Para os componentes da Vigário Geral, não há dúvidas de que a festa de São João da cidade de Maracanáu, no Ceará, é o maior do planeta. Os componentes da escola que apresentou o enredo “Maracanaú – bem -vindos ao maior São João do planeta”, contaram ao site CARNAVALESCO o que o desfile representa e a importância de contar sobre a cultura nordestina na avenida carnavalesca mais famosa do Brasil.
Claudete Duarte, de 64 anos, que saiu do estado de Santa Catarina para estrear na Vigário Geral, conta que ama as duas festas, São João e carnaval.
“Eu amo o carnaval, saio em 8 escolas esse ano, e a segunda festa que eu mais amo é São João. Então é um sonho sair no carnaval contanto sobre outra festa que eu amo, São João é uma festa muito querida, a escola está muito linda pelo que eu vi, muito colorida e vai arrepiar, com certeza, Maracanaú é o maior São João do planeta, os outros agregam, é tudo alegria, é tudo de bom, mas o maior é lá no Ceará”, afirma a catarinense que desfilará nos outros três dias de Sapucaí.
A servente de obras, Maria Isabel de Jesus, de 40 anos, que há 4 desfila como baiana na agremiação, desfilar em um enredo sobre São João é emocionante, pois mexe com a sua história.
“Como eu já fui quadrilheira, falar de São João é puxar a minha raiz de quadrilheira, eu chego a ficar meio arrepiada. Porque, eu moro no interior de Bangu e lá eu aprendi a gostar de dançar quadrilha. E lá em Bangu mesmo eu aprendi a gostar de samba. Minha mãe me levou para o samba e hoje em dia eu sou baiana com a minha mãe e minha irmã, até as minhas filhas já foram baianas comigo também, então está na raiz, está no sangue. É o povo brasileiro, brasilidade, São João, carnaval, Vigário Geral, até rimou”, disse a baiana.
O terceiro carro da Vigário Geral, chamado “O maior São João do planeta”, veio todo colorido, decorado com estampas e balões de festa junina. Algumas componentes do carro falaram da representatividade do nordestino para o Brasil, tanto na cultura, quanto na formação do país.
“O carro vem falando dessa tradição de São João, a valorização do nordeste enquanto cultura popular brasileira, o respeito a cultura do nordestino, trazer o nordestino para o Rio de Janeiro. Porque esse nordestino vem para o sudeste trabalhar e o sudeste está recebendo, está abraçando esse nordestino, a gente vem falando sobre isso também. Além de falar da maior festa junina do Brasil, que é o São João de Maracanaú, a gente também vai falar sobre essa questão do nordestino inserido na cultura popular enquanto cidadão, a valorização desse nordeste”, afirma a professora de história Tânia dos Santos, que tem 53 anos e desfila há 4 carnavais na tricolor.
A também professora Brenda Arroco, de 42 anos, que desfila há 6 anos pela agremiação, segue o mesmo raciocínio da colega de profissão e de carro alegórico.
“Esse carro é a personificação da cultura nordestina, tem até uma parte do enredo que fala que o Ceará é o tronco que alimenta as flores do país, as folhas do país, e eu acredito que isso é a força que o nordestino traz para a gente e que acaba sendo a base de todo o país, em relação ao trabalho, em relação ao crescimento do Brasil. Apesar das pessoas menosprezarem o nordeste, eu creio que o enredo vem para mostrar a diferença a partir da festa, mas com a alegria que eles trazem para gente. O nordestino, apesar do muito trabalho, apesar das dificuldades todas que passa, tem essa alegria que é trazida para a gente. Pela força dos padroeiros, que o enredo ainda traz isso, o São João, o santo”, comenta a professora.