Presidente da Liga-SP ressalta que os desfiles movimentam a economia com empregos diretos e indiretos
A Liga-SP começou na sexta-feira de carnaval a divulgação de vídeos especiais com todas escolas de samba. Na abertura do projeto “Carnaval Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de São Paulo”, o presidente Sidnei Carriuolo falou sobre o momento das agremiações.

“Esse reconhecimento como patrimônio é o primeiro passo, o início de tudo. A gente tem por objetivo desvendar o mundo do carnaval. O que acontece, não só o resultado final. É o trabalho das escolas de samba durante o ano inteiro. A gente tem a responsabilidade de não decepcionar o povo paulista. Movimentamos a economia local, com empregos diretos e indiretos. A gente gostaria que olhassem para gente como trabalho cultural e que traz benefício e visibidade para o carnaval de São Paulo”.
O dirigente também falou sobre a gestão na Liga-SP. “Estou presidente da Liga, minha ideia é fazer uma passagem rápida, tentar mudar algumas situações do samba, a pandemia atrapalhou, mas estamos firmes e fortes para seguir nessa caminhada”.
Carnaval 2022 terá novo horário de início dos desfiles do Grupo Especial
O regulamento do Carnaval 2022 contém uma mudança no horário de início dos desfiles nos dias 22 e 23 de abril de 2022. Diferente de 2020, a primeira escola de cada começará às 22h e não às 21h30. Na sexta-feira, a abertura é com a Imperatriz Leopoldinense, campeã da antiga Série A. No sábado, o início será do Paraíso do Tuiuti. O desfile das campeãs está marcado para 30 de abril e o início às 20h. * OUÇA AQUI OS SAMBAS DO GRUPO ESPECIAL PARA 2022

No dia 22 de abril de 2022 vão passar pela Marquês de Sapucaí: Imperatriz, Mangueira, Salgueiro, São Clemente, Viradouro e Beija-Flor. No dia 23 de abril estão escaladas: Paraíso do Tuiuti, Portela, Mocidade, Unidos da Tijuca, Grande Rio e Vila Isabel. O tempo de duração do desfile de cada escola de samba será de, no mínimo, 60 (sessenta) minutos e, no máximo, 70 (setenta) minutos.
Concentração
As escolas de samba, cuja posição na ordem de desfiles correspondam à numeração par, deverão se concentrar a partir da lateral do setor 01 no sentido do edifício
“Balança Mas Não Cai”. As escolas de samba, cuja posição na Ordem de desfiles correspondam à numeração oímpar, deverão se concentrar a partir do prédio do Juizado de Menores, no sentido dos prédios da Cedae e dos Correios.
Alegorias e obrigatoriedades
O regulamento deixa claro que a comissão de frente deve, obrigatoriamente, fazer sua apresentação diante do setor 3, ou seja, antes da primeira cabine de jurados. Além disso, cada escola poderá levar no máximo 30 componentes à frente do desfile com camisas da agremiação ou da diretoria. Na parte final será permitido o limite de até 100 componentes com camisas de apoio ou de amigos da escola.
O número mínimo de alegorias ficou definido em quatro e o máximo de seis, com apenas uma alegoria acoplada. Cada escola poderá levar até três tripes, com duas pessoas, além do elemento cenográfico da comissão de frente.
Sobre desfilantes: desfilar com o mínimo de 2.500 (dois mil e quinhentos) e até o máximo de 3.200 (três mil e duzentos) componentes, já considerados, neste total, os destaques e/ou composições que se apresentarem sobre as alegorias, em desfile.
Corpo de jurados: Será por 45 julgadores, sendo cinco para cada um dos nove quesitos. O sorteio dos módulos de julgamento será no dia 11 de abril. Pela primeira vez, os julgadores vão ficar hospedados em um hotel durante os dias dos desfiles. A Liesa escolheu o Novotel RJ Porto Atlântico, no Santo Cristo.
Nova coluna do ‘Roteiro dos Desfiles’ aposta no humor para entreter seguidores
A revista mais querida da Sapucaí, o “Roteiro dos Desfiles” – diga-se de passagem, é a única publicação do Carnaval brasileiro a mostrar em detalhes, ala a ala, o que passa no Desfile das Escolas de Samba – estreia, no dia 6 de março, a coluna “Roteiro na Gandaia” no Instagram e Facebook da publicação.

