques e Clark Mangabeira

Luto no mundo do samba! Morre Tantinho da Mangueira

tantinho mangueira

O samba está de luto pelo falecimento de Devani Ferreira (72 anos), o Tantinho da Mangueira, baluarte da Estação Primeira de Mangueira, na noite deste domingo. O sambista faleceu por complicações com diabetes.

Nascido e criado na Morro de Mangueira, na favela de Santo Antônio, frequentador assíduo das rodas de partido-alto no Buraco Quente, Chalé e Três Tombos, favelas que também integram o morro, onde conviveu desde pequeno com personagens emblemáticas da localidade, Cartola, Nelson Cavaquinho, Dona Neuma, Padeirinho, Nelson Sargento, Pelado, Carlos Cachaça, Geraldo das Neves e Jorge Zagaia, entre outros.

A Estação Primeira de Mangueira se pronunciou pela perda do sambista. “É com imensa tristeza que informamos o falecimento de nosso baluarte e grande compositor Tantinho da Mangueira. Uma perda enorme para a Estação Primeira e para o samba. Nascido e criado no Morro de Mangueira, na favela de Santo Antônio, era frequentador assíduo das rodas de partido-alto no Buraco Quente, Chalé e Três Tombos, favelas que também integram o morro, onde conviveu desde pequeno com personagens importantes da localidade, como: Cartola, Nelson Cavaquinho, Dona Neuma, Padeirinho, Nelson Sargento, Pelado, Carlos Cachaça, Geraldo das Neves e Jorge Zagaia, entre outros. Descanse em paz mestre Tantinho”.

Jornalistas, políticos e sambistas postaram homenagens para Tantinho da Mangueira.

Vamos relembrar juntos: desfile do Salgueiro em 1993

‘Duelo dos Desfiles’: Vai-Vai 2015 x Vai-Vai 2017

A série “Duelo dos Desfiles” traz um confronto paulistano. De um lado, o desfile de 2015 do Vai-Vai contra a apresentação de 2017. Vote abaixo e o resultado será divulgado na terça-feira.

duelo vaivai

O 15º título do Vai-Vai em 2015 veio com a homenagem para Elis Regina. O enredo “Simplesmente Elis, a Fábula de Uma Voz na Transversal do Tempo” emocionou todos os sambistas presentes no Anhembi. O ano de 2017 não foi com título, mas marcou com o samba para o enredo “No xirê do Anhembi, a Oxum mais bonita surgiu – Menininha, mãe da Bahia – Ialorixá do Brasil.

Pelo site CARNAVALESCO, Vinicius Vasconcelos defendeu o desfile de 2017 e Matheus Mattos optou pelo desfile de 2015.

Vai-Vai 2017 (Por Vinicius Vasconcelos): “O carnaval de 2017 começou a se tornar inesquecível para o Vai-Vai no dia do anúncio de seu enredo, desenvolvido por Alexandre Louzada, André Marins e Júnior Schall. Homenagear Mãe Menininha do Gantois seria uma forma de abraçar todas as religiões afrodescendentes presentes no Brasil. Nas eliminatórias de samba a preferência dos alvinegros era pela composição encabeçada por Marcelo Casa Nossa. E a voz do povo se tornou o samba do Bixiga. A obra que revelou a intérprete Grazzi Brasil em seu clipe oficial foi escolhido e a cantora também entrou para o carro de som da agremiação. Na noite do dia 25 de fevereiro, pouco antes do início do desfile, coube a Milton Gonçalves puxar o grito de guerra da escola. O ator garantiu que o Anhembi iria ver naquela noite “o maior xirê a céu aberto do mundo”. Promessa cumprida. O solo sagrado do sambista paulistano se tornou o próprio Gantois, o samba ultrapassou arquibancadas e camarotes e todos cantaram em uma só voz. O Vai-Vai tradicionalmente já deixa os presentes em êxtase. Mas, naquela noite em especial houve uma catarse coletiva. A escola chegou na dispersão com a certeza de que mãe Menininha sorria no Orum ao lado de sua mãe Oxum, e de que juntas dançaram ao som do Ijexá da bateria Pegada de Macaco”.

