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Lequinho mostra força e Thiago Meiners cresce de rendimento em nova eliminatória da Mangueira

Em noites de cortes surpreendentes, Moacyr Luz mantém desempenho da última eliminatória

A Estação Primeira de Mangueira realizou no último sábado a terceira etapa do concurso de samba-enredo para o carnaval 2024. Seis parcerias apresentaram obras no Palácio do Samba que recebeu bom público. As parcerias de Samir Trindade e Gilson Bernini foram cortadas e deixaram a disputa. As quatro que restaram, Moacyr Luz, Bete da Mangueira, Thiago Meiners e Lequinho, estarão presentes na semifinal que acontece no próximo dia 30 de setembro. A análise do rendimento dessas obras você confere ao longo do texto.

Foto: J.M.Arruda/Divulgação Mangueira

No próximo carnaval, a Mangueira levará para a Marquês de Sapucaí o enredo “A negra voz do amanhã”, um tributo à cantora Alcione. A homenagem está sendo desenvolvida pela dupla de carnavalescos formada por Guilherme Estevão e Annik Salmon, que irão para o segundo ano consecutivo na agremiação. A Estação Primeira será a quarta escola a desfilar na segunda noite do Grupo Especial.

Parceria de Moacyr Luz: A composição assinada por Moacyr Luz, Pedro Terra, Gustavo Louzada, Karinah, Compadre Xico e Valtinho Botafogo teve a responsabilidade de abrir a noite. O intérprete Gilsinho, da Portela, esteve ao lado de Thiago Brito, da Inocentes de Belford Roxo, conduzindo a obra na eliminatória. Gilsinho comandou com muita força o time de vozes da parceria, que teve no palco um desempenho muito alto. Em alguns momentos, o time de vozes respondia ao Gilsinho como no trecho do refrão principal “A Mangueira ganhando mais um carnaval”. Destaque para as vozes femininas que se fizeram presente com força e correção. A obra aposta em uma melodia valente com andamento para frente. A cabeça do samba se destaca na letra e melodia com alguns trechos significativos como “A voz, negra voz, tem o sangue verde e rosa, é singular não há ninguém tão poderosa” e “sopro divino do amanhã”. Já na segunda do samba, a beleza da melodia é mais significativa no trecho a partir de “Alcione, tu és a luz do talismã”. O refrão de baixo “Erê, Erê, Erê, não deixa o samba morrer”, com a bateria, fez um interessante balanço com mais “swing”, permitindo a presença de bossas. Os pontos mais altos foram justamente os refrãos, incluindo o do meio “Reisado, tambor de crioula” que mostraram muita vibração, inclusive, na torcida que acompanhou no canto e fez muita festa. A parceria trouxe alguns efeitos como chuva de papel picado prateado, bandeiras, bolas, e faíscas e fumaça no palco que surgiam principalmente nos refrãos. Na quadra, no público e nos segmentos a adesão já foi mais tímida, algumas pessoas dançando e poucas cantando. Manteve o desempenho das últimas eliminatórias.

Parceria de Bete da Mangueira: O samba de autoria de Bete da Mangueira, Ronie Oliveira, Márcio Bola, João Carlos, Giovani e Jotapê foi o segundo a se apresentar na eliminatória da disputa promovida pela verde e rosa. O intérprete Tem-Tem Jr foi o responsável por conduzir o time de vozes da parceria. O cantor manteve o samba sempre pra frente, demonstrando muita energia e sempre chamando a torcida e o público a cantar. O refrão principal “O morro vai descer..” é um ponto alto de melodia com um caráter mais valente, que tende a chamar a comunidade a cantar o samba. Outro trecho que chama atenção pela melodia acontece na cabeça do samba nos versos “As crenças e lendas…os laços e rendas, o tambor do maranhão”. A obra tem um andamento bem pra frente, principalmente em termos de Mangueira e tem muita força em seu refrão principal que é um ponto alto para o canto, letra e melodia a partir dos verso “O morro vai descer/ O samba não vai morrer/é impossível esquecer teu nome/Nos braços do povo a cantar/Mangueira hoje é Alcione”. Na segunda do samba, apesar da melodia muito rica, em geral a animação caiu um pouco. A torcida trouxe bandeiras e balões nas cores da escola, e mostrou muito samba no pé por seus integrantes. O canto já foi um pouco mais tímido, a não ser na passada do samba que o canto era jogado pra galera sem bateria e com os cantores apenas incentivando. No restante da quadra a adesão foi tímida apesar do claro carinho por uma parceria que é da comunidade. Poucas pessoas se envolveram com a obra e quase ninguém cantou fora da torcida. No geral, uma apresentação mais focada na torcida.