A coluna idealizada por Luciana Baia, produtora dos libretos “Roteiro dos Desfiles”, tem direção e apresentação da artista multimídia Mariana Pinho. Com episódios marcados por um humor ágil e inteligente, uma linguagem informal e figurinos que expressam cores em movimento, “Roteiro na Gandaia” traz tudo o que acontece nos bastidores do Carnaval, dando visibilidade aos componentes das escolas de samba e, ao público nacional e internacional.
Segundo Mariana, o objetivo é expandir, cada vez mais, a importância dos roteiros como agente cultural e educativo para o grande público, sobretudo, para os turistas estrangeiros.
“Como tradutora dos guias, aliada aos meus trabalhos desenvolvidos no exterior, meu canal de comunicação ampliou para que muitos estrangeiros viessem ao Brasil, durante o Carnaval, devido a este potente veículo, editado em português e inglês”.
Assim como os libretos, a coluna também é bilíngue com scripts pautados em diálogos, misturando dramaturgia, stand up e efeitos visuais, relacionados às manifestações populares e as redes sociais.
“Tudo nasce das experiências coletivas ou individuais de pessoas que vivem intensamente os dias de folia, no Brasil e no mundo. São histórias, curiosidades, inquietações… A ideia é gandaiar levando informações instantâneas e recheadas de humor, com foco na alegria e na espontaneidade criativa do carnaval”, completa a diretora.
O início das gravações acontecem no próximo final de semana, 26 e 27, durante o evento “Abertura do Rio Carnaval”, que será realizado pela Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), na Cidade do Samba.
Como fruto de um trabalho que já vinha sendo elaborado durante alguns anos, a coluna é produzida pela Cia Multiplicar e Gandaia Arts – organização, que promove intercâmbio cultural através de programas e eventos educacionais, com artistas brasileiros em Londres, na Inglaterra, além de outros países europeus.
“No Carnaval 2020, já havíamos experimentado algo parecido, mas os planos entraram em quarentena com a chegada da pandemia. Hoje, o Carnaval é sinônimo de comemorar a vida e nada melhor do que agregarmos aos roteiros uma peça de humor que – certamente – vai conectar mais pessoas ao nosso conteúdo”, finaliza o idealizador dos guias Roteiro dos Desfiles, Marcos Roza.
Serviço:
Coluna: “Roteiro na Gandaia”
Direção e apresentação: Mariana Pinho
Estreia: 6 de março
Exibição: Instagram e Facebook (@roteirodosdesfiles | Roteiro dos Desfiles)
Personalidades das escolas avaliam nova pista e iluminação cênica do Sambódromo
O site CARNAVALESCO ouviu personalidades do carnaval carioca sobre a nova pista de desfiles e a iluminação cênica para o Carnaval 2022.

Selminha Sorriso, porta-bandeira da Beija-Flor
“Vai refletir muito no nosso bailado pois a pista estava desnivelada, realmente nós tínhamos problemas técnicos algumas vezes. Até mesmo na cabine julgadora. O Claudinho teve uma queda, não lembro em que ano, justamente pela pista estar irregular e desnivelada. Hoje, sabendo que a pista foi aprovada por todos nós sambistas que testamos aqui, a pintura, eu testei a nivelação. É um ganho, uma grande vitória recomeçar com essa pista linda, com essa iluminação de primeiro mundo”.
Alexandre Couto, diretor de carnaval do Salgueiro
“A iluminação, ela já diz, é luz. Luz na nossa vida é a melhor coisa, é coisa divina vamos dizer assim, ela vem de Deus. Sensacional esse teste de luz que a Riotur está fazendo, e que vai colocar para gente. E, a gente já começa a pensar no futuro. O que que a gente vai poder fazer no futuro e trabalhar no desfile com essas luzes novas de led, até no trabalho que a gente está vendo aqui de mudança de cor e tudo. Tem uma importância muito grande no nosso carnaval porque quando a gente está renovando é sinal que a gente está melhorando. Cada vez mais a gente pode acreditar que o nosso produto está sendo valorizado e a gente está acreditando. É com muito orgulho que a gente recebe esse trabalho da Riotur, para gente, cada vez mais ser valorizado e a prefeitura que faz um trabalho exemplar na regência do nosso prefeito”.
