O samba-enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel, “Pede Caju Que Dou… Pé de Caju Que Dá!” foi uma verdadeira ode ao fruto tropical que é símbolo de brasilidade e diversidade cultural. A letra da música é uma mistura de referências históricas, culturais e sociais, que se entrelaçam para contar uma história que vai além do simples ato de saborear um fruto. Julgado pela insistência em notas longas e com situações conflituosas entre rimas e melodia, entenda as notas e justificativas dos jurados do Grupo Especial.

Foto: Nelson Malfacini/CARNAVALESCO

Os jurados Alfredo Del-Penho e Alice Serrano deram nota 10. O jurado Cyro Delvizio deu a nota 9,8 com a justificativa:

“Melodia (-0,1): A insistência em notas longas (“pé… tamandaré” e “dou…amor”) embora seja recurso válido e expressivo fez aqui com que os refrões perdessem força. Melodia (-01): Apesar da ideia do mescla entre frevo e samba expressar na partitura do Abre-Alas ser interessante, ela fez a obra se distanciar demasiadamente do samba”.

O jurado Alessandro Ventura deu a nota 9,9 com a justificativa: “Foram registradas situações conflituosas entre rimas e melodia em determinadas setores da composição. Se dedicarmos atenção aos versos debuta em “por outras praias” até “cunhã-poranga” será possível constatar que a interpretação das rimas gerou dificuldades na entoação do conto in loco, por conta do suave abafamento de algumas palavras (“por outras praias a nobreza aprovou”, “duas flexivas flechas e no meio uma tal”). A prevalência de assimetria entre os conformes em trechos e as rimas dos versos comprometem a experiência tanto de canto quanto auditiva. Assim como ela gerou prejuízos ao entendimento da letra do samba. A imperícia no trato melódico fornece fundamento a subtração de (0,1) melodia”.