Em 2020, Benjamin de Oliveira completava 150 anos. Dono de circo, palhaço, dramaturgo, ator, cantor, compositor, músico. Muitos desses talentos foram exaltados durante o desfile do Salgueiro no Carnaval de 2020. Mas agora é a vez dos palcos.
Foto: Paulo Aragon/Divulgação
Com produção em desenvolvimento desde 2018 e alavancado graças às inspirações do desfile do Salgueiro, o musical “Benjamin – O Palhaço Negro” traz o picadeiro aos palcos numa mistura lúdica de passado e futuro. Uma companhia mambembe fracassada resolve criar um novo espetáculo, já sem esperanças de sucesso, têm um encontro com Benjamin, fundador da trupe, informação que, até então, era desconhecida aos artistas. Contando a história de Benjamin, o espetáculo espelha passado e presente, mostrando a luta e o preconceito vivido pelo povo negro desde lá até hoje.
Com direção de Tauã Delmiro, idealização de Isaac Belfort, texto de Rebeca Bittencourt e direção musical de Nakiska Muniz, o espetáculo visa levar a história do palhaço negro e a voz de artistas pretos aos palcos com um grito de luta contra a opressão, trazendo junto a ele uma celebração ao artista inovador e inspirador que foi Benjamin, e que a história tentou abafar. No palco, nove artistas negros de musical darão vida a trajetória: Layla Santos, Isaac Belfort, Elis Loureiro, Maria Antônia Ibraim, Marcelo Vittória, Peterson Ferreira, Alex Carbral, Sara Chaves e Léo Araújo como ator convidado.
A peça, realizada pela Belfort Produções, tem previsão de estreia para abril de 2022 no Rio de Janeiro, com ingressos a preços acessíveis para maior acessibilidade e democratização do público. Para mais informações sigam o perfil do espetáculo @musicalbenjamin
A Unidos de Vila Isabel definiu nessa semana o planejamento de retomada das atividades da escola após o longo período de pausa nas operações devido a pandemia da Covid-19.
De acordo com o presidente Fernando Fernandes, com o avanço da vacinação e o controle de casos na cidade do Rio já é possível reiniciar o planejamento visando o carnaval 2022:
“Desde o início da pandemia nosso foco foi paralisar as atividades para evitar a disseminação do vírus de acordo com as orientações das autoridades de saúde do Rio. Agora, com a vacinação em ritmo acelerado, já é possível planejar o processo de retomada da escola e das atividades sociais e culturais que tem forte impacto na nossa comunidade”.
A escola informa ao público que o enredo em homenagem a Martinho da Vila será mantido e está com toda fase de criação pronta. Os 16 sambas concorrentes seguirão para a disputa que deverá ocorrer no 3º trimestre desse ano.
O primeiro evento da escola acontecerá entre agosto e setembro, fechado a convidados e segmentos, com a reinauguração da quadra de ensaios na Av. 28 de setembro, que recentemente passou por reformas de melhorias da infraestrutura. As datas das demais atividades serão anunciadas em breve.
No próximo carnaval, a Unidos de Vila Isabel será a última escola a desfilar na segunda-feira de carnaval com o enredo “Canta, Canta, Minha Gente! A Vila é de Martinho!”, em homenagem a Martinho da Vila e desenvolvido pelo carnavalesco Edson Pereira.
O apresentador do Globo Esporte, dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial e comentarista esportivo, Alex Escobar, é o enredo da Acadêmicos da Abolição para o Carnaval de 2022. O título é “É samba, é popular. É Alex Escobar”.
Carioca, suburbano e espontâneo, no coração a estrela de Padre Miguel e o América lhe fazem vibrar, deixou a aviação para voos maiores, conquistou torcedores, ama o samba e tem um carisma popular.
“Primeiro de tudo é uma grande honra e emoção ser o enredo da Acadêmicos da Abolição. Eu nunca imaginei que chegaria esse momento de ter a história da minha vida contada no carnaval, darei tudo de mim para fazer uma linda festa. Será um dos dias mais felizes da minha vida”, disse Alex Escobar.