Squel, porta-bandeira da Mangueira
“Isso aqui é um patrimônio nosso, a gente tem que preservar. Temos que ter orgulho porque aqui é feito o maior espetáculo a céu aberto do mundo. Somos nós que produzimos. Esse espetáculo merece ter uma boa estrutura, e o seu público merece ter uma boa qualidade para assistir aos desfiles, para poder chegar aqui, as escolas terem um espaço decente, adequado para desenvolver o seu trabalho e mostrarem um grande carnaval. Já diz na constituição, é dever promover a cultura. E, está sendo feito isso. Que bom que está sendo feito, que bom que está sendo visto e respeitado”.
Daniel, mestre-sala da Grande Rio
“É muito bacana isso que a gente está vendo aqui. E como estamos há dois anos sem carnaval, e agora retornando, a gente tendo a confirmação de que realmente vamos ter, a gente ver as frisas montadas, isso para gente traz uma tranquilidade, um afago. E, eu gostei também dessa iluminação, acho que vai fazer toda uma diferença para gente no desfile”.
Taciana, porta-bandeira da Grande Rio
“É um carinho com os casais, bastante, também vai diminuir o ritmo de quedas, de lesões, e também toda a iluminação que colocaram acho que vai ser o diferencial para o próximo carnaval”.
Junior Escafura, membro da comissão de carnaval da Portela
“A importância é muito grande, eu acho que agora os carnavalescos vão ter a oportunidade de trabalhar melhor partes de luz na Avenida, e, graças a Deus, a Portela tem Renato Lage que é um craque em iluminação”.
Dandara, porta-bandeira do Tuiuti
“Para gente é muito importante um piso adequado para gente poder dançar, com menos ondulações, com menos buracos para gente. Eu acho que é uma das melhores boas-vindas para o próximo desfile”.
Dudu Azevedo, diretor de carnaval da Beija-Flor
“Há muito tempo os artistas, nossos carnavalescos, artistas que fazem essa plástica maravilhosa multicolorida das escolas de samba, clamam por uma iluminação que não seja só aquele branco que reluz na nossa pista. Então, uma iluminação que a gente pode fazer um contraste, fazer uma penumbra, fazer uma cor diferenciada para aquele momento do espetáculo, só tem a engrandecer essa ópera ao ar livre que passa aqui na Marquês de Sapucaí”.
Diogo, mestre-sala da Mocidade
“A princípio, graças a Deus, está uma pista deliciosa, ainda mais pelo horário, que começa os desfiles. Para a gente é muito importante ter uma pista menos escorregadia, com a pintura ok. Para a gente é muito importante tudo isso, dá mais segurança, não é somente uma questão de brilho para Sapucaí, é a nossa segurança também. E, agradecer à Liesa por esse carinho, por essa preocupação com a gente”.
Bruna, porta-bandeira da Mocidade
“Agora vamos só ver, esperar o tempo, porque assim como o Diogo falou, está maravilhoso, a pista está ‘alinhadinha’, está maravilhosa. Agora vamos ver com chuva, se vai funcionar, mas creio que vai funcionar sim porque eles pensaram muito bem na pintura, teve teste da tinta também, nós estávamos aqui presente, então acredito que vai dar tudo certo”.
Thiaguinho, mestre-sala da Imperatriz
“Eu estou gostando, cara, eu fico feliz que a prefeitura olhou com mais atenção para os detalhes do nosso espetáculo. Porque quem olha de fora acha isso tudo lindo, agora pisa na Sapucaí, vê se o chão está adequado para você dançar, vê se a iluminação está adequada para que os julgadores possam enxergar detalhes dessa fantasia. Hoje sim, a gente pode falar que a Sapucaí está preparada para um grande espetáculo”.
Dias de carnaval, dias de jogos de cassino…
A empolgação com a chegada do carnaval em nosso país começa a aumentar e também é um bom momento para comemorar brincando. Neste caso com as máquinas de jogos caça-níqueis virtuais.
Como sabemos, todas as máquinas caça-níqueis monopolizam milhares e milhares de fãs no mundo e em nosso país. Por isso, nesta ocasião especial, queremos apresentar-lhe algumas das máquinas virtuais que lembram o carnaval. Deve-se notar que seus temas específicos de imagem nem sempre respondem ao Brasil. Estes são principalmente jogos internacionais
Bomba Brasil
É um slot de carnaval Yggdrasil que é visualmente muito mais deslumbrante do que o próprio jogo no que oferece. Acontece em uma grade de 6×8, e você se beneficiará de vitórias em cascata, multiplicadores e uma rodada de bônus para pagamentos de até 8.975x sua aposta.
