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De olho nos quesitos: o tradicionalismo no julgamento dos casais e comissões de frente

Desde que Laíla introduziu o casal de mestre-sala e porta-bandeira atrás da comissão de frente no desfile das escolas de samba em 2002, ambos quesitos sofreram uma grande transformação seja no aspecto da grandiosidade das apresentações seja no critério de julgamento. A série “De olho nos quesitos” traz as principais justificativas e critérios de julgamento dos primeiros quesitos a passar na avenida em um desfile.

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Foto: Divulgação/Rio Carnaval

Certamente, o quesito que mais sofreu transformações ao longo dos anos foi comissão de frente. Há 40 anos atrás bastavam os baluartes e velhas-guarda para saudar o público e o quesito estava apresentado. Hoje em dia as comissões são verdadeiros miniespetáculos que buscam resumir o enredo da escola, muitas vezes com uso de tecnologia e elaboradas coreografias.

Segundo o manual do julgador, publicado pela Liesa para os desfiles de 2025, o quesito comissão de frente segue subdividido através dos sub quesitos concepção/indumentária e apresentação/realização. A concepção julga a criatividade, mensagem transmitida, impacto e figurino adequado. A apresentação observa sincronismo, criatividade coreográfica, interação com elementos cênicos e cumprimento da função de saudar o público. Os julgadores devem penalizar queda ou perda de partes da indumentária além de danos a figurinos, adereços ou elementos cenográficos.

Em relação às justificativas mais recentes os polêmicos tripés das comissões são campeões de citações pelos julgadores. Muitas vezes as alegorias que deveriam servir para engrandecer a apresentação acabam se tornando obsoletas na apresentação e quando isso acontece os jurados descontam pontos das escolas. Outra situação bastante apontada nas justificativas é quando algum integrante da comissão perde parte da indumentária diante da cabine de julgamento.

Julgadores de casal são mais tradicionalistas

O quesito mestre-sala e porta-bandeira segue parâmetros de julgamento semelhantes a comissão de frente. Nos tempos de hoje praticamente todos os casais contam com coreógrafos tal e qual as comissões. Alguns dos profissionais assinam ambos quesitos ou pelo menos participam da elaboração das coreografias dos casais.

O julgador precisa estar atento obviamente à dança do casal, onde o mestre-sala precisa cortejar e proteger a parceira e a porta-bandeira deve apresentar o pavilhão sempre desfraldado. Além disso, o casal deve se apresentar com entrosamento, graça e leveza na conexão com o samba da escola. A indumentária da dupla também é avaliada. Quedas ou perda de qualquer peça do figurino e tropeços ou falhas nos movimentos devem ser penalizados.

Os julgadores de casal são o grupo mais tradicionalista do júri do Grupo Especial. Não são raros os casos de casais consagrados que acabaram punidos nas notas por arriscarem na apresentação e desagradarem os julgadores. As justificativas mais recorrentes nos últimos carnavais apontam para falhas na execução da dança, como desentrosamento entre a dupla, movimentos bruscos ou excessivamente rápidos. A beleza e elegância do figurino também são pontuadas nas justificativas. Saias muito curtas da porta-bandeira ou figurinos muito simplórios perdem pontos. Além do já citado excesso de ousadia em algumas apresentações. Sempre que algo tira o protagonismo do casal ou desvia a atenção o casal tem sido penalizado.

Aos gritos de ‘fica’, Paolla Oliveira declara amor para Grande Rio: ‘Não vou sair, vivo essa energia, só vou me deslocar’

Ovacionada pelos componentes da Grande Rio, no ensaio de quadra, em Duque de Caxias, na noite da última terça-feira, Paolla Oliveira fez sua “despedida” do posto de rainha de bateria na cidade da Baixada Fluminense. A atriz ouviu gritos de “fica” e “a melhor rainha do Brasil”.

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Fotos: Rafael Arantes/Divulgação Grande Rio

“Foi lindo. O que posso dizer é que não saio daqui. Não vou nem sair. Vou só me modificar, me deslocar. Sou louca por isso aqui. Vivo essa energia. Paguei mico hoje, não segurei a emoção, é porque vale a pena. Não tinha ideia, quando meu sonho era sair em uma escola de samba, vocês não sabem o que significa isso para uam menina vinda da Penha, e, agora, tem uma comunidade falando fica. Isso não tem preço e nunca vai acabar. Todos os anos foram especiais e esse será também”.

Paolla contou que informou na última quarta-feira para direção da Grande Rio que não seguiria no posto de rainha de bateria para o Carnaval 2026.

“A escola tinha que saber antes. É difícil a gente fazer tudo bem, se entregar em tudo, estou com um problema familiar. É preciso distribuir minha energia, sou uma pessoa só. Isso aqui precisa de uma pessoa inteira. Não tem como ser pela metade. Pressão, não tenho medo. Isso tem na vida. Quem é mulher, sabe”.

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Paolla Oliveira garantiu que não vai indicar nenhuma mulher para o seu lugar. Ela disse que a escola saberá o que fazer na escolha. A atriz confirmou que o marido Diogo Nogueira vai desfilar com ela na Avenida em 2025 e fez uma linda declaração após a notícia que sairá do posto de rainha de bateria.

“A escola sabe o que fazer. Tenho certeza que será uma boa escolha. A mulher que vier vai ocupar o posto e fazer sua história. A Grande Rio merece alguém que seja de corpo e alma por eles”.

Paulo Barros fala sobre carreira no Grupo Especial e desfiles marcantes ao longo dos anos. ‘Cada carnaval que faço me traz alegrias particulares’, afirma

Paulo Barros chega ao seu terceiro carnaval consecutivo na Vila Isabel e comemora seu vigésimo primeiro desfile como carnavalesco no Grupo Especial. O CARNAVALESCO entrevistou o artista para uma rápida conversa sobre a carreira e os desfiles de Paulo ao longo dessa estrada no mundo do samba.

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Fotos: Divulgação/S1fotografiaecomunicacao

Qual é o seu balanço profissional nesses mais de 20 anos como carnavalesco no Grupo Especial?

“Eu faço um balanço muito positivo, é um balanço de prazer. Cada carnaval que eu faço, ele me traz alegrias muito particulares. Você ver uma obra sua, o que você imaginou, está ali, concreta dentro da Sapucaí, um carro alegórico, uma ala, um acontecimento que você fez, que você imaginou, e você conseguiu concretizar aquilo para o artista, isso é, particularmente para mim, um ponto que eu ganho na minha escala de satisfação, de alegria”.

Qual é o seu desfile inesquecível e por qual motivo?

“Não tenho. Eu posso citar alguns que ficaram marcados por vários motivos. O primeiro, talvez tenha sido em 2004, foi quando eu fui vice-campeão, porque eu estava estreando no Grupo Especial e você estrear no Grupo Especial e ser vice-campeão, isso já é uma coisa que eu considero marca a sua vida. Eu tenho 2010, que foi o primeiro campeonato, um desfile arrebatador, um desfile que foi considerado unânime, sensacional, vamos dizer, e eu tenho desfiles também que não foram consagrados, mas que para mim me trouxeram uma alegria enorme de fazer como da Mocidade que eu fiz baseado na música do Paulinho Moska. Para mim foi um dos grandes desfiles que eu fiz e nem voltou nas campeãs, mas eu considero ele um dos grandes projetos realizados na minha vida. Assim como aqui na Vila Isabel, em 2018, quando eu fiz um enredo que falava sobre o que vem por aí no futuro, também foi um desfile que marcou uma estética de ala, de fantasia, que para mim foi um divisor de águas. Vou repetir, não foi aclamado, não, mas a satisfação pessoal que eu tive já me trouxe essa alegria. Na Portela você ajuda uma escola a conseguir um campeonato depois de trinta e tantos anos, então não tenho desfile preferido, eu tenho desfiles preferidos”.

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E do lado oposto, qual desfile que na sua visão você pensou tudo vai dar certo, tudo vai sair conforme planejado, mas que alguma coisa não funcionou, ou que não deu muito certo e por qual motivo?

“Não tenho nenhum. Todos os meus desfiles deram certo, eu nunca perdi um carro alegórico, no ano da Alemanha eu tive um problema na concentração no setor 1, e depois um problema na dispersão lá no setor 11, que já não fazia parte do julgamento, foi quando o abre-alas teve que ser cortado porque engatou os dois e tiveram que desengatar, só que a mídia e a televisão passaram que isso foi erro, e na verdade dentro da pista não aconteceu erro nenhum. Se eu disser que eu tenho algum desfile meu, que eu tenha projetado alguma coisa aí que não deu errado, não. Não tenho nenhum, para mim todos deram certo”.

O que falta na sua visão, para você, dentro do carnaval?

“O que eu sinto falta hoje no Carnaval é condições de fazer, de acompanhar a tecnologia. Hoje a gente tem muitas possibilidades tecnológicas para agregar ao desfile, só que a gente não tem budget para isso. Falta dinheiro, entendeu? Então você fica amarrado em algumas coisas que você tem aí o quê? Você tem iluminação, você tem a fumaça, você tem a luz, você tem os movimentos que são feitos pelo pessoal de Parintins, até muito legais, mas a gente tenta sim agregar outras coisas, mas que o dinheiro não dá para fazer”.

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Paulo, você é um carnavalesco muito amado por muita gente, mas também tem muita gente que não gosta do seu estilo, tem as críticas e tudo mais. Isso mexe de alguma forma com você? E por que você acha que ainda acontecem essas críticas?