Vai-Vai 2015 (Por Matheus Mattos): “Dos grandiosos desfiles do Vai-Vai, procurei optar por um que aliasse atributos além do visível, um desfile sentido por todos, e por isso optei pelo carnaval de 2015, ano em que a agremiação homenageou a cantora Elis Regina. O carnaval se mostrava diferenciado ainda durante o processo de construção. Não é incomum ouvir, de componentes ou não, que os ensaios daquele ano tinham algo inexplicável. O próprio desfile começou de forma diferenciada, toda parte do sambódromo, setor popular e camarotes, vibraram com a largada e cantaram o último refrão de uma forma tão entusiasmada, que coloco como um dos trechos mais cantados na história do sambódromo. A presença da Maria Rita, logo na comissão de frente, proporcionou um enorme sentimento de emoção, mantido durante todo desfile. Maria não só se fez presente, mas coreografou com a ala, ou seja, ela se inseriu literalmente nas atividades da escola. Outro ponto, mesmo comparando com o carnaval atual, não é nenhum absurdo se impressionar com a grandiosidade e suntuosidade do abre-alas daquele ano. Claro que houveram alguns problemas de evolução e parte estética, mas essas questões perdem a relevância quando a emoção proporcionada é lembrada, ou seja, o carnaval sobrepôs qualquer crítica, e por isso a Vai-Vai conquistou o carnaval do respectivo ano. Como jornalista do carnaval de São Paulo, sinto falta de um julgamento que leva em consideração a emoção, a paixão, que enxergue a reação do sambista na arquibancada. A Vai-Vai atingiu isso em 2015 e proporcionou um dia histórico ao samba nacional”.

Mocidade perde componente vítima do Covid-19

A Mocidade Independente de Padre informou na noite deste domingo o falecimento do componente Vagner Prata.

“É o primeiro integrante da nossa escola vitimado de forma fatal pelo Covid-19”, diz a publicação da escola nas redes sociais.

Veja abaixo:

Quarentena transforma Páscoa dos sambistas que não dispensam a solidariedade e carinho das famílias

    O domingo de Páscoa é um momento onde as famílias se reúnem para celebrar a ressurreição de Cristo. Diferente do habitual, este ano as confraternizações terão que ser diferentes, cada um em sua casa e as famílias não poderão se reunir. O CARNAVALESCO conversou com sambistas para saber como eles passarão essa data festiva e tão familiar.

    Thiago Diogo explicou que normalmente a família se reunia, fazia samba e que este ano ficará com sua mãe.

    “Geralmente, reunimos a família toda, sempre rola um samba aqueles casos de família, mas este ano estamos guardando a quarentena com o restante da família para que logo possamos nos abraçar e festejar o fim desta fase complicada. Como filho único vou estar com minha mãe que segue o tratamento médico e estamos seguindo todos os cuidados com ela. Não pode faltar, em primeiro lugar nossa oração em agradecimento e todo ano variamos o cardápio do almoço da mamãe e suas sobremesas dão sempre um toque especial”, afirma o mestre.

    thiago diogo

    Diogo Jesus, mestre-sala da Mocidade, falou da sorte de morar no mesmo prédio que alguns de seus familiares e por isso conseguirão se reunir, tomando os devidos cuidados.

    “Eu tenho a sorte de morar perto dos meus familiares, moro no mesmo prédio que mora minha tia, minha avó e irmã, mas com o distanciamento social o restante da família não vai poder estar. Estaremos com nossos corações juntos e rezando para que tudo isso passe logo”, explica o mestre-sala.

    Entregando na parte da manhã duzentos ovinhos de Páscoa para crianças do projeto que lidera, Selminha Sorriso explicou que fará no almoço rabada com batatas no almoço com seu filho e namorado, Magal.

    pascoa sambistas

    “Neste domingo eu vou entregar duzentos ovinhos de Páscoa para as crianças do projeto e vou entregar no domingo pela manhã. No almoço vou fazer rabada com batata e agrião, pirão, arroz branco e uma sobremesa que será provavelmente pudim, vão estar comigo meu filho e o Magal. Graças a Deus vivemos na Era Digital, podemos ver e falar com qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, então alivia um pouco as ausências”, explicou Selminha.