É uma máquina caça-níqueis vibrante que acontece durante o carnaval. O fundo do jogo mostra um lindo pôr do sol rosa e roxo enquanto toca uma melodia alegre. Ao lado dos carretéis está um dançarino de carnaval vestido com penas, balançando ao ritmo da música e disparando fogos de artifício nos carretéis para ativar os bônus. É um slot de aparência fantástica que fará você sentir todas essas vibrações tropicais. Jogo muito interessante para ser jogado, embora no momento não pareça ser um dos mais populares na escolha das pessoas.
Rio Stars
É um slot festivo muito bem feito da Red Tiger, e vem com 5 cilindros e 30 maneiras de ganhar. Um rufar de tambores inicia 1 de 4 modificadores de jogo base aleatórios, e estes são jogados em cada rodada grátis durante a rodada de bônus. Isso pode gerar pagamentos de até 2.000 vezes sua aposta.
¡Rio Stars es el tipo de slot que te hace bailar! De hecho, bailar cumple un papel muy importante en esta slot de temática carnavalesca brasileña. Podrás escuchar percusión de samba a todas horas para activar muchas bonificaciones incluyendo la fantástica función del multiplicador.
Los tambores también te pueden dar giros gratis, Mega Comodines, comodines adicionales y también pueden eliminar todos los símbolos de menos valor. Con tanto bajo la superficie, con Rio Stars la diversión nunca acaba. Los símbolos del juego base (por orden de valor) son un loro, un par de maracas, un cóctel y un bol de frutas.
Assassin Moon
Este jogo vem com vários recursos, como o recurso HyperHold, um jogo de bônus, uma rodada de rodadas grátis e quatro tipos de jackpots progressivos. A personagem principal deste jogo é Lola, uma misteriosa assassina, e o resto dos símbolos são vários elementos inspirados no mundo dos detetives.
O slot Assassin Moon apresenta uma configuração de 5 cilindros e 25 linhas de pagamento. Quando 5 ou 15 luas cheias pousam na tela principal, o recurso HyperHold é iniciado, onde cada lua cheia dá acesso a um prêmio ou jackpot.
O chip do cassino é o scatter do jogo, aparece nos cilindros 2, 3 e 4 e aciona uma rodada de rodadas grátis. Aqui, o jogador pode capturar até 10 rodadas grátis com um multiplicador de aposta x1.
Entrevistão com Leandro Vieira: ‘Quero ser lembrado como o carnavalesco que pensou a Mangueira’
Leandro Vieira já foi campeão do Grupo Especial em 2016 e 2019 com a Estação Primeira de Mangueira e hoje é um dos principais artistas do carnaval, seja pelos desfiles realizados e/ou pelas propostas apresentadas em seus enredos, inclusive, por sua defesa dos sambistas e de temas fundamentais para a sociedade brasileira. Na série “Entrevistão”, do site CARNAVALESCO, o artista mangueirense e que também fará o desfile do Império Serrano, responde diversas perguntas dos mais variados tipos de assuntos. Confira abaixo.

Qual sua análise da safra de enredos para os desfiles de 2022? Como você vê o atual momento da festa?
“A safra de enredos é maravilhosa e a festa em si vive um dos seus melhores momentos. Por isso, eu enxergo e sigo enxergando com bons olhos um carnaval ainda em 2022. O dirigente vê números e o artista vê propostas. O interesse pelo carnaval vive mais da proposta do que dos números. A fuga de patrocínio do carnaval carioca fez com que tivéssemos uma safra de enredos espetaculares. Nesse sentido, além dos enredos, avalio que uma atividade artística em que é possível você ver a Rosa Magalhães e o Renato Lage em atividade, seguido do trabalho do Gabriel Haddad e Leonardo Bora, passando pelo trabalho dos recém-campeões Marcus Ferreira e Tarcísio Zanon, vive um momento de efervescência. Uma atividade que está forte e viva e onde você pode ver o mestre Ciça em atividade, mas também vê o trabalho do Fafá. Aí, passa pela Selminha que é referência e também pela Taciane. Quem disser que essa festa perdeu alguma coisa nos últimos anos está contando mentira, porque não conhece. Artisticamente, estamos fortíssimos em função da qualidade do “elenco”. Veteranos em ação com vigor e a base, como dizem, chegou forte”.
Fale mais sobre a abordagem proposta para o desfile da Mangueira de 2022. O que é Angenor, José e Laurindo?