“Eu ficaria triste se eu não tivesse os críticos. Eu torço para que eles continuem criticando, porque é chato para caramba ser unanimidade”.

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Você considera justamente que o seu estilo de desfile é visto e compreendido realmente na pista?

“Qualquer desfile se concretiza ali. Essa história de favoritismo, de que você vai estar fazendo uma previsão, por exemplo, eles chamam de ensaio técnico. Aquilo de técnico não tem coisa nenhuma. Ali é um ensaio de canto e de harmonia para o componente evoluir e cantar como ele deve ser. Mas um ensaio técnico mesmo, para eu fazer isso, eu teria que ter todos os carros, todas as fantasias, assim como acontece no teatro. Então, treino é treino, jogo é jogo, a mágica é no dia e na hora. E vamos torcer para que a escola jogue bem no dia do desfile”.

ibis Styles Barra Funda: hotel estratégico para o Carnaval 2025 com sabores e benefícios exclusivos

O ibis Styles São Paulo Barra Funda está localizado em um dos principais pontos da cidade de São Paulo. A Avenida Marquês de São Vicente faz uma ligação entre a Zona Norte e a Zona Oeste, e abriga vários centros comerciais e empresariais. O lazer é garantido. Pela rua, há várias praças e restaurantes de renome. O local fica perto do Allianz Parque, principal ponto dos maiores shows da América Latina e, ao lado, localiza-se o requisitado Shopping Bourbon. Um dos principais atrativos é o restaurante QCeviche Barra Funda, localizado dentro do próprio hotel, com foco na culinária peruana. Todo o cardápio foi idealizado e é feito todos os dias pelo chef peruano, Jorge Rojas e sua equipe.

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Olhando para o carnaval, que acontece daqui a duas semanas, o hotel oferece duas ótimas opções de locomoção ao Anhembi. De carro, o folião irá chegar ao Sambódromo em pouco tempo, visto que a distância é de apenas 5km. Se a pessoa optar pelo transporte público, pode pegar o ônibus até o terminal da Barra Funda e, após, usar o transporte gratuito oferecido pela prefeitura de São Paulo, assim como no ano de 2024.

Para o Carnaval 2025, o CARNAVALESCO está realizando uma parceria com o ibis Styles São Paulo Barra Funda. A colaboração visa dar benefícios para o leitor que optar pelo hotel, tendo 15% de desconto clicando no banner do site. O pagamento total será feito no check-in e as opções são cartões de débito, crédito e dinheiro.

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Fotos: Divulgação

“Para nós é muito importante essa parceria, porque a gente está falando do principal evento do país, que é o carnaval, que movimenta milhões com um público nacional e internacional e um parceiro com uma representatividade tão grande dentro desse segmento, que é o CARNAVALESCO. Estamos muito felizes e a nossa expectativa está muito alta também de um retorno positivo para nós”, celebrou a gerente de vendas, Lais Almeida.

Laís conta sobre a localização do ibis. “Essa nossa região está se desenvolvendo muito, tanto para prédios empresariais, quanto para comércios e entretenimento. É uma região bonita e ampla. Eles chamam de ‘Nova Berrini’ (avenida situada na Zona Sul de São Paulo, e que abriga inúmeros locais de importância da cidade – Av. Engenheiro Luís Carlos Berrini). Quando falamos de carnaval, alguns blocos de rua passam pela região e em relação ao Sambódromo, ficamos a cinco quilômetros de distância. Em um período de carnaval que não tem trânsito no entorno do hotel, você vai levar por volta de 10 minutos para chegar de carro e 20 minutos de transporte público. Próximo ao hotel tem o terminal Barra Funda. É muito perto. O hotel não está na região primária, mas é de fácil acesso para o Anhembi”, disse.

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Visando o carnaval, o hotel tem um ‘mall’ com lojas e restaurantes, além do seu próprio serviço no restaurante QCeviche que oferece drinks variados, cervejas e bebidas típicas da América Latina. “O legal do nosso hotel, falando da estrutura, da localização, é que ele é um hotel recuado da rua principal, ou seja, garante uma segurança maior que os hotéis da concorrência. Os hóspedes e visitantes ficam muito à vontade aqui. Elas ficam no deck do restaurante e fazem esquenta para o Carnaval no nosso bar”, finalizou.

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Série Barracões SP: em aquarela, Dragões da Real canta o ciclo da vida

O carnaval de São Paulo foi imensamente impactado no dia 16 de abril de 2024. Jorge Marcos Freitas Neto, o Jorginho Freitas, filho de Taiana Freitas, coreógrafa da comissão de frente da Unidos de Vila Maria e neto de Jorge Freitas, carnavalesco da Dragões da Real, partiu com apenas oito anos de idade graças a uma síndrome tão rara que sequer foi nomeada. O avô, que já trabalhava o enredo para 2025 da agremiação defendida por ele, fez o que para muitos seria impensável: alterou todo o curso do que já estava sendo produzido para homenagear o rebento. Assim surgiu A vida é um sonho pintado em aquarela!”, enredo que será apresentado pela agremiação da Vila Anastácio na sexta-feira de carnaval (28 de fevereiro) e que será o terceiro desfile a ganhar o Anhembi na noite em questão.

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O CARNAVALESCO conversou com exclusividade com Jorge Freitas, carnavalesco da agremiação, para saber mais sobre a criação de enredo tão singular.

Sentimento puro

Mesmo que todo o carnaval de São Paulo conheça a história do enredo, a reportagem fez questão de ouvir do próprio carnavalesco como o processo criativo aconteceu: “Esse enredo, como todos sabem, é muito especial na vida do profissional Jorge Freitas. Mas também estamos em uma competição em que, acima de tudo, a síntese do enredo é você comemorar a vida. O Jorginho tinha esse amor pela vida. Ele queria cada vez mais viver, cada vez mais estar presente em tudo que a família fazia – e o carnaval está enraizado dentro da minha família. Ele presenciava tudo e era um lugar que ele gostava de estar. Para o enredo, além do ciclo da vida, nós nos baseamos na música ‘Aquarela’, do Toquinho. Do desenrolar, do início ao fim do nosso desfile, todos vão poder se contemplar com as imagens que ficam no inconsciente coletivo dessa canção e se conectar com o ciclo da vida através da música e através do samba – que conta, na verdade, toda a trajetória do ciclo e da música citada”, disse.

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O neto do carnavalesco volta a ser citado logo na sequência: “E é claro que, quando falo do Jorginho, na parte inicial, quando a gente começa com a pureza da imaginação de uma criança em enxergar o mundo. Era isso que o Jorginho tinha de mais belo. Ele nunca reclamou de nada, ele sempre nos presenteava a cada dia com uma novidade ao falar que o mundo é feito para a gente viver e amar. É isso que a gente vai ver durante todo o nosso desfile”, revelou.

O profissional, pouco depois, traçou um paralelo entre a temática que está sendo desenvolvida e um desfile de escola de samba: “É um carnaval, é um projeto que tem uma grande comemoração pela vida. Basta nós sabermos aproveitar. Temos o livre-arbítrio. São escolhas que a gente faz e, lá na frente, a gente não pode se arrepender e nem olhar para trás – igualzinho o carnaval. Quando a gente chega no final da avenida, lá na faixa amarela, fechou o portão, a gente olha para a Concentração e fala que poderia ter ensaiado mais, poderia ter feito de forma diferente ou que não demos o nosso melhor. Essa é a conclusão que a gente tem. A gente faz esse paralelo do ciclo da vida com um desfile de escola de samba porque não tem nada melhor para comemorar a vida que um desfile festivo – como é o nosso espetáculo grandioso, que é o Carnaval de São Paulo”, comentou.

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Vale destacar que, como apontado por Renato Remondini, o Tomate, presidente da Dragões da Real, a canção que serviu de inspiração para o enredo é a segunda música brasileira mais executada em todo o planeta – o que gera conexão instantânea.

O carnavalesco também destacou que a estrutura do enredo também sofreu algumas modificações – todas elas motivadas por sentimentos que foram surgindo a cada instante: “É claro que, ao longo da estrutura do projeto, a gente tem algumas mudanças. A grande mudança que está acontecendo nesse projeto ‘A vida é um sonho pintado em aquarela!’ são as emoções. Essas emoções vão mudando a cada dia, porque a cada componente que chega e compra a ideia você sente que não basta apenas apresentar um desfile de carnaval na avenida: é necessário você viver aquele desfile durante todo o ano. A conclusão é o espetáculo que você apresenta, comentou.

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Em outro momento da entrevista, o profissional voltou a falar sobre sentimentos e reflexões que o desfile irá propor – mas já falando sobre temas mais cartesianos sobre a disputa: “A vida é um grande sonho. Quando você nasce, você tem a sua trajetória todinha sonhando com a próxima parte desse ciclo, com um grande sonho. Quando a gente fala que a vida é um sonho pintado em aquarela, é porque quem faz o sonho somos nós. E esse sonho é o que a gente vai contemplar na avenida com um grande espetáculo. Tenho certeza que a Dragões está preparada. É uma competição e nós estamos preparados para ganhar o carnaval. Nós estamos preparados para fazer um grande espetáculo. Mas, acima de tudo, é fazer uma bela apresentação onde todo mundo da comunidade esteja inserido dentro dessa proposta. Ao longo desse ano nós trabalhamos muito e a nossa comunidade está muito preparada para transformar realmente o Anhembi em uma grande aquarela”, prometeu.