    O mestre-sala, Diogo, falou que em sua família é essencial e não pode faltar as trocas de chocolate.

    “Vai ser uma Páscoa em que devemos voltar nossas atenções para o amor das pessoas que são próximas a gente e até mesmo as pessoas que não são próximas. Estarei em família, com meus irmãos, avó, tia, filha e esposa. O almoço aqui é variado ano após ano, pois não temos uma receita que tem que ter todo ano mas o que não pode faltar são as trocas de chocolate em família”, comenta Diogo.

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    Selminha falou que o momento é positivo para estar próximo da família e cuidar da casa, a porta-bandeira ainda deixou uma mensagem otimista e acredita que esse distanciamento necessário passará em breve e que a humanidade de forma geral irá evoluir.

    “Estou bem, em paz, seguindo as orientações das autoridades, fazendo meus exercícios. Esse isolamento é uma forma de cuidar dos seus, de cuidar do próximo, da família do outro e nesse momento para conseguir isso precisamos fazer esse sacrifício. Saudades das pessoas, saudade da rotina. Temos que nos manter conscientes e a serenidade, desapegar um pouco das coisas que você tinha em sua rotina. O ser humano vai mudar muito depois dessa pandemia, a tendência é melhorar como cidadãos e seres humanos, foi nos dada a chance de nos conhecer, conhecer nossa casa, rever hábitos. Temos que acreditar que vai melhorar”, disse Selminha.

    Unidos da Ponte levará história da Santa Dulce dos Pobres para a Sapucaí em 2021

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    A Unidos da Ponte escolheu o dia em que os cristãos católicos celebram a ressurreição de Jesus Cristo, para anunciar seu enredo para o Carnaval 2021. No próximo ano, a Azul e Branco da Baixada Fluminense vai levar para a Marquês de Sapucaí a ‘Santa Dulce dos Pobres – O Anjo Bom da Bahia’, tema de autoria dos carnavalescos Guilherme Diniz e Rodrigo Marques, que retornaram para a escola após o último carnaval.

    Marcada por escolher temas ligados às religiões de matriz africana, a Unidos da Ponte resolveu apostar na história da religiosa nascida em Salvador, na Bahia, que dedicou sua vida à caridade e assistência aos pobres necessitados, sendo mais tarde canonizada, recebendo o título de Santa Dulce dos Pobres.

    Logo Oficial

    Guilherme Diniz explica como surgiu a proposta do enredo: “Tínhamos outros temas elaborados, mas achamos que pelo momento que vivemos a melhor opção seria homenagear este ser de luz”. A dupla confia num carnaval inesquecível, como destaca Rodrigo Marques: “Temos certeza que nossa comunidade vai abraçar o projeto e vamos emocionar a todos que estiverem na Marquês de Sapucaí”.

    Apesar seu calendário de eventos suspenso, conforme orientação da Lierj, devido ao novo coronavírus, a Unidos da Ponte segue trabalhando forte em seus bastidores em busca do fortalecimento de sua equipe. Além dos carnavalescos Guilherme e Rodrigo Marques, a escola contratou o Intérprete Daniel Collete, o Diretor de Carnaval Wallace Oliveira, que se junta a Burunga e Mauro Tito, o Coreógrafo Valci Pelé, além dos Diretores de Harmonia Julio Cesar Caju e Cátia Cristina Sant’ana, e renovou com o Mestre Vitinho.

    ‘Festa Profana’ é o samba preferido por leitores para ser reeditado pela União da Ilha no Carnaval 2021

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    A União da Ilha decidiu que vai reeditar um samba-enredo no Carnaval de 2021. A direção ainda não escolheu qual será e só deve divulgar no fim de abril ou em maio. O site CARNAVALESCO apontou como um entretenimento, sem nenhuma indicação oficial, quatro citados e o público escolheu “Festa Profana”, de 1989.

    A obra vencedora recebeu 38,3% dos votos, seguida de De bar em bar, Didi, um poeta (1991) com 21,1%, Domingo (1977) com 20,6% e O Amanhã (1978) com 20%.