“É a Mangueira que se utiliza de seu espaço no carnaval para reafirmar a realeza de sua gente. A potência e a excelência da arte que habita corpos similares aos corpos que seguem compondo a massa de sua comunidade. Em desfile, uma sucessão de imagens que reafirmam a realeza e a qualidade artística de um poeta compositor, de um intérprete e de um bailarino”.
Seu trabalho é marcado por uma crítica social. Podemos esperar isso novamente?
“Diferente dos outros anos, esse não é o ponto central. Embora nenhuma escolha seja inocente, para o próximo carnaval, a linha conceitual e estética é outra”.
Qual a estética? Qual Mangueira podemos esperar?
“Podem esperar algo que quer exaltar três personalidades pretas produzindo imagens que flertam com um ambiente poético mais lírico. Creio que as fantasias divulgadas dão o tom geral. Uma releitura contemporânea do que é a escola no imaginário coletivo, só que com novas tintas”.
Você concorda que existe preconceito com o carnaval?
“A sociedade brasileira tem muita dificuldade em entender o carnaval como patrimônio artístico e cultural. Passa pelo preconceito social e racial. Eu trabalho para fazer jus ao carnaval que o Brasil tem. A fala que o carnaval é uma festa é constantemente reafirmada por quem organiza o que eles chamam de festa. Você não pode defender que o carnaval é uma festa para atender os interesses comerciais da festa. Pode ser também uma festa, mas é uma atividade que pode muito mais coisas do que ser uma simples festa”.
Como é a equipe que trabalha com você no barracão?
“Todo mundo que trabalha comigo é fiel há anos. Costumo falar que minha equipe de criação tem ferreiro, carpinteiro, costureira, pintor. Eles são meus assistentes. Meus braços. Na minha equipe todo mundo é braço e eu só trabalho com braço firme”.
Apesar das difículdades de se realizar um desfile, como você lida com o trabalho diário de idealizar um carnaval?
“Gosto de fazer carnaval. Quando perder isso não serei mais carnavalesco. Tenho prazer, gosto da atividade. Ser carnavalesco é fazer e realizar. Não é desenhar ou sonhar. Vivo mais no mundo real do que no sonho. É uma ilusão crer que o carnaval é o mundo do sonho. Ele é a vida real. A realidade nua e crua”.
Por que somente agora a Mangueira vai homenagear Cartola, Jamelão e Delegado?
“Não sei. Apenas sei que eu não estava aqui antes. Sou um carnavalesco muito ligado a comunidade que defendo. Até hoje não fiz na Mangueira nenhum enredo que não tenha sido a própria Mangueira, sua gente, sua comunidade, que me ensinou a fazer: Foi ela que me ensinou a possibilidade múltipla de devoção. Eles que me ensinaram que quando há ataques às suas tradições é preciso levantar bandeiras, que diante da ausência da representatividade popular é preciso reafrmar o quanto os pretos e os pobres fizeram pela construção da identidade desse país. Foi a comunidade do morro que me ensinou que existe um preconceito generalizado que impede que as pesssoas enxergem a presença de Cristo nos corpos pretos das favelas e que Cartola, Jamelão e Delegado são pilares e figuras exemplares para serem cantadas. Não gosto de ser um carnavalesco que realiza coisas bonitas ou feias. Gosto de ser um carnavalesco atento. Estou há 7 anos de olho no Morro da Mangueira”.
Como é a relação de torcedor do Leandro com a escola de samba?
“Sempre falei claramente sobre minha relação com a Portela. Fui um jovem que sempre gostou de samba e foi criado no subúrbio. Sempre gostei de samba e frequentei Madureira como polo de irradiação de cultura músical. Acabei ingressando como ritmista na Portela e lá fiquei 10 anos. Tenho amigos e admiração pela escola. No entanto é impossível você trabalhar e lidar com a comunidade da Mangueira sem se entregar apaixonado completamente”.
O que você fala quando criticam o samba da Mangueira?
“Toda instituição e todo artista que apresenta um trabalho público está sujeito a crítica. Eu me acostumei com isso. As pessoas podem gostar ou não. Confio no samba e no trabalho que está sendo feito pela Mangueira. Tenho certeza que a Mangueira, desde que estou aqui, sempre optou pelo melhor e trabalhou para que o melhor ficasse ainda melhor. Não vejo esse ano de forma diferente. A Mangueira tem um time que trabalha, que deseja honrar a Mangueira”.
Como você quer ser lembrado pelo trabalho na Mangueira?