A Beija-Flor de Nilópolis foi a primeira escola de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro que retomou sua disputa de samba-enredo para o Carnaval 2022. A noite de quinta-feira foi ainda mais especial na Baixada Fluminense. O site CARNAVALESCO esteve presente, e, além de ouvir torcedores e componentes nilopolitanos sobre o enredo “Empretecer o Pensamento é Ouvir a Voz da Beija-Flor”, e o retorno para o solo sagrado do samba. Aliás, a abertura da noite foi com um rufar da bateria em homenagem ao ex-diretor Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, o Laíla, que faleceu em junho. * VEJA AQUI FOTOS DA VOLTA
Fotos: Magaiver Fernandes
Ao ser perguntado sobre o retorno do samba, mestre Rodney não escondeu a emoção. “Devolveram nossa vontade de viver. A vida do sambista estava vazia. Sem a sua quadra, a disputa de samba. Estou feliz. Ainda não sei quando voltará o ensaio da bateria. Não faço nada sozinho. Tenho o consenso com toda direção. A escola preza pela vida do componente”. * OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES DA BEIJA-FLOR
Rodney disse que acredita muito no sucesso do enredo. “O enredo representa o negro tendo voz. Chega de ser o pobre. É o rico, inteligente, educado. O negro sempre foi crucificado”.
‘A Beija-Flor é minha vida’
Desfilando na Beija-Flor há 20 anos, sendo sete na bateria, Carlos Alexandre, que é da ala de cuíca, criado em Nilópolis e personal da rainha de bateria, Raissa, revelou para o CARNAVALESCO o que sentiu quando entrou na quadra da azul e branco. * SIGA O CARNAVALESCO NO TWITTER
“A Beija-Flor é minha vida. Senti uma energia fora do comum. Estava com muita saudade. A Beija-Flor é uma família. Quando entrei e passei pelo portão fiquei todo arrepiado. É uma energia muito positiva. Acredito no desfile em 2022. Tenho certeza que os responsáveis pelo carnaval estão fazendo de tudo para dar certo. A vacinação consiga chegar até 75% da população prevista para agosto e que seja o melhor carnaval de todos os tempos. O nosso enredo representa muito pra mim e para escola. A Beija-Flor vai falar não só do racismo, mas também dos grandes negros da história e que foram esquecidos. Vamos mostrar de um jeito que não foi apresentado na Avenida”.
Para a baiana Eliana de Paula Silva, a previsão é que o retorno com o primeiro encontro cresça ainda mais nos próximos cortes de samba.
“Me senti bem ao voltar para quadra. Gostei de ter voltado. Me apaixonei pela ala de baianas há sete anos e hoje estou também no grupo que faz os shows. Ficamos esse tempo todo sem nada, daqui para frente será melhor. Acredito que teremos os desfiles em 2022. Nosso enredo é muito bom. Importante falar para acabar com o racismo”.
Onze anos desfilando como passista da Beija-Flor, Sabrina Coradini, já vacinada por atuar na área da saúde, também enalteceu o enredo da Beija-Flor para o ano que vem.
“Foi muito complicado ficar esse tempo fora. Trabalho com carnaval. Hoje, eu senti um alívio. Já estou vacinada por trabalhar na área de saúde e tenho uma gratidão muito grande. O enredo da Beija-Flor é muito forte. Ele explica e exalta o que o negro conquistou”.
Os torcedores Yago Borges e Daniel Napoleão citaram a relação de amor e carinho que possuem com a Beija-Flor de Nilópolis.
“Em senti renovado. Voltar no lugar que você gosta muito e se sente bem. A quadra é minha sala de estar da minha casa. Estou muito esperançoso que aconteça o carnaval em 2022”, afirmou Yago.
“Passou um filme na minha cabeça de como a gente tem que lutar pelo carnaval, dar voz para as pessoas, resistir, continuar buscando cada vez mais o carnaval na minha vida. A Beija-Flor é muito comunidade e esse enredo representa o povo preto de Nilópolis. É ver minha história e da minha família na Avenida”, comentou Daniel.