    Unidos! Compositores e cantores criam samba-enredo clamando pelo mundo contra o Coronavírus

    porta voz

    Dudu Nobre, Diego Nicolau e Zé Paulo Sierra criaram a música Dudu Nobre, Diego Nicolau e Zé Paulo Sierra.

    “É uma forma de produzir conteúdo sobre tudo que estamos passando nesse momento da forma que o samba-enredo sempre fez, faz e fará com fé, clamor e crítica social”, disse Dudu Nobre.

    Os intérpretes das escolas de samba participaram da gravação da obra. Estão no vídeo os cantores Neguinho da Beija-Flor, Quinho, Marquinhos Art Samba, Zé Paulo, Igor Sorriso, Wantuir, Evandro Malandro, Diego Nicolau, Gilsinho, Ito Melodia, Tinga, Wander Pires, Fredy Viana e Royce do Cavaco. A produção e edição foi da Leme Filmes.

    “Peço a cada sambista, cada um de vocês que vivem e militam a arte do Carnaval que deixem lá seu comentário, que compartilhe em suas redes sociais, não custa dinheiro algum e espalha a iniciativa de alguns de nós”, disse Diego Nicolau.

    Confira abaixo o samba-enredo:

    O SAMBA É PORTA-VOZ
    Dudu Nobre/ Zé Paulo Sierra/ Diego Nicolau

    Senhor, me diz o que fazer nesse momento
    Nos dê a paz, a luz do livramento
    Não quero sucumbir à escuridão
    Senhor, nos de um rumo, um prumo, a fé me guia
    Axé, Amém, Shalom, Salve Rainha
    Que a mão de Deus vai nos abençoar

    Agô por tanta ingratidão
    Perdão pro mundo se salvar
    Agô meu velho, Atotô!
    Oh Santo Lázaro, nos perdoai!

    De um mundo doente, descrente de tudo
    Sofre decadente por falta de amor
    Crianças, pretos, brancos, favelados
    Patrões, idosos e desempregados
    Caminham juntos sob a ganância
    “Desgovernados” pela ignorância
    Oh Mãe Gentil, que sejas nossa consciência
    Levando toda essa demência
    pra longe do Brasil

    É hora de unir, somos irmãos
    Lavando a alma, a mente e as nossas mãos
    Se o mundo precisa de cada um de nós
    O samba é porta-voz!

    ‘Duelo dos desfiles’: Vila Isabel 88 vence Vila 2013 na preferência dos leitores

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    Deu “Kizomba, festa da raça”. Foram 57% dos votos contra 43% para “A Vila canta o Brasil celeiro do mundo – Água no feijão que chegou mais um…”, do título de 2013.

    “Kizomba é uma palavra do Kimbundo, uma das línguas da República Popular de Angola. A palavra Kizomba significa encontro de pessoas que se identificam numa festa de confraternização. Do ritual da Kizomba fazem parte inerentes o canto, a dança, a comida, a bebida, além de conversações em reuniões e palestras que objetivam a meditação sobre problemas comuns”, trecho retirado da sinopse de 1988.

    Pelo site CARNAVALESCO, Renato Palhano escolheu 1988 e fez a defesa abaixo.

    Vila 1988 (Por Renato Palhano): “Marcado como um dos desfiles mais emblemáticos da história moderna do carnaval, Kizomba, Festa da Raça, de 1988, trouxe o primeiro título da história da azul e branco de Vila Isabel. Até hoje o desfile serve como referência para escolas que não presam muito pelo luxo, mas veem na raça o maior combustível para se ganhar o carnaval. Esse foi o desenho perfeito da vila Isabel de 88, já que a escola passava por dificuldades e não tinha nem uma quadra para realizar seus ensaios. O desfile foi repleto de simbolismo: várias alas e carros da escola carregavam uma carga forte de emoção e garra do povo negro, em uma verdadeira catarse, já que naquele ano de 88 a abolição da escravatura oficial completavam 100 anos. O desfile foi tão impactante que a Vila campeã não pode desfilar no sábado das campeãs, já que uma chuva torrencial atingiu o Rio de Janeiro em cheio, cancelando os desfiles de sábado. Outro ingrediente que faz desse desfile um evento lendário”.