Celeridade

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Por conta do triste episódio ocorrido com Jorginho, Jorge destacou que toda a roteirização do projeto foi feita de maneira bastante rápida: “Eu acho que a emoção toma conta de todo momento. Em cada canto eu sinto a presença do meu neto e a inspiração para eu criar esse projeto é ele. Nada acontece de uma hora para a outra e esse projeto foi concebido em duas semanas. Eu sentei aqui na minha mesa e fui riscando coisas que vinham com uma força muito forte. Elas vinham e faziam eu colocar tudo no papel para trazer à realidade. Existem os profissionais que executam e os profissionais que estão fazendo essa execução, eles estão totalmente dentro de toda essa emoção que o profissional Jorge Freitas está vivendo. Isso é o mais importante disso tudo. Esse é o carnaval que eu estou trabalhando mais. Eu chego hoje, há quase um mês do carnaval e eu estou cansado, muito cansado, mas também com muita vontade de fazer mais até o último componente sair da avenida e a gente contar essa história tão bela”, destacou.

Trunfo

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Para o carnavalesco, a temática, tão especial, será o ponto alto da Dragões da Real em 2025: “Para mim, enquanto profissional, a emoção que esse enredo criou no mundo do carnaval é o grande trunfo da escola. Todos sabem da história, do amor, do carinho entre o Jorge Freitas e o Jorginho e de toda a minha família. Mas o lúdico que esse enredo traz é de uma emoção muito grande. As pessoas perguntavam se é um enredo infantil e não, não é nada infantil. É um enredo que, na verdade é muito sério – só é lúdico. Ele faz com que a gente descubra porque por muitas vezes a gente deixa escapar essa criança que tem dentro da gente e a gente começa a fazer algumas situações que não deveria fazer: é porque nós deixamos essa criança que tem dentro da gente escapar – e, por muitas vezes, a gente até mata essa criança. Em certo momento da vida, a gente esquece da criança que temos e nunca mais ela está viva. Se nós pensássemos com a pureza de uma criança até o fim das nossas vidas, como o mundo seria diferente? O lúdico, a emoção; mas, acima de tudo, o colorido que nos traz a alegria é um trunfo muito grande. E é um enredo que foge totalmente, está na contramão de todos os outros enredos que irão passar na avenida”, refletiu.

Setorização

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Ao falar do ciclo da vida, uma sequência cronológica é evidente: nascimento, infância, adolescência, maturidade, melhor idade e o descolorir – para ficar na expressão muito utilizada por toda a escola ao falar da temática. Jorge não fugiu de tal ordem quando perguntado sobre como a escola desfilaria setor a setor: “Essa já é uma característica do meu próprio desfile. Eu uso a alegoria como pano de fundo para tudo que vem à frente dela, que são os personagens que a gente cria para ilustrar essa ópera a céu aberto. A gente tem a bateria e o samba da escola como trilha. Os personagens que se apresentam são as nossas fantasias, com a nossa comunidade. e o palco, aquele cenário maravilhoso, é a nossa alegoria como pano de fundo. Basicamente, eu utilizo dessa forma. Tem uma abertura, primeiro setor, segundo e terceiro setor. A abertura, quando você ressalta o ciclo da vida desde o nascimento (ou melhor, desde a imaginação de uma criança que vem ao mundo), ela enxerga, na pureza dela, um mundo maravilhoso”, iniciou.

O próprio carnavalesco continua: “Ao longo dessa estrada que termina com o atravessar daquele portal para a parte da espiritualidade, a gente vai enxergando o que é o mundo e a gente o torna difícil. A gente faz a abertura com o nosso grande castelo. Na música e no samba a presença dele é muito forte. A segunda, já no primeiro setor, é a questão da juventude: são as emoções, as sensações desse período da juventude. De lá nós vamos para o próximo setor, que é a maturidade e a busca pelo futuro. No terceiro e no último setor a gente faz essa brincadeira do carnaval, linkando aos sentimentos e transformando essa passarela em uma grande aquarela até o descolorir – que, para a gente, é apenas atravessar, trocar a fantasia com a mesma consciência, ter a chance da renovação e reiniciar novamente um próximo ciclo da vida”, explicou.

No sangue

Em alguns momentos da entrevista concedida ao CARNAVALESCO, Jorge Freitas foi além e destacou o quanto o desfile ultrapassou as barreiras de barracão, ateliê, quadra e Sambódromo para adentrar outras regiões bastante importantes da vida pessoal do profissional. O ocorrido com o neto, obviamente, é um desses fatos: “Além de tudo, a luta do Jorginho vai continuar. Como a passarela do samba é um palco em que a gente tem voz, eu também quero continuar na luta pelas crianças têm a mesma síndrome mas não tem atenção, não tem o carinho necessário. O Jorginho nasceu em uma família que deu de tudo para ele – incluindo muito amor. A luta vai continuar. E que seja através desse carnaval, que as pessoas se sensibilizem para que a gente possa, cada vez mais, ter um pouco mais de atenção – não só da síndrome do Jorginho, mas de várias e raras que existem pelo mundo afora”, pontuou.

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A família Freitas e os integrantes da comunidade da Dragões são outras pessoas que mereceram uma palavra de Jorge: “A minha família toda é envolvida, a minha esposa cuida da parte de fantasias. A Dragões é muito organizada, e esse estilo Jorge Freitas só veio a completar essa organização. Eu sei que eu sou categórico em afirmar que, quanto mais a gente ensaia, a probabilidade de errar é menor. Esse é o meu estilo. Nesse ano, eu tripliquei esse meu estilo e as pessoas estão ficando meio loucas comigo. Mas, quando eu dou uma bronca, ou quando eu falo um pouco mais rude, as pessoas sabem que eu quero o melhor para elas – e elas têm algo a mais para me oferecer. Ela encarra aquilo com carinho, com amor. O profissional Jorge Freitas é assim: eu não sou apenas de prancheta, de desenhar. Eu gosto de trabalhar com o ser humano. Eu volto a afirmar: o que faz uma escola realizar um grande espetáculo é a comunidade. Carro alegórico e fantasias são um complemento para que a comunidade se sinta homenageada e feliz em vestir aquela fantasia e ter aquele carro. Mas o ser humano é o principal de tudo. Eu sei que eu trabalho muito bem com isso – e, na Dragões, não seria diferente até mesmo porque ela já estava preparada para receber esse meu trabalho”, destacou.

A própria escola, por sinal, também foi motivo de palavras bastante elogiosas do carnavalesco: “Nós já tínhamos um enredo e, com o acontecimento envolvendo o meu neto, apresentei essa proposta e a escola comprou de imediato. No mês de maio, nós apresentamos o enredo. Duas semanas depois já estava com tudo desenhado e começamos os pilotos. Nós estamos desde o mês de maio na estrutura de toda a concepção do enredo, da montagem, da roteirização de tudo. Eu tenho uma equipe: tenho o Raphael Villares, meu afilhado, que é o enredista; tenho o Raphael Maslionis que está comigo; tenho o Márcio Santana, o Rogério Félix. Uma escola de samba aceitar uma proposta como a Dragões aceitou e estar junto nessa briga é difícil. E a Dragões… eu só a agradecer a Dragões e agradecer ao carnaval como um todo. Esse é um espaço em que a gente pode conseguir inúmeras coisas, são situações que a gente tem diversidades imensas. Essa é a minha luta e eu falo: o protagonista é o astronauta e o astronauta sou eu, é você, somos todos nós que vamos em busca dos nossos sonhos”, agradeceu, reiterando o DNA de inovação da agremiação.

Recado

Quando indagado sobre um recado que gostaria de deixar a quem estiver assistindo ao desfile pela televisão ou na arquibancada, Jorge focou no samba-enredo e na música-tema do desfile: “O samba já conta essa narrativa que a plástica vai apresentar na avenida. É muito no olhar de quando a escola entrar: a pessoa vai ver o guarda-chuva e já lembra do guarda-chuva da música, vai ver a gaivota no sentido de ter um acolhimento, ter a mão do outro na hora que o outro necessita ou que você mesmo necessita. Quando a gente fala ‘Hawaii, Pequim ou Istambul’, são esses novos ares que cada um de nós vai em busca. O beijo azul, o barquinho, a vela… são essas coisas que vão remeter à música e que vão nos levar ao samba que está sendo tocado. E são essas emoções que vamos passar no Anhembi. Cada um vai se sentir parte das quatro alegorias em algum momento da vida. Essa ligação do que você está ouvindo, do que você está vendo e do que você está sentindo vai ser o fundamental para o nosso desfile”, indicou.

Por fim, o hexacampeão do Grupo Especial de São Paulo tratou de deixar todos muito à vontade: “Também quero frisar que a nossa comunidade se preparou com muito amor e com muito carinho para fazer um grande espetáculo, um grande desfile para todos aqueles que estiverem nos assistindo. Eu convido a todos que, mesmo da arquibancada, mesmo de casa, façam parte do nosso desfile. Estar desfilando com a gente e se encontrando em algum momento, em alguma parte do nosso desfile, é muito prazeroso”, finalizou.

