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Inocentes abraça comércio popular de todo o país com setor sobre imigrantes e mercados populares

Contando história do comércio popular, setor fala da influência dos imigrantes na construção de mercados e do comércio no Brasil

O segundo setor da Inocentes de Belford Roxo trouxe uma homenagem aos comerciantes que vieram de longe para se estabelecer no Brasil , como árabes, judeus, chineses, e turcos, que contribuíram para a criação de diversos mercados e feiras país a fora, como o Ver-o-Peso em Belém, o Mercado de Belo Horizonte, o Mercado Modelo de Salvador, o Centro de Tradições Nordestinas no bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, e o Mercado Municipal de São Paulo.

O segundo carro veio cheio de referências a esses locais, como o vitral que enfeita o prédio paulistano como costeiro da alegoria, junto da arquitetura marcante do Centro de Tradições Nordestinas, as garrafadas vendidas no Ver-o-Peso, com uma escultura de baiana e seu tabuleiro na frente do carro, enfeitados com fitas do Senhor do Bonfim. As alas passaram por diferentes mercadores que formaram o comércio popular no país, em tons de roxo, azul e branco.

Alguns integrantes de alas desse setor citaram as inspirações de suas fantasias, assim como dois destaques do carro, e contaram sobre como o setor foi desenvolvido ao CARNAVALESCO.

Uma das alas, foi sobre os mercadores chineses, que influenciaram a formação das feiras livres no Brasil, através de uma cultura empreendedora, onde uma das integrantes, Marinês de Camargo, de cinquenta e dois anos, falou um pouco sobre a fantasia: “A gente representa esse mercador chinês que vem trazer a contribuição da China para o nosso mercado informal. Na década de 80 e 90 era tudo do Paraguai. Atualmente são os produtos Made in China. Então, a gente vem representar a contribuição chinesa ao mercado informal”. Sobre a estrutura da fantasia, além de linda e leve, ela comentou sobre os detalhes: “A estampa do cetim tem os dragões chineses. Eu achei isso interessantíssimo, eu adorei. Mas a fantasia em si está toda bonita”, finalizou.

A ala seguinte, falando sobre os mercadores judeus, veio com tons de azul, trazendo objetos comercializados por eles, como tachos e talheres, em partes da fantasia. João Pedro Monteiro, um dos membros da ala, contou um pouco sobre o setor e sobre a ala em si: “Todo esse setor aqui vem com alas de comerciantes, brasileiros, chinês, judeu, árabes, esses povos que formaram o comércio do Brasil. A gente como comerciantes judeus, também formamos aqui”. Ele finalizou citando a fantasia em si: ” Está muito bonita a fantasia, gostando muito, está muito confortável. Ela é cheia de detalhes, com os itens comercializados, acho uma fantasia muito interessante”.

“A ala vem falando dos árabes, mostrando a importância desses trabalhadores informais, que foram muito prejudicados”, contou Lindomary Lacerda, de cinquenta e nove anos, sobre a ala dos Mercadores Árabes, na qual desfilou. Essa ala trouxe os comerciantes que ao introduzirem novos produtos, como botões e agulhas presentes na fantasia, para a confecção de roupas, contribuíram para o fomento do mercado no país, especialmente no acabamento e personalização dos tecidos.

Os destaques do carro por sua vez vieram como elementos específicos desses locais de comércio ao longo da história, como as especiarias e as jóias de crioula.

Paulo César, um dos destaques, veio trajado de marajá representando tanto o comércio do SAARA com as especiarias. “O enredo fala dos camelôs, e no SAARA, que é próximo de nós, na Uruguaiana, tem uma vasta extensão de camelôs, e eu vir justamente representando ele nesse carro dois, e as especiarias”. Além disso, ele deseja conhecer algum dos mercados representados na alegoria: “Ainda não tive a felicidade de conhecer algum deles, espero que logo após a vitória da Inocentes, com o respeito às co-irmãs, eu vá conhecer algum deles”.

“Eu represento as jóias de crioula, os balangandãs que elas, com dinheiro, compravam, os amuletos da sorte, figas, romãs”, Newton Paracambi, outro destaque, que veio a frente da imagem da baiana, contou. Ele costuma fazer uso do Mercado Municipal de São Paulo para comprar os materiais que utiliza: “Mas sempre vou muito a passeio lá, também”.

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