Durante a divulgação de mais um boletim epidemiológico do município, na manhã desta sexta-feira, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, falou sobre o avanço da vacinação na cidade e traçou metas para o carnaval do município. A capital já tem 64,2% vacinados com a primeira dose e 23,4% com a segunda dose, sendo 127.561 com dose única. A previsão da secretária municipal de Saúde é terminar a vacinação das pessoas até 18 anos no mês de novembro de 2021.
Foto: Marcelo Piu/Prefeitura do Rio
“A campanha de imunização, a partir do momento em que a gente anuncia que todo mundo vai estar vacinado com a primeira dose até 15 de agosto. Joga três meses para a frente, você imagina aí que em novembro todo mundo na cidade do Rio já vai ter tomado as duas doses. Você chega a 100% da população-alvo aí da campanha totalmente vacinada. Isso significa vida normal. Carnaval é uma celebração complexa, que exige muita preparação”, disse.
Eduardo Paes falou também do contrato assinado com a Liesa e do apoio para todas escolas de samba do carnaval do Rio de Janeiro.
“Assinamos com a Liesa até trazendo uma inovação, fazendo contrato de quatro anos, dando garantia aos organizadores do carnaval de que amanhã, mesmo entrando um doido aqui na prefeitura, com as loucuras que a gente viu nos últimos anos, ainda haja essa estabilidade. Vamos em breve assinar um convênio de apoio às escolas de samba. Com as cláusulas lá, enfim, de que não havendo carnaval, aquilo ali fica garantido para a posterior data marcada da festa. Então a gente vai trabalhar com a hipótese de que vai ter carnaval”, frisou o prefeito.
O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Perlingeiro, celebrou a assinatura do contrato com a Prefeitura do Rio para o Carnaval de 2022 e que terá validade até os desfiles de 2025. Ao site CARNAVALESCO, o dirigente explicou a importância do acordo. * LEIA AQUI: GABRIEL DAVID CELEBRA ASSINATURA DO CONTRATO
Foto: Henrique Matos/Liesa
“Traz para Liga uma tranquilidade muito grande. O contrato nos propicia iniciarmos oficialmente o carnaval de 2022, já com possível venda de ingressos no mês que vem e que a TV Globo nos atenda diretamente. Facilita também para o pagamento da primeira parcela (dos direitos de transmissão). Essa assinatura foi de suma importância. Desde o dia 19 de março que a nova diretoria da Liesa vem trabalhando e tratando de tudo do carnaval. O contrato nos qualifica e entrega o Sambódromo da Marquês de Sapucaí”.
“Isso me sinto muito envaidecido. Desde que estou na Liga, há mais de 37 anos, sempre briguei por um contrato mais longo com a prefeitura. É muito importante para todas escolas. O prefeito é um profundo conhecedor e adepto do carnaval e nos propicia que agora a gente possa assinar contratos com parceiros comerciais, fornecedores e até compradores de camarotes. Agora, podemos comercializar os espaços por até quatro anos. Agradeço muito o cuidado da prefeitura e Riotur com todo o carnaval do Rio de Janeiro. Antes, a gente assinava o contrato em outubro, novembro e até dezembro. Dessa vez, não. Assinamos o contrato faltando oito meses para o carnaval, quatro anos de garantia e novas vitórias vão vir”.
Na manhã desta quinta-feira, representantes da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) estiveram na Riotur, na Cidade das Artes, Zona Oeste do Rio, para assinatura do contrato para realização dos desfiles no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Pela primeira vez, o poder público assinou o acordo com as escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro, através da Liesa, com duração de quatro anos, ou seja, até o Carnaval de 2025.
Foto: Reprodução de internet
O prefeito Eduardo Paes prometeu na campanha eleitoral que apoiaria e reconheceria a importância das escolas de samba do Rio de Janeiro e o seu fundamental trabalho social e mostrou que está realmente com os sambistas. Agora, a Prefeitura do Rio fará a publicação no Diário Oficial da cidade do acordo e do apoio que será dado para todas doze agremiações.