Ficha Técnica
Enredo: “A Vida é Um Sonho Pintado em Aquarela”
Número de Alas: 19
Número de Alegorias: Quatro
Número de Componentes: 2500
Diretora de Ateliê: Beth Freitas
Diretor de Barracão: Elias Vieira

Série Barracões SP: A grande jogada da Rosas de Ouro para contar a história dos jogos

A Rosas de Ouro convida o mundo do samba a conhecer a história dos jogos. Buscando o reflorescer para voltar aos tempos áureos, a Roseira fará uma jornada repleta de histórias desconhecidas, curiosidades e muita nostalgia através do enredo “Rosas de Ouro em uma Grande Jogada”, assinado pelo carnavalesco Fábio Ricardo.

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Desejo da escola e dos artistas

Apesar de, ao longo dos anos, diferentes escolas levarem para a Avenida enredos com temáticas relacionadas aos jogos, a história como um todo não recebe uma atenção há algumas décadas. Trazendo essa abordagem de forma inédita a São Paulo, Fábio Ricardo e seu irmão, o enredista Roberto Vilaronga conversaram com o CARNAVALESCO e explicaram que a definição partiu de um desejo mútuo da escola e de ambos, com a devida cautela para evitar comparações com as abordagens realizadas no passado.

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“Dentro da nossa canastra de enredos, eu e meu irmão tínhamos muitos enredos para trazer para o Rosas. Marcamos uma reunião com eles também para escutar o que eles tinham de propostas, e uma delas era justamente o jogo. Da mesma forma, essa seria uma das nossas propostas, então juntou o útil ao agradável e a escola aceitou. Na hora da pesquisa, juntamente com meu irmão, precisávamos ser muito cautelosos para cairmos no que a Viradouro já tinha feito em 2007, no que Renato Lage fez em 1993 e o que eu já tinha feito sobre as cartas em 2015, para não se esbarrar nesses momentos. Foi um enredo muito gostoso de fazer na parte de pesquisa histórica e na concepção da linha artística também. Criamos uma base saindo dos tabuleiros de jogos para não ficar aleatório”, declarou Fábio.

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“Partimos do pressuposto de que precisávamos fazer um carnaval que aliasse ao bom gosto, aos figurinos do Fábio juntando com a história da escola, que tem o histórico de ter essa pompa, com figurinos bonitos, muita beleza, e que a escola pediu muito isso para o Fábio, que ele mantivesse o padrão de beleza da escola. Nós queríamos fazer um enredo visualmente identificável, ele tem que ser didático para quem está ali, para quem conhece o roteiro, mas também quem está lá na Monumental, lá em cima, bater o olho e se identificar. Nós entendemos que isso faz a diferença nesse enredo, e ele proporciona isso pelo contexto histórico, pelo contexto funcional e visual dele. Queríamos fazer um enredo que fosse histórico e objetivo. O nosso desfile vai ser muito narrativo com o samba. Se você ouve o samba do Rosas de Ouro, você vai entender o nosso desfile claramente, ele passa muito fácil. Isso corrobora também para o momento da escola. Escolhemos um enredo que todo mundo queria, fizemos fantasias muito legais, as alegorias do samba convergem e isso cria um clima muito aprazível na escola”, afirmou Rodrigo.

Quais foram as curiosidades, o que mais chamou a atenção de vocês nesse processo?

Ao falar sobre as curiosidades para a construção do enredo, Fábio Ricardo exaltou a proposta de fazer com que a própria comunidade, através do “Grande Cassino Brasilândia”, seja o ponto de partida da narrativa proposta pela Rosas de Ouro.

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“Uma é o nosso primeiro setor, que é baseado na própria Brasilândia. Na nossa licença poética, criamos um cassino. Eu tive a felicidade de viajar e conhecer como é que funciona tudo dentro de um cassino, então existe carnavalizado esse ‘Cassino Brasilândia’ e a interação com o público vai ser essencial. Você é convidado a entrar dentro desse cassino onde ele vai se apresentar, e dentro desse cassino, a partir do segundo setor em diante, vai se falar de todas as histórias dos jogos. A própria escola, no seu próprio cassino, ela conta o enredo. Uma das curiosidades que eu gosto é saber que a própria escola, a Brasilândia, que é de onde vem a sua raiz, é ela que vai ser a mediadora do enredo. Há outros pontos interessantes que também vamos conhecendo dentro das pesquisas”, disse.

Roberto Vilaronga destacou como um elemento interessante a maneira como o nascimento dos jogos forma um paralelo com o desenvolvimento da própria sociedade ao longo da história, evoluindo e agregando cada elemento do desenvolvimento tecnológico e das relações humanas.

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“Uma coisa bacana que percebemos, e que isso faz parte até da nossa defesa de enredo, é que os jogos estiveram presentes na história da humanidade desde o início até hoje e vai estar no futuro. Os jogos permeiam a história, em todos os momentos os jogos estavam para se relacionar, para compartilhar com as pessoas, para criar estratégias, para criar guerra, para namorar, o jogo para se relacionar com o mundo espiritual. É a realização da fantasia das nossas baianas. O jogo faz parte da história e vamos contar isso de forma muito visual. Passamos pelos jogos que foram criados nas civilizações, os jogos que estiveram na nossa infância, na nossa adolescência e o futuro. Quando falamos do ‘mundo na palma da mão’, os jogos não são mais de tabuleiro. Eles até são, mas também estão no nosso celular. É o caso da nossa fantasia do ‘Banco Imobiliário’, que originalmente foi um dos primeiros jogos do início do século passado, mas que hoje jogamos ele no celular, nós quisemos trazer isso. Outra curiosidade que é bacana é que aqui somos de gerações um pouquinho diferentes. O Fábio tinha os jogos e eu tinha os jogos meus também, nós nos descobrimos nisso de entender que na época dele tinha certos jogos e na minha eram outros. Acho que o enredo proporcionou para nós, além de já conhecer o enredo, saber o que queríamos fazer há muitos anos, nós conseguimos multiplicar esse enredo. Ele era um enredo quando nós queríamos fazer, mas quando começamos a desenvolver para o Rosas, percebemos que tínhamos uma possibilidade muito melhor”, observou.

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Os artistas apontaram o desafio de conciliar o grande desenvolvimento dos jogos em especial no último século. O processo de construção do desfile também revelou, no contato cotidiano com as pessoas que acompanharam o desenvolvimento do trabalho, o despertar de sentimentos de identificação com os jogos abordados em alas e alegorias, em especial no último setor da escola.

“Ao longo do ano, algumas pessoas da escola vieram aqui para uma conversa ou uma direção. Deixei algumas coisas do último carro, que era a minha grande preocupação porque nem tudo poderíamos condensar dos anos 50, 60, 70, 80, 90, e a modernidade. Como é que íamos colocar todos esses jogos? Eu fiz a base de pesquisa também com o público para chegar perto dessa modernidade e dos jogos antigos, fiz a distribuição e deixei ali. Todas as pessoas que viram o carro, eu não precisei falar nada. As pessoas só olhavam e falavam: ‘Eu me vejo aqui’. A minha vontade é essa, chegar na Avenida, as pessoas se identificarem e saírem dali querendo ver de novo. Ser prazeroso para as pessoas estarem vendo o desfile. Para mim já é um campeonato ver as pessoas felizes, interagindo e a Rosas de Ouro voltar aos tempos áureos dela”, comentou Fábio.

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“Imagine só quem estiver na arquibancada quando começar a olhar esse carro, ele não vai querer parar de olhar. Ele vai ficar: ‘Caramba, olha aquilo ali!’. ‘Caraca, aquilo ali!’. A ideia era essa porque é uma forma de jogar, nós estamos jogando com o pessoal ali. Quando nós botamos uma fantasia de ‘Damas’, botamos uma fantasia do ‘Banco Imobiliário’”, completou Roberto.

A grande jogada da Rosas de Ouro na Avenida, por Roberto Vilaronga

O desfile da Rosas de Ouro partirá de um ponto lúdico, o espetáculo dos cassinos. O público será convidado a jogar com a Roseira, e os vencedores embarcarão em uma jornada pela história dos jogos. O desbravar da história começa com os registros dos primeiros jogos em diferentes sociedades pelo mundo, da África, Ásia e Europa. Em seguida, a escola mostrará como a Idade Média procurou oprimir todo tipo de entretenimento, fazendo também o que a narrativa chama de “Inquisição aos Jogos”. Uma vez superada a opressão, o Renascimento proporciona a volta do desenvolvimento dessa forma de lazer até chegar nos tempos atuais, onde os mais diferentes jogos conquistaram gerações pelo mundo inteiro. O enredista Roberto Vilaronga detalhou o que cada setor da apresentação abordará.

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Setor 1: O Grande Cassino Brasilândia
“Eu costumo dizer que nós vamos abrir um livro de história dos jogos. Até parafraseando o que fizemos, nos debruçamos em vários livros, não foi só busca de internet. Nos sentamos, pegamos livros e abrimos o livro para contar uma história, é isso que vamos fazer. Começamos o nosso desfile de forma muito lúdica. Nossa comissão de frente é uma jogada e não posso falar mais nada. Vamos ter um tripé em que vai acontecer uma grande jogada. A partir daí, nós convidamos o ganhador dessa grande jogada a entrar num grande cassino e conhecer a história dos jogos. Por que um grande cassino? É o Grande Cassino Brasilândia, para mostrar a nossa identidade, buscar ali o que temos como nosso e nada melhor do que a nossa identidade, o nosso cassino para conhecer a história dos jogos. Nesse primeiro setor nós entregamos a ficha para o ganhador dessa jogada e ele começa a conhecer a história dos jogos”.

