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‘Oiiiii, gente!’ Águia de Ouro apresenta samba-enredo e fantasias para o Carnaval 2024

Escola da Vila Pompéia falará sobre os 100 anos do rádio no Brasil em busca do bicampeonato do Grupo Especial

O Águia de Ouro realizou na noite de sábado uma festa relacionada aos preparativos para o Carnaval 2024. A comunidade da Vila Pompéia compareceu em peso à quadra da escola para a apresentação das novas musas, dos pilotos das fantasias e para conhecer o samba que conduzirá o desfile da agremiação no próximo carnaval com o enredo “Águia de Ouro nas Ondas do Rádio”, celebrando os 100 anos do rádio no Brasil. O evento contou com a presença de Eli Corrêa, locutor radialista que inspirou o desenvolvimento do tema escolhido pela entidade, além de representantes de diversas emissoras de rádio do estado de São Paulo.

‘O Sorriso do Rádio está aí’

O samba do Águia de Ouro para o Carnaval 2024 surpreendeu o público presente com refrões marcantes e de fácil assimilação, somados à um estilo irreverente e com referências fáceis de se captar por toda a obra. A comunidade não tardou a entrar no embalo do canto dos intérpretes Douglinhas Aguiar e Serginho do Porto, que falaram a respeito das suas impressões sobre a obra em entrevista ao site CARNAVALESCO.

Fotos: Fábio Martins/CARNAVALESCO

“Eu acho que é um samba que tem dois refrões muito pesados e fortes. Acho que já caiu na boca do povo, né. Soltamos hoje, ninguém conhecia o samba, mas já tem muita gente cantando. Eu acho que vai dar gol”, disse Douglinhas.

“O Águia tem um chão muito forte, uma comunidade forte. Ontem a gente fez uma reunião aqui com um ensaio, preparando para hoje, e em questão de 20 minutos a comunidade, sem saber o samba, cantou o samba com a gente, e hoje foi emocionante. Daqui pra frente, em todos os ensaios, a tendência é crescer, crescer, crescer e chegar na Avenida para despontar e o Águia fazer um dos melhores desfiles”, declarou Serginho.

Já fazem alguns anos que o Águia de Ouro opta por escolher internamente os sambas que levará para a Avenida. A obra definida é resultado da junção dos dois finalistas do concurso interno realizado pela escola. Os cantores explicaram como a escola chegou em um resultado com reação inicial tão positiva.

“Por uma grata satisfação, demos a sorte de os dois sambas serem no mesmo tom. Conseguimos aproveitar eles sem fazer aquelas ‘mirabolâncias’ de notas musicais, aqueles transportes. Às vezes um samba é em um tom e o outro é muito longe, precisando fazer pontes. Esse não. Os dois sambas eram no mesmo tom”, explicou Douglinhas.

“Quando vem um enredo leve, o samba acaba sendo leve. Se uniu dois sambas onde um tinha refrões maravilhosos e o outro tinha partes maravilhosas. Na junção dos dois, dentro do mesmo tom, deu no que deu”, complementou Serginho.

Na opinião de Serginho do Porto, o samba possui um estilo já característico da escola, e que a obra consegue se comunicar facilmente com os demais elementos da apresentação que o Águia de Ouro fará no próximo carnaval.

“Já temos essa receita, dentro de casa, de sambas alegres e à vontade. Sempre cantamos e conseguimos fazer a comunicação com o público. Foi apostado nisso mais uma vez, porque o Águia é uma escola leve e de comunidade que canta. Essa necessidade de trazermos um samba leve para que toda a comunidade do Anhembi venha cantar com a gente é muito importante. O mais gostoso de tudo isso é que você vê dentro do samba todo o desfile da escola, todo o enredo da escola. Vendo as fantasias que foram mostradas hoje, você vê todo o desfile na claridade. Tudo isso vem refletido no nosso desfile”, disse.

Os intérpretes aproveitaram para mandar seus recados para a comunidade, tendo em comum o pedido por união e comprometimento. “Povo da Vila Pompéia, é o seguinte. Agora ficou sério. Precisamos demais de cada um para fazer essa diferença. Precisamos chegar no Anhembi e fazer a diferença nos ensaios, ensaios técnicos, tudo que tiver, qualquer evento, Águia de Ouro tem que chegar pesada”, clamou Douglinhas.

“O chão da nossa escola é todo amor que a gente tem. É o canto forte, é a dedicação. Tudo isso, imbuído numa só vontade de fazer aquele Anhembi explodir no dia do desfile. É para toda a comunidade comparecer nos ensaios, aqui e no Anhembi. Nós precisamos dar as mãos sabendo que na segunda semana de fevereiro já é carnaval. O carnaval é logo ali”, concluiu Serginho.

Samba chiclete com promessas ousadas

Mestre Juca, comandante maior da “Batucada da Pompéia”, aprovou a escolha de samba da escola, exaltando as partes que mais lhe chamaram atenção.

“O samba é um chiclete. Os dois refrões você escuta duas vezes e já está cantando. Eu gosto demais da segunda do samba. A letra é muito bonita. A melodia. A primeira vem na mesma linha também. Eu gostei demais. É um samba para a comunidade do Águia de Ouro”, declarou.

Juca celebrou a união entre os compositores das parcerias finalistas, que abraçaram a vontade da escola e trabalharam juntos em prol do resultado obtido.

“A gente deu sorte que os dois sambas eram no mesmo tom. Gostamos dos dois refrões que eram de um samba, e a primeira e a segunda que eram do outro samba. Chamamos todos os compositores, e foi muito legal porque todos aceitaram dos dois lados. Não teve o lance de questionar partes, foi um negócio muito legal. Foi fácil trabalhar porque todos eles ajudaram. Teve algumas pequenas mudanças de letra, que é de praxe, mas todo mundo ajudou, e ficou fácil”.

O mestre afirmou que ainda há ajustes a serem feitos até chegar o dia do desfile, mas adiantou algumas metas para a apresentação no Carnaval 2024.

““Vamos preparar mais algumas coisas. Hoje foi só uma amostra do que vamos fazer. Terão algumas mudanças de ritmo na Avenida também. Vamos fazer algumas coisas que a bateria do Águia costumava fazer. E agora com essas bossas que estão no regulamento, de 16 compassos, eu posso falar que vamos com uma bossa com quase 60 compassos para a Avenida”, concluiu.

Uma forma própria de se definir samba

Discreto, o presidente Sidnei Carriuolo adotou um tom contido para se referir ao samba da escola. O líder da comunidade da Vila Pompéia mantém os pés no chão ao apontar uma série de fatores que fazem a diferença para o sucesso ou não de um samba na Avenida.

“Eu gostei. A comunidade é incrível, é apaixonada pela escola. Ela abraça o projeto. Carnaval é magia. Você sabe quantos anos eu tenho como presidente? 42. E sabe o que eu entendo de carnaval? Nada. E é verdade, nada, porque o carnaval é mutante. Ele é uma coisa depois ele muda, vai pra outra coisa, depois vai pra outra. Quem garante que o samba vai pegar na Avenida? É o momento, cara. É a magia! É o momento da escola. É um conjunto de coisas que fazem a coisa acontecer na Avenida. Eu vou em cima dos critérios de julgamento. Os critérios falam que eu tenho que ter um samba que não tenha prosódia, que não tenha cacofonia, que ilustre o enredo, que tenha variação melódica, que não tenha rima pobre. Agora, se vai dar certo ou se não vai… Eu vou dar de exemplo o Águia de Ouro. Já teve sambas que eram maravilhosos, que a gente amava, que não aconteceram na Avenida. E já teve o contrário. E aí? Quem me explica isso? Não tem explicação. E assim, bem interpretado. Às vezes o samba é bom, mas é mal interpretado na Avenida”, explicou.

Sidnei também explicou a forma como as escolhas de samba do Águia de Ouro são feitas, destacando a maneira variável e dinâmica que o processo pode ocorrer dependendo das circunstâncias.

“O mesmo de sempre. O pessoal manda o samba, o CDzinho, sem altas produções, a gente olha e se a gente achar que tem que ir pra um concurso a gente põe no concurso, e se achar que não tem nenhum a gente não usa nenhum. Se a gente achar que tem um caminho de um pra melhorar a gente pega aquele lá, vira de ponta cabeça. Se a gente achar que dá pra pinçar alguma coisa de um samba e colocar dentro do outro. Esse samba fizemos o que? Pegamos dois refrões de um samba e trocamos os refrões. Era no mesmo tom também. Porque assim, nós temos pessoas competentes para fazer o samba, mas isso acabou incomodando muitos compositores, porque eles querem fazer samba para tudo quanto é lugar. Mas a história está mostrando que todo mundo está optando por isso que a gente faz”, detalhou.

As várias facetas do rádio

Parte da festa foi dedicada à apresentação dos pilotos das fantasias que o Águia de Ouro contará nas alas da apresentação no Carnaval 2024. Diante de uma passarela baixa e iluminada, lembrando os tradicionais desfiles de moda, os componentes apresentaram um figurino rico em detalhes conforme o carnavalesco Victor Santos os anunciava. Apesar da breve queda de energia que ocorreu justamente durante a passagem da fantasia das baianas, o artista aprovou o resultado da festa como um todo.

“Foi bem satisfatória. O público gostou, a comunidade da escola gostou, e isso é o que importa. E o samba traduz muito bem o que nós vamos apresentar no nosso desfile. Estou muito feliz”, declarou.

Victor ressaltou que a apresentação dos pilotos faz parte do processo de desenvolvimento do desfile, servindo de material para estudos durante o ciclo do carnaval.

“A ideia das fantasias é o efeito na Avenida. Hoje vimos aqui uma de cada, mas sabemos que se tratam de quadros que vão compor as alas. Aqui foi uma festa de apresentação de protótipos, mas também estamos aqui trabalhando. Vendo como as fantasias se comportam com o samba e vendo o quadro de ala a ala”.

O carnavalesco demonstrou orgulho dos trabalhos realizados até aqui ao explicar a ideia por trás das fantasias apresentadas, destacando suas propostas e características próprias.

“Foi bem tranquilo, suave. Fui percebendo a necessidade de apresentar o rádio nessas várias facetas. No cotidiano, na música oferecida para a pessoa amada. Ele tem um momento histórico, que é a apresentação da palavra do Epitáfio Pessoa, presidente do Theatro Municipal. Tem o momento em que ele revela o Padre Landell de Moura, que fez a primeira transmissão aqui em São Paulo, o momento de fé, que é o das seis horas da tarde, de Ave Maria, e o final onde navegamos nas ondas da internet, com o rádio fazendo parte dessa nova era. É um carnaval em que você vai assistir momentos diversificados que não será uma coisa cansativa. Serão cores novas, com momentos de emoções novas”, concluiu.

O Águia de Ouro será a quinta escola a desfilar no sábado de carnaval, dia 10 de fevereiro de 2024, em apresentação válida pelo Grupo Especial de São Paulo no Sambódromo do Anhembi.

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