O diretor de marketing da Liesa, Gabriel David, celebrou a assinatura do contrato em uma publicação nas suas redes sociais.
“Estou muito feliz. Agradeço ao prefeito Eduardo Paes e a Riotur, grandes parceiros do carnaval. Nesses últimos três meses que estamos na Liga temos nos esforçado para mudarmos as situações pontuais e de extrema importância para a base organizacional do carnaval. Esse contrato com a prefeitura era a nossa grande prioridade. Conseguimos a assinatura e mudanças muito importantes para Liga, prefeitura e Riotur. É só o início, tem muita coisa para fazer, mas é um passo muito importante. Vamos olhar para frente”, disse.
Na esperança de voltar em breve com as atividades de quadra devido à aceleração da campanha de vacinação contra a Covid-19, o Salgueiro já se movimenta rumo à retomada do processo para escolha do samba que representará o enredo para seu próximo desfile. Com o concurso parado desde dezembro de 2020, a escola apresentará o tema “Resistência” na busca do seu décimo título no carnaval carioca, retratando locais do Rio de Janeiro marcados como pontos importantes de resistência cultural preta.
Foto: Ewerton Pereira/Divulgação Salgueiro
Após reunião com os compositores, a diretoria autorizou àqueles que queiram realizar ajustes em suas obras a fazê-lo, dentro de um prazo estabelecido pelos responsáveis do concurso, conforme explica Alexandre Couto, diretor de carnaval.
“Nosso enredo é de extrema relevância social e cultural e entendemos que muitos foram os acontecimentos que permearam a inspiração dos nossos poetas na construção de cada obra, no momento que o enredo foi lançado. Temos uma safra riquíssima, com sambas que tendem a tornar-se verdadeiros hinos e queremos deixar os nossos poetas, caso sintam essa necessidade, aflorarem ainda mais essa veia artística, inserindo ou ajustando o que acharem que é preciso, sempre levando em conta a sinopse extremamente clara, objetiva e forte que temos. Nosso presidente está muito confiante no enredo e no talento do Alex de Souza”, conta ele.
O novo calendário da disputa está sendo preparado com retorno do concurso em agosto, quando as parcerias voltarão a apresentar-se dentro das regras estipuladas no período.
Por iniciativa da porta-bandeira da Beija-Flor, Selminha Sorriso, a Prefeitura de Nilópolis vai adotar o ensino sobre a cultura afro-brasileira nas escolas da rede municipal de ensino, atendendo uma lei federal brasileira.
“Vamos trazer para dentro da nossa educação ensinamentos sobre a cultura afro-brasileira”, disse o prefeito de Nilópolis, Abraão David Neto, conhecido como Abraãozinho (PL).
Foto: Divulgação/Prefeitura de Nilópolis
Uma das sugestões propostas por Selminha Sorriso é ter o ensino sobre a história da escola de samba Beija-Flor, uma das maiores campeãs do carnaval do Rio de Janeiro.
“Pensamos em fazer feiras culturais com exposições, de maneira presencial ou virtual (dependendo da situação) e concurso de redações. Para que os alunos tenham entendimento de como foi fundada a Beija-Flor que levou para o mundo, o nome do município em que eles vivem. Neste cenário, é fundamental para os jovens compreenderem a importância da ascensão da escola no desenvolvimento de Nilópolis”, contou Selminha ao site CARNAVALESCO.
No trabalho dentro do departamento cultural da Beija-Flor, Selminha e outros torcedores da azul e branco (Arthur Arenari, Carlos Torres, Cobasky Corrêa, Felipe Andrade, Isaac Argolo, Ivson Monteiro de Gusmão, Luciane Nascimento, Luciene Dias, Matheus da Cunha.) resgataram a história da escola, valorizando e restaurando os troféus.
“Pretendemos fazer o resgate da memória de componentes ilustres que desfilaram e contribuíram para o sucesso da escola”, completa a porta-bandeira.