Setor 2: O nascimento dos primeiros jogos
“Aí nós entramos no nosso segundo setor, onde vamos mostrar nessa história por onde os jogos começaram nas civilizações. Nós passamos na China, passamos na Grécia, na África, os Sumérios, por todas as grandes civilizações e os jogos de mais relevância que poderiam dar também um visual interessante para nós, cada um com a sua concepção. Chegamos no segundo carro (que remete aos Jogos Olímpicos da Antiguidade) onde você pode perceber como os deuses inspiraram os mortais a jogar, a se desafiar, a se entregar não só nos jogos de corpo onde usava o físico, mas também as estratégias e como aquilo encantou a nós mortais e trazemos isso até hoje e até no futuro. Nós sabemos sabe que vão ter os Jogos Olímpicos e vão ter jogos de força física daqui a 30, 40 anos e quando estivermos mais aqui”.

Setor 3: Os jogos de estratégia da Era Medieval e Renascença
“Assim passamos para um outro momento da fase dos jogos onde começamos a entender os jogos de estratégia, quando eram utilizados para as relações como o jogo de damas. Elas criaram jogos para se relacionar porque antes a mulher era vista apenas para a reprodução e para cuidar do lar, para cuidar do marido. Tem ali o jogo de damas e vamos ter o jogo de xadrez, que historicamente todo mundo conhece como um jogo de estratégia, um jogo de poder, um jogo de troca. Passa em um momento muito simbólico, e é um contraponto do enredo muito interessante onde relembramos que quando a Igreja se viu sem o poder dos jogos na mão ela falou: ‘peraí, tem coisa acontecendo fora do meu âmbito, então não pode jogar’. Uma inquisição aos jogos aconteceu e temos uma fantasia representando esse momento. Temos as batalhas navais, que é uma das fantasias mais bonitas para mim do carnaval, representando os jogos de estratégia. Batalha naval era uma estratégia de guerra e sabemos disso, que se tornou um jogo e perdura até hoje, que também tem no celular, tem no videogame. Chegamos no terceiro carro, que para mim também é um dos carros que vai mais chamar a atenção pelo visual e pela base monocromática que ele tem”.

“Depois que passa da Era Medieval entra a Renascença, e com nela tudo começa a renascer, renascem também os jogos. Os jogos já estão já no domínio dos reis e o Gamão, dentro da nossa pesquisa, é o Rei dos Jogos e trouxemos isso para fazer essa concepção”, completou Fábio Ricardo.

Setor 4: Da Era Moderna aos jogos eletrônicos
“Avançamos no tempo e através dele começamos no início do século anterior. Os jogos, quando começamos no início do século, abrimos com o poker. Ele deixa de ser só um jogo e se torna um esporte nesse século, um jogo de estratégia e de inteligência. Chegamos a um dos primeiros jogos de tabuleiro, que é o ‘Detetive’, até a gente chegar no ‘WAR’, que é um jogo em que se busca estratégias também, era um jogo de tabuleiro, e começamos a chegar em uma era mais analógica dos jogos eletrônicos. O Atari, o ‘Pac-Man’ que foi um dos mais famosos jogos de sua época, que perdura até hoje e é a nossa ala de ação justificada, até sairmos do analógico e pularmos para o digital. O ‘Zelda’, que foi um dos primeiros jogos da Nintendo que saía do analógico e ia para o digital e pulamos para o ‘Banco Imobiliário’, que hoje não está mais só no tabuleiro, está também na palma da mão, e assim chegamos no nosso último carro. A base do carro traz a referência maior a um dos maiores jogos de videogame em números e estatística, que é ‘Super Mario Bros’. A base é a Terra dos Cogumelos com as tubulações, e nós reunimos todos os jogos da contemporaneidade nesse último carro, fazendo uma grande alusão ao reflorescer dessa Rosa. Aqui na frente teremos o principal jogo, que é o jogo Rosas de Ouro, que vai estar aqui na frente, que permeará todo esse carro, toda essa junção, que o próprio samba fala: ‘Vista a fantasia, bom é ser criança e conectar o mundo na palma da mão’. Temos aqui o Jogo da Velha, o Mario, o Pikachu. Esse último carro acho também que vai ser um dos grandes trunfos do carnaval, as pessoas vão se impressionar, vai chamar a atenção. Assim encerramos a nossa narrativa, contando a história dos jogos, trazendo alusão à nossa base, que é a Brasilândia, e fechando com o último grande jogo, que é a Rosa do nosso coração”.

Qual que é o trunfo do Rosa de Ouro para o carnaval desse ano?

Para Fábio Ricardo, o principal trunfo da Rosas de Ouro para o carnaval de 2025 é o comprometimento da comunidade com o projeto da escola.

“A própria escola, ela está com esse trunfo na mão. O trunfo que tem na carta, que o jogador fica na estratégia, seja ele o Xeque-Mate, seja ele o ponto certo da ‘Batalha Naval’, seja a última cartada, quem vai fazer vai ser a escola na Avenida. Aqui nós só estamos preparando a parte artística, preparando todo esse tabuleiro que vamos apresentar na Avenida para a escola dar a cartada certeira. A própria energia e a essência da escola, que está aumentando cada vez mais. O termômetro está aumentando, é o que nos faz termos certeza. É continuar fazendo o que um bom jogador faz, seja ele para o esporte, seja ele para a estratégia ou no videogame, é treinar. Ensaiar é fundamental, cantar é fundamental, estar assíduo e presente nos seus compromissos e fazer aquilo com amor. Você pode ter certeza de que o ponto vale muito mais”, afirmou.

Roberto Vilaronga acredita que a capacidade da abordagem do enredo no desfile será um grande diferencial para atrair o público, ao apostar em diversos elementos facilmente identificáveis pelas pessoas.

“Acho que além disso, a comunicação com o público vai ser a grande pegada. Olhando o carnaval como folião, eu acho que eu sempre anseio em assistir um desfile que me prenda. Pensamos esse desfile nesse intuito, que as pessoas fixem a atenção do começo ao fim. Em cada pedaço do desfile tem alguma coisa, cada setor tem algo que vai nos fazer as pessoas se conectarem conosco. Nós vamos jogar com as pessoas, jogaremos com o telespectador, com o folião ali, com o torcedor do Rosas. Além da escola, que está com essa gana que é perceptível, acho que vai ser a comunicação com o público. Esperamos que esse desfile proporcione isso de forma muito latente e seguindo a pasta, é claro”, apontou.

Recado do carnavalesco Fábio Ricardo para a comunidade do Rosas de Ouro

“Que elas continuem fazendo o dever de casa certinho. Continuar treinando as suas estratégias para entrarmos fortes na Avenida, com mais garra e mais força. Cantar bastante, saber o que você está vestindo, saber incorporar realmente o personagem do jogo, isso é muito importante. Em busca da vitória, vamos lá!”.

Ficha Técnica
Enredo: “Rosas de Ouro em uma Grande Jogada”
Alegorias: 4 carros
Alas: 16
Componentes: 1800
Diretor de barracão: Alexandre Vicente
Diretor de ateliê: Evandro Rosas
Projetista: Yago Duarte
Estagiário de criação: Rafael Gonçalves

Série Barracões SP: Primeira da Cidade Líder exalta Oxóssi nos 40 anos do renascimento de Pai Tinho no candomblé

Quatro décadas do nascimento espiritual de um babalorixá muito querido pelos sambistas paulistanos. No carnaval de 2025, a Primeira da Cidade Líder levará para o Sambódromo do Anhembi o enredo “Àjòdún Odé, em seus 40 anos de axé Pai Tinho celebra Oxóssi”, assinado pelos carnavalescos Ewerton Visotto e Cristiano Oliveira. O grande homenageado do desfile é o Orixá que rege o líder religioso, como forma de respeito à tradição do candomblé.

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A Primeira da Cidade Líder, que vem de carnavais nos quais brigou diretamente pelo acesso através de belos conjuntos visuais e canto animado, precisou renascer das cinzas após um incêndio que destruiu todos os seus carros alegóricos em construção em dezembro de 2024. Apesar disso, a escola impressionou ao ser a primeira a levar suas alegorias para o Sambódromo do Anhembi, sendo essa uma prova contundente do poder de superação da sua comunidade.

Celebrar Pai Tinho é o Ajodun a Oxóssi

O CARNAVALESCO visitou o barracão da Cidade Líder e conversou com o carnavalesco Cristiano Oliveira para conhecer detalhes de como a abordagem do enredo ocorrerá na Avenida. O artista, que é médico de formação, mas sempre foi um apaixonado por carnaval, tem passagens pela Locomotiva de Pirituba e Império Real, dos grupos da UESP. Estreando no Anhembi pela Líder, Cristiano falou sobre a inspiração para o enredo da escola e como o processo de desenvolvimento ocorreu.

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“Quando eu cheguei, os meninos tinham uma ideia, uma proposta de um enredo de temática afro e tinham duas linhas. Tinha essa questão do Pai Tinho, que tem uma importância muito íntima com a escola porque, quando os meninos assumem a diretoria da escola lá na UESP, eles pegam o pavilhão e a primeira pessoa para quem eles levam é para o Pai Tinho. O Pai Tinho tinha uma ligação muito forte já com a escola. Além dessa, também tinha uma ideia de fazer alguma coisa com um Orixá. Tinha uma história de Oxóssi, um Itan de Oxóssi que veio do Imperial, um compositor também, foi passada para eles. Eu falei assim: ‘deixa eu estudar um pouco essas duas temáticas e ver como que conseguimos juntar, se é que dá para juntar’. Quando eu fui pesquisar a história do Pai Tinho, que eu não tinha muito contato, descobri que ele era Pai Tinho D’Odé Oxóssi. Eu disse: ‘nós vamos unir essas histórias’. Quando juntei as duas coisas, o Ewerton foi com os meninos lá no terreiro conversar com o Pai Tinho, que compartilhou várias situações e citações. Ele falou um pouco sobre o Ajodun (celebração em iorubá), explicando que ele mesmo não desejava que fosse um enredo sobre ele. Não faria sentido para ele, um babalorixá, chegar e contar sua história dizendo: “Eu nasci assim”, e tal. Ele tem uma história muito rica, poderia contar mil coisas interessantes, mas não faria sentido espiritualmente falando. Dentro do candomblé, essas festas de bodas de comemoração de sacerdócio, que eles chamam Ajodun, não é o indivíduo que comemora, fala de si e faz uma festa para os seus, como se fosse uma festa de aniversário. É uma festa que você faz em homenagem ao seu Orixá, aquele para quem você se dedicou a sua vida”, explicou.

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Cristiano conta que a proposta é desenvolver uma narrativa onde Pai Tinho conta um Itan sobre a importância de Oxóssi em sua vida. Em iorubá, Itan é o termo utilizado para se referir a histórias sagradas.

“Esse enredo tem esse título porque ele é uma celebração a Oxóssi nos 40 anos de Pai Tinho. É igual a ideia do candomblé, Pai Tinho faz 40 anos, mas o grande homenageado é Oxóssi, e nós fazemos isso da seguinte maneira: O enredo é narrado em primeira pessoa, é o próprio Pai Tinho narrando a história da vida religiosa dele. Não é um enredo biográfico, ele não vai partir do nascimento físico do Pai Tinho, é do nascimento espiritual dele para Oxóssi. Ele vai contar o porquê que Oxóssi é tão importante na vida dele através de um Itan, que antes mesmo de tudo isso acontecer já era um Itan de renascimento, já tinha toda essa temática de renascimento, é um Itan importante, da saída da África para cá. Nessa linha da história, nesse Itan, lá no final, as histórias voltam a se cruzar. O início é o nascimento espiritual dele para Oxóssi e ele vai contar essa história do Oxóssi, de que maneira ele chegou lá da África para o Brasil. É uma homenagem segundo o candomblé. Nesses 40 anos, o Pai Tinho tem uma história linda, mas ele deve tudo isso ao grande Orixá, ao grande Pai, que é o Oxóssi”, afirmou.

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O carnavalesco explica que Oxóssi é um Orixá com maior popularidade no Brasil e, no enredo, isso será usado para narrar seu renascimento no país. Esse renascimento valoriza a celebração dos 40 anos de iniciação de Pai Tinho por também representar um renascer espiritual dentro da tradição do candomblé.

“Sempre quis que o enredo tivesse uma mensagem e esse Itan tem uma mensagem muito forte, a de renascimento. Na África, o culto a Oxóssi não é popularizado como no Brasil e uma das explicações para isso é a maldição da memória, que acomete as pessoas por conta de uma caçada errada que ele faz caçando serpentes. Eu tive liberdade poética para mostrar a promessa de Orumilá, que ele iria renascer no Brasil. Na nossa liberdade poética, ele renasce no Brasil, no próprio Ilê do Pai Tinho e no terreiro da Cidade Líder. A ideia do renascimento é muito forte, especialmente pensando na ligação entre África e Brasil e, mais intimamente, no ritual de iniciação, que é um verdadeiro ‘nascer de novo’, é uma mudança de vida muito grande. Se você conversa com pessoas que passaram por esse ritual, elas dizem que suas vidas mudaram completamente depois da iniciação. É uma experiência muito forte. A ideia de juntar isso e usar essa história para transmitir uma mensagem verdadeira surgiu daí. Lógico que, com o que aconteceu com a escola, o enredo ganhou ainda mais força, tanto que um dos versos mais cantados do nosso samba na quadra é a parte: ‘E renasceu’. Quando você ouve o finalzinho do samba, é algo surreal. É muito bonito ver, as pessoas se identificaram muito com isso”, disse.

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Buscas por referências e participação de Pai Tinho: as curiosidades do desenvolvimento

Até por conta da popularidade de Oxóssi, diferentes escolas já realizaram desfiles relacionados ao Orixá. Procurando fugir do óbvio, a Cidade Líder se aprofundou nos Itans para desenvolver uma narrativa original a nível de carnaval. A participação ativa de Pai Tinho no ciclo da escola, para Cristiano, também foi um ponto de destaque no desenvolvimento do enredo.

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“Tiveram várias coisas, mas uma das coisas que eu mais tentei buscar de referência foi entender esse reino do Ketu. Na nossa história, nós começamos na África, tanto é que nosso Abre-alas vai reproduzir esse reino. É difícil achar referências sobre Ketu enquanto reino porque na época era como se fosse uma cidade-estado, e ao contrário de outras localidades da África, hoje Ketu é praticamente um bairro de outras cidades, não tem muita coisa a respeito disso. Aí você encontra várias referências para justificar como Oxóssi se torna rei de Ketu. Essa variação de nomenclatura, esses detalhes da história dele, esse tipo de coisa me chamou muita atenção. Uma segunda coisa é o quanto o Pai Tinho consegue congregar as pessoas próximas a ele. Nós estivemos lá, pessoas da escola, em momentos diferentes, de festa e de rituais, eu mesmo fui lá algumas vezes. Todo o processo da comissão de frente foi acompanhado de perto por ele, ele sabe exatamente até a roupa que usamos. Uma das roupas da comissão é a mesma que ele usou no Ajodun dele, que ele cedeu para nós na própria festa de 40 anos dele. É bonito ver as pessoas que convivem no Ilê, como ele consegue reunir todo mundo, sempre muito próximo de nós desde o início do enredo. No dia do transporte das alegorias, ele veio aqui. Foi muito bonito ver essa proximidade que ele teve com a escola e a confiança que teve, sabendo que nós íamos conduzir essa história de uma forma que o honrasse, mas sobretudo honrasse o Orixá dele. Em relação à abordagem do enredo, embora já tenhamos tido outros enredos de Oxóssi na Avenida, em São Paulo e no Rio, não queríamos seguir esse caminho. Queríamos uma abordagem diferente, contar uma história de outra forma, que realmente cativasse as pessoas e acho que conseguimos muito isso. Fiquei muito contente de ver o envolvimento da comunidade, independentemente de as pessoas serem ou não da religião. Ver que elas se identificaram com a história foi muito gratificante”, afirmou o artista.

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Cidade Líder na Avenida: do Reino de Ketu ao renascimento no Brasil

O desfile da Primeira da Cidade Líder será dividido em três setores. O primeiro representará o Reino de Ketu, onde na crença do candomblé Oxóssi foi rei. O segundo setor contará o Itan da maldição do esquecimento, onde o Orixá perde suas memórias. O último segmento é o renascimento de Oxóssi no Brasil onde, como diz o samba, reina no terreiro da Líder.

“A comissão de frente é independente e trata-se desse encontro. Eu vou narrar assim: é um encontro de ancestralidades, vocês verão isso na Avenida. Eu diria até que é um encontro de ancestralidades muito além da África. Ela resumirá muito bem o que o enredo contará. Após isso, começamos os três setores. O primeiro setor é pelas bandas de lá. Iniciaremos no reino do Ketu e transportaremos as pessoas para esse reino, com uma linha cromática bem característica de lá, isso ficará muito evidente na Avenida. Começamos com cores mais relacionadas à terra, esse elemento presente no candomblé. No entanto, saímos da terra propriamente dita e avançamos para tons mais vibrantes, que culminarão no final com a escola explodindo em cores. Essa divisão cromática será bem visível. Partimos dessa África, pelas bandas de lá, e depois passamos pelo Itan, que é esse encontro da serpente com Xangô, que lança a maldição sobre ele. Finalmente, terminamos pelas matas de cá, que é o Brasil, representando o renascimento dele aqui. Fazemos essa viagem África-Brasil, tanto em termos de cores quanto de formas, acredito que isso ficará muito claro no desfile”, detalhou Cristiano.

A necessidade de construir novas alegorias após o incêndio não mudou a ideia original do projeto desenvolvido pela Primeira da Cidade Líder, mas obrigou a escola a se adaptar de acordo com os materiais que passaram a ter à disposição. Cristiano afirma que foi um processo desafiador, mas do qual a equipe orgulho.

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“A ideia não teve alteração. O que seria o carro 1, o que seria o carro 2, se manteve. O que mudou foi a proporção das coisas. Os carros da Cidade Líder eram menores, com chassis menores e no incêndio, mais do que perder o material, perdemos os chassis das alegorias. Isso foi o que mais nos deixou perdidos na época. Quando conseguimos as bases, os chassis emprestados de outras agremiações, levamos um susto. Saímos de carros pequenos e fomos para carros muito grandes, especialmente os fabricados, o maior desafio foi esse. Perdemos tudo, as esculturas, tudo, por isso não é um carnaval com muitas esculturas. Tem menos esculturas, mas um trabalho maior de forma, que era o que conseguíamos construir. Teve esse impacto de ter que mudar o tamanho e a proporção das coisas, consequentemente, acabamos mudando algumas linhas de material. Por exemplo, nosso Abre-alas, que pegou fogo, era 100% palha e já estava todo revestido. Sabíamos que não conseguiríamos usar a mesma quantidade de palha, com esse prazo curto, para revestir todo o Abre-alas e manter o mesmo tom e a mesma textura, então usamos outros materiais para construir esse mesmo efeito. Acho que, por sorte, entra muito a organização do Rodolfo e do Rodrigo, os dois juntos se completam muito. Falo para eles que aprendo todos os dias com eles sobre direção e garantia de que conseguiríamos manter a ideia do enredo, mesmo tendo que mudar proporções, materiais e tipos de escultura. Acho que conseguimos manter as ideias. Todo mundo brinca dizendo que vai ficar mais bonito do que estava. Não é isso, era uma outra proposta de material e todo mundo estava muito focado, foi isso que aconteceu. Os últimos dois carros que vão para a Avenida, pela questão do tamanho, foram ainda mais desafiadores. Reunir tudo, preencher os espaços e garantir os acabamentos foi bem difícil, mas, com certeza, estamos muito felizes e orgulhosos com o que vai para a Avenida”, explicou.

Organização é o trunfo da Cidade Líder para 2025

O ciclo do carnaval de 2025 da Primeira da Cidade Líder não se limita ao renascer das cinzas. Com a construção da quadra em estágio avançado, a ponto de poder já ser utilizada para ensaios, a comunidade passou a ter um ótimo lugar para desenvolver um senso de pertencimento, que é fundamental para qualquer escola. O carnavalesco aproveitou para exaltar o trabalho da diretora de harmonia Fabiana Lopes, que chegou no andamento desta temporada, ao destacar a organização da escola como o principal trunfo para a disputa do Grupo de Acesso 2.

“Acho que as pessoas, a comunidade, tiveram um papel fundamental. Houve um trabalho fantástico, que já era um dos objetivos do projeto antes do incêndio: trabalhar as pessoas, o canto, a harmonia e o envolvimento de todos. Com a quadra nova inaugurada, começa a surgir uma identidade. Eu sempre digo que as pessoas precisam de uma casa, uma identidade. Acho que isso faltava e era uma necessidade da Cidade Líder: ter essa sensação de casa. “Aqui é minha quadra, aqui é minha casa, aqui é meu terreiro”. Quando a escola passou a ter a quadra e esse trabalho semanal de ensaios, tudo mudou. No primeiro ensaio da quadra, as pessoas não estavam habituadas, com aquela sensação de estarem se acostumando com a casa nova, poucas pessoas presentes. No último ensaio, ver várias alas juntas e agregadas foi incrível, foi muito emocionante, eu vi pessoas da equipe com lágrimas nos olhos. Depois do ensaio técnico, acredito muito na força da comunidade e das pessoas pelo trabalho que foi feito. Aqui nós temos que mencionar a Fabi, que veio como diretora de harmonia para a escola. Ela tem uma relação muito afetuosa com os meninos, o que ajuda bastante. Ela conseguiu guiar a direção de harmonia e os diferentes setores da escola de forma muito organizada e com um pensamento mais estratégico. Não é nem só profissional, mas também um pensamento competitivo. Não podemos esquecer que o carnaval e a escola de samba são movimentos culturais com força própria, mas também fazem parte de uma competição e essa competição tem seu lado cruel, principalmente quando perdemos, mas é muito gostosa quando ganhamos. A Fabi trouxe um pouco dessa mentalidade de organização: se queremos ganhar e ter um bom resultado, temos que nos organizar, esse tem sido o grande trunfo da escola. A organização da escola, das pessoas e do canto é o que vai dar vida a tudo o que estamos querendo levar para a Avenida, eu acredito muito nisso”, concluiu Cristiano Oliveira.

Mensagem de Pai Tinho para a comunidade da Primeira da Cidade Líder

No dia do transporte das alegorias para o Anhembi, Pai Tinho deixou uma mensagem de motivação para toda a comunidade da Primeira da Cidade Líder. “Aproveitando realmente esse ensejo para transmitir a toda a grande comunidade da Primeira da Cidade Líder, a comunidade itaquerense, que nós estamos aqui no dia de hoje abençoados pela Lua que nos ilumina, levando as nossas alegorias que foram construídas em cima da lágrima e no momento de desespero. O Orixá, dentro da nossa tradição religiosa, nos ensina sempre a renovação. A terra está em renovação, as águas estão em renovação, os ventos se renovam e o Orixá, meu pai Oxóssi e todo o clã da mitologia iorubá nos renovou. A nossa história é uma história de coragem! Comunidade, o carnaval está pronto! Esse recado é para vocês. Nós estamos chegando!”.

Ficha técnica
Enredo: “Àjòdún Odé, em seus 40 anos de axé Pai Tinho celebra Oxóssi”
Alegorias: 2 carros + 1 quadripé + 4 adereços com rodas
Componentes: 850
Alas: 9
Direção de barracão e ateliê: Comissão de carnaval

Série Barracões SP: Inspirada na música ‘Clareou’, X-9 Paulistana transmitirá mensagem de resiliência no Anhembi

A epidemia de transtornos relacionados à saúde mental é uma realidade que não pode ser ignorada. Inspirada nos versos da música consagrada na voz de Diogo Nogueira e composta por Serginho Meriti e Rodrigo Leite, a X-9 Paulistana oferecerá uma mensagem de resiliência através do enredo “Clareou! Um novo dia sempre vai raiar”, assinado pelo carnavalesco Amauri Santos. O CARNAVALESCO visitou o barracão da escola, que retorna ao Grupo de Acesso 1 em 2025, para conhecer detalhes sobre o enredo.

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Música da vida das pessoas

O ciclo da vida da grande maioria das pessoas envolve a necessidade de superar dificuldades, e “Clareou” inspira muitos brasileiros a se reerguerem com seus versos suaves e acolhedores. Amauri Santos afirma que a proposta para o enredo da X-9 partiu do presidente Adamastor, que considera este samba “a música da sua vida”.

“Foi uma ideia do presidente Adamastor de fazermos essa que não é uma homenagem, mas sim uma inspiração na música “Clareou”. Nós não vamos falar da música especificamente, mas é, como eu disse, uma inspiração. O presidente me propôs, comecei a escrever e depois teve a chegada do Leonardo Dahi, o nosso enredista, com o qual fizemos essa parceria e que acho que veio muito a somar para o nosso trabalho. A música ‘Clareou’ é a música da vida de muita gente e eu não me ligava nisso. Tantas pessoas falam: ‘é a música da minha vida’. Do próprio presidente, ele fala que teve essa ideia por ter problemas que ele passou na vida e tinha essa música como tema da vida dele. Comecei a perceber que, se tratando de doenças também, de vários outros problemas, acho que é a música da vida de todo mundo. Uma música que foi gravada por vários intérpretes, inclusive um dos autores do nosso samba, que é o Diogo Nogueira. Acho que está tudo muito bem amarrado, eu gostei muito do samba”, declarou.

Tratando-se de uma música que inspira as pessoas, é natural que a própria construção do enredo leve a muitas ideias para o fortalecimento da proposta. O carnavalesco explicou como se deu o processo e destacou a parte da pesquisa que mais lhe chamou atenção.

“O desenvolvimento do enredo foi uma parceria com o Leonardo. Ele é um cara super inteligente, super cabeça aberta, e nós fomos dividindo muitas ideias. Nós ouvíamos a música ‘Clareou’ e eu não prestava tanto atenção, não ia tão profundo no teor da música. Mas acho que quando mergulhamos na pesquisa, as coisas vão surgindo à nossa frente, parece uma coisa divina mesmo. A primeira sinopse que escrevi eu achava bacana e tal, mas ia por outro caminho, então considero que a inspiração vai surgindo. Não que nós já tivéssemos algo muito modelado ali, e vem surgindo até hoje. Nosso enredo vem sendo construído desde o início, e nós viemos mudando algumas coisas, acrescentando. Não posso te dizer que algo me chamou muito mais atenção, talvez esse início de desfile com os povos originários. Eu descobri muitas coisas interessantes, muitas coincidências, muitas coisas que representavam algo muito bacana para os indígenas e que nós carregamos até hoje. Acho que esse primeiro setor seja algo que mais me surpreendeu na criação”, afirmou.

Transmissão da mensagem: a X-9 na Avenida

O desfile da X-9 Paulistana será dividido em três setores. O personagem central da trama é um cidadão brasileiro, apresentado na comissão de frente e que, após ouvir a música “Clareou”, passa a iniciar sua jornada de redenção.

Setor 1: Ensinamentos de fé dos povos originários
“Nós começamos escolhendo criar um personagem. Costumo dizer que no momento as pessoas estão querendo muito cuidar do corpo, mas estão esquecendo um pouco da mente, um problema presente no nosso dia a dia atualmente. Criamos um personagem que estará no início e no final do nosso desfile. Esse personagem se encontra para baixo até que ouve a música ‘Clareou’ e começa a pensar em quais caminhos ele pode tomar para se reerguer. Ele começa a pensar justamente na formação do nosso povo, que passou por tantas coisas. Ele vai primeiro nos povos originários para buscar seus ensinamentos como a fé, o amor e respeito à natureza e tudo o que ele encontrou de bacana nesse histórico de um povo que quase foi dizimado, mas que está resistindo até hoje. Ele vai buscar nos povos originários todos os ensinamentos para poder se recompor”.

Setor 2: A resiliência dos povos africanos
“Nosso personagem ouviu a música ‘Clareou’, que é composta de letra e melodia, sendo que a melodia é o samba, que vem da África. Entramos assim no segundo setor, o setor africano, em que nós também vamos falar de todos os ensinamentos desse povo que tanto sofreu, que essa página é infeliz, mas que fazem parte da formação do nosso povo e deixaram um legado para nós. Um povo que também está aí, e acho que hoje mais do que nunca, levantando a bandeira e mostrando que também são resilientes, são fortes, mais do que nunca tendo esse espaço e que não vai parar por aí”.

Setor 3: A redenção de mãos dadas com a X-9 Paulistana
“Esse personagem começa a se fortalecer, e assim entramos em um último momento, onde costumamos falar dessa rede de proteção que existe hoje da ciência de mãos dadas com a fé. Falamos de fé do início ao fim do nosso desfile, e tem vários personagens nesse último setor que nos auxiliam. Nós falamos que o nosso enredo é a X-9 estendendo a mão, mostrando o que pode fazer para quem não está vivendo um momento muito bacana. No final do desfile também fazemos uma homenagem à própria escola, dos nossos 50 anos de altos e baixos, de quedas e ascensões, e consideramos que está em um momento em que está se reerguendo, está recomeçando, porque o nosso objetivo não é parar por aqui e sim chegar ao Grupo Especial, que é a elite do carnaval. Nosso personagem chega até o final feliz por tudo isso, por todos esses ensinamentos, e ele vai agradecer no final do desfile. Tem detalhes que não podemos ainda explicitar, mas é bem por aí. Acho que é muito direto o nosso enredo”.

Do barracão à comunidade, os trunfos da X-9

O desafio de desfilar em um grupo acima do ano anterior é um desafio para todos os segmentos de uma escola de samba, e para a bicampeã do carnaval paulistano não é diferente. Amauri Santos afirma que os principais trunfos da X-9 Paulistana para encarar a missão de retornar ao Grupo de Acesso 1 estão na mensagem do enredo, na qualidade plástica do barracão e na força da comunidade.

“Sabemos das dificuldades. Sabemos o quanto é difícil para a X-9 que subiu agora do Acesso 2 para o 1, mas nós estamos acreditando muito que possa acontecer esse feito aí de chegar ao Grupo Especial. Acho que é mais a força, acho que muita gente aguarda a X-9 no Grupo Especial. Nós estamos fazendo um carnaval grande a nível X-9, e acho que a comunidade está chegando cada vez mais e forte, está cantando samba. Acredito muito no nosso samba e na nossa plástica. Acho que nós viremos com um carnaval muito, muito bacana. Acho que vamos com um enredo positivo, com um samba muito bacana e teremos uma plástica belíssima, tenho certeza, e vamos contar com a comunidade. Acho que esse é o conjunto que nós precisamos para chegar ao Grupo Especial. Sabemos o quanto é difícil, são oito escolas superpreparadas, mas nós temos essa fé de que vai acontecer”.

Recado do carnavalesco Amauri Santos para a comunidade da X-9 Paulistana

“Acho que é uma comunidade que ainda está cicatrizando algumas feridas, mas que eu tenho certeza de que durante esse carnaval, eles acreditem muito no que está acontecendo. Após esse carnaval, eles terão certeza de um resgate da X-9 Paulistana. É uma esperança, uma expectativa muito grande de chegarmos ao Grupo Especial. Nós queremos isso: trabalhar a emoção do componente, trabalhar a emoção do espectador. Desde o início, acho que todos nós nos emocionamos com a forma de fazer o carnaval e nós queremos transmitir isso. Como eu falei antes, queremos que esse desfile seja um estender de mão da X-9 para quem está precisando se reerguer. Com a força do carnaval, acredito que muitos corações serão tocados, com toda certeza”.

Ficha Técnica
Enredo: enredo “Clareou! Um novo dia sempre vai raiar”
Componentes: 1200
Alas: 15
Alegorias: 3 carros
Diretor de barracão: Aldieres Batista (Popeye)
Diretor de ateliê: Willian Siqueira e Rogério Monteiro (Sapo)

Série Barracões SP: Independente Tricolor busca retorno ao Grupo Especial com enredo crítico sobre a Independência

A escola de samba Independente Tricolor prepara-se para o desfile no Grupo Acesso 1 com o enredo “Gritos de Resistência”, uma abordagem crítica sobre o 7 de setembro, destacando que a Independência do Brasil foi um marco voltado principalmente para a elite do país. A agremiação será a terceira a desfilar no dia 2 de março, com o objetivo claro de reconquistar sua vaga no Grupo Especial de São Paulo.

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O CARNAVALESCO visitou o barracão da escola e conversou com o carnavalesco André Martins, responsável pelo desenvolvimento do enredo. Segundo ele, a proposta surgiu de uma diretriz do presidente da agremiação, que mantém há anos uma linha de abordagem histórica em seus temas.

“O enredo partiu de uma sugestão do presidente para seguirmos com temas sobre a história do Brasil. Fiz pesquisas, resgatei materiais antigos e consolidamos o conceito de ‘Gritos de Resistência’. Queremos mostrar que o 7 de setembro foi um marco inicial, mas atendia aos interesses da alta sociedade, não correspondendo ao imaginário popular sobre o ‘grito da independência'”, explicou.

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Estrutura grandiosa e novidades no desfile

Confiantes na vitória, a escola investe em um projeto detalhado. “O triunfo deste ano está nas alegorias repletas de teatralidade. Além disso, teremos um destaque inédito: o setor frontal da escola contará com um coro intenso, algo que não era comum em nossos desfiles”, adiantou Martins.

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A Independente Tricolor desfilará com: 17 alas; 3 alegorias; 1 quadripé; 1.700 componentes. A aposta é combinar crítica histórica com espetáculo visual, numa tentativa de garantir o tão desejado acesso ao Grupo Especial.

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Orgulho e emoção: comunidade da Unidos da Tijuca celebra ter Lucinha Nobre como porta-bandeira

Lucinha Nobre, uma das maiores porta-bandeiras da história do carnaval, voltou para Unidos da Tijuca para o Carnaval 2024. Ela começou cedo no mundo do samba, sendo lapidada em quadras e ensaios, onde desenvolveu a leveza, a graciosidade e a firmeza que definem seu estilo inconfundível. Desde o ano passado, ela dança com o mestre-sala Matheus. O CARNAVALESCO ouviu integrantes da escola do Borel que afirmaram a devoção para a sambista.

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Foto: Leo Queiroz/Divulgação Rio Carnaval

“Lucinha é a nossa rainha, a gente já se acostumou com a presença dela, com o brilho, com o encanto dela e com certeza vai ser mais uma somatória de pontos lá na hora da apuração porque a Lucinha e isso, ela é a Tijuca”, afirmou Luciana, de 40 anos, designer de sobrancelhas e componente de ala da escola. Esse sentimento de resgate às raízes é compartilhado por muitos componentes, até mesmo os veteranos, que consideram que ela significa verdadeiramente a condução do pavilhão tijucano.

A integrante da ala das baianas, dona Maura, de 74 anos, desejou boa sorte no desfile de 2025. “Ela faz parte por muitos anos da escola. Significa muito para o pavilhão da Unidos da Tijuca. É nota 10”.

Para os tijucanos, 2025 promete ser um carnaval marcante. A confiança no trabalho de Lucinha Nobre não se limita ao desempenho técnico, mas ao que ela representa para a escola. “A Unidos da Tijuca é uma escola que fala ao coração dela e isso faz muita diferença da representação que ela vai trazer na avenida”, destaca a servidora pública Adriana Oliveira, de 45 anos, componente da ala da escola.

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Foto: Adriano Fontes/Divulgação Rio Carnaval

Lucinha Nobre é um dos grandes nomes da folia carioca, com uma trajetória que combina técnica, paixão e dedicação. Entre as escolas por onde passou, além da Unidos da Tijuca, ela defendeu com maestria bandeiras de agremiações como Portela e Mocidade Independente de Padre Miguel, mas ela afirma que o pavilhão tijucano tem seu coração.

“’A Tijuca é um caso de amor antigo, e uma escola que me conquistou, que eu sempre frequentei, onde eu sempre mantive as minhas amizades quando estava fora. O presidente Fernando Horta é um paizão! Aqueles pais que cobram, que não acariciá de jeito nenhum, mas é um cara que tá sempre me defendendo, sempre me protegendo. Tudo o que ele fala é o melhor pra mim. A gente conversou muito em relação ao ano passado, as mudanças que deveriam acontecer e com relação a esse carnaval e está sendo maravilhoso”, declara Lucinha.

Uma parceria promissora

A expectativa recai sobre a química entre ela e o mestre-sala Matheus André, uma parceria que é decisiva para garantir as tão almejadas notas 10. “É um grande prazer. Está sendo um privilégio trabalhar com uma porta-bandeira que tem tanta bagagem, tanta história’’, diz o mestre-sala que está iniciando a sua carreira.

Matheus comenta sobre a relação de trabalho dos dois. “A cada dia a gente está sempre trocando, aprendendo, renovando, a gente tem muito isso, a gente tem muita troca”.

Trabalho é o que não falta! O mestre-sala conta que estão trabalhando sem parar desde o encerramento do carnaval de 2024 para dar bastante intensidade e mostrar o que de fato vão representar na avenida em 2025.