“Não quero ser lembrando como o carnavalesco que fez a Mangueira bonita ou feia. Quero ser lembrado como o carnavalesco que pensou a Mangueira. Meu trabalho aqui é o de pensar como uma escola com a tradição e idade que tem pode se projetar para o futuro. Nos últimos anos, eu tenho pensando a Mangueira olhando para o futuro. Sete anos depois da minha chegada, eu tenho um entendimento muito maior do que é a Mangueira do que quando aqui cheguei. Hoje, sei que um dos papéis da Mangueira para o futuro é o de “formar” novos sambistas e novas platéias. Ela é maior quando forma, quando tem a possibilidade de formar. Seja formar opinião, platéia, ou ainda, o sambista que virá. Nesse sentido, a Mangueira é uma escola que passa de pai para filho sem que isso seja uma imposição. É o que falo no meu enredo sobre o legado. A maior riqueza da Mangueira é o seu legado. Transformar o desfile de 2022 dentro dessa ideia de legado é um desafio e um prazer”.
Como será visto esse legado no desfile de 2022?
“De muitas formas e, para exemplificar isso, digo que inclui o projeto de mestre-sala e porta-bandeira que inicia crianças e adolescentes na tradição do bailado dos casais no corpo de desfile da escola. O trabalho do Matheus e da Squel vai estar na Avenida, em desfile. Lá será visto que a própria Mangueira ensina em casa o caminho para o futuro. Isso é legado. É formação de novos sambistas e, também, de novas platéias. Outra atividade que é legado e formação é a volta da ala das crianças para os desfile da escola. Apesar de todas dificuldades dos trâmites burocráticos e jurídicos para que as crianças desfilem, é preciso entender que as difículdades são pequenas diante da possibilidade de formação do futuro. Formar platéias e sambistas é formar o futuro”.
Ecad lança relatório sobre impacto da suspensão de carnaval para indústria da música
A suspensão do carnaval e a impossibilidade da realização de eventos e blocos carnavalescos por todo o país trarão impactos para a economia e para diversos setores, como turismo e comércio. Para a indústria da música, o prejuízo financeiro e cultural também será grande, principalmente para aqueles que vivem da música e do direito autoral. O Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) lança mais uma edição do relatório “O que o Brasil ouve” com uma previsão de como a arrecadação e a distribuição de direitos autorais de execução pública serão afetadas em mais um ano sem a realização do carnaval no país.
A previsão do Ecad é arrecadar R$ 6 milhões no período do carnaval, o que representa uma queda de 62% no valor arrecadado em 2020, antes da pandemia do coronavírus. Até o final do mês de janeiro, foram arrecadados 41% dessa estimativa, que, de acordo com a área responsável, é referente a eventos já licenciados e pagos previamente, acordos de pagamentos antigos, entre outros tipos de pagamento.
“Em 2022, a folia ainda não voltará a todo vapor no Brasil. Diversas capitais já anunciaram o cancelamento de shows e eventos, o que vai impactar a arrecadação e distribuição de direitos autorais de música. A instabilidade do cenário pode levar a uma arrecadação ainda menor que a prevista no início do ano”, disse Isabel Amorim, superintendente executiva do Ecad.
A queda na quantidade de eventos e shows previstos para este ano também tem sido grande. Até a primeira semana deste mês, 94 shows e eventos de carnaval estavam cadastrados no Ecad, com previsão de realização neste período. Em comparação ao ano de 2020, quando os eventos estavam liberados, a queda é de 98%.
Queda na distribuição para compositores e artistas
Assim como aconteceu em 2021, este será mais um carnaval em que a pandemia vai impactar negativamente na renda de compositores, intérpretes e músicos. A previsão na distribuição de direitos autorais este ano é de uma queda de, pelo menos, 50% em comparação aos valores do ano passado, quando os eventos também não foram realizados no país.
Músicas mais tocadas nos últimos cinco carnavais
O Ecad fez um levantamento das músicas mais tocadas nos últimos cinco carnavais, de 2016 a 2020, e as tradicionais marchinhas se destacaram. Em primeiro lugar, “Me dá um dinheiro aí”, de autoria de Ivan Ferreira, Glauco Ferreira e Homero Ferreira; seguida por “Cachaça”, dos autores Marinósio Filho, Heber Lobato, Lúcio de Castro e Mirabeau; e por “Maria sapatão”, de autoria de João Roberto Kelly, Carlos, Chacrinha e Leleco, que completa o top 3.