Evento já tradicional do carnaval paulistano, o lançamento do CD de sambas-enredos das escolas filiadas à Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (Liga-SP) movimentou a Fábrica do Samba, na Zona Oeste de São Paulo, no último sábado – agraciado por ser, inclusive, o Dia Nacional do Samba. Na edição de 2023, as apresentações tiveram intervalos (algo inédito) entre as divisões de agremiações e uma nova cerveja patrocinadora. No entendimento do público ouvido pela reportagem do CARNAVALESCO, o que marcou a festividade foi a evolução em relação a anos anteriores.

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Foto: Magaiver Fernandes/CARNAVALESCO

Houve também quem arriscou ir de carro ao evento. Foi o caso de Maria Vilany da Silva, 50 anos, supervisora escolar e torcedora da Estrela do Terceiro Milênio. “Foi tranquilo chegar até aqui. É claro que tem o trânsito na Marginal Tietê, que é normal. Estacionei na rua e deixei com os flanelinhas olhando”, afirmou, relatando problemas cotidianos na maior cidade da América do Sul.

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Maria Vilany da Silva, 50 anos, supervisora escolar e torcedora da Estrela do Terceiro Milênio

É claro que a resolução de um grande desafio não teria unanimidade. Algumas pessoas tiveram algumas dificuldades para chegar ao evento. Todas elas, entretanto, tinham motivos para que o desafio fosse maior. Leandro Santos, 37 anos, auxiliar de estoque e torcedor da Império de Casa Verde, é um exemplo.

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Leandro Santos, 37 anos, auxiliar de estoque e torcedor da Império de Casa Verde

“Eu tive dificuldades para chegar, trouxe minha mãe, baiana do Império. Ela tem certa dificuldade para locomoção, então tive dificuldade. Tive que deixar meu veículo próximo ao barracão da minha escola e fazer o restante do percurso a pé. Estacionar por aqui estava bem difícil”, pontuou, destacando o caminho de cerca de um quilômetro e meio entre os dois locais.

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Moradora de Belém, Camila Fonseca, 32 anos, geóloga e sem escola de samba favorita, preferiu utilizar aplicativos. “De fato tive dificuldade, foi trabalhoso chegar até aqui. Não tem metrô próximo, ao menos não apareceu para mim. Desci no metrô e peguei o Uber, mas achei longe”, pontuou. É importante destacar que, de carro, o trajeto entre a estação Palmeiras-Barra Funda, do Metrô e da CPTM, é realizado em cerca de oito minutos e tem pouco mais de dois quilômetros de duração.

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Moradora de Belém, Camila Fonseca, 32 anos, geóloga e sem escola de samba favorita, preferiu utilizar aplicativos

No fim, é sempre importante consultar informações prévias disponibilizadas pela própria Liga-SP. Foi o que fez Deives de Melo, 44 anos, gerente de call center e torcedor da Estrela do Terceiro Milênio. “Tivemos dificuldade para estacionar o carro. Estacionamos um pouco longe daqui. O site já informava que não teria estacionamento, porém. Achei interessante a exposição, só fiquei na dúvida para saber se as fantasias são de 2023, 2024 ou de outro ano”, pontuou, abordando a exibição de fantasias de escolas de samba e fazendo um interessante apontamento.

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Deives de Melo e Denis Soares

Junto com Deives estava Denis Soares, 35 anos, analista financeiro e torcedor da Leandro de Itaquera – atualmente no Grupo Especial de Bairros da União das Escolas de Samba Paulistanas (UESP), quarta divisão do carnaval da cidade de São Paulo. “Arriscamos vir de carro por ser mais cômodo, também. A comida está boa, mas achei o refrigerante quente… achei isso preocupante”, pontuou.

Direitos garantidos

Dentre os ouvidos, de fato, apenas Denis teve reclamação em relação ao que foi consumido. “Comi e bebi, estava tudo muito gostoso… sem reclamações quanto a isso”, resumiu Ariane. “Tanto bebida quanto comida estavam bons e com fácil acesso, tudo muito bom”, concordou Maria Vilany.

O acesso às comidas e bebidas, por sinal, também teve destaque. “Comidas e bebidas estavam bastante acessíveis, não tive dificuldade alguma referente a isso. Foi bem tranquilo, nada negativo referente a esse ponto”, comentou Leandro. “O que eu bebi estava tudo normal, bom. Bebidas geladas, comi pastel… várias pessoas vendendo, também. Tudo tranquilo”, disse Sergio Aparecido.

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Sergio Aparecido

Nos anos anteriores, muitas pessoas que compareciam à festa reclamavam da dificuldade para estacionar carros e/ou de problemas para chegar à Fábrica do Samba. Em 2023, aparentemente, tal desafio foi muito bem solucionado. Alguns dos presentes utilizaram o transporte público e/ou a condução oferecida pela Prefeitura de São Paulo. É o caso de Ariane Raíssa, 22 anos, torcedora da Unidos do Peruche. “Não tive dificuldade nenhuma pra chegar aqui, cheguei com o ônibus da escola e não tive problema algum”, relatou. A experiência foi semelhante com Sergio Aparecido Evangelista, 50 anos, condutor de transporte público e apoiador da Dragões da Real. “Não tive dificuldade para chegar, achei bem tranquilo. Peguei o ônibus no horário, o trânsito estava tranquilo, o tempo ajudou… foi tudo tranquilo”, destacou.

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Ariane Raíssa, 22 anos, torcedora da Unidos do Peruche

Sempre importante, a segurança do local foi pontuada por Camila. “Tudo que eu peguei em bebida e comida estava gostoso, os locais estão bem organizados. Seja lá fora ou aqui dentro, no galpão onde está sendo feito a exposição de fantasias, não tive dificuldade alguma. Também me senti muito segura, está tudo ótimo em relação aos pontos em que se circula”, comemorou.

Sempre em evolução

Absolutamente todas as pessoas ouvidas pela reportagem que estavam na edição de 2022 do mesmo evento concordaram que houve um salto de qualidade em 2023. “O evento esse ano está melhor, está mais gostoso de vir. O clima está bacana, tem um pagodinho… as outras atrações colaboraram bastante para isso”, destacou Ariane, citando o ato litúrgico realizado pelo padre Luiz Fernando, o desfile do afoxé Filhos da Coroa de Dadá, os desfiles das cortes adulta e infantil do carnaval, o show de Billy SP e a passagem de autoridades presentes no local.

Maria Vilany concordou com a perucheana. “A estrutura está bem melhor nesse ano. Tirando reformas, que acontecem na cidade inteira, tudo está melhor: acesso, visibilidade… é a primeira vez que eu desfilo no dia do lançamento do CD, mas foi tudo muito tranquilo”, disse. Também puxando pelas adequações feitas no local, Leandro Santos elogiou a organização do evento. “Pelo que eu vejo, nesse ano estão com uma estrutura melhor que no ano passado. Acredito que melhorou, sim; tem um espaço maior, dá para receber mais pessoas. Está, também, mais acessível”, pontuou.

Mesmo quem foi mais comedido nos elogios destacou algo – caso de Sergio Aparecido. “Não senti aquela evolução toda, mas senti que nesse ano tinha mais gente vendendo e trocando tickers de bebidas e comidas. O atendimento está muito bom, acho que a grande evolução foi no aspecto do preparo dos profissionais”, afirmou.

Outras questões pertinentes

Leandro, cuja mãe é baiana da Império de Casa Verde, relatou que a acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida está bastante adequada na Fábrica do Samba. “Uma vez que chegamos aqui, foi tranquilo. Eu desembarquei minha mãe e fui procurar uma vaga para estacionar o carro. Aqui, não tive problema algum com ela. Deixei aqui, bem mais confortável… fiz o restante do percurso e guardei o carro depois disso”, pontuou.

A qualidade do som também foi elogiada por Camila. “Eu estava na cara do palco, então eu ouvi muito bem tudo que estava acontecendo. Eu conseguia ver e ouvir tudo adequadamente, sem estar nem alto demais nem baixo, foi bem tranquilo”, pontuou a belenense, que foi buscar o CD triplo das escolas de samba e aproveitou para conferir os minidesfiles.