Parceria de Thiago Meiners: A terceira obra a se apresentar na noite de eliminatória mangueirense foi a de autoria de Thiago Meiners, Beto Savanna, Indio da Mangueira, Michel Pedroza, Wilson Mineiro e Julio Alves. A composição foi conduzida pelo intérprete Pitty de Menezes, da Imperatriz Leopoldinense. A cantora Keilla Regina, que também gravou a obra da parceria de Thiago Meiners e Cia, foi quem iniciou o samba e foi o destaque da primeira passada. A cantora possui um timbre parecido com a homenageada. Pitty e Igor Vianna deram potência ao samba e mantiveram a animação durante todo o tempo e fizeram uso de todas as possibilidades vocais que a obra permitia a cada um. A música possui uma melodia bastante distinta, com destaque para a cabeça nos seis primeiros versos a partir de “Botei meu laguidibá no pescoço” até “Oh! Entidade da Primeira Estação” fazendo uma referência à homenageada Alcione e ao mesmo tempo à Verde e Rosa, de uma forma valente mais muito melodiosa. Alguns trechos da obra fazem referência na melodia e na letra a sucessos da Marrom. É o caso na segunda do samba de “Mas tente entender”, além do refrão principal com o “Não deixo o samba morrer”. A parceria também apostou em colocar um pré-refrão com muito significado em termos melódicos e de explosão, chamando a atenção e se colocando em protagonismo próximo do refrão principal, no trecho “Onde o samba é devoção, nasci pra te defender/quem veste verde e rosa é sentinela de Erê”. A parte final da obra a partir do bis “Onde o samba é devoção…” e o refrão principal “Não deixo o samba morrer…” foram os pontos altos do canto. A torcida em bom número, trouxe conjuntos de bolas nas cores da escola e mais o dourado, além de bandeiras e os efeitos produzidos pela parceria foram faíscas no palco e serpentina. A torcida mostrou animação e sustentou o canto por um bom tempo. O canto caiu um pouco antes da passada, que por regra vai praticamente só com a torcida. Neste momento, a energia voltou e foi bem até o final. Na quadra porém, a obra não teve o mesmo envolvimento, ainda que com algumas baianas dançando e algumas pessoas do público, mas poucas cantando. Ainda assim, pode-se observar um crescimento da obra em aceitação do público e pela excelente apresentação no palco.

Parceria de Lequinho: Dando prosseguimento às apresentações, o quinto samba da noite de eliminatória foi composto por Lequinho, Júnior Fionda, Gabriel Machado, Fadico, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim. Vencedora no carnaval passado, a parceria trouxe mais uma vez o intérprete Tinga, da Vila Isabel, para comandar as vozes. A atuação dos cantores foi sem dúvida a de maior energia, a animação esteve lá no alto durante toda a apresentação.. O time que acompanha Tinga estava reforçado por Bico Doce e Caca Nascimento, que fazem parte do carro de som da Verde e Rosa. A obra apostou em um andamento para frente e no refrão principal “Meu palácio tem rainha” a composição permitiu a bateria uma bossa com bastante swing e balanço. A composição apostou também em algumas características similares ao samba vencedor do ano passado, com uma obra que mescla momentos de maior explosão com partes mais líricas e melodiosas. Um exemplo onde encontramos as duas qualidades está nos versos que vem logo antes do refrão do meio “Ê bumba meu boi, ê boi tradição, tem que respeitar maracanã que faz tremer o chão”. O samba no geral é bem valente, sustentando um andamento bem para frente, sem ser corrido. Em termos de melodia, destaque para o refrão do meio “Toca tambor de crioula” e os primeiros versos da segunda do samba que possuem uma melodia que traz um sentimento de nostalgia, também presente no enredo. A parceria apostou de novo em um pré-refrão forte que compete em protagonismo com o refrão principal com os versos “Ela é odara, deusa da canção, negra voz, orgulho da nação”. Versos de muita qualidade e que foram cantados com muita força. A torcida trouxe bandeiras nas cores da agremiação, foi uma das mais animadas e com um bom contingente. Mostrou um canto satisfatório, com alto desempenho na passada sem os intérpretes. No público um envolvimento um pouco mais tímido que a torcida, mas ainda assim deu para notar muita gente dançando, se aproximando do palco e várias baianas, por exemplo, dançando e se divertindo. Apresentação para se manter forte na briga por mais